Você está na página 1de 144

CINCO MINUTOS DE VALORES HUMANOS

para a escola

1º MÓDULO – primeiro semestre

________________________________________________________________________

OBSERVAÇÃO: Não tendo este Programa Cinco Minutos de Valores Humanos fins lucrativos, é
permitida sua reprodução, em formato de apostila, para a finalidade à qual se destina, ou seja, o ensino de
valores humanos a crianças, sendo vedada sua comercialização, sob qual pretexto, sem a expressa
autorização, por escrito, da autora.

Esclarecendo

As cem aulas que compõe a primeira parte deste 1º MÓDULO do Programa Cinco Minutos de Valores
Humanos para a escola, equivalem ao primeiro semestre de um ano letivo, adequadas a crianças a partir
de oito anos de idade, e também a adolescentes, a serem ministradas diariamente, de preferência no início
de cada turno escolar. A segunda parte, referente ao segundo semestre deste Módulo também está
disponível no site: www.cincominutos.org

Antes do final deste ano (2009) pretendemos estar disponibilizando o 2º MÓDULO do Programa; no ano
seguinte o 3º MÓDULO, e assim por diante.

A metodologia é muito simples. As aulas têm partes que estão no formato de leitura, ou seja, o(a)
professora lê para os alunos, e outras nas quais faz perguntas, incentiva respostas e socializa assuntos. Em
algumas há tarefa de casa e em apenas duas ou três há necessidade de materiais simples e fáceis de
conseguir. Os parágrafos em itálico são orientações pontuais para o professor, referentes ao andamento
das aulas.

Grande parte das mesmas foi elaborada utilizando-se de contos e inserção de situações fictícias
esclarecedoras, permitindo aos alunos mais fácil fixação dos ensinamentos. Há também, em determinados
momentos, interação entre professor e alunos, com a socialização dos temas.

Dessa forma qualquer escola, em qualquer lugar, poderá implantar o Programa Cinco Minutos de Valores
Humanos sem maiores dificuldades.

Saara Nousiainen

Eduquemos as crianças, e não será necessário castigar os homens. (Pitágoras)

OBS. 01 - Intercalando as aulas de valores humanos, estão inseridos vinte episódios de uma aventura
virtual baseada em O Desafio Virtual, de autoria de Saara Nousiainen. O roteiro recebeu do Ministério da
Cultura em 1997, junto com outros catorze, o prêmio de melhores roteiros cinematográficos de longa
metragem.
OBS. 02 - Para simplificar, nas orientações ao(à) professora estamos generalizando, empregando
apenas “o professor”.
____________________________________________________________________________________

1º MÓDULO – primeiro semestre

AULA – 01
Aventura Virtual - Episódio 01

Hoje vamos contar para vocês uma história muito interessante. É uma aventura virtual vivida por três
crianças. Como é uma história bastante comprida, ela está dividida em episódios.

Dona Selma e seu marido, Reynaldo, têm três filhos: Gilberto, com doze anos; Teca, com dez e
Serginho com oito.
Os três estudam na mesma escola. Gilberto é o melhor da classe em matemática. Já Teca é muito boa
em português. Serginho é meio preguiçoso, mas nunca perdeu um ano. Os três são conhecidos como os
Praxedinhos, por causa do seu sobrenome.
Num dia muito especial, a aula custa a terminar, porque os três estão muito ansiosos. Seu Reynaldo
havia prometido levar-lhes um presente. Um presentão.
Assim que termina a aula, os três voltam para casa correndo.
Entram esbaforidos e vão logo procurando o pai com os olhos, mas ele ainda não chegou.
Sem agüentar a ansiedade, Gil pergunta aos irmãos:
– Que será que o papai vai nos dar de presente? Ele prometeu um presentão. Será que é um
computador?
Gil tem duas grandes paixões na vida: pegar onda e navegar na Internet. Mas pegar onda, só nas
férias, e a Internet... só de longe em longe, quando vai ao escritório do pai.
Um veículo pára em frente à casa.
– É o carro do papai! – exclama Serginho.
Os três partem correndo para abrir a porta da garagem. Outros minutos de expectativa e por fim... lá
estão elas, algumas caixas, no porta-malas.
– É um computador! – arrisca Teca.
– Acertou – diz seu Reynaldo. – É um computador. Com multimídia, acesso à Internet e tudo o mais.
Gilberto fica mudo de tão contente. Era tudo o que tinha sonhado. Os três cercam o pai com beijos e
abraços de gratidão. Instantes mais tarde os quatro chegam com as caixas à sala de estudo.
Seu Reynaldo, com ar muito sério, diz:
– Meus filhos, vocês têm se esforçado nos estudos, têm tirado notas boas na escola, por isso resolvi
lhes dar esse presente. Mas eu quero duas coisas de vocês: que não briguem... e que usem o computador
para estudar.
– Só para estudar? – reclama Teca.
– Mas, pai... – começa Gil a dizer com expressão aflita.
– Não, filhos. Não é só para estudar, responde seu Reynaldo. – Vocês podem fazer seus trabalhos
durante a semana, mas Internet só aos domingos.
Vendo o pai fazer menção de sair, Gilberto pergunta, com uma ponta de decepção na voz:
– O senhor não vai ligar?
– Não, filho. Isto é trabalho para o técnico. Agora vão tirar esses uniformes e tomar um banho.
As crianças obedecem, decepcionadas, enquanto seu Reynaldo se encarrega de levar embora as
caixas vazias.

O episódio de hoje termina aqui, mas qualquer dia destes nós voltamos com a continuação da nossa
aventura virtual.
Agora, quero ver quem se lembra quais foram as duas exigências que seu Reynaldo fez aos filhos.
Exigências: Não brigar e usar o computador para estudar.
O professor deve socializar a discussão, explicando que para tudo é necessário haver ordem e
disciplina: as crianças ganharam um computador, mas precisam aprender a usá-lo de forma que não se
transforme em algo prejudicial.

AULA – 02
Perigos com o uso do computador

No primeiro episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, nós vimos que seu Reynaldo fez duas
exigências aos filhos, quando lhes deu o computador: que não brigassem e usassem o computador para
fazer os trabalhos da escola; “Internet, só aos domingos”.
Seu Reynaldo estava muito certo quanto a essas exigências porque os filhos brigavam muito, e isto
não é bom. É importante aprender a conviver em paz.
A outra exigência sobre os cuidados no uso do computador é também muito importante porque hoje
há muita gente viciada em computador, principalmente adolescentes e jovens.
A pessoa viciada em computador prejudica muito a si mesma, a seus estudos, a suas amizades e a
muitas outras coisas.
Esse vício é tão grave que em alguns países já existem até clínicas especializadas em tratar viciados
em computador. São tratamentos muito difíceis, e o viciado sempre sofre muito para conseguir livrar-se do
vício. A mesma coisa acontece em relação a todos os vícios: o cigarro, o álcool, as drogas, o “video
game”, etc.
Por isso, as pessoas sábias cuidam de não se viciar.
O problema está em que sempre acreditamos que podemos experimentar, usar... e que não vamos
ficar viciados. Mas é aí que mora o perigo, porque, quando a gente menos espera, já está viciado... Então...
começam muitos problemas, muitos sofrimentos.
Assim, sempre é bom ficar longe de coisas que podem gerar vício.
Quem aqui conhece alguém com algum tipo de vício?

O professor deve socializar a discussão, focando sempre os aspectos negativos dos vícios, nas
dificuldades e sofrimentos que provocam ao viciado e aos que com ele convivem.

AULA – 03
Influências

Vocês sabem o que é influência?


Vamos ver um exemplo.
São Francisco foi uma pessoa que sempre gerou uma influência boa, pelo que dizia e principalmente
pelas suas ações.
Era um homem bom que irradiava alegria e amor. Ele amava a tudo, da mesma forma como uma
fonte oferece suas águas para todos, sem exceção.
Então, as pessoas que conviveram com ele foram influenciadas para o bem, para a alegria e para o
amor.
Um exemplo oposto nós podemos ver em Hitler, que promoveu a Segunda Guerra Mundial, na qual
morreram muitos milhões de pessoas.
Hitler usou de todos os recursos possíveis para influenciar os alemães a aceitarem a guerra. Ele fazia
discursos inflamados e sabia como usar as palavras que mais tocassem o patriotismo das pessoas.
Hitler foi uma influência para o mal, enquanto São Francisco foi uma influência para o bem.

Agora vamos procurar exemplos de outras pessoas que conseguiram gerar influência para o bem.

O professor deve incentivar respostas e socializar.

AULA – 04
O cumprimento

Hoje pela manhã, quando vocês acordaram, quais foram as primeiras pessoas que viram?
O professor deve incentivar respostas.

Pois bem, quem de vocês deu bom dia para essas pessoas?
O professor deve incentivar respostas.

É muito bom cumprimentar as pessoas sempre. A gente se sente bem quando recebe um alegre bom-
dia, boa-tarde ou boa-noite. Não é verdade?
Quando dizemos bom-dia para alguém, estamos desejando a essa pessoa um dia realmente bom, e,
quando ela nos responde da mesma forma, também está desejando para nós um dia bom.
Assim, estamos passando para essa pessoa uma energia boa e ao mesmo tempo recebendo dela uma
boa energia.
Essa questão das energias é muito interessante e é fácil de verificar. Muitas vezes acontece de
estarmos de baixo astral, e, ao encontrar alguém que nos acolhe com um largo sorriso e um alegre bom
dia, além de um abraço amigo, o “baixo astral” vai embora.
Também é muito comum estarem algumas pessoas num ambiente meio carregado e aí entra alguém
de “alto astral”, que cumprimenta os demais com alegria e afeto, e o ambiente muda logo, fica mais leve.
Os grandes mestres da humanidade sempre disseram que aquilo que queremos para nós devemos
fazer para os outros. Então, vamos começar a cultivar o bom- dia, o boa-tarde e o boa-noite. Vocês topam?

OBS.: Nas aulinhas seguintes o professor deve sempre perguntar quem se lembrou de usar o bom-
dia, o boa-tarde e o boa-noite, além de incentivar o uso desse cumprimento.

AULA – 05
Revisão

Hoje vamos revisar nossas últimas aulinhas de valores humanos.

Nós começamos a narrar a aventura virtual dos Praxedinhos, quando eles ganharam um computador
e os pais fizeram a eles duas exigências: não brigar e usar o computador para estudar.
Essas exigências foram muito sábias porque é importante as crianças aprenderem a conviver bem
umas com as outras desde pequenas. Assim, ao ficarem adultas, vão ter muito maior facilidade em lidar
com os outros.
Quanto ao computador, também era importante as crianças aprenderem a usá-lo de forma que não se
transformasse numa coisa prejudicial.

Quem sabe quais podem ser os prejuízos trazidos pelo uso do computador?
O professor deve incentivar respostas.

Hoje há muita gente viciada em computador, principalmente adolescentes e jovens, prejudicando


muito a si mesmos, a seus estudos, a suas amizades e a muitas outras coisas.
Esse vício é tão grave que em alguns países já existem até clínicas especializadas em tratar viciados
em computador. São tratamentos muito difíceis, e o viciado sempre sofre muito para conseguir livrar-se do
vício. A mesma coisa acontece em relação a todos os vícios: o cigarro, o álcool, as drogas, o “video
game”, etc.
Por isso, as pessoas sábias cuidam de não adquirir vícios.

Em outra aulinha nós vimos a questão das influências.


Quem sabe o que é influência?
O professor deve incentivar respostas.
Naquela aulinha nós apresentamos Hitler como uma influência negativa, porque foi ele quem
promoveu a segunda guerra mundial, na qual morreram muitos milhões de pessoas.
Hitler usou de todos os recursos possíveis para influenciar os alemães a aceitarem a guerra. Fazia
discursos inflamados e sabia como usar as palavras que mais tocassem o patriotismo das pessoas.
Já São Francisco foi um exemplo de boa influência. Ele era um homem bom que irradiava alegria e
amor. Amava a tudo, da mesma forma como uma fonte oferece suas águas para todos, sem exceção.
Hitler foi uma influência para o mal, enquanto São Francisco foi uma influência para o bem.

O professor deve socializar a discussão, perguntando quem conhece outros exemplos de boa e de
má influência.

Em outra aulinha falamos sobre o bom-dia, o boa-tarde e o boa-noite.


Quem de vocês tem se lembrado de cumprimentar as pessoas ao encontrá-las?
O professor deve incentivar respostas.

AULA – 06
Aventura Virtual - Episódio 02

Hoje vamos contar mais um episódio da aventura virtual dos Praxedinhos. Vocês lembram aquela
história das crianças que ganharam um computador?
Pois bem, no dia seguinte, que é um sábado, logo cedo, o técnico chega para instalar o aparelho.
Terminada a instalação, verifica que tudo está em ordem e sai.
Gilberto senta-se diante do micro, com ar de conhecedor, mas o coração está aos pulos.
Dona Selma e seu Reynaldo entram na sala e ficam parados junto à porta, abraçados, olhando os
filhos com um sorriso nos lábios. Dá para ver que, apesar dos muitos anos de convívio e de algumas
briguinhas, ainda continuam apaixonados um pelo outro.
Dona Selma se aproxima, perguntando:
– E então, estão contentes?
– É massa!... superlegal! – exclamam as crianças.
– Nós já estamos indo – diz seu Reynaldo.
Dona Selma, com ar preocupado, acaricia as cabeças dos filhos:
– Vocês vão mesmo ficar bem, sozinhos?
– Não se preocupem... a gente se garante - afirma Gilberto.
Teca, carinhosa, vai abraçar a mãe e depois o pai, dizendo:
– Nós já somos bastante grandinhos... Podem viajar tranqüilos.
Serginho abre um sorriso maroto e, fazendo cara de bobo, diz:
– Eu não sei bem o que é isso de segunda lua-de-mel, mas... deve ser muito bom. E vocês merecem.
Teca tem certa “pinimba” com Serginho porque ele é muito popular por sua gaiatice e constante
alegria. Dá-lhe um cascudo, reclamando:
– Deixa de ser puxa-saco. Claro que eles merecem... Nem é preciso dizer.
– Olha o que eu disse sobre as brigas! – reclama seu Reynaldo. – Quero vocês amigos uns dos
outros. A Tia Dinah vai ficar com vocês, até nós voltarmos. Sejam obedientes.
Dona Selma, preocupada, recomenda mais uma vez aos filhos:
– Não se esqueçam das recomendações que fizemos sobre navegação na Internet. Vocês têm aulas de
computação no colégio, mas agora é diferente.
O casal parte depois das despedidas e de mais recomendações sobre os perigos da Internet, e as
crianças voltam ao computador, viajando pelas páginas que vão se sucedendo no monitor.
De repente aparece uma porta fechada, onde está escrita a expressão “Curso de idiomas”. Em
seguida a porta se abre mostrando uma sala de aula, com o professor diante de um grupo de alunos.
– Muito bem, diz o professor. Parabéns aos novos alunos do nosso curso de idiomas...
Não termina de falar porque a tela congela. As crianças olham-se apreensivas. Será que entrou
algum vírus?
Teca, com ar decepcionado, sugere:
– Dá “enter” para ver se acontece alguma coisa.
Gil atende, e a tela fica escura.
– Essa não! – exclama Serginho, contendo a custo as lágrimas.
Mal acaba de falar, surge na tela uma luz azul com franjas douradas. Aos poucos começa a girar
formando um rodamoinho. As crianças observam que aquilo não está acontecendo apenas na telinha do
monitor, mas também no próprio ambiente da sala. Tudo passa a girar cada vez mais depressa, e os três
são sugados para dentro do computador.

O episódio de hoje termina aqui, mas em breve nós voltamos com a aventura virtual dos
Praxedinhos.

Alguém de vocês acredita que uma pessoa possa ser engolida por um computador?
O professor deve incentivar respostas.
É claro que um computador não pode engolir o que quer que seja, a não ser de forma simbólica.

AULA – 07
Agradecimento

O professor deve perguntar quem se lembrou de cumprimentar as pessoas com bom-dia, boa- tarde
e boa-noite; pedir a algum aluno que empreste por instantes algo que esteja com ele, um livro, uma
caneta, etc.; pegar o objeto solicitado e devolvê-lo, dizendo gentilmente “muito obrigado (a)”; perguntar
ao aluno como se sentiu ao receber o agradecimento; socializar a discussão, focando como um
agradecimento é bonito, como mostra a boa educação da pessoa, e como uma pessoa educada sempre é
mais admirada e muito mais bem recebida em qualquer lugar; convidar os alunos a passarem a usar o
agradecimento a partir desse dia, sem se esquecerem dos cumprimentos: bom-dia, boa-tarde e boa-noite.

AULA – 08
Falsas amizades pela Internet

O professor deve perguntar a vários alunos, indicando-os ao acaso, se têm se lembrado de


cumprimentar as pessoas ao encontrá-las e de agradecer pelas gentilezas que tenham recebido.

Vocês se lembram daquele episódio dos Praxedinhos em que ganharam um computador e foram
engolidos por ele?
É claro que na vida real ninguém é engolido por computador, mas pode ser muito prejudicado se não
souber lidar com ele.
O computador tem dois lados, um bom e outro ruim.
É bom quando é usado para se trabalhar, estudar, pesquisar, mandar e receber mensagens, etc.
É ruim quando ele se torna um vício. Muitas pessoas ficam viciadas em computador. Passam todo o
tempo disponível com ele, prejudicando o estudo e muitas outras coisas.
Como coisas ruins, há também as falsas amizades, os contatos perigosos, a entrada de vírus e ainda
algumas imagens negativas que ficam presentes por muito tempo na nossa memória.
Hoje vamos falar um pouco sobre as falsas amizades.
Pelo computador podemos conversar com pessoas do mundo inteiro, mas não podemos ver essas
pessoas enquanto falamos com elas, não podemos ouvir-lhes a voz e por isso elas podem nos enganar à
vontade. Muitas vezes dizem coisas bonitas, contam histórias tristes de suas vidas para nos sensibilizar, e
acabamos criando grande amizade por alguém que só está brincando conosco.
É pior ainda quando se trata de algum bandido fazendo-se de criança para ganhar confiança e
conseguir informações importantes para suas intenções, que sempre são muito ruins.
Alguém aqui já ouviu falar de algum caso assim, em que o bandido conseguiu através da Internet
informações sobre uma criança que depois acaba seqüestrada?

O professor deve socializar a discussão, procurando mostrar às crianças que precisam tomar muito
cuidado ao usar a Internet.

AULA – 09
Perigos da Internet

O professor deve perguntar a vários alunos, indicando-os ao acaso, se têm se lembrado de


cumprimentar as pessoas ao encontrá-las e de agradecer pelas gentilezas que tenham recebido.

Em aula anterior nós falamos sobre o perigo das informações que podemos fornecer pela Internet,
sem perceber.
Já têm acontecido muitos casos assim. Um bandido se faz passar por uma criança e faz amizade
virtual com outra criança de verdade. Em algum momento ele pergunta se essa criança estuda em escola
particular ou pública e, com mais algumas perguntas, aparentemente inocentes, ele acaba sabendo o nome
da escola, qual o turno em que a criança estuda, seu tipo físico e, assim, já sabe como fazer o seqüestro.
Outra coisa que não se deve colocar na Internet são fotografias da família, da casa onde se mora,
números de telefone, de celular; também não se deve dar quaisquer informações dessa natureza.
Todo cuidado é pouco, porque há muito bandido usando a Internet para os mais diversos fins,
sempre ruins.
Além disso, há também a entrada de vírus. Muita gente manda vírus de computador pela Internet e
isso pode dar os maiores problemas. Existem outros tipos de vírus que são uns programinhas que os
hackers enviam e que ficam instalados no computador. Esses programinhas captam informações
importantes, como número de contas bancárias, as senhas dessas contas, etc.
Aí os hackers, com esses dados em mãos, transferem todo o dinheiro para suas próprias contas.
Existem milhares de pessoas que de repente perderam todo o dinheiro que tinham no banco, por
causa dos descuidos com o uso da Internet.
Muitos sites, principalmente os pornográficos e mesmo os musicais, são transmissores desses vírus.
Por isso, quem tem acesso à Internet em casa deve sempre perguntar aos pais quais os sites que pode
visitar, etc.

AULA – 10
Revisão

Hoje vamos fazer uma revisão das nossas últimas cinco aulinhas de valores humanos.

Quem de vocês tem se lembrado de cumprimentar as pessoas com bom-dia, boa-tarde ou boa-noite,
ao encontrá-las?
O professor deve incentivar respostas.

E quanto ao agradecimento, quem tem se lembrado de agradecer sempre que alguém lhe faz algum
favor?

Numa das últimas aulinhas, foi dito que o computador tem dois lados, um bom e outro ruim.
Quem sabe dizer qual o lado bom do computador?
O professor deve incentivar respostas.

Quem sabe dizer qual é o lado ruim do computador?


O professor deve incentivar respostas.

É bom quando é usado para se trabalhar, estudar, pesquisar, mandar e receber mensagens, etc.
É ruim quando ele se torna um vício. Muitas pessoas ficam viciadas em computador. Passam todo o
tempo disponível com ele, prejudicando o estudo e muitas outras coisas.
Como coisas ruins, há também as falsas amizades, os contatos perigos, a entrada de vírus e ainda
algumas imagens negativas que ficam presentes por muito tempo na nossa memória.
Pelo computador podemos conversar com pessoas do mundo inteiro, mas não podemos ver essas
pessoas enquanto falamos com elas e por isso podem nos enganar à vontade. Muitas vezes dizem coisas
bonitas, contam histórias tristes de suas vidas para nos sensibilizar, e acabamos criando grande amizade
por alguém que só está brincando conosco.
É pior ainda quando algum bandido se faz de criança para ganhar nossa confiança e conseguir
informações importantes para suas más intenções. Isto tem acontecido muito freqüentemente.
Com relação aos vírus, existem também aqueles que são uns programinhas que os hackers enviam e
que ficam instalados no computador. Esses programinhas captam informações importantes, como número
de contas bancárias, as senhas dessas contas, etc.
Aí, os hackers, com esses dados em mãos, transferem todo o dinheiro para suas próprias contas.
Por isso é preciso ter muito cuidado ao usar o computador e, principalmente, a Internet.
Quem tem acesso à Internet em casa deve sempre perguntar aos pais quais os sites que pode visitar,
etc.

AULA – 11
Aventura Virtual - Episódio 03

Hoje vamos contar mais um episódio da aventura virtual dos Praxedinhos. Vocês se lembram deles?
Nós tínhamos parado naquele momento em que acontece um rodamoinho e as crianças são sugadas
para dentro do computador.
Então...
O rodamoinho pára, e eles percebem que estão num grande salão semicircular, uma espécie de
teatro. Só que, em vez de cadeiras, há nos largos degraus pequenos camarotes. À frente, um palco com
arranjos de flores raras, plantas exóticas e uma mesa com três caixas contendo objetos estranhos. As
paredes, em tons de azul e pérola, vão se fechando para cima em funil, até formarem pequena abertura no
alto. Por essa abertura penetra um feixe de luz que vai mudando lentamente de cor – azul, verde, rosa e
dourado – , refletindo-se nas paredes e nos camarotes e fazendo belos efeitos cromáticos. Os camarotes
estão quase todos ocupados por grupos de três ou quatro crianças, aparentando entre 8 e 14 anos. Todas
demonstram estranheza em suas expressões.
Uma música alegre toca baixinho, e aquela estranha platéia permanece quieta, em grande
expectativa. De repente a música pára, e no meio do palco aparece uma luz dourada que rapidamente se
transforma numa menina de uns 12 anos. É muito bonita. Tem a expressão serena e meiga, mas firme, e,
nos olhos muito azuis, surgem vez por outra reflexos dourados. Que magnífica figura! As crianças estão
maravilhadas.
A menina sorri. É um sorriso lindo, espontâneo. Ela diz:
– Eu sou Ashtarih e represento o Comando do nosso sistema solar.
A voz tem um timbre cheio, gostoso de se ouvir. Percebe-se que ela está acostumada a liderar e a
falar para grandes platéias. Continua:
– Vocês podem me fazer perguntas... é só levantar a mão.
Um garotinho levanta a mão. Ashtarih faz um gesto convidando-o a falar.
– Eu pensei que isto fosse um curso de idiomas com prêmios para os vencedores.
– É verdade. Só que vocês foram escolhidos para uma missão... Se concordarem... é claro.
Ashtarih faz pequena pausa e continua, falando com muita seriedade:
– Vocês estão sendo convocados, junto com muitos outros grupos de crianças, para ajudarem a
Terra.
Essa informação é tão inesperada que todos ficam boquiabertos. Finalmente, alguém pergunta:
– Ajudar a Terra?
Ashtarih vai percorrendo os camarotes com o olhar, enquanto fala.
– Exatamente. Este planeta tem evoluído muito nos últimos anos. Milhões de pessoas querem ver a
Terra como um grande lar onde todos possam viver bem.
Uma menina levanta a mão e diz:
– Isso é verdade, mas acho difícil porque a violência está crescendo demais.
Um garotinho moreninho levanta a mão e acrescenta:
– E não é só a violência. A corrupção também. Até parece que no mundo só tem desonesto.
Outro menino, aparentando uns 12 anos, diz por sua vez:
– Eu acho que o pior são as drogas. Lá no meu colégio é só o que dá.
Serginho cria coragem e levanta a mão. Quando vê que todos estão olhando para ele, fica meio
encabulado, mas dá o recado, falando de jeito engraçado.
– Pois é... Eu acho que desse jeito o mundo vai é se ferrar...
É uma risada só, de Ashtarih até a última das crianças. Quando silenciam, ela continua:
– Vocês sabem por que as coisas na Terra estão desse jeito?
Ninguém responde. As crianças ficam olhando umas para as outras, procurando alguma resposta.
Ashtarih, com ar decidido, diz:
– É porque milhões de pessoas curtem a violência. Outros tantos milhões são desonestos e
gananciosos, e seus pensamentos e emoções estão criando em torno do planeta uma faixa de energia muito
perigosa.
Faz pequena pausa, observando o ar de preocupação que vai se formando em todos os rostos, e
pergunta:
– Algum de vocês já entrou num presídio?
Ninguém se manifesta, e ela continua:
– A pessoa que entra num presídio sente logo um ambiente pesado, agressivo. Já numa igreja ou
num lar feliz, equilibrado, o ambiente é leve, gostoso, não é mesmo? Isso acontece por causa do tipo de
energia dos pensamentos e das emoções geradas pelas pessoas que vivem nesses lugares ou os
freqüentam. E, como disse antes, a faixa de energia maléfica está crescendo muito em torno da Terra.
Ashtarih faz pequena pausa e continua:
– Um gênio do mal, conhecido como Ruk Pollus, está planejando dominar este planeta, usando essa
energia.
Um calafrio corre pelas costas das crianças, e a preocupação aumenta em suas expressões. Gilberto,
vencendo a timidez, levanta a mão e pergunta:
– E esse Comando... do sistema solar... de que você falou, não vai fazer nada?
– Diretamente, não.
– Mas por quê?
–Porque, se os terráqueos criaram essa fonte de energia pervertida, são eles próprios que terão de
destruí-la. Ou pelo menos dar os primeiros passos. E é para isso que estamos reunidos aqui, hoje.

Bom, por hoje é só, mas nós vamos continuar com essa aventura em outro dia.

AULA – 12
Preso pelo ódio

O professor deve perguntar a vários alunos, indicando-os ao acaso, se têm se lembrado de


cumprimentar as pessoas ao encontrá-las e de agradecer pelas gentilezas que tenham recebido.

Conta-se que um país entrou em guerra e dois jovens amigos, João e José, foram convocados. O
inimigo derrotou a sua tropa, e eles foram feitos prisioneiros e levados para um campo de concentração.
Estiveram presos durante dois anos. Quando foram postos em liberdade, cada um deles foi para um lado
do país para refazer as suas vidas.
Dez anos depois eles se encontraram, e João perguntou a José:
– Lembras-te dos nossos carcereiros?
José respondeu:
– Sim. Não deixei de odiá-los nem um único dia.
João disse:
– Olha, eu, desde que abandonei o campo de concentração, nunca mais voltei a pensar neles. Portanto,
amigo, eu estive preso dois anos, mas tu estás preso há doze.

O que João quis dizer com isso de José estar preso há doze anos, já que há dez anos eles estavam em
liberdade?

O professor deve socializar a discussão, mostrando que sentimentos negativos, como o ódio e o
rancor, nos deixam presos aos nossos adversários, pelo fato de continuarmos emocionalmente ligados a
eles, etc.; enfatizar o fato de o ódio ser uma força negativa muito poderosa que tem tendência a
transformar-se na pior das prisões.

Tarefa de casa
O aluno deve perguntar a um adulto qual é o motivo de haver tanta violência na terra.

AULA – 13
Violência, não

O professor deve ver respostas da tarefa de casa anterior e socializá-las, procurando mostrar que
nada se resolve com violência e que esta sempre acaba piorando a situação; observar que nos noticiários
constantemente aparecem situações em que pessoas, num momento de raiva, agridem e até matam outras
pessoas e com isso estragam a própria vida, acabam na cadeia enfrentando as piores situações, perdendo
as melhores oportunidades de suas vidas para trabalhar, estudar e crescer como pessoa, etc. Os que têm
uma família para sustentar terão de vê-la passar necessidades e privações anos a fio. E o pior ainda é a
consciência pesando sempre, acusando pela violência ou pelo crime cometido.

Agora vamos todos respirar fundo e relaxar... (fazer umas cinco respirações profundas.)

Não estão mais relaxados?


Pois bem, sempre que vocês estiverem num momento de raiva, façam isso: respirem profundamente
algumas vezes, procurando relaxar. Assim, mais calmos, poderão pensar melhor e resolver situações
complicadas com diálogo, sem violência.

AULA – 14
Gandhi

O professor deve perguntar a vários alunos, indicando-os ao acaso, se têm se lembrado de


cumprimentar as pessoas ao encontrá-las e de agradecer pelas gentilezas que tenham recebido.

