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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA Como tratar a obesidade?

DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO mudar dieta e estilo de vida (dieta e


atividade física)
DIETOTERAPIA I depois a cirurgia bariátrica

CIRURGIA BARIÁTRICA
Profª: Pamela Lins

João Pessoa
2023

OBESIDADE
Enfermidade
crônica não transmissível
de caráter multifatorial caracterizada
pelo acúmulo excessivo de gordura
e que representa
fator de risco para
várias outras doenças crônicas.
(KOPELMAN, 2000; HAFFNER; TAEGTMEYER, 2003).
OBESIDADE
Consumo
Alimentar
Gasto
Energético

Desequilíbrio

Obesidade Geral:
Pode ser identificada com base nos níveis
de gordura corporal e no IMC

OMS (1995) - IMC ≥ 30Kg/m2


Boa correlação do IMC com a GC
• Adultos jovens com IMC = 30Kg/m2
GC ≈ 30% (Homens) e 40% (Mulheres)
caracteriza obesidade mas nao indica
necessidade de bariátrica
Altura: 1,80m
xxxxxxxxxxxx
Peso: 97,2Kg
xxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxx
IMC= 30,0Kg/m2
xxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxx
x

CUIDADO AO USAR O IMC:


Não fornece informações sobre a composição
corporal e a distribuição da gordura
corporal (GC)
(Flegal et al, 2009; Rech et al, 2006; Ribeiro Filho et al, 2006).

Situações que podem ocorrer:


IMC < 25Kg/m2 e ↑% de GC
IMC ≥ 30Kg/m2 e % de GC normal
(Carrasco et al, 2004).
No adulto e no idoso a classificação pelo
IMC segue os seguintes pontos de corte

IMC (Kg/m2) OMS 1995 Classificação


25,0 a 29,9 Sobrepeso
30,0 a 34,9 Obesidade grau I
35,0 a 39,9 Obesidade grau II
≥ 40,0 Obesidade grau III candidato a bariátrica

Idosos (Lipschitz, 1994)


≥ 27,0 Excesso de peso

GORDURA CORPORAL:
• Avaliada pela BIA ou somatório de dobras
≥ 25% nos homens e ≥ 32% nas mulheres
(Deurenberg 1998; Lohman 1997; OMS
1995).
Dobras Cutâneas:
Não devem ser utilizadas nos casos de
obesidade de moderada a grave
Maiores limitações do uso das dobras:
Dificuldade de ser aplicada em obesos

Técnica para obesos grau I:


• Usar as duas mãos para puxar a pele
• Uma segunda pessoa realiza a medida
• O adipômetro pode não apresentar abertura suficiente
em relação ao tamanho da dobra

E quanto a subescapular?
•Encontrar as protuberâncias ósseas que
norteiam a identificação do local
• Excesso de gordura dificulta o tato
manual
• Tendência para usar as dobras
“naturais”

Não deve ser utilizada nos casos


de obesidade de moderada a
grave
Como aferir a supra-ilíaca?

O adipômetro que ultrapassar em uma medida:

55 mm Harpender Alteram a pressão de


compressibilidade da mola
50 mm Holtain
65 mm Lange Subestimando os resultados

BIOIMPEDÂNCIA

Tecidos magros Gordura e osso

Grande qtd. de água Pequena qtd. de


e eletrólitos água e eletrólitos

Bons condutores Pobres condutores


BIOIMPEDÂNCIA
• Níveis de hidratação em obesos são mais
altos do que em indivíduos mais magros
↑ na hidratação ↓ a Resistência =
Superestimação da MLG
Obesos em dieta apresentam perda
excessiva de água
Subestimar a MLG

BIOIMPEDÂNCIA
Parece ser um método promissor na avaliação
corporal de obesos
Desde que sejam utilizadas equações
desenvolvidas para os obesos
Não dá para utilizar o laudo emitido pelo aparelho
Uso da BIA com as equações de Gray (1989)
para obesos
Mulheres
MLG(Kg) = 0,00151 (A2) – 0,0344 (R) + 0,140
(PC) – 0,158 (idade) + 20,387
Homens
MLG(Kg) = 0,00139 (A2) – 0,0801 (R) + 0,187
(PC) + 39,830

MLG = Massa Livre de Gordura A = Altura


R = Resistência PC = Peso Corpóreo

Determinei o % de GC – E agora???

