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ENFERMAGEM
Tomo 2
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Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
ENFERMAGEM
Tomo 2
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Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
Questão 1
Questão 1.1
Sr. Roberto, 50 anos, pai de três rapazes, viúvo, servidor público, analista de sistemas,
procurou o serviço de saúde do trabalho reclamando de “aperto no peito”. Na consulta de
enfermagem, verificou-se que ele era fumante e sedentário, apresentava processos
familiares alterados e estava insatisfeito com o seu salário e o excesso de peso. Diante
desse diagnóstico, concluiu-se que o estilo de vida do cliente era de risco para sua saúde
mental e então elaborou-se um plano de autocuidado. O que o(a) enfermeiro(a) deve incluir
nesse plano?
A. Prescrever orientações para evitar o fumo, encaminhar para a orientação nutricional e
recomendar atividade física.
B. Negociar com ele práticas de redução do fumo e estabelecimento de um programa de
atividades físicas e recreativas e encaminhá-lo para a reeducação alimentar.
C. Orientar para a busca do apoio dos filhos e de orientação sexual e recomendar que faça
dieta sem sal e hipocalórica, deambule diariamente e reduza o tabagismo.
D. Recomendar que realize atividades recreativas, observe dieta hipocalórica, evite o fumo e
busque relacionamentos amorosos.
E. Recomendar que realize atividades físicas e recreativas, observe dieta para reduzir
hipertensão e obesidade e busque satisfação sexual.
1. Introdução teórica
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Questão 1.
A – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. O enfermeiro deve estimular e negociar a redução do hábito de fumar e
não prescrever orientações para evitar o fumo. Se assim o fizer, o profissional impõe sua
conduta e desrespeita a autonomia e o poder de decisão do Sr. Roberto.
B – Alternativa correta.
JUSTIFICATIVA. O profissional deve respeitar o Sr. Roberto, negociando com ele estratégias
para redução do tabagismo; deve estimular e estabelecer um programa de atividades físicas
e recreativas para a promoção de sua saúde e minimizar risco de problemas relacionados à
saúde mental; deve, ainda, encaminhá-lo para um programa de reeducação alimentar que,
provavelmente, irá elaborar um cardápio ideal para o Sr. Roberto perder peso.
C – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. O enunciado da questão não apresentou dados relacionados à falta de
apoio familiar ou mesmo a problemas relacionados à orientação sexual do Sr. Roberto. Por
isso, a alternativa não se relaciona à resolução dos problemas do cliente.
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D – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. A realização de atividades de recreação é positiva para o Sr. Roberto, mas a
observação de uma dieta hipocalórica não é coerente. Faria mais sentido se a alternativa
apresentasse um programa de reeducação alimentar, para que o paciente mude o seu
hábito alimentar e, assim, consiga perder peso. Além do mais, a busca de relacionamentos
amorosos pode não resolver os processos familiares alterados porque o enunciado não
explicita detalhadamente quais são os problemas familiares enfrentados pelo cliente.
E – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. O enunciado não mencionou que o Sr. Roberto tem hipertensão arterial ou
mesmo problemas relacionados à sua sexualidade.
3. Indicações bibliográficas
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Questão 2
Questão 2.2
A violência vem sendo abordada como um complexo fenômeno biopsicossocial e um
problema de saúde pública. O crescente interesse em profissionais da área de saúde na
investigação deste fenômeno está diretamente relacionado às sérias e profundas
repercussões para a saúde, com destaques epidemiológicos para o aumento de casos
envolvendo crianças, adolescentes, mulheres e idosos.
Considerando os diferentes grupos humanos, como a violência pode ser classificada?
A. Sexual, física e afetiva.
B. Estrutural, afetiva e sexual.
C. Estrutural, conjuntural e institucional.
D. Física, institucional e policial.
E. Social, policial e conjuntural.
1. Introdução teórica
Violência
violência institucional, que é aquela que ocorre, por exemplo, em escolas, locais de trabalho,
prisões e asilos.
• Violência coletiva – ocorre nos âmbitos macrossociais, políticos e econômicos,
caracterizando a dominação de grupos e do Estado. Nessa categoria, no âmbito social,
incluem os crimes cometidos por grupos organizados, atos terroristas e de multidões.
Abrange ainda ataques econômicos entre grupos e nações, geralmente motivados por
intenções e por interesses de dominação.
À classificação criada pelo Relatório da OMS, acrescenta-se outro tipo de violência, a
estrutural. Essa categoria se refere aos processos sociais, políticos e econômicos que
reproduzem e cronificam a fome, a miséria e as desigualdades sociais, de gênero, de etnia e
mantêm o domínio adultocêntrico sobre as crianças e adolescentes. A violência estrutural é
difícil de ser quantificada, perpetua-se nos processos históricos, repete-se e naturaliza-se na
cultura, sendo responsável por privilégios e formas de dominação na sociedade. A maioria
dos tipos de violência citados tem sua base na violência estrutural (MINAYO, 2004).
Assim, considerando o momento ou o período em que a violência acontece, ela pode
ser classificada do modo apresentado abaixo (BURKER, 1995; AZEVEDO, 2004).
• Estrutural ou “endêmica” – congênere a uma doença crônica, pois é instalada numa
parte da sociedade e vai criando metástases por toda a sociedade. Sua cura envolve um
planejamento eficaz, coordenado pelas instituições para solucionar a problemática em
questão.
• Conjuntural ou “epidêmica” – registra-se em momentos ocasionais e, mesmo que não se
vislumbre uma solução, com o passar do tempo é esmorecida. As manifestações populares
para reivindicação de solução de problemas sociais, econômicos ou culturais são exemplos
de violência conjuntural.
Segundo a OMS (2002), a natureza dos atos violentos pode ser classificada nas
quatro modalidades expostas a seguir.
• Física – significa o uso da força para produzir traumatismos, feridas, dor ou incapacidade
em outrem.
• Psicológica – inclui as agressões verbais ou gestuais, com o objetivo de aterrorizar,
rejeitar, humilhar a vítima, restringir a liberdade ou, ainda, isolá-la do convívio social.
• Sexual – diz respeito ao ato ou ao jogo sexual que ocorre nas relações heterossexuais
ou homossexuais e visa a estimular a vítima ou utilizá-la para obter excitação sexual e
práticas eróticas, pornográficas e sexuais impostas por meio de aliciamento, violência física
ou ameaças.
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A – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Essas são classificações de acordo com a natureza dos atos violentos.
B – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. A violência afetiva e sexual são classificações de acordo com a natureza dos
atos violentos.
C – Alternativa correta.
JUSTIFICATIVA. Todas são formas de classificações da violência humana, referenciadas pela
Organização Mundial da Saúde (OMS), conforme explicitado no texto sobre a temática.
D – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. A violência física está relacionada à natureza do ato violento, não sendo a
violência policial um tipo de classificação do fenômeno.
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E – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Violência policial não é considerada uma classificação de violência, posto
que ela deve ser classificada por outra nomenclatura, como por exemplo, física.
3. Indicações bibliográficas
• WORLD HEALTH ORGANIZATION. World report on violence and health. Geneve: WHO;
2002. Disponível em
<http://www.who.int/violence_injury_prevention/violence/world_report>. Acesso em 17
jun. 2010.
• MINAYO, M. C. S. Violência: um velho-novo desafio para a atenção à saúde . 2004.
Disponível em <http://br.monografias.com/trabalhos901/violencia-desafio-atencao-
saud/violencia-desafio-atencao-saud2.shtml#_Toc171344603>. Acesso em 17 jun.
2010.
• BURKE, P. Violência social e civilização . São Paulo: Braudel Papers, 1995. p. 1-12.
Disponível em <http://www.braudel.org.br/publicacoes/bp/bp12_pt.pdf>. Acesso em
17 jun. 2010.
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Questão 3
Questão 3.3
Mário, 40 anos, compareceu ao Pronto Socorro com queixa de cefaleia intensa e fotofobia.
Na avaliação inicial, o enfermeiro mediu a pressão arterial utilizando um manguito com
largura que correspondia a 40% da circunferência de seu braço e bolsa inflável de
comprimento que envolvia 90% do braço. Durante a deflação do manguito o enfermeiro
auscultou o primeiro som (Fase I de Korotkoff) no valor de 138 mmHg na escala do
manômetro, porém os sons persistiram até o zero, com abafamento no valor de 88 mmHg.
Considerando as circunstâncias descritas e as observações realizadas, qual o registro correto
relacionado com os valores da pressão arterial?
A. PA = 135/85 mmHg.
B. PA = 138/88 mmHg (manguito estreito em relação à circunferência do braço).
C. PA = 135/0 mmHg.
D. PA = 135/85/0 mmHg (manguito estreito em relação à circunferência do braço).
E. PA = 138/88/0 mmHg.
1. Introdução teórica
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pelo atrito com a parede do vaso, denominada de pressão arterial. Assim, essa pressão
depende do calibre da artéria: quanto mais estreita é a artéria, maior a resistência à
passagem do sangue e, por consequência, maior será a pressão arterial.
A pressão arterial (PA) é produto da relação débito cardíaco (DC) que é a quantidade
de sangue bombeado pelo coração em um minuto versus a resistência periférica total (RPT),
que é a resistência dos vasos da circulação periférica, ou seja, PA = DC x RPT (GUYTON,
2008).
A força do coração para bombear o sangue é chamada de pressão máxima, ou
sistólica. A resistência que a artéria oferece à passagem do sangue é chamada de pressão
mínima, ou diastólica. Em geral, a pressão arterial é expressa como a proporção da pressão
sistólica sobre a diastólica, com valores normais para o adulto variando de 100/60 até
140/90 mmHg. Um aumento na PA acima do limite superior de normalidade é denominado
hipertensão, enquanto uma diminuição abaixo do limite inferior é chamada hipotensão
(BRUNNER e SUDDARTH, 2005).
Segundo o Ministério da Saúde, o valor normal da pressão arterial para um adulto
com idade superior a 18 anos deve ser menor que 120/80 mmHg, considerando estado pré-
hipertensivo o indivíduo com níveis pressóricos entre 120 e 139 (sistólica) e 80 e 89
(diastólica) e hipertensão arterial com valores iguais ou superiores a 140/90 mmHg (BRASIL,
2006).
A medida indireta das pressões sistólica e diastólica, pelo método auscultatório, é o
mais empregado na prática clínica, sendo um modo simples e fácil de aferição da PA, mas
que deve ser realizada com critérios.
Os instrumentos utilizados para aferir a PA são o esfigmomanômetro e o estetoscópio.
Este é o instrumento que amplifica os sons e os transmite até os ouvidos do operador.
Aquele, de coluna de mercúrio ou aneroide, possui um manguito inflável que deve ser
apropriado para cada indivíduo, devendo ter uma largura de 40% e o comprimento de 80%
da circunferência do membro (o manguito médio para adulto é de 12 a 14 cm de largura e
30 cm de comprimento). Os sons provocados pela passagem do sangue nas artérias e
ouvidos pelo profissional de saúde são chamados de sons de Korotkoff. O primeiro som claro
é a pressão sistólica provocada pela contração do músculo cardíaco que impulsiona o
sangue pela artéria e a pressão diastólica ocorre no ponto em que o som muda ou
desaparece (BARROS, 2002; BRUNNER e SUDDARTH, 2005).
É importante ressaltar que, para ter o valor diagnóstico necessário, a PA deve ser
medida com técnica adequada, utilizando-se de aparelhos confiáveis e devidamente
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A – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. O primeiro som auscultado foi no valor 138 mmHg, e não 135 mmHg. O
abafamento do som ocorreu no valor 88 mmHg, e não 85 mmHg. Sendo assim, o correto
seria 138/88 mmHg.
B – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. O primeiro som auscultado foi no valor 138 mmHg, e o abafamento do som
ocorreu no valor 88 mmHg, o que torna o valor 138/88 mmHg correto. Contudo, a largura
do manguito correspondia a 40% da circunferência do braço do Mário, o que é considerado
ideal e não estreito, conforme a alternativa menciona.
C – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. O primeiro som auscultado (sístole) foi no valor 138 mmHg, e não 135
mmHg.
D – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. O primeiro som auscultado foi no valor 138 mmHg, e não 135 mmHg. O
abafamento do som ocorreu no valor 88 mmHg e não 85. Sendo assim, o correto seria
138/88 mmHg.
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E – Alternativa correta.
Justificativa. O primeiro som auscultado foi no valor 138 mmHg, correspondendo à I fase de
Korotkoff e ao valor da pressão sistólica. Houve, no entanto, a persistência dos batimentos
até o nível zero. Quando isso ocorre, a pressão diastólica é determinada no abafamento dos
sons (fase IV de Korotkoff), que incidiu no valor de 88 mmHg, e o momento em que houve
o desaparecimento do som (fase V de Korotkoff) deve ser registrado. Assim, o registro
correto da PA é 138/88/0 mmHg.
3. Indicações bibliográficas
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Questão 4
Questão 4.4
Ana, 55 anos, após herniorrafia inguinal, ficou cerca de 12 horas sem urinar e começou a
apresentar eliminação frequente de pequena quantidade de urina, além de bexiga palpável e
sensação de desconforto em abdome inferior.
Considerando esse quadro clínico, a enfermeira da unidade cirúrgica prescreve o que segue.
I. Favorecer a micção, permitindo a paciente urinar sentada.
II. Estimular a micção por meio do barulho, visão da água corrente e irrigação do períneo
com água morna.
III. Realizar cateterização vesical de alívio.
IV. Manter uso contínuo de fralda.
No caso de Ana, a prescrição contida no item
A. I é contraindicada no 1o pós-operatório.
B. II não se aplica a esse quadro clínico.
C. III deve ser precedida das prescrições contidas nos itens I e II.
D. III deve ser realizada apenas por prescrição médica.
E. IV deve ser precedida da prescrição contida no item I.
1. Introdução teórica
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2. Indicações bibliográficas
I – Afirmativa correta.
JUSTIFICATIVA. Após a tentativa de estímulo visual e auditivo (fluxo de água), o profissional
pode permitir que Ana se sente para urinar, tomando os devidos cuidados para evitar
complicações.
II – Afirmativa correta.
JUSTIFICATIVA. A observação/escuta da água corrente e a aplicação de água morna no
períneo são métodos não invasivos de primeira escolha para estimular a micção, que devem
ser tentados pelo enfermeiro.
IV – Afirmativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. A colocação de fralda geriátrica só é necessária em casos de incontinência
urinária. Como o quadro clínico apresentado por Ana é característico de retenção urinária e
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3. Indicações bibliográficas
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Questão 5
Questão 5.5
Na reunião da Liga de Diabetes, a discussão deste mês foi sobre o caso de Paulo, de 18
anos. Ele apresenta diabetes mellitus tipo 1 e faz tratamento com o esquema insulina NPH+
insulina ultrarrápida pré-prandial. Foi orientado a realizar a automonitorização da glicemia
antes de cada refeição e ajustar a dose da insulina ultrarrápida, conforme o valor da
glicemia observado. Em consulta de retorno, os resultados dos exames e as informações de
Paulo indicaram que os objetivos do tratamento foram alcançados, porém ele se queixou
que está "cansado da rigidez no controle da glicemia e de tantas picadas diárias ".
Frente ao relato, os alunos de graduação em enfermagem sugeriram as intervenções a
seguir.
I. Confrontar o resultado da hemoglobina glicada com os resultados da glicemia pré-
prandial a fim de certificar-se da adesão de Paulo ao controle orientado.
II. Substituir a automonitorização da glicemia por testes de glicosúria antes das refeições.
III. Manter a automonitorização domiciliar das glicemias como uma parte fundamental no
tratamento.
IV. Analisar, conjuntamente com Paulo, seu esquema de alimentação, exercícios e
medicação, visando a estabelecer uma forma alternativa de automonitorização domiciliar das
glicemias.
São corretas apenas as intervenções
A. I e II. B. I e III. C. II e III. D. II e IV. E. III e IV.
1. Introdução teórica
Diabetes Mellitus
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I – Afirmativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Os alunos de enfermagem devem analisar os exames já realizados pelo
paciente na consulta de retorno, que, por sua vez, indicaram que os objetivos do tratamento
foram alcançados, conforme referido no enunciado. Assim, não existe necessidade de nova
solicitação de exames laboratoriais.
II – Afirmativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. O monitoramento da glicemia domiciliar é um dos principais
comportamentos para o autocuidado e um dos mais importantes dentro do tratamento para
DM, não sendo recomendada sua substituição.
IV – Afirmativa correta.
JUSTIFICATIVA. Para que haja a aderência do paciente ao tratamento, é importante que
Paulo esteja sempre envolvido nas decisões sobre sua terapêutica. Assim, frente ao relato
do paciente de insatisfação com a rigidez no controle da glicemia e das constantes picadas
diárias, a equipe de saúde deve promover uma nova avaliação de todos os métodos
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Alternativa correta. E.
3. Indicações bibliográficas
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Questão 6
Questão 6.6
Sara, 42 anos, foi submetida à craniotomia para clipagem de aneurisma cerebelar esquerdo.
Após a cirurgia, os sinais vitais estavam estáveis e ela se recuperava bem da anestesia
geral. No quarto dia, Sara apresentou um quadro de cefaléia, confusão e perda de força em
mão direita. Seu nível de consciência deteriorou de forma acentuada e ela foi intubada e
encaminhada à unidade de cuidados intensivos. No momento encontra-se em ventilação
mecânica, em jejum, SNG aberta, sonda vesical e cateter central. Dentre as intervenções de
enfermagem, qual é a indicada para Sara?
A. Promover aspiração endotraqueal em horários fixos.
B. Manter a cabeceira elevada a 30º e alinhamento mentoesternal.
C. Fechar SNG, se apresentar desequilíbrio hidroeletrolítico.
D. Manter decúbito lateral com flexão de quadril superior a 90º.
E. Realizar limpeza da incisão cirúrgica com clorexidina.
1. Introdução teórica
Cirurgia intracraniana
A craniotomia envolve a abertura do crânio por meios cirúrgicos para ganhar acesso
às estruturas intracranianas. Esse procedimento é realizado para remover tumores cerebrais,
reduzir a pressão intracraniana, evacuar um coágulo sanguíneo e para controlar uma
hemorragia cerebral (SMELTZER e BARE, 2005).
As complicações da cirurgia intracraniana incluem o aumento na pressão intracraniana
(PIC), o choque hipovolêmico e o sangramento, a infecção e os déficits neurológicos. A
elevação da PIC pode ocorrer em consequência de um edema ou tumefação cerebral,
devendo ser tratada com um diurético osmótico, o manitol. O tratamento pós-operatório da
cirurgia intracraniana inclui:
a) a redução do edema cerebral, por meio da administração do manitol;
b) o alívio da dor, porque é comum o paciente apresentar cefaleia pelo estiramento e
irritação dos nervos do couro cabeludo durante a cirurgia;
c) a prevenção de crises convulsivas, por causa do alto risco de epilepsia após
procedimentos neurológicos supratentoriais;
d) a monitorização da PIC.
As principais metas de enfermagem para um paciente submetido à cirurgia intracraniana
devem incluir a preparação adequada para a cirurgia, homeostase neurológica para
melhorar a perfusão do tecido cerebral, regulação térmica, ventilação e troca de gases
normais, capacidade de lidar com a privação sensorial, adaptação às alterações na imagem
corporal e ausência de complicações (SMELTZER e BARE, 2005).
Depois da cirurgia intracraniana, o profissional de enfermagem deve avaliar a função
respiratória (padrão e frequência respiratória), porque um pequeno grau de hipóxia pode
aumentar a isquemia cerebral, acrescendo a avaliação da gasometria arterial. As flutuações
nos sinais vitais são cuidadosamente monitorizadas e documentadas porque indicam a PIC
aumentada. A temperatura do paciente deve ser medida em intervalos para avaliar
hipotermia secundária à lesão do hipotálamo. As verificações neurológicas devem ser
realizadas frequentemente para detectar a PIC aumentada, resultante do edema ou
sangramento cerebral. O enfermeiro deve estar alerta para o desenvolvimento de
complicações relacionadas à cirurgia.
A – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. A aspiração endotraqueal em horários fixos pode aumentar a pressão
intracraniana, devendo ser realizada, com cautela, somente quando houver necessidade.
B – Alternativa correta.
JUSTIFICATIVA. Elevar a cabeceira do leito auxilia na drenagem venosa do cérebro e reduz
o edema cerebral. A estabilização/alinhamento mentoesternal é importante para manter o
fluxo sanguíneo adequado para o cérebro.
C – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Não está relacionado com o aumento da PIC.
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D – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Não está relacionado com o aumento da PIC.
E – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Não está relacionado com o aumento da PIC.
3. Indicações bibliográficas
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Questão 7
Questão 7.7
Paula, 16 anos, iniciou o atendimento pré-natal na Unidade Básica de Saúde (UBS) após
teste de gravidez positivo. Depois de algum tempo, a agente comunitária, responsável pela
área em que se situa a residência de Paula, procurou a enfermeira da UBS dizendo que a
adolescente "não havia realizado nenhum dos exames solicitados; tinha tentado interromper
a gestação e, apesar de não estar passando bem, não procurou o hospital por medo de ser
presa." A enfermeira, então, decidiu realizar visita domiciliar, encontrando a gestante
descorada, sem perdas vaginais, com epistaxe e sangramento gengival, ambos de moderada
intensidade. Para a assistência à adolescente, a enfermeira corretamente suspeita de
A. ameaça de abortamento, o que requer guia da UBS para o encaminhamento de Paula a
ambulatório médico especializado de referência na área da saúde da mulher.
B. infecção polimicrobiana associada a abortamento infectado, o que requer utilização do
sistema regional de urgência e emergência para o encaminhamento de Paula a hospital
de média complexidade.
C. processo inflamatório decorrente de abortamento completo, o que requer o
acompanhamento de Paula pela UBS e pelo serviço de referência para educação em
saúde de adolescentes.
D. processo infeccioso decorrente de abortamento incompleto e inevitável, o que requer
guia da UBS para o encaminhamento de Paula a hospital de referência para
procedimentos de baixa complexidade.
E. distúrbio de coagulação associado a abortamento retido, o que requer utilização do
sistema regional de urgência e emergência para o encaminhamento de Paula a hospital
de média complexidade.
1. Introdução teórica
Abortamento
concepção pesando menos que 500 gramas, enquanto aborto é o produto da concepção
eliminado no abortamento e não o ato propriamente dito (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005).