Quem aqui já ouviu falar em Gandhi?


Ele viveu na Índia, um país muito grande que fica no outro lado do mundo. Era conhecido como
Mahatma Gandhi e foi um grande homem... Grande como pessoa, porque era muito magrinho...
Gandhi acreditava que era possível lutar sem violência.
Foi estudar em Londres, onde se formou como advogado em 1891, portanto há mais de um século.
Dois anos mais tarde, ele foi para a África do Sul, a fim de trabalhar numa empresa hindu. Lá,
começou a sentir o peso do poderio do Império Britânico, ou seja, dos ingleses, que dominavam muitas
nações do mundo, inclusive a Índia.
Quando voltou para o seu país, Gandhi congregou o povo indiano a resistir ao domínio dos ingleses,
mas de forma pacífica.
Imaginem vocês que a Inglaterra havia se apossado da produção de sal na Índia, e os indianos tinham
que comprar dos ingleses o sal que era deles próprios.
Que fez Gandhi, então? Ele informou ao Primeiro-Ministro inglês, que governava a Índia, que iria
dirigir-se ao mar, para extrair o sal, desobedecendo assim à imposição dos ingleses, injusta e absurda.
Partiu, assim, com um pequeno grupo de pessoas, iniciando a famosa “Marcha para o Sal”. Pelo
caminho outras pessoas iam se juntando ao grupo, que ia crescendo cada vez mais e mais. Ao chegarem ao
mar, já eram milhares de indianos, que tinham andado mais de 300 km a pé.
Era uma multidão tão grande que os ingleses nada puderam fazer.
A partir daí os indianos passaram a extrair e a comercializar o sal que era deles. Com isso, a nação
foi se fortalecendo e acabou expulsando os ingleses, conquistando desse modo a sua independência, sem
guerra, sem pegar em armas.
Mahatma Gandhi foi uma pessoa admirável. Ele deixou um grande exemplo para nós, para também
aprendermos a viver sem violência.
Praticar a não-violência é nunca ferir ou magoar alguém por palavras ou por ações.
As pessoas não violentas sempre são mais agradáveis, conseguem fazer mais amigos, têm mais
sucesso na vida e, principalmente, estão obedecendo às leis universais da paz.

AULA – 15
Revisão

Hoje nós vamos rever o que foi tratado nas últimas aulinhas de valores humanos.
Vocês estão lembrados da Ashtarih? Aquela menina do Comando Solar que veio convocar as
crianças para ajudarem a Terra?
Pois bem, a Ashtarih tinha dito que milhões de pessoas curtem a violência, as drogas, a
desonestidade e outros valores negativos. Disse também que esse tipo de pensamentos e emoções havia
criado, em torno do nosso planeta, uma faixa de energia muito perigosa, e que um gênio do mal,
conhecido como Ruk Pollus, estava planejando dominar a Terra, usando essa energia.
Ela disse também que, se nós, os terráqueos, criamos essa fonte de energia ruim, somos nós mesmos
que teremos de destruí-la, ou pelo menos dar os primeiros passos nesse sentido.
Nas aulinhas seguintes também tratamos da questão da violência. Foi mostrado que sentimentos
negativos, como o ódio e o rancor, deixam as pessoas emocionalmente ligadas aos seus adversários.
Assim, o ódio é uma força negativa muito poderosa que tem a tendência de transformar-se numa prisão, e,
para se libertar dessa prisão só há um caminho, que é perdoar.
Quem aqui já viu algum noticiário ou soube de alguma situação em que uma pessoa, num momento
de raiva, agride e até mata outras pessoas e com isso, além do remorso que vai sofrer, também estraga a
própria vida?
O professor deve incentivar respostas.

Em outra aulinha nós falamos sobre Gandhi. Quem se lembra?


Gandhi foi um indiano que conseguiu levar seu povo a se libertar da Inglaterra de forma pacífica,
sem violência.
A Inglaterra havia se apossado da produção de sal na Índia, e os indianos tinham que comprar dos
ingleses o sal que era deles próprios.
Gandhi, então, partiu com um pequeno grupo de pessoas, iniciando a famosa “Marcha para o Sal”.
Pelo caminho outras pessoas iam se juntando ao grupo, que ia crescendo cada vez mais e mais. Ao
chegarem ao mar, já eram milhares de indianos, que tinham andado mais de 300 km a pé.
Era uma multidão tão grande que os ingleses nada puderam fazer.
Esse foi um passo muito importante para a libertação daquele país.
Mahatma Gandhi foi um exemplo extraordinário não só para a Índia, como também para o mundo
inteiro.
Praticar a não-violência é não ferir ou magoar alguém por palavras ou por ações.
As pessoas não violentas sempre são mais agradáveis, conseguem fazer mais amigos, têm mais
sucesso na vida e, principalmente, estão obedecendo às leis universais da paz.

AULA – 16
Aventura Virtual - Episódio 04
No último episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, nós vimos Ashtarih convocar as crianças
para ajudarem a Terra.
Isso deixa a Teca preocupada. Além de preguiçosa, ela é medrosa. Levanta a mão e, quando
autorizada, pergunta:
– Por que esse trabalho tem que ser feito por crianças?
Com uma voz suave mas firme, Ashtarih responde:
– Principalmente porque as crianças ainda não estão contaminadas pelo gosto do poder, da ganância,
do ódio... São mais sinceras e honestas. Com isso elas têm mais chances de vencer.
Algumas crianças estão eufóricas; outras, assustadas. Um garotinho pergunta:
– Nós vamos ter que lidar com esse tal de... Ruk Pollus?
– Terão que lidar com ele, sim – responde Ashtarih. – Mas vocês não estarão sozinhos, nem
desprotegidos.
– Estou com medo – diz Teca, quase chorando.
Gilberto olha em torno e observa que o medo de Teca começa a contagiar as outras crianças. Levanta
novamente a mão e, autorizado, fala com segurança.
– Eu gostaria de dizer uma coisa. Se o mundo continuar assim como está, logo vai ficar tão ruim que
vai ser pior que o inferno. Eu acho que nós podemos confiar em Ashtarih.
A menina sorri para Gilberto, faz um gesto abrangente e diz devagar, para que todos possam
entender:
– Existem forças cósmicas muito poderosas porque são amparadas pela Grande Lei... e nós
trabalhamos dentro das suas diretrizes. Se juntarmos amor, justiça, inteligência e energia, com dedicação e
coragem...
Gil levanta os polegares das duas mãos e exclama:
– Eu topo!...
Vendo a expressão desconfiada de Teca, Gilberto fala meio acanhado.
– Eu sei que sou meio agressivo... Adoro filme violento, luta marcial... “video game”... De vez em
quando, dou uns bofetes no Serginho... Mas, se for para melhorar o mundo... eu seria capaz até de virar
santo.
Ashtarih sorri, levemente emocionada, sentindo a sinceridade do garoto.
– Não é preciso ninguém virar santo. Basta fazer tudo para não ser agressivo... e mais algumas outras
coisinhas que eu já vou explicar.
Serginho faz o mesmo gesto com os polegares e diz com voz firme:
– Eu também topo! Eu quero fazer a minha parte para melhorar o nosso planeta.
Teca levanta timidamente os dois polegares, dizendo com voz sumida.
– Está bem... eu também topo. Acho que está na hora de eu aprender a ser mais corajosa e... menos
preguiçosa.
– Gostei de ver tua sinceridade, garota – diz Ashtarih. – Reconhecer as próprias falhas é o primeiro
passo em nosso crescimento como gente.
Uma por uma, todas as crianças daquela estranha assembléia levantam-se, erguem bem alto os dois
polegares em gesto afirmativo e gritam:
– Eu topo!
– Eu também topo!
Ashtarih sorri satisfeita.
– Ótimo!... Muito bem! Eu tinha certeza de que poderia contar com vocês. E repito: não precisam
ficar com medo. O Comando Solar vai lhes dar cobertura, e, a partir de agora, vocês serão conhecidos
entre nós como os “mensageiros de Ashtarih”.
Em seguida convida as equipes a irem até o palco para receber seus instrumentos de trabalho.
Gilberto levanta, seguido dos irmãos, e vai se dirigindo ao palco. As outras equipes também
levantam, mas todos param, dando-lhe a vez, como se vissem nele um líder. Já no palco, Ashtarih coloca-
lhe no pulso um aparelho parecido com um relógio, dizendo:
– Isto aqui, Gilberto, é um minimicro. Vai ser muito útil.
À Teca ela entrega uma pedrinha cor-de-rosa:
– Isto é um condensador e transmissor de vibrações de amor. Basta usar o pensamento e a emoção.
Pode colocá-lo em seu bolso.
A Serginho dá um objeto parecido com uma canetinha, que prende em sua camisa:
– Você vai precisar deste instrumento. Numa ponta ele gera energia e na outra dinamiza a alegria...
– O Serginho não precisa disso – atalha Teca. – É a criança mais alegre que já vi. Quando não está
brigando com Gil, está sempre sorrindo.
Ashtarih olha carinhosa para Serginho e alisa seu cabelo, dizendo:
– A sua alegria, Serginho, é muito útil e é muito importante. Mas você vai precisar deste aparelho.
Cuidado para não perdê-lo.
E, olhando com seriedade para os três, acrescenta:
– Procurem não brigar.
– No que depender de mim – afirma Gilberto – não vai ter briga.
Os Praxedinhos descem do palco voltando ao camarote, enquanto Ashtarih continua entregando
instrumentos e apetrechos às outras equipes.

Por agora vamos ficando por aqui. Outro dia vamos ver como continua essa aventura virtual dos
Praxedinhos.

AULA 17
Não brigar

O professor deve perguntar a vários alunos, indicando-os ao acaso, se têm se lembrado de


cumprimentar as pessoas ao encontrá-las e de agradecer pelas gentilezas que tenham recebido.

No último episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, nós vimos como as crianças haviam se
engajado na luta para ajudar a salvar a Terra das maldades de um gênio do mal, o Ruk Pollus.
Vocês se lembram como a Ashtarih recomendou a eles para não brigarem?
Pois é, brigar nunca é bom.
Alguém de vocês sabe de alguma briga que acabou bem, em que ninguém se machucou?
Incentivar respostas.
E alguém sabe de alguma briga que terminou mal?
O professor deve incentivar respostas e socializar a discussão, tendo em foco o que a mídia mostra
diuturnamente sobre brigas que terminam em ferimentos ou em morte, brigas bobas, por vezes, que
começam pelas mais tolas razões e que acabam mal...

AULA – 18
Como mudar o planeta

Quem sabe dizer por que no nosso planeta acontecem tantas coisas ruins?
O professor deve incentivar respostas.

Na Terra acontecem tantas coisas ruins porque o ser humano abriga muitos valores negativos em seu
coração, assim como a ganância, o orgulho e a falta de amor.

O que vocês acham que seria necessário mudar nas pessoas para o mundo se tornar um lugar bom
para todos?
O professor deve incentivar respostas e socializá-las.

As pessoas já estão começando a entender a necessidade de mudanças para salvar o nosso planeta e a
transformá-lo num mundo melhor para todos.
Muitas empresas, muitas instituições e até governos estão trabalhando para proteger a natureza.
Mas só proteger a natureza não é o bastante porque são as pessoas que precisam mudar.
Bastaria que o ser humano cultivasse duas qualidades, ou seja, dois valores para transformar a Terra
num lugar bom para todos. Esses valores são o AMOR e a JUSTIÇA.

O que vocês acham?


Por que o amor e a justiça são tão importantes?

O professor deve incentivar respostas e socializá-las, lembrando que quem ama não agride, não
humilha, não prejudica, mas tudo faz para ajudar os outros a serem felizes, e quem é justo sabe como
viver, conviver e ajudar com equilíbrio.

AULA – 19
Respeitar a si mesmo

O professor deve perguntar a vários alunos, indicando-os ao acaso, se têm se lembrado de


cumprimentar as pessoas ao encontrá-las e de agradecer pelas gentilezas que tenham recebido.

Vocês sabem o que significa respeitar a si mesmo?


O professor deve incentivar respostas.

O pai de Eduardo sempre lhe dizia que as leis de Deus estão gravadas em nossa consciência e que é
por isso que todas as pessoas sempre sabem o que é certo e o que é errado. Dizia também que o mais
importante é obedecer a essas leis, porque a maior riqueza de um ser humano é ter a consciência tranqüila.
A família de Eduardo era pobre, e ele precisava trabalhar para ajudar nas despesas da casa. Com isso
teve de batalhar muito para conseguir formar-se em Direito e chegar a ser juiz.
Quando isso aconteceu, foi aquela festa, aquela alegria!
Mas certo dia chegou às suas mãos, para análise e julgamento, um processo contra o senhor
Gouveia, pessoa muito importante na cidade. Eduardo, ou melhor, Dr. Eduardo ficou preocupado, pois
sabia que não iria ser fácil. De fato, no dia seguinte recebeu a visita do advogado do senhor Gouveia
pedindo-lhe para dar ganho de causa ao seu cliente.
Dr. Eduardo respondeu, dizendo que iria julgar os fatos e agir com justiça.
O advogado ofereceu-lhe, então, uma grande importância em dinheiro para inocentar o senhor
Gouveia. Era muito dinheiro, mas Dr. Eduardo negou-se a receber a propina e, indignado, ameaçou
mandar prendê-lo. O advogado saiu furioso, dizendo que, por isso, ele, Dr. Eduardo, seria transferido para
uma cidadezinha do interior, a mais distante possível.
Aborrecido e preocupado, Dr. Eduardo foi procurar o pai, que lhe disse:
– Meu filho, estou orgulhoso de você. É assim que age uma pessoa de bem, uma pessoa honesta, que
tem respeito por si mesma.
– Eu sei, pai – respondeu Dr. Eduardo. – E mesmo que o senhor Gouveia consiga que me transfiram,
mesmo que seja para o pior lugar do mundo, não me importo. O que vale mesmo é estar com a
consciência tranqüila.

Quem de vocês acha que Dr. Eduardo fez bem em recusar aquele dinheirão da propina que o
advogado lhe ofereceu?

O professor deve incentivar respostas e socializá-las, com foco na importância da honestidade.

AULA – 20
Revisão

Hoje vamos rever as nossas últimas aulinhas de valores humanos.

No último episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, nós vimos Ashtarih convocar as crianças
para ajudarem nosso planeta.
Isso deixa Teca muito preocupada. Além de preguiçosa, ela é medrosa, mas, quando sabe da
importância do trabalho das crianças para salvar o mundo, trata de engolir a preguiça e o medo e topa
juntar-se aos demais para ajudar a Terra.
O que vocês acharam desse gesto da Teca?
O professor deve incentivar respostas, focando a nobreza do gesto da Teca, que se propõe a ajudar,
apesar do medo e da preguiça.

O que vocês acham que seria necessário mudar nas pessoas para o mundo se tornar um lugar bom
para todos?
O professor deve incentivar respostas e socializá-las.

As pessoas já estão começando a entender a necessidade de mudanças para salvar o nosso planeta e a
transformá-lo num mundo melhor para todos.
Muitas empresas, muitas instituições e até governos estão trabalhando para proteger a natureza.
Mas só proteger a natureza não é o bastante porque são as pessoas que precisam mudar.
Bastaria que o ser humano cultivasse duas qualidades, ou seja, dois valores para transformar a Terra
num lugar bom para todos. Esses valores são o AMOR e a JUSTIÇA.

O que vocês acham?


Por que o amor e a justiça são tão importantes?

O professor deve incentivar respostas e socializá-las, lembrando que quem ama não agride, não
humilha, não prejudica, mas tudo faz para ajudar os outros a serem felizes, e quem é justo sabe como
viver, conviver e ajudar com equilíbrio.

Em outra aulinha de valores humanos nós vimos aquele caso do juiz, Dr. Eduardo, que se negou a
dar ganho de causa ao senhor Gouveia em troca de muito dinheiro.
Com esse gesto, aquele juiz estava tendo respeito por si mesmo, pelos seus valores, pela sua
consciência.
De que vale ter dinheiro, mas a consciência pesada, não é mesmo?

AULA – 21
Aventura Virtual - Episódio 05

No último episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, nós vimos as crianças recebendo seus
instrumentos de trabalho das mãos de Ashtarih.

Enquanto isso, numa grande nave espacial, Ruk Pollus examina um painel de controle. É um tipo
alto, musculoso. Tem a cabeça raspada e o tórax nu. Da cintura para baixo, veste uma espécie de calção
azul-marinho que vai até o meio das canelas, amarrado na cintura com uma faixa vermelha; nos pés,
botinas de um material parecido com borracha, e nos braços, uns braceletes de couro com enfeites de
bronze. Pelos olhos negros perpassam reflexos cor de aço. É uma figura assustadora.
Junto a Ruk, há uma menina em tudo parecida com Ashtarih. A diferença está apenas na expressão
do rosto e no olhar, que são duros, frios, sem aquele encanto da outra. Ruk termina de examinar alguns
instrumentos e diz, com ar meio satisfeito, meio preocupado:
– Estamos chegando perto.
– Se o Comando Solar não se meter... – diz a menina.
Ruk olha para ela com um daqueles olhares que vão até o fundo da alma e pergunta pausadamente:
– Que é que você está sabendo, Fávia?
– Eu acho que a Ashtarih está reunindo crianças...
– Reunindo crianças?... Que é que ela pretende?
– Eu não sei.
– Pois trate de saber... agora!
Fávia sai correndo para cumprir a ordem de Ruk.
Enquanto isso, no grande salão, depois que todas as equipes receberam seus instrumentos, Ashtarih
volta a falar:
– Agora, uma coisa muito importante. Vocês vão atuar como geradores e transmissores de “energia
boa”. Dessa forma, todo o bem que conseguirem fazer... ou fazer que aconteça... e todos os bons
sentimentos que nutrirem serão dinamizados pelo Comando Solar, e esse potencial todo irá atuar naquela
faixa de energia perigosa de que falei, ajudando a destruí-la. Aí, Ruk Pollus não mais terá poder sobre a
humanidade. Vocês entenderam?
Teca responde:
– Eu entendi. Nós precisamos gerar energia boa...
– Isso mesmo! – exclama Ashtarih. – Só que essa energia é diferente. Ela é gerada a partir dos
pensamentos e dos sentimentos. Assim, sempre que vocês pensarem no bem, na paz, na harmonia, sempre
que sentirem amor e amizade, estarão gerando energia boa. E como disse, o Comando Solar vai dinamizar,
ou seja, vai ampliar, vai multiplicar essa boa energia que vocês gerarem.
– Mas, Ashtarih – contesta Gilberto – de que adianta isso se a Terra está cheia de pessoas tão ruins
quanto esse tal de Rul Pollus?
– A ordem é destruir essa faixa energética de que falei, porque esse perigo é imediato... e é dos mais
graves na história deste planeta. Nunca houve um momento como este na Terra. Depois, o Comando sabe
o que deverá fazer. Por ora, esta é a nossa missão.
Percorrendo todas as equipes com o olhar, Ashtarih continua:
– Acho que nem é preciso dizer que tudo isto é absolutamente sigiloso. Não comentem com
ninguém. Mesmo porque, se vocês contarem isto a alguém, não vão acreditar... dirão que estão malucos.
Só os pais de alguns de vocês serão avisados por nós.
Faz uma pequena pausa e conclui:
– Agradeço a todos em nome do Comando Solar e lhes desejo sucesso.
E antes que alguém possa fazer mais alguma pergunta, Ashtarih faz um gesto com a mão, e um novo
rodamoinho acontece, sugando cada equipe para algum ponto diferente da Terra.

A continuação dessa aventura nós vamos ver em outras aulas.

AULA – 22
Energias

O professor deve perguntar a vários alunos, indicando-os ao acaso, se têm se lembrado de


cumprimentar as pessoas ao encontrá-las e de agradecer pelas gentilezas que tenham recebido.

No último episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, nós vimos Ashtarih convocar as crianças
para gerarem energia boa, do bem, e informar-lhes que o Comando Solar iria dinamizar essa energia e
com ela eliminar a faixa de energia do mal com que o Ruk Pollus pretendia dominar a Terra.
Lembram que a Ashtarih também explicou que essas energias são geradas pelos pensamentos e
sentimentos das pessoas?
É claro que essa aventura é imaginária, mas essa questão das energias tem fundamento.
Aquilo que sentimos fica impregnado nos ambientes. Isto é fácil de perceber.
Quando entramos numa igreja onde as pessoas desenvolvem sentimentos elevados, de religiosidade,
de amor e de fé, podemos sentir um ambiente leve, agradável. Mas, se entramos num presídio, sentimos o
ambiente muito pesado, difícil de suportar.
Isto acontece por causa dos sentimentos e pensamentos dos que ali vivem, assim como também do
que falam.
Em outro momento Ashtarih havia dito que o nosso planeta está envolvido em energias agressivas,
principalmente pelo fato de milhões de pessoas “curtirem” a violência através de jogos eletrônicos, filmes
e noticiários com teor violento, e até das conversas que giram em torno desse tema.
Podemos entender, então, que, se os ambientes da Terra estão impregnados com energia agressiva,
as pessoas sentem essa influência. Assim, vemos pessoas sem qualquer motivo pegarem uma arma e
saírem por aí matando gente.
Se nós queremos um mundo melhor para o nosso futuro, precisamos fazer alguma coisa para que o
mundo melhore.
E nós que estamos aqui nesta sala de aula, será que podemos ajudar a melhorar o mundo? O que
vocês acham?

O professor deve incentivar respostas e socializá-las, enfocando a força que as crianças têm junto
aos pais e outros adultos para induzi-los a vivenciarem a paz e a fraternidade. É bom lembrá-los de que
também podem colaborar, e muito, evitando jogos e filmes violentos, além de desenvolverem afetividade,
que é um sentimento muito poderoso para gerar energia boa.

AULA – 23
O ponto preto

O professor deve perguntar a vários alunos, indicando-os ao acaso, se têm se lembrado de


cumprimentar as pessoas ao encontrá-las e de agradecer pelas gentilezas que tenham recebido; numa
folha de papel branco, fazer um ponto preto e perguntar aos alunos o que eles estão vendo ali.Todos
dirão que estão vendo um ponto preto.

Está errado. O que vemos é um espaço branco cercando um pequeno ponto escuro.
Vocês estão percebendo como é que costumamos ver os outros?
Geralmente vemos logo os erros dos outros, as coisas negativas que eles apresentam e até mesmo as
roupas que usam e que podemos tachar como cafonas ou feias. Dificilmente observamos as qualidades das
pessoas ou as boas ações que praticam.
A própria mídia – televisão, rádio, jornais – sempre dá muita publicidade a crimes e a tudo que é
ruim.
Mas há muita coisa boa no mundo para se ver, existem pessoas maravilhosas que dedicam suas vidas
para ajudar os outros; há pessoas que trabalham intensamente cuidando da natureza, defendendo as matas,
os rios, os animais...

O professor deve pedir à metade da turma para dizer em que profissões as pessoas ajudam outras. A
outra metade deve citar situações em que as pessoas cuidam da natureza, incluindo animais.

AULA – 24
Candidatas a professor

OBSERVAÇÃO: Conforme for falando das duas candidatas, o professor deve escrever no quadro
seus nomes e características para os alunos poderem escolher melhor.

Vamos imaginar uma cena.


Digamos que vocês vão escolher uma nova professora. Há duas candidatas, a Madalena e a Camila.
A Madalena está vestida com uma roupa simples, bem pobrezinha. Ela é baixinha e gorda. A Camila
está muito bem vestida, na última moda; usa jóias caras e é muito bonita.
Vamos agora fazer a votação.
Quem escolhe a Madalena para professora?
Quem prefere a Camila para professora?

Provavelmente a Camila, bonita e rica, receberá mais votos.

Vocês perceberam que nessa votação não se tratou de saber qual das duas seria a melhor como
professora?
A escolha de vocês foi feita só pela aparência das duas.
E, se eu dissesse que a Madalena era uma excelente professora e que a Camila, a professora bonita e
rica, era uma pessoa má e muito mal educada, que faltava mais do que trabalhava e que vocês acabariam
muito prejudicados?
O ser humano ainda não aprendeu a enxergar direito, a ver o que está atrás das aparências.
Quem aqui gosta de sorvete de abacaxi?
O abacaxi tem uma aparência feia, toda espinhosa, mas seu interior... é uma delícia.
Milhões de pessoas são bonitas por fora, mas feias por dentro. Outras milhões de pessoas são feias e
até desagradáveis por fora, mas muito bonitas por dentro.
Quem saberia dar exemplo do que é ser bonito por dentro?
O professor deve incentivar respostas

Bonita por dentro é aquela pessoa que é amiga, que ajuda, que compreende e perdoa os erros dos
outros, que ajuda os outros em suas dificuldades, que se preocupa com as outras pessoas, que se interessa
verdadeiramente pelo crescimento dos demais.

AULA – 25
Revisão

Hoje vamos revisar as nossas últimas aulinhas de valores humanos.

No último episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, nós vimos Ashtarih convocar as crianças
para gerarem energia boa, do bem, e informar-lhes que o Comando Solar iria dinamizar essa energia e
com ela eliminar a faixa de energia do mal com que o Ruk Pollus pretendia dominar a Terra.
Lembram que Ashtarih também explicou que essas energias são geradas pelos pensamentos e
sentimentos das pessoas?
Essa aventura dos Praxedinhos é imaginária, mas essa questão das energias tem fundamento.
Aquilo que sentimos fica impregnado nos ambientes. Isto é fácil de perceber.
Numa igreja, por exemplo, podemos sentir um ambiente leve, agradável.
Já num presídio o ambiente é muito pesado, difícil de suportar.
Isto acontece por causa dos sentimentos e pensamentos dos que ali vivem, assim como também do
que falam.
Ashtarih também havia dito que o nosso planeta estava envolvido em energias agressivas,
principalmente pelo fato de milhões de pessoas “curtirem” a violência através de jogos eletrônicos, filmes
e noticiários com teor violento, e até das conversas que giram em torno desse assunto.

E nós que estamos aqui nesta sala de aula, será que podemos ajudar a melhorar o mundo? O que
vocês acham?

O professor deve socializar a discussão, lembrando que as crianças também podem colaborar, e
muito, evitando jogos e filmes violentos e desenvolvendo afetividade, que é um sentimento muito poderoso
para gerar energia boa.

Em outra aula imaginamos aquela cena das duas candidatas ao cargo de professor, a Madalena e a
Camila. Lembram?
A Madalena era pobre e feia, enquanto a Camila era rica e bonita.
Então, nós conversamos sobre essa questão da discriminação. Geralmente damos mais valor a quem
é rico ou bonito do que a quem é pobre ou feio.
E agora, o que vocês acham?
OBS.: O professor deve escrever no quadro negro as três opções e fazer uma rápida votação.
Devemos valorizar as pessoas:
1 - pela sua aparência?
2 - pelo que elas possuem?
3 – pelos seus valores como ser humano?
O professor deve socializar a discussão.

AULA – 26
Aventura Virtual - Episódio 06

No último episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, nós vimos como, a um gesto de Ashtarih, se
formou um rodamoinho, levando os Praxedinhos a perder a noção de lugar e de tempo, e, quando tudo
pára, eles olham em volta, vendo em torno apenas altas montanhas. Um caminho segue em meio à
vegetação, que é pouca e raquítica.
– Onde será que estamos? – pergunta Gilberto.
– Eu acho que estamos em outro país – diz Serginho, olhando em volta. – Isto aqui não tem cara de
Brasil.
– Nós estamos no mundo virtual, esqueceu?
– E faz alguma diferença? – pergunta Teca, começando a demonstrar mau humor. – Quero é ver
onde vamos encontrar comida... Estou morrendo de fome.
–Não é reclamando que a gente vai conseguir alguma coisa – aconselha Serginho, que, mesmo sendo
o mais novo, às vezes demonstra bastante sabedoria.
– Vamos em frente – diz Gilberto. – Esse caminho deve dar em algum lugar.
Os três partem.
Depois de caminharem por longas horas ladeando montanhas e pela beira de precipícios, sem chegar
a algum lugar habitado, Teca resolve parar. Senta em cima de uma pedra e informa aos irmãos, com ar
decidido:
– Eu estou cansada!... Não dou mais nenhum passo.
Gil e Serginho também param. Serginho senta sobre uma ponta de rochedo. De repente, lembrando-
se do aparelho que Ashtarih entregou a Gil, exclama:
– Nós podemos pedir socorro!
Gil, com ar decidido, retruca:
– Pedir socorro só em último caso, bobão. Nós vamos é continuar andando.
– E não me chame de bobão, que eu incho teu nariz com um murro – responde Serginho, raivoso.
Teca, dando uma rara demonstração de iniciativa, levanta a mão na direção de Serginho e diz em
tom ameaçador:
– Nem pense, Serginho!... e abaixe o tom da voz. Nada de brigas, nem de ofensas. Não se esqueçam
de que estamos em missão.
Os meninos acomodam suas raivas e sorriem com ar misterioso. Afinal, estão em missão... e que
missão!
– Mas eu ainda estou querendo saber para que é que serve esse minimicro – diz Serginho.
Gilberto olha o aparelho com mais atenção. Parece um relógio de pulso, daqueles antigos. Abre-o. A
parte interna da tampa é a tela de um micromonitor e a face do aparelho é um miniteclado.
– Que legal! – exclama Serginho, entusiasmado. – É massa!
Teca, ainda de má vontade e já meio arrependida de ter concordado com a aventura, resmunga.
– Quero é ver para que serve essa coisa.
Gil toca a tela com a ponta do dedo e aparece uma pergunta: “Que deseja?”
– Olha que legal! Está perguntando o que desejamos.
Teca não quer dar o braço a torcer e responde:
– O que desejamos? Cair fora daqui, é claro!
Serginho, apesar de sua eterna alegria, já está ficando cansado com o mau humor da irmã e reclama:
– Quer parar com essa mania de viver se queixando? Você ainda vai se dar mal...
Gilberto, sem se ocupar com a discussão dos irmãos, digita: “Estou com fome e sede”, mas a tela
permanece como antes.
Os garotos olham-se com ar desolado. Uma pontinha de temor começa a se insinuar em suas
emoções. O mau humor de Teca transforma-se rapidamente em medo.
– E agora? – pergunta choramingando. – O que vai ser de nós?
– Eu acho que você tem que teclar o comando “enter” – diz Serginho para Gilberto, sentindo-se
importante.
Este atende, mas nada acontece. Fala com raiva:
– Essa porcaria não serve para nada. Eu vou é jogar fora.
Teca segura-lhe a mão.
– Espera, Gil. Eu acho que sei qual é o problema. Nós não somos uma equipe?
Os meninos concordam com a cabeça.
– Então é preciso dizer: “Nós estamos com fome”.
– Vamos ver - diz Gilberto, começando a digitar conforme a orientação da irmã, mas a tela apenas
pisca e fica escura. Gil levanta o aparelho para jogá-lo fora, mas, antes que o faça, pára, com os olhos
arregalados:
– Olhem!
À sua frente surgira do nada um poste com um cartaz onde está escrito: “À direita, Pousadinha. À
esquerda, deserto”.

