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Anotações e Comentários Sobre

Eneida e Metamorfose
Rodrigo Carlos Silva de Lima
rodrigo.uff.math@gmail.com

21 de dezembro de 2023
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Sumário

1 Eneida e Metamorfose 5
1.1 Os Poetas e a Política . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.2 Eneida-Epopeia para Roma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.2.1 Eneias-Herói da Eneida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.2.2 Estrutura da Eneida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.2.3 Canto 1 ao 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.2.4 Do Canto 6 ao 12 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.2.5 Relação da Fuga com os Épicos . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.3 Metamorfoses de Ovídio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

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4 SUMÁRIO
Capítulo 1

Eneida e Metamorfose

Eneida (19 a.C) e Metamorfose ( 8 d.C) foram escritas pelos poetas romanos Públio
Virgílio Marão (70 a.C-19 a.C) e Públio Ovídio Naso (43 a.C -17 d.C) e são consideradas
duas grandes obras da literatura latina.
Tais poetas nasceram nos últimos anos da República Romana que durou de 507
a.C até 27 a.C. Neste tempo houve um grande aumento do território romano e trans-
formação da República em Império, com Júlio César ( 100 − 44 a.C) como ditador,
antes sendo cônsul da República Romana. Após ele houve o primeiro imperador ro-
mano Gaius Julius Caesar Ocavianus Augustus ( 63 − 14 a.C) que foi tomado com um
título chamado de Augusto e teve testamento deixado por Júlio César.
Após o início do império Roma viveu um período de paz interna chamado de Pax
Romana, que durou até 180 d.C. Porém em tal período ainda haviam guerras externas
que eram consideradas como parte de atividade econômica e de expansão do império.
Nesse período houve apenas um conflito civil de pequena duração. A cultura atinge
seu auge em especial com a literatura, prosa e poesias com poetas como virgílio, Ho-
rácio e Ovídio.

1.1 Os Poetas e a Política


Com roma mudando de regime político, o poeta Virgílio, que nasceu em Mântua Re-
gião da Itália, deixa tal região do norte do País e é integrado ao governo do imperador
Otávio Augusto. Ele ajuda a criação da nova roma e era o poeta de maior prestígio em
um grupo criado pelo conselheiro do imperador Otávio Augusto, tal conselheiro foi o
rico e influente Caio Mecenas, considerado patrono das letras.
Alguns poetas eram úteis ao império na função de o exaltar. O poeta Ovídio, por
exemplo, participava de um grupo criado por Messal Corvíno, político que no regime
anterior também tinha sido cônsul, este grupo lia para o imperador e a corte, rece-
bendo apoio financeiro do mecenas Corvino. Tal grupo trocava informações e seus
participantes liam obras uns dos outros.
O termo mecenas acaba sendo usado como patrocínio e incentivo a artistas, sendo
proveniente do nome de Caio Mecenas.

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6 CAPÍTULO 1. ENEIDA E METAMORFOSE

Em 8 d.C Ovídio é banido de Roma pelo imperador Otávio Augusto. Ele se refugia
em uma cidade chamada Tomis (atual Constança) na romênia. Supões-se que ele teria
sido banido por escrever conteúdos que o imperador considerava imorais como na
obra A arte de Amar.

1.2 Eneida-Epopeia para Roma


Epopeias como Ilíada e Odisseia tinham vários papéis, entre eles estético e de entre-
tenimento, mas também com ensinamentos éticos e religiosos. A poesia épica, como
a Eneida, também tinha papel de eternizar e louvar a origem de um povo.
Com a epopeia Eneida é dada a roma um passado grandioso que celebrava o go-
verno do imperador Augusto. Ela foi projetada pro Virgílio e escrita em seus anos
finais. Dessa maneira ela surge de modo diferente das epopeias gregas Ilíada e Odis-
seia que primeiro teriam sido construções orais comunitárias repassadas ao longo de
grande tempo por meio oral e depois foram escritas.

1.2.1 Eneias-Herói da Eneida


Eneias foi um príncipe de Troia, sobrevivente da guerra contra os gregos. Ele era ca-
sado com Creúsa, filha do rei Príamos e por isso irmã de Heitor, herói grego morto por
Aquiles na guerra de Troia.
Ele fugiu de Troia que estava em chamas depois do fim do combate e tinha a missão
de reconstruí-la em outro local.
Em sonho Heitor aparece a Eneias e o informa que deveria fugir com os objetos
sagrados e sobreviventes da guerra para um local distante. Ele foge carregando nas
costas seu velho pai Anguises.
A Ilíada nos versos 208 até 241 do canto 20 fala sobre um combate entre Aquiles e
Eneias, nesses versos ele diz ser filho de um mortal com Afrodite (chamada de Vênus
pelos romanos). Em sua linhagem ele diz ter Zeus como ancestral e parentesco com o
rei de Troia Príamo.
Este herói é escolhido pro Virgílio como fundador de Roma, dando origem divina
com Zeus e Afrodite e além da possibilidade de reconciliação entre gregos e troianos.
Virgílio ligou as gerações de Eneias, Rômulo e Remo e do imperador Otávio Augusto.
Um dos filhos de Eneias, Ascâmio teria fundado uma cidade chamada Alba Longa,
onde nasceram os gêmeos Rômulo e Remo que estavam separados de Eneias em 12
gerações.
Outras versões míticas mais obscuras relatam Eneias como fundador de Roma,
outras Rômulo e Remo como filhos dele. A versão de Virgílio é a mais conhecida.

