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Paula A.

Rossi
2

CRONOGRAMA DE AULA
Aspectos introdutórios

Fisiopatologia

Aspectos Nutricionais

Dietoterapia
3

Distúrbios nutricionais e
condições relacionadas à
nutrição

Desnutrição/ Síndrome de
Subnutrição Sarcopenia/ realimentação
Fragilidade

Anormalidades
em Sobrepeso/
micronutrientes obesidade

Condições com origens patogênicas complexas e múltiplas


4
5
6
Cenário Epidemiológico

 Mulheres (2:1) - tamanho do intestino


 Prevalência da síndrome do intestino curto é de 3 a
4/milhão.
 Aumento nas últimas décadas
 Cerca de 3/4 desses casos resultam da resseção intestinal

Síndrome do Intestino curto


maciça e 1/4 de resseções sequenciais múltiplas
 Taxa de sobrevivência claramente relacionada com o
aumento da capacidade em oferecer suporte nutricional a
longo prazo
7

Falência Intestinal (FI)


 Adequado balanço de entre nutrientes e água não pode ser mantido
sem um suporte nutricional.
 Doenças adquiridas ou congênitas
 Gastrointestinais ou sistêmicas
 Benignas ou malignas

Síndrome do Intestino curto


Insuficiência intestinal
Tipo I : autolimitada, como ocorre após a cirurgia abdominal
Tipo II: condição aguda prolongada, frequentemente em pacientes c/
instabilidade metabólica, exigindo cuidados multidisciplinares
complexos e suplementação intravenosa por períodos de semanas ou
meses
Tipo III: condição crônica, em pacientes metabolicamente estáveis,
exigindo suporte nutricional a longo prazo por via intravenosa
8

Classificação fisiopatológica da FI

 intestino curto
 fístula intestinal

Síndrome do Intestino curto


 dismotilidade intestinal
 obstrução mecânica
 doença extensa da mucosa do intestino delgado

Anatômica
Funcional: Disabsortiva /Dismotilidade
Dor abdominal 9

Anamnese

Exame Físico

Síndrome do Intestino curto


Alta probabilidade de abdome agudo cirúrgico

Inflamatório Vascular
Perfurativo Obstrutivo Hemorrágico
infeccioso isquêmico

Insuficiência intestinal pode resultar de ressecção intestinal, inflamação


ou fistulização, de obstrução intestinal funcional ou indireta dos efeitos
da sepse no trato gastrointestinal
10

Definição
 A Síndrome do Intestino Curto (SIC) é um conjunto de
manifestações que se segue a uma perda anatômica
ou funcional intestinal de grande porte.
 Incapacidade do intestino delgado remanescente em

Síndrome do Intestino curto


manter a absorção de eletrólitos e nutrientes
essenciais mediante ingestão alimentar.
 Comprimento normal do ID varia de 300 a 800 cm.
 > 50% do intestino delgado, >2/3 .
 Considera-se como SIC grave a que atinge pacientes
com Intestino delgado remanescente (IDR) < 75 cm
ou, mais restritamente, < 50 cm.
11

Etiologia
- Adultos

- Doença Inflamatória Intestinal


complicada

- Isquemia mesentérica/Doença

Síndrome do Intestino curto


actínica

Obstrução I. delgado/ hérnia


interna

Trauma, FAF, FAB

Tumor/Carcinomatose
12
Manifestações e 13

Complicações

Má absorção Dor abdominal Diarreia

Síndrome do Intestino curto


Distúrbio
Perda de peso Desnutrição
hidroeletrolítico

Episódios
Desidratação/Insufici
translocação Sepse e morte
ência renal aguda
bacteriana

Perda da área absortiva, de local específico para


processos de transporte de nutrientes, de
Gravidade variável
células endócrinas e hormônios
gastrointestinais, e da válvula ileocecal
Considerações
Fisiológicas
14

Tempo de
Conteúdo
esvaziamento
intestinal
INIBE gástrico
Considerações
Fisiológicas
15

Duodeno+ Jejuno + Íleo

Absortiva

Secretória
Mucosa
Barreira intestinal
intestinal

Criptas e Vilos
Turnover 5-6 dias

↑Superfície de
absorção
16

Breque ileal:
↑Jejuno mecanismo
Neuro-humoral-
reduzem
Motilidade
trânsito
↓ 3x Íleo intestinal e
esvaziamento
gástrico

Secreção endógena 5 a 6L/dia


Absorção 7 a 9 L /dia

↑Íleo Líquido Exógeno 2-3 L/dia


↓Jejuno
17

Íleo
Vitaminas Lipossolúveis
Absorção
Vitamina B12
Sal biliar  Cólon  Diarreia
↓Reabsorção Ileal ↑ secreções
↑ motilidade
↑ da carga osmótica
↑ secreção de água
18

100 cm
de íleo
distal

Aproximadamente 95% dos ácidos A circulação entero-hepática dos sais


biliares que agem nas porções biliares é interrompida má absorção
iniciais do intestino são absorvidos de lípidos e de vitaminas lipossolúveis e
no íleo. consequente esteatorreia
Ressecções 19

Ressecção Repercussão Implicação


Duodeno Anemia:↓ Ferro;↓Folato
Osteomalácia: ↓Cálcio
Jejuno Diarreia/ Esteatorreia Em geral a adaptação
Hipersecreção gástrica é rápida e com poucas
repercussões
nutricionais

Síndrome do Intestino curto


Íleo • Diarreia e esteatorreia Adaptação difícil
• ↓ Reabsorção do sais biliares= Grandes repercussões
Colelitíase (cálculos vesícula, metabólico-
fígado ou canal biliar) nutricionais
• Irritação do cólon pelos sais Cálculos de oxalato de
biliares cálcio são formados como o
resultado da absorção
• ↓ Absorção de Vitamina B12 e aumentada de oxalato no
lipossolúveis cólon. A presença de sais
biliares no cólon aumenta a
• Hiperoxalúria = nefrolitíase absorção de oxalato.
20

Transito Lento 24 a 150 h

Maior absorção

Água e Eletrólitos
Diarreia,
Carboidratos e Fibras intolerância
solúveis não a lactose,
absorvidos no ID cálculo renal
metabolizados pela
microflora
anaeróbica AGCC
reabsorvidos
(substrato calórico)

A presença do colón e da válvula ileocecal, mesmo com apenas 50 cm de


ID, melhora bastante a absorção de fluídos, eletrólitos e AGCC
Importância da válvula 21

ileocecal

 A válvula ileocecal é um esfíncter fisiológico


responsável por controlar a velocidade de
libertação de quimo do ID para o cólon

 Previne refluxo ceco-ileal de bactérias


 Impede fluxo retrógrado do conteúdo colônico

Síndrome do Intestino curto


 ↑ Tempo de trânsito intestinal

 Se a válvula ileocecal for ressecada 


crescimento bacteriano com várias
consequências negativas, incluindo competição
por nutrientes, inflamação, hemorragia
gastrointestinal, translocação bacteriana entre
outras.
22