O abortamento pode ser classificado quanto à idade gestacional, ao tipo, ao grau de
eliminação do concepto, à presença de complicações e à situação clínica. Apresenta-se a
seguir um resumo da classificação dos abortamentos segundo a literatura (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2005; ROCHA E NETO, 2003).
a) Quanto à idade gestacional – pode ser classificado como precoce (até a 12ª semana)
e tardio (da 13ª semana até a 22ª semana).
b) Quanto ao iipo – classifica-se em espontâneo ou natural, provocado ou induzido e
habitual ou de repetição (quando ocorre dois ou mais abortamentos sequenciais).
c) Quanto ao grau de eliminação – pode ser completo (quando todo o produto da
concepção é eliminado), incompleto (quando a placenta permanece retida na cavidade
uterina) e retido (quando todo produto da concepção fica retido na cavidade uterina).
d) Quanto à presença de complicações – classificado em não infectado e abortamento
infectado ou séptico, no qual ocorre a invasão bacteriana da cavidade uterina, provocando
endometrite, caracterizado pela presença de dor abdominal, de eliminação de exsudato
purulento e fétido através do colo uterino, febre e comprometimento do estado geral da
mulher.
e) Quanto à situação clínica – classificado em abortamento evitável, pode ocorrer dor do
tipo cólica e sangramento discreto, mas o colo uterino permanece fechado, não havendo
perda gestacional e nem indicação de internação hospitalar; e abortamento inevitável,
quando a mulher apresenta cólica e sangramento vaginal moderado ou intenso e com
dilatação do colo do útero, permitindo a eliminação parcial ou total do produto da
concepção.
Nos casos de abortamento, a conduta mais frequente é encaminhar a mulher para
uma Unidade de Saúde Hospitalar que presta assistência de média ou de alta complexidade
para realização dos procedimentos pós-abortamento. Segundo o Ministério da Saúde (2005),
os sinais e sintomas que requerem atendimento de emergência são a presença de cólicas
por tempo prolongado, sangramento prolongado (maior que duas semanas) e abundante,
dor abdominal intensa ou prolongada, febre, calafrios ou mal-estar geral e desmaios.
O conhecimento dos aspectos clínicos do abortamento e de suas classificações
fornece subsídios para que o profissional de saúde exerça o cuidado imediato às mulheres
nesta situação, na perspectiva da integralidade do atendimento.
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A – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Paula estava grávida e já tinha tentado interromper a gestação. Não se
pode confirmar o diagnóstico de ameaça de abortamento pelo quadro clínico que ela
apresenta, visto que tal diagnóstico indicaria encaminhamento imediato para uma
assistência hospitalar de urgência e emergência de média complexidade.
B – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Pelo quadro clínico descrito não existe evidência de abortamento infectado
e nem de infecção, que são caracterizados principalmente pela presença de quadro febril e
pela perda de exsudato transvaginal fétido, quadro que Paula não apresenta.
C – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. O processo inflamatório é caracterizado pela presença da sintomatologia:
dor, hipertermia, hiperemia, edema e perda de função. Estas não são características
apresentadas por Paula. Como não houve perda vaginal, não se pode caracterizar o
diagnóstico de abortamento completo, que ocorre quando existe perda total do concepto e
dos órgãos anexos. Tal quadro clínico não requer somente atividades de educação em
saúde, sendo necessário priorizar os sinais e sintomas que Paula apresenta no momento e
encaminhá-la imediatamente a um hospital.
D – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. O processo infeccioso é caracterizado pela presença de febre, o que não
ocorre com Paula. O abortamento incompleto é conceituado quando existe perda do
concepto, mas não ocorre a expulsão dos órgãos anexos, como a placenta. Como não houve
perda vaginal, está descartada esta alternativa. Paula deve ser encaminhada a um serviço
de média complexidade para realização da curetagem e correção do distúrbio de
coagulação.
E – Alternativa correta.
JUSTIFICATIVA. O distúrbio de coagulação é evidenciado em Paula pela presença de pele e
mucosas descoradas, epistaxe e sangramento gengival, demonstrando que está havendo
perda sanguínea importante. Observa-se que houve abortamento retido porque Paula havia
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tentado interromper a gestação, mas não houve perda vaginal, indicando que o concepto e
seus anexos ficaram retidos na cavidade uterina. Todo caso de abortamento deve ser
encaminhado, em regime de urgência ou emergência, para uma Unidade de Saúde
Hospitalar que realiza assistência de média ou de alta complexidade para que os
procedimentos pós-abortamentos sejam realizados.
3. Indicações bibliográficas
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Questão 8
Questão 8.8
Joana, terceira filha de mãe fumante crônica, nasceu de parto cesariana, com idade
gestacional de 36 semanas, pesando 1800 gramas e com insuficiência respiratória
moderada. Segundo a Norma de Atenção Humanizada do Recém-Nascido (RN) de baixo
peso: Método Mãe-Canguru (Portaria Nº 693/2002), qual é a conduta correta da enfermeira
no seu plano de assistência?
A. Garantir a aplicação do método, após decisão consensual entre mãe, familiares e
profissionais de saúde; e capacitar a família para reconhecer situações de risco do RN,
nos primeiros 15 dias.
B. Ensinar à mãe e à família os cuidados com o RN e assegurar à puérpera visita irrestrita
no berçário; iniciar a segunda etapa do programa, caso a criança atinja ganho ponderal
de 10 gramas/dia.
C. Incentivar contato pele a pele entre a mãe e a criança, imediatamente após o parto,
orientando a colocação do RN sobre o tórax da mãe para incentivar o aleitamento
materno e estreitar o vínculo afetivo.
D. Orientar a mãe e a família sobre as condições de saúde do RN, estimular livre e precoce
acesso dos pais à Unidade Neonatal e propiciar o contato tátil sempre que possível,
acompanhado pela equipe nos primeiros cinco dias.
E. Iniciar as medidas para estímulo à amamentação, os cuidados com as mamas, a ordenha
manual e a armazenagem e a administração do leite ao RN.
1. Introdução teórica
O Método Mãe-Canguru (MMC) tem sido proposto como uma alternativa ao cuidado
neonatal convencional para bebês de baixo peso ao nascer. Trata-se de um novo método de
assistência que implica no contato precoce pele a pele entre a mãe e o recém-nascido de
baixo peso (RNBP) de forma crescente e segura. As vantagens apresentadas pela literatura
para aplicação do método são: aumento do vínculo mãe-filho; menor tempo de separação
mãe-filho evitando longos períodos sem estimulação sensorial; estímulo ao aleitamento
materno; maior competência e segurança dos pais no manuseio de seu filho de baixo peso;
33
Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
A – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Na primeira etapa do MMC, preconiza-se o acesso livre e precoce dos pais à
unidade, o estímulo à amamentação e a participação da mãe nos cuidados do bebê, sendo
um período de adaptação e treinamento. Os profissionais de saúde deverão prestar todos os
ensinamentos para os pais e familiares e realizar o acompanhamento destes na UTIN nos
primeiros cinco dias após o parto e não 15 dias, conforme alternativa.
B – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. A mãe deve ter acesso livre e precoce à UTIN e são critérios de
elegibilidade para a inserção do bebê na segunda etapa do MMC (enfermaria conjunta) a
estabilidade clínica, a nutrição enteral plena, o peso mínimo de 1.250 g e ganho diário de
peso maior que 15 g (e não 10 g, como mencionado na alternativa).
C – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. O RNPB apresenta quadro de insuficiência respiratória moderada, no qual
não se recomenda contato pele a pele imediatamente após o parto, em função do risco de
complicações respiratórias no bebê. Nesse caso, o RNPB deve ser encaminhado à Unidade
Neonatal para que seja prestada uma assistência de alta complexidade.
D – Alternativa correta.
JUSTIFICATIVA. O RNPB com problemas respiratórios deve ser encaminhado para uma
Unidade Neonatal para que seja mais bem assistido pela equipe de saúde. Nessa fase, que
correspondente à primeira etapa do MMC, os cuidados que devem ser prestados incluem
orientar a mãe e o familiar sobre as condições do bebê; estimular o livre e precoce acesso
dos pais à UTIN, proporcionando o contato físico com a criança; acompanhar e oferecer
orientações com relação ao cuidado com o bebê e às medidas para controle da infecção
hospitalar; estimular a amamentação e oferecer os ensinamentos para os pais e familiares
nos primeiros cinco dias após o parto.
34
Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
E – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Apesar do MMC priorizar o contato pele a pele entre pais e filhos e o
estímulo à amamentação, o enfermeiro deve informar a mulher sobre os cuidados com as
mamas, a ordenha e o armazenamento do leite materno e não realizar esses cuidados como
sugere a alternativa.
3. Indicações bibliográficas
35
Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
Questão 9
Questão 9.9
Avalie as afirmativas e a relação proposta entre elas.
I. Lucas, quatro anos, foi admitido no Pronto Socorro Pediátrico apresentando frequência
respiratória de 55 incursões por minuto, temperatura de 38,8ºC, tosse intermitente e queixa
de dor torácica à direita agravada pela inspiração profunda e que irradia para o abdome.
Entre os cuidados, a enfermeira colocou a criança em decúbito lateral direito e instalou uma
tenda com oxigênio fria.
PORQUE
II. A imobilização do tórax afetado reduz o atrito pleural, minimizando o desconforto, e a
umidificação hidrata as vias aéreas, criando uma atmosfera que impede a redução de
temperatura.
Assinale a alternativa correta.
A. As duas afirmativas são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira.
B. As duas afirmativas são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira.
C. A primeira afirmativa é verdadeira, e a segunda afirmação é falsa.
D. A primeira afirmativa é falsa, e a segunda afirmação é verdadeira.
E. As duas afirmativas são falsas.
1. Introdução teórica
37
Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
clínico. Encorajar a presença de uma pessoa que cuide da criança oferece uma fonte de
conforto e apoio a ela, contribuindo na redução dos agentes estressores.
A família também merece suporte e apoio emocional. Os pais devem ser mantidos
informados sobre a evolução do quadro clínico da criança durante o período de
hospitalização e orientados quanto aos cuidados domiciliares apropriados para o tratamento
domiciliar da pneumonia.
De acordo com Whaley e Wong (1999), a eficácia da prescrição de enfermagem é
determinada pela reavaliação contínua e pela avaliação dos cuidados com base nas
seguintes diretrizes de observação e resultados esperados:
• Observar os movimentos e o esforço respiratório da criança.
• Observar os sinais e sintomas de progressão no sentido do estado de saúde antes da
doença.
• Observar o comportamento e a atividade da criança.
• Observar outros membros da família e os contatos para evidência de infecção.
• Medir a temperatura.
• Observar sinais de hidratação adequada.
• Observar comportamento alimentar.
• Avaliar a criança para evidências de complicação, como desidratação, perda de peso ou
disseminação da infecção para outras áreas do corpo.
• Observar o comportamento da família e entrevistar os membros da família em relação
aos seus sentimentos e preocupações.
Por meio da realização de cuidados de enfermagem eficientes e adequados para cada
criança com pneumonia, o profissional promove o restabelecimento de sua condição de
saúde de um modo mais rápido e menos traumático e, assim, melhora o prognóstico da
doença.
3. Análise da questão
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Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
aéreas e propicia uma atmosfera fria, que auxilia na redução da temperatura. Assim, a
primeira e a segunda afirmativas estão corretas e a segunda afirmação justifica a primeira.
Alternativa correta. A.
3. Indicações bibliográficas
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Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
Questão 10
Questão 10.10
Antonio de Pádua, 25 anos de idade, foi levado à Unidade Básica de Saúde por um colega.
Antonio trabalha há 90 dias em uma construção civil, apresenta-se hoje com febre e
exantema maculopapular, acompanhado de linfadenopatia retroauricular, não relata história
de vacinação contra rubeola. Reside em alojamento da empresa com outros 10
trabalhadores, visitou a esposa e as filhas no município vizinho há 30 dias. O caso foi
notificado como suspeita de rubeola. A enfermeira da UBS fez algumas considerações para
orientar as medidas de controle e prevenção. Qual a alternativa que apresenta a justificativa
e a decisão corretas?