Qual o % desejado de GC?????

Variabilidade individual é muito grande

Não existem valores adequados por sexo e


idade
Valores de referência para % de
gordura corporal normal

% de gordura Homens Mulheres


corporal
Média 15 23
Acima da média 16 a 24 24 a 31
Risco relacionado a ≥ 25 ≥ 32
obesidade
Lohman TG, 1991

Valores de referência para % de gordura


corporal

Homens Mulheres
40-59 60-79 40-59 60-79
Idade (a)
Pré- 22 a 25 a 34 a 36 a
obesidade 27,9% 29,9% 39,9% 41,9%
Obesidade ≥ 28% ≥ 30% ≥ 40% ≥ 42%
Gallagher, 2000
PERCENTUAL DE GORDURA
Indivíduos acima de 18 anos (Mcardle,
1992)
Classificaçã Mulheres Homens (%)
o (%)
Leve 25 a 30 15 – 20
Pouco obeso 30 – 35 20 – 25
Muito obeso 35 – 40 25 – 30
Ideal 14-18 10-14

DISTRIBUIÇÃO DA GORDURA
CORPORAL
HISTÓRIA DO PESO CORPORAL
Percentual de perda de excesso de peso
%PEP
PEP = peso pré-op – peso atual

EP = peso pré-op – peso ideal

%PEP = PEP x 100/EP

(COPPINI apud BURGOS; LIMA; COELHO,


2011)

calculo de peso ideal na obesidade

QUAL A META PARA PERDA DE


PESO????

Consenso Bariátrico Brasileiro, 2013


TRATAMENTO
CIRÚRGICO
▪ Terapia efetiva para obesidade mórbida e
pode resultar em melhora da qualidade de
vida com completa solução das comorbidades
associadas a obesidade.

▪ A popularidade do tratamento, a partir dos


resultados de sucesso, provocou uma
demanda exagerada para solucionar
“milagrosamente” o problema.
CANDIDATOS À CIRURGIA
▪ > 18 anos, com IMC > ou = 35Kg/m2, independente da
presença de comorbidades * Asiáticos IMC > 25kg/m²

▪ IMC > ou = 30Kg/m2, portadores de doenças associadas,


especialmente DM

▪ Obesos idosos - não há limite de idade, contanto que os


benefícios da cirurgia superem os riscos

▪ Crianças e adolescentes : with BMI 120% of the 95th


percentile (class II obesity) and major co-morbidity, or a
BMI 140% of the 95th percentile (class III obesity)

TIPOS DE CIRURGIA
Disabsortiva
Mista
Restritiva
Redução do sítio
absortivo
Limitação ao
volume sólido
Limita o volume
ingerido e um
de sólidos
desvio menor
no trânsito do
banda gastrica, balao intra e gastrectomia
alimento no
TGI
TIPOS DE CIRURGIA

gastrectomia não é reversível.

quanto maior o desvio maior a preocupação nutricional

BALÃO INTRAGÁSTRICO

▪ Não é considerado uma cirurgia, pois trata-se de um


procedimento realizado por endoscopia.
BALÃO INTRAGÁSTRICO
▪ Uma prótese de silicone é inserida no estômago a
fim de promover saciedade precoce;
▪ A prótese deve ser retirada após 6 meses;
▪ Indicado para pacientes com IMC > 35Kg/m2,
doenças associadas e contra-indicações clínicas para
o tratamento cirúrgico;
▪ Pode ser utilizado para pacientes com IMC <
35Kg/m2 e com doenças secundárias à obesidade;
▪Pode anteceder a realização de uma cirurgia.