 A presença de grande quantidade de solutos não absorvidos no


lúmen intestinal   pressão osmótica  diarreia

 A esteatorreia resulta da diminuição da libertação e da


atividade de enzimas pancreáticas e dos sais biliares, que
dificulta a emulsificação, a digestão e a absorção de lipídios e
das vitaminas lipossolúveis

 Doentes sujeitos a uma resseção proximal podem tornar-se


também intolerantes à lactose (déficit de produção de lactase)
23

Fatores preditivos de expectativa


de vida
 Tamanho do intestino remanescente
 Dependência nutricional parenteral é de 83% em adultos
com 50cm de intestino

Síndrome do Intestino curto


 A presença de todo o cólon e válvula ileocecal  grande
possibilidade de adaptação intestinal e desmame de
nutrição parenteral
24

Variáveis prognósticas
 Quantidade de intestino ressecado
 Qualidade do intestino remanescente
 Localização do intestino remanescente
 Presença de válvula íleo-cecal
 Tempo de evolução

Síndrome do Intestino curto


 Presença de cólon
 Idade do paciente
 Colostomias
 Multiplicidade de manifestações clínicas
 Nutrição adequada
Características das 25

fases clínicas em SIC

Fase inicial Imediatamente após a ressecção intestinal


(dependência da TNP) Desequilíbrio hidroeletrolítico
Incapacidade de utilização do TGI
Início de NPT
Controle de quadros infecciosos

Síndrome do Intestino curto


relacionados ao CVC
Fase intermediária Processo adaptativo
(transição entre TNP e Desmame de TNP
TNE) TNE com efeito trófico

Fase tardia: Fase Dependência ou independência da TNP


crônica Prevenção de Complicações

Adaptado de ALVES & Waitzberg, 2009


26

Fases do tratamento da SIC

Duração Características Conduta


Pós operatório imediata Diarreia intensa Acesso venoso
(POI) até 30 dias Distúrbio Reposição
absorção e hidroeletrolítica
hidroeletrolítico

1-3 meses Adaptação do NPT


intestino Estimulação
Redução (oral e enteral)
diarreia

3-12 meses (até 2 anos) Peso ↑ Tolerância VO


estabilizado suspender NPT?
27

Abordagem Nutricional

Fase I ou aguda: inicia-se com a ressecção e dura de 1 a 3 meses.


A nutrição parenteral (NP) é mandatória na SIC grave.

Síndrome do Intestino curto


Fase II ou de adaptação: tem início 24 a 48 horas após
a ressecção. Pode durar de 1 a 3 anos. Tão logo seja possível,
a dieta por via digestiva deve ser introduzida

Fase III ou crônica: a adaptação do IR chega ao máximo


28

Reabilitação Intestinal

 A reabilitação intestinal envolve o tratamento


medicamentoso, suporte nutricional (dietas
especializada, nutrição enteral e parenteral), cirurgias
de reconstrução intestinal, cirurgias de alongamento

Síndrome do Intestino curto


intestinal ,transplante intestinal e multivisceral.
 Para o sucesso desta modalidade terapêutica é
necessário uma equipe multidisciplinar.
 Até 2 anos para adaptação intestinal.
 Objetivo reduzir a necessidade de NPT.
Mecanismos de 29

adaptação intestinal
Aspectos teciduais:
Imunidade, fluxo
sanguíneo e
influencias neurais

Peptídeos
gastrointestinais
Adaptação Citocinas
reguladores intestinal

Os mecanismos
Hormônios
exatos não foram
completamente
esclarecidos
30

Adaptação intestinal
Hiperplasia do vilos
celulares com aumento do
seu tamanho, aumento da Alongamento
profundidade das criptas
Dilatação
Intestino
Remanescente

Aumento das
↑Aumento da
dissacaridases atividade
enzimática dos
enterócitos

Série de alterações macroscópicas e microscópicas que visam um aumento da


capacidade da absorção de fluidos e nutrientes
31

Adaptação intestinal
 Taxa de absorção por unidade de superfície
 Diâmetro e peso da mucosa intestinal
 Altura das vilosidades
 Células da vilosidade

Síndrome do Intestino curto


 Esvaziamento gástrico
 Tempo de trânsito por unidade de intestino
remanescente
Fatores relacionados à 32

deficiência nutricional em SIC

Fisiopatogenia Fatores relacionados


Aumento das perdas intestinais Fístulas: perda de eletrólitos,
minerais traço
Aumento das necessidades Má absorção grave
nutricionais
Diminuição da ingestão Anorexia, náuseas e vômitos
alimentar Dor abdominal
Dietas restritivas
Diarreia
Supercrescimento bacteriano
Tratamento cirúrgico na 33

ressecção intestinal maciça

 Objetivo:
Melhorar função intestinal
Desmame da Nutrição Parenteral
 Procedimento para retardo do
trânsito intestinal
 Procedimento de afilamento e
alongamento intestinal

Transplant Proc. 2014;46(6):1839 1841


34

Dietoterapia em
35

Cuidado nutricional
 Avaliação Nutricional- identificar pacientes em risco
 Anamnese Nutricional
 Diagnóstico Nutricional
 Definição de objetivos da Terapia Nutricional (TN)-
planejar intervenção
 Modalidades de TN  TNO, TNE, TNP
 Recomendações Nutricionais
Dietoterapia
36

 A SIC constitui uma das indicações para a instalação do


suporte nutricional
 A fase inicial pós-operatória requer o uso NP, que poderá
continuar até o término do processo de adaptação ou
permanecer por tempo indefinido se clinicamente
necessário

Síndrome do Intestino curto


 Pós Operatório Imediato: Sódio, Cloro, Potássio, Magnésio,
Cálcio , Fósforo.
 Reposição hídrica
 Diurese e balanço hídrico
37
1º Determinar a localização e extensão do
intestino ressecado
Diarreia Má absorção Desnutrição

2º Repor perdas Eletrolíticas e controlar a diarreia

Lentificar o
↓Secreção gástrica Hidratação IV
trânsito

Síndrome do Intestino curto


3º Selecionar dieta oral, enteral e/ou parenteral

NE: Polimérica/
Dieta de fases NP s/n
oligomérica s/n

4º Repor deficiências de vitaminas e minerais

Zn K, Mg ViT A, B12, D, E, K
adap. Jeejeebhoy, 2002
Objetivos da intervenção 38

nutricional

Recuperar e/ou manter o estado nutricional adequado

Favorecer a adaptação intestinal

Maximizar a capacidade digestiva e absortiva do intestino


remanescente

Reduzir perdas fecais

Reduzir as complicações advindas da SIC (TN)