1. Introdução teórica
Rubeola
41
Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
42
Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
A – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Conforme referido pelo Ministério da Saúde, 25 a 50% dos casos são
subclínicos, o que não corresponde à maioria dos casos. É muito importante a busca da
fonte de infecção e a avaliação dos contatos para evitar a disseminação da rubeola, ao
contrário do mencionado na justificativa.
B – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. As medidas de controle da doença devem ser providenciadas a partir da
notificação de um caso suspeito, independentemente da intensidade dos sintomas
apresentados.
DECISÃO. Afirmativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Mediante um caso suspeito, a Unidade de Saúde do município deve notificar
imediatamente a Secretaria Municipal de Saúde para providenciar as medidas de controle da
doença, incluindo ações de vigilância epidemiológica locais.
C – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. No ano de 2003, durante a 44ª Reunião do Conselho Diretor da
Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), o Brasil assumiu o compromisso de eliminar a
43
Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
rubeola e a síndrome da rubeola congênita até o ano de 2010. Como estratégia, o Brasil
planejou, para o ano de 2008, uma grande campanha de vacinação contra a doença.
DECISÃO. Afirmativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. A campanha educativa da população é essencial para evitar a disseminação
do vírus e assim controlar a doença. Contudo, na presença de um caso suspeito é
recomendável a vacinação de bloqueio com a vacina tríplice viral para a faixa etária de 6
meses a 39 anos de idade, de forma seletiva e não indiscriminada.
D – Alternativa correta.
JUSTIFICATIVA. O vírus é transmitido por via respiratória e sua transmissibilidade ocorre de
5 a 7 dias antes do início do exantema e de 5 a 7 dias após o sintoma.
DECISÃO. Afirmativa correta.
JUSTIFICATIVA. Sabendo-se que o isolamento dos casos pode diminuir o risco de
transmissão viral, e que o período de transmissibilidade acontece de 5 a 7 dias antes do
início do exantema e de 5 a 7 dias após o exantema, pode-se considerar uma decisão
correta o isolamento de Antônio por 7 dias, visto que, o paciente apresenta as lesões
exantemáticas no momento, ou seja, encontra-se no período de transmissibilidade da
doença. As ações de vigilância epidemiológica são importantes para obter informações
detalhadas e uniformes para o caso e assim controlar melhor a doença. Entretanto, deve-se
desconsiderar a família de Antônio como fonte de infecção porque, provavelmente, o
contágio aconteceu depois da visita de Antônio. Considerando-se que o período de
incubação do vírus é de 14 a 21 dias, presume-se que sua contaminação aconteceu cerca de
14 a 21 dias antes do surgimento dos sintomas, período posterior à visita.
E – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. A rubeola é uma doença de curso benigno para homens e mulheres, sendo
essencialmente relevante a SRC. E, devido à eliminação da circulação do vírus da rubeola no
país, um caso confirmado dessa doença, independentemente da localidade ou período de
ocorrência, é considerado como surto pelo Ministério da Saúde.
DECISÃO. Afirmativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. A partir de um caso suspeito já é recomendado o bloqueio vacinal
imediato (até 72 horas após a exposição), devendo abranger as pessoas do mesmo
domicílio, independentemente do gênero ou idade, e os indivíduos que dividem o mesmo
ambiente de trabalho ou alojamento.
44
Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
3. Indicações bibliográficas
45
Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
Questão 11
Questão 11.11
Considere os fragmentos do discurso de um paciente:
Essa narrativa revela a assistência em grande parte dos hospitais no país. Mas, existem
iniciativas no âmbito da assistência humanizada que preconizam:
I. práticas mais flexíveis que atendam às necessidades dos pacientes, possibilitando, por
exemplo, que caminhem até o centro cirúrgico;
II. valorização da dimensão subjetiva da assistência, como o conforto, o acolhimento e a
escuta empática, possibilitando, por exemplo, várias opções de transporte;
III. priorização do cuidado interativo, da energia criativa, emocional e intuitiva, envolvendo,
por exemplo, a inclusão da família no acompanhamento até a sala cirúrgica,
desconsiderando aspectos técnicos e científicos;
IV. articulação do cuidado técnico e científico, constituído pela enfermagem, com o cuidado
ético e relacional efetivo, explicando ao paciente os motivos da obrigatoriedade desse tipo
de transporte.
Considerando a assistência humanizada, está correto apenas o que se afirma em
A. I e II. B. I e III. C. II e III. D. II e IV. E. III e IV.
1. Introdução teórica
47
Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
I – Afirmativa correta.
JUSTIFICATIVA. A humanização do atendimento pressupõe a valorização e o respeito ao
indivíduo, garantindo-lhe um atendimento individualizado e de qualidade, de acordo com as
necessidades de cada um. Isso permite ao profissional de saúde maior flexibilidade nas
48
Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
práticas de saúde, inclusive possibilitando que os usuários caminhem até o centro cirúrgico,
desde que em boas condições para tal.
II – Afirmativa correta.
JUSTIFICATIVA. Humanizar é também valorizar as dimensões subjetivas e sociais de cada
indivíduo, acolhendo-o e mantendo uma postura de escuta e compromisso em dar respostas
às necessidades de saúde de cada usuário. No referido caso, a dimensão subjetiva poderia
ter sido respeitada por meio da permissão da escolha do usuário sobre os possíveis meios de
transporte para chegar ao centro cirúrgico.
IV – Afirmativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. A articulação do cuidado técnico e científico com o cuidado ético e
relacional é um dos preceitos do cuidado humanizado. Entretanto, a obrigatoriedade da
utilização de macas para transportar o paciente ao centro cirúrgico desrespeita o direito de
participação do usuário no que tange ao cuidado à sua saúde.
Alternativa correta: A.
3. Indicações bibliográficas
49
Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/revista_medica_mg.pdf>. Acesso em 21
mai. 2010.
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva. Núcleo Técnico da Política Nacional
de Humanização. HumanizaSUS: Política Nacional de Humanização: a humanização
como eixo norteador das práticas de atenção e gestão em todas as instâncias do SUS .
Brasília: Ministério da Saúde, 2004.
• BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Programa
Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar . Brasília: Ministério da Saúde, 2001.
50
Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
Questão 12
Questão 12.12
A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher apresenta objetivos, metas, ações
e estratégias para atingir os princípios de humanização e de qualidade da atenção. Dentre
outros, pode-se citar: "a capacitação técnica dos profissionais de saúde e funcionários dos
serviços envolvidos nas ações de saúde para uso da tecnologia adequada, acolhimento
humanizado e práticas educativas voltadas à usuária e à comunidade" (Brasil, 2004). É
relevante para essa capacitação considerar que:
I. a redução da morbimortalidade pelo câncer de mama requer do enfermeiro domínio da
técnica do exame clínico e conhecimentos para incentivar a realização do autoexame pelas
mulheres; ação de eficácia cientificamente comprovada na prevenção primária da doença.
II. a vulnerabilidade para o câncer de colo de útero pode ser representada pela falta de
conhecimento, portanto, não basta ao enfermeiro incrementar a oferta de colpocitologia
oncótica na rede básica, é preciso sensibilizar e mobilizar a população feminina para a
prática do autocuidado e do sexo seguro.
III. a assistência em planejamento familiar demanda fornecimento de anticoncepcionais e
acompanhamento das usuárias, além de promoção de ações de educação em saúde e
aconselhamento sobre concepção e anticoncepção, visando à escolha livre e informada das
opções disponíveis tanto para os homens quanto para as mulheres.
IV. a redução da vulnerabilidade aos agravos à saúde sexual e reprodutiva das adolescentes
requer desenvolvimento de ações educativas que abordem a sexualidade na perspectiva de
gênero, classe e diferença social, de modo que a informação resulte em comportamento
adolescente socialmente desejável.
É correto apenas o que se afirma em
A. I e II. B. I e IV. C. II e III. D. II e IV. E. III e IV.
1. Introdução teórica
I – Afirmativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Para que o enfermeiro consiga identificar alterações mamárias é
importantíssimo que tenha domínio do exame físico das glândulas mamárias e estimule as
mulheres a realizar o autoexame das mamas. Entretanto, o autoexame não é recomendado
pelo Ministério da Saúde para o rastreamento e a detecção do câncer de mama.
II – Afirmativa correta.
JUSTIFICATIVA. A literatura apresenta diversos fatores de risco para o desenvolvimento do
câncer de colo uterino, entre elas, está a pouca instrução justificada pelo pouco
conhecimento das mulheres com relação à importância da prática do sexo seguro/protegido
52
Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
para prevenção da transmissão das doenças sexualmente transmitidas, como o HPV, um dos
principais precursores do câncer de colo uterino. Assim, é primordial que o enfermeiro, além
de realizar a consulta de enfermagem para coleta da colpocitologia oncótica, também realize
atividades educativas para sensibilizar as mulheres para utilizarem preservativo em todas as
relações sexuais.
IV – Afirmativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. A falta de informação sobre saúde sexual e reprodutiva é um dos fatores de
risco para o desenvolvimento do câncer de colo de útero, que deve ser trabalhada pelo
enfermeiro por meio de atividades educativas direcionadas à população. Entretanto, as
ações educativas, individuais ou coletivas, devem enfatizar ações de prevenção da doença
por meio da transmissão de informações relacionadas à prática do autocuidado e do sexo
seguro e não definir como deverá ser o comportamento social de qualquer indivíduo,
conforme referido na alternativa.
Alternativa correta. C.
3. Indicações bibliográficas
53
Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
54
Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
Questão 13
Questão 13.13
Após o cadastramento das famílias que compõem a área de abrangência de uma unidade de
Saúde da Família, as equipes se reuniram para definir as estratégias de ação frente à
problemática identificada: a elevada incidência de jovens usuários de drogas e de pessoas
com transtorno mental e história de internação psiquiátrica. Diante dessa situação, a equipe
decidiu realizar uma pesquisa para conhecer as dificuldades das famílias em cuidar dos
indivíduos com transtorno mental. Do ponto de vista metodológico, o que deve ser
considerado para a execução dessa pesquisa?
A. Considerar o sexo e a idade dos sujeitos como variáveis dependentes do estudo.
B. Enviar questionários às famílias para avaliar o grau de confiabilidade do teste de
hipótese.
C. Implantar, antes da coleta de dados, um programa de capacitação das famílias para que
se instrumentalizem quanto às formas de atenção.
D. Aplicar às pessoas com transtorno mental um teste que avalie o seu desempenho
cognitivo e categorize o tipo de atenção requerida.
E. Elaborar um projeto justificando o problema, determinando objetivos e a trajetória
metodológica.
1. Introdução teórica
Pesquisa em enfermagem
abordagem flexível à coleta e análise dos dados, sendo difícil definir, com precisão, o fluxo
de atividades a serem desenvolvidas. Com frequência, as pesquisas com essa abordagem
começam com uma questão ampla a ser respondida e apresentam as seguintes fases de
desenvolvimento: conceitualização e planejamento, condução do estudo e divulgação
(POLIT et al, 2004; LOBIONDO-WOOD, 2001).
É imprescindível que o enfermeiro tenha conhecimento básico sobre a elaboração e o
desenvolvimento de uma pesquisa científica para que possa fundamentar suas decisões,
ações e interações com os clientes com base científica, permitindo assim o aprimoramento
da assistência de enfermagem e o aperfeiçoamento da profissão (POLIT et al , 2004).
A – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Variáveis dependentes são usadas para designar os efeitos presumidos de
uma pesquisa. Para o desenvolvimento do estudo, os pesquisadores podem até utilizar as
variáveis sexo e idade, entretanto, tais informações não respondem ao objetivo de conhecer
as dificuldades dos familiares no cuidado ao indivíduo com transtorno mental.
B – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. O objetivo da pesquisa é o de conhecer as dificuldades das famílias em
cuidar dos indivíduos com transtorno mental. Assim, a meta da pesquisa é levantar
informações relacionadas à realidade vivenciada pelas famílias, que não pressupõe testar
hipóteses. Além disso, é eticamente incorreto enviar questionários às famílias antes da
aprovação do projeto de pesquisa pelo Comitê de Ética em Pesquisa.
C – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. A coleta de dados sobre as dificuldades das famílias deve acontecer antes
da aplicação dos resultados na prática clínica, ou seja, antes da implantação das
intervenções de enfermagem.
D – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Como o objetivo do estudo é conhecer as dificuldades dos familiares no
cuidado ao indivíduo com transtorno mental, os sujeitos da pesquisa devem ser os
familiares.
57
Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
E – Alternativa correta.
JUSTIFICATIVA. Seguindo a sequência metodológica para uma pesquisa científica, os
profissionais de saúde devem elaborar um projeto de pesquisa que contemple as fases de
conceitualização da temática, delineamento e planejamento da pesquisa (fases 1 e 2).
Assim, o primeiro passo é a elaboração do projeto, na qual devem estar descritos a
justificativa e a relevância do problema de pesquisa, os objetivos e a trajetória metodológica
da pesquisa.
3. Indicações bibliográficas
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Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
Questão 14
Questão 14.14
João, dependente de drogas e contaminado pelo vírus HIV, é atendido pela enfermeira do
ambulatório de saúde mental. Durante a consulta, revela que é enfermeiro da terapia
intensiva da instituição e frequentemente injeta metade da droga prescrita aos pacientes
(opiácio) em si próprio. Considerando a situação descrita e os aspectos éticos e legais,
preconiza-se que a enfermeira
I. esteja comprometida com a assistência de enfermagem a João, sem discriminação de
qualquer natureza, abstendo-se de revelar esses informes confidenciais a pessoas que não
estejam obrigadas ao sigilo.
II. assuma a assistência a João, cidadão pleno de direitos e deveres, e reflita que ele está
sendo atendido como paciente e, como tal, independentemente de sua patologia, tem
direito ao sigilo de suas informações e de seu diagnóstico.
III. garanta a assistência a João e comunique o caso à diretoria de enfermagem,
considerando que ele pode cometer danos à própria vida, à de terceiros e ao patrimônio da
empresa, por integrar o quadro funcional do hospital.
IV. comprometa-se com a assistência a João, mesmo sendo dilemática a situação, porém o
denuncie ao Conselho Regional de Enfermagem, visando a cumprir os preceitos éticos e
legais da profissão.
É correto apenas o que se afirma em
A. III e IV. B. II e IV. C. II e III. D. I e II. E. I e III.
1. Introdução teórica
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Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
• Ter livre acesso aos meios de informações a respeito de sua doença e de seu
tratamento.
• Ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos invasivos possíveis.
• Ser tratada, preferencialmente, em serviços comunitários de saúde mental.
A assistência de enfermagem em saúde mental exige que o enfermeiro conhecedor
dos parâmetros éticos e legais da assistência à pessoa com transtorno mental assuma o
compromisso com o trabalho interdisciplinar e que tenha conhecimento teórico-prático
suficiente. Vale ressaltar que o trabalho do enfermeiro em saúde mental e psiquiátrica deve
estar fundamentado na parceria com o cliente e a família para atender com qualidade e
respeito às múltiplas facetas do transtorno mental.
I – Afirmativa correta.
JUSTIFICATIVA. Segundo o Código de Ética em Enfermagem - artigo 15, é dever do
enfermeiro prestar assistência de enfermagem sem discriminação de qualquer natureza. O
artigo 81, do capítulo II do mesmo Código, aponta que é um direito do profissional abster-se
de revelar informações confidenciais de que tenha conhecimento em razão do seu exercício
profissional a pessoas ou entidades que não estejam obrigadas ao sigilo. Por isso,
considerando os aspectos éticos e legais da profissão, a enfermeira deve continuar
comprometida com a assistência a João e abster-se de revelar as informações confidenciais.
II – Afirmativa correta.
JUSTIFICATIVA. A enfermeira deve assumir a assistência de João sem discriminação de
qualquer natureza, conforme recomendação do Código de Ética em Enfermagem. É
importante esclarecer a João que, apesar de ser funcionário da instituição, ele está sendo
atendido como paciente e como tal, tem direito ao sigilo profissional.
61
Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
IV – Afirmativa incorreta.
Justificativa. Como a informação foi transmitida durante a assistência de enfermagem, a
enfermeira tem o dever de manter segredo sobre o fato.
Alternativa correta. D.
Comentário. É importante frisar que o CEPE foi revisado, atualizado e publicado em 2017
pelo Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), mantendo os mesmos direitos e deveres
relacionados à profissão citados na questão.
3. Indicações bibliográficas
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Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
Questão 15
Questão 15.15
Reginaldo, 46 anos, portador de doença renal crônica, vai iniciar hemodiálise três vezes por
semana enquanto aguarda a chamada para se submeter a transplante renal. Ele foi
encaminhado para receber o esquema de vacinação contra hepatite B, na Unidade Básica de
Saúde próxima de sua residência, onde recebeu a primeira dose de 2 mL de vacina por via
intramuscular profunda. A segunda dose foi administrada após intervalo de 30 dias, tendo
sido agendada a terceira dose para 180 dias após a primeira, data em que Reginaldo se
encontrava internado no hospital devido a uma intercorrência gastrintestinal. Sessenta dias
após a data agendada compareceu à UBS e solicitou o reinício do esquema de vacinação
porque havia ultrapassado os prazos estipulados no calendário. Qual a conduta e a
orientação corretas a serem oferecidas a Reginaldo?
A. Reiniciar o esquema de três doses conforme solicitado pelo cliente porque a interrupção
do esquema anula os anticorpos anteriormente produzidos.
B. Dar continuidade ao esquema administrando a terceira dose e agendando a quarta dose,
prevista para pacientes de grupos de risco, porque os pacientes nesta condição têm
menor produção de anticorpos.
C. Reiniciar o esquema e acrescentar uma quarta dose, seis meses após a terceira, porque
na repetição do esquema o organismo demora mais tempo para desenvolver a memória
celular contra a hepatite.
D. Encerrar o esquema de vacinação administrando a terceira dose porque a ampliação do
intervalo entre as doses supre a necessidade da quarta dose, se cumpridos os prazos
iniciais.
E. Substituir a vacinação por imunoglobulina específica uma vez que o esquema não pode
ser reiniciado nem completado porque o paciente não é mais virgem da estimulação pelo
antígeno.
1. Introdução teórica
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Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
Quadro 1. Vacinação contra hepatite B e seguimento recomendado para renais crônicos e hemodialisados.
Grupos Condição Dose/Esquema Seguimento
especiais
Dose dupla em relação
à recomendada para a Testar 1 a 2 Repetir esquema uma
mesma idade, meses após a vez para os sem
Pré-diálise conforme o protocolo. última dose. resposta adequada.
Esquema de quatro
doses: 0, 1, 2 e 6
meses.
Renais
Crônicos
A – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Não existe necessidade de reiniciar o esquema vacinal quando houver
intervalos maiores do que os recomendados pelo Ministério da Saúde, pois proporcionam
resultados equivalentes.
B – Alternativa correta.
JUSTIFICATIVA. Intervalos maiores do que os recomendados pelo Ministério da Saúde
proporcionam resultados equivalentes, não havendo necessidade de reiniciar o esquema
vacinal. Os pacientes renais crônicos devem receber o esquema de quatro doses (0, 1, 2 e 6
meses) por apresentarem menor produção de anticorpos.
65
Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
C – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Não existe necessidade de reiniciar o esquema vacinal quando houver
intervalos maiores do que os recomendados pelo Ministério da Saúde, pois proporcionam
resultados equivalentes.
D – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Os pacientes renais crônicos devem receber o esquema vacinal composto
por quatro doses (0, 1, 2 e 6 meses) para garantir a eficácia da vacinação, de modo que a
terceira dose não supra a necessidade da quarta dose, mesmo se os prazos de
administração forem cumpridos.
E – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. As doses já administradas produzem resultados equivalentes, mesmo
quando ultrapassados os prazos determinados pelo Ministério da Saúde. Ou seja, o esquema
vacinal contra hepatite B deve ser completado sempre que houver o início da aplicação do
esquema vacinal, não havendo necessidade de reiniciar o esquema ou mesmo de
administrar a imunoglobulina.
3. Indicações bibliográficas
66
Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
Questão 16
Questão 16.16
Nadir, enfermeira auditora da Secretaria Municipal de Saúde de Castro Alves, analisou o
consumo de hipoclorito de sódio 1% utilizado na desinfecção de artigos de inaloterapia das
Unidades Básicas de Saúde e apresentou em reunião técnica o gráfico abaixo.
1. Introdução teórica
Desinfecção de artigos
68
Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
destrói-se a maioria dos vírus e fungos e, por fim, a desinfecção de baixo nível destrói as
bactérias em formas vegetativas e alguns vírus e fungos. Para a desinfecção, podem ser
empregados os seguintes desinfetantes: álcool, hipoclorito de sódio, iodóforos, fenólicos,
quaternários de amônia, formaldeído, glutaraldeído, peróxido de hidrogênio, ácido
paracético, entre outros (BRASIL, 1994; SOUZA e MOZACHI, 2005).
O hipoclorito de sódio é um desinfetante químico com um amplo espectro de ação,
que dependendo da concentração, varia de desinfetante de baixo nível até o de alto nível. O
real mecanismo de ação do produto ainda é desconhecido, mas se acredita que aconteça a
inibição de reações enzimáticas dentro das células, desnaturação proteica e inativação do
ácido nucleico. O hipoclorito a 1% é uma solução de baixo custo, baixa toxicidade e de ação
rápida, indicado para desinfecção de nível médio, incluindo materiais de inaloterapia e
oxigenoterapia não-metálicos. Seu uso é limitado pela presença de matéria orgânica e pela
capacidade corrosiva e descolorante, podendo desencadear irritação na pele e nas vias
respiratórias.
Para assegurar a desinfecção dos artigos, é importante observar o registro do produto
no Ministério da Saúde, na Divisão de Saneantes Domissanitários (DISAD) e as
recomendações do Órgão para o processamento de artigos e superfícies em
estabelecimentos de saúde, assim como as instruções contidas no rótulo sobre o uso, a
diluição, o prazo, a validade e a toxicidade da solução. Os artigos médico-hospitalares
necessitam de um apurado controle para não disseminar infecção e assim não comprometer
a vida do paciente (BRASIL, 1994; SOUZA e MOZACHI, 2005).
A – Afirmativa correta.
JUSTIFICATIVA. Observa-se por meio da análise do gráfico que a média mensal de consumo
do hipoclorito de sódio a 1% para desinfecção dos materiais de inaloterapia foi inferior ao
consumo mínimo mensal esperado. Isso indica que o processo de desinfecção está sendo
realizado abaixo do necessário, havendo predisposição para a disseminação de
microrganismos patogênicos entre os usuários das Unidades de Básicas de Saúde por via
respiratória.
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Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
B – Afirmativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Os dados apresentados no gráfico podem ser utilizados isoladamente e
indicam a pouca utilização do hipoclorito de sódio a 1%, evidenciando um processo de
desinfecção deficitário.
C – Afirmativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Como a média mensal do consumo de hipoclorito de sódio a 1% foi menor
do que o esperado, existe risco para disseminação de microrganismos por via respiratória,
visto que os materiais de inaloterapia são considerados artigos não-críticos que podem
disseminar microrganismos patogênicos e, por isso, é recomendável sua desinfecção.
D – Afirmativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Nota-se que os traçados das duas médias de consumo de hipoclorito
realmente se mantêm paralelos. Isso sugere que o processo de desinfecção nas Unidades
Básicas de Saúde está aquém do esperado.
E – Afirmativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Não se pode inferir, por meio da análise do gráfico, que determinadas
unidades de saúde estão utilizando outras concentrações de hipoclorito, tampouco o tempo
de imersão do material. O gráfico fornece apenas o consumo da solução comparado ao
consumo esperado.
3. Indicações bibliográficas
70
Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
Questão 17
Questão 17.17
O enfermeiro tem um papel essencial na recuperação e reabilitação da saúde dos clientes
com hanseníase. Assim sendo, que ações ele pode desenvolver no cuidado a essas pessoas?
A. Realizar avaliação do cliente em seus aspectos biológicos, culturais e sociais; prescrever
medicamentos normatizados e desenvolver atividades de educação em saúde.
B. Estabelecer o diagnóstico da doença; promover a cidadania e prescrever medicamentos
para essas manifestações de doença.
C. Gerenciar as ações da assistência de enfermagem; promover a cidadania e prescrever
medicamentos.
D. Dar suporte psicossocial; trabalhar com os estigmas da doença e administrar
medicamentos prescritos pelo médico.
E. Dar suporte psicossocial, cultural e biológico; promover a cidadania e encaminhar ao
médico para o tratamento medicamentoso.
1. Introdução teórica
Hanseníase
72
Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
A – Alternativa correta.
JUSTIFICATIVA. Segundo o Ministério da Saúde, são papéis do enfermeiro o
desenvolvimento de atividades educativas, a prescrição de medicamentos, conforme normas
estabelecidas e a avaliação sócio-biológico-cultural do paciente para o sucesso do
tratamento.
B – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. O estabelecimento de diagnóstico clínico e a classificação da doença, assim
como a prescrição de medicamentos, incluindo as reações hansênicas, são de
responsabilidade do médico e não do enfermeiro.
C – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. O gerenciamento das ações de enfermagem e a promoção de cidadania são
competências do enfermeiro, mas este não deve prescrever nenhum medicamento sem o
prévio estabelecimento de normas para tal.
D – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. O enfermeiro deve proceder a avaliação social, biológica e cultural para
conhecer a situação do paciente e, por meio dessas informações, trabalhar para garantir o
sucesso do tratamento. O profissional não deve estigmatizar a doença e sim desmitificá-la.
Também cabem ao profissional a administração e a prescrição dos medicamentos, se forem
estabelecidas normas para tal.
73
Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
E – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. O enfermeiro deve proceder a avaliação social, biológica e cultural para
conhecer a situação do paciente e, por meio dessas informações, trabalhar para garantir o
sucesso do tratamento. Não é responsabilidade do enfermeiro oferecer suporte cultural para
o cliente. A prescrição medicamentosa é competência médica, mas o acompanhamento do
tratamento deve ser realizado pelo enfermeiro.
3. Indicações bibliográficas
74
Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
Questão 18
Questão 18.18
Maria, supervisora de enfermagem da clínica médica, notificou a chefe de unidade Alice de
que, apesar de todos os seus esforços pessoais e profissionais, a equipe de enfermagem
persistia desrespeitando a privacidade dos clientes nos procedimentos de higiene corporal,
fazia os curativos com a mesma luva usada no banho e apresentava alto índice de
absenteísmo. Diante dessa situação, Alice transferiu Maria para outro setor, e comunicou à
equipe sua decisão de proceder a uma auditoria prospectiva para avaliar se a equipe
aplicava corretamente os seguintes princípios de enfermagem:
A. proteção de danos biológicos e pessoais do cliente, respeito à autoridade, organização do
processo de trabalho e aplicação das normas de segurança.
B. atendimento às necessidades individuais do cliente, aplicação de normas de
biossegurança, prevenção de infecção hospitalar, reconhecimento da liderança.
C. reconhecimento da liderança, organização do processo de trabalho, controle do
absenteísmo e das normas de biossegurança.
D. proteção de danos trabalhistas e pessoais, utilização de equipamentos de proteção
individual e manutenção das funções fisiológicas do paciente.
E. respeito aos direitos do paciente hospitalizado, controle rígido da frequência, organização
do processo de trabalho.
1. Introdução teórica
Princípios de enfermagem
um conjunto de práticas sociais, políticas e éticas que se processa pelo ensino, pela pesquisa
e pela assistência (CEPE, 2007).
Todas as ações dos profissionais de enfermagem devem ser regidas pelos princípios
éticos e bioéticos da saúde. Sabe-se que o aprimoramento do comportamento ético do
profissional de enfermagem passa pelo processo de construção de uma consciência
individual e coletiva e pelo compromisso social e profissional, configurados pela
responsabilidade no plano das relações de trabalho, com reflexos no campo científico e
político (CEPE, 2007). Contudo, os quatro princípios fundamentais da bioética descritos a
seguir devem sempre ser respeitados pela equipe de enfermagem.
Os princípios da Bioética estão elencados a seguir (KOERICH et al, 2005; CEPE,
2007).
• Beneficência – relaciona-se ao dever de ajudar aos outros. O profissional se
compromete em avaliar os riscos e os benefícios potenciais e a buscar o máximo de
benefícios, reduzindo ao mínimo os danos e riscos ao cliente.
• Não-maleficência – implica no dever de se abster de fazer qualquer mal para os
pacientes, de não causar danos ou colocá-los em risco.
• Respeito à autonomia – refere-se à autodeterminação ou autogoverno, ao poder de
decidir sobre si mesmo. Aos profissionais de enfermagem, cabe buscar essa autonomia
no conhecimento, isto é, construir um corpo de conhecimento específico que possibilite
uma maior autonomia no processo de cuidar, vinculando o pensar ao ato de fazer.
• Justiça – relaciona-se à distribuição coerente e adequada de deveres e benefícios
sociais.
Como descrito anteriormente, a Enfermagem tem suas atividades orientadas pelos
princípios bioéticos referidos acima, que devem ser utilizados como recurso para análise e
compreensão das situações de conflito, sempre que estas se apresentarem, comparando
com casos semelhantes que já tenham ocorrido e ponderando as consequências das
condutas tomadas anteriormente sobre os clientes, familiares e a comunidade (KOERICH et
al , 2005).
O exercício da profissão também é orientado pelas normas contidas no Código de
Ética dos Profissionais de Enfermagem (CEPE), que foi reformulado em 2007, sob a
coordenação do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), com a participação dos
Conselhos Regionais de Enfermagem (COREN) e dos profissionais de Enfermagem. O Código
inclui princípios, direitos, responsabilidades, deveres e proibições pertinentes à conduta ética
dos profissionais de enfermagem, considerando a necessidade e o direito de assistência em
76
Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
77
Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
A – Alternativa correta.
JUSTIFICATIVA. Ao desrespeitar a privacidade do cliente nos procedimentos de higiene
corporal e ao realizar os curativos com a mesma luva utilizada no banho, os profissionais de
enfermagem desrespeitaram os princípios contidos no Artigo 19 e 21 do CEPE. Evidencia-se
o desrespeito à proteção do cliente contra danos biológicos e pessoais, como também a falta
de organização no processo de trabalho e de aplicação das normas de biossegurança,
demonstrando imprudência no exercício da profissão, que pode acarretar prejuízos aos
clientes. Nota-se, também, que há um desrespeito à autoridade exercida pelo supervisor de
enfermagem, que já aplicou medidas para modificar essa situação, e, no entanto, não foram
seguidas pela equipe.
B – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Prevenção de infecção hospitalar e reconhecimento da liderança não são
princípios de enfermagem.
C – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Reconhecimento da liderança e controle do absenteísmo não são princípios
de enfermagem.
D – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Não são princípios de enfermagem.
E – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Todo paciente deve ter seus direitos respeitados, independentemente se
está hospitalizado ou não. Com relação ao controle rígido da frequência, pode-se dizer que o
modo como foi escrito não está claro (frequência do quê?) e assim, não se pode estabelecer
relação com os princípios de enfermagem.
3. Indicações bibliográficas
78
Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
79
Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
Questão 19
Questão 19.19
O Programa Saúde da Família (PSF) requer um trabalho interdisciplinar para lidar com a
complexidade da saúde. Partindo dessa premissa, a equipe básica do programa pode ser
constituída por:
I. enfermeiro;
II. auxiliares de enfermagem;
III. médico;
IV. agentes comunitários;
V. assistente social.
Devem fazer parte efetivamente da equipe os profissionais indicados nos itens
A. I e III, apenas.
B. II e IV, apenas.
C. I, II e III, apenas.
D. I, II, III e IV, apenas.
E. I, II, III, IV e V.
1. Introdução teórica
81
Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
2. Análise da questão
De acordo com a Portaria N° 648, de 28 mar. 2006, que aprovou a Política Nacional
de Atenção Básica, a equipe multiprofissional do PSF deve ser composta por, no mínimo, um
médico, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem e agentes comunitários de saúde.
Alternativa correta. D.
3. Indicações bibliográficas
• BRASIL. Portaria Nº 648, de 28 mar. 2006. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica,
estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica
para o Programa Saúde da Família (PSF) e o Programa de Agentes Comunitários de
Saúde (PACS). Disponível em
<http://dtr2004.saude.gov.br/dab/docs/legislacao/portaria_648_28_03_2006.pdf>.
Acesso em 15 dez. 2009.
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção
Básica. Saúde da família no Brasil: uma análise de indicadores selecionados: 1998-
2005/2006. Brasília (DF): Ministério da Saúde, 2008.
• FIGUEIREDO, N. M. A. (org). Ensinando a cuidar em saúde pública. 2. ed. São Caetano
do Sul (SP): Yendis, 2008.
82
Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
Questão 20
Questão 20.20
A violência contra a mulher se caracteriza, incontestavelmente, como uma violência de
gênero, que se manifesta sob várias formas, trazendo:
I. dores crônicas e distúrbios gastrointestinais;
II. distúrbios emocionais e mentais;
III. gravidez indesejada e aborto;
IV. DSTs/HIV/AIDS e distúrbios sociais;
V. doença inflamatória pélvica e abuso de drogas.
Quais dessas consequências afetam a saúde da mulher?
A. I e III, somente.
B. I e V, somente.
C. II e IV, somente.
D. III e V, somente.
E. I, II, III, IV e V.
1. Introdução teórica
2. Análise da questão
A violência contra a mulher pode ser manifestada na saúde física e mental da vítima
pela presença de dores crônicas, distúrbios gastrointestinais, gravidez indesejada e
abortamento, presença de doenças sexualmente transmissíveis como HIV/Aids, doença
inflamatória pélvica, distúrbios mentais e sociais como a depressão, a ansiedade, os
transtornos obsessivos compulsivos, o isolamento social, os problemas de personalidade e as
desordens da alimentação.
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Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
Alternativa correta. E.
3. Indicações bibliográficas
85
Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
Questões 21 e 22
Questão 21.21
A reorganização do processo de trabalho em enfermagem passa pela qualificação da força
de trabalho, pela integração dos profissionais e o resgate do sentido de trabalho na
perspectiva interdisciplinar. Inclui, ainda, a abertura de espaços democráticos, de discussão
e de decisão com o usuário, visando a ampliar escutas e trocas.
Com que princípios definidos pelo Sistema Único de Saúde (Lei Nº 8.080/90) esse texto se
relaciona?
