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Cuidado Nutricional no

Tratamento Cirúrgico da
Obesidade
Prof. Gabriela Vicente
Balão Intragástrico
• Apresenta uma redução de peso de 10 a 25% e é menos invasiva.

• As complicações graves são uma exceção → reganho de peso após sua retirada

• Ideal para pacientes com obesidade leve a moderada.

• Pode ser utilizado como uma ferramenta no auxílio da perda de peso no pré-operatório.

• Retarda o esvaziamento gástrico, a partir da ativação do hipotálamo por estimulação de


mecanorreceptores do estômago. Desse modo, a sensação de satisfação após comer é gerada
com mais rapidez.
Balão Intragástrico
• Quem é candidato

• IMC > 30Kg/m² refratários no tratamento clínico, que não aceitam ou possuem alguma
contraindicação cirúrgica
• IMC < 35 + comorbidades associadas, refratários no tratamento clínico por mais 3 anos.
• IMC > 50 Kg/m²: preparo para cirurgia

Idade > 18 anos

Tempo de permanência máxima 6


meses e intervalo de 30 dias
Balão Intragástrico

Complicações imediatas
(1-8 dias PO):

• Náuseas e vômitos.
• Desidratação.
• Epigastralgia.
• Esofagite de refluxo.

Complicações tardia:

• Deslocamento/rompimento do
balão
Conduta Nutricional
Os estudos são bastante heterogêneos em suas indicações:

• Dieta líquida por 3 semanas, seguida de dieta pastosa por 4 semanas e, após, dieta geral de
acordo com as orientações do plano alimentar.

• Dieta líquida por 3 dias, com utilização de antieméticos e antiespasmódicos, seguida de dieta
semi-líquida e evolução gradual para dieta geral contendo em torno de 800 a 1000kcal/dia.

• Para a retirada → mínimo 2 dias de dieta líquida, seguida de jejum de 12 horas.


Cirurgia Bariátrica

• É a opção mais eficaz no tratamento da obesidade.

• Perda de peso de 15 a 35% → maior risco de complicações e deficiências nutricionais.

• Dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica apontam que nos últimos
dez anos a demanda por este tipo de procedimento saltou de 22.000 para mais de 93.000
intervenções.
Cirurgia Bariátrica
• Quem é candidato

• IMC > 40Kg/m²


• IMC > 35 Kg/m² + comorbidades associadas a obesidade
• IMC entre 30 – 35 Kg/m² + comorbidades associadas e ausência de resposta ao
tratamento clínico (após 2 anos).

Idade > 18 anos

Idade entre 16 – 18 anos: após 2 anos sem resposta no tratamento clínico

Perda de peso limitada a 18 meses quando aumenta o risco para reganho de peso/recidiva
da obesidade → Reganho 20% - 25%
Técnicas Cirúrgicas
Diminuem o tamanho do estômago onde a perda de peso se
Restritivas faz pela redução da ingestão de alimentos → Banda Gástrica
Ajustável, Gastroplastia Vertical com Bandagem ou Cirurgia de
Cirurgia Bariátrica

Mason e a Gastroplastia Vertical em “Sleeve”

Há a redução do tamanho do estômago e um desvio do


Mistas trânsito intestinal, além de redução da ingestão, tem-se ainda
a diminuição da absorção dos alimentos → Bypass Gástrico em
“Y de Roux”

Há um desvio do trânsito intestinal, assim temos a redução da


Disabsortivas ingestão e diminuição da absorção dos alimentos → Duodenal
Switch

Saciedade Precoce → Redução de 30% a 40% do peso corporal inicial


Técnicas Cirúrgicas
- Menor produção de ácido que interfere na
absorção de ferro, ácido fólico, cálcio e
vitamina B12.
- Trânsito duodeno-jejunal mais acelerado.
Prejuízo na absorção de zinco, ferro e selênio.