Contribuir para melhorar a qualidade de vida


39

Plano de cuidados nutricionais


 Um plano abrangente de cuidados nutricionais define a
lógica, explica terapia nutricional e fornece sugestões para o
monitoramento da eficácia do plano e sua reavaliação.
 Inclui informações sobre:
Necessidades de energia, nutrientes e fluidos
Metas nutricionais mensuráveis (imediatas e a longo prazo)
Instruções para implementar a forma especificada de terapia
nutricional
A via de administração mais adequada e o método de acesso à
nutrição
Duração prevista da terapia
Parâmetros de monitoramento
Avaliação Planejamento e treinamento de alta em casa (se
apropriado)

T. Cederholm et al. / Clinical Nutrition 36 (2017) 49e64


40
41

Recomendações Nutricionais
 Recomendamos que os requerimentos de proteína e energia
para pacientes FI basear-se em características pacientes
(capacidade de absorção intestinal estimado pela anatomia
gastrointestinal e / ou doenças subjacente) e necessidades
específicas (por exemplo doença aguda).
 Sugerimos que as concentrações séricas basais de vitaminas
sejam medidas, de acordo com disponibilidade, no início da NP
e, em seguida, pelo menos uma vez por ano.
L. Pironi et al. / Clinical Nutrition 35 (2016) 247e307

 Pacientes com má absorção intensa podem necessitar de


ingestão oral entre 200 a 419% do gasto energético basal.
 Até 60kcal/kg
Recomendações ESPEN
42

 Pacientes com cólon preservado consumam uma dieta rica em


carboidratos complexos e baixo teor de gordura
 A proporção gordura/carboidrato parece ter menos importância
pacientes sem cólon .
 Não recomendamos a adição de fibra solúvel (por exemplo,
pectina) à dieta para melhorar o desempenho geral da absorção
intestinal.
 Não recomendamos a adição de glutamina, probióticos ou outros
nutrientes à dieta com o objetivo de promover o processo de
reabilitação intestinal.

L. Pironi et al. / Clinical Nutrition 35 (2016) 247e307


43
Estimativas de Necessidades 44

Energia Total 20 a 35 kcal / kg/dia ESPEN, Home Parenteral Nutrition


in adult patients (2009)/ESPEN
guidelines on chronic intestinal failure
in adults (2016)
25 a 35kcal/kg/dia ESPEN, Management of
acute intestinal failure(2016)
Carboidratos NP -glicose deve ser administrada ESPEN, Home Parenteral
em 3-6 g / kg /dia Nutrition in adult
patients(2009)

Lipídios NP prolongada(> 6 meses), o ESPEN,Home Parenteral


fornecimento de lipídio intravenoso Nutrition in adult
não deve exceder 1 g / kg/dia. patients (2009)

Proteína 1,0 a 2,0 g / kg /dia ESPENHome Parenteral


Nutrition in adult patients(2009)
1,5g /kg/dia ESPEN, Management of
acute intestinal failure(2016)
1,0 a 1,5g/kg/dia até 3,0g/kg DITEN,2011
45

Nutrição Parenteral em SIC


 Início da NP após estabilidade hemodinâmica
 Manter NP até a completa tolerância da dieta oral e/ou enteral
 Desmame NP é possível com ganho ponderal e manutenção
do equilíbrio hidroeletrolítico

Síndrome do Intestino curto


NPDomiciliar:
Dependência da NP Domiciliar: < 50- 60 cm com cólon
Segmento Jejuno-ileal (cm)/ < 150 cm sem cólon
Peso corporal (em Kg)

Se < 1.0 : maior dependência da


NPD

Wilmore e col, 1997


Nutrição Parenteral 46

Domiciliar
Avaliação nutricional formal.

Necessidades e fatores específicos da doença a serem


considerados condição médica, estado nutricional, nível de
atividade, líquidos, restrições e função do órgão.

Síndrome do Intestino curto


Absorção do trato GI - geralmente melhora com o tempo
devido à adaptação intestinal.

A prescrição é decidida antes da alta do paciente e depois


revisada.

Valores para requisitos de os macronutrientes são geralmente


prescritos com base nas peso do paciente e modificado de
acordo com as alterações de peso.
Complicações de NP 47

prolongada
 Diarreia
 Sepse por contaminação cateter
 Hipopotassemia
 Desidratação
 Def. de zinco e vitamina B 5
 Anemia
Transplante intestinal

Síndrome do Intestino curto


 Hipomagnesemia é indicado em
 Vegetação em válvula insuficiência
 Vômitos / gastroparesia intestinal crônica e é
 Hiperfosfatemia associada a risco de
 Insuficiência hepática vida e complicações
 Insuficiência renal da Nutrição
Parenteral Domiciliar
 Hipercrescimento Bacteriano
 Trombose venosa
48

NP em SIC
 Tempo de infusão (benefício psicológico – considerar
em parenteral cíclica/noturna)

Síndrome do Intestino curto


49

Nutrição Enteral em SIC

 Deve ser iniciada após a fase aguda


 Parâmetro para iniciar <2,5L/dia de perdas fecais
 TNE Cíclica noturna
 Não existe consenso do melhor tipo de fórmula

Síndrome do Intestino curto


50

Transição nutricional
51

Dieta Oral
 Pequenas porções
 Fracionada 7 a 8 refeições, intervalos regulares
 Evolução gradual de consistência
 Dieta pobre em resíduos (restrita em fibras insolúveis), sem
lactose*, hipogordurosa e isotônica
 Fibra solúvel  adaptação intestinal

Síndrome do Intestino curto


 Pacientes com cólon se beneficiam mais da ingestão oral
para adaptação intestinal
52

Dieta de Fases
Fase 1 Água de coco, tapioca, isotônicos, caldo de legumes = 1 a
3 Litros

Fase 2 1 + arroz; batatas; macarrão

Fase 3 2 + clara de ovo ; legumes cozidos; torradas

Síndrome do Intestino curto


Fase 4 3 + queijo branco; frango e carne moída

Fase 5 4+ Frutas cozidas

Fase 6 5 + pão fresco

Fase 7 6 + caldo de leguminosas ; frutas cruas

Fase 8 7 + doces de frutas e óleo vegetal de adição

Adaptada de: Alves & Waitzberg, 2009


53

Fase de acompanhamento
 Avaliar individualmente a tolerância a lipídios
 A hiperfagia está associada com redução da dependência
da TNP

 Medicações para reduzir o peristaltismo podem ser


utilizadas
Prevenção – Formação de
54

cálculos de oxalato

 Presença anatômica e funcional do cólon


 Dieta pobre em oxalato

Chocolate
Chá
Cola
Cenoura
Espinafre
Aipo
amendoim
55
Planejamento de alta hospitalar

Síndrome do Intestino curto


56

Reabilitação Nutricional
 Auto-cuidado

 A falência da terapia nutricional é definida por um


dos seguintes critérios:
1) Falência hepática (icterícia, enzimas hepáticas
elevadas, cirrose hepática e hipertensão portal);
2) Trombose das veias centrais (pelo menos duas);
3) Infecção frequente dos cateteres (mais de duas
ao ano, fungemia, choque);
4) Desidratação frequente.
Micronutrientes 57

 Verificar regularmente quanto as deficiências de


micronutrientes e déficits específicos devem ser
corrigido adequadamente.
58
59

Dispesias Intestinais

 Condição clínica muito comum em todo o mundo, constituindo o


mais importante dos distúrbios funcionais gastroduodenais.

