- MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA -
Viroses
● Arboviroses
↪ São vírus obtidos por artrópodes.
↪ Dentro desse perfil, existem 3 famílias virais
que se encaixam nesse perfil, sendo elas:
↪ Eles são vírus muito parecidos (similares aos
primos), mas apresentam alguma característica
ou outra que os diferenciam.
↪ Sendo que no Brasil o gênero Flavivirus é o
principal grupo de arbovirose.
Dono: Richard Vieira - Turma 106 - Medicina
↪ A principal característica da arbovirose é ser
transmitida pelo mosquito, o qual tem o seu ciclo
de reprodução muito dependente do clima para se
desenvolver.
↪ Com o aumento da temperatura do planeta, a
fisiologia do mosquito está mudando. Sendo que
em temperaturas mais elevadas os ovos eclodem
mais rápido, a taxa de reprodução de adultos
aumenta e acelera o metabolismo dos adultos
estimulando o repasto sanguíneo mais frequente.
Vale lembrar que com o efeito estufa, mais
lugares estão sendo acometidos por arboviroses.
Na Dinâmica de Dispersão relata que a maioria das
arboviroses foram advindas dos macacos (um
“parente” distante nosso), mas com o tempo elas
foram se adaptando ao organismo do ser humano.
Mas o grande problema foi o desmatamento, em
que o mosquito da cidade acaba se aproximando
do ambiente silvestre, picando o humano e
transmitindo a doença.
↪ Vale lembrar que o mosquito não percorre
grandes distâncias, mas ao transmitir o vírus ao
humano, ele se deslocará para outros lugares
(graças a globalização) e lá, outro mosquito pica o
humano e adquire o vírus para picar outras
pessoas e disseminar amplamente a dengue.
↪ As principais arboviroses são as seguintes:
- DENGUE
↪ A dengue é a doença e o nome do agente ↪ Além disso, apresentam 4 tipos de vírus com
transmissor é o mosquito da dengue. doenças similares, só que teorias averiguam que a
Febre Hemorrágica grave é mais comum na DEN-3
e na DEN-4.

↪ Existem 3 teorias que justificam a pessoa ter

dengue hemorrágica, sendo a 1ª teoria é que a
pessoa estava com a dengue 3 ou 4. A 2ª teoria é
que a pessoa estava com a imunidade baixa, o que
dificultava o combate ao vírus. A 3ª teoria é que a
pessoa que já teve dengue alguma vez, o vírus
novo teria uma maior facilidade para entrar na
célula mais rápido (é uma teoria com bastante
controversa).
↪ O vírus da dengue acarreta imunidade
OBS: Dizem também que os vírus 3 e 4 são mais
permanente específica e imunidade cruzada a
agressivos, pois infectam células dos endotélios
curto prazo.
vasculares (promove o rompimento dos vasos e
↪ A sua epidemiologia se dá pelas seguintes
gera hemorragia). Além disso, o vírus da dengue
características: Originalmente mantido em ciclos
também se replica nos macrofagos e nos
silvestres (primatas – mosquitos); Adaptou-se
monocitos, o que acarreta nos sintomas de febre
muito bem a população humana; Doença
e dores musculares.
predominantemente URBANA; Ocorrência em
- ZIKA VÍRUS
países tropicais e subtropicais; Endêmica em mais
de 100 países; Epidemias ocorrem no verão (final)
ou após épocas chuvosas.