BALÃO INTRAGÁSTRICO
VANTAGENS:
▪ Reversibilidade do tratamento;
▪ Baixo risco;
▪ Repetibilidade;
▪ É um passo intermediário entre o tratamento clínico e o
cirúrgico .

DESVANTAGENS:
▪ O balão deve ser retirado (ou trocado) após seis meses;
▪ A perda de peso é muito menor que a observada após uma
cirurgia;
▪ A relação custo/benefício.
BANDA GÁSTRICA
AJUSTÁVEL

BANDA GÁSTRICA
AJUSTÁVEL
ajustável

▪ Colocação de uma prótese de silicone inflável na


porção superior do estômago, formando um anel de
constrição que pode ser ajustado externamente;
▪ A prótese é conectada a um pequeno reservatório de
metal e plástico localizado sob a pele, alcançável por
uma fina agulha, ajustada, ambulatorialmente, pelo
médico, para regular a passagem de alimento.
▪ A perda de peso é em torno de 20 a 30%. Do peso
inicial
BANDA GÁSTRICA
VANTAGENS:
AJUSTÁVEL
▪ Baixo índice de complicações e re-intervenções;
▪Pouquíssima interferência na fisiologia digestiva;
▪ Ausência de dumping e não comprometimento da absorção de micronutrientes;
▪ Fácil reversibilidade e ajuste individualizado;
▪ Adequação à videolaparoscopia;
▪ Rápida recuperação;
▪ Pouca dor no pós-operatório;
▪ Mínima taxa de mortalidade.
DESVANTAGENS:
▪ Alto custo;
▪ Ausência de controle qualitativo, com possibilidade de ingestão de líquido
hipercalóricos;
▪ Perspectiva de menor perda de peso que nas outras técnicas;
▪ Maior necessidade da cooperação do paciente, principalmente em relação à mudança
de hábitos;
▪ Regurgitações e vômitos na fase de adaptação com possibilidade de complicações que
podem necessitar de reversão cirúrgica, na ordem de 5%.

vertical

GASTRECTOMIA
VERTICAL
O estômago é transformado em um tubo, com
capacidade de 80 a 100 ml.

Provoca boa perda de peso, comparável à do


bypass gástrico e maior que a proporcionada pela
banda gástrica ajustável.

É um procedimento relativamente novo, praticado


desde o início dos anos 2000. Tem boa eficácia
sobre o controle da hipertensão e de dislipidemias.
SCOPINARO
Derivação biliopancreática com
caiu em
desuso
gastrectomia distal:

SCOPINARO
▪ Retira-se parte do estômago, fazendo com que o
alimento passe diretamente para o intestino delgado;
▪ A alça absortiva tem seu tamanho bem reduzido.
▪ As secreções provenientes da vesícula biliar e
pancreáticas serão lançadas em porção intestinal
mais distante, reduzindo a capacidade absortiva.
SCOPINARO
▪ É uma técnica sujeita a graves complicações
nutricionais e metabólicas de difícil controle
deficiência de vitaminas B12, de cálcio e de ferro,
desmineralização óssea e grande número de
evacuações diárias, com fezes e flatos fétidos.
▪ Os pacientes apresentam emagrecimento de 70% do
excesso de peso.

SCOPINARO
VANTAGENS:
▪ Permite acentuada e sustentável perda de peso;
▪ Paciente come maiores volumes em comparação com as
outras cirurgias;
▪ Trata dislipidemias resistentes ao tratamento clínico;
▪ Melhor controle dos níveis glicêmicos.