 Prevalência Global cerca de 15 a 40% em populações ocidentais.

 ↑ mulheres e naquelas com infecção por Helicobacter pylori,


fumantes e usuárias de anti-inflamatório não esteroidais.

 Apesar da ocorrência comum a fisiopatologia subjacente


permanece obscura.

Ford AC, Marwaha A, Sood R, et al. Global prevalence of, and risk factors for, uninvestigated dyspepsia: a
meta-analysis. Gut 2015;64:1049–57.
Definição 60

A dispepsia funcional (DF) é um distúrbio gastrointestinal crônico


definido por sintomas abdominais superiores considerados
originários da região gastroduodenal sem doença estrutural na
investigação de rotina, incluindo endoscopia digestiva alta.

Os distúrbios gastrointestinais funcionais são


Caracterizada por dor
classificados pelos critérios de Roma IV como
epigástrica e / ou desconforto distúrbios da interação intestino-cérebro com
pós-prandial (plenitude, contribuições de ambos processamento
saciedade precoce). cerebral alterado e alterações luminais,
incluindo disbiose.

WAUTERS et al, 2020


61

Sinais e sintomas
Azia (refluxo
Distenção
ácido patológico
abdominal Arrotos
ou azia
superior
funcional)

Vômitos*(sugere
Náuseas outros Perda de peso
diagnósticos)

Os sintomas
com frequência
se sobrepõem
Subtipos
62

61% 18%

Síndrome de
Síndrome da
sofrimento pós
dor epigástrica
prandial (SPD)

Dor
Saciedade
epigástrica
precoce
incomoda

Plenitude
Queimação
pós
epigástrica
prandial

21% sobreposição de sintomas


Critério Roma IV*** Frequência, duração
e início 63
Dispepsia Plenitude pós-prandial ≥1 sintoma nos últimos O vômito sugere outro
Funcional incômoda, saciedade precoce, 3 meses com distúrbio. Os sintomas não
dor epigástrica ou queimação. início ≥6 meses antes devem ser aliviadoS pela
Nenhuma evidência de do diagnóstico. evacuação de fezes ou
doença estrutural provável flatos.Sintomas de DRGE e
p/ DII podem coexistir.
explicar sintomas.

Síndrome de Plenitude pós-prandial ≥3 dias / semana nos Dor epigástrica pós-prandial


sofrimento pós incômoda e / ou últimos 3 meses com ou queimação, inchaço
prandial precoce saciedade severa o início ≥6 meses antes epigástrico,
suficiente para interferir do diagnóstico. arrotos excessivos, náuseas
com as atividades diárias ou e azia podem estar
para evitar terminar presentes.
uma refeição.

Síndrome de Dor epigástrica incômoda e / ≥1 dia / semana nos Podem apresentar inchaço
dor epigástrica ou queimação epigástrica últimos 3 meses com epigástrico pós-prandial,
forte o suficiente para início ≥6 meses antes arrotos e náuseas. A dor
interferir nas atividades do dia- do diagnóstico. pode ser induzida ou
a-dia. aliviada pela ingestão de
uma refeição ou
ocorrem durante o jejum e
não preenche os critérios de
dor biliar.
***Propostos pelo consenso de Roma III e após a publicação de evidências adicionais de apoio,
reiteradas na versão de Roma IV
Fisiopatologia 64
Os gatilhos luminais do conteúdo duodenal alterado e / ou disbiose podem levar à
ativação imunológica local e sistêmica com sinalização perturbada dos mecanismos
65
de feedback duodenogástrico por alterações neuronais nos nervos aferentes.

O conteúdo luminal duodenal é


separado do sistema imunológico
da mucosa por uma barreira
duodenal intacta.

Causas do defeito da barreira e da ativação imune em DF ainda são


desconhecidos, causas prováveis: ácido duodenal, bile, estresse e
WAUTERS et al, 2020
alimentos ou componentes microbianos.
66

Comorbidades psiquiátricas, como


Hiperpermeabilidade da mucosa ansiedade e depressão são comuns
duodenal e inflamação duodenal de
e podem surgir da disfunção
baixo grau tem sido associado à intestinal ou ativação imune, ou em
sinalização neuronal alterada e
outros casos alteram a função
ativação imune sistêmica em DF gastroduodenal potencialmente
levando à geração de sintomas
dispépticos.

Distúrbios gástricos podem ser secundários


e não primário em DF.
67

Papel do duodeno
 Integrador-chave na geração de sintomas de dispepsia, a disfunção
motora gástrica pode ser atribuída ao feedback duodenogástrico
desordenado.
 Vários estudos já relataram inflamação de baixo grau da mucosa
duodenal e aumento de células T no intestino delgado como
marcadores de inflamação intestinal  correlação com atraso no
esvaziamento gástrico e gravidade dos sintomas dispépticos.
 O mecanismo exato através do qual a inflamação duodenal induz
hiperexcitabilidade neuronal ainda não é completamente
compreendida, mas em analogia para doença inflamatória intestinal,
um papel para histamina e proteases - entre outros – é hipotetizado.

WAUTERS et al, 2020


Sugerindo um papel68
Esvaziamento potencial para a
gástrico retardado exposição ao ácido
Perfusão ácido duodenal e
duodenal em alterações na função
indivíduos saudáveis Hipersensibilidade à
sensório-motora
distensão
gástrica

LEE, KIM , CHO, 2006. Não refletem em


VANUYTSEL, KARAMANOLIS, VAN OUDENHOVE , et al. 2011.
mudanças fisiológicas
que ocorrem em
Resultou em
o duodeno distal
relaxamento
gástrico

Hiperpermeabilidade
da mucosa duodenal

Ativação de
mastócitos

VANHEEL H, FARRÉ R, BEECKMANS D, et al. 2017

WAUTERS et al, 2020


69
Papel dos alimentos

Desencadeamento dos sintomas de DF Alterações inflamatórias duodenais de


baixo grau

Inexplorado até o momento

O papel do glúten
A hipersensibilidade duodenal em DF não foi
aos lipídios foi relatado em DF, investigado, embora os
com modulação dos sintomas sintomas possam se
gastrointestinais superiores via sobrepor com
sinalização de colecistocinina sensibilidade ao glúten
em resposta à gordura. não celíaco

Potter MDE, Walker MM, Keely S, et al.