↪ Os fatores que são responsáveis pela

re-emergência da dengue são: Fatores
demográficos e ambientais; Crescimento
populacional; Urbanização acelerada e
desorganizada; Inchaço das grandes cidades;
↪ Na época acreditou-se que o vírus tenha sido
População marginalizada; Facilidade de
trazido na copa do mundo de 2014, no entanto foi
movimentação de pessoas; Falência de políticas
em um campeonato de canoagem da Polinésia
públicas.
Francesa que ocorreu no Rio de Janeiro.
↪ Existem 3 principais consequências da ↪ O maior impacto causado pelo Zika foi a
infecção, sendo a infecção inaparente ou c/ sinais
microcefalia que crianças pegaram da mãe
leves, a dengue clássica ou a febre hemorrágica
durante a gestação.
(mais grave).
↪ A microcefalia é uma malformação congênita
(cérebro não se desenvolve de maneira adequada).
Dono: Richard Vieira - Turma 106 - Medicina
↪ Nesses casos, os bebês Bebês nascem com
perímetro cefálico aferido entre:
OBS: fica evidente que a microcefalia não é um
caso exclusivo da Zika, rendo os fatores citados
acima como causadores também.
- CHIKUNGUNYA
↪ É uma doença caracterizada por uma artrose
bem significativa que acaba limitando os
movimentos da pessoa acometida por ele.
↪ No caso da Chikungunya existe somente 1
tipo de vírus, diferentemente do caso da dengue.
- FEBRE AMARELA
↪ Foi uma das primeiras epidemias do mundo,
sendo marcada na Revolta da Vacina (1904).
↪ A Febre Amarela é uma doença silvestre,
sendo que o macaco é um animal muito sensível a
essa doença (morrem em poucos dias). O macaco é
o reservatório natural do vírus, quando o mosquito
o pica, irá passar o vírus para outros macacos.
Mas quando o homem invade o ambiente silvestre,
ele é picado pelo mosquito e acaba construindo o
vírus. O homem volta para o ambiente urbano
contaminado, mas o mosquito aedes pode picar o
humano e conseguir carregar o vírus da febre
amarela e espalhar a doença na área urbana. Isso
mostra que existe uma febre amarela silvestre e
uma da área urbana.
↪ As fontes e vias de transmissão de tal doença
podem se dar pelo sangue, sendo que o vetor é
hematófago e apenas as fêmeas do mosquito
fazem repasto sanguíneo. Há transmissão vertical
do mosquito, com ciclos silvestre e urbano. Não
há transmissão de pessoa para pessoa e nem de
primata para humano, dependendo sempre da
presença do mosquito.
Dono: Richard Vieira - Turma 106 - Medicina
 ↪ O HIV é da família Retroviridae (Retrovírus),
que é um vírus de RNA com a capacidade de
produzir DNA a partir do RNA dele (faz o reverso
da transcrição).

↪ O HIV é um vírus envelopado, sendo que a sua

espícula apresenta 2 porções, sendo uma externa
(GP 120 que faz o contato com a célula do
hospedeiro) e uma interna (GP 41). Internamente

↪ A sua epidemiologia apresenta que ela vem se ele tem um capsídeo icosaédrico em que repousam

urbanizando nos últimos anos, apresenta 2 fitas de RNA . Junto dessa RNA dupla fita, o

ambientes de maior risco (próximo de matas), é vírus traz com ele 3 enzimas fundamentais para a

uma doença sazonal e com uma maior distribuição replicação viral (1 Transcriptase Reversa; 2

e evolução de casos, sendo que mais de 50% dos Integrase; 3 Protease). Sendo que muitas drogas

casos são letais. de coquetel utilizam a neutralização dessas

enzimas para inibir o vírus.
- FEBRE DO NILO

● Vírus da Imunodeficiência
Humana (HIV)
↪ Muitos macacos possuem uma doença
chamada de SIV (Síndrome da Imunodeficiência
Símia), que ataca as células de defesas dos
Símios causando uma forte imunossupressão.
Sendo que em muitas tribos as pessoas se
alimentavam da carne dos macacos e transmitiam
↪ Na década de 80 ocorreu uma epidemia em
o SIV. Com o tempo, o CIV sofreu mutações que
humanos. Mas estudos revelaram a existência do
permitiu a sua readaptação ao organismo humano.
HIV em humanos na África na década de 30.
Teoria do Caçador – Homem caçava macacos na
África no passado

↪ Hoje existem 2 tipo de HIV (1 e 2), sendo que

ambos vieram dos macacos. O HIV-1 é o mais
disseminado e detectado no mundo, enquanto o
HIV-2 não se tornou epidêmico ainda
(limitando-se a certas tribos africanas).