DESVANTAGENS:
▪ Desnutrição tardia em até 20%;
▪ Flatulência intensa;
▪ Halitose, nefrolitíase, artrite;
▪ Deficiência de minerais, anemia e hipovitaminose .
DUODENAL SWITCH

Derivação
biliopancreática
com gastrectomia
vertical:

DUODENAL SWITCH
▪ É realizada uma gastrectomia no sentido longitudinal,
com preservação do piloro e ressecção da grande curvatura
gástrica e primeira porção do duodeno;
▪ A alça comum é mais longa, com redução da possibilidade
de diarréia e esteatorréia, e menores complicações
nutricionais.
▪O desvio intestinal reduz a absorção dos nutrientes, levando
ao emagrecimento.
▪Corresponde a 5% dos procedimentos e leva à perda de 40%
a 50% do peso inicial
em paciente obeso essa cirurgia é melhor por causa que a área do estômago ficar maior que o do fobi
capella
FOBI-CAPELLA
Derivação gastrojejunal com Y de Roux)/
Bypass gástrico

FOBI-CAPELLA
FOBI-CAPELLA
area de absorção maior que o de SWICTH.

▪ É a técnica mais utilizada no mundo, na qual o


volume do estômago é reduzido a 30 mL e
conectado ao intestino;
▪ Pode ser realizada com ou sem anel de contenção →
esvaziamento gástrico;
▪ A perda de peso alcança aproximadamente 40 a
45% do peso inicial.

FOBI-CAPELLA passagem de líquido contendo carboidrato

VANTAGENS:
▪ Permite perda de peso sustentável ;
▪ É uma das cirurgias de maior casuística e tempo de
acompanhamento;
▪ Permite o melhor controle glicêmico.

DESVANTAGENS:
▪ Vômitos esporádicos;
▪ Síndromes obstrutivas;
▪ Úlceras na anastomose gastrojejunal
▪ Deficiência de minerais (Fe), anemia (Fe, vit B12),
hipovitaminose (Vit B12);
▪ Síndrome de dumping.
ABSORÇÃO DE NUTRIENTES PÓS FOBI-
CAPELLA
PROTEÍNAS:
▪ Maior parte se dá no duodeno, após a cirurgia a
absorção limita-se ao jejuno e íleo distal;

▪ Prevenção deficiência: 80g para mulheres e 100g


para homens, Mínimo de 1,2g/dia;
▪ Suplementação: albumina em pó, proteínas isoladas ou hidrolisada, pois a absorção é
(soja, leite de vaca), barra de ptn ou aa... maior

ABSORÇÃO DE NUTRIENTES PÓS FOBI-


CAPELLA
CARBOIDRATOS:
▪ Principal complicação: SÍNDROME DE
DUMPING;
▪ Ingestão de uma refeição hipertônica,
principalmente de consistência líquida ou pastosa →
rápido esvaziamento gástrico;
▪ Sintomas: Dor abdominal, náuseas, vomito,
diarreia, palpitações e sudorese.
▪ Prevenção: evolução gradativa da consistência e
introdução lenta de lactose e sacarose (após 1° mês).
ABSORÇÃO DE NUTRIENTES PÓS FOBI-
LIPÍDEOS: CAPELLA
▪ Redução da secreção de bile e enzimas lipolíticas,
devido a ausência dos lipídeos no duodeno;
▪ Chegam intactos ao jejuno → quebra tardia de
gordura e formação tardia das micelas, limita a
absorção das gorduras;
▪ Vantagem: MELHORA SIGNIFICATIVA NO
PERFIL LIPÍDICO;
▪ Desvantagem: Alopecia associada a carência de
AG essenciais.

ABSORÇÃO DE NUTRIENTES PÓS FOBI-


CAPELLA
CARENCIA DE MICRONUTRIENTES:
▪ Ferro;
▪ Cálcio;
▪ Zinco;
▪ Complexo B, em especial, B1, B9 e B12
(absorvidas primariamente no duodeno);
ESCOLHA DA TÉCNICA
Técnicas restritivas
▪ Apropriadas para indivíduos com IMC < 50Kg/m2 ;
▪Garantem perda de peso de 25 a 30%, mas com risco
de reganho de peso em compulsivos por doces e
líquidos hipercalóricos;
▪ Cerca de 1/3 dos operados acabam necessitando de
conversão para outra técnica .