Fried M, Feinle C. The role of fat and cholecystokinin in What’s in a name? ’Non-coeliac gluten or
functional dyspepsia. Gut2002;51 Suppl 1:i54–7. wheat sensitivity’: controversies and
Vanheel H, Farré R. Changes in gastrointestinal tract mechanisms related to wheat and gluten
causing gastrointestinal symptoms or
function and structure in functional dyspepsia. Nat Rev
disease. Gut 2018;67:2073–7.
Gastroenterol Hepatol 2013;10:142–9 WAUTERS et al, 2020
70

Secreção de sais
biliares

Início ou agravamento dos sintomas dispépticos após uma refeição

Dados sugerem que a relativa abundância de sais biliares primários versus


secundários, ao invés de suas concentrações absolutas, afetam a função
da barreira intestinal mas faltam evidências conclusivas e estudos mais
aprofundados estão necessários para elucidar o mecanismo fisiopatológico

Feinle-Bisset C, Azpiroz F. Dietary and lifestyle


factors in functional dyspepsia. Nat Rev
Gastroenterol Hepatol 2013;10:150–
71
Alterações persistentes nas
células do sistema
imunológico da mucosa
Dispepsia funcional duodenais
pós infecciosa

Kindt S, Tertychnyy A, de Hertogh G, et al.


Intestinal immune activation in presumed post-
Incapacidade do sistema
infectious functional
dyspepsia.Neurogastroenterol Motil
imunológico de se recuperar do
2009;21:832–56.
insulto infeccioso

Disbiose: alteração Estresse pode levar à


estrutural e/ou funcional no disbiose intestinal afeta a
microbioma tradicional função no sistema nervoso
central

Estresse  ↑ permeabilidade
e ativação da imunidade

WAUTERS et al, 2020


72
Os sintomas de azia estão
Eosinofilia independentemente associados
duodenal com todos os subtipos DF

A relação entre eosinofilia duodenal e


sintomas relacionados às refeições podem
ser explicados por reflexos duodenogástricos
alterados e alteraçãoes gástricas em
resposta à refeição, embora estudos
diretamente correlacionando anormalidades
duodenais e disfunçõessensório-motor
gástrico são escassas.

Hipótese  para a geração de sintomas é a perda da integridade da mucosa


como evento primário, o que pode levar à ativação imune através da
apresentação de antígeno  levando ao recrutamento e desgranulação de
eosinófilos, desencadeando hipersensibilidade visceral e controle motor
alterado
73

Disfunção motora e sensorial


gastroduodenal

 Alterações da atividade mioelétrica gástrica


 Redução da contratilidade antral
 Incoordenação antro-piloro-duodenal
 Anormalidades da atividade motora duodeno-jejunal

 Podem resultar em retardo do esvaziamento gástrico,


que ocorrem em cerca de metade dos casos de dispepsia
funcional.
74

Fisiopatologia
 Duodeno como o integrador chave na geração de sintomas,

 Sintomas relacionados à refeição na síndrome de sofrimento pós prandial


e no grupo de sobreposição  ligados ao aumento da permeabilidade da
mucosa duodenal, inflamação de baixo grau e alterações neuronais da
submucosa.

 Elucidar os sintomas dispépticos pós-prandiais uma potencial


ferramenta diagnóstica ou preditiva.
Diagnóstico 75

Seguindo os critérios de Roma IV, o diagnóstico de DF só pode ser feito na


ausência de doença, incluindo endoscopia alta, mas isso não exclui a presença
de alterações microscópicas, como eosinofilia.
76

Tratamento
 A complexidade da síndrome indica uma origem multifatorial, e a falta
de terapias eficazes foi reconhecida por sociedades internacionais,
como o Colégio americano de gastroenterologia e Associação
Canadense de gastroenterologia.
 De natureza empírica. Abrange medidas de ordem geral e o uso de
medicamentos que, agindo em pontos incertos da provável
fisiopatologia da doença, provocam, em grau variável e imprevisível, o
alívio dos sintomas.

Eficácia limitada  Focado nos sintomas e na função sensório motora


gástica, não na patologia duodenal subjacente.
77

Tratamento
► Tratamentos para disfunção intestinal e gástrica, incluindo
neuromoduladores e procinéticos eficácia limitada, efeitos
colaterais.
► Os inibidores da bomba de prótons  supressores de ácidos
e efeitos antiinflamatórios na dispepsia funcional
► Visando a inflamação duodenal e o o eixo celular eosinófilo-
mastócitos ,estabilizadores de mastócitos e anti-histamínicos
requer estudos em populações adultas.
► A disbiose duodenal em DF pode ser tratada com antibióticos,
como rifaximina, mas requer confirmação em populações
ocidentais.
78

Dietoterapia em
Dispepsia funcional
79

 Muitos pacientes reconhecem as refeições como principal fator


desencadeante; assim, as manipulações dietéticas muitas vezes
representam a estratégia de tratamento de primeira linha.

 A maioria dos conselhos dietéticos são de fato empíricos


e muitas vezes levam a dietas de exclusão, reforçando nos
pacientes a percepção de “ser intolerante ”à comida e
autoperpetuando alguns dos próprios mecanismos fisiopatologia
da dispepsia subjacente ( ou seja , hipervigilância e sintoma
antecipação).

 Desencorajar os pacientes à realizarem exclusões


indiscriminadas de alimentos.

PESCE M, et al. 2020


80

A disseminação na internet de dietas indiscriminadas de exclusão


e testes de intolerância alimentar muitas vezes reforça em
pacientes com dispepsia funcional (DF) a ideia de serem alérgicos
ou intolerantes a alimentos. Os médicos costumam ficar inseguros
quanto à contribuição de alimentos específicos no DF e a falta de
diretrizes e de nutricionistas especializados, em última análise,
leva a recomendações dietéticas conflitantes e desiguais. Aqui,
fornecemos uma revisão com base fisopatológica da relação
causal entre alimentos específicos e a geração de sintomas em
DF e, em seguida, fornecemos uma abordagem alimentar
padronizada baseada em evidências, aplicável na prática clínica.
Orientações internacionais são ansiosamente aguardadas para
padronizar o manejo alimentar do DF

PESCE M, et al. 2020


81

Desafios na dietoterapia em DF
 No momento, pesquisar no Google as entradas "dispepsia E
dieta" resulta em mais de 2570000 resultados
 Tendência cada vez mais frequente dos pacientes em autocuidar
de seus sintomas.
 Pacientes DF muitas vezes tendem a se autodiagnosticar com
"intolerâncias alimentares" e restringir arbitrariamente sua dieta,
apenas com base em sua experiência pessoal ou informações
anedóticas de fontes questionáveis.
 Essas dietas de eliminação improvisadas são muitas vezes
nutricionalmente desequilibradas  podem causar deficiências
nutricionais.