↪ O HIV-1 foi advindo de uma mistura de SIV de

gorila com o SIV de chimpanzé.

Dono: Richard Vieira - Turma 106 - Medicina


↪ O HIV-1 pode ser subdividido em Grupos M, N,
O e P. Sendo que o Grupo M representa cerca de
98% dos casos de HIV no mundo, além de ele ter
diversas variantes e sub variantes, como
mostrado na imagem anterior.
↪ A medida que você tem a imunidade baixa,
acaba ocorrendo uma queda abrupta das células
NK (que controlam a presença de células
alteradas/mutadas). Isso mostra que o HIV não é
um vírus oncogênico.
↪ Toda célula que possuir o Receptor CD4 será
suscetível a infecção do HIV. Nos humanos só
existem 2 tipos de célula com esse receptor,
sendo elas o Linfocito TCD4 (Helper) e os
Macrófagos.
Alguns vírus, além de ter um receptor na
membrana celular, precisa também de um
co-receptor para fazer a entrada na célula.
No caso do Linfócito TCD4 tem um co-receptor
chamado de molécula Cxcr4, já nos Macrofagos
esse co-receptor é chamado de Ccr5.
No entanto, se a célula tiver só o receptor CD4 já
é o suficiente para a contaminação da pessoa.
↪ Depois que o vírus consegue entrar no
hospedeiro, ele irá circular no organismo até
encontrar as células alvo. Quando ele entra, o
vírus irá liberar o seu genoma no citoplasma (fita
dupla de RNA). Com isso inicia a atuação das 3
enzimas virais para o CICLO DE REPLICAÇÃO
DO HIV:
1. Transcriptase Reversa: transforma o RNA
viral em um DNA viral dupla fita (só
retrovírus consegue fazer isso). Após isso,
o DNA precisa ir do citoplasma para o
núcleo.
2. Integrase: realiza a mistura do DNA do
vírus com o DNA celular. Com isso, será
produzido um RNAm baseado nesse novo
DNA misturado, o qual será liberado
novamente para o citoplasma.
3. Protease: esse RNAm produzido é muito
grande, o que dificulta a sua leitura pelos
ribossomos da célula. Com isso, a enzima
protease quebra esse RNAm em 3 partes
(facilitando a sua leitura).
Assim, teremos uma leitura mais rápida e uma
produção mais ágil das estruturas virais.
↪ Em casos do uso de PEP (Pós exposição) a
droga age bloqueando temporariamente o
receptor CD4, o que deixa o vírus exposto por
mais tempo para o sistema imune (Células NK)
identificar e atacar o vírus do HIV.
↪ Quando o vírus entra, as primeiras células a
serem invadidas são os Macrófagos. Só que no
Dono: Richard Vieira - Turma 106 - Medicina
macrofago, o vírus tem um ciclo lítico muito
rápido (em curto tempo produz muito vírus).
↪ Nas primeiras semanas a gente percebe um
aumento progressivo da carga viral. Depois da
primeira semana (mais ou menos 1 mês), esses
vírus irão contaminar o Linfócito TCD4 (nos
linfonodos do baço). Quando eles entram no
linfonodo a replicação irá ocorrer por um tempo,
mas em seguida eles entram em ESTADO DE
PROVÍRUS (quando o DNA do HIV está inativo).
Mas nessa fase, o vírus irá ficar meio que
adormecido, isso podendo ficar em média de 6 a 8
anos. De repente o vírus volta a se replicar (sai do
estado de provírus), destruindo a maioria dos
linfócitos TCD4 infectados (queda absurda desse
linfócito, que gera um quadro de imunossupressão
- já é o início da AIDS).
↪ Vale lembrar que o Linfócito TCD4/Helper é o
gerente do sistema imune e uma de suas funções
e a conversão do Linfócito B em Plasmócito. Logo,
se temos queda do T Helper, temos também uma
queda considerável da produção de anticorpos.
↪ As formas de transmissão podem ser de 3
maneiras distintas:
- Sexual (principalmente se você apresentar