ESCOLHA DA TÉCNICA
Mistas
▪ Resultam em perda de peso de 35 a 40%, mantidas
a longo prazo, e com taxas de reganho de peso tão
baixas quanto 5%;
▪ Maioria dos obesos mórbidos → PADRÃO-OURO.
Disabsortivas
▪ Superobesos, por oferecerem perda de peso de 40 a
45% e para obesos mórbidos que não aceitem
restrição alimentar.
Tipo de técnica Nome da técnica Descrição

RESTRITIV Balão intragástrico Alternativa à cirurgia, onde uma prótese


(6 meses) de silicone é inserida passando a
AS
preencher a cavidade gástrica, a fim de
promover saciedade precoce.
Gastroplastia vertical Grampeamento do estômago e aplicação de
com bandagem um anel de contenção para redução de seu
(Mason) volume. Após década de 90 substituída
Não há ressecção pela técnica mista.
Banda gástrica Prótese de silicone inflável na porção
ajustável superior do estomago, formando um anel de
contrição que pode ser ajustado
externamente. Perda de peso 20% do total
Mista Derivação Redução do volume do estômago para
(restritiva e gastrojejunal com aproximadamente 30 ml e conectado ao
disabsortiva) Y-de Roux intestino. Pode ser usada com ou sem
(Fobi-Capella) anel de contenção e a perda aproximada
é de 30 a 40% do peso total. Mais usada
no mundo.

Tipo de Nome da técnica Descrição


técnica
Disabsortiv Derivação Retirada de parte do estômago. O alimento
a biliopancreática com passa direto para o ID. Redução da alça
gastrectomia distal. absortiva para 2 a 2,5 m entre o estômago e
o intestino grosso. Sujeita a graves
complicações (déficit de B12, ferro, cálcio, ↑
número de evacuações. Perda de 70% do
excesso de peso.
Derivação Gastrectomia no sentido longitudinal, com
biliopancreática com preservação do piloro e ressecção da grande
gastrectomia vertical curvatura gástrica e primeira porção do
duodeno. A alça comum é mais longa, com
redução da possibilidade de diarréia e
esteatorréia, e menores complicações
nutricionais
LONGO PRAZO

LONGO PRAZO
▪ Os resultados são avaliados em termos de melhora
da qualidade de vida, remissão de co-morbidades e
perda de peso em excesso (PPE);
▪ PPE quantifica a percentagem de peso perdido
em relação ao excesso de peso acima do ideal;
▪PPE: 50% nas restritivas, de 60 a 70% nas mistas e
70 a 80% nas disabsortivas.

PRÉ-OPERATÓRIO
▪ Equipe multidisciplinar melhores resultados ;
▪ Orientação nutricional promover perda de peso
suficiente para reduzir a mortalidade associada às
co-morbidades, reduzir o risco cirúrgico e aumentar
o potencial de sucesso no pós-operatório;
PRÉ-OPERATÓRIO
▪ Pacientes com IMC > 50Kg/m2 devem emagrecer
10% do peso antes da cirurgia.

▪ Alcançar uma perda de


peso moderada →
REDUZIR 1000 Kcal do
consumo diário ou um
valor energético em torno
de 10 Kcal/kg/dia.

PÓS-OPERATÓRIO
O programa de realimentação leva em consideração
a progressão de consistência em fases e o progresso
de volumes pequenos para volumes maiores.
PÓS-OPERATÓRIO

PÓS-OPERATÓRIO
▪ A evolução das calorias para FOBI-CAPELLA, se
aplica aos demais tipos de cirurgia.
▪ Terceiro mês → 800 a 900 Kcal e evolução para
dieta normal;
▪ Sexto mês → 900 a 1100 Kcal;
▪ Final do primeiro ano → 1.200 a 1600 Kcal;
▪ 18 meses → 1200 a 1600 Kcal.