 Maioria das evidências disponíveis representam extrapolações


de estudos observacionais. Para complicar ainda mais a questão
está o alto grau de sobreposição entre DF, doença do refluxo
gastroesofágico e Doença inflamatória intestinal.
PESCE M, et al. 2020
82

Carboidrato
O papel dos carboidratos nos sintomas da DF ainda não está claro.

Alta ingestão de carboidratos que Refeição de índice glicêmico


possa induzir sintomas fisiologicamente determina um aumento de
semelhantes ao de Síndrome de peptídeo semelhante ao glucagon 1 e
liberação de colecistocinina (CCK), que
sofrimento pós prandial 
pode, por sua vez, retardar o esvaziamento
possível efeito na acomodação do gástrico e induzir saciedade prolongada.
fundo gástrico

Concentração elevada de glúten (grãos / produtos de trigo, alimentos


processados) ou fermentáveis oligossacarídeos, dissacarídeos,monossacarídeos
e polióis (FODMAPs) (frutas, trigo e grãos, refrigerantes, alimentos processados
83
FODMAPs são um grupo de
carboidratos mal absorvidos e
osmoticamente ativos,
naturalmente contido em uma ampla
variedade de alimentos comuns.

Aceitos como gatilhos potenciais ↑ Distenção e dor


para sintomas gastrointestinais e
distúrbios gastrointestinais abdominal em
funcionais pacientes sensiveis

Produção anormal de
+Retenção de água
gás, causada por um
luminal secundária à
aumento da
sua atividade osmótica
fermentação intestinal

Além desses conhecidos efeitos, seu impacto na fisiopatologia do DF pode


estar ligado a mudanças qualitativas na composição do microbioma e / ou na
homeostase duodenal secundária a um aumento inflamação duodenal.
84

Lipídio
O papel dos lipídios na DF foi melhor caracterizado

Refeição rica ↑ náusea, dor e saciedade


em gordura

Em relação a uma refeição de baixa caloria e uma refeição equicalórica,


rica em carboidratos para com o mesmo volume.

Mecanismos de Relacionados ao retardo no


exarcerbação de esvaziamento gástrico
sintomas DF
Hipersensibilidade à
hormônios gastrintestinais

Liberação de CCK
85

Proteína
Induzir um aumento da
Ingestão de proteínas saciedade em indivíduos
saudáveis

Pouco se sabe sobre o impacto das refeições ricas em proteínas


nos sintomas dispépticos.
86

Alimentos específicos
 Alimentos desencadeadores de sintomas.
 Empírica e diversificada, algumas relações causais entre alimentos
e os sintomas foram demonstrados.
 Estudos retrospectivos e falta de métodos padronizados de
verificação de associação entre consumo e sintomas.
 O subtipo SPD tem sido o padrão de intervenção nutricional mais
estudado no DF.

 A capsaicina é o exemplo paradigmático de quão complexo é o


interação entre a ingestão de alimentos e os sintomas de DF, com
nutrientes que podem estar em alimentos “benéficos” ou
“prejudiciais”.
Papel de alimentos específicos e sua contribuição
para os sintomas de DF 87

Amêndoas parecem não agravar os sintomas de DF


como esperado . Este efeito pode estar relacionado ao alto teor de
triptofano, um precursor da serotonina. A serotonina (5-
hidroxitriptamina) é um neurotransmissor chave envolvido na
regulação da motilidade gastrointestinal e função sensorial.

A estimulação dos
receptores
serotoninérgicos

(1) Melhor esvaziamento


Amêndoas gástrico (2) Melhoria dos
sintomas

Pimenta e
pimentão (1) Hiperalgesia
(administração aguda); e
(2) Hipersensibilidade
Ensaio de controle randomizado sobre placebo, visceral reduzida (crônica
pimenta vermelha em pó melhorou administração)
significativamente os escores gerais de
sintomas, incluindo dor epigástrica,
plenitude e náusea PESCE M, et al. 2020
88

(1) Antiemético,
Hortelã-pimenta e Colerético (estímulo da
Óleo de cominho secreção da bile) e ação
espasmolítica (inibe a
contração da
musculatura visceral); e
(2) Melhoria sintomas

(1) ↑ Esvaziamento
Gengibre gástrico ;
(2) Melhoria da
motilidade gástrica
(3)↓ náusea e
vômito; e
(4) inflamação

PESCE M, et al. 2020


89

(1) Produção anormal


de gás; (2) Retenção
luminal de Água e
distensãoabdominal;
(3) Exacerbação de
sintomas; e (4)
Inflamação duodenal

Pode-se especular que o menor teor de glúten e FODMAPs podem estar


envolvidos neste efeito favorável, mas não há evidências que demonstrem
essa associação até o momento.

PESCE M, et al. 2020


90

Alimentos específicos
 Outros estudos analisaram o impacto da dieta sobre a prevalência
padrão de sintomas, revelando possíveis ligações entre:
 Consumo de alimentos específicos e queimação epigástrica (café, pimenta,
chocolate e cebola);
 Plenitude (carne vermelha, produtos de trigo, feijão, alimentos fritos, doces,
chocolate) ;
 Inchaço ( bebidas gaseificada, cebolas, bananas, leite).

 Falta de métodos eficazes para avaliar potenciais intolerâncias alimentares e


alergias na maioria dos estudos. O efeito sobre os sintomas de DF pode
realmente ser influenciado pela presença de glúten ou intolerância à lactose.
Mais estudos são necessários para aprofundar esse aspecto

CARVALHO RV, et al. Food intolerance, diet composition, and eating patterns in functional
dyspepsia patients. Dig Dis Sci 2010; 55: 60-65
DUNCANSON KR, et al.TL. Food and functional dyspepsia: a systematic review. J Hum Nutr Diet
2018; 31: 390-407
Santolaria S, et al. Spectrum of gluten-sensitive enteropathy in patients with dysmotility-like
dyspepsia. Gastroenterol Hepatol 2013; 36: 11-20
91

Consumo de
O volume da
Desencadeamento refeições
refeição e a
de sintomas pequenas e
distensão gástrica
frequentes

1.304 pacientes chineses com DF, os autores descobriram que hábitos


alimentares pouco saudáveis, como jantar irregularmente, lanches
noturnos, pular o café da manhã e jantar fora, eram mais
frequentemente associada a DF.
Xu JH, et al.Certain Dietary Habits Contribute to the
Ácool e café Functional Dyspepsia in South China Rural Area. Med
Sci Monit 2017; 23: 3942-3951
associados com subtipo
de síndrome de dor
epigástrica

PESCE M, et al. 2020


92

Dietoterapia
 A orientação nutricional visa minimizar os sintomas.
 Nenhuma orientação nutricional padronizada para DF está disponível,
até o momento.
 Baseada na tolerância individual.
 Uma redução de picantes, quentes, alimentos estimulantes de
secreção ácida e ricos em gordura parecem ser eficazes em um
subgrupo de pacientes.
 Apesar da conhecida sobreposição patogênica e clínica com DII
atualmente, há falta de evidências que demonstrem o efeito de uma
redução de FODMAPs em DF.