alguma lesão no sexo).
- Vertical, em que é passado de mãe para o
filho (durante a gestação ou durante o
nascimento ou durante a amamentação).
- Objetos perfurocortantes contaminados.
OBS: Não existem relatos de transmissão através
de saliva, contato casual, picada de insetos,
aerossóis, objetos contaminados.
↪ No passado utilizava-se o termo Grupo de
Risco, termo esse que foi ressignificado para
COMPORTAMENTO DE RISCO. No HIV percebemos
uma vulnerabilidade imunológica.
↪ 95% dos casos de HIV se concentram em
países em desenvolvimento.
↪ A Relação Homens:Mulheres 2:1
↪ A faixa etária é diversificada, mas
percebeu-se um aumento no grupo da 3ª idade
(devido o desenvolvimento de estimulantes
sexuais). O HIV abre brecha para infecções
oportunistas.
↪ Na infecção pelo HIV o paciente irá
desenvolver 3 fases (História Natural da
Infecção), sendo elas:
- FASE AGUDA: momento em que os
macrofagos estão sendo infectados;
acontece em terno da 4ª semana pós
infecção; quando o macrofago morre, ele
libera citocinas que geram febre e mal
estar (sintomas inespecíficos).
Dono: Richard Vieira - Turma 106 - Medicina
 - FASE ASSINTOMÁTICA: momento que o
vírus já replicou bastante e agora fica
parado no T helper no Estado de Provírus.
- FASE CLÍNICA/AIDS: é quando o vírus
volta a se replicar, fazendo que os T
Helper começam a morrer e gera queda da
imunidade com sintomas de infecções
cutâneas, gastrointestinais, cândida e
dentre outros…
● Hepatites Virais
↪ Doenças que o vírus atacam o fígado,
causando a inflamação desse órgão. Existem 5
vírus, de famílias muito diferentes mas com o
mesmo alvo, os hepatócitos.
↪ No Brasil a D é rara, sendo que para ter a D é
necessário ter a B junto. Além disso, a E é mais
comum em ambientes rurais (reservatório são os
suínos). 90% dos casos no Brasil é A,B e C.
Hepatite A e E geralmente são favoráveis (mais
brandas) enquanto a C e B são mais agressivas.
↪ As características gerais das hepatites é que
possuem causas diversas (medicamentosa, por uso
de álcool e e origem viral).
Existem 2 classificações para hepatites, sendo
uma a Aguda (20 a 40 dias) e outra a Crônica
(com > 6 meses).
O diagnóstico laboratorial é fundamental e a
resposta imune fica diferente.
Os sinais clínicos gerais são: cansaço, febre,
inapetência; fezes amareladas e urina escura;
emagrecimento; icterícia (adolescentes e
adultos).
↪ HEPATITE A
A sua transmissão está relacionada através da
forma fecal-oral (água e alimentos
contaminados), sendo comum crianças e
adolescentes contraírem. Possui vacina.
Se alguém em casa tiver, não pode compartilhar
nada que possa ter entrado em contato com a
saliva do doente.
O seu período de incubação é de 2-6 semanas,
sendo benigna (autolimitante, sem necessidade de
tratamento), muitas pessoas são assintomáticas,
faixa etária – mais comum em crianças, em
doenças pode ser grave, os casos crônicos são
raros e muito comum em regiões que estão em
subdesenvolvimento.
↪ HEPATITE B
Possui uma transmissão mais sexual, além do
compartilhamento de objetos perfurocortantes
contaminados (contato direto), parental ou até
vertical. Esse vírus apresenta alta concentração
no sangue, soro e exsudato de feridas. Já no
semen, fluido vaginal e saliva apresentam
concentrações moderadas. Possui vacina.
Contamina somente humanos e não possui
reservatórios em animais.
O seu período de incubação é em média de 6 a 9
semanas. Além de poder evoluir para um câncer
hepático. Costuma acometer em sua maioria a