ATENÇÃO NUTRICIONAL NO
PÓS-OPERATÓRIO
OBJETIVO:
ORIENTAR A CONDUTA ALIMENTAR DO
PACIENTE PARA OTIMIZAR A PERDA DE
PESO E PREVENIR E/OU TRATAR
COMPLICAÇÕES NUTRICIONAIS.

* Consistência da dieta (evolução lenta)


* Educação nutricional
* Suplementação de micronutrientes
CONDUTA NUTRICIONAL
Volume alimentar :
■ Cirurgias restritivas e mistas -
ingestão inicial máxima de 50ml

■ Cirurgias disabsortivas -
ingestão inicial máxima entre 200 e 500ml

EVOLUÇÃO DA
CONSISTENCIA
TÉCNICAS RESTRITIVAS E MISTAS
ZERO 48 as 72hs PO
Líquida de prova (20mL ao Liberada pelo cirurgião –
longo do dia totalizando retorno dos movimentos
2.000mL) peristálticos
A partir do 3° dia PO
Líquida restrita 1 semana
Líquida Total 2 semanas (preferir
desnatados)

Semilíquida Na 4ᵃ semana PO
Pastosa 2° mês PO – 2 semanas
Branda Duração de 4 semanas
Normal A partir do 3° mês PO
VEGETAIS E FRUTAS

PROTEINA

EXERCICIO, INGESTAO HIDRICA


CONDUTA NUTRICIONAL
Hidratação
- Dificuldade de ingestão
- Episódios de fezes líquidas, diarréia e vômitos

Desidratação
Nefrolitíase

Recomendação – 2000ml líquidos/dia (30ml/kg)


CONDUTA NUTRICIONAL
Proteínas
Recomendação – 60 a 120g/dia ou 1,5 a 2g/kg peso
corrigido/dia em casos de depleção importante

Módulo de Proteínas
Albumina em pó
Caseical
Nutren active
Nutren diabetes
Resource Protein
Promod
Trio protein

CONDUTA NUTRICIONAL

Carboidratos
Síndrome de
- Intolerância à sacarose Dumping
- Intolerância à lactose
- Alguns protocolos → 1º mês P.O. (s/lactose e s/sacarose)

Módulo de Carboidratos → durante dieta líquida


Oligossac
Nidex
Maltodextrina natural
CONDUTA NUTRICIONAL

Gorduras
- Risco de deficiência de AGE
- Risco de diarréia

Módulo de Ácido Graxo Essencial


Trigliceril com AGE
TCM com AGE

CONDUTA NUTRICIONAL
Vitaminas e Minerais
- Ingestão por toda a vida de complexos vitamínicos com
elementos-traço

Composto com:
- 325mg de Fe
- 500 a 600µg de B12
- 1mg de folato
- 500 a 1000mg de Ca
- 100mg de vit. C
- 100mg de tiamina
CONDUTA NUTRICIONAL
Suplementos
Vitamina C com Zinco:
Redoxon com Zinco

Vitaminas e Minerais:
Materna, Centrum, Matersupri

Complexo de Cálcio com Vitamina D (Scopinaro)

FIBRAS (a partir do 4ºmês)


- Benefiber
- Stimulance

MONITORAÇÃO NUTRICIONAL
■ 1º - 4º Mês Consulta Mensal
■ 4º Mês em Diante Consulta Bimestral (até 18 meses PO)
■ Avaliação antropométrica (Evolução do Peso)
■ Sintomas gastrointestinais
■ Padrão alimentar adotado (recordatório 24hs e freqüência)
■ Exame físico: verificar sinais de carências nutricionais mais
freqüentes (queda de cabelo, fraqueza, anemia, problemas
neuromotores)
■ Avaliação bioquímica (Hemograma, Ferro sérico, Proteínas
totais e frações, Cálcio sérico, Zinco, Magnésio, Sódio,
Potássio, Vitamina B12 e Ácido Fólico)

ATIVIDADE FÍSICA
INTERCORRÊNCIAS E COMPLICAÇÕES
MAIS COMUNS

Síndrome de
dumping:
Resultado da perda da regulação normal do esvaziamento
gástrico e das respostas GI e sistêmicas a uma refeição

+ freqüente na gastrectomia parcial c/ reconstrução


gastrojejunal e gastrectomia total

Complicação das gastrectomias

Resposta fisiológica complexa à presença de quantidades


maiores que o habitual na porção proximal do delgado
1º estágio → plenitude abdominal e náusea 10 a 20’ após refeição
→ distensão do delgado + modesta alteração de fluido pela
circulação sistêmica → alimentos hipertônicos

Estágio intermediário → 20’ a 1h → inchaço abdominal,


flatulência aumentada, cólica e diarréia → má absorção de CH e
outros gêneros alimentares e a fermentação dos substratos no cólon

Estágio final → 1 a 3h → hipoglicemia reativa (sudorese, ansiedade,


fraqueza, tremores, dificuldade de concentração)

Rápida hidrólise
e absorção de ↑ Exagerado dos ↓ Subseqüente da
CH níveis de insulina glicemia

Terapia
Nutricional
Ptnas e Gorduras → + bem toleradas que os CH →
hidrolisadas + lentamente
Limitar CH simples (lactose, sacarose, dextrose) →
rapidamente hidrolisados
Incluir CH complexos
Evitar líquidos nas refeições → entram no jejuno
rapidamente
Fibras → ↓ taxa de absorção de glicose
35 a 45% de gordura
20% ptnas
HISTÓRIA DIETÉTICA

AVALIAÇÃO DOS EXAMES


LABORATORIAIS NO PRÉ E PÓS
OPERATÓRIO
(O’KANE et al, 2016, CONSENSO BARIÁTRICO BRASILEIRO,
2013))

(O’KANE et al, 2016)


• Realizado com 58 candidatos bariátricos aptos a se
submeterem ao bypass gástrico Roux-en Y.
• Houve desnutrição significativa , particularmente em
vitamina D (92,9%) e ferro (36,2-56,9%) além de
deficiência múltipla de micronutrientes

• 60 pacientes submetidos a RYGB, avaliados no pré-operatório


e 1 e 2 anos de pós-operatório.
• Houve diferença significativa entre a perda de peso em excesso
no primeiro e no segundo ano (69,9 % vs 9,6 %)
• As deficiências de micronutrientes foram detectados nos três
períodos de avaliação.
• 1º ano - houve uma redução significativa de vitamina B12,
ácido fólico, e a ingestão de ferro
• 32 pacientes submetidos à cirurgia bariátrica (93,75%
bypass em Y-de-Roux e 6,25% à gastrectomia vertical).
• Foi observada média na redução do peso corporal no
primeiro mês após a operação de 9,7% e observou-se
média de perda de excesso de peso de 23,9% no primeiro
mês.
• Observou-se que o IMC inicial de 127,8±22,7 kg/m2 e o
atual de 114,9 kg/m2±20,5. A redução média dos
avaliados foi de 12,9 kg/m2 ±2,90

• Estudo observacional de base populacional (1990-2009), de 40


idosos (idade ≥ 60 anos), residentes de Olmsted County,
Minnesota, EUA,
• A média de idade e índice de massa corporal foram 64,4 ±
3,7anos e 45,0 ± 6,3 kg / m²
• Perda de peso excessivo de 57,5% em 1 ano.
• diminuição de: diabetes (57,5% para 22,5%; P <0,03),
hipertensão 87,5% para 73,7% (P = 0,003), dislipidemia (80%
para 42,5%; P <0,001) e apneia do sono (62,5% para 23,7%;
prevalência P <0,001) .MetS diminuiu de 80% para 45% (P
<0,002).
martins.pamela@gmail.com

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