1.2.2 Estrutura da Eneida


A epopeia Eneida contém 9826 versos em 12 cantos e conta o desenvolvimento do
príncipe Eneias.
Até o canto 6 a eneida relata a viagem de Eneias até a Península Itálica, do canto 7
até 12 trata da conquista de tal lugar.
1.2. ENEIDA-EPOPEIA PARA ROMA 7

1.2.3 Canto 1 ao 5
Eneias foge de Troia navegando. A deusa Juno (Hera da mitologia grega) cria dificul-
dades para o herói. Neste canto sua missão é sobreviver e chegar no local onde a nova
Troia futuramente será fundada.
Na fuga de Troia pelo mar ele e sua tripulação enfrentam uma tempestade mas
sobrevivem chegando depois numa cidade chamada de Cartago. Ele conhece a rainha
de tal cidade chamada Dido, se apaixonam e ele conta sua história a ela.
Porém Eneias deve sair do local e cumprir seu destino como criador de Roma o que
é lembrado por Mercúrio (Hermes) o deus mensageiro. Ele vai embora de Cartago e
Dido por tristeza tira sua própria vida.
Há uma ópera em três atos chamada Dido e Eneias de 1689 de Henry Purcell (1659−
1695), com libreto de Nahum Tate (1652 − 1715). Tal ópera trata do canto 4 da Eneida Libretos são textos dos quais
que fala sobre o amor trágico entre Eneias e Dido. Ela simboliza na Eneida os seguin- são compostos óperas, canta-
tes pontos: tas e oratórios

• O poder de Cartago, que foi vencida por Roma em 146 a.C na terceira guerra
Púnica. Cartago era uma potência militar e comercial no seu tempo.

• A mulher simbolizada por Cleópatra ( 69 a.C -30 a.C), rainha do Egito, que teria
se unido ao general romano Marco Antonio ( 83 a.C-30 a.C). Roma desejava a
exibir em procissão como troféu de vitória romana e ela para não passar por
isso tirou sua própria vida.
Ovídio narrou também uma história e Dido na obra as heroínas (Heroides).

1.2.4 Do Canto 6 ao 12
Após a saída de Cartago Eneia chega a uma cidade chamada Cumas. Lá ele encontra
uma sacerdotisa de Apolo (tal função é chamada de sibila). Essa sibila atende ao pedido
de Eneias de ir ao mundo dos mortos, conversa com Anguises (pai do herói) este lhe
mostra o futuro imperador Otávio augusto que será descendente de Eneias e terá um
futuro glorioso.
O herói se enche de confiança, vai até a cidade de Lácio, que fica no centro da Itália,
e pede abrigo do rei latino. Lá ele lutará contra o rei dos rútilos chamado de Turno, que
também é prometido a Lavínia, filha do rei de Lácio. Eneias luta pelo amor de Lavínia e
domínio de Lácio contra o rei Turno. O herói ao ser vitorioso funda a cidade de Lavínio
em homenagem a sua esposa, os habitantes dessa cidade são chamados de latinos.

1.2.5 Relação da Fuga com os Épicos


A fuga é associada a derrota ou covardia e visto como ato não heróico porém na Eneida
o herói consegue superar sua tragédia sendo fiel aos deus e virtuoso como guerreiro
tendo sucesso na origem de Roma.
Virgílio é considerado o melhor intérprete dos valores filosóficos, morais, religi-
osos e políticos de Otávio Augusto, além de conseguir criar um épico na tradição de
Homero.
8 CAPÍTULO 1. ENEIDA E METAMORFOSE

1.3 Metamorfoses de Ovídio


Metamorfoses é um poema épico de 8 c.d escrita por Ovídio (47 a.C, 17 d.c) e dividido
em 15 livros escritos em versos com cerca de 250 narrativas poéticas. Ovídio segue a
tradição épica de Homero, Hesíodo, Apolônio de Rodes e Virgílio e produz uma obra
rica com mitos cosmogônicos e fábulas romanas.
No início do livro I é dito que o objetivo é contar histórias de como seres podem
mudar de forma por meio da ação dos deuses.
A obra é composta de pequenos textos poéticos que falam de transformações de
deuses e homens em plantas, animais e outros elementos da natureza.
Seu texto também transmuta estilos literários entre lírico, trágico, cômico e épico,
o que é incomum em textos clássicos. As narrativas são encadeadas.

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