faixa etária adulta.
O indicador da forma grave da doença é quando a
pessoa tem por 6 meses ou mais a presença de
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HBsAg (é o antígeno de superfície da Hepatite B).
Quando está nessa Forma Crônica, a pessoa tem o
direito de fazer o tratamento com interferon.
A Hepatite B Aguda, costuma decorrer de 90%
terem uma resolução, em média de 3 a 9%
cronificam e 1% fica fulminante.
↪ HEPATITE C
Não possui vacina. É considerada a mais grave das
3 hepatites estudadas. Pouco tempo atrás teve
um surto, principalmente pelo aumento de
pessoas fazendo tatuagem e o pouco
conhecimento da hepatite.
Nessa hepatite cerca de 20% costumam melhorar
e os outros 80% apresentam a sua cronificação.
Dessas 80%, uma parcela desenvolve cirrose
hepática e, se não tratado, pode vir a desenvolver
um quadro de câncer.
● Influenza e Gripe
↪ É a doença respiratória mais prevalente no
mundo. Esse vírus apresenta 3 tipos: o tipo C não
é patogênico, já o tipo B e A são.
↪ INFLUENZA TIPO B
É um vírus menos prevalente. Ele apresenta
apenas 2 sub variantes, sendo elas:
- Yamagata
- Victória
OBS: Em vacinação, eles costumam pegar os 3
vírus principais respiratórios do ano anterior para
fazer a vacina do ano vigente. Sempre costuma
ter um subtipo do tipo B.
↪ INFLUENZA TIPO A
Possui os subtipos H e N. É um vírus envelopado
que apresenta uma diferenciação dos outros vírus,
sendo a presença de 2 espículas de superfície, a
Hemaglutinina (Azul - H) e a Neuraminidase
(Amarela - N).
Sendo assim, a Hemaglutinina faz o papel de
conectar-se com a célula para a entrada do vírus.
Já a Neuraminidase é responsável por fluidificar o
muco e permitir o contato mais facilmente do
vírus com as células do epitélio respiratório (o
que torna o muco viscoso é o ácido Neuramínico, o
qual é quebrado pela neuraminidase).
O vírus da gripe pode afetar várias espécies,
incluindo mamíferos e aves. Geralmente o subtipo
Dono: Richard Vieira - Turma 106 - Medicina
do vírus influenza do tipo A vai afetar somente
aquele animal específico.
OBS: Entretanto existe uma exceção o'que é a
transmissão de gripe suína e aviária para o ser
humano.
O vírus da influenza do tipo A pode ter 2 tipos de
alterações genéticas, sendo elas:
● DRIFT
É quando um vírus conhecido sofre
pequenas mutações a cada 1-2 anos. É
comum para os casos de vacinação anual.
● SHIFT
É quando você possui vírus diferentes e
acaba ocorrendo uma mistura de genes dos
vírus diferentes. É raro e pode acontecer
em média a cada 40 anos.
↪ Os mecanismo de transmissão é por meio de
secreção respiratória, aumento de risco em
ambientes fechado, tende a ser sazonal (época
mais fria), infecta células da via respiratória e a
taxa de infecção R0.
OBS: R0 (R Zero) é a taxa de infecção, em que
cada 1 pessoa que adquire o vírus, 2 vão pegar do
doente (1:2). Evidenciando que a gripe não é tão
contagiosa assim.
↪ Geralmente existe uma gripe mais branda
(que é a H1N1) e uma mais agressiva (H5N1, que
possui uma origem aviária). É muito comum na
Ásia e houveram alguns casos no Brasil.
A gripe aviária difere de uma gripe tradicional
pois possui um tropismo maior em acometer
células do sistema respiratório inferior (a
tradicional é a porção superior), realizando o
processo de liquefação do muco e liberação de
líquido pelas células mortas. Mas pela ação da
gravidade, esse líquido não consegue sair e fica
acumulado no pulmão (como se a pessoa morresse