Vocês estão curiosos para saber a continuação dessa aventura? Eu também, mas temos que deixar
para outro dia.

AULA – 27
Equipe

O professor deve perguntar a vários alunos, indicando-os ao acaso, se têm se lembrado de


cumprimentar as pessoas ao encontrá-las e de agradecer pelas gentilezas que tenham recebido.

No último episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, nós vimos que o Gilberto, quando pediu
ajuda para si mesmo pelo minimicro, nada conseguiu. Mas, quando a Teca disse que eles eram uma
equipe e que era preciso pensar não em si mesmo mas em todos, logo conseguiram ajuda.
Algum de vocês pertence a alguma equipe?

O professor deve socializar a discussão, explicando que a família é uma equipe; na escola uma
classe é uma equipe porque todos estão ali juntos com a finalidade de aprender, etc.; deve ainda explicar
que numa equipe todos devem procurar o bem de todos, que isto é um tanto difícil porque somos todos
diferentes uns dos outros, mas que é importante se esforçar sempre nesse sentido; que muitas vezes algum
companheiro de equipe age mal, mas isso nunca deve nos desanimar, etc.

AULA – 28
Dividindo a casa em áreas

Em uma casa simples, vivia a família do seu Luís. Apesar das dificuldades eram felizes, cada um
com seus afazeres domésticos, os estudos, etc.
Certo dia Aninha, a filha mais velha, então com dez anos, chamou seus irmãos e lhes disse:
– A partir de hoje, só eu posso entrar no quarto de dormir, pois vocês só bagunçam e não ajudam a
arrumar. E traçou uma linha imaginária no chão perto da porta dizendo aos irmãos que eles não poderiam
ultrapassar aquele limite sem que ela autorizasse.
Roberta com oito anos disse, então, que ninguém poderia entrar na cozinha, pois era ela que lavava a
louça do café e, repetindo o gesto da irmã, traçou também uma linha imaginária no chão dizendo que, a
partir daquele momento, a cozinha seria um espaço só dela, que estava proibida a entrada dos irmãos sem
a sua permissão.
Júnior, o caçula de quatro anos, olhou para as irmãs e, sem compreender direito o que estava
acontecendo, foi até o banheiro e fez com o pé uma linha imaginária, dizendo que o banheiro era dele.
Lá pelas tantas Aninha chamou pela mãe que estava lavando roupa, dizendo que estava com sede,
mas Roberta não a deixava entrar na cozinha para pegar água.
Roberta, por sua vez, necessitava usar o banheiro, e Júnior não a deixava entrar. Júnior queria tirar a sua
sonequinha e Aninha lhe barrava a entrada no quarto.
Dona Amélia chamou seu Luís, que estava trabalhando no jardim, e lhe explicou o que estava
acontecendo.
Seu Luís pensou um momento e, chamando os filhos, explicou-lhes que a cozinha, o banheiro e os
demais cômodos da casa eram de todos os que viviam naquele lar. Assim, quem tinha sede ou fome
poderia usar a cozinha; quem precisasse ir ao banheiro tinha o direito de fazê-lo, bem como todos
poderiam usar o quarto, que era compartilhado pelos três. Disse-lhes que tudo na vida possui regras e que
todos devem cumpri-las para não haver bagunça, que cada um deveria cuidar da sua tarefa e respeitar o
trabalho do outro, fazendo uso da liberdade, mas com responsabilidade.

Foi então que eles resolveram realizar uma reunião familiar, uma vez por semana, para discutir as
regras de convívio e criar outras novas, caso fosse necessário.

O professor deve socializar a discussão, sugerindo a todos para sempre procurar meios justos para
conviver em paz.

AULA – 29
O monge e o escorpião

O professor deve perguntar a alguns alunos, indicando-os ao acaso, se têm se lembrado de


cumprimentar as pessoas ao encontrá-las e de agradecer pelas gentilezas que tenham recebido.

Um monge e seus discípulos iam por uma estrada e, quando passavam por uma ponte, viram um
escorpião sendo arrastado pelas águas. O monge correu pela margem do rio, meteu-se na água e tomou o
bichinho na mão. Quando o trazia para fora, o bichinho o picou e, devido à dor, o homem deixou-o cair
novamente no rio. Correu então pela margem, apanhou um ramo de árvore, entrou novamente no rio,
colheu o escorpião e o salvou. Ao voltar para a estrada, seus discípulos, que haviam assistido a tudo, o
receberam perplexos e penalizados. Um deles disse:
– Mestre, deve estar doendo muito! Por que foi salvar esse bicho ruim e venenoso?
Outro comentou:
– Devia ter deixado que o escorpião se afogasse! Seria um a menos! Veja como ele respondeu à sua
ajuda! Picou a mão que o salvara! Não merecia sua compaixão!
O monge ouviu tranquilamente os comentários e respondeu:
– O escorpião agiu conforme a natureza dele e eu de acordo com a minha.

Esse conto nos mostra a importância de agirmos sempre como deveriam agir os seres humanos, ou
seja, com solidariedade e com afeto, procurando sempre ajudar quem está em apuros.
Infelizmente, a maioria das pessoas só pensa em se dar bem. É por isso que existe tanto sofrimento
na Terra.
Se todos pensassem um pouquinho que fosse nos outros, se todos ajudassem um pouquinho que
fosse aos que estão em momentos difíceis ou passam necessidade, a Terra seria um paraíso.
Mas felizmente já existem milhões de pessoas e milhares de organizações que estão trabalhando para
melhorar o nosso planeta.

Quem de vocês conhece alguma organização dessa natureza?

O professor deve incentivar respostas e socializá-las, lembrando as muitas ONGs que se ocupam em
fazer algo em busca de melhorar nosso planeta, tais como o Greenpeace, etc.

AULA – 30
Revisão
Hoje nós vamos rever alguns pontos das nossas últimas aulinhas de valores humanos.
Lembram-se daquele episódio da aventura virtual dos Praxedinhos quando o Gilberto pediu ajuda
para si mesmo pelo minimicro e nada conseguiu, mas, quando a Teca disse que eles eram uma equipe e
que era preciso pensar não em si mesmo, e sim em todos, logo conseguiram ajuda?
É importante sempre lembrar que nós também participamos de algumas equipes, como a nossa
família. Sendo assim, devemos aprender a pensar não só em nós mesmos, mas igualmente nos outros.
Numa equipe todos devem procurar o bem de todos. Isto é um tanto difícil porque somos todos
diferentes uns dos outros, mas é importante fazer muito esforço nesse sentido. Muitas vezes algum
companheiro de equipe age mal, mas isso nunca deve nos desanimar. Quando isto acontece, podemos
procurá-lo e conversar com ele, não com aquele jeito de quem acha que é o bonzão e outro é o ruim, mas
com fraternidade, com vontade sincera de ajudar.

Em outra aulinha nós vimos como, na casa do seu Luís, as crianças criaram problemas quando
resolveram, cada qual, separar uma parte da casa só para si.
Foi quando Seu Luís, chamando os filhos, explicou-lhes que a casa era de todos que ali viviam, e
que todos tinham os mesmos direitos de uso do imóvel. Disse também que tudo na vida possui regras e
que todos devem cumpri-las para não haver bagunça, que cada um deveria cuidar da sua tarefa e respeitar
o trabalho do outro, fazendo uso da liberdade, mas com responsabilidade.
Foi então que eles resolveram realizar uma reunião familiar, uma vez por semana, para discutir as
regras de convívio e criar outras novas, caso fosse necessário.

Em outra aulinha nós tivemos aquele conto do monge e do escorpião. Estão lembrados? O monge
salvou o escorpião de morrer afogado e o bicho picou-lhe a mão. Diante disso os seus discípulos fizeram
comentários, dizendo que o monge não deveria ter compaixão de um bicho ingrato como aquele. O monge
então respondeu:
- O escorpião agiu conforme a natureza dele e eu de acordo com a minha.

Esse conto nos mostrou a importância de agirmos sempre como deveriam agir os seres humanos, ou
seja, com solidariedade e com afeto, procurando sempre ajudar quem está em apuros.
Infelizmente, a maioria das pessoas só pensa em se dar bem. É por isso que existe tanto sofrimento
na Terra.
Se todos pensassem um pouquinho que fosse nos outros, se todos ajudassem um pouquinho que
fosse aos que estão em momentos difíceis ou passam necessidade, a Terra seria um paraíso.
Mas felizmente já existem milhões de pessoas e milhares de organizações que estão trabalhando para
melhorar o nosso planeta.

Que tal todos nós também fazermos o propósito de procurar viver e agir de forma a sermos bons
exemplos aos outros e, ao mesmo tempo, ajudar nosso planeta a se tornar melhor.
Que acham? Vocês topam?

AULA 31
Aventura Virtual - Episódio 07

Hoje vamos narrar mais um episódio da aventura virtual dos Praxedinhos.


Nós tínhamos parado naquele ponto em que as crianças, lá no mundo virtual, estavam caminhando
há várias horas em meio às montanhas. Já aflitos, sem saber o que fazer, resolvem apelar para o minimicro
que Ashtarih havia dado a Gilberto e de repente lhes surge à frente um poste com um cartaz onde está
escrito: “À direita, Pousadinha. À esquerda, deserto”.
Os Praxedinhos retomam a caminhada, seguindo pela direita, e logo chegam a um pequeno platô
onde encontram três tábuas de madeira.
– E agora? – pergunta Gil. – Eu tenho a impressão de que essas tábuas foram colocadas aqui para
nós.
– Também acho – concorda Serginho. – Acho que é para a gente levar...
Teca dá um pinote:
– Eu é que não vou sair por aí carregando peso à toa. Estou cansada.
– Pois eu acho que devia – diz Gilberto, enquanto levanta uma das tábuas. – Até que não é tão
pesada.
Gil e Serginho apanham cada qual uma tábua e seguem caminho, subindo por uma encosta e
chegando a um platô. Teca segura a tábua que lhe cabe levar, mas prefere largá-la no chão, resmungando
mentalmente: “Brincar num computador é uma coisa, mas sair por aí, andando horas a fio, com sede e
fome... e ainda por cima, carregando peso? Eu hein?”.
Mais alguns passos e topam com uma fenda geológica de uns dois metros de largura. Olham para
baixo e levam um susto: não dá para ver o fundo, mas ouve-se o ruído de água corrente. Serginho e Gil
colocam suas tábuas sobre ela e atravessam com cuidado. Teca aproxima-se para atravessar, mas as
tábuas, como se mão invisível as tocasse, caem, batendo pelas encostas do abismo. Apavorada, grita:
– Gilberto, Serginho... me ajudem!... não vão embora... me ajudem!
Gil e Serginho ficam olhando um para o outro, sem saber como ajudar a irmã. Teca continua
gritando, desesperada:
– Façam alguma coisa! Me ajudem!
Gil tem uma idéia:
– Só você voltando para buscar a tábua que ficou lá embaixo.
Dessa vez Teca não reclama.
– Vou sim... eu vou... mas me esperem aí... Prometam que vão me esperar.
– Nós esperamos, Teca - grita Gil. - Mas vai aprendendo a lição, tá bom? A preguiça nunca é boa
companheira. Mamãe sempre diz isso, lembra?

Vamos deixar a Teca descendo a ladeira, aflita e meio desesperada, para buscar a tábua que tivera
preguiça de levar e que agora seria de fato a sua “tábua de salvação”. Outro dia vamos saber o que
aconteceu, mas agora quero saber quem de vocês é preguiçoso.

O professor deve socializar a discussão, sempre com foco no lado negativo de se ser preguiçoso,
lembrando que muitas oportunidades são perdidas na vida por causa da preguiça, etc.

AULA 32
Desculpar-se

O professor caminha por entre as carteiras e esbarra em algum objeto que está sobre a mesa de um
aluno, derrubando o objeto no chão. Abaixa-se, apanha-o e pede desculpas.
Em seguida deve socializar a discussão, enfocando a importância de sempre nos desculparmos
quando cometemos qualquer falta contra alguém e lembrando o quanto isto é necessário.

Muitas pessoas pedem uma meia desculpa dizendo, por exemplo: “foi mal”.
Dizer “foi mal” apenas informa que a pessoa entende que não “foi bem”, mas isto não é exatamente
um pedido de desculpas.
As pessoas que não pedem desculpas tornam-se desagradáveis e ficam conhecidas pela sua falta de
educação. Já as pessoas educadas são bem vistas e bem-vindas em qualquer lugar.
Muitos procuram tornar-se populares de forma errada. Fazem-se agressivos para chamar a atenção e
ser respeitados. Só que, em vez de serem respeitados, podem ser temidos, o que é bem diferente.
O respeito é um valor que conquistamos pelas nossas qualidades, nunca pela força.
Outros procuram se tornar populares exibindo o que acham que têm de bonito, o rosto, o corpo, o
cabelo, as roupas... Ou ainda, objetos como celulares de última geração, e tantos outros que exaltam a
vaidade.
Mas esse é um tipo falso de popularidade, porque não reflete a verdade interior dessas pessoas.
Uma pessoa só consegue o respeito e a admiração dos outros pelos seus valores verdadeiros, tais
como a boa educação, a bondade, a honestidade, o esforço que faz para aprender, para se desenvolver
profissionalmente, etc.
Quem é que admira um mal educado?

O professor deve convidar os alunos a passarem a usar o pedido de desculpas, sempre que de
alguma forma incomodarem alguém, sem se esquecer dos cumprimentos, bom-dia, boa-tarde e boa-noite,
e do agradecimento, quando for o caso.

AULA 33
Conto dos coelhos que brigaram, incentivados pelo macaco.

O professor deve perguntar a vários alunos, indicando-os ao acaso, se têm se lembrado de pedir
desculpas, de cumprimentar as pessoas ao encontrá-las e de agradecer pelas gentilezas que tenham
recebido.

Numa floresta havia uma grande clareira onde moravam muitos coelhos. Eles plantavam cenouras,
amendoins e bananas e viviam muito felizes.
Um dia, um macaco que vivia cobiçando as bananas dos coelhos teve uma idéia. Começou a fazer
intrigas entre os coelhos, incentivando-os a brigarem e, enquanto brigavam, o macaco se empanturrava
com as bananas.
Como se sabe, o coelho é um bichinho muito pacífico, mas, com as intrigas do macaco, os coelhos
acabaram brigando tanto que suas unhas cresceram, ficaram longas, e os dentes ficaram muito afiados.
Certa vez eles brigaram tanto que todos acabaram muito machucados. O macaco, pulando pelos
galhos das árvores, ria tanto que acabou ficando com dor de barriga. A dor ficou tão forte que ele foi para
a toca dos coelhos, para pedir ajuda, mas os coelhos que haviam se acostumado a brigar, em vez de ajudá-
lo, trataram de atacá-lo com suas longas unhas e dentes afiados.
A coruja, que era muito sábia e observadora, vendo o que acontecia, deu três pios muito fortes e,
pousando num galho próximo, disse:
– Vocês todos são uns tolos. Esse bicho sabido, mas sem escrúpulos, que é o macaco, fez intrigas
para vocês brigarem e, enquanto isso, ele poder comer as suas bananas. Vocês, que são animais mansos e
dóceis, acabaram entrando nessa coisa horrível que são as suas brigas. Olhem para vocês. Nem parecem
coelhos com essas unhas compridas e dentes afiados. Vocês não têm vergonha?
Os coelhos se olharam em silêncio e pela primeira vez perceberam o quanto estavam horríveis.
A coruja, olhando desta vez para o macaco, disse:
– E você seu macaco, não tem vergonha de agir assim? Veja o que conseguiu fazer com os coelhos.
Por que não foi plantar suas próprias bananeiras, em vez de ficar maquinando maldades? A floresta inteira
vai saber o que você fez e você vai ficar isolado. Ninguém mais vai querer falar com um animal tão cheio
de artimanhas, mau e preguiçoso como você.
O macaco baixou a cabeça envergonhado e, num gemido, falou:
– A coruja está certa. Não vale a pena ser ambicioso nem cobiçar aquilo que não nos pertence. Vou
plantar minhas próprias bananeiras. Peço a todos que me perdoem.
O macaco saiu mancando, enquanto os coelhos se abraçavam envergonhados por terem tido a
coragem, a triste coragem, de se agredir. Daí em diante nunca mais se ouviu falar em brigas na aldeia dos
coelhos.

O professor deve socializar a discussão, enfatizando a importância do bom convívio que só traz
benefícios, enquanto as brigas só resultam em problemas e em sofrimento.

OBSERVAÇÃO: Para a aulinha seguinte de valores humanos, os alunos vão precisar de papel e
lápis.

AULA 34
Desenhando a paz

Material necessário a cada aluno: lápis e papel para fazer um desenho.


O professor deve perguntar a vários alunos, indicando-os ao acaso, se têm se lembrado de pedir
desculpas, de cumprimentar as pessoas ao encontrá-las e de agradecer pelas gentilezas que tenham
recebido.

Hoje nós vamos pensar sobre a paz. Vamos fechar os olhos e relaxar. Vamos respirar fundo algumas
vezes, relaxando o corpo e a mente.
Vamos continuar de olhos fechados... todos relaxados... e pensar na paz.
Cada um de vocês imagine alguma figura, alguma coisa que possa retratar ou simbolizar a paz. (vinte
segundos)
Vamos agora abrir os olhos, e vocês vão desenhar a figura ou a coisa que imaginaram e que possa
representar a paz.

O professor deve recolher os desenhos para mostrá-los no dia seguinte.

AULA 35
Revisão

Hoje vamos revisar nossas últimas aulinhas de valores humanos.

O professor deve apresentar os desenhos sobre a paz que foram feitos na aula anterior, pedindo a
cada aluno para falar sobre o significado de seu desenho.

Nós vimos, no último episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, que as crianças chegaram a um
pequeno platô da montanha onde encontraram três tábuas colocadas ali para eles.
Gil e Serginho apanharam cada qual uma tábua e seguiram caminho, subindo por uma encosta e
chegando a um grande platô. A Teca, preguiçosa como sempre, tinha preferido não levar aquele peso, e,
quando chegaram a uma fenda geológica, os meninos botaram suas tábuas sobre a fenda e atravessaram
tranqüilamente. Teca não conseguiu atravessar, porque aquela ponte improvisada havia caído no abismo.
Sozinha e desesperada, não teve outra saída que descer de novo pela encosta da montanha para buscar a
sua tábua, desta vez, sem qualquer reclamação.
Esse episódio da nossa aventura virtual mostra como a preguiça muitas vezes nos leva a perder
grandes oportunidades. Além disso, também pode nos colocar em situações difíceis. Portanto, a preguiça é
sempre um mal, que devemos aprender a dominar.

Em outra aulinha nós falamos sobre o pedido de desculpas.


Gostaria de saber quem aqui, durante estes dias, se lembrou de pedir desculpas quando incomodou
alguém?
O professor deve incentivar respostas.
As pessoas que não pedem desculpas tornam-se desagradáveis e ficam conhecidas pela sua falta de
educação. Já as pessoas educadas são bem vistas e bem-vindas em qualquer lugar.
Muitos procuram se tornar populares de forma errada. Fazem-se agressivos para chamar a atenção e
ser respeitados. Só que, em vez de serem respeitados, podem ser temidos, o que é bem diferente.
O respeito é um valor que conquistamos pelas nossas qualidades, nunca pela força.
Outros procuram se tornar populares exibindo o que acham que têm de bonito, o rosto, o corpo, o
cabelo, as roupas... Ou ainda, objetos como celulares de última geração, e tantos outros que exaltam a
vaidade.
Mas esse é um tipo falso de popularidade, porque não reflete a verdade interior dessas pessoas.
Alguém só consegue o respeito e a admiração dos outros pelos seus valores verdadeiros, tais como a
boa educação, a bondade, a honestidade, o esforço que faz para aprender, para se desenvolver
profissionalmente, etc.
Quem é que admira um mal-educado?
AULA 36
Aventura Virtual - Episódio 08

Na narrativa da aventura virtual dos Praxedinhos, nós paramos naquele ponto em que a Teca,
preguiçosa como é, não quer carregar sua tábua e, ao chegarem ao platô da montanha, encontram uma
fenda geológica que eles precisam atravessar. Os meninos colocam suas tábuas sobre a fenda como uma
ponte e atravessam, mas a Teca precisa voltar ao sopé da montanha para buscar a sua tábua.
Dez minutos mais tarde, lá vem ela subindo a encosta e arrastando a tábua. Instantes depois,
atravessada a fenda, Teca junta-se aos irmãos, continuando a caminhada. Mais outros dez minutos, e
finalmente avistam uma casinha encravada na encosta da montanha. O céu está escuro, ameaçando chuva.
– Até que enfim, achamos a casa! – exclama Gilberto. – Estou morto!
Teca lança um olhar de desprezo sobre a casinha e pergunta em tom de lamúria:
– Vocês chamam isso de casa? Isso aí mais parece um velho guarda-roupa rindo da nossa desgraça.
– Nossa desgraça? – pergunta Serginho. – Estamos numa missão importante para ajudar a salvar a
Terra e você chama isso de desgraça?
Teca fica olhando para Serginho, com ar envergonhado, sem saber o que dizer...
Começa a chover. Os três correm para a casinha. Por sorte a porta não está trancada. Entram a tempo
de evitar um tremendo banho.
Gilberto fica olhando para Teca com um sorriso irônico. A garota, meio envergonhada, resmunga:
– Tá bom... retiro o que disse. Esta casinha pode ser bem simples e pobre, mas está sendo a nossa
salvação.
– Por que você não deixa de vez essa mania de reclamar de tudo? – pergunta Gilberto, com ar
paternal. – Bobo é aquele que vive reclamando e criticando tudo.
– E aproveita para dar um “thiuti” na preguiça – completa Serginho.
– É isso mesmo – diz uma voz no interior da casa.
As crianças se assustam. Teca agarra-se a Gilberto, e Serginho procura algum canto onde se
esconder.

Numa próxima aula vamos ver o que aconteceu, mas, agora, vamos conversar sobre a mania que
muita gente tem de reclamar de tudo.
As pessoas que vivem reclamando criam um ambiente antipático em torno de si mesmas, um baixo-
astral muito desagradável. Já aquelas que se mostram sempre contentes e bem humoradas atraem a
simpatia dos outros.

Quero que cada um de vocês pense em alguma pessoa que conhece e que é mal-humorada e reclama
de tudo.
Quem conhece uma pessoa assim, levante a mão.
Não é preciso citar nomes, só levantar a mão.

Agora quero saber quem conhece uma pessoa que está sempre bem-humorada?

O professor deve socializar; os alunos podem citar nomes e comentar...

Alguém já ouviu falar sobre o jogo do contente?


Na próxima aulinha de valores humanos, vamos falar sobre esse jogo.

AULA 37
O jogo do contente – parte 1

O professor deve perguntar a vários alunos, indicando-os ao acaso, se têm se lembrado de pedir
desculpas, de cumprimentar as pessoas ao encontrá-las e de agradecer pelas gentilezas que tenham
recebido.
Em 1912, há quase cem anos, a escritora americana Eleanor Porter lançou a novela intitulada
“Polyanna”. A repercussão dessa novela no mundo inteiro foi uma impressionante onda de esperança, de
entusiasmo e de otimismo.
Essa novela conta a estória de Polyanna, uma menina órfã de mãe, que pede para ganhar uma boneca
no Natal, mas, no pacote do presente, em vez da boneca, há um par de muletas.
A decepção de Polyanna é muito grande e, quando ela começa a chorar, o pai, muito sábio, a consola
dizendo que ela deve ficar contente.
– Contente por quê? – pergunta Polyanna. – Eu pedi uma boneca e ganho um par de muletas.
O pai então lhe diz:
– Pois fique contente por não precisar das muletas.
A partir daí, Polyanna passa a jogar o que ela chama de “o jogo do contente”.
Assim, quando o pai morre e Polyanna é entregue aos cuidados de uma tia amarga, carrancuda e
exigente, em vez de ficar sofrendo com as maldades que a tia lhe apronta, Polyanna encontra em tudo um
motivo para ser feliz.
O quarto é muito pequeno? Ótimo, assim ela o limpará bem mais depressa.
Não existem quadros na parede, como havia em sua casa? Que bom, assim ela poderá abrir a janela e
olhar os quadros da natureza, ao vivo.
Não tem um espelho? Excelente, assim nem verá as sardas do seu rosto.
Mais tarde, ela acaba conquistando para o jogo do contente a empregada e a própria tia, que se
tornou uma pessoa bem melhor, de alto-astral.

Pois é... Isso foi no começo do século passado, e, hoje, a ciência já demonstra que o contentamento é
muito bom para a saúde, porque melhora muito o sistema imunológico das pessoas, ajudando-as a não
adoecerem.
Mas o contentamento também é bom porque nos deixa de alto-astral, e todo mundo gosta de gente
assim, alto-astral.
É claro que há situações em que é necessário reclamar e fazer o possível para mudar as coisas, mas
isso é diferente.

Agora eu vou propor a vocês que façam o “jogo do contente” durante os próximos dias.
Daqui a alguns dias, então, nós vamos conversar sobre isso, vamos ouvir as experiências de vocês
com esse jogo.
Topam?

AULA 38
As terríveis funções do acaso – parte 01

Numa tarde chuvosa Mariazinha matutava sobre o que alguns cientistas haviam dito, que Deus não
existe e que a vida e o universo são o resultado do acaso.
Sem perceber, adormeceu e sonhou que estava numa época muito anterior à pré-história, tempo
perdido nos confins do tempo, num planeta chamado Hipotálus. Ali, a civilização era muito adiantada em
todos os sentidos. Havia verdadeira fraternidade, honestidade, respeito e paz. Não existiam pobres nem
ricos, e todos viviam de acordo com o que produziam, mediante o próprio esforço e capacidade.
Mas, num Congresso de Ciências da Evolução, que reuniu os mais ilustres cientistas da época, foi
apresentada uma tese que dizia não ser Deus o criador de tudo, mas sim que tudo era obra do acaso.
Os jornais noticiaram essa tese com grande estardalhaço, e os canais de TV abriram espaço para os
cientistas falarem da sua descoberta, e em Hipotálus só se falava nesse assunto.
Aí, tudo começou a acontecer, porque o pensamento daquela gente em torno do “acaso” foi tão forte
que este conseguiu dominar o quintal da casa do Dr. Alcott, o cientista que havia lançado essa tese no
Congresso.
Nesse quintal o doutor, que gostava de cuidar da terra, havia plantado alguns pés de alface, pimentão
e rabanete.
O Acaso, querendo saber seu próprio significado, procurou um dicionário e nele se dizia que “acaso
é alguma coisa que surge ou acontece a esmo, sem qualquer motivo ou explicação aparente”.
– Puxa! Isto é muito confuso – reclamou. – Como é que eu vou trabalhar no quintal do Dr. Alcot, se
não sei o que fazer?
Resolveu sair pela cidade, já que se sentia completamente livre. Os cientistas haviam decretado que
Deus não existe, e nem mesmo algo assim como uma mente cósmica responsável pelas leis universais.
Com isso ele poderia fazer o que bem entendesse.
Mas, como não havia mais a coordenação de leis naturais, o pé de alface começou a crescer ao
acaso, derivando para outras condições e estados e acabou transformando-se num gigantesco lago de água
doce e salgada. O pimentão cresceu até alcançar a altura de 1.650 metros. Assustou-se com uma nuvem
que passava e encolheu-se tanto que acabou do tamanho de uma laranja, mas seu peso era de 63 toneladas.
Esse peso, num volume tão pequeno, começou a afundar e, pelo orifício formado, começou a subir
fumaça, tão quente que modificou a temperatura da região. O pé de rabanete virou milho de pipoca e
cresceu tanto que a copa alcançou a ionosfera e produziu milhões de espigas, cujos grãos gigantescos
caíam sobre a terra. A temperatura elevada, porém, assava os grãos, fazendo-os explodirem.
O Acaso preocupou-se. Que fazer? Haviam colocado responsabilidades vitais em suas inexistentes
mãos. Correu à Biblioteca Pública, decidido a procurar nos livros alguma lei natural que pudesse voltar a
organizar tudo novamente, freando aquele terrível caos provocado por ele, mas o primeiro livro que tocou
desfez-se, pois as moléculas que o formavam dispersaram-se, já que tinha sido quebrada a lei natural que
as mantinha coesas.
Era uma situação absolutamente nova e inesperada. O pobre do Acaso não tinha a menor idéia de
como solucionar tantos e tão graves problemas. Ele se acostumara a marcar sua presença dentro da vida,
numa organização perfeita, regida pelas leis universais, mas agora não conseguia mais identificar-se, nem
situar-se na nova posição.

Bem, nós vamos deixar a conclusão desse conto para a próxima aulinha.