A. Garantia de acesso e acomodação do usuário.
B. Integralidade na assistência e treinamento profissional em serviço.
C. Participação de trabalhadores e usuários na gestão e integralidade da assistência.
D. Acomodação do usuário e treinamento profissional em serviço.
E. Gestão de qualidade total e garantia de acesso.
Questão 22.22
O diretor do Distrito de Saúde "Salveiros", após avaliar o Sistema Único de Saúde, concluiu
que este não está atendendo satisfatoriamente o princípio básico da integralidade e solicitou
que os enfermeiros gerentes das unidades de saúde da região apresentassem propostas
para reversão dessa situação. Foram apresentadas as seguintes propostas:
I. A enfermeira do Pronto Socorro sugeriu que o PS tenha vacinas disponíveis para atender
vítimas de acidentes evitando, com isso, que esses pacientes sejam encaminhados a
outro serviço para receber esses cuidados profiláticos.
II. A enfermeira do Hospital Geral sugeriu a implantação da consulta de enfermagem na
alta hospitalar com protocolos próprios que garantam ao paciente orientações sobre os
cuidados necessários e a prevenção de novos agravos no período de convalescença.
III. A enfermeira da Unidade de Saúde da Família propôs a ampliação das equipes do PSF
com a inclusão de profissionais das especialidades médicas mais procuradas pela
população.
IV. A enfermeira da Unidade Básica de Saúde propôs a anulação da delimitação da área de
abrangência, de modo que os pacientes procedentes de qualquer parte do município, e
até fora dele, pudessem se vincular a qualquer unidade de sua escolha.
São corretamente articuladas com o conceito de integralidade do SUS apenas as propostas
1. Introdução teórica
87
Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
88
Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
Questão 21.
Quando o autor afirma que a reorganização do processo de trabalho em enfermagem
consiste na qualificação da força de trabalho e na integração dos profissionais de saúde
objetivando o cuidado na perspectiva interdisciplinar, ele infere que cada pessoa é um ser
indivisível, que deve ser assistido globalmente, ou seja, que o homem é um ser integral e
deve ser atendido com uma visão holística e por um sistema também integral, resgatando
assim o princípio da integralidade. Ao mencionar a necessidade de abertura de espaços
democráticos, de discussão e de decisão com o usuário, o autor fundamenta-se no princípio
da participação da comunidade (trabalhadores e usuários) sobre a gestão de sua saúde.
Alternativa correta. C.
Questão 22.
I – Afirmativa correta.
JUSTIFICATIVA. A partir do momento em que o pronto-socorro oferece o serviço de
imunização para as vítimas de acidentes, a unidade hospitalar associa a prática de uma
assistência curativa e de alta complexidade com a prevenção de doenças, reduzindo a
dicotomia entre o curativo e preventivo. Assim, proporciona ao paciente um atendimento em
todos os níveis de complexidade, promovendo a integralidade da assistência.
II – Afirmativa correta.
JUSTIFICATIVA. A conduta está articulada ao conceito de integralidade porque a unidade
hospitalar, que executa o atendimento de média ou de alta complexidade, ao realizar
89
Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
IV – Afirmativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Essa conduta não está fundamentada no conceito de integralidade, pois
contempla somente a atenção básica de saúde, que está direcionada para a promoção de
saúde e de prevenção de doenças. Sendo assim, não representa o atendimento em todos os
níveis de complexidade do sistema.
Alternativa correta. A.
3. Indicações bibliográficas
• BRASIL. Lei N° 8.080 de 19 set. 1990 – DOU de 20/09/90. Lei Orgânica de Saúde.
Disponível em <https://www. planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm>. Acesso em 05
fev. 2010.
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Sistema Único de Saúde (SUS):
princípios e conquistas. Brasília (DF): Ministério da Saúde, 2000.
• SOUZA, R. R. Brasil. Ministério da Saúde. O Sistema público de saúde brasileiro. Brasília
(DF): Ministério da Saúde, 2002.
• FIGUEIREDO, N. M. A. Ensinando a cuidar em saúde pública. 2. ed. São Caetano do Sul
(SP): Yendis, 2008.
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa.
Departamento de Apoio à Gestão Participativa. Caminhos do direito à saúde no Brasil.
Brasília (DF): Ministério da Saúde, 2007.
90
Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
Questão 23
Questão 23.23
No Pronto Socorro Municipal, a população que aguardava atendimento revoltou-se ao
perceber que um homem de 40 anos, casado e com quatro filhos, que estava na sala de
espera, aproximadamente há 4 horas, faleceu antes de ser atendido. Este acontecimento foi
noticiado pela mídia e mobilizou os trabalhadores e o gestor do Pronto Socorro a discutirem
propostas de melhoria do atendimento. Considerando os princípios norteadores da Política
Nacional de Humanização, estiveram em pauta as seguintes ações:
I. Acolhimento da demanda por meio de critérios de avaliação de risco.
II. Garantia do acesso referenciado aos demais níveis de assistência.
III. Organização da fila de espera, considerando a idade do usuário.
IV. Definição de protocolos clínicos adequados.
São corretas apenas as ações propostas em
A. I e IV.
B. I, II e III.
C. I, II e IV.
D. II, III e IV.
E. III e IV.
1. Introdução teórica
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Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
I – Afirmativa correta.
JUSTIFICATIVA. O acolhimento por meio da avaliação dos critérios de risco é um dos
princípios do PNH que deve ser incorporado nas instituições de saúde para garantir uma
assistência à saúde eficiente e com qualidade. Observa-se que, nesse caso específico, o
senhor não foi atendido anteriormente porque não houve qualquer avaliação profissional
sobre seu risco de morte, o que deve ser criteriosamente discutido pela equipe profissional e
pelos gestores de saúde.
II – Afirmativa correta.
JUSTIFICATIVA. Uma estratégia que pode ser adotada pela equipe para favorecer a
corresponsabilização e a resolutividade do atendimento, conforme referenciado pelo PNH, é
o trabalho em articulação com outros níveis de atenção em saúde e a garantia do acesso
aos demais níveis de saúde.
IV – Afirmativa correta.
JUSTIFICATIVA. Sabe-se que a PNH visa à reorganização dos processos de trabalho em
saúde, propondo transformações nas relações sociais e nas formas de produzir e prestar
serviços de saúde à população. Como o caso descrito evidenciou uma assistência
inadequada da equipe de saúde do pronto-socorro, todos devem trabalhar em conjunto para
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Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
Alternativa correta. C.
3. Indicações bibliográficas
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Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
Questão 24
Questão 24.24
O enfermeiro da unidade de clínica médica do Hospital Cotinha necessita realizar a previsão
mensal dos materiais utilizados em sua unidade. Considerando que o consumo de equipos
de soro nos últimos 3 meses foi de 330 unidades e o estoque de segurança de 20%, qual é
a cota mensal adequada de equipos de soro para prover essa demanda?
A. 396
B. 300
C. 132
D. 110
E. 100
1. Introdução teórica
Previsão da demanda
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Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
3X = 330 equipos
97
Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
unidades). Para tal, pode-se aplicar novamente a regra de três para calcular a cota mensal
adequada de equipos para a unidade, considerando o estoque adicional, como segue.
Leia-se: Em um mês consome-se 110 equipos, o equivalente a 100% do estoque, quanto
deve ser acrescido no estoque para garantir 20% a mais de equipos?
X = 13200
100
X = 132 equipos/mês.
Desse modo, pode-se afirmar que para prover a demanda adequada de equipos de soro e
garantir a cota mensal adequada desse material, a unidade deve estocar 132 equipos ao
mês.
3. Indicações bibliográficas
• BARBIERI, J. C.; MACHLINE, C. Logística hospitalar: teoria e prática . São Paulo: Saraiva,
2006.
• KURCGANT, P. Administração em enfermagem. São Paulo: EPU, 1991.
• DIAS, M. A. P. Administração de materiais: uma abordagem logística . São Paulo: Atlas,
1998.
• BORBA, V. R.; LISBOA, T. C. Teoria geral de administração hospitalar: estrutura e
evolução do processo de gestão hospitalar. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2006.
98
Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
Questão 25
Questão 25.25
O Centro Dia de Convivência de Idosos Vida Feliz com capacidade para atender 20 idosos,
em cada período, teve aumento de procura por parte dos familiares de idosos que
apresentam sequelas de acidente vascular encefálico (AVE). A equipe de saúde do Vida Feliz
reuniu-se para planejar as ações necessárias para acolher esta demanda e optou por utilizar
como instrumento a metodologia do Planejamento Estratégico Situacional (PES).
Considerando o PES, está corretamente correlacionado o momento com a respectiva ação a
ser implementada pela equipe em:
1. Introdução teórica
100
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2. Análise da questão
Alternativa correta. B.
101
Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
3. Indicações bibliográficas
102
Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
Questão 26
Questão 26.26
A indústria automobilística Aston-Brasil, com 3000 funcionários, produz veículos automotores
em quantidade para suprir o mercado crescente e com qualidade para diferenciá-lo de seus
competidores. No último trimestre, apresentou alto índice de acidente de trabalho,
acarretando preocupação à administração da indústria. A assistência à saúde dos
trabalhadores sempre foi provida por uma equipe multiprofissional de saúde, que atua no
ambulatório da indústria, cada profissional atendendo de forma independente em um
consultório, sem interferências de uma área no trabalho da outra. O enfermeiro Nero foi
designado, pela administração, para avaliar a situação. Solicitou à equipe uma reunião para
propor a articulação das ações de saúde para os trabalhadores da indústria e a integração
dos profissionais na construção de planos de ações preventivas em saúde, o que gerou
muitos conflitos na equipe. A administração se dividiu discutindo duas propostas: a primeira,
proibir Nero de reunir a equipe multiprofissional, pois cada profissional realiza de forma
adequada seu trabalho individualmente, e a segunda, estimular Nero a realizar novas
reuniões, entendendo que a manifestação de conflitos é saudável no trabalho em equipe.
Quais teorias de administração embasam, respectivamente, as propostas discutidas?
A. das Relações Humanas e Científica.
B. dos Sistemas e Clássica.
C. Clássica e Científica.
D. Estruturalista e das Relações Humanas.
E. Científica e Estruturalista.
1. Introdução teórica
Teorias de administração
Abordagens tradicionais
da administração
gerência. Para Fayol, administrar é prever, comandar, controlar, coordenar e organizar. Sua
ideia foi padronizar e proporcionar regras genéricas de aplicação, de caráter prescritivo e
impositivo, como se fosse uma receita para lidar com todos os assuntos administrativos.
A Teoria Burocrática foi introduzida pelo sociólogo Max Weber, em 1947, embasado
no pressuposto que para criar uma organização eficiente, com prevalência da ordem, da
disciplina e da total previsibilidade do comportamento dos seus participantes, é necessário o
seguimento de seis dimensões administrativas - divisão de trabalho, hierarquia de
autoridade, regulamentação, comunicações formalizadas, impessoalidade e competência
profissional. Nessa organização, impera a racionalidade, visando atingir a previsibilidade do
comportamento das pessoas dentro da organização, que passa a ser conduzida por um
administrador profissional.
A ênfase nas pessoas teve início com a Teoria das Relações Humanas, introduzida por
George Elton Mayo, psicólogo social, na década de 1930, que enfatizava a importância do
fator humano na organização e a necessidade de humanização e democratização das
organizações, alicerçada nas obras de Taylor e Fayol e contrária à Teoria Clássica. Com essa
teoria, os conceitos de organização formal, disciplina, departamentalização, centralização,
mecanicismo, entre outros, cedem lugar aos novos conceitos como organização informal,
liderança, comunicação, motivação, grupos sociais, recompensas simbólicas e sociais. A
maior contribuição da Teoria das Relações Humanas foi ressaltar a necessidade de boas
relações humanas no ambiente de trabalho, o tratamento mais humano às pessoas, a
adoção de uma administração mais democrática e participativa, na qual as pessoas exerçam
um papel mais ativo e dinâmico.