afogada).
Dono: Richard Vieira - Turma 106 - Medicina
O seu índice de mortalidade é em cerca de 80 a
90% dos acometidos (elevada letalidade).
● Papilomavírus
Humano (HPV)
↪ É uma verruga. Só que a maioria não é
cancerígena. Possui vacina no Brasil.
↪ É da família Papilomaviridae; Genoma DNA
dupla fita, não envelopado; Possuem espécie
específicas e com replicação intracelular.
↪ Atingem exclusivamente a camada basal dos
tecidos de revestimento(pele, mucosas, epitélios
genitais, ânus, boca e via aéreas). Durante a
replicação provoca hiperplasia dos tecidos.
↪ Como características gerais é que possui mais
de 100 tipos diferente de HPVs. Normalmente
tumorações benignas denominadas verrugas. Mas
existe o condiloma acuminado (igualmente >
benignos).
↪ Transmissão por abrasão: Contato direto
(social ou sexual). Tem também indireto através
de fômites.
↪ Infecções: na maioria latentes,
assintomáticas e com um período de incubação de
6 semanas a 2 anos.
↪ A maioria dos tipos de HPVs são benignas e
auto limitantes. Sendo que os tipos 6 e 11 são
verrugas mais comuns autolimitantes. Já os tipos
16 (50%), 18 (5%), 31 (14%) e 45 (31%) são
malignos (parênteses referem-se ao percentual
de chance de desenvolver em tumor).
Mais comum no colo do útero e no pênis.
É a segunda maior causa de mortalidade em
mulheres entre 25-49 anos de idade. Os tumores
se desenvolvem ao longo de 10-15 anos.
Recentemente vem aumentando o tumor nas
amígdalas (HPV tipo 16).
● Herpesvírus
↪ Dentro dos humanos existem 5 principais
tipos de vírus que lhes acometem.
↪ São da família Herpesviridae, apresentando
como característica de sua estrutura um vírus
envelopado, com capsídeo icosaédrico, formado
com um DNA de fita dupla e algumas proteínas do
tegumento (conecta o envelope até o capsídeo).
Algumas características especiais desse vírus é
que quando ele entra na célula alvo, ele entra no
núcleo dela, no entanto, esse DNA fica separado
do da célula (diferente do caso do HIV que o seu
material genético se mistura com o DNA humano).
Uma vez que o vírus da herpes entra no corpo,
nunca mais ele vai embora (Latência Viral =
capacidade dos vírus permanecerem nas células.
Os herpes irão formar latência nas células
nervosas, pois elas morrem com menor
frequência, sendo essa célula um ótimo
esconderijo contra o sistema imune. Ou seja, ele
permanece no corpo por toda vida.
↪ O Herpes pode apresentar 2 ciclos de
replicação: Lítico (quando replica matando a
célula; ocorre nas Células Epiteliais; é aquela fase
que ocorrem erupções em pele ou mucosas) ou
Lisogênico (quando o vírus se multiplica sem
matar a célula; se mantém no núcleo celular
Dono: Richard Vieira - Turma 106 - Medicina
escondido; ocorre nas Células Nervosas; fica
nessa região para sempre, podendo ser ativado a
qualquer momento, devido a fragilização da
imunidade da pessoa).
imunossuprimidos percebemos uma queda dos
LTCD8, o que reativa a replicação do herpes.
Os fatores responsáveis pela reativação do herpes
simples são:
- Contato com raios UV (causa lesão no
tecido se não usar protetor)
- Injúria tecidual
- Febre
- Alterações hormonais
- Estresse emocional ou físico
- Abrasão da pele por ácido retinóico ou
laser
OBS: Quando células morrem por injúria, elas
liberam citocinas e prostaglandinas, que acabam
ativando a liberação de AMPc nas células
nervosas infectadas, o que ativa proteínas
quinases que ativam o vírus que estava incubado
no núcleo do nervo.