AULA 39
As terríveis funções do acaso – Parte 02

Vocês se lembram da nossa última aulinha, quando a Mariazinha sonhou que estava numa época
muito anterior à pré-história, num planeta chamado Hipotálus, e que os cientistas afirmaram ter descoberto
que o universo e tudo que existe não teria sido criado por Deus, mas seria obra do acaso?
Pois foi aí que o Acaso ganhou força e passou a dominar tudo naquele planeta. Por onde passava,
tudo virava um caos, pois não havia mais leis naturais para regerem as coisas.
O pobre do Acaso não tinha a menor idéia de como solucionar tantos e tão graves problemas.
Resolveu, então, apelar para Deus. Talvez Deus pudesse ouvi-lo e recolocar as coisas em seus devidos
lugares. Ajoelhou-se e tentou a prece, mas seu pensamento, ao sabor do acaso, não conseguia dizer o que
deveria. Desistiu.
Os governantes também decidiram apelar para Deus, como sempre haviam feito nos momentos de
aflição. Convocaram os canais de televisão e as emissoras de rádio para uma cadeia mundial de oração,
mas, como os eventos em Hipotálus já eram todos determinados pelo Acaso, este não se fez presente para
comandar os equipamentos e eles não funcionaram. O rádio ficou mudo e a TV sem imagem e sem som.
No auge da aflição, o alto comando do planeta enviou mensageiros a todos os governos, ordenando a
convocação geral da população para atos de fé, mas os aviões não decolaram, os automóveis não
funcionaram, os aparelhos de fax estavam parados e, nos telefones, não havia nem mesmo o sinal de
ocupado.
Enquanto isso, o elefante do jardim zoológico, desgovernado pelo Acaso, cresceu tanto que sua
cabeça alcançou uma altura de 12.000 metros e a tromba deu uma volta no planeta. Ao respirar, causava
terríveis tempestades e cada passada sua gerava terremotos. Em duas horas bebeu toda a água potável de
Hipotálus, secando rios, fontes e lagos.
Os mais fracos já morriam de sede, enquanto os mais fortes agonizavam.
As pipocas gigantes continuavam caindo e explodindo. O sofrimento de todos os reinos da natureza
era terrível, até que duas pipocas gigantes caíram numa mina de urânio, gerando uma reação em cadeia
e… Hipotálus explodiu, desintegrando-se.
O Acaso, apavorado com seus atos, ficou tão traumatizado que levaria muitos milhões de anos para
se recompor.
Com a explosão, Mariazinha sentiu-se espalhada pelo espaço, distribuída ao longo da órbita daquele
planeta. Chorou amargamente, desesperadamente, pedindo ajuda, e logo percebeu que se formava uma
leve corrente de emoções ao longo da órbita do extinto Hipotálus. Aos poucos, os fragmentos de idéias,
sensações e sentimentos iam-se reagrupando e tomando forma, movimentados e atraídos por uma força
identificada como sendo o amor.
Percebeu que essa força poderosa e inteligente era do Ser Supremo, Criador de todas as coisas, e
sentiu-se consolada e acalentada.
Mariazinha custou a perceber que já estava acordada e que tudo não passara de um sonho, mas, a
partir de então, quando ouve alguém dizer que Deus não existe e que tudo é obra do acaso, ela faz um ar
misterioso, sorri e fica calada. Acha que não vale a pena discutir opiniões.

O professor deve socializar, se houver tempo.

AULA 40
Revisão

O professor deve perguntar a alguns alunos, indicando-os ao acaso, se têm se lembrado de pedir
desculpas, de cumprimentar as pessoas ao encontrá-las e de agradecer pelas gentilezas que tenham
recebido.

Hoje vamos revisar nossas últimas aulinhas de valores humanos.


No último episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, vimos que as crianças chegam a uma
casinha no meio das montanhas e que Teca, ao vê-la, põe-se a reclamar, dizendo que a casa mais parece
um velho guarda-roupa rindo-se da desgraça deles.
Serginho repreende a irmã, lembrando-a de que estavam numa importante missão e que ela não tinha
nada que ficar reclamando.
Depois disso, começa a chover, e as crianças correm a se abrigar dentro da casinha. Teca fica
completamente sem graça pelo fato de ter feito pouco caso dela e, por fim, “dá o braço a torcer”, retirando
o que havia dito.
Assim como a Teca, muitas pessoas vivem reclamando de tudo e com isso criam um ambiente
antipático em torno de si mesmas, um baixo-astral muito desagradável. É um baixo-astral que atrapalha
muito a vida dessas pessoas, porque ninguém gosta de estar perto de gente assim.
Já aquelas que se mostram sempre contentes e bem-humoradas atraem a simpatia dos outros. Além
disso, o contentamento e o bom humor são muito bons para a saúde, porque melhoram bastante o sistema
imunológico das pessoas, ajudando-as a não adoecer.
É como o caso da Polyanna, que inventou “o jogo do contente”. Aliás, vocês ficaram de fazer esse
jogo, estão lembrados?
Quem de vocês já fez o jogo do contente?
O professor deve incentivar respostas e socializá-las, lembrando que o contentamento também é
bom porque nos deixa de alto-astral, e todo mundo gosta de gente assim, alto-astral; lembrar também que
há situações em que é necessário reclamar e fazer o possível para mudar as coisas, mas que isso é
diferente.

AULA 41
Aventura Virtual - Episódio 09

Vimos, no último episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, que eles encontram uma casa e
conseguem chegar até lá antes de cair uma forte chuva.
Serginho e Gilberto reclamam com Teca pelo fato de ela viver se queixando de tudo.
Nesse momento, ouvem uma voz no interior da casa, dizendo:
– É isso mesmo.
As crianças se assustam. Teca agarra-se a Gilberto, e Serginho procura algum canto onde se
esconder enquanto um homem entra na sala. É alto, forte e muito simpático. O cabelo e o bigode são
grisalhos, mas, pelo vigor que demonstra, fica difícil definir-lhe a idade.
– Não se assustem – diz o homem, com largo sorriso. – Sou amigo.
– Quem é o senhor? – pergunta Gilberto.
– Podem me chamar de Timón. E vocês... devem ser as crianças mandadas por Ashtarih.
– O senhor a conhece? – pergunta Teca, curiosa.
– Conhecer mesmo a Ashtarih... ninguém conhece. Mas vamos ao que interessa. Eu vou estar com
vocês durante algum tempo... em alguns períodos.
– Ótimo, seu Timon! – exclama Teca. – Assim não ficamos sozinhos.
– Bem, vocês agora podem tomar um bom banho – diz o homem. – Depois... Na cozinha vão
encontrar o que comer.
As crianças sorriem, satisfeitas. Ouvem-se dois sinais de bip no relógio de seu Timón e ele diz,
tranqüilamente.
– Ok, garotada. Já estou indo...
Seu Timón desaparece assim como uma tela de computador que é fechada. Teca dá um grito de
susto. Serginho e Gil estão mudos de espanto.
– E agora? – pergunta Teca com um fio de voz. – Vamos dormir aqui sozinhos?
– Claro que não – diz Serginho, que não perde chance de fazer uma brincadeira. – Não viu aqueles
fantasmas que se esconderam ali no quarto quando chegamos?
Teca arregala os olhos, assustada. Gilberto, tramando uma brincadeira, diz ao irmão:
– Não diga bobagens, Serginho. Garanto como você também está morrendo de medo. Só não tem é
coragem de assumir.
Caindo na armadilha, Serginho exclama:
– Eu, com medo? É só o que me faltava!
– Pois então vá na frente – diz Gilberto.
– Eu?... na frente? De jeito nenhum! Você é que vai... é o mais velho.
– Tudo bem – diz Gilberto, dirigindo-se para o interior da casa.
Teca e Serginho seguem atrás. Está tudo na penumbra e as sombras são fantasmagóricas. Um arrepio
de medo corre pelas costas das crianças. Gil abre a porta do quarto e começa a entrar, mas pára de repente,
faz um ar apavorado, dá um grito e volta correndo. Teca e Serginho disparam para a sala de entrada e daí
até a porta da rua. Detêm-se no patamar, calculando o que seria menos mau, ficar na casa com os
fantasmas ou sair, na chuva. Gil começa a rir, dando gargalhadas das caras dos irmãos. Teca, raivosa, tenta
dar-lhe um cascudo, enquanto Serginho cai também na risada, dizendo:
– Fica me devendo essa, Gil! Espere só pra ver...

Em outra aula nós vamos ver a continuação dessa aventura virtual, mas, agora, quero saber quem
aqui tem medo. Quem é medroso?
O professor deve socializar a discussão, lembrando sempre que é importante sentir um pouco de
medo nas situações em que ele se justifica, porque o medo é uma reação da natureza, diante de algum
perigo. Mas também é importante não exagerar, não se amedrontar com medos imaginários, etc.

AULA 42
Fé e amor

O professor deve perguntar a alguns alunos, indicando-os ao acaso, se têm se lembrado de pedir
desculpas, de cumprimentar as pessoas ao encontrá-las e de agradecer pelas gentilezas que tenham
recebido.
Vocês se lembram daquele episódio que narramos aqui sobre o planeta Hipotálus, que explodiu por
causa das artimanhas do acaso? Vimos também que a Mariazinha sentiu-se espalhada pelo espaço,
distribuída ao longo da órbita daquele planeta, e que, chorando, em desespero, pediu ajuda a Deus e logo
percebeu que seus fragmentos de idéias, sensações e sentimentos iam-se reagrupando e tomando forma,
movimentados e atraídos por uma força que identificou como sendo o amor.
Ela percebeu também que essa força poderosa e inteligente era do Ser Supremo, Criador de todas as
coisas, e sentiu-se consolada e acalentada.
Essa historinha nos mostra como é importante ter fé.
Não importa qual é a nossa religião. Até mesmo para quem não tem uma religião, o importante é
acreditar que existe um comando superior no universo, um comando justo, alicerçado do amor, porque o
amor é a própria força da vida.
Então, para nos harmonizar com o universo e com as leis de Deus, é necessário aprendermos a amar,
a sentirmos um amor universal, porque existem vários tipos de amor.
O amor universal é como o sentimento dos grandes seres, assim como Jesus, que ama a
humanidade inteira; como Francisco de Assis, que ama a tudo, o Sol, o vento, as pedras, as plantas e os
animais, chamando a todos de irmão e irmã.
Outro exemplo maravilhoso de amor universal foi dado por Madre Tereza de Calcutá. Vamos falar
sobre ela qualquer dia desses. E existem também milhares de outras pessoas que dedicaram e ainda
dedicam suas vidas a ajudar os mais necessitados, mas que permanecem no anonimato, ou seja, poucos
conhecem suas ações. Essas pessoas também amam com esse tipo de amor universal.
Algum de vocês sabe de alguma pessoa que ama, ou já amou, com esse amor universal?

O professor deve socializar, lembrando nomes como Gandhi, Martin Luther King, Betinho, etc.

AULA 43
O jogo do contente – conclusão

Vocês se lembram do “jogo do contente”, e de que fizeram o propósito de fazer esse jogo?

Pois bem, agora vamos conversar sobre isso.


Quem aqui nos pode narrar uma experiência que teve com esse jogo?
O professor deve incentivar os alunos a falarem sobre o assunto.

Essa questão da reclamação tem dois lados, um bom e outro ruim.


O lado bom é quando usamos a reclamação para uma causa útil. Digamos que a rua em que
moramos está cheia de buracos e falta saneamento. Então, juntamos algumas pessoas e vamos até a
prefeitura reclamar, pedir soluções...
Esse é o lado bom da reclamação, quando o fazemos por um motivo justo e buscando soluções para
algum problema.
Já o lado ruim das reclamações está naquelas que as pessoas fazem por fazer, sem uma finalidade
útil.
Há gente que reclama porque está chovendo, mas também reclama quando faz sol. São pessoas que
nunca estão satisfeitas.
Muito melhor que reclamar é fazer alguma coisa para mudar o que acha que está ruim. Se for
daquelas coisas que não podem ser mudadas, ou que não temos condições de mudar, então, vamos fazer
“o jogo do contente”... É muito melhor.
Digamos que o passeio que tínhamos planejado para o final da semana não deu certo, por causa da
chuva.
Em vez de estarmos maldizendo a chuva, vamos ficar contentes por estarmos em nossa casa,
abrigados da chuva. Também podemos aproveitar para ler um bom livro, conversar com a família,
desenhar, ou mesmo assistir a um bom filme.
Dessa forma, com o “jogo do contente”, sempre vamos encontrar razões para não reclamar e para
estar contentes.
Esse tipo de atitude só nos faz bem.

AULA 44
Ambição

O professor deve perguntar a alguns alunos, indicando-os ao acaso, se têm se lembrado de pedir
desculpas, de cumprimentar as pessoas ao encontrá-las e de agradecer pelas gentilezas que tenham
recebido.

Vocês sabem o que é ambição?


A ambição em si mesma não é ruim. O ruim pode ser o exagero e a forma como buscamos satisfazer
nossas ambições.
Vamos dar um exemplo.
Digamos que duas crianças, vamos chamá-las de Adriana e de Bruna, têm uma ambição muito boa, a
de tirar boas notas na escola.
Adriana trata de estudar bastante e sempre faz os deveres bem feitos. Usa a Internet para pesquisar e,
quando tem de copiar alguma coisa, ela o faz escrevendo a mão, porque assim vai aprendendo.
Já Bruna está sempre à procura de conseguir alguma “pesca” e, quando pode, ela copia trechos
inteiros da Internet e imprime, sem se preocupar em aprender.
Qual das duas está buscando de forma correta a satisfação das suas ambições, a Adriana ou a Bruna?
O professor deve incentivar respostas.

A vida é como uma plantação. Se plantamos sementes boas, vamos colher bons frutos, mas, se
plantamos sementes ruins, vamos colher frutos maus.
No caso do exemplo que foi dado, Adriana está plantando sementes boas através do esforço que faz
para aprender.
Já Bruna está plantando sementes ruins por causa da sua preguiça em estudar e também da sua
desonestidade. As “pescas” que ela faz e o fato de copiar da Internet os trabalhos que deveria fazer
mostram desonestidade da parte dela.
Vocês viram que Adriana usa a Internet para aprender, enquanto Bruna usa para copiar e se dar bem.
O que vai acontecer então?
Futuramente, quando Adriana for fazer um vestibular, certamente vai se dar bem. Ela estudou
procurando aprender.
Já Bruna, coitada, vai se dar mal porque, nas provas de vestibular, não há como fazer “pesca”. Ela
precisa saber, mas, como não se preocupou em aprender...
Esse é apenas um exemplo de como as coisas acontecem na vida.

AULA 45
Revisão

Hoje vamos revisar algumas das nossas aulinhas de valores humanos.

No último episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, vimos como Teca e Serginho ficaram
morrendo de medo com a brincadeira de Gil. Então, nós conversamos sobre essa questão. Sempre é
importante sentir um pouco de medo nas situações em que ele se justifica, porque o medo é uma reação da
natureza diante de algum perigo, para ficarmos em alerta, para podermos nos defender melhor.
Mas também é importante não exagerar, não se amedrontar com medos imaginários. Esse tipo de
medo é prejudicial.
É como diz um sábio ditado: “Nem oito, nem oitenta”.

Em outra aula contamos o sonho de Mariazinha sobre o planeta Hipotálus, que explodiu por causa
das artimanhas do acaso. A garota sentiu-se espalhada pelo espaço, distribuída ao longo da órbita daquele
planeta, e chorando, em desespero, pediu ajuda a Deus. Foi quando começou a perceber que seus
fragmentos de idéias, sensações e sentimentos iam-se reagrupando e tomando forma, movimentados e
atraídos por uma força que identificou como sendo o amor. Ela percebeu também que essa força poderosa
e inteligente era do Ser Supremo, Criador de todas as coisas, ou seja, Deus, e sentiu-se consolada e
acalentada.

Essa história nos mostra como é importante ter fé.


Não importa qual é a nossa religião. Até mesmo para quem não tem uma religião, o importante é
acreditar que existe um comando superior no universo, um comando justo, alicerçado do amor, porque o
amor é a própria força da vida.
Então, para nos harmonizar com o universo e com as leis cósmicas, é necessário aprendermos a
amar, a sentirmos um amor universal, porque existem vários tipos de amor.
Os grandes seres, assim como Jesus, Francisco de Assis, Madre Tereza de Calcutá e tantos outros,
amaram com esse amor universal, que não é focado em alguém, mas em tudo e em todos. Também
existem milhares de outras pessoas que dedicaram e ainda dedicam suas vidas a ajudar os mais
necessitados, mas que permanecem no anonimato, ou seja, poucos conhecem suas ações. Essas pessoas
também amam com esse amor do tipo universal.
Também tivemos uma aula sobre ambição e falamos sobre o caso daquelas duas meninas, a Adriana
e a Bruna, cuja ambição era positiva, tirar boas notas na escola.
Só que Adriana tratava de estudar bastante e sempre fazer os deveres bem feitos. Usava a Internet
para pesquisar e, quando tinha de copiar alguma coisa, ela copiava escrevendo a mão, porque assim ia
aprendendo.
Já Bruna estava sempre à procura de conseguir alguma “pesca” e, quando podia, copiava trechos
inteiros da Internet e imprimia, sem se preocupar em aprender.
O que vai acontecer então?
Futuramente, quando Adriana for fazer um vestibular, certamente vai se dar bem. Ela estudou
procurando aprender.
Já a Bruna, coitada, vai se dar mal porque, nas provas de vestibular, não há como fazer “pesca”. Ela
precisa saber, mas, como não se preocupou em aprender...
Esse é um bom exemplo para vocês refletirem.

AULA 46
Aventura Virtual - Episódio 10

No último episódio da aventura virtual que temos narrado, nós vimos que os Praxedinhos chegam
finalmente a uma casa no meio das montanhas.
De madrugada, já perto do amanhecer, as crianças acordam assustadas, ouvindo vozes na casa.
Luzes bruxuleantes vagueiam pela fresta da porta.
- Quem será? - pergunta Teca, num sussurro.
As vozes se aproximam, e dois vultos entram no quarto, carregando uma lanterna. São dois homens,
um alto e outro mais baixo, muito magros e com expressões extremamente tristes. Barbas por fazer,
roupas escuras e em desalinho, cabelos compridos e embaraçados. Tanto as fisionomias quanto os olhos
expressam profunda amargura. A voz é lúgubre e a fala, lenta.
– O que vocês fazem aqui? – pergunta o mais alto.
– Quem são vocês? – indaga o mais baixo.
A muito custo Gilberto consegue responder:
– Nós somos irmãos... Esta aqui é a Teca, este é o Serginho e eu sou Gilberto... Gil, para os amigos...
Nós somos brasileiros... e...
– Ah, muito bem... – diz o alto, com sotaque carregado.
O baixo olha com olhar doloroso para as crianças e fala, com sotaque igual:
– Sorte sua... Só assim, vocês também vão ficar livres da carga pesada.
Teca engole em seco algumas vezes, tentando recuperar a voz. Por fim pergunta, quase num
murmúrio:
– Carga pesada?
– Isso mesmo – responde o alto. – Já que invadiram nossa casa vão ficar aqui para sempre. Não
precisam voltar para o mundo. O mundo é mau... e é muito triste...
As crianças pulam para fora da cama, terrivelmente assustadas.
– Eles estão querendo nos prender aqui – diz Teca, num gemido.
O mais baixo olha para as crianças com expressão de profunda tristeza e diz:
– Nós vamos lhes fazer um favor... um grande favor.
O alto, com cara de quem está quase chorando, diz:
– Vocês vão fazer parte da Confraria dos Tristes. Vão receber uma iniciação e nunca mais vão
precisar sorrir.
– Mas sorrir é bom! – exclama Serginho. – A melhor coisa da vida é a alegria...
O alto avança para Serginho com a mão erguida, disposto a agredi-lo.
– Nunca mais... está me ouvindo? Nunca mais diga essa palavra de novo!
As crianças, apavoradas, correm para a sala procurando a porta para fugir. Está trancada. O alto
coloca a mão sobre o bolso, mostrando que está com a chave.
– Desistam – diz o baixo. Não têm como escapar.
Olha para o companheiro e comenta:
– São mais três para a nossa confraria.
– Temos que sair daqui! – exclama Gilberto, em extrema aflição.
Serginho se aproxima dos dois homens, ajoelha-se em frente a eles de mãos postas e suplica:
– Por favor, senhores, não façam isso conosco. Se os senhores são tristes... nós não queremos ser.
Os dois não lhe dão a menor atenção. O alto olha o relógio e diz:
– Daqui a cinco minutos, chegam os oficiais da confraria. Aí podemos começar a cerimônia.
– Pelo amor de Deus, não façam isso com a gente – implora Teca. – Nós temos mãe e pai... Eles vão
ficar desesperados... Por favor!
O baixo derrama um olhar lamentoso sobre as crianças, enquanto diz:
– Vocês não sabem o que estão dizendo. A vida é uma carga escura e pesada que a gente tem que
carregar. Por isso nós criamos a Confraria dos Tristes.
Gilberto chama os irmãos para um canto da sala e diz baixinho:
– Não adianta a gente discutir com eles... Temos que encontrar outro jeito.
– Que jeito? - pergunta Teca, com voz chorosa. – Eles vão nos transformar em criaturas horríveis
como eles próprios.

Bom, hoje vamos ficando por aqui. Qualquer dia desses voltamos a narrar mais um pedaço da
aventura virtual dos Praxedinhos.
Quanto à Confraria dos Tristes, existem muitas pessoas que gostam de se lamentar, queixar-se de
tudo, como se nada fosse bom, como se nada prestasse.
É natural que a gente fique triste em certos momentos, porque muitas vezes a vida nos coloca em
situações de tristeza. Mas é bom que a tristeza seja assim como uma chuva de verão, que vem numa
nuvem escura, lava a terra com suas lágrimas e depois vai embora, deixando o céu novamente azul e o Sol
brilhante.

AULA 47
Faz favor

O professor deixa cair algo no chão e diz para um aluno: “fulano, apanha para mim”.
Em seguida repete a mesma cena com outro aluno, dizendo: “fulano, por favor, apanha para mim”.
Pergunta então ao primeiro aluno como ele se sentiu em relação à forma como lhe pediu para
apanhar o “algo” do chão.
Pergunta em seguida ao segundo aluno como ele se sentiu em relação à maneira como lhe pediu
para apanhar o “algo” do chão.
O professor deve socializar as respostas, mostrando como as pessoas se sentem ou se ressentem com
a nossa maneira de tratá-las; enfatizar o fato de que, se queremos ser bem tratados pelos outros,
precisamos em primeiro lugar tratar bem aos outros, com educação e com afeto; lembrar que, mesmo
assim, tratando as pessoas com educação e afeto, sempre vamos encontrar aquelas que não serão
educadas conosco, nem nos tratarão bem, mas isto nunca deve nos desanimar, porque cada um age de
acordo com a educação que recebeu.

AULA 48
Madre Teresa de Calcutá

O professor deve perguntar a alguns alunos, indicando-os ao acaso, se têm se lembrado de pedir
desculpas, de usar o “faz favor”, de cumprimentar as pessoas ao encontrá-las e de agradecer pelas
gentilezas que tenham recebido.

Madre Teresa de Calcutá é considerada a missionária do século XX. Ela foi para a Índia ainda
jovem, onde viveu como religiosa e como professora no convento de Loreto, na cidade de Calcutá. Mas,
observando os enormes contrastes entre o luxo dos ricos e a penúria dos pobres que viviam na miséria,
resolveu abandonar a segurança do convento e passou a viver entre os pobres.
Em Calcutá pessoas morriam nas ruas, diariamente, de fome e de doenças, e toda manhã seus corpos
eram apanhados por um caminhão de limpeza como se fossem lixo. Não! Ela não conseguia habituar-se a
esse terrível espetáculo de pessoas esqueléticas morrendo de fome ou pedindo esmola pelas ruas.
Começou, então, a pedir ajuda a quem pudesse e, com o que conseguia, aliviava a fome dos
famintos. Recolhia nas ruas os doentes e os moribundos, levava-os aos abrigos que conseguira criar e ali
lhes dava banho, arrumava para eles roupas limpas, dava-lhes remédios e cuidava deles com imenso amor.
Ela dizia:
– Nós queremos que eles saibam que há pessoas que os amam verdadeiramente. Aqui eles encontram
a sua dignidade de seres humanos.
Quando ela passava, crianças famintas e sujas, deficientes, enfermos de todas as espécies gritavam
por ela com os olhos inundados de esperança.
Madre Tereza dizia que a falta de amor é a maior de todas as pobrezas.
Ela morreu em 1997, deixando ao mundo um grandioso exemplo de coragem e de amor.

O professor deve socializar, focando na importância de se fazer alguma coisa para ajudar a quem
está numa situação difícil. Se todos somos habitantes do mesmo planeta, devemos nos ajudar mutuamente.
Só assim, todos poderemos viver melhor e mais felizes.

AULA 49
Falta de respeito

O professor deve perguntar a alguns alunos, indicando-os ao acaso, se têm se lembrado de pedir
desculpas, usar o “faz favor”, de cumprimentar as pessoas ao encontrá-las e de agradecer pelas
gentilezas que tenham recebido.

Arturzinho era um garoto que não respeitava os outros. Empurrava quem estivesse à sua frente
quando queria passar; usava objetos dos colegas sem pedir; ficava incomodando quem queria estudar e,
quando alguém reclamava, ria e saía correndo.
Não era um garoto mau, apenas mal-educado, apesar disso tinha também muitas qualidades, era
prestativo, ajudava os colegas quando precisavam; em casa, ajudava a mãe nas tarefas domésticas e
adorava tocar violão. Mas a sua maior paixão era o futebol de salão e ele até que jogava bem, mas havia
sempre aquela questão da falta de respeito, pois Arturzinho não queria obedecer às regras do jogo. Além
disso, criava muitos problemas: não dava descarga quando ia ao sanitário e deixava a pia do vestiário toda
molhada.
Ninguém podia confiar nele. Certa vez ouviu uma convers na qual se falava sobre a falência do pai
da Nedinha e espalhou para todo o colégio. Nedinha, que de nada sabia, ficou tão chocada que até
adoeceu. A diretora mandou chamá-lo e teve com ele uma conversa muito séria sobre essa questão do
respeito, e perguntou:
– Você, Arturzinho, gostaria que o colégio todo soubesse que você estuda aqui quase de graça
porque seu pai é alcoólatra e é a sua mãe que se mata de trabalhar para manter a família?
Foi um choque, como se uma bomba explodisse em cima dele, pois nunca havia pensado dessa
forma.
Nesse dia Arturzinho foi para casa de cabeça baixa, todo envergonhado, prometendo a si mesmo
que, a partir de então, seria mais discreto, nunca mais iria divulgar segredos alheios.
Mas a má educação continuava, não respeitava os direitos dos outros, usando objetos dos colegas
sem pedir, incomodando quem queria estudar, não limpando as sujeiras que fizesse, etc.
Pobre Arturzinho, não sabia o que o esperava.
Imaginem seu entusiasmo, sua alegria quando soube que seu nome tinha sido cotado para a equipe
de futebol de salão que iria disputar o campeonato estadual intercolegial. Só que havia uma condição para
um aluno participar desse campeonato. Ele teria de ser aprovado, com relação à sua conduta, por pelo
menos 70% dos colegas e professores.
É óbvio que Arturzinho perdeu essa oportunidade, a que ele mais desejava.
Foi chorando amargamente que viu seu nome riscado da relação de participantes, mas essa foi uma
dor muito benéfica, porque só assim ele conseguiu modificar sua conduta, passando a respeitar os outros,
assim como deve ser.
Vamos ver quem sabe o que é respeitar os outros?

O professor deve incentivar respostas e socializá-las, focando o que significa respeitar os outros:
- Nunca humilhar a quem quer que seja.
- Tratar a todos com atenção e consideração.
- Não desmerecer qualquer pessoa.
- Não agredir.
- Não xingar.
- Usar sempre de educação no trato com os outros, principalmente com os pais, com os professores
e com os mais velhos.

Quem de vocês acha que tem respeito pelos outros?


O professor deve incentivar respostas.

AULA 50
Revisão

Hoje nós vamos revisar nossas últimas aulinhas de valores humanos.

Vocês se lembram daquele episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, no qual eles ficam à mercê
dos dois homens da Confraria dos Tristes?
Será que existem mesmo pessoas assim?
Certamente existem. São pessoas que parece gostarem de estar tristes, que vivem a se lamentar, a se
queixar de tudo, como se nada fosse bom, como se nada prestasse.
É natural que a gente fique triste em certos momentos, porque muitas vezes a vida nos coloca em
situações de tristeza. Mas é bom que a tristeza seja assim como uma chuva de verão, que vem numa
nuvem escura, lava a terra com suas lágrimas e depois vai embora, deixando o céu azul e o Sol brilhante.
Também é bom lembrar que a alegria e o contentamento fazem bem à saúde.
Em outra aulinha nós vimos a questão da educação ao pedirmos alguma coisa a alguém.
Como é que a gente deve pedir?
O professor deve incentivar respostas.

Também falamos sobre a Madre Teresa de Calcutá, aquela mulher extraordinária que dedicou sua
vida a ajudar pessoas sofredoras.
Em Calcutá, na Índia, toda manhã passava um caminhão de limpeza e recolhia os corpos dos que
haviam morrido na rua, como se elas fossem lixo.
Madre Tereza então recolhia das ruas os doentes e os moribundos, levava-os aos abrigos que
conseguira criar e ali os lavava, arrumava-lhes roupas limpas e cuidava deles com imenso amor. Ela dizia:
– Nós queremos que eles saibam que há pessoas que os amam verdadeiramente. Aqui eles encontram
a sua dignidade de seres humanos.
Madre Tereza soube amar, com aquele amor universal de que temos falado.

Também contamos o caso do Arturzinho, um garoto que não respeitava a quem quer que fosse e foi
a duras penas que ele aprendeu a lição.

Vamos ver agora quem se lembra do que significa respeitar os outros?

O professor deve incentivar respostas e socializá-las, focando o que significa respeitar os outros:
- Nunca humilhar a quem quer que seja.
- Tratar a todos com atenção e consideração.
- Não desmerecer qualquer pessoa.
- Não agredir.
- Não xingar.
- Usar sempre de educação no trato com os outros, principalmente com os pais, com os professores
e com os mais velhos.