A Era Industrial Neoclássica trouxe uma profunda reformulação das tradicionais
teorias administrativas, de abordagem predominantemente normativa e prescritiva,
substituindo-as por teorias de cunho explicativo e descritivo, mais adequadas aos novos
tempos (figura 2).
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Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
2. Análise da questão
Alternativa correta. E.
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Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
3. Indicações bibliográficas
108
Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
Questão 27
Questão 27.27
Alice tem 28 anos e chegou ao Pronto Socorro com seu filho Mateus de um ano e três
meses, com história de duas internações hospitalares por pneumonia. A criança frequenta
uma creche municipal e há dois dias apresenta diarreia, febre intermitente, bradipneia,
vômito e perda de peso. Foi encaminhada pela Unidade Básica de Saúde com tratamento do
Plano C para desidratação, já tendo recebido uma dose de antitérmico e recebendo soro de
re-hidratação oral 15 mL/kg/hora por sonda nasogástrica. Após alguns exames clínicos e
laboratoriais, Alice foi informada de que Mateus está com tuberculose pulmonar. Ao ser
esclarecida de que o diagnóstico havia sido confirmado pela identificação do Bacilo de Kock
no lavado gástrico, Alice mostrou-se convencida de que Mateus contraiu tuberculose há uma
semana, através do leite materno de uma conhecida que o amamentou uma única vez. Alice
foi orientada sobre a fisiopatologia, o tratamento e a prevenção da doença de Mateus.
Considerando o pensamento do educador Paulo Freire, essa ação educativa teve qual
abordagem e objetivo?
A. Biologicista, com informações a respeito do modo de transmissão da doença para corrigir
a convicção de Alice em relação ao meio pelo qual Mateus foi infectado.
B. Dialógica, com a transformação dos saberes existentes, ajudando Alice a compreender
por si mesma o modo de transmissão da tuberculose.
C. Higienista, com a instituição de medidas de precaução para interromper a cadeia de
transmissão da doença na família e na comunidade.
D. Construtivista, com a demonstração à Alice de seu desconhecimento e a este atribuindo
como uma das causas do adoecimento de Mateus, visando ao aprimoramento de sua
conduta.
E. Paternalista, com a inclusão de Alice num programa de apoio econômico, garantindo
seus direitos e a construção de sua cidadania.
1. Introdução teórica
Paulo Reglus Neves Freire (1921-1997), conhecido como Paulo Freire, foi um
educador e filósofo brasileiro que se destacou pelo seu trabalho na educação popular,
110
Material Específico – Enfermagem – Tomo 2 – CQA/UNIP
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A – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. O modelo biologicista de educação não foi defendido por Paulo Freire e não
considera o conhecimento prévio do educando e o diálogo entre educador e educando. Está
fundamentado no conhecimento biológico, que deve ser transmitido pelo educador –
educação vertical.
B – Alternativa correta.
JUSTIFICATIVA. A pedagogia dialógica foi fundamentada por Paulo Freire, em 1987. Trata-
se de uma estratégia que pode ser utilizada pelos profissionais de saúde, porque respeita o
saber do cliente/paciente, permitindo ao cliente a elaboração de um pensamento crítico para
melhor compreensão de sua própria situação de saúde. No referido caso, o profissional de
saúde considerou o conhecimento prévio de Alice acerca da doença e o seu modo de
transmissão. Com base nesse conhecimento, orientou-a sobre os modos de transmissão da
doença.
C – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. O modelo higienista de educação não foi defendido por Paulo Freire. Esse
modelo caracteriza-se pela verticalidade das ações educativas, ou seja, também não
considera o conhecimento prévio do educando e o diálogo entre educador e educando.
D – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. O pensamento construtivista foi defendido por Piaget, que discorre sobre a
concepção de que cada fase de desenvolvimento da inteligência humana apresenta
características e possibilidades de crescimento da maturação ou de aquisições. O
conhecimento dessas possibilidades faz com que os professores possam oferecer estímulos
adequados a um maior desenvolvimento do indivíduo.
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E – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. No pensamento paternalista, o educador assume um papel de autoridade e
não considera o conhecimento prévio e o diálogo – modelo vertical de educação. O referido
modelo não foi defendido por Paulo Freire.
3. Indicações bibliográficas
• FREIRE, P. R. N. Pedagogia do Oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
• GADOTTI, M. Paulo Freire: uma biobibliografia . São Paulo: Cortez: Instituto Paulo Freire;
Brasília; UNESCO, 1996.
• CABRAL, A. Pedagogia do Oprimido. Rev. Lusófona de Educação. [online]. 2005, nº. 5
[citado 28 mai. 2010], p.200-204. Disponível em
<http://www.scielo.oces.mctes.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-
72502005000100014&lng=es&nrm=iso>. Acesso em 29 jun. 2010.
• GÓES, F. G. B.; LA CAVA, A. M. A concepção de educação em saúde do enfermeiro no
cuidado à criança hospitalizada. Rev. Eletr. Enf. [online] 2009;11(4): 932-941. Disponível
em <http://www.fen.ufg.br/revista/v11/n4/v11n4a18.htm>. Acesso em 29 jun. 2010.
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Questão 28
Questão 28.28
Os usuários da Unidade Básica de Saúde de Linha Rosa chegam às 5 horas para serem
atendidos pelo médico a partir das 8 horas da manhã. Formam uma fila em frente ao posto
e quem chega primeiro tem mais chance de ser consultado.
Os graduandos em enfermagem da Faculdade Nightingale, em estágio curricular na Linha
Rosa, questionaram a organização do atendimento e sugeriram à equipe de saúde da
Unidade que aplicasse os princípios da Política Nacional de Humanização (PNH). Como tais
princípios eram desconhecidos, a gerente da Unidade solicitou aos graduandos que
orientassem à equipe na implantação do PNH. Usando os princípios da educação
permanente, as ações educativas a serem desenvolvidas devem priorizar a
A. aprendizagem significativa, tendo em vista o conhecimento prévio dos trabalhadores da
Linha Rosa referente à organização do serviço.
B. transmissão vertical do conhecimento por meio de aulas expositivas sobre os princípios
básicos da PNH.
C. participação de integrantes de serviços humanizados, possibilitando a reprodução dessa
experiência na Linha Rosa.
D. memorização dos princípios básicos da PNH para posterior implantação pelos
trabalhadores da Linha Rosa.
E. explanação por especialistas que sintetize o conteúdo do PNH aos trabalhadores da Linha
Rosa, agilizando o processo de implantação.
1. Introdução teórica
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A – Alternativa correta.
JUSTIFICATIVA. A educação permanente está fundamentada na aprendizagem significativa
que é feita a partir dos problemas enfrentados na realidade cotidiana, considerando os
conhecimentos e as experiências prévias de cada indivíduo. Constitui um princípio essencial
para a implementação da Política Nacional de Humanização.
B – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. As estratégias educativas baseadas na transmissão vertical do
conhecimento, conforme “modelo escolar”, têm se mostrado pouco eficazes para possibilitar
a incorporação de novos conceitos e princípios às práticas de saúde estabelecidas. Por isso,
devem ser desestimuladas.
C – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Para que haja mudança na prática assistencial da Unidade Básica de Saúde,
é fundamental que a equipe de saúde discuta os problemas enfrentados na unidade e juntos
construam uma nova estratégia de enfrentamento da situação para a implementação da
humanização da assistência (acolhimento e classificação de risco). Nem sempre uma
experiência de outra unidade será efetiva na resolução dos problemas da referida UBS. Por
isso, é irrelevante a participação de integrantes de serviços humanizados. A equipe necessita
trabalhar suas necessidades e resolver o problema de acordo com seu contexto.
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D – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. A memorização dos princípios básicos da PNH não é a estratégia
fundamental para sua implementação, pois não é suficiente para reconsiderar as próprias
práticas de saúde e nem leva em consideração a contextualização do problema por cada
membro da equipe de saúde. Por se mostrar pouco eficaz na produção de conhecimento ou
de competências técnicas específicas ou para a promoção de mudanças na organização dos
serviços, tal método de ensino deve ser desestimulado.
E – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. A explanação por especialistas sobre o conteúdo do PNH retoma a
transmissão vertical do conhecimento, que tem se mostrado pouco eficaz para possibilitar a
incorporação de novos conceitos e princípios às práticas de saúde estabelecidas. Por isso,
não deve ser realizada.
3. Indicações bibliográficas
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Questão 29
Questão 29.29
A reorganização do processo de trabalho em enfermagem passa pela qualificação da força
de trabalho, pela integração dos profissionais e o resgate do sentido de trabalho na
perspectiva interdisciplinar. Inclui, ainda, a abertura de espaços democráticos, de discussão
e de decisão com o usuário, visando a ampliar escutas e trocas.
Com base no texto acima, em que modelo de assistência a enfermagem deve centrar suas
práticas cuidativas e educativas?
A. Humanista.
B. Biologicista.
C. Flexneriano
D. Tecnicista.
E. Teologicista.
1. Introdução teórica
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A – Alternativa correta.
JUSTIFICATIVA. O cuidado humanizado contempla a dimensão subjetiva do ser humano,
abrangendo as dimensões psíquicas, físicas, culturais, espirituais e sociais de cada cliente,
tratando o indivíduo como um todo e fornecendo espaço para discussão e participação do
usuário nos processos de decisão sobre sua própria saúde. Por isso, a assistência
humanizada deve ser estimulada e praticada pelos profissionais de saúde.
B – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. O modelo biologicista de assistência está focalizado na doença e na
intervenção, direcionando a prática em saúde somente para a esfera curativa.
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C – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. O modelo flexneriano é marcado pela prática médico/curativa, individual,
assistencialista e especializada.
D – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. O modelo tecnicista de assistência está centrado na intervenção,
direcionando a prática em saúde somente para a esfera curativa.
E – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. O modelo teologicista de assistência está centrado na figura divina, na qual
“um ser superior” é responsável pela doença e, também, pela cura.
3. Indicações bibliográficas
• BARBOSA, M. A.; FONSECA, A. P. M.; BACHION, M. M.; SOUZA, J. T.; FARIA, R. M.;
OLIVEIRA, L. M. A. C.; ANDRAUS, L. M. S. - Terapias alternativas de saúde x alopatia:
tendências entre acadêmicos de medicina. Revista Eletrônica de Enfermagem [online]
2001;3(2). Disponível em <http://www.revistas.ufg.br/index.php/fen>. Acesso em 29
jun. 2010.
• BRISCHIALIARI, A.; MAFTUM, M. A.; WAIDMANN, M. A. P.; MAZZA, V. A. Sensibilizando
a equipe de enfermagem ao cuidado humanizado em saúde mental mediante oficinas
educativas. Rev. Eletr. Enf. 2008;10(4): 1080-90. Disponível em
<http://www.fen.ufg.br/revista/v10/n4/v10n4a21.htm>. Acesso em 29 jun. 2010.
• TEIXEIRA, E. Reflexões sobre o paradigma holístico e holismo na saúde. Rev. Esc. Enf.
USP 1996; 30(2): 286-290.
• GÓES, F. G. B.; LA CAVA, A. M. A concepção de educação em saúde do enfermeiro no
cuidado à criança hospitalizada. Rev. Eletr. Enf. [online] 2009; 11(4): 932-941. Acesso
em 29 jun. 2010. Disponível em
<http://www.fen.ufg.br/revista/v11/n4/v11n4a18.htm>. Acesso em 29 jun. 2010.
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ÍNDICE REMISSIVO
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