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CIRURGIA BARIÁTRICA Obs.: Gastrectomia não é reversível.

Obs.: Quanto maior o desvio maior a preocupação


1. BIOIMPEDÂNCIA nutricional.

3.1. BALÃO INTRAGÁSTRICO

Trata-se de um procedimento realizado por


endoscopia. Uma prótese de silicone é inserida no estômago
a fim de promover saciedade precoce. A prótese deve ser
retirada após 6 meses.

O nível de hidratação em obesos é mais alto do que


Indicada para paciente com IMC maior que 35, com
em indivíduos normais.
doenças associadas e contraindicações clínicas para o
tratamento cirúrgico. Pode ser utilizada para pacientes com
Quanto maior a hidratação, menor e resistência e IMC menor que 35 e com doenças secundárias a obesidade.
superestimada é a massa livre gordurosa.

Parece ser um método promissor na avaliação


corporal de obesos desde que sejam utilizadas equações
desenvolvidas para obesos, não dá pra utilizar o laudo
emitido pelo aparelho.

2. CANDIDATOS À CIRURGIA
1. Indivíduos maior que 18 anos com IMC ≥ 30
kg/m2, independente da presença de comorbidades.
3.2. BANDA GÁSTRICA
Asiáticos IMC ≥ 25 kg/m2.
2. Indivíduos com IMC ≥ 30 kg/m2, portadores de
doenças associadas, especialmente o DM. Trata-se da colocação de uma prótese de silicone
3. Obesos idosos em que os benefícios da cirurgia inflável na porção superior do estômago, formando um anel
superem os riscos. de contrição que pode ser ajustado externamente. A prótese
4. Crianças e adolescentes com obesidade grau II e é conectada a um pequeno reservatório de metal e plástico
grau III. localizado sob a pele, alcançável por uma fina agulha,
ajustada, ambulatorialmente pelo médico para regular a
Obs.: Adultos e idosos com obesidade grau III e IMC ≥
passagem de alimento. A perda de peso é em torno de 20 a
40,0 são candidatos a bariátrica.
30% do peso inicial.

3. TIPOS DE CIRURGIA

Restritiva: Limita o volume de sólidos.


Disabsortiva: Redução do sítio absortivo.
Mista: Limitação ao volume sólido ingerido e um desvio
menor no trânsito do alimento no TGI.

3.3. GASTRECTOMIA VERTICAL

O estômago é transformado em um tubo, com


capacidade de 80 a 100 ml. Provoca boa perda de peso,
comparável à do by-pass gástrico e maior que a
proporcionada pela banda gástrica ajustável. É um
procedimento relativamente novo, praticado desde o início
dos anos 2000 que tem boa eficácia sobre o controle da
hipertensão e de dislipidemias.

3.4. SCOPINARO

Derivação biliopancreática com gastrectomia distal.


Caiu em desuso. Retira-se parte do estômago, fazendo com
que o alimento passe diretamente para o intestino delgado.
As secreções provenientes da vesícula biliar e pancreáticas
serão lançadas em porção intestinal mais distante, 3.6.1. ABSORÇÃO DE NUTRIENTES APÓS A
reduzindo a capacidade absortiva. Os pacientes apresentam CIRURGIA
emagrecimento de 70% do excesso de peso.

A absorção de proteínas se dá no duodeno, após a


É uma técnica sujeita a graves complicações cirurgia a absorção limita-se ao jejuno e íleo distal. A
nutricionais e metabólicas de difícil controle; deficiência de principal complicação da absorção de carboidrato é a
vitaminas B12, de cálcio e de ferro; desmineralização óssea síndrome de DUMPING ocorre devido a ingesta de uma
e grande número de evacuações diárias, com fezes e flatos refeição hipertônica, principalmente de consistência liquida
fétidos. ou pastosa e que leva ao rápido esvaziamento gástrico. A
diminuição da absorção de lipídeos leva a redução de
secreção de bile e enzimas lipolíticas devido à ausência dos
lipídeos no duodeno, e a melhora significativa no perfil
lipídico. Além disso, observa-se uma carência de
micronutrientes como o ferro, cálcio, zinco, e vitaminas do
complexo B (b1, b9, b12).

4. ESCOLHA DA TÉCNICA

4.1. TÉCNICAS RESTRITIVAS:


1. Apropriadas para indivíduos com IMC menor que
50 kg/m2;
3.5. DUODENAL SWITCH
2. Garantem perda de peso de 25% a 30%, mas com
risco de reganho de peso em compulsivos por doces
Derivação biliopancreática com gastrectomia e líquidos hipercalóricos;
vertical. É realizada uma gastrectomia no sentido 3. Cerca de 1/3 dos operados acabam necessitando de
longitudinal com preservação do piloro e ressecção da conversão para outra técnica.
grande curvatura gástrica e primeira porção do duodeno. A
alça comum é mais longa, com redução da possibilidade de
4.2. TÉCNICAS MISTAS
diarreia e esteatorreia e menores complicações nutricionais.
O desvio intestinal reduz a absorção dos nutrientes, levando 1. Resultam em perda de peso de 35 a 40%, mantidas
ao emagrecimento. Corresponde a 5% dos procedimentos e a longo prazo, e com taxas de reganho de peso tão
leva a perda de 40% a 50% do peso inicial. baixas quanto 5%;
2. Usada para a maioria dos obesos mórbidos. É
considerada padrão-ouro.
3.6. FOBI-CAPELLA