AULA 51
Aventura Virtual - Episódio 11

No último episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, dois homens, o alto e o baixo, estão
esperando os oficiais da Confraria dos Tristes para uma cerimônia em que os Praxedinhos seriam iniciados
na confraria e nunca mais poderiam sorrir.
Os três estão desesperados.
Gilberto chama os irmãos para um canto da sala e diz baixinho:
- Não adianta a gente discutir com eles. Temos que encontrar outro jeito.
- Que jeito? - pergunta Teca, com voz chorosa. - Eles vão nos transformar em criaturas horríveis
como eles próprios.
De repente, Serginho arregala os olhos e exclama:
- Eu acho que achei!
Gil e Teca olham ansiosos para o irmão, que continua:
- O problema deles não é a tristeza, a depressão? Então, vamos jogar alegria em cima deles...
- Você está sonhando! - exclama Gilberto. - Isso não daria certo. Nós estamos é perdendo tempo.
- Pois eu acho que não - interrompe Teca. - Talvez o Serginho tenha razão. Vamos ver... cadê a tua
canetinha?
- Está aqui - diz Serginho, pegando o aparelho que Ashtarih lhe dera. - Esta ponta azulada é a da
alegria.
Teca coloca as pontas dos dedos na parte azulada, mostrada por Serginho:
- Vamos, Gilberto, toca aqui... e vamos todos juntos mentalizar alegria para esses homens.
- Para eles e para toda a sua confraria - completa Serginho.
Os três fecham os olhos para melhor poderem se concentrar. Um sorriso desenha-se em seus lábios,
e suas fisionomias vão tomando expressão de profunda alegria.
Ouve-se o canto de um pássaro sobre o telhado da casa. Depois outro e mais outro. Da cumeeira
penetram na sala dois pássaros de belíssima plumagem colorida. Eles pousam sobre as mãos dos dois
homens e começam a gorjear. Seu trinado é suave, belo, e aos poucos vai ficando mais vibrante, cheio de
encanto e de alegria. Os homens não conseguem desgrudar os olhos dos pássaros. Suas expressões
começam a mudar lentamente, muito lentamente. Seus rostos ficam menos tristes. Aos poucos, um sorriso
tímido começa a esboçar-se em seus lábios, espalhando-se para todo o rosto.
Outros pássaros penetram na sala e ficam voejando em torno dos homens, juntando seus gorjeios aos
demais. As crianças abrem os olhos e ficam deslumbradas.
- Que coisa fabulosa! - exclama Gilberto. - Nunca vi nada igual... nem na TV.
Os pássaros continuam voando pela sala, soltando no ar seus magníficos gorjeios. O baixo começa a
assoviar, tentando imitar os pássaros. O alto faz o mesmo. As crianças, felizes, começam a bater palmas e
a dançar. Os homens também começam a dançar. Primeiro sem jeito, duros, mas aos poucos vão
relaxando e logo todos cantam, assoviam e dançam, na maior alegria.
De repente, os pássaros vão embora, deixando a casa silenciosa. O baixo olha o relógio e fica pálido.
O alto prende a respiração. O minicomputador no pulso de Gil começa a emitir sinais de alarme. Todos
estão com medo, olhando uns para os outros.
- São os oficiais da confraria que estão chegando - diz o alto, num murmúrio.
- Eu não quero mais voltar a ser triste! - exclama o baixo. - Nem morto!
- Eu também não quero - diz o alto. - Agora que senti o gostinho da alegria, nunca mais vou ficar
triste.

Vocês estão curiosos para saber se eles vão conseguir sair daquela situação? Eu também, mas vamos
ter que deixar para outra aulinha de valores humanos. Por agora, procuremos lembrar o quanto a alegria e
o contentamento são importantes em nossas vidas.

AULA 52
Pássaros

O professor deve perguntar a alguns alunos, indicando-os ao acaso, se têm se lembrado de pedir
desculpas, de usar o “faz favor”, de cumprimentar as pessoas ao encontrá-las e de agradecer pelas
gentilezas que tenham recebido.

No último episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, vimos como aqueles pássaros entram na
casa, gorjeando lindamente, e conseguem transformar os dois homens tristes em alegres, quebrando os
vínculos que eles tinham com a Confraria dos Tristes.

Os pássaros são dos mais belos animais. Além disso, eles nos alegram a vida com seus gorjeios, com
sua beleza e com a graça dos seus movimentos. Mesmo assim, existem pessoas e até mesmo crianças que
gostam de caçar passarinhos só pelo prazer de se sentir mais forte, mais poderoso.
Pensem no grande engano dessas pessoas. Querem mostrar-se mais fortes que um pobre bichinho
que nunca lhes fez algum mal.
Os pássaros e tantos outros animaizinhos existem para alegrar a vida dos seres humanos. Além disso,
eles prestam inúmeros benefícios à natureza.
E quanto a vocês? Vocês gostam de pássaros?
Vamos ver quantos tipos de pássaros vocês conhecem...
O professor deve socializar a discussão.

AULA 53
Jesus - Amar e perdoar

Vocês se lembram da história da Mariazinha e do seu sonho sobre o planeta Hipotálus? Lembram
que os cientistas de lá haviam concluído que não existia Deus, ou seja, um ser superior responsável pelas
leis universais e pelo comando do universo? Com isso, o acaso tomou conta de tudo, e a confusão foi
tamanha que o planeta acabou explodindo.
Pois bem, depois que Hipotálus explodiu, Mariazinha sentiu-se espalhada ao longo da órbita daquele
planeta. Foi aí que ela apelou para Deus, o Ser Supremo, recebendo a ajuda de que precisava.
Mariazinha tinha ficado muito impressionada com aquele sonho e resolveu saber mais sobre essa
questão de religiosidade, de fé. Foi então procurar, na biblioteca do pai, alguns livros sobre Deus e achou
a Bíblia. Folheou daqui e dali e sentiu-se interessada pela história de Jesus.
Mariazinha gostava muito de ler, porque sentia como se estivesse participando das histórias que lia.
Assim, lendo a história de Jesus, era como se ela estivesse lá, percorrendo os caminhos da Galiléia com
ele e seus discípulos, andando à beira do mar, ou sentada a seus pés quando ele subia ao alto do monte
para falar à multidão de pessoas que acorriam para escutá-lo.
Era confortador ouvir Jesus quando dizia que Deus é como um pai que acode seus filhos na hora da
aflição. Mas achou meio estranho quando ele disse que o maior dos mandamentos é “Amar a Deus sobre
todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos”.
- É aí que mora a dificuldade, pensou Mariazinha. – Se temos de amar o próximo, ou seja, todas as
pessoas... Então precisamos amar também a nossos inimigos.
Foi procurar o pai, seu Geraldo, para quem explicou suas dúvidas e perguntou:
- Acha que é possível olhar para um inimigo e sentir amor por ele?
- Bem, minha filha - respondeu-lhe o pai - acredito que Jesus não quis dizer exatamente amar um
inimigo, porque isto é impossível, é contrário à nossa natureza humana. Quando pensamos num amigo,
nosso coração se abre, feliz, com essa lembrança, mas, quando pensamos num inimigo, nosso coração não
pode se abrir assim, porque se trata de alguém em quem não podemos confiar.
Eu acredito que Jesus quis dizer que não devemos odiar nossos inimigos, mas sim perdoar-lhes e
desejar-lhes o melhor.
- Quer dizer que não devemos desejar o mal para nossos inimigos...
Seu Geraldo pensou por instantes e disse:
- Sabia que todos os ensinamentos de Jesus têm fundo científico?
- Como assim, papai? - perguntou Mariazinha, curiosa.
- Veja só que interessante. Pesquisas científicas vêm comprovando que sentir ódio e rancor faz mal à
saúde, mas que o perdão e o amor fazem muito bem ao nosso organismo; fortalecem o sistema
imunológico.

Mariazinha saiu pensativa. Estava começando a achar interessante essa questão da religiosidade.
E nós? Será que sentimos ódio por alguém?
O professor deve incentivar respostas e socializá-las, focando a importância do perdão.

AULA 54
Relaxamento - perdão

O professor deve perguntar a alguns alunos, indicando-os ao acaso, se sentem raiva de alguém e,
caso positivo, se estão se esforçando para perdoar.

Vocês se lembram que, em nossa última aula, o pai de Mariazinha falava sobre pesquisas científicas
que vêm comprovando que sentir ódio e rancor faz mal à saúde, enquanto o perdão e o amor fazem muito
bem ao nosso organismo, fortalecendo o sistema imunológico?
Pois bem, vamos então fazer um exercício do perdão.
Lembrem que isso é importante para o nosso crescimento como seres humanos e também para a
nossa saúde.
Então, fechem os olhos e respirem fundo algumas vezes para relaxar... (dez segundos)
Pensem agora em alguma pessoa da qual não gostam. Pensem nessa pessoa como se a estivessem
vendo aí na sua frente e lhe digam, só no pensamento: “Eu perdôo você e lhe desejo tudo de bom”. “Eu
perdôo você e lhe desejo tudo de bom”. (trinta segundos)

Vamos agora abrir os olhos e vocês vão me falar sobre essa experiência.
Quem conseguiu sentir que perdoa de coração?
O professor deve socializar a discussão.

AULA 55
Revisão

Hoje vamos revisar as últimas aulinhas de valores humanos.


Na aventura virtual dos Praxedinhos, nós vimos como aqueles pássaros entram na casa, gorjeando
lindamente, conseguindo transformar os dois homens tristes em alegres, quebrando os vínculos que eles
tinham com a Confraria dos Tristes.
Os pássaros são dos mais belos animais e, além disso, eles nos alegram a vida com seus gorjeios e
com a graça dos seus movimentos. Mesmo assim, existem pessoas e até mesmo crianças que gostam de
caçar passarinhos só pelo prazer de se sentir mais fortes, mais poderosos.
Pensem no grande engano dessas pessoas. Querem mostrar-se mais fortes que um pobre bichinho
que nunca lhe fez algum mal. Os pássaros e tantos outros animaizinhos existem para alegrar a vida dos
seres humanos e, além disso, eles prestam inúmeros benefícios à natureza.
Em outra aula falamos sobre a Mariazinha, aquela menina que sonhou com o planeta Hipotálus, o
qual acabou explodindo... Lembram?
Pois bem, ela tinha ficado tão impressionada com aquele sonho que resolveu saber mais sobre essa
questão de religiosidade, de fé. Foi então procurar, na biblioteca do pai, alguns livros sobre Deus e achou
a Bíblia e, nela, a história de Jesus. Ficou bastante impressionada com os seus ensinamentos sobre o amor,
quando ele diz que precisamos amar o próximo como a nós mesmos. Ora, nesse caso deveríamos amar até
mesmo nossos piores inimigos.
Então, diante do impasse, Mariazinha foi procurar o pai, seu Geraldo, que esclarece suas dúvidas:
- Bem, minha filha, acredito que Jesus não quis dizer exatamente amar um inimigo, porque isto é
impossível, é contrário à nossa natureza humana. Quando pensamos num amigo, nosso coração se abre
feliz com essa lembrança, mas, quando pensamos num inimigo, nosso coração não pode se abrir assim,
porque se trata de alguém em quem não podemos confiar. Eu acredito que Jesus quis dizer que não
devemos odiar nossos inimigos, mas sim perdoar-lhes e desejar-lhes sempre o melhor.
Seu Geraldo lhe disse também que esse ensinamento de Jesus tem fundamentação científica, já que
diversas pesquisas vêm comprovando que sentir ódio e rancor faz mal à saúde, mas que o perdão e o amor
fazem muito bem ao nosso organismo; fortalecem o sistema imunológico.
Vocês se lembram de que na última aulinha nós fizemos aquele exercício do perdão?
Pois bem, hoje vamos fazer o exercício do amor.
OBS.: A fala deve ser calma e compassada.
Fechem os olhos e respirem fundo algumas vezes para relaxar. (dez segundos)
Pensem agora em alguma pessoa a quem vocês amam muito. Pode ser sua mãe, seu pai ou outra
pessoa de quem vocês gostem muito. (dez segundos)
Sintam como é boa essa sensação de gostar, de querer bem, de amar. (cinco segundos)
Procurem agora pensar em nosso planeta com esse mesmo amor, envolvendo a Terra nesse afeto,
nesse carinho; a nossa casa cósmica é tão bonita, com oceanos imensos, cheios de vida; pensem nas
florestas, nos animais...
Pensem na humanidade com amor... O ser humano está precisando muito de amor, está precisando
de fraternidade, de justiça e de paz.
Que o Criador de todas as coisas possa envolver a Terra em muito amor.
Vamos abrir os olhos e procurar sentir, por todo o dia de hoje, essa sensação tão boa que é a
amorosidade.

AULA 56
Aventura Virtual - Episódio 12

No último episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, nós paramos naquele momento em que as
crianças, usando a canetinha que Ashtarih havia dado ao Serginho, conseguem dinamizar alegria no
ambiente. Aí, entram pássaros na sala, pousam nas mãos dos homens tristes e começam a gorjear. Outros
pássaros também entram trazendo tanta alegria que os tristes se deixam contagiar com ela e logo todos
dançam e batem palmas, com grande alegria.
De repente os pássaros vão embora, o alarme toca no minimicro de Gil, anunciando perigo.
O alto e o baixo estão muito aflitos porque, depois que sentiram o gostinho da alegria, não querem
mais voltar a ser tristes.
De fora chega o som de lamentos e o ruído de alguma coisa sendo arrastada no chão. Todos correm
para a janela a tempo de ver a procissão dos tristes chegando em frente à casa, arrastando um grande
tronco de árvore pintado de cinza escuro.
- Estão vendo esse tronco? - pergunta o baixo, e continua:
- Ele simboliza o sofrimento, que os tristes vão arrastando vida afora.
O alto dá um tapa na própria cabeça, como quem tem uma idéia importante, e pergunta às crianças:
- O que foi que vocês fizeram há pouco, para chamar aqueles pássaros?
- É mesmo - diz o baixo e pergunta: - Vocês podem fazer isso de novo?
As crianças olham umas para as outras. Serginho pega a canetinha e convida:
- Venham os senhores também.
Os cinco saem para fora, fazem um círculo e tocam a canetinha com os dedos. Fecham os olhos, e
seus rostos vão-se iluminando.
Os da confraria ficam espantados ao ver seus chefes com expressões sorridentes, em flagrante
transgressão ao maior de seus mandamentos, mas, antes que possam dizer qualquer coisa, os pássaros
entram em cena, pousando sobre suas mãos e trinando alegremente.
Acontece o mesmo fenômeno de antes e, após mais alguns minutos, estão todos sorrindo, cantando,
assoviando e dançando, em grande alegria, festejando o fim da tristeza.
O alto corre para dentro da casa e volta com uma lata de querosene. Os outros, como se fosse num
ritual, batem palmas e ajudam a tocar fogo no enorme tronco que os oficiais haviam deposto no chão do
pátio e ficam dançando em torno do tronco, até que termine de queimar.

Todos estão muito felizes.


Mas a aventura virtual dos Praxedinhos não acaba aqui. Em outro dia nós voltamos contando mais...

Vocês sabiam que existem dois tipos de alegria, uma boa e outra ruim?
Vamos ver quem sabe o que é uma alegria boa.
O professor deve incentivar respostas.

Vamos ver agora quem sabe o que é uma alegria ruim.


O professor deve incentivar respostas.

A alegria ruim é aquela que nasce de situações que ferem a Lei Cósmica; é quando alguém se alegra
porque o outro está sofrendo, ou foi prejudicado, incomodado ou humilhado.
Já a alegria boa é aquela que nasce de situações que não ferem essa lei, ou seja, quando não se fez
mal a alguém, não se prejudicou nem se incomodou pessoas, animais ou a própria natureza.

AULA 57
Olimpíadas de Seatle

Há alguns anos, nas olimpíadas especiais de Seattle, havia nove participantes, todos com deficiência
mental ou física.
Eles se alinharam para a largada da corrida dos cem metros rasos. Ao sinal, todos partiram, não
exatamente em disparada, mas com vontade de dar o melhor de si, terminar a corrida e ganhar.
Um dos garotos tropeçou no asfalto, caiu e começou a chorar. Os outros oito ouviram o choro,
diminuíram o passo e olharam para trás. Vendo o companheiro que tinha tropeçado e caído, todos
voltaram para ajudar o garoto. Uma das meninas, com síndrome de Down, ajoelhou, deu um beijo no
garoto e disse:
- Pronto, agora vai sarar! E todos os nove competidores deram os braços e andaram juntos até a linha
de chegada.
O estádio inteiro levantou-se, e os aplausos duraram muitos, muitos minutos...
Talvez aqueles atletas fossem deficientes mentais, mas, com certeza, não eram deficientes de valores
humanos. Lá no fundo, todos nós sabemos que o que importa nesta vida, mais do que ganhar sozinho, é
ajudar os outros a também vencer.
O professor deve socializar essa questão.

AULA 58
Duda e Edu x drogas

A vida é assim como um caminho que percorremos, indo e voltando. Na ida vamos plantando
sementes com as nossas ações; e na volta temos de colher aquilo que plantamos.
Por isso, tudo que fazemos ou deixamos de fazer é muito importante.
É como o caso daqueles irmãos gêmeos, o Duda e o Edu. Eles eram de uma família muito bem
situada. O Edu achava que não precisava se esforçar para estudar porque a família podia sustentá-lo. Já o
Duda entendia que era ele mesmo quem precisava cuidar do seu futuro, pois esse é o dever de todo
cidadão.
Aí é fácil imaginar o que aconteceu. O Duda estudou, formou-se numa profissão da qual gostava
muito; casou-se, teve filhos e vivia feliz com sua família.
Já o Edu faltava aula, não se importava com os estudos e passava a maior parte do tempo jogando
“video game”. Aos 13 anos, como não gastava seu tempo com estudos, começou a andar com garotos que
usavam drogas. Duda procurou aconselhá-lo, mas ele dizia que não iria ficar viciado, porque tinha
controle sobre si mesmo e que fumar um baseado com os amigos de vez em quando não faria mal algum...
Só que fez mal... muito mal.
Quando percebeu, Edu já estava completamente viciado. Sem controle.
Foi um horror!
Todo o dinheiro da mesada ia para a compra de drogas.
Aos poucos foi usando drogas mais pesadas e, quando o dinheiro da mesada acabava, ele passou a
roubar. Roubava dos pais, dos colegas e até das amigas da mãe, quando iam visitá-la.
Um dia, sem dinheiro e desesperado para comprar drogas, apanhou o revólver do pai e saiu para
assaltar. Só que o homem a quem ele abordou reagiu e, Edu, nervoso, atirou nele, matando-o.
Com isso, terminou num abrigo para menores perigosos. Ali viveu um verdadeiro inferno. Além das
condições precárias em que passou a viver, sentia falta da droga. Seu organismo, acostumado ao vício,
causava-lhe terríveis sofrimentos.
Finalmente, depois de quatro anos infernais, foi solto e voltou para casa.
Vocês acreditam que os sofrimentos de Edu terminaram por aí?
Não, não terminaram. Ele tinha deixado de usar drogas, aliás, ficava horrorizado só com a idéia de
voltar a usá-las. Mas esses vícios não se acabam assim, facilmente. Quem foi dependente de drogas um
dia precisa passar o resto da vida se cuidando para não ter uma recaída.
A consciência de Edu vivia em brasas. Era horrível quando se lembrava do homem que matara.
Ficava perguntando a si mesmo: “Será que ele tinha família, filhos?”
Foi aí que tomou uma decisão muito acertada. Voltou a estudar, desta vez com muita dedicação, e
conseguiu se formar em medicina. Foi morar no interior e trabalhar no hospital daquela cidade. Ali,
sempre chegavam pessoas feridas a bala. Edu, então, lembrando-se do homem que matara, fazia tudo que
podia para salvá-las. Enquanto fazia a cirurgia para retirar a bala, ele ia orando, pedindo a Deus para
ajudá-lo e para ajudar o paciente a se salvar.
Assim, em muitas ocasiões ele conseguiu salvar pessoas que parecia impossível que pudessem
sobreviver e, sempre que isto acontecia, Edu sentia sua consciência um pouquinho mais aliviada.

Por esse exemplo que demos, podemos perceber o quanto é importante agir sempre direito, com
honestidade e com responsabilidade.

AULA 59
Enturmar

Vocês já viram uma manada de vacas? Sempre há uma que é a líder e que leva um sino no pescoço.
Para onde ela vai as outras vão.
O ser humano também tem essa tendência de seguir líderes. Uns líderes são bons porque levam seus
seguidores para boas ações, mas outros não prestam. Levam seus liderados para o lado mau da vida. São
daqueles que fazem filmes de violência, “video games” com jogos que levam a pessoa a se acostumar com
a idéia de agredir e de matar. Também há os que fumam, bebem ou usam drogas. Esses líderes do mal
sempre encontram outras pessoas que as seguem e que passam a agir da mesma forma.
Isso acontece também com adolescentes e até com crianças. Para se enturmar com os outros, acabam
fazendo a mesma coisa que estes.
Por isso, é muita bobagem fazer coisas erradas só para se enturmar, para fazer parte de um grupo.
Vocês podem até achar isso muito bom, muito importante para vocês, mas aí é necessário ver como
é a mentalidade da turma.

O professor deve socializar a discussão, com foco na realidade local, no tipo de turminhas que
existem, alertando para os perigos existentes.

AULA 60
Revisão

Hoje vamos revisar as últimas aulinhas de valores humanos.


No episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, vimos como as crianças conseguiram dinamizar
alegria e com isso quebrar os vínculos que prendiam aqueles homens à tristeza e assim acabar com a
Confraria dos Tristes.
Dissemos, então, que há dois tipos de alegria, uma boa e outra ruim.
A alegria ruim é aquela que nasce de situações que ferem a Lei Cósmica; é quando alguém se alegra
porque o outro está sofrendo, ou foi prejudicado, incomodado ou humilhado.
Já a alegria boa é aquela que nasce de situações que não ferem essa lei, ou seja, quando não se fez
mal a alguém, não se prejudicou nem se incomodou pessoas, animais ou a própria natureza.
Também narramos aquele fato incomum que aconteceu nas olimpíadas especiais de Seattle, quando,
numa corrida de cem metros rasos, um dos garotos caiu e os outros participantes voltaram para ajudá-lo e
terminaram a corrida todos juntos, de mãos dadas. Esse foi um maravilhoso exemplo de solidariedade.
Depois contamos o caso daqueles irmãos gêmeos, o Duda e o Edu. O Duda estudou, formou-se
numa profissão da qual gostava muito; casou-se, teve filhos e vivia feliz com sua família.
Já o Edu faltava aula, não se importava com os estudos e passava a maior parte do tempo jogando
“video game”. Aos 13 anos, como não gastava seu tempo com coisas úteis, começou a andar com uma
“turma da pesada” e em pouco tempo já estava viciado em drogas. Então, um dia, sem dinheiro e
desesperado para comprar a droga, apanhou o revólver do pai, saiu para assaltar e acabou matando um
homem. Com isso, terminou num abrigo para menores perigosos, um verdadeiro inferno.
Finalmente, depois de quatro anos de extremos sofrimentos, foi solto e voltou para casa.
Mas a consciência de Edu vivia em brasas. Era horrível quando se lembrava do homem que matara.
Ficava perguntando a si mesmo: “Será que ele tinha família, filhos?”
Foi aí que tomou uma decisão muito acertada. Voltou a estudar e conseguiu se formar em medicina,
indo morar no interior e trabalhar no hospital da cidade. Ali, sempre chegavam pessoas feridas a bala.
Edu, então, lembrando-se do homem que matara, fazia tudo que podia para salvá-las. Enquanto tratava do
ferido, ele ia orando, pedindo a Deus para ajudá-lo e para ajudar o paciente a se salvar.
Assim, em muitas ocasiões ele conseguiu salvar pessoas que parecia impossível que pudessem
sobreviver e, sempre que isto acontecia, Edu sentia sua consciência um pouquinho mais aliviada.
Por esse exemplo que demos, podemos perceber o quanto é importante agir sempre direito, com
honestidade e com responsabilidade.

Também falamos sobre as manadas de vacas, que sempre há uma líder que leva um sino no pescoço.
Para onde ela vai as outras vão.
O ser humano também tem essa tendência de seguir líderes. Só que muitas vezes eles levam seus
seguidores para o lado errado da vida, para a falta de responsabilidade, para os vícios, o descuido com os
estudos, a violência, etc.
Isso acontece também com adolescentes e até com crianças. Para se enturmar com os outros,
acabam fazendo a mesma coisa que estes.
Por isso, é muita bobagem fazer coisas erradas só para se enturmar, para fazer parte de um grupo.
Vocês podem até achar a atitude de se enturmar uma coisa muito boa, muito importante para vocês,
mas aí é necessário ver como é a mentalidade da turma, como é cabeça dos colegas, o que fazem, se agem
mal, se são violentos, se não têm responsabilidade, se usam drogas, etc.

O professor deve socializar a discussão, com foco na realidade local, no tipo de turminhas que
existem, alertando para os perigos existentes.

AULA 61
Aventura Virtual - Episódio 13

Vimos no último episódio da aventura virtual dos Praxedinhos como eles conseguem, através da
alegria, sair de uma situação difícil e ainda resolver o problema dos homens tristes, tornando-os alegres,
de bem com a vida.
No dia seguinte, de madrugada, quando o dia já está começando a dar sinais de luz, os homens
preparam-se para partir. Teca dirige-se aos dois ex-tristes, agora alegres, o alto e o baixo, perguntando:
- Por que não ficam conosco?
O alto responde, com largo sorriso nos lábios:
- Agora que descobrimos a alegria, precisamos aproveitar cada minuto. Nós vamos sair por aí.
Vamos cantar para as pedras e as árvores, conversar com os pássaros e dizer às pessoas que a alegria é a
melhor coisa da vida.
O baixo, num gesto espontâneo, ajoelha-se diante das crianças e fala com emoção:
- Nós agora estamos leves, cheios de vigor, de esperança, graças a vocês. Muito obrigado.
O alto também se ajoelha, rindo e chorando de alegria. Pega nas mãos das crianças, beijando-as.
- Muito obrigado mesmo!... Vocês nos salvaram!
- Quem sabe, um dia, a gente possa retribuir - diz o baixo, com lágrimas nos olhos e na voz.
As crianças ficam mudas. Não sabem o que dizer. Os dois se levantam para seguir caminho. Os
oficiais da Confraria dos Tristes, que resolveram mudar o nome para Confraria dos Contentes, também
agradecem efusivamente, e todos partem assoviando e cantarolando, felizes, sob os deslumbrantes raios do
sol matinal.
Teca esfrega os olhos e dá um longo bocejo.
- Estou morrendo de sono - informa. - Acho que vou dormir um pouco.
Mal acaba de falar, soa um alarme no minimicro. Os três olham para a telinha, na qual aparece a
frase: “É hora de ir”.
- Ir agora? - indaga Teca. - Vou nada! Eu vou é dormir...
Serginho pisca o olho para Gilberto e fala:
- Gil, vamos deixar a Teca aqui, descansando. Vamos só nós dois.
A garota, que já estava encaminhando-se para a casa, dá um pulo.
- Vocês estão loucos?... Me deixarem sozinha nessa casa mal assombrada?... Nem pensar!
Serginho e Gil caem na gargalhada e logo os três estão de novo com o pé na estrada.
O sol já vai alto quando param à beira do caminho para descansar. O caçula olha em torno,
procurando algo.
- Está procurando o quê, Serginho? - pergunta Teca.
- Um lugar para fazer pipi.
- Ora essa! - exclama Gilberto. - Faz ali, atrás daquelas moitas.
Serginho vai para trás das moitas de arbustos, enquanto os outros se deitam na grama para repousar.
Passam-se vários minutos. De repente Teca levanta a cabeça, dizendo:
- Serginho está demorando muito.
- Ei, Serginho! - grita Gilberto. - Enganchou?...
Serginho não responde. Gil e Teca levantam-se e vão procurá-lo. Nada. Atrás dos arbustos, ninguém.
Chamam, e... nada. Teca começa a chorar, e Gil não sabe o que fazer. De repente, lembra-se do minimicro
e toca a telinha. Aparece a palavra: “Procurar”.
- Está mandando procurar – diz para a irmã. - Mas procurar onde?
- Sei lá...
Teca fica pensativa e de repente exclama:
- Será que não tem alguma entrada secreta nesses rochedos?
Os dois olham-se em silêncio e correm para os rochedos. Depois de muita busca, encontram uma
estreita fenda, que se abre para uma gruta. Quando seus olhos se acostumam à penumbra do local,
percebem a um canto uma lanterna e fósforos.
Gilberto acende a lanterna e os dois seguem pela gruta. Teca, é claro, se esforça para segurar o
medo. Caminham em meio a estalactites e estalagmites com formas as mais belas e estranhas. A gruta
termina em degraus ascendentes que levam a uma porta. Não está trancada. Entram num corredor e logo
chegam a um grande salão, em tudo semelhante àquele onde participaram da assembléia comandada por
Ashtarih.
Os dois dão um suspiro de alívio. Acreditam estar nos domínios da menina que representa o
Comando Solar. Uma voz, vinda não sabem de onde, fala:
- Muito bem, crianças. Ashtarih vai recebê-los logo.

Os Praxedinhos não sabem, mas estão caindo numa tremenda armadilha.


Porém isso nós vamos narrar em outro dia.