PESCE M, et al. 2020


93

Dietoterapia
Necessário buscar um uniformização da abordagem
nutricional baseada em evidências no tratamento de
pacientes com DF e para projetar estudos de alta
qualidade avaliando o impacto da intervenção
nutricional.

O crescimento número de aplicativos móveis e


baseados em smartphones, projetados para coletar
dados dietéticos e para registrar objetivamente as
intervenções nutricionais, oferece a possibilidade de
superar as limitações atuais.

Desenvolvimento de diretrizes bem estruturadas e


padronizadas  a fim de padronizar a abordagem
nutricional e satisfazer os pacientes com DF.

PESCE M, et al. 2020


94
95

Ileostomia Colostomia

Abordagem
Cirúrgica

Estomias de derivação Desvio ou


Temporárias ou descompressão do
definitivas intestino
Definição: exteriorização de uma alça do intestino da parede remanescente
abdominal anterior, feita durante um procedimento cirúrgico.
96

Indicações das Estomias


Cólon sigmóide é retirado o reto é fechado
colostomia fechada tardiamente, com
restauração da continuidade do cólon.

 Cirurgia de Hartmann – temporária


 Derivação de proteção para doenças perineais
(inflamatórias, traumáticas ou cirúrgicas) – temporária
 Doenças inflamatórias ou polipose familiar do intestino
grosso
 Neoplasias de reto distal avançadas
 Lesão traumática, inflamatória ou infecciosa grave de
reto distal ou perianal
 Proteção de anastomoses
 Derivação paliativa em tumores avançados obstrutivos
97

Contra-indicações

 Não há contra-indicações para a confecção de


colostomia/ileostomia.
 São frequentemente necessários quando a anastomose não
pode ser realizada devido à natureza de emergência da
cirurgia ou quando o paciente não está adequadamente
nutrido.
 Indicado quando há comprimento inadequado do intestino
ou mesentério após a ressecção ou possibilidade de tensão
excessiva no local da anastomose.
98

Indicações colostomias
As indicações de uma colostomia são divididas com base no
tipo de colostomia:

Colostomia de duplo barril : ressecções intestinais envolvendo o mesentério e é feita em


condições como câncer colorretal, após ressecção de segmentos intestinais gangrenados,
doença inflamatória intestinal, lesões intestinais penetrantes ou após a ressecção de volvo
de sigmóide gangrenoso.

Colostomia em alça : lesão abdominal penetrante, câncer colorretal, lesão intestinal intra-
operatória, lesão perineal, uma doença diverticular com obstrução, lesão abdominal contusa,
proteção de uma anastomose distal, incontinência anal ou lesão perineal, gangrena de
Fournier envolvendo a região perianal e fístulas perianais. Eles também podem ser feitos em
caso de malformações anorretais ou doença de Hirschsprung na população neonatal como
uma medida de emergência temporária antes que a cirurgia de correção possa ser realizada.

Colostomia final: após o procedimento de Hartmann, é o tipo de colostomia mais comum


em todo o mundo. É feito em caso de volvo de sigmóide gangrenado, câncer colorretal após
ressecção abdominoperineal, nó ileo-sigmóide, lesão abdominal penetrante, colite ulcerativa,
intussuscepção, vazamento anastomótico, câncer anorretal e lesão perineal.
99

Imediatamente após a cirurgia, o funcionamento do


estoma intestinal é irregular podendo eliminar fezes
várias vezes ao dia, em diferentes momentos.

Na medida em que o tempo passa, o estoma funciona


de forma mais regular, no entanto, não é possível
controlar a saída das fezes.

A maioria dos estomas é


incontinente não há controle
voluntário sobre a passagem de
flatos e fezes do estoma.
100

Colostomia
Tipo de Colostomia Consistência de Fezes
Ascendente (porção terminal Liquefeitas ou pastosas
do íleo)

Transverso Semi-sólidas
Descendente Pastosas ou semi-sólidas

Sigmóidea (próxima ao reto) Sólidas

O tipo mais comum de colostomia é a


colostomia sigmóide seguida da
colostomia transversa, enquanto as
colostomias ascendente e
descendente são raras e dificilmente
realizadas.
MARIA A, LIESKE B. 2021
101

Colostomia
Geralmente feitas na parede
abdominal anterior, sobre o
músculo reto abdominal,
geralmente inferior ao umbigo.
Ocasionalmente, o local é
cefálico ao umbigo,
principalmente em pacientes
obesos, pois a parede
abdominal anterior tem menos
gordura subcutânea na parte
superior.

Rocha JJR. Estomias intestinais -


(ileostomias ecolostomias) e
anastomoses intestinais. Medicina
(Ribeirão Preto) 2011;44(1): 51-6
102

Conteúdo sensível

Rocha JJR. Estomias intestinais - (ileostomias ecolostomias) e


anastomoses intestinais. Medicina (Ribeirão Preto) 2011;44(1): 51-6
103

Ileostomia

 Estoma a partir do íleo;

 Elimina a capacidade do cólon reabsorver


líquidos e eletrólitos

 Conteúdo de eliminação ↑ líquido, e pastosas


após a readaptação intestinal.

 Desenvolve desidratação se >2L/24h.


104

Ileostomia

Conteúdo sensível

Rocha JJR. Estomias intestinais - (ileostomias ecolostomias) e


anastomoses intestinais. Medicina (Ribeirão Preto) 2011;44(1): 51-6
105

 Avaliação do balanço hídrico


 Conteúdo eliminado pode ser irritante a pele
devido a presença de enzimas digestivas
Queixas e complicações 106

 Cheiro desagradável, a necessidade repetida de drenar o


aparelho de colostomia ou vazamento repetido da bolsa de
colostomia.
 Os cheiros desagradáveis podem ser controlados por
desodorantes estomacais ou bolsas de colostomia
desodorizadas ou evitando-se alguns alimentos.
 O vazamento repetido da bolsa pode ser evitado com a
marcação do local do estoma pré-operatório e garantia e
acompanhamento no período pós-operatório.
 As queixas moderadamente graves incluem dor e escoriação
da pele ao redor do local do estoma, diarreia ou constipação.