- Menor produção de ácido comprometendo


a absorção ferro, ácido fólico e vitamina B12.
- Jejuno proximal: Alteração enzimática
interferindo absorção de vitaminas complexo
B (em especial ácido fólico), Vitaminas A, D e
- Deficiência de vitaminas lipossolúveis E, ferro, cálcio, fósforo, zinco e magnésio.
(↓50% absorção de vitamina A, D e K); - Duodeno excluso: Comprometimento da
- Desnutrição protéico-calórica; absorção de micronutrientes principalmente
- Diarréia e desidratação. as vitaminas lipossolúveis, cálcio, ferro,
magnésio, zinco, tiamina e vitamina B12.
Complicações clínicas da Cirurgia Bariátrica
Complicações clínicas da Cirurgia Bariátrica
Redução da capacidade Alteração do trânsito alimentar
de gástrica inviabilizando sítios de absorção

Ingestão reduzida de proteínas


Menor produção de HCl
Redução da superfície de contato para absorção
Produção limitada de fatores necessários à absorção

Maior risco de deficiência de ferro,


vitamina B12, cálcio, vitamina D
ASMBS, 2013
Conduta Nutricional no Pré-Operatório
• Focar em ensinamentos básicos de nutrição: leitura de rótulos e tamanho de porções.

• Detectar deficiências nutricionais → ferro e vitamina B12.

• Oferecer um plano alimentar de restrição calórica moderada e assim diminuindo o risco


cirúrgico (perda ponderal) → perda de peso 5%

• Preparar/Orientar o paciente para alimentação PO

Compreensão do tratamento e
Reeducação alimentar
Avaliação
Nutricional no
Pós-Operatório
Conduta Nutricional no Pós-Operatório

Portarias 424, 425 – MS. 2013


Conduta Nutricional no Pós-Operatório

Objetivo

• Orientação das fases da alimentação no PO


• Monitoramento nutricional e controle de peso
• Prevenção de deficiências nutricionais
• Responsabilidade do paciente de autocuidado.
Conduta Nutricional no Pós-Operatório
Consistência
Volume
• By-pass em Y-Roux: 50 mL por refeição
• PO: Introdução deve ser precoce, dentro das
primeiras 24h → líquida restrita (1 a 2 dias). A
• Derivações bilio-pancreátricas: 300 – 500 mL suplementação proteica também deve ser
por vez iniciada no 2° dia PO

• Dieta líquida completa (10 a 15 dias) com 20 –


• Duodenal switch: 200 mL
30g de proteína

• Com evolução da consistência aumento do • Dieta pastosa: dura de 10 a 15 dias, depende da


volume. Ex. by-pass 200/250mL tolerância do paciente.
Evitar jejum superior a 3h → hipoglicemia
• Dieta branda: a partir 30ª dia ou até a normal
(60g de proteína).
Conduta Nutricional no Pós-Operatório
1ª Fase: Dieta Líquida (15 dias) 3ª Fase: Dieta Branda (a partir 30ª dia)

• Pequenos volumes (50 ml por refeição a cada 30 • Deve-se dar preferência aos alimentos mais
nutritivos escolhendo fontes diárias de proteínas e
minutos)
ferro como carnes moídas e desfiadas, cálcio (leite e
• Perda de peso chega a ser de 10% em média nos
derivados) e vitaminas (frutas e vegetais cozidos)
primeiros trinta dias.
• Mastigar exaustivamente
• Excluir a lactose e sacarose

2ª Fase: Dieta Pastosa (10 a 14 dias) 4ª Fase: Dieta Normal (6 a 8 semanas PO)
• Consistência de cremes e purês
• O consumo de líquidos deve ser sempre estimulado nos • Cuidado com a escolha dos alimentos nutritivos
intervalos das refeições, em pequenos volumes deve continuar
• Começar sua refeição pela fonte de proteína • O reaprendizado da mastigação e deglutição
• Identificar possíveis intolerâncias alimentares, na medida
lentas são fatores determinantes para uma boa
que os diferentes alimentos são incluídos na dieta.
digestão
Conduta Nutricional no Pós-Operatório

Mastigação do
alimentos deve
ser realizada ao
máximo (>30x)
Pirâmide Alimentar Adaptada Cirurgia Bariátrica

Moizé VL et al. 2010.


Conduta Nutricional
no Pós-Operatório

Recomendação sobre a
suplementação de
micronutrientes
Conduta Nutricional
no Pós-Operatório

Recomendação sobre a
suplementação de
micronutrientes

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