↪ HERPESVÍRUS 1 E 2 (HHV-1 E 2)
Eles são geneticamente quase idênticos, sendo
que o 1 está mais relacionado a mucosa oral/da
face e o 2 a mucosa genital.
O mecanismo de transmissão pode se dar por
pacientes sintomáticos e não sintomáticos. Isso
devido ao Shedding, que se refere a transmissão
do vírus de 2 á 3 dias antes de aparecer as
feridas. Os líquidos das vesículas são
responsáveis pela transmissão (lembrando que a
herpes se inicia de mais interno para mais
externo). Além disso, pode haver Contato Direto
ou Indireto (por meio de fômites contaminados).
O período de incubação na infecção primária leva
de 2 a 12 dias.
Em indivíduos imunocompetentes temos uma
quantidade adequada de LTCD8, células essas que
conseguem controlar a replicação dos vírus,
deixando-o incubado no nervo. Já em indivíduos

Dono: Richard Vieira - Turma 106 - Medicina


↪ VÍRUS DA VARICELA-ZOSTER (HHV-3)
É um único vírus mas que consegue causar duas
infecções.
Na infecção primária (mais comum em crianças de
9 anos) temos um quadro de Catapora em que
ocorre feridas espalhadas pelo corpo todo e sendo
autolimitante (pode haver complicação devido a
criança coçar a ferida e levar contaminantes para
essa ferida) normalmente é benigno.
Após isso, a pessoa se cura e o vírus irá ficar na
latência nos gânglios da medula espinhal por
muitos anos. Chegando na 3ª idade, haverá a
reativação deles (devido uma imuno supressão
fisiológica advinda da diminuição do timo e
fatores emocionais mais sensíveis) na forma de
Herpes Zoster. Esta doença é caracterizada por
feridas mais concentradas, maiores, mais
dolorosas e mais comuns no tórax e nas regiões
das costelas (frente e trás).
- VARICELA
Ocorre uma infecção primária que normalmente
se dá por infecção respiratória por aerossóis
(aumento no inverno); período de incubação de 10
a 21 dias; de início temos sintomas inespecíficos
(febre, mal-estar, cefaleia e dor abdominal), mas
2 dias depois começam aparecer as feridinhas na
pele que se chama Erupções Cutâneas (em torno
de 300/criança); pode ocorrer da pessoa ter tido
só sintomas iniciais e não ter tido erupções; os
casos de complicações é mais comum em
gestantes e em recém nascidos.
Dono: Richard Vieira - Turma 106 - Medicina
 - HERPES ZOSTER
A reativação do HHC 3 costuma acontecer
também pela redução drástica da resposta celular
(diminuição da imunidade), em pacientes idosos
(pode afetar jovens também, só não é tão
comum), situações extremas de estresse e o uso
de drogas imunossupressoras.
As suas manifestações clínicas são mais intensas,
como lesões cutâneas dolorosas, pruridos
intensos, cerca de 50% do tórax, tem duração de
2 a 4 semanas. Além disso, essa doença costuma
acometer idosos com mais de 75 anos (em cada
1.000 idosos, 10 desenvolvem).
↪ CITAMEGALOVÍRUS (CMV /
HHV-4)
É uma infecção mais delicada e perigosa em
mulheres grávidas e em indivíduos com a
imunidade comprometida.
Quando a mulher grávida já teve contato
anteriormente com o vírus, ela não pega
novamente. Mas nem casos deinfecção congênita,
a mulher adquire o vírus durante a gestação, pois
o vírus acaba atingindo o feto pela placenta
gerando várias lesões e podendo gerar abortos.
↪ VÍRUS DE EPSTEIN-BARR (HHV-5)
É chamada de Mononucleose infecciosa e/ou
“Doença do Beijo”, devido a sua transmissão se dá
pela saliva e secreções respiratórias.