4.3. TÉCNICAS DISABSORTIVAS


É a técnica mais utilizada no mundo, na qual o
volume do estômago é reduzido a 30ml e conectado ao 1. Indicada para super obesos por oferecerem perda de
intestino. Pode ser realizada com ou sem anel de contenção, peso de 40 a 45%, e para obesos mórbidos que não
o qual interfere no esvaziamento gástrico. A perda de peso aceitem restrição alimentar.
alcança aproximadamente 40 a 45% do peso inicial.
5. PRÉ-OPERATÓRIO

É importante uma equipe multidisciplinar para que


se tenha melhores resultados e orientação nutricional para
promover perda de peso suficiente a fim de reduzir a
mortalidade associada às comorbidades, reduzir o risco
cirúrgico e aumentar o potencial de sucesso no pós-
operatório.

Pacientes com IMC maior que 50 kg/m 2 devem


emagrecer 10% do peso antes da cirurgia. Para alcançar
uma perda de peso moderada deve-se reduzir 1000 kcal do
consumo diário ou um valor energético em torno de
10kcal/kg/dia.

6. PÓS-OPERATÓRIO
7.2. HIDRATAÇÃO

O programa de realimentação leva em consideração


Em pacientes com dificuldade de ingestão,
a progressão de consistência em fases e o progresso de
episódios de fezes líquidas, diarreia e vômitos podem
volumes pequenos para volumes maiores.
chegar num quadro de desidratação e nefrolitíase (cálculos
renais).
A atenção nutricional no pós-operatório tem como
Recomendação: 2000ml líquidos/dia (30ml/kg)
objetivo orientar a conduta alimentar do paciente para
otimizar a perda de peso e prevenir e/ou tratar complicações
nutricionais. A consistência da dieta e sua evolução lenta, a 7.3. PROTEÍNAS
educação nutricional e a suplementação de micronutrientes
se fazem necessárias nesse momento. Recomendação: 60 a 120g/dia ou 1,5 a 2 g/kg peso
corrigi/dia em casos de depleção importante.

A evolução das calorias para FOBI- CAPELLA, se


aplica aos demais tipos de cirurgia. 7.4. CARBOIDRATOS

1. 3º mês: 800 a 900 kcal e evolução para dieta


normal; 1º mês de PO dieta sem lactose e sem sacarose.
2. 6º mês: 900 a 1100 kcal;
3. Final do primeiro ano: 1200 a 1600 kcal; Módulo de carboidrato durante dieta líquida:
4. 18 meses: 1200 a 1600kcal. Oligossac, Nidex, Maltodextrina natural.

7. CONDUTA NUTRICIONAL 7.5. LIPÍDEOS

7.1. VOLUME ALIMENTAR Risco de deficiência de AGE e risco de diarreia.


1. cirurgias restritivas e mistas: ingestão inicial
máxima de 50ml; Módulo de ácido graxo essencial: trigliceril com
2. Cirurgias disabsortivas: ingestão inicial máxima AGE, TCM com AGE.
entre 200 e 500ml.

7.6. VITAMINAS E MINERAIS

Ingestão por toda a vida de complexos


multivitamínicos com elementos-traço.
Recomendação: composto com 325mg de Fe, 500 a 600µg
de B12; 1mg de folato; 500 a 1000mg de Ca; 100mg de vit.
C; 100mg de tiamina.
8. SÍNDROME DE DUMPING

Resultado da perda da regulação normal do


esvaziamento gástrico e das respostas GI e sistêmicas a uma
refeição. Mais frequente na gastrectomia parcial com
reconstrução gastrojejunal e gastrectomia total.

Resposta fisiológica complexa à presença de


quantidade maiores que o habitual na porção proximal do
delgado.
1. 1º estágio: plenitude abdominal e náusea 10 a 20’
após refeição, distensão do delgado com modesta
alteração de fluido pela circulação sistêmica devido
alimentos hipertônicos.
2. Estágio intermediário: 20’ a 1h - inchaço
abdominal, flatulência aumentada, cólica, diarreia
devido a má absorção de CHO e outros gêneros
alimentares e a fermentação dos substratos do
cólon.
3. Estágio final: 1 a 3h - hipoglicemia reativa
(sudorese, ansiedade, fraqueza, tremores,
dificuldade de concentração).

9. TERAPIA NUTRICIONAL
1. Proteínas e gorduras são mais bem toleradas que os
CHO, e são hidrolisadas mais lentamente.
2. Limitar CHO simples (lactose, sacarose, dextrose)
pois são hidrolisados rapidamente e incluir
carboidratos complexos.
3. Evitar líquidos nas refeições, pois entram no jejuno
rapidamente.
4. As fibras diminuem a taxa de absorção de glicose.
5. Indicado 35 a 45% de gordura e 20% de proteínas.

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