AULA 62
A compaixão na cor azul

Vocês se lembram da Mariazinha e daquele sonho que teve sobre o planeta Hipotálus, que explodiu?
Pois bem, ela tinha ficado muito curiosa para conhecer essas questões de religiosidade, de fé. Foi
então pesquisar na Internet e encontrou uma palestra de um lama budista, que é uma espécie de sacerdote
daquela religião.
Mariazinha leu e releu o texto, cada vez mais encantada. Aquele lama dizia que nós podemos
praticar a compaixão através de cinco cores: azul, amarelo, vermelho, verde e branco. Disse que a cor azul
significa acolhimento. É quando olhamos para o outro e o acolhemos.
Mariazinha não entendia muito bem o sentido da palavra acolher e foi pedir à mãe que explicasse.
- Acolher - respondeu a mãe – é receber bem, é procurar compreender e ter solidariedade.
A menina voltou ao texto da Internet, onde o lama dizia: “Digamos que alguém olha para uma planta
que se encontra num vaso dentro da casa. Pelo olhar compassivo, em vez de observar se gosta dela ou não,
pergunta como é que ela se sente sem a luz do sol, a água da chuva e sem as suas plantas amigas e
companheiras.”

Mariazinha foi correndo olhar a planta que sua mãe cultivava num vaso.
– Será que ela sente saudade das outras plantas? - perguntou a si mesma. – Ou será que o lama disse
isso apenas como um símbolo?
A campainha tocou e a menina foi atender. Era Joana, uma coleguinha do colégio. Aflita, Joana
vinha pedir ajuda com o dever de matemática.
Mariazinha fez um muxoxo. Estava de férias e queria ficar longe dos estudos. Afinal, estudara muito
durante o semestre, justamente para ficar livre nas férias. Joana usava uma blusa azul, e Mariazinha
lembrou-se do que havia dito o lama sobre as cores da compaixão e o azul significava justamente
acolhimento. Ah, agora ela entendia bem o sentido dessa palavra. Abriu a porta e convidou Joana a entrar.
Iria acolhê-la, ajudando-a nas suas dificuldades com matemática.

O professor deve socializar, focando a importância de ajudarmos uns aos outros, sempre que
possível, lembrando também que, ajudando agora, teremos mais possibilidades de receber ajuda, no
futuro, quando necessitarmos.

AULA 63
A compaixão na cor amarela

Na última aulinha de valores humanos, nós vimos como a Mariazinha tinha ficado impressionada
com aqueles ensinamentos budistas sobre as cores da compaixão. Havia lido sobre a cor azul, a cor do
acolhimento, e conseguira entender seu significado, na prática, ao acolher Joana e dar-lhe a ajuda de que
estava precisando. Isto lhe fez muito bem: ver a colega feliz e agradecida foi uma excelente recompensa
para ela.
Agora, estava muito interessada em ler o restante do texto sobre as cores da compaixão. Ela entendia
que a compaixão realmente não tinha cores, mas assim ficava mais fácil entender e praticar.
Na primeira oportunidade voltou à Internet. O texto dizia assim: “O amarelo, um amarelo dourado,
significa generosidade, riqueza, meios. Então, quando vamos ajudar alguém, além de ouvi-lo, dar-lhe um
ombro amigo, também podemos eventualmente fazer mais alguma coisa. Digamos que o rio subiu e a casa
de uma pessoa foi destruída. Podemos visitar esse desabrigado e dizer: você não se preocupe tanto... Isto
passa. Essa é uma boa ajuda, mas com a cor amarela podemos ajudar mais, oferecendo, por exemplo, um
lugar para a sua família ficar enquanto reconstroem a casa; também podemos ajudar com materiais de
construção e outros de que possamos dispor. Essa é a compaixão na cor amarela.”
Mariazinha lembrou-se imediatamente do Nilo, um coleginha que não poderia continuar a estudar
em sua escola porque o pai estava desempregado e o dinheiro não dava para pagar as mensalidades.
- Não, eu não posso deixar que isto aconteça! - exclamou.
Pensou, pensou e foi procurar o pai contando-lhe a situação do Nilo. Seu Geraldo prometeu fazer
alguma coisa para ajudar. Ele não dispunha de recursos para pagar o colégio para o Nilo, mas iria falar
com a diretora e ver o que poderia conseguir.
No dia seguinte, enquanto aguardava o pai, Mariazinha não se agüentava de aflição para saber se
tinha dado certo. Finalmente seu Geraldo chegou com a boa noticia. O colégio iria dar uma bolsa de
estudos ao Nilo, até que seu pai pudesse voltar a pagar as mensalidades. A diretora dissera que o Nilo,
sendo um garoto muito estudioso e dedicado, merecia aquela chance.
Mariazinha saiu correndo para dar a boa noticia ao colega, pensando que naquele dia ela havia
praticado a compaixão em sua cor amarela.

O professor deve socializar a discussão, focando o significado que o lama entendia ser o da cor
amarela relacionado à compaixão.

AULA 64
A compaixão na cor vermelha

O professor deve perguntar a alguns alunos, indicando-os ao acaso, se têm se lembrado de pedir
desculpas, de usar o “faz favor”, de cumprimentar as pessoas ao encontrá-las e de agradecer pelas
gentilezas que tenham recebido.

Na última aulinha de valores humanos, nós vimos como a Mariazinha praticou a compaixão em sua
cor amarela, conseguindo ajuda para o coleginha Nilo, cujo pai não estava podendo pagar as mensalidades
da escola.
Dias mais tarde, a menina voltou à Internet para ler mais um pouco daquele texto do lama budista
sobre as cores da compaixão, desta vez sobre o vermelho. O texto dizia: “Temos a cor vermelha, que
simboliza o eixo. Ela vem da sedução, daquilo que nos encanta. Então, que possamos produzir no outro
um encantamento positivo, um eixo positivo. Assim, naquela situação de que falamos, em que a casa foi
levada pelo rio, a cor vermelha vai nos ajudar a dizer àquela pessoa que é melhor não reconstruir a casa no
mesmo lugar porque o rio pode subir de novo. Dessa forma, muitas vezes não basta que a gente ajude o
outro a reconstruir, mas que o ajude a fazê-lo numa situação melhor. Para isso precisamos da sabedoria
dos eixos. Essa é a compaixão na cor vermelha.”
A campainha tocou, interrompendo a leitura. Era Nicinha, sua melhor amiga, que chegava de
mochila nas costas e com cara de raiva. Mal entrou, foi logo dizendo:
- Saí de casa. Papai me botou de castigo. Ele disse que vai me deixar um mês sem “video game”.
Vou ficar aqui, com você.
Mariazinha se lembrou do que acabara de ler sobre a compaixão na cor vermelha, que significava
eixos. Levou a amiga para seu quarto e disse:
- Nicinha, por mim não teria nenhum problema você ficar aqui, mas vamos pensar no que seria a
melhor solução numa situação como esta.
Antes que a amiga tivesse tempo de dizer algo, Mariazinha continuou:
- Em primeiro lugar vamos fechar os olhos e respirar fundo algumas vezes para relaxar...
Instantes mais tarde, Mariazinha perguntou:
- Então, está mais calma?
A um aceno positivo da amiga, continuou:
- Bom, agora já podemos conversar melhor. Você está mais calma e vai poder refletir com
equilíbrio. Pois bem, você quer sinceridade?
- Claro que quero - respondeu Nicinha.
- Então eu vou dizer. Acho que seu pai está certo em lhe cortar o “video game”. Você tirou notas
baixas porque está tão viciada nesses jogos que só pensa neles e não estuda. Seu pai está se preocupando
com seu futuro. Se você não estuda, como acha que vai ser o seu futuro? Você prefere ser uma simples
operária em alguma fábrica, ou pretende ser veterinária como sempre quis? Não que ser operária seja
ruim, mas a gente deve sempre procurar o melhor, não acha?
Nicinha não respondeu. Apenas abraçou Mariazinha com força e voltou para sua casa.

O que vocês acharam desse gesto da Mariazinha?


O professor deve socializar a discussão, focando a importância dos bons conselhos.

AULA 65
Revisão

Hoje vamos revisar algumas das aulinhas de valores humanos.


No último episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, nós vimos como eles conseguem, através da
alegria, sair de uma situação difícil e ainda resolver o problema dos homens tristes, tornando-os alegres,
de bem com a vida. E estes ficaram imensamente agradecidos às crianças, dizendo que algum dia teriam a
oportunidade de retribuir a ajuda que lhes deram.
Num dos futuros episódios da aventura virtual, nós vamos ver de que maneira aqueles homens
cumpririam sua promessa.
Em outra aulinha vimos a Mariazinha encontrando na Internet uma palestra de um lama budista, na
qual ele fala sobre as cores da compaixão. Curiosa, ela foi entendendo como isto acontece, na prática.
O lama havia definido a cor azul como sendo a do acolhimento, e, quase em seguida à leitura, ela
teve oportunidade de acolher uma colega, a Joana, que estava precisando de ajuda para aprender
matemática.
Continuando seu aprendizado, Marizinha leu sobre a cor amarela, que significava generosidade, ou
seja, um ato mais consistente, quando fosse necessário. Com isso, lembrou-se do Nilo, um coleginha que
não poderia continuar a estudar em seu colégio porque o pai estava desempregado e o dinheiro não dava
para pagar as mensalidades. Então, num belo gesto de generosidade, foi procurar o pai contando-lhe a
situação do Nilo e conseguiu para ele uma bolsa de estudos.
Depois vinha a cor vermelha, simbolizando o eixo, a sabedoria de escolher as melhores soluções.
Também aí Mariazinha comprovou, na prática, como funcionam os eixos. Isto aconteceu quando
Nicinha, sua melhor amiga, havia saído de casa porque o pai a deixara de castigo, sem “video game” por
um mês. A garota, então, lembrou-se da sabedoria dos eixos. Assim, ao invés de concordar com a amiga
disse que fugir de casa não era a melhor solução, que o pai estava certo ao dar-lhe aquele castigo, porque
ela havia tirado notas baixas, já que estava viciada nesses jogos, só pensava neles e não estudava.
Lembrou-lhe que o pai estava preocupado com o futuro dela, porque a amava muito.
Com esses bons conselhos, Nicinha voltou para casa e Mariazinha ficou muito feliz devido a sua
atitude naquela situação.
Vocês acham que ela tinha agido com sabedoria?
O professor deve incentivar respostas e socializar a discussão.

AULA 66
Aventura Virtual - Episódio 13

No último episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, nós vimos como eles estavam caindo numa
armadilha. Tinham sido atraídos para os domínios de Ruk Pollus acreditando que estavam no mesmo salão
onde haviam sido recebidos por Ashtarih.
Instantes mais tarde entra um homem enorme, de pele bronzeada e brilhante. Com um gesto convida
as crianças a acompanhá-lo, conduzindo-as para uma sala vizinha, onde há um sofá, duas poltronas,
estante com livros e, a um canto, um computador.
Mal acabam de sentar-se, entra Fávia, fingindo ser Ashtarih. Fala, procurando fazer-se simpática e
tendo o cuidado de não se aproximar deles. Teca, aflita, vai logo perguntando:
- Onde está nosso irmão... o Serginho?
- Não se preocupem - responde Fávia. - Já, já ele estará aqui.
- Por que nos atraíram para cá? - indaga Gilberto.
Fávia vai caminhando lentamente pelo salão, observando as reações das crianças, enquanto diz:
- Vocês foram chamados aqui porque resolvemos mudar alguns planos... Nós estamos precisando
falar com as crianças da Terra. Com o maior número possível de crianças. E achamos que vocês poderão
ser os nossos porta-vozes.
- Por que nós? - pergunta Gilberto.
- Porque receberam o poder de Ashtarih – responde Fávia. - O que falarem irá repercutir na mente de
todas as crianças semelhantes a vocês.
Gilberto e Teca percebem que há algo de errado nessa Ashtarih. É mais dura, fria, embora procure
fingir, e suas maneiras não têm aquele algo encantador da primeira.
- Semelhantes a nós? - pergunta Teca, procurando falar com naturalidade.
- É... crianças assim... de boa natureza, fraternas, honestas. Nós não temos como chegar até elas, a
não ser por intermédio de vocês.
- E o que devemos fazer? - pergunta Gilberto.
- Não se preocupem. No momento oportuno vocês saberão. Agora, vão ser levados a seus aposentos.
Fávia bate palmas rápidas e entra o mesmo homem que os conduzira até ali. Com um gesto convida
as crianças a acompanhá-lo. Os “aposentos” são um apartamento de bom tamanho, bem mobiliado e
belamente decorado. Na sala de jantar, a mesa posta com pratos os mais diversos desperta o apetite das
crianças.
- Pelo cheiro, isto deve estar uma delícia - diz Gilberto.
Os dois sentam-se à mesa e, enquanto fazem os pratos, conversam discretamente e em voz muito
baixa.
- Será que essa é mesmo a Ashtarih? - pergunta Teca, num sussurro.
- Ela me pareceu estranha - responde Gilberto, também em voz baixa. - Não tem aquele ar sincero,
luminoso, da que vimos naquela assembléia. Precisamos ter muito cuidado. Acho que eles pegaram o
Serginho.
Teca engole o medo e a vontade de chorar. Não podem dar demonstração de suas desconfianças.
- Coma tudo, Teca – sussurra Gilberto. - Precisamos estar bem alimentados... senão, como é que
vamos poder salvar o Serginho?
Mal terminam a refeição, começam a sentir um sono invencível e adormecem. Meia hora mais tarde,
dois homens as carregam para outra sala, deitando-as sobre mesas de mármore. Trazem também Serginho,
adormecido. Entra um homem de branco parecendo médico e atrás vem Ruk Pollus e Fávia, a falsa
Ashtarih. O de branco implanta um objeto minúsculo na nuca de cada uma das crianças. Observando a
cena, Fávia pergunta:
- Será que a dose de narcótico foi suficiente?
- Fique tranqüila - responde o de branco. - Eles não vão desconfiar de nada. Além disso, eu coloquei
um anestésico que vai deixar a pele da nuca meio adormecida... Não vão sentir o condensador.
- Vai ser muito engraçado - comenta Ruk, rindo de forma desagradável. - Eles vêm combater a nossa
energia e vão nutrir-se com ela.
Terminada a tarefa, as crianças são de novo carregadas para o quarto e colocadas nas camas.

Estão curiosos para saber como continua essa aventura? Eu também, mas vamos deixar para outro
dia.

AULA 67
A compaixão na cor verde

Vocês se lembram da nossa última aulinha de valores humanos, quando a Mariazinha aconselhou a
amiga Nicinha a aceitar o castigo que o pai lhe dera e a voltar para casa?
Pois bem, no dia seguinte Mariazinha voltou à leitura daquele texto do lama sobre as cores da
compaixão, no ponto onde ele diz: “Temos também a cor verde. Digamos que uma criança está puxando
uma toalha com uma leiteira de leite fervente em cima. Se não gritarmos, a criança puxa e se queima.
Quando gritamos, nós não estamos contra a criança. Estamos a favor dela. Quando dizemos, não faça isso,
nós interrompemos uma ação negativa. É quando vemos alguma coisa ruim surgindo e a obstruímos.”
- Que interessante, pensou Mariazinha. - Quer dizer que ontem, quando eu peguei pesado com a
Nicinha, eu estava usando de compaixão na cor verde. Eu não estava contra ela, mas a seu favor,
ajudando-a a entender melhor a situação.

Muitas vezes, quando uma criança recebe um castigo, fica aborrecida e até revoltada, como
aconteceu com a Nicinha. Mas sempre é importante refletir sobre as causas do castigo. Os pais sempre
amam seus filhos e, quando lhes dão algum castigo, é porque estão agindo para o bem deles. Estão
pensando em seu futuro, em educá-los para a vida.
Por isso nunca fiquem revoltados com aqueles que são responsáveis por vocês, quando receberem
um castigo. Bem melhor é refletir sobre o que fizeram para merecê-lo e procurar se corrigir. É para seu
próprio bem.

O professor deve socializar a discussão.

AULA 68
A compaixão na cor branca

Vocês se lembram da Mariazinha e das cores da compaixão que ela vinha pesquisando na Internet?
Pois bem, ela já havia lido sobre algumas cores e seus significados pela ótica do lama budista: o azul
significa “acolhimento”; o amarelo refere-se a “meios” que empregamos para ajudar alguém; o vermelho
significa “eixo”, ou seja, uma boa orientação.
Leu também sobre o verde, usado quando interrompemos uma ação negativa, assim como ela fez
com sua amiga Nicinha, que estava para fazer uma bobagem, e ela acabou “pegando pesado” com a
menina, mas conseguiu que a amiga mudasse de idéia.
Curiosa, Mariazinha voltou a ler aquele texto e encontrou o seguinte: “A última é a cor branca, a
culminância da compaixão. Ela está em descobrirmos a natureza ilimitada e ter suficiente amor para
oferecê-la às outras pessoas.”
Aí a coisa complicou-se um pouco. O que seria essa natureza ilimitada?
Achou melhor pedir ajuda ao pai, que disse:
– Acho que ela se refere a Deus. Cada religião entende Deus à sua maneira e muitas lhe dão nomes
diferentes – Absoluto, Altíssimo, Arquiteto Cósmico, Jeová, etc.; outras se referem a Deus como aquele
cujo nome não pode ser pronunciado, causa primária de todas as coisas, entre outros.
Já o grande cientista Albert Einstein disse que Deus é a força da natureza, o Grande Legislador
Cósmico.
– Não entendi, diz Mariazinha. – Que é isso de Grande Legislador Cósmico? Legislador não é aquele
que faz as leis?
– Exatamente – respondeu seu Geraldo. – Não é Deus quem fez as leis que regem o universo?
Então...
– Ah, agora entendi, afirmou a menina. – São essas leis que fazem com que haja ordem no universo.
Seu Geraldo, rindo da esperteza da filha, disse:
– Imagine o caos que seria sem essas leis que regem os movimentos dos corpos celestes, os quais
aqui na Terra fazem os dias, as noites, as estações do ano e permitem que haja vida em nosso planeta.
Pense em como seria se de repente essas leis deixassem de existir ou de atuar.
Mariazinha não respondeu, apenas riu, lembrando-se do sonho que tivera com o planeta Hipotálus,
que acabou explodindo, porque o acaso havia tomado conta de tudo e as leis naturais deixaram de atuar.
Voltou ao computador, pensativa. O texto que falava sobre a natureza ilimitada, ou seja, Deus, dizia
que era preciso suficiente amor para levar essa natureza às outras pessoas.
A garota pensou, pensou e concluiu que isso pode acontecer através das nossas ações, ou seja,
quando vivemos de acordo com as leis de Deus. Amando, sendo honestos, respeitosos e pacíficos, estamos
apresentando aos outros essa natureza divina.

AULA 69
Valor de verdade e valor de mentira

O professor deve perguntar a alguns alunos, indicando-os ao acaso, se têm se lembrado de pedir
desculpas, de usar o “faz favor”, de cumprimentar as pessoas ao encontrá-las e de agradecer pelas
gentilezas que tenham recebido.

Certo dia Mariazinha estava na cozinha ajudando a mãe a preparar um lanche, quando passou pela
rua um homem gritando: “Conserta fogão”.
Mariazinha comentou:
- Se o nosso fogão estivesse com algum problema, precisando de conserto, não seria qualquer um
que botaria nele a mão. O nosso fogão é de primeira.
- Filha - retrucou a mãe - reparou como você sempre fala com certo desprezo por coisas e por
pessoas? Isso não está certo. Se temos um fogão de primeira, como você disse, devemos nos sentir
satisfeitos por isso, mas nunca nos sentirmos superiores pelas coisas que possuímos.
- Ora, mãezinha - tornou Mariazinha - qual é o problema da gente ter um pouco de orgulho?
Dona Ilka refletiu um pouco e disse:
- O orgulho é um valor negativo. A humanidade é composta de todos os tipos de pessoas e em todas
as situações que se possa imaginar. Muitos crescem na vida, conseguem bons empregos e muitos bens,
através do próprio esforço. Esses têm valor próprio, porque trabalharam, se esforçaram, buscaram e
conseguiram. Muitos outros que estão bem na vida, ou mesmo que são ricos, herdaram esses bens. Não
tiveram valor próprio na sua aquisição.
- Quer dizer que eu não tenho valor próprio porque...
- Não é isso, filha - interrompeu dona Ilka. – A nossa casa e tudo que temos foi conquistado através
do esforço meu e do teu pai. Nós trabalhamos duro, por muitos anos para podermos comprar esta casa e
mobiliá-la. Podemos então dizer que teu pai e eu temos valor próprio. Quanto a você filha, ter valor
próprio só depende do seu esforço. Hoje, estudando e se preparando para o futuro e, no futuro, trabalhando
com honestidade e com responsabilidade para ter o que deseja.
- Acho que entendi - disse Mariazinha, meio decepcionada. Pensou um pouco e perguntou:
- Mãe, como é então essa questão de valor próprio com relação a tantas pessoas que enriquecem por
meios desonestos ou explorando os outros?
- Ah, filha, esses pensam que são espertos, mas são uns coitados. Ninguém tem respeito por eles;
ninguém os ama de verdade. Eles podem até cercar-se de muitos bajuladores, de pessoas que só estão
interessadas em conseguir alguma coisa, assim como um cão que fica sentado junto à mesa de refeições,
esperando que alguém lhe dê um restinho de osso ou de alguma comida. Eles podem ser temidos e
invejados, mas não respeitados. Seus valores são de mentira.
Mariazinha saiu pensativa. Agora percebia a diferença entre valor de verdade e valor de mentira.
Vamos ver agora quem aqui sabe definir o que é um valor de mentira.
O professor deve incentivar respostas.

Vamos ver agora quem aqui sabe definir o que é um valor de verdade.
O professor deve incentivar respostas.

AULA 70
Revisão

Hoje vamos revisar algumas das nossas aulinhas de valores humanos.


Vocês se lembram do que narramos sobre a Mariazinha, quando ela aconselhou a amiga Nicinha a
aceitar o castigo que o pai lhe dera e a voltar para casa?
Pois bem, no dia seguinte Mariazinha voltou à leitura daquele texto sobre as cores da compaixão. Ela
tinha visto o azul, o amarelo e o vermelho. Agora era a vez do verde, que significa interromper uma ação
negativa.
Aí ela lembrou-se do dia anterior, quando “pegou pesado” com a Nicinha, e ficou satisfeita ao
perceber que estivera usando de compaixão na cor verde. Ela não estava contra a Nicinha, mas a seu favor,
ajudando-a a entender melhor a situação e a tomar uma atitude mais correta.
Finalmente vinha a cor branca. Conforme a palestra do lama, ela está em descobrirmos a “natureza
ilimitada” e termos suficiente amor para oferecê-la às outras pessoas.
Sem entender o que significava essa “natureza ilimitada”, foi procurar o pai, seu Geraldo, que lhe
explicou tratar-se de Deus, pois muitas religiões dão a Ele nomes diferentes, como o Absoluto, o
Altíssimo, Arquiteto Cósmico, Jeová, etc.

Em outra aula nós falamos ainda sobre a Mariazinha, que, apesar de ser um amor de garota, sempre
demonstrava certo desprezo por quem fosse mais pobre do que ela, ou a sua família. Certo dia, ao ajudar a
mãe a preparar um lanche, quando passou pela rua um homem gritando: “Conserta fogão”, ela comentou:
– Se o nosso fogão estivesse com algum problema, precisando de conserto, não seria qualquer um
que botaria nele a mão. O nosso fogão é de primeira.
Dona Ilka, como sempre, não perdeu oportunidade de orientar a filha, dizendo:
– Reparou como você sempre fala com certo desprezo de coisas e de pessoas? Isso não está certo. Se
nós temos um fogão de primeira, como você disse, devemos nos sentir satisfeitos por isso, mas nunca nos
sentir superiores pelas coisas que possuímos.
Dona Ilka sabia que seria difícil Mariazinha mudar de atitude, mas, mesmo assim, continuou:
– O orgulho, filha, é um valor negativo. A humanidade é composta de todos os tipos de pessoas e em
todas as situações que se possa imaginar. Muitos crescem na vida, conseguem bons empregos e muitos
bens, através do próprio esforço. Esses têm valor próprio, porque trabalharam, se esforçaram, buscaram e
conseguiram.
Muitos outros que estão bem na vida, ou mesmo que são ricos, herdaram esses bens. Não tiveram
valor próprio na sua aquisição. E muitos outros enriqueceram por meios desonestos ou explorando os
outros.
Pois bem, o que vocês acham sobre as pessoas que enriquecem por meios desonestos ou explorando
os outros?
O professor deve incentivar respostas.

AULA 71
Aventura Virtual - Episódio 14

No último episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, nós vimos Ruk Pollus implantando
condensadores nas nucas das crianças.
No dia seguinte Gil acorda, sentindo-se muito mal humorado. Ao ver Teca na outra cama, dando
sinais de que está acordando, sente muita raiva dela.
– Que é que está acontecendo? – pergunta a si mesmo. – Estou com raiva da Teca, de tudo... Preciso
me controlar.
Teca acaba de acordar e se levanta, também mal humorada. Segue até a sala onde encontra Serginho
e seu Timón.
– Serginho! – exclama, surpresa. – Onde é que você estava?
Serginho responde com uma grosseria imprópria dele:
– Aqui... Não está vendo?
Teca retruca com raiva:
– Olha aqui, ô, seu coisa. Não comece com suas brincadeirinhas, que acabo te enchendo a cara de
tapa.
Gil, vindo atrás de Teca, também entra na sala e exclama, surpreso:
– Serginho! Onde é que você andou?
– Eu sei lá... Vê se não me enche!
Gil está intrigado com a atitude dos irmãos e consigo próprio. Sente que algo está errado, mas fica
mais tranqüilo, quando vê o enviado de Ashtarih.
– Seu Timón, que bom que o senhor está aqui! – exclama.
– Bom, coisa nenhuma - resmunga Teca. – Esse velho some e aparece como se fosse um fantasma.
Gil nunca vira a irmã tratar pessoas mais idosas com tanta grosseria e falta de respeito. Está cada vez
mais intrigado.
Seu Timón observa as crianças, suas expressões e reações. Percebe que Gil está mais controlado.
Olha para ele e em seguida, significativamente, para o minimicro. Gil entende e consulta-o discretamente.
Na tela, os dizeres: “Computador - sala ao lado”. Gil, como quem não quer nada, dirige-se para a sala ao
lado. Ali há um computador. Vai até lá, liga-o e grita:
– Ei, pessoal! Aqui tem um micro.
Os outros também vão para lá, inclusive seu Timón. Na tela surgem imagens de uma região polar,
seguidas de um mapa onde se vê o pólo norte, a Noruega, a Suécia e a Finlândia. A parte norte destes
países, que fica dentro do círculo polar, está destacada em outra cor, com o nome LAPÔNIA.
Enquanto isso, em outra sala, Ruk Pollus e Fávia observam o grupinho através de um monitor. A
garota dirige-se a seu chefe, em tom subserviente:
– Grande Ruk, eu não entendo seu interesse por esse grupo. Essa é apenas uma das dezenas de
equipes de Ashtarih.
Sem olhar para ela, Ruk responde com ar de superioridade:
– Eu me interesso por todos eles. Mas algo me diz que esse menino, o Gilberto, pode me ser muito
útil... ou perigoso. Eu o quero para mim... ou então...
Completa a idéia com um gesto significativo.
Fávia olha para ele com admiração, perguntando:
– E agora... O que estamos esperando?
– Estou esperando que os chips completem seu efeito. Aí, eles serão meus escravos.
Na sala do computador, os quatro observam imagens da Lapônia. Gilberto pergunta:
– Seu Timón, não é na Lapônia que tem o sol da meia-noite?
– É sim. No verão o sol fica girando no horizonte e não se põe durante três meses. Já no inverno, é o
contrário. São três meses de noite. O sol não aparece.
Tomando ares de contador de histórias, continua:
– Há uma lenda por lá que fala na festa do Sol. Diz que todos os animais do planeta mandam seus
representantes para verem o Sol nascer pela primeira vez depois dos três meses de noite polar. Dizem que
eles têm um pacto de paz, de não agressão, durante duas horas.
A curiosidade faz as crianças esquecerem um pouco seu mau humor. Gil digita: “Lapônia - Festa do
sol” e clica em “enter”, enquanto comenta:
– Deixa ver se tem alguma coisa sobre isso.
Na tela surge a imagem de altas montanhas cobertas de neve. Um efeito zoom traz a imagem para
perto, abrindo-a sobre um enorme platô, ocupado por milhares de animais, dos mais diversos, aguardando
em silenciosa expectativa, todos voltados para o nascente. No lado leste, uma gigantesca estátua de gelo
representando um leão e, a um canto, um trenó, daqueles fechados. No céu aparecem luzes fantásticas
como cortinas luminosas em movimento constante, ou como ondas de fogo entre o horizonte e o zênite. O
fenômeno é tão magnífico que nem o mau humor de Teca consegue resistir.
– Que coisa mais linda! – exclama. – O que é isso?
– É a aurora boreal – explica seu Timón. – Ela ocorre nas regiões polares, nos períodos em que o Sol
tem uma atividade maior. As partículas solares aproximando-se da Terra são desviadas ou atraídas para os
pólos. Essa luminosidade acontece quando entram em contato com a atmosfera.
A imagem mostra o horizonte começando a iluminar-se levemente, em prenúncios dos primeiros
clarões do Sol nascente. Seu Timón, como quem não quer nada, pega no “mouse”, leva a seta até o trenó e
clica em cima dele. Ao mesmo tempo, fala intencionalmente:
– Eu prefiro ver o que está acontecendo em Londres.
O zoom traz o trenó para a tela cheia. Tudo começa a rodar, e o grupo entra nesse torvelinho,
perdendo noção de lugar.

Vocês estão curiosos para saber o que aconteceu depois? Eu também, mas vamos deixar para outras
aulinhas.

AULA 72
Respeito pelas leis

O professor deve perguntar a alguns alunos, indicando-os ao acaso, se têm se lembrado de pedir
desculpas, de usar o “faz favor”, de cumprimentar as pessoas ao encontrá-las e de agradecer pelas
gentilezas que tenham recebido.

Hoje vamos falar sobre as leis brasileiras.


Existem as leis federais que valem para todo o Brasil.
Existem as leis estaduais que valem dentro dos estados, e existem as leis municipais que valem nos
municípios.

Alguém sabe dizer para que servem as leis?


O professor deve estimular respostas.