O seu pico de incidência se dá dos 15 aos 19 anos.
Os principais sintomas são dor de garganta forte
e febre, mas pode apresentar faringite,
linfadenopatia e cefaléia. Estudos suspeitam que
ele pode provocar neoplasias malignas.
● Viroses Emergentes
↪ Os mecanismos para o surgimento de viroses
emergentes são as seguintes:
- Com o surgimento de um vírus novo, sendo
quando você já tem um vírus esse vírus
forma uma nova variante viral (mutação).
Um exemplo é a gripe (shift - mudança
intensa do vírus).
- Pela transposição da barreira da espécie
(Spillover - Transbordamento). É quando
temos a passagem de um vírus de uma
espécie de animal para uma outra (ênfase
nos animais silvestres). O
transbordamento é referente ao local que
delimita a área urbana da área florestal,
sendo que a borda cria esse limite. Essa
região de borda, possui diversas famílias
vivendo e que acabam consumindo animais
dessa região (risco de contaminação).
- É quando um vírus já existe mas a gente
não tem conhecimento, mas está presente
em populações isoladas. Assim, pode haver
o contato de uma população com a outra e
espalhar os vírus (Zika e Chikungunya).
↪ Os motivos que favoreceram a disseminação
de novos vírus na população humana atualmente:
FATORES DEMOGRÁFICOS
Ocorreu o aumento da população mundial (inchaço
das grandes cidades), isso devido ao avanço da
medicina com o aumento da expectativa de vida.
Esse fator favorece bastante as aglomerações.
Tem-se a utilização maior de moradias de alta
densidade (grandes condomínios).
Dono: Richard Vieira - Turma 106 - Medicina
A busca por alimentos é um fator que pode
desencadear também, pois na falta de alimentos
adequados, algumas populações caçam e
consomem animais diferentes (ex: morcego).
Outro fator é a questão da ampliação das viagens
internacionais devido a globalização. (A China é o
país que mais recebe turistas no mundo
MORCEGOS
São animais sociais (vivem em colônias, que
atualmente)
facilita o contágio entre eles) e migratórios
OBS: A origem dos mercados de animais na China
(único mamífero que voa).
teve um contexto com a criação da Política
Apresentam uma ampla distribuição geográfica.
Chinesa de 1958-1962 em que muitas pessoas
São hospedeiros naturais de diversos vírus.
morreram de fome, pois era um modelo “Comum
Algumas espécies vivem mais de 20 anos.
Agrícola” em que toda a produção era de posse do
Alguns povos utilizam morcegos para consumo,
Estado. Com isso, faltaram alimentos nas famílias
principalmente os morcegos frugívoros (comem
(estimulou o consumo de animais silvestres na
frutas). Além disso, as fezes desses morcegos
tentativa de sanar o problema). Além disso,
podem contaminar diversos animais que as
existia uma falta de fiscalização sanitária
consomem.
adequada para os alimentos.
FATORES LIGADOS AOS VÍRUS
Já abordado nas aulas anteriores…
FATORES AMBIENTAIS
Temos os desmatamentos, o que gera a migração
de animais silvestres para regiões mais próximas
das cidades e dos humanos.
Além disso, a aproximação ao habitat silvestre.
E a proliferação de vetores em decorrência das
mudanças climáticas enfatizadas.

↪ Principais Vírus Emergentes:

- Nipah (1998)
- SARS (2003)
- MERS (2012)
- COVID-19 (2019)
Sendo todos os 3 últimos considerados
Coronavírus emergente.
Todos os 4 vírus costumam ficar alojados em
Morcegos.

Dono: Richard Vieira - Turma 106 - Medicina