Complicações graves : gangrena estomacal observada comumente no


período pós-operatório inicial, retração estomacal, prolapso de colostomia,
hérnia parastomal, separação mucocutânea juntamente com outras
complicações pós-operatórias como
deiscência de ferida, entre outras.
107

Diarreia
 A diarreia da colostomia pode ser queixada pelo paciente em caso
de colostomias ascendentes ou transversais, caso não sejam
totalmente explicados sobre a natureza do conteúdo esperado.
 Resultado de uma ressecção extensa com falha de adaptação do
intestino remanescente ou se associada à Síndrome do intestino
curto.
 Também pode ser devido a causas infecciosas como
supercrescimento bacteriano ou enterite por Clostridium difficile ou
tumores secretores ou outras causas subjacentes de diarreia.
108

Obstipação
 Obstipação: a obstrução estomacal deve ser descartada verificando-se
ruídos intestinais ausentes ou muito aumentados, fazendo uma
radiografia de abdome para descartar obstrução proximal ou íleo.
 O íleo pós-operatório pode estar presente nos primeiros dias após a
cirurgia, e a colostomia deve estar funcional dentro de 2 a 4 dias após
a cirurgia.
 O período de íleo paralítico pode ser reduzido pela mobilização
precoce do paciente e seguindo o protocolo ERAS (Recuperação
aprimorada após Cirurgia).
 As aderências intestinais podem ser uma causa de obstrução no
período pós-operatório tardio.
 Enemas ou irrigação do estoma podem ser ensinados a pacientes com
resultados razoavelmente bons.
109

Dietoterapia em
Ileostomia e
Colostomia
110

Gases

Quantidade
Odor
das fezes
111

Dieta via oral no pós operatório


Estudo retrospectivo, não randomizado

O objetivo deste estudo foi analisar as diferenças em resultados de


alimentação pós-operatória, medidos como tempo até o primeiro flato e
tempo para a primeira eliminação no estoma.

Liberação precoce da dieta (dias 0 e 1 do pós-operatório)


Liberação da dieta tradicional (dia 2 e mais tarde)

Conclusões:Liberação precoce da dieta está associado ao retorno mais


precoce de flatos e saída da primeira eliminação no estoma em comparação
com o liberação da dieta tradicional após a criação de uma ileostomia ou
colostomia.

Toledano S, et al. 2019


112

Revisão sistemática

 Resultados: 31 estudos de pesquisa foram incluídos. Os nutrientes mais comuns relatados


em associação com os resultados relacionados ao manejo da ileostomia foram fibra, gordura
e álcool. Na maioria dos resultados e estudos / opinião de especialistas, baixo teor de
fibra e baixo teor de gordura foram sugeridos como benéficos, enquanto o álcool era
prejudicial.
 Outras associações de nutrientes frequentemente relatadas na opinião de especialistas (mas
com atenção mínima em estudos de pesquisa) incluíram consequências negativas de bebidas
com cafeína.
 O volume de saída e a consistência foram os resultados mais comumente relatados
relacionados ao manejo da ileostomia em todos os tipos de estudo. Flatulência e odor também
foram resultados comuns em estudos observacionais.
 Conclusões: Esta revisão encontrou uma abundância de literatura, particularmente a opinião
de especialistas. No entanto, essa literatura era altamente heterogênea em termos de
estratégias dietéticas e resultados relatados. É provável que a maioria dos conselhos
dietéticos fornecidos na prática seja baseada na opinião de especialistas, com alguns
apoiados por pesquisas limitadas.
MITCHELL A, et al.. 2021
113

Estudo transversal : com pacientes atendidos em um


Serviço de Atenção ao Paciente com Estoma de Juiz de
Fora, Brasil.

Comparar o estado nutricional de pessoas com ileostomia ou colostomia e


avaliar quais alimentos são evitados com mais frequência e por quê.

63 (61,2%) fizeram colostomia e 40 (38,8%) ileostomia.

Alimentos evitados e motivos para evitar (aumento do odor, aumento de


gases, aumento da produção, constipação, vazamento e sentimentos em
relação a sair de casa) foram avaliados.
Evitar alimentos devido ao Os resultados deste estudo confirmam que
vazamento do aparelho foi mais muitas pessoas com estoma ajustam sua
comum entre os participantes com ingestão dietética e evitam certos alimentos e
ileostomia (8, 20%) do que com que, especialmente em pessoas com
colostomia (3, 4,8%), e vegetais e ileostomia, podem aumentar o risco de
frutas foram relatados como os deficiências nutricionais.
alimentos mais problemáticos. de OLIVEIRA , et al. 2018
114

Orientações Nutricionais
 Padronizar os horários das refeições, contribuirá
para regularizar o funcionamento do intestino
 Mastigação
 Hidratação 2 a 2,5L. ↑ ileostomizados
 Atenção a introdução de novos alimentos

Manual de orientação nutricional para ostomizados. BRASPEN J 2018; 33 (3): 248-70


115

Recomendações
Evitar:
 Relacionados com a formação de gases: brócolis, couve-flor,
couve, repolho, nabo, cebola crua, pimentão verde, rabanete,
pepino, batata doce.
 Leguminosas
 Melão, abacate e melancia Formação
 Sementes oleoginosas de gases
muito
 Frutos do mar: especialmente mariscos e ostras
individual
 Ovos
 Bebidas gasosas
 Excesso de açúcar e doces concentrados

CARUSO In: CUPPARI,2019


116

Recomendações

 Tolerância individual deve ser respeitada


 Respostas diversas
 Teste de reintrodução alimentar
Cuidados com
117

colostomia/ileostomia

 Atribuição da enfermagem
 O objetivo : proteger a pele, cuidar da aceitação do paciente e
prevenir complicações relacionadas ao estoma.
118

Acompanhamento e qualidade de vida de


ostomizados

 https://www.abraso.org.br/
 Manejo da saúde mental durante o tratamento.
 Suporte multiprofissional.
Modelo atual de formação do profissional de saúde
(academicismo)

Foco no diagnóstico e no processo de cura

Práticas em saúde são focadas na doença e não no


paciente

Compreensão holística do paciente

Ver o Ser Humano em sua totalidade (espiritual +


psíquico + corpo)

Influencia do estado emocional equilibrado do paciente e


dos que o cercam
(MACHADO; SILVESTRE; MARCHINI, 2009)
120

Considerações finais
 Na maior parte dos pacientes a dietoterapia/terapia
nutricional atua como coadjuvante combinada ao
tratamento clínico ou cirúrgico.

 São necessários mais estudos randomizados duplo


cegos e metanálises para comprovar efeitos de
suplementos e nutrientes específicos.

 Aumentar a conscientização e compreensão das


influências da dieta nestas situações clínicas e o
impacto positivo de intervenções.
121
122

MUITO
OBRIGADA!
123

REFERÊNCIAS
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