Antigamente as comunidades estabeleciam regras de conduta para preservar os direitos das pessoas e
para elas saberem quais eram os seus deveres. Só assim seria possível viverem em harmonia entre si.
Hoje, as nações estabelecem suas leis e criam organizações para fazer com que sejam cumpridas.
Quem sabe citar alguma dessas organizações?
O professor deve incentivar respostas.

O Poder Judiciário, as polícias e o sistema carcerário são algumas dessas organizações que foram
criadas para fazer com que as leis sejam cumpridas.
Mas existem também outras leis ou regras de conduta, que são criadas nas empresas, nas escolas e
até mesmo nos lares.
Quem saberia citar alguma dessas regras estabelecidas em sua casa?
O professor deve estimular respostas.

Quem sabe citar alguma dessas regras estabelecidas na escola?


O professor deve estimular respostas.

Quem sabe citar alguma dessas regras estabelecidas na sala de aula?


O professor deve estimular respostas.

AULA 73
Regras de conduta na escola

Para que servem as regras de conduta estabelecidas na escola?


O professor deve estimular respostas.

É na escola que as crianças estudam, aprendendo as matérias e adquirindo os conhecimentos de que


vão precisar durante toda a sua vida.
Para que isso aconteça, para que existam condições boas para os alunos poderem estudar com
tranqüilidade, para o bem de todos, é preciso haver regras, e que elas sejam obedecidas.
Sem leis e sem regramentos, tudo vira bagunça, e com bagunça não se faz nada de bom.
A escola é lugar de aprendizado, por isso é necessário haver um ambiente equilibrado.
As leis foram criadas para definir os direitos e os deveres das pessoas.

Tarefa
Deve-se formar grupos de três ou quatro alunos, para cada grupo elaborar uma regra para o bem
de todos na escola.
OBS:. Sugerimos que a escola crie um mural contendo as idéias que forem elaboradas pelos alunos.
Nesse caso, o professor deve informá-los que essas respostas farão parte de um mural.

AULA 74
Amor universal

O professor deve perguntar a alguns alunos, indicando-os ao acaso, se têm se lembrado de pedir
desculpas, de usar o “faz favor”, de cumprimentar as pessoas ao encontrá-las e de agradecer pelas
gentilezas que tenham recebido.

Quem aqui sabe dizer o que é o amor?


O professor deve incentivar respostas.

Existem muitos tipos de amor. Poderíamos comparar o amor com uma árvore com muitos galhos e
folhas. O tronco representaria o amor universal e os galhos e folhas, os outros tipos de amor.
O amor universal é aquele sentimento generalizado; é como uma fonte que doa suas águas cristalinas
sem perguntar a quem.
Para nós é muito difícil entender esse tipo de amor, porque estamos acostumados a amar nossos pais,
nossos irmãos, amigos, etc.
Exemplos de amor universal nós vamos encontrar nos grandes seres, assim como Jesus, que ama a
humanidade inteira; como Francisco de Assis, que ama a tudo, o Sol, o vento, as pedras, as plantas e os
animais, chamando a todos de irmão e de irmã.
Aqui, no Brasil, temos tido vários exemplos desse tipo de amor, como foi o caso do Betinho. Mesmo
muito doente, ele trabalhou bastante para melhorar as condições de vida das pessoas mais pobres.
Também a irmã Dulce, na Bahia, lutou a vida inteira por um mundo melhor. Cuidou de pessoas doentes,
transformou o galinheiro do convento num albergue para pobres. Construiu farmácia, posto de saúde e
uma cooperativa de consumo. Fundou o Círculo Operário da Bahia, que, além de escola de ofícios,
proporcionava atividades culturais e recreativas. Quase não comia e não dormia. Todo esse sacrifício
resultava em felicidade para ela, porque o amor é a própria força da vida, está em tudo que é bom, que
faz bem e que dá felicidade.
Quem aqui conhece outros modelos de amor universal?
O professor deve incentivar respostas.
OBSERVAÇÃO: Certamente alguns indicarão a mãe ou pai como exemplo, mas cabe aí explicar a
diferença, ou seja, mãe e pai amam seus filhos. É um amor individualizado. Já o amor universal envolve
a tudo e a todos. É como a fonte que oferece suas águas a tudo e a todos, sem indicar endereço para elas.
Os outros tipos de amor têm endereço certo.

AULA 75
Revisão
O professor deve perguntar a alguns alunos, indicando-os ao acaso, se têm se lembrado de pedir
desculpas, de usar o “faz favor”, de cumprimentar as pessoas ao encontrá-las e de agradecer pelas
gentilezas que tenham recebido.

No último episódio da aventura virtual, nós vimos Ruk Pollus implantando condensadores de energia
negativa nas nucas das crianças. Ele acredita que os Praxedinhos, recebendo aquela carga de energia
maléfica, acabariam sendo seus escravos.
De fato, as crianças acordam no dia seguinte muito irritadas, procurando briga. Mas Gil percebe que
havia algo errado, consultando o minimicro e recebe orientação para ir até o computador e conectar-se à
Internet.
Os outros o acompanham, inclusive seu Timón. Na tela surgem imagens da festa do Sol, e com a
intervenção de Seu Timón, eles são de novo sugados por um torvelinho indo parar na Lapônia.

Em outras aulinhas de valores humanos falamos sobre as leis. Alguém ainda se lembra para que
servem as leis?
O professor deve incentivar respostas.

Depois falamos sobre o amor, dizendo que poderíamos compará-lo a uma árvore com muitos galhos
e folhas. O tronco representaria o amor universal e os galhos e folhas, os outros tipos de amor.
O amor universal é aquele sentimento generalizado; é como uma fonte que doa suas águas cristalinas
sem perguntar a quem.
Demos também exemplos de amor universal que podem ser encontrados nos grandes seres, assim
como Jesus, que ama a humanidade inteira; como Francisco de Assis, que ama a tudo, o Sol, o vento, as
pedras, as plantas e os animais, chamando a todos de irmão e de irmã.
Também no Brasil temos tido vários exemplos desse tipo de amor, como foi o caso do Betinho.
Mesmo muito doente, ele trabalhou bastante para melhorar as condições de vida das pessoas mais pobres.
Ainda a irmã Dulce, na Bahia, lutou a vida inteira por um mundo melhor. Cuidou de pessoas doentes,
transformou o galinheiro do convento num albergue para pobres. Construiu farmácia, posto de saúde e
uma cooperativa de consumo. Fundou o Círculo Operário da Bahia, que, além de escola de ofícios,
proporcionava atividades culturais e recreativas. Quase não comia e não dormia. Todo esse sacrifício
resultava em felicidade para ela, porque o amor é a própria força da vida, está em tudo que é bom, que
faz bem e que dá felicidade.
Quem aqui conhece outros modelos de amor universal?
O professor deve incentivar respostas, e, caso algum aluno indique a mãe ou pai como exemplo,
explicar a diferença, ou seja, mãe e pai amam seus filhos, tratando-se, portanto, de um amor
individualizado, enquanto o amor universal envolve a tudo e a todos.

AULA 76
Aventura Virtual - Episódio 15

No último episódio que vimos da aventura virtual dos Praxedinhos, ficamos naquele momento em
que o Seu Timón, para escapar junto com as crianças das garras de Ruk Pollus, clica em cima do trenó que
aparecia na tela do computador, e, com isso, tudo começa a girar e o grupo perde a noção de lugar.
Quando o torvelinho pára, os quatro estão dentro do trenó, daquele que tinham visto no computador.
Seu Timón fala rápido:
– Gilberto, digite no minimicro: CANAL RUK DEL.
Gil fica olhando para ele, sem entender direito. Seu Timón fala em tom de comando.
– Faça logo! Rápido!
Gil obedece, e seu Timón respira aliviado, exclamando:
– Pronto. Conseguimos escapar ao Ruk Pollus!
– Escapar ao Ruk Pollus? – perguntam os três a uma só voz.
– É... nós estávamos na nave do Ruk.
– Bem que eu estava desconfiado! – diz Gilberto.
Teca olha furiosa para o irmão.
– Tô cheia de você, Gil... com esse seu ar de sabe-tudo.
Serginho também se prepara para dizer algo agressivo, mas seu Timón não deixa.
– Parem com isso. Eu acho que o Ruk colocou algum chip em vocês.
Os três perguntam em coro:
– Chip?
O enviado de Ashtarih confirma com a cabeça, e as crianças começam a procurar, apalpando-se.
Serginho, passando a mão na nuca sente algo estranho. Gil vai olhar e com cuidado retira o chip. Os
Praxedinhos se olham espantados. Seu Timón ajuda a retirar os chips de Teca e de Gilberto, enquanto
comenta, com alegre sorriso.
– Eles vão nos procurar em Londres.
– E se desconfiarem que viemos para cá? – indaga Teca.
– Mais cedo ou mais tarde, eles nos encontram... Mas eu estava precisando falar com vocês, sem que
eles soubessem.
As crianças estão preocupadas. Começam a tomar consciência dos riscos que correm. Seu Timón
continua:
– O Ruk está de olho especialmente em vocês.
– Em nós? Por quê? – pergunta Gil.
– Não sei ao certo, mas ele vai fazer jogo duro.
Serginho e Gil olham um para o outro com ar sério. Teca fala com voz de choro.
– E agora? Eu sabia que ia sobrar para nós...
– Deixa de ser boba, Teca – diz Gilberto. – Se não conseguirmos anular o Ruk, vai sobrar para a
humanidade inteira... inclusive para nós.
Teca engole as lágrimas, e seu Timón continua:
– Vocês precisam manter calma e confiar no Comando Solar.
Um silêncio pesado enche o trenó. As crianças olham umas para as outras, como a buscar apoio
mútuo. Por fim Gilberto pergunta:
– O que o Ruk está planejando?
– Parece que ele conseguiu criar uma tecnologia... uma espécie de atalho entre as realidades virtual e
real. Por esse canal ele pretende dominar as mentes e as emoções dos operadores de computador.
Os Praxedinhos levam um susto. A coisa está ficando feia. Gilberto, recuperando-se do susto, diz:
– Mas, então... se ele conseguir isso... vai poder escravizar todas as pessoas que mexem com
computador.
– Isso seria terrível demais! – exclama Teca.
– Desse jeito o mundo está perdido – completa Serginho.
– Calma – diz seu Timón. – O Ruk, para ativar esse atalho, precisa dobrar os seus estoques de
energia negativa. E para isso ele espera contar com vocês, através de programas de rádio e de TV.
– Mas nós nunca faríamos isso – diz Gilberto, convicto.
Seu Timón cofia o bigode, sorrindo de leve.
– Se tivessem continuado com os chips...
Serginho passa a mão pela nuca, onde estivera o chip, e fala com ar sério.
– Mas esse Ruk é mesmo muito perigoso.
– Ele é perigoso, sim - confirma seu Timón. - Mas vocês têm como vencê-lo. Essa, aliás, é a missão
de vocês e das outras equipes de Ashtarih.
Os três estão tensos. Suas fisionomias mostram susto, medo e ansiedade. Olham-se novamente e aos
poucos vão tomando expressão decidida. Teca levanta a mão, como num juramento e fala em tom solene.
– Eu não reclamo mais. E vou trabalhar com tudo que puder... com tudo... até ver os projetos desse
Ruk Pollus destruídos.
Gil também levanta a mão e o tom é solene.
– Para mim, a primeira prioridade da minha vida vai ser essa luta contra Ruk Pollus e seus horríveis
projetos... Até que ele seja vencido.
Serginho também levanta a mão e fala sério:
– Para mim também... Até que ele seja vencido.
Bom, a continuação dessa aventura nós vamos ver qualquer dia desses.

AULA 77
Amor para a Terra

OBSERVAÇÃO: Neste exercício é importante que a professora leia lentamente, dando pequenas
pausas após as reticências.

Vocês se lembram daquele episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, quando as equipes de
crianças estavam reunidas no grande salão e aparece a Ashtarih, informando que representa o Comando do
Sistema Solar?
Que foi que ela disse então?
Ela explicou que as coisas na Terra estão tão ruins, com tanta violência, corrupção, drogas e tudo o
mais, porque milhões de pessoas curtem a violência. Outros tantos são desonestos e gananciosos, e seus
pensamentos e emoções estariam criando, em torno do planeta, uma faixa de energia muito ruim.
Pois bem, nós podemos ajudar a melhorar os ambientes do nosso planeta. Sabem como?
Desenvolvendo sentimentos bons, de amor, de afeto, de paz, de honestidade, etc. Vocês topam?
Então, vamos fechar os olhos e respirar fundo algumas vezes para relaxar. (dez segundos)
Vamos imaginar que estamos numa nave espacial estacionada à grande altura e de onde vemos a
Terra girando lindamente no espaço. (dez segundos)
Pensemos agora com muito amor no nosso planeta, como se o estivéssemos abraçando com muito
carinho. Afinal se trata da nossa casa cósmica, não é?
Pensemos nas belezas da natureza, nas matas verdes... nos oceanos azuis... nas cordilheiras geladas...
nas terras férteis onde são plantados alimentos que nutrem os seres humanos e muitos animais. (dez
segundos)
Vamos envolver a Terra num sentimento de amor e de gratidão. (dez segundos)
Agora vamos abrir os olhos e continuar sentindo esse sentimento tão bom que é o amor, em sua
forma universal.

O professor deve perguntar como se sentiram e quem conseguiu fazer o exercício direitinho.

AULA 78
Pobreza x preguiça

O professor deve perguntar a alguns alunos, indicando-os ao acaso, se têm se lembrado de pedir
desculpas, de usar o “faz favor”, de cumprimentar as pessoas ao encontrá-las e de agradecer pelas
gentilezas que tenham recebido.

Hoje vamos falar sobre a preguiça.


Muitas pessoas vivem na pobreza, passam necessidades, não têm dinheiro para nada, porque, quando
estavam na escola faltavam às aulas, não faziam os deveres e com isso não se prepararam para poder ter
uma profissão melhor quando fossem adultos.
Outros passam necessidades por causa da preguiça, da falta de responsabilidade, ou por causa dos
vícios.
Quantos homens, em vez de procurarem trabalho, ficam pelos bares, bebendo... Muitas pessoas,
quando conseguem um emprego, trabalham alguns dias e depois não mais.
Outros, quando têm um emprego, não se dedicam ao trabalho, fazem mal suas obrigações, chegam
atrasados e acabam demitidos.
Mas quem estuda direitinho, esforçando-se para aprender, quem é responsável e dedicado está
construindo um futuro melhor para si.
Quem não liga para o estudo, falta à aula, não faz os deveres de casa... esse está construindo para si
mesmo um futuro difícil.
O professor deve socializar essa questão mostrando o quanto muitas pessoas acabam sofrendo por
causa da preguiça, da falta de responsabilidade e por causa dos vícios.

AULA 79
Bonito por dentro

O professor deve perguntar a alguns alunos, indicando-os ao acaso, se têm se lembrado de pedir
desculpas, de usar o “faz favor”, de cumprimentar as pessoas ao encontrá-las e de agradecer pelas
gentilezas que tenham recebido. Em seguida, mostrar aos alunos a foto de Gandhi.

Observem esta foto. O que acham, esse homem é feio ou bonito?


O professor deve incentivar respostas.

Se alguém o achou bonito, certamente viu a sua beleza interior, porque Gandhi era fisicamente feio,
mas muito bonito por dentro. Era muito magro, quase raquítico, mas conseguiu levar uma grande nação, a
Índia, a se libertar do jugo da Inglaterra, sem violência, sem pegar em armas. Ele pregou e viveu a não
violência.
Apesar de sua feiúra, quando ficamos conhecendo a nobreza da alma desse homem, a sua luta pela
paz, pela não violência, nós acabamos achando-o bonito. Muito bonito.
É muito importante aprendermos a ver as pessoas além das suas aparências.
Se alguém é realmente bonito por dentro, a aparência pouco importa. O valor da pessoa não está no
seu exterior, mas em sua riqueza interior, nos seus bons sentimentos, nas suas atitudes justas e honestas,
no respeito que tem por si mesma, pelos outros, pelas leis, pela natureza...
Quem de vocês saberia explicar o que é ter respeito por si mesmo?
O professor deve incentivar respostas e socializá-las, lembrando que respeitar a si mesmo é sempre
agir de acordo com a própria consciência.

AULA 80
Revisão

Hoje vamos revisar as últimas aulinhas de valores humanos.

No episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, nós vimos como as crianças, apesar do medo que
sentiam, principalmente a Teca, decidem lutar até vencer o Ruk Pollus e suas más intenções para com o
planeta Terra.
Depois fizemos um exercício de amor para o nosso planeta, para contrabalançar tanto ódio e tanta
agressividade, que estão presentes nas emoções de milhões de pessoas.
Em seguida tivemos uma aulinha sobre a pobreza, a preguiça, os vícios e a falta de responsabilidade.
Vamos agora rever quatro razões por que muitas pessoas são pobres e passam necessidades.
1 – Quando eram crianças não ligaram para o estudo: faltaram à aula, não fizeram os deveres de casa
e, com isso, não fizeram os estudos necessários, não se prepararam para poder ter uma profissão melhor
quando fossem adultos.
2 – Outros passam necessidades por causa da preguiça, da falta de responsabilidade, ou por causa
dos vícios. Quantos homens, em vez de procurar trabalho, ficam pelos bares, bebendo...?
3 – Outras pessoas, quando conseguem um emprego, trabalham alguns dias e depois não mais.
4 – Outros ainda, quando têm um emprego, não se dedicam ao trabalho, fazem mal suas obrigações,
chegam atrasados e acabam demitidos.
Mas quem estuda direitinho, esforçando-se para aprender, quem é responsável e dedicado está
construindo um futuro melhor para si.

Em outra aulinha mostramos a foto de Gandhi, um homem feio por fora mas muito bonito por
dentro.
Algum de vocês se lembra do que significa ser bonito por dentro?
O professor deve incentivar respostas e socializá-las.

AULA 81
Aventura Virtual - Episódio 16

No último episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, nós vimos como eles conseguem escapar
da nave de Ruk Pollus e vão parar na Lapônia, uma região gelada que ocupa o norte da Noruega, da
Suécia e da Finlândia.
Vimos também como as crianças fazem um juramento de não descansar enquanto não conseguirem
destruir os tenebrosos planos de Ruk.
Mal acabam de falar, ouve-se lá fora um som estranho, como se fossem toques de trombeta. Os
primeiros raios do Sol já começam a emitir leves reflexos na cabeça da imensa estátua de gelo, cercada
pelos animais. Todos permanecem em silenciosa expectativa, e, antes que alguém consiga fazer qualquer
comentário, os lábios da estátua parecem mover-se e uma voz grave, como se saísse das entranhas da
terra, ressoa naquelas vastidões geladas com ecos estranhos:
– Nobres cavalheiros e belas damas do reino animal, sejam bem-vindos à festa do Sol. Em breve o
astro-rei vai mostrar-se a nós por alguns instantes; então, a calota polar irá tremer com a vibração das
nossas vozes reunidas, saudando o grande rei da luz e da vida, o Sol.
O platô da montanha estremece com as vozes dos animais, concordando com o que foi dito. A
estátua de gelo continua:
– Mas, enquanto aguardamos e conforme rezam nossas tradições, façamos um pensamento fraterno
para o rei da criação: o ser humano.
Os ocupantes do trenó estão mais do que espantados. De repente, Teca dá um pinote.
– Gente, vamos aproveitar essa energia...
– Aproveitar, como?... para quê? – perguntam os outros.
A garota arregala os olhos.
–Vocês não entenderam? São milhares de animais fazendo uma vibração de fraternidade. Vamos
multiplicar essa energia. Não é essa a nossa missão?
– É mesmo! – exclama Gilberto. – Energia boa que vai queimar uma parte da energia ruim das
reservas do Ruk...
Teca apanha a pedrinha cor-de-rosa, segurando-a na mão. Serginho coloca a mão sobre a dela, em
seguida seu Timón e por último Gilberto, e todos fecham os olhos para melhor poderem concentrar-se.
A estranha voz da estátua volta a falar:
– Nós, os animais, considerados bichos, feras... já somos capazes de nos reunir numa assembléia
fraterna uma vez por ano. Nestas duas horas nenhum de nós faz um mau pensamento a respeito dos outros.
Ninguém tem um gesto indelicado. Todos somos atenciosos e afáveis, educados e prestativos. Pergunto-
lhes: quando será que o homem, rei da criação, conseguirá viver um só minuto de fraternidade?... Agora,
irmãos, vamos fazer silêncio enquanto aguardamos o primeiro toque dos raios do Sol.
No trenó, os quatro estão tão concentrados que não percebem quando uma escura e cabeluda mão se
coloca sobre as deles.
Do horizonte, cor de fogo, os raios do Sol começam a iluminar o platô e os animais que o lotam.
Ouve-se de novo a voz, cujos ecos percorrem as montanhas:
– Sol... luz que nos alumia, calor que nos aquece, energia que nos vivifica, sê bem-vindo. Traz tua
luz e calor a estas regiões de gelo e penumbra, aquecendo também os corações dos animais... e dos
homens.
Ouve-se então, como se fosse num rugir de tempestades, milhares de animais gritando a uma só voz:
– SALVE O SOL!... SALVE O SOL!
Os quatro abrem os olhos, paralisados de espanto. Gilberto esfrega a testa e exclama:
– Nunca pensei que pudesse existir uma coisa...
Não conclui a frase. Fica parado, olhando com olhos esbugalhados a escura e cabeluda mão colocada
sobre a sua. Todos os olhares voltam-se para aquela mão, seguindo pelo braço até a cara amigável de um
enorme chimpanzé, colocado bem atrás de Gilberto.
Vocês estão curiosos para saber o que vai acontecer? Eu também, mas hoje vamos ficando por aqui.
Outro dia voltamos a essa narrativa.

AULA 82
Amizade

O professor deve perguntar a alguns alunos, indicando-os ao acaso, se têm se lembrado de pedir
desculpas, de usar o “faz favor”, de cumprimentar as pessoas ao encontrá-las e de agradecer pelas
gentilezas que tenham recebido.

No último episódio da aventura virtual, vimos como aquela gigantesca estátua de gelo fazia uma
saudação ao Sol e um apelo para que aquecesse os corações dos animais e também dos homens.
É claro que tudo isso saiu da imaginação de quem escreveu essa aventura, mas mostra uma
realidade, a frieza de grande parte dos seres humanos.
Hoje a maioria das pessoas só quer se dar bem e os outros que se danem. São pessoas egoístas que só
pensam em si mesmas. São criaturas que não fazem por merecer a gratidão de alguém. Mas um dia elas
vão se sentir sozinhas, sem ter a quem recorrer numa dificuldade.
A vida é assim como um caminho. Na ida plantamos as nossas sementes e na volta colhemos o
resultado do que semeamos.
As pessoas fraternas, que sempre procuram ajudar quem está no sufoco, criam laços de amizade e de
gratidão. Isto é muito bom.
Também é muito bom saber que ajudamos uma pessoa quando ela se encontrava num momento de
aflição ou de necessidade. É muito confortador saber que fomos úteis. Vocês não acham?
O professor deve incentivar respostas.

Os atos de bondade que praticamos, o bem que fazemos, nunca se perdem. São ações que fazem bem
a nós mesmos. Também há inúmeras situações em que uma pessoa, num momento de aflição, recebe uma
ajuda inesperada de alguém a quem ajudou algum dia.
É bom sentir que outras pessoas gostam de nós, por nossos próprios valores, pelas nossas ações.
Existem muitas amizades por aí que não são verdadeiras. A pessoa se enturma num grupinho e logo
vai achando que são seus amigos, mas não são.
Amigo é aquela pessoa com quem podemos falar sobre nós mesmos, sobre os nossos problemas,
contar nossas tristezas e nossas alegrias...
Amigo é aquele com quem sabemos que podemos contar numa necessidade; é aquele que nos
procura quando está triste, precisando de colo...

Tarefa de casa
O aluno deve analisar as pessoas com quem convive e contar quantos amigos de verdade possui.

AULA 83
Boa educação e solidariedade

Quem fez a tarefa de casa orientada na última aula?


Quem fez aquela relação de quantos verdadeiros amigos possui?
O professor deve incentivar respostas, sem que as crianças citem nomes, apenas números; socializar
essa questão, incentivando as crianças a construírem amizades verdadeiras, através da boa educação e
da solidariedade.
Em seguida, olhar para qualquer criança e, chamando-a pelo nome, perguntar carinhosamente
como está, se está bem de saúde, alimentando-se direitinho, etc., mostrando interesse por ela.

Vocês observaram como uma atitude assim é simpática?


Quando cumprimentamos as pessoas mostrando interesse por elas, estamos sendo simpáticos.
Quando pedimos desculpas ao perceber que incomodamos alguém, quando pedimos licença para
passar ou agradecemos pelos favores que nos façam, estamos sendo educados.
As pessoas educadas sempre são melhor aceitas em qualquer lugar.

AULA 84
Comeu os biscoitos dele

Certo dia Aurora estava à espera de seu vôo, na sala de embarque de um aeroporto. Como deveria
esperar por algumas horas, resolveu comprar um livro para matar o tempo. Também comprou um pacote
de biscoitos. Sentou-se numa poltrona na sala vip do aeroporto para que pudesse descansar e ler em paz.
Ao seu lado, sentou-se um homem.
Quando ela pegou o primeiro biscoito, o homem também pegou um. Aurora sentiu-se indignada, e
pensou: “Mas que ‘cara-de-pau’".
A cada biscoito que Aurora pegava, o homem também pegava um. Aquilo a deixava tão indignada
que não conseguia reagir.
Restava apenas um biscoito e ela pensou: “O que será que o ‘abusado’ vai fazer agora?”
Então, o homem pegou o biscoito, dividiu-o ao meio, deixando a outra metade para ela. Aquilo a
deixou bufando de raiva. Pegou o livro, a bolsa e se dirigiu ao embarque.
Já no avião, olhou dentro da bolsa e ficou desagradavelmente surpreendida, o pacote de biscoito
estava lá, ainda intacto.
Que vergonha!
Ela é que estava errada, pois os biscoitos que comeu eram os daquele homem e não os dela. Mas o
pior é que tinha sentido muita raiva dele, chamando-o mentalmente de abusado e de “cara-de-pau”, e
agora não havia mais como desculpar-se. O homem não embarcara naquele avião.
Pensou entristecida na diferença entre ela e aquele homem, pois, enquanto ela bufava de raiva, sem
razão, ele, sem se aborrecer, deixou que ela comesse os seus biscoitos.

O professor deve socializar a discussão, lembrando que muitas vezes somos nós que estamos
comendo os biscoitos dos outros, e não temos consciência disto.

AULA 85
Revisão

O professor deve perguntar a alguns alunos, indicando-os ao acaso, se têm se lembrado de pedir
desculpas, de usar o “faz favor”, de cumprimentar as pessoas ao encontrá-las e de agradecer pelas
gentilezas que tenham recebido.

Vocês se lembram do último episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, quando aquela gigantesca
estátua de gelo fazia uma saudação ao Sol e um apelo para que aquecesse os corações dos animais e
também dos homens?
Essa aventura é imaginária, mas mostra uma realidade, a frieza do ser humano.
Hoje a maioria das pessoas só quer se dar bem e os outros que se danem. São pessoas egoístas que só
pensam em si mesmas. São criaturas que não fazem por merecer a gratidão de alguém. Mas um dia elas
vão se sentir sozinhas, sem ter a quem recorrer numa dificuldade.
Os atos de bondade que praticamos e o bem que fazemos nunca se perdem. São ações que fazem
bem a nós mesmos.
É muito bom sentir que outras pessoas gostam de nós, por nossos próprios valores, pelas nossas
ações.
Existem muitas amizades por aí que não são verdadeiras. A pessoa se enturma num grupinho e logo
vai achando que são seus amigos, mas não são.
Amigo é aquela pessoa com quem podemos falar sobre nós mesmos, sobre os nossos problemas,
contar nossas tristezas e nossas alegrias...
Amigo é aquele com quem sabemos que podemos contar numa necessidade; é aquele que nos
procura quando está triste, precisando de colo...

Em outra aulinha nós vimos o quanto é importante sermos educados e atenciosos com os outros.
Contamos também a história daquela jovem, a Aurora, que comeu os biscoitos do homem que estava
sentado ao seu lado, acreditando que eram os dela.
Vocês se lembram de como ela ficava com raiva toda vez que o homem pegava um biscoito, e de
quanto ficou envergonhada quando descobriu que aqueles biscoitos não eram os dela, mas do homem de
quem ela havia pensado tanto mal?
Ficou muito arrependida, mas aí já era tarde e não teria mais como se desculpar.

O professor deve socializar a discussão, lembrando que muitas vezes, em nossa vida, nós é que
estamos comendo os biscoitos dos outros, e não temos a consciência disto.

AULA 86
Aventura Virtual - Episódio 17

No último episódio da aventura virtual, nós ficamos naquele ponto em que os Praxedinhos assistem à
festa do Sol, na Lapônia.
Vocês se lembram de que Teca tem uma idéia brilhante? Ela chama os companheiros para dinamizar
a energia das boas emoções dos milhares de animais que se encontram ali, ajudando com isso a eliminar
boa quantidade de energias ruins dos reservatórios de Ruk Pollus.
Ao abrir os olhos, topam com a presença de um enorme chimpanzé dentro do trenó.
Teca, quase sufocada de medo, tenta abrir a portinhola do trenó. Seu Timón a impede, dizendo:
– Lá fora, Teca, pode ser bem mais perigoso. As duas horas de paz podem estar esgotadas.
O chimpanzé, como se entendesse, bate palmas alegremente.
O grupo relaxa, menos Teca, encolhida num canto o mais longe possível do animal. Gil, primeiro
com medo, depois mais despreocupado, estende a mão para o macaco, que a segura.
– Bom dia, seu macaco... – diz Gilberto, ainda meio assustado. – Tudo bem?
O chimpanzé faz-lhe um cafuné com a outra mão. Gil fica encantado com aquele gesto e trata de
fazer as apresentações.
– Eu sou Gilberto... Este aqui é seu Timón, e estes dois são meus irmãos, Teca e Serginho.
O animal olha para Teca, que fala num fio de voz:
– Botem esse bicho para fora! Ele está olhando para mim... eu não confio nele...
– De jeito nenhum! – exclama Gil. – Ele é meu amigo... Ele é meu...
Olha para Serginho e seu Timón como a pedir que concordem. De repente, lembra-se de algo que
poderá ajudá-lo. Segura na mão do bicho e diz com ênfase:
– Ele já é do nosso grupo. Não viram? Ele também participou do nosso trabalho há pouco.
Seu Timón sorri do expediente usado por Gil e diz:
– Por mim... sem problemas.
– Por mim também – concorda Serginho.
– Isso é um complô! – exclama Teca. – Esse bicho botou a mão sobre as nossas, sem nem saber o
que fazia.
Percebendo que havia ganho a parada, Gilberto afirma:
– Pois eu tenho certeza de que ele sabia.
Olha carinhoso para o macaco e diz:
– Vou chamá-lo de Migão... Não é, Migão?
Nesse momento, ouve-se um ruído esquisito, como o bater de asas gigantescas. Seu Timón olha para
fora, dizendo:
– É um pássaro gigante... imenso!
Mal acaba de falar, o trenó é violentamente arrancado do solo, começando a voar, subindo
rapidamente.
– Cuidado! – grita o enviado de Ashtarih. – Não abram a porta, senão podemos cair.
As crianças estão assustadas. Migão parece divertir-se, e seu Timón, sentado junto à janelinha,
informa:
– Estamos viajando para o sul. Devemos estar a uns mil metros de altura.
Aquela estranha nave, um trenó propulsionado a águia, vai sobrevoando primeiro as regiões geladas
da Lapônia, passando a outras menos frias. Viaja sobre campos, florestas, cidades, mar... Gil e Serginho,
depois do susto inicial, estão encantados com a aventura. Teca permanece calada, com os olhos
arregalados pelo medo. De repente, lembra-se de algo.
– Por que não pedimos socorro no minimicro?
– Para pedir socorro, é preciso os três estarem de comum acordo - informa seu Timón.
– Eu acho que não precisa pedir socorro – diz Serginho.
– Eu também acho – confirma Gilberto.
– Será que vocês só sabem ser do contra? – explode Teca. – Nós estamos num bruto de um sufoco e
vocês não estão nem aí...
Gilberto fica pensativo. Olha para seu Timón como quem quer perguntar, mas desiste. Seu Timón
sorri embaixo dos bigodes grisalhos.
– Por que não pergunta?
Gil, apanhado de surpresa, indaga:
– Será que aquela ação, lá com os animais... valeu?
Seu Timón responde em tom sério.
– Não lembram do que disse Ashtarih? É claro que valeu... e muito. Aliás, vocês estão fazendo um
excelente trabalho.
As crianças sorriem satisfeitas com o elogio. Seu Timón conclui:
– Por isso o Ruk vai pegar ainda mais pesado com vocês.
Os Praxedinhos murcham em seu entusiasmo. Um elogio assim é bom, mas acompanhado daquela
ameaça de perigo...

Bem, o episódio de hoje termina aqui, mas vamos procurar lembrar que todo amor, todo afeto que
nós desenvolvemos representa algo benéfico para nós mesmos e também para o nosso planeta.

AULA 87
Mariazinha x responsabilidade

O professor deve perguntar a alguns alunos, indicando-os ao acaso, se têm se lembrado de pedir
desculpas, de usar o “faz favor”, de cumprimentar as pessoas ao encontrá-las e de agradecer pelas
gentilezas que tenham recebido.

Mariazinha tem uma idéia genial. Iria organizar uma pecinha de teatro na escola sobre
responsabilidade.
Com as idéias fervendo na mente, convida duas colegas, a Nicinha e a Joana, para escreverem o
roteiro da peça junto com ela. As três, encantadas com a idéia, trabalham muito e conseguem. O roteiro da
pecinha fica pronto e muito bom. Muito animadas, falam com a diretora da escola que gostou muito da
idéia e já marca a data da apresentação.
As meninas convidam o Lúcio, um colega de classe, para fazer o papel masculino da peça e os
ensaios têm início no mesmo dia.
Na véspera do dia marcado para a apresentação da pecinha, Lúcio não comparece ao último e
decisivo ensaio. Telefonam, mas ele não está em casa. Havia saído com uns amigos.
As meninas ficam desesperadas, porque o papel do Lúcio, apesar de pequeno, é fundamental.
E agora? Que fazer? Por causa da falta de responsabilidade do Lúcio teriam de cancelar a peça, justo
agora, quando todos os pais de alunos já tinham sido convidados e está tudo pronto, inclusive os cenários.
Só falta mesmo o último e decisivo ensaio.
Como pode ser uma coisa dessas? Por causa de um irresponsável, tanto trabalho e tantos sonhos
iriam água abaixo.
Nicinha levanta a cabeça e diz:
- Não vai ser por causa desse Lúcio que vamos cancelar a peça. Acho que meu irmão poderia fazer.
Ele tem muita facilidade para decorar textos e já participou de várias peças.
Bem, o problema fica resolvido e a peça é um sucesso, mas... como fica o Lúcio nesse contexto?

O professor deve socializar a discussão enfocando as conseqüências da falta de responsabilidade.

OBS.: Para a aula seguinte, deve-se providenciar folhas de papel, na mesma quantidade de alunos.
Podem ser pedaços pequenos, folhas arrancadas de revistas, etc.

AULA 88
Pessoas são como uma folha de papel

O professor deve perguntar a alguns alunos, indicando-os ao acaso, se têm se lembrado de pedir
desculpas, de usar o “faz favor”, de cumprimentar as pessoas ao encontrá-las e de agradecer pelas
gentilezas que tenham recebido; entregar a cada criança uma folha de papel, pedindo que a amasse até
fazer um bolinho.

Pois bem, quando ofendemos alguém, acontece o mesmo que com esses pedaços de papel que vocês
amassaram. A amizade, o carinho e a confiança ficam amarrotados.
Digamos, então, que estão arrependidos e vão pedir desculpas a essa pessoa. Aí acontece o mesmo
que à folha de papel. Para desamassá-la, é preciso alisar muito, muito...
Agora procurem lembrar se alguma vez ofenderam alguma pessoa e depois se arrependeram e foram
pedir desculpas.
O professor deve socializar a discussão.

AULA 89
Causa e efeito

Há uma lei universal conhecida como de causa e efeito, ou seja, todo efeito sempre tem uma causa.
Baseados nessa lei, os grandes mestres da humanidade e os fundadores das grandes religiões da
Terra ensinaram uma regra: “Só fazer aos outros o que quiser que os outros lhe façam”.
Vejam só que coisa mais simples, não é?
Quando a humanidade obedecer a essa lei tão simples, não haverá miséria, nem tanta coisa ruim que
a gente vê todos os dias acontecendo por aí.
Mas, quando pensamos em só fazer aos outros o que gostaríamos que eles nos fizessem, é necessário
nos colocarmos no lugar deles.
Digamos que você gosta de fazer pouco caso do seu coleguinha, porque ele é muito pobre, não tem
um celular e nunca jogou “video game”. Então, antes de fazer pouco caso dele, imagine que o pobre é
você; que seu pai foi embora e sua mãe trabalha muito para sustentar a família; que o dinheiro é tão pouco
que só dá, mal e mal, para comprar comida e pagar o aluguel da casinha onde você mora.
Pense nas muitas dificuldades que precisa enfrentar para poder estudar e que, logo, logo vai ter de
trabalhar vendendo bombom nas ruas para ajudar a mãe...
Assim, se você se colocar no lugar do outro, vai procurar ajudá-lo, em vez de criticá-lo ou maltratá-
lo, não é verdade?
Vamos fazer um exercício?
Vamos todos fechar os olhos e respirar fundo algumas vezes para relaxar.
Agora cada um vai pensar numa pessoa de quem faz pouco caso. (dez segundos)
Agora vai pensar como seria se estivesse no lugar dessa pessoa. (um minuto)

O professor deve socializar.

AULA 90
Revisão
Hoje vamos revisar nossas últimas aulinhas de valores humanos.

Vocês se lembram daquela narrativa sobre a Mariazinha e da sua idéia de fazer uma pecinha de
teatro na escola?
Pois bem, nós vimos como ela e as colegas se esforçaram para fazer o roteiro, os ensaios, o cenário e
todo o necessário para a apresentação da peça, mas o Lúcio simplesmente não compareceu ao último e
decisivo ensaio. Havia saído com uns amigos.
As meninas ficaram desesperadas porque o sonho delas estava indo por água abaixo, por causa de
um irresponsável.
Felizmente elas conseguiram um substituto de última hora. O problema ficou resolvido e a peça foi
um sucesso, mas... e o Lúcio?
Imaginem o quanto ele deve ter-se arrependido da sua falta de responsabilidade. Além de ter criado
um grande problema para as colegas, perdeu a credibilidade. Ninguém mais confiava nele.

E vocês? Quem aqui acha que tem responsabilidade em suas ações levante a mão, mas não vale
enganar, pois, quando alguém pensa que engana os outros, está enganando em primeiro lugar a si mesmo,
ou seja, está mentindo para si mesmo.
O professor deve socializar a discussão.

Em outra aulinha falamos sobre uma lei universal conhecida como de causa e efeito. Baseados nessa
lei, os grandes mestres da humanidade e os fundadores das grandes religiões da Terra ensinaram uma
regra: “Só fazer aos outros o que gostaria que os outros lhe fizessem”.
Dessa forma, é muito simples saber o que devemos e o que não devemos fazer. Para isso, basta
imaginar que estamos no lugar do outro.

O professor deve socializar a discussão.

AULA 91
Aventura Virtual - Episódio 18

No último episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, nós vimos Seu Timón, as crianças e o gorila
naquela viagem aérea num trenó impulsionado a águia, sempre em direção ao sul.
A tarde já caminha para o crepúsculo, quando um solavanco deixa o trenó imóvel, enquanto o bater
de asas do pássaro vai se distanciando até desaparecer.
Seu Timón espia pela janelinha.
– Parece que pousamos. É melhor eu ver primeiro, antes de vocês descerem.
Abre a porta do trenó e olha para fora.
– É... acho que estamos no ninho daquele bicho.
Todos desembarcam, inclusive Migão. Estão no topo de um alto penhasco. Teca fala num gemido:
– E se a águia voltar e quiser... nos jantar?
– Acho mais fácil ela querer nos adotar – brinca Serginho. – Aí a Teca vai ser filhote de águia... uma
aguiazinha sem asas.
Teca olha para o irmão com os olhos muito arregalados, mas, antes que diga qualquer coisa, seu
Timón dá uma informação ainda mais assustadora.
– Deve ter cobra por aqui. É bom ter cuidado.
– Não brinque com a gente, seu Timón – pede a menina, quase em pânico. – Se aqui tem cobra, eu
vou embora de qualquer jeito. Eu morro de medo...
– Só se pedir carona para a águia – interrompe Serginho. Acho que vamos acabar mesmo é dividindo
o trenó com as cobras.
Teca está tão apavorada que Gilberto fica com pena.
– É conversa deles, maninha. Não se preocupe que a gente dá um jeito de sair. Aliás, daquele lado
ali, acho que dá para descer. O Serginho vai na frente e, se tudo der certo... aí a gente também desce.
Serginho pergunta com ar desconfiado.
– Por que eu na frente?
– Porque você é o mais gordinho. E se, em vez de um caminhozinho encontrar uma caidazinha... não
vai nem se machucar. Então, a gente resolve se desce ou fica aqui.
Serginho, tão acostumado a rir de tudo, não percebe a brincadeira de Gilberto e comenta, magoado:
– Eu pensei que vocês gostassem mais de mim.
Gil dá-lhe um tapinha amigável.
– Estou brincando, seu bobo. Se a gente tiver que dar o “mergulho”, vamos todos juntos... Não
somos irmãos?
Serginho sorri, satisfeito. Gosta dos irmãos e de sentir-se amado por eles. Enquanto isso, Migão,
como se entendesse, aproxima-se da beira do precipício e, com sua mímica especial, mostra que por ali dá
para descer. De fato, se conseguissem uma corda...
– Será que no trenó não tem alguma corda? – pergunta Serginho.
– É mesmo! – exclama Gil. – Vamos ver.
Não havia exatamente o que eles queriam, mas, com algumas rédeas de rena, conseguem fabricar
uma corda razoável e, dez minutos mais tarde, preparam-se para descer. Teca, medrosa como sempre,
esfrega os olhos, choramingando:
– Não sei o que é pior: ficar aqui em cima com as cobras ou descer por essa cordinha.
– Eu vou primeiro – diz Gilberto. – Vocês vão ver como é moleza.
Mal acaba de falar, ouve-se um ruído como se uma tempestade estivesse se aproximando. Olham e
um grito sai de todas as gargantas. A águia gigante está voltando para o ninho. Sem tempo para mais nada,
Gilberto começa a descer pela corda improvisada seguido pelos outros. Felizmente alguns arbustos que
crescem nas encostas os escondem da águia, que fica voando em torno dos rochedos a sua procura.
O grupo chega embaixo com alguma dificuldade e alguns poucos arranhões, mas o que importa é
estar a salvo.
– Arre! - exclama seu Timón. – Quase que ela nos pega. Escapamos por pouco...
Mas a alegria do grupo logo se transforma em aflição. Como se esperassem por eles, vários nativos
surgem do meio das árvores, amarrando-os rapidamente.
– Será que pulamos da frigideira para o fogo? – pergunta Serginho, que, até numa circunstância
como essa, não perde seu jeito brincalhão.
Três nativos truculentos levantam as crianças carregando-as sobre os ombros, e aquela estranha
procissão parte rumo à planície.

Este episódio termina aqui, mas voltamos em breve para ver como continua essa aventura virtual dos
Praxedinhos.

AULA 92
Palavrões

Marcelo era um menino muito inteligente e tinha bom coração, mas gostava de irritar os outros e
tinha também a mania de dizer palavrões.
Marcelo sabia que não se deve dizer palavrões, mas ele acabava sempre soltando alguns no meio de
uma frase.
Certa noite, seu pai lhe disse:
– Meu filho, você tem uma noção muito clara do que é certo e do que é errado. Por que você escolhe
sempre fazer a coisa errada?
– Ah, pai. É só brincadeira – respondeu. – Os outros sabem que eu estou brincando. Não faço para
ofender. Quanto aos palavrões, é só o meu jeito descolado, não faço com intenção agressiva e só faço nas
horas adequadas. Como o senhor mesmo disse, sei o que é certo e errado, e posso parar de fazer o errado a
hora que eu quiser.
– Cuidado, filho – respondeu o pai. – Costume de casa vai à praça. Além do mais, devemos
aproveitar sempre as oportunidades de fazer o que é certo.
– Fica tranqüilo, pai – respondeu Marcelo. – Eu só quero aproveitar o meu tempo de criança.
Quando ficar adulto, eu paro.
No dia seguinte, quando estava atravessando a rua para ir ao colégio, Marcelo foi atropelado e bateu
com a cabeça. Ele não tinha se machucado muito, mas havia perdido a memória. Como não se lembrava
do caminho de casa, ficou perdido. As pessoas em volta tentaram ajudá-lo, mas Marcelo as assustava e as
ofendia, falando palavrões absurdos e tratando-as de maneira jocosa. Mesmo com pena do menino,
ninguém queria levar para casa, nem mesmo por uma noite, uma criança tão desbocada e zombeteira.
Marcelo acabou dormindo na rua, triste e solitário.
No dia seguinte acordou assustado em sua própria cama, chorando de soluçar. Tudo não havia
passado de um sonho ruim.
Seu pai, que acordou com o choro do filho, foi vê-lo. Marcelo contou o sonho ao pai, que lhe disse:
– Filho, acho que deu para você perceber como são importantes os costumes que adquirimos. Eles
são assim como o nosso cartão de visitas em qualquer lugar. Nós temos inteligência para escolher entre o
certo e o errado, mas devemos também compreender que é importante gravar essas escolhas na alma para
o caso de nos faltar inteligência algum dia.
A partir daquela noite, Marcelo mudou completamente. Também pudera, não é? Depois de um sonho
daqueles...

O professor deve socializar a discussão focando a questão dos maus hábitos, que sempre acabam
dando problemas e que torna antipáticas as pessoas que os cultivam.

AULA 93
A lebre e a tartaruga

O professor deve perguntar a alguns alunos, indicando-os ao acaso, se têm se lembrado de pedir
desculpas, de usar o “faz favor”, de cumprimentar as pessoas ao encontrá-las e de agradecer pelas
gentilezas que tenham recebido.

Esopo foi um homem que viveu há mais de 2.500 anos. Ele contava muitas fábulas.
Vocês sabem o que é uma fábula, não sabem? É um conto, uma lenda que sempre traz algum
ensinamento.
Pois bem, uma das fábulas de Esopo é sobre a Lebre e a Tartaruga.
Vocês sabem o que é uma lebre, não sabem? É um animal parecido com um coelho, mas maior e
mais rápido.
Um dia a Lebre fez pouco caso da Tartaruga, por causa das suas perninhas tão curtas e pelo fato de
ela ser tão lenta.
Mas a Tartaruga não se aborreceu. Sorriu e disse:
– Você pensa que é rápida como o vento, mas eu a venceria numa corrida.
A Lebre, como é natural, considerou essa afirmação algo impossível e aceitou o desafio.
Convidaram, então, a Raposa para servir de juiz, escolher o trajeto e o ponto de chegada.
No dia marcado a Lebre e a Tartaruga partiram juntas para a grande corrida.
A Tartaruga, com seu passo lento mas firme, caminhava sem parar. Já a Lebre estava tão confiante
na própria velocidade, tão certa de que ganharia facilmente aquela corrida que, lá pelas tantas, se deitou à
beira da estrada para um cochilo. Ao despertar, percebeu que a Tartaruga já ia cruzar a linha de chegada.
Correu o quanto pôde, mas não conseguiu. A Tartaruga já havia vencido a corrida.

Essa fábula nos mostra que o importante é o zelo e a persistência com que fazemos alguma coisa.
Também há um ditado muito sábio que expressa bem essa realidade: “Devagar se vai ao longe”.

O professor deve socializar a discussão.

AULA 94
Martin Luther King Jr.

Quem de vocês já ouvir falar em Martin Luther King?


O professor deve incentivar respostas.

Na metade do século passado, a situação dos negros no sul dos Estados Unidos era muito ruim,
porque eram discriminados pelos brancos. Eles eram proibidos de entrar em certos restaurantes e lugares
públicos. Crianças negras não podiam freqüentar as mesmas escolas que as brancas, e um homem negro
podia até ser assassinado se olhasse para uma mulher branca ou conversasse com ela.
Os negros não tinham direito a voto nas eleições, e nos ônibus eles só podiam ocupar os assentos do
fundo dos veículos. Se o ônibus estivesse lotado, os negros que estivessem sentados tinham que se
levantar para ceder seus lugares aos brancos.
Eles eram freqüentemente humilhados e agredidos por racistas brancos.
Coisa triste é ver seres humanos tratando outros seres humanos com tanta crueldade, só porque a cor
da pele é diferente, não é?
Em 1955, na cidade de Montgomery, no estado do Alabama, uma mulher negra, Rosa Parks, recebeu
ordem de um motorista de ônibus para ceder seu assento a um passageiro branco. Ela se recusou e por isso
foi presa.
Esse incidente levou a população negra a organizar um boicote: durante um ano, os negros de
Montgomery se recusaram a utilizar os ônibus da cidade.
Eles andavam a pé, de bicicleta, como podiam, mas não entravam num ônibus.
Vejam só que coisa importante: os negros encontraram uma forma de lutar sem violência contra
aquela situação, e quem coordenou essa e muitas outras lutas pelos seus direitos foi o advogado e pastor
da Igreja Batista, que também era negro, Martin Luther King Jr.
Esse homem liderou protestos contra a discriminação racial sem empregar violência, mas foi preso,
sua família foi ameaçada de morte e sua casa foi destruída.
Em 1964 ganhou o Prêmio Nobel da Paz, devido a sua luta pacífica pelos direitos humanos e de
forma especial dos negros americanos.
Em 1968 foi baleado e morto por um branco. Seu assassino foi preso e condenado a 99 anos de
prisão.
Martin Luther King Jr. foi uma pessoa admirável.

AULA 95
Revisão

Hoje vamos rever algumas das nossas últimas aulinhas de valores humanos.
Lembram-se do caso daquele garoto, o Marcelo, que gostava de irritar os outros e dizer palavrões?
Pois bem, certa noite seu pai conversou sério com ele sobre essa questão, e Marcelo respondeu
dizendo que irritar os outros era só brincadeira e, quanto aos palavrões, era o jeito descolado dele, que
concluiu, dizendo:
– Como o senhor mesmo disse, sei o que é certo e errado e posso parar de fazer o errado a hora que
eu quiser.
O pai voltou a adverti-lo com um ditado popular que diz: “Costume de casa vai à praça”. Isso quer
dizer que nossos hábitos nos acompanham. Disse também que é importante aproveitar sempre as
oportunidades de fazermos o que é certo.
Naquela noite Marcelo sonhou que era atropelado e, por ter batido com a cabeça, perdera a memória.
Como não se lembrava do caminho de casa, ficou perdido. As pessoas em volta tentaram ajudá-lo, mas
Marcelo as assustava e as ofendia, falando palavrões absurdos e tratando-as de maneira jocosa, irônica.
Mesmo com pena do menino, ninguém quis levá-lo para casa, nem por uma noite. Com isso, Marcelo
acabou dormindo na rua, triste e solitário.
Pela manhã acordou assustado em sua própria cama, chorando de soluçar. Seu pai, depois de ouvi-lo
contar o sonho, advertiu:
– Filho, acho que deu para você perceber como são importantes os costumes que adquirimos. Eles
são assim como o nosso cartão de visitas em qualquer lugar. Nós temos inteligência não só para escolher
entre o certo e o errado, mas também para compreender que devemos gravar essas escolhas na alma para o
caso de nos faltar inteligência algum dia.
A partir daquela noite, Marcelo mudou completamente. Também pudera, não é? Depois de um
sonho daqueles...

Também vimos a fábula da lebre e da tartaruga, lembram?


A Lebre fez pouco caso da Tartaruga, por causa das suas perninhas muito curtas e pelo fato de ela
ser tão lenta. Mas a Tartaruga não se aborreceu e propôs uma corrida, garantindo que ganharia.
No dia marcado a Lebre e a Tartaruga partiram juntas para a grande corrida.
A Tartaruga, com seu passo lento mas firme, caminhava sem parar. Já a Lebre estava tão confiante
na própria velocidade, tão certa de que ganharia facilmente aquela corrida que, lá pelas tantas se deitou à
beira da estrada para um cochilo. Ao despertar, percebeu que a Tartaruga já ia cruzar a linha de chegada.
Correu tanto quanto pôde, mas não conseguiu. A Tartaruga já havia vencido a corrida.

Essa fábula nos mostrou que o importante é o zelo, é a persistência com que fazemos alguma coisa.
Falamos também sobre um homem admirável, o pastor norte-americano Martin Luther King Jr., que
dedicou sua vida a lutar pelos direitos dos negros no seu país, pois eles sofriam muito com a discriminação
racial.
Apesar de todos os protestos liderados por Martin Luther King serem pacíficos, sem violência, ele
foi preso, sua família foi ameaçada de morte e sua casa foi destruída.
Em 1964 ganhou o Prêmio Nobel da Paz.
Em 1968 foi baleado e morto por um branco. Seu assassino foi preso e condenado a 99 anos de
prisão.
Martin Luther King Jr. foi realmente uma pessoa admirável.

AULA 96
Aventura Virtual - Episódio 19

No último episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, nós vimos que as crianças, Seu Timón e o
gorila Migão conseguem fugir do ninho da águia, mas, ao chegar embaixo do penhasco, são apanhados
por uma tribo de selvagens, que os amarram e carregam nas costas.
Depois de uma caminhada interminável, chegam a uma aldeia onde são recebidos com muita
algazarra, num grande pátio. Os aldeões formam uma fila para olhar os recém-chegados bem de perto e
tocá-los com as costas das mãos, como se fosse um ritual. Teca, apavorada, lembrando filmes de
antropófagos e caçadores de cabeças, pergunta a seu Timón, quase sem voz:
– Que será que vão fazer com a gente?
Seu Timón, apesar de muito preocupado, tenta acalmar a menina:
– Não creio que nos façam mal.
– Talvez só queiram nossas cabeças para enfeitar suas casas - diz Serginho.
– Pára com isso, Serginho – ralha Gilberto. – Será que nem mesmo numa situação como esta você
consegue deixar de brincar?
– O pior é que não estou brincando. Olha aqueles homens carregando lenha... Acho que é para nos
cozinhar.
– Consulte o mini, Gilberto! – exclama de repente, Teca.
– Já consultei - responde Gilberto, desanimado. – Não acontece nada; a tela está escura. Acho que
ele quebrou na descida.
Teca começa a chorar, mas seu Timón adverte:
– Segura as lágrimas, Teca. Pelo que sei, os nativos não gostam de choro. Eles podem ficar
zangados.
Teca engole as lágrimas a muito custo. Seu Timón lhe segura a mão, tentando acalmá-la.
– Cadê o Migão? – pergunta Gilberto, olhando em todas as direções. – Será que ele se perdeu da
gente?... Pobre Migão!
– Pobre? - indaga Serginho, com expressão incrédula. – Ele é muito é felizardo. Escapou da sopa.
De repente, ouve-se um som prolongado, como de um instrumento de bambu. Todos os nativos
correm, com exceção dos carregadores de lenha e de quatro homens musculosos que fazem guarda com
lanças nas mãos.
Gilberto olha em todas as direções avaliando a situação e por fim pergunta:
– E se a gente saísse correndo?
– Seria muito perigoso – responde Seu Timón. – Vamos esperar. Talvez apareça alguma ocasião
melhor.
Minutos mais tarde os habitantes da aldeia começam a voltar, pintados com cores vivas e
festivamente vestidos. Os homens que carregavam lenha levantam uma pequena plataforma ao lado de
uma fogueira, sobre a qual colocam duas gigantescas panelas com água.
– Eles vão nos cozinhar – geme Teca.
– Será que eles vão nos cozinhar a fogo lento? – pergunta Gilberto, horrorizado.
– Talvez seja melhor a gente tentar fugir – diz Serginho. – Eu prefiro morrer de lança do que cozido
num panelão desses, com sal, cebola e outros temperos. Seria humilhante demais.
– Eu acho que o Serginho tem razão – diz seu Timón. – Se vamos morrer mesmo, é melhor tentar a
fuga. De repente, podemos ter sorte...
– Eu também acho – concorda Gilberto. – Mas vamos esperar mais um pouco. Talvez eles comecem
a beber.
– É mesmo – diz Teca mais animada com essa possibilidade. – Se eles ficarem bêbados, vai ser mais
fácil a gente fugir.
Os quatro lanceiros, como se tivessem entendido, agarram-nos e atiram-nos para dentro de uma
espécie de prisão, um cercado feito de bambu, amarrando a porta por fora.
– A coisa está ficando mesmo preta – diz seu Timón com ar preocupado.
Os nativos estão cada vez mais ágeis. Enquanto alguns vão olhar os prisioneiros, outros trabalham na
limpeza e ornamentação do local. De repente, ouvem-se toques de tambor, seguidos de outros
instrumentos de percussão. Um grupo de músicos desemboca no pátio e pára em frente à plataforma,
continuando a batucada. Atrás dos músicos, um grupo de mulheres vistosamente vestidas, sem dúvida, as
damas daquela sociedade tão primitiva. Depois das mulheres, entra a comitiva real, acompanhando um
casal de monarcas. Todos passam como em procissão diante dos prisioneiros, olhando-os com ar estranho.
O rei e a rainha demoram mais tempo, observando-os com muita atenção por entre as grades de bambu.
Serginho diz, num sussurro:
– Acho que estão calculando o nosso peso, para ver o valor da refeição.

Vocês devem estar curiosos para saber o que vai acontecer com eles, não estão? Eu também, mas
vamos ter que deixar para outro dia.

AULA 97
A ponte

Conta-se que, certa vez, dois irmãos que moravam em fazendas vizinhas, separadas apenas por um
riacho, acabaram brigando.
Foi a primeira grande desavença em toda uma vida trabalhando lado a lado, repartindo as
ferramentas e cuidando um do outro.
Durante anos, ao final de cada dia, eles haviam percorrido uma estrada estreita e muito comprida que
seguia ao longo do rio, para poder atravessá-lo e desfrutar um da companhia do outro. Apesar do cansaço,
faziam a caminhada com prazer, pois se amavam muito.
Mas agora tudo havia mudado. O que tinha começado com um pequeno mal-entendido, acabou
numa briga feia, com palavras ríspidas, e os irmãos não queriam mais nem ouvir falar no nome um do
outro.
Certo dia, logo cedo, chegou à casa do irmão mais velho um homem com uma caixa de ferramentas
de carpinteiro na mão.
– Estou procurando trabalho – disse ele. – Talvez você tenha um pequeno serviço que eu possa
executar.
– Sim! – disse o fazendeiro – Claro que tenho trabalho para você. Está vendo aquela fazenda além
do riacho? É do meu vizinho. Na realidade, é do meu irmão mais novo. Nós brigamos e não posso mais
suportá-lo. Pois bem, quero que você construa uma cerca bem alta ao longo do rio para que eu não precise
mais vê-lo. Use aquela madeira ali, perto do celeiro.
– Acho que entendo a situação – disse o carpinteiro. Mostre-me onde estão a pá e os pregos que
certamente farei um trabalho que o deixará satisfeito.
Como precisava ir à cidade, o irmão mais velho deixou o carpinteiro trabalhando e partiu.
Já anoitecia quando o fazendeiro voltou, e seus olhos não podiam acreditar no que viam. Em vez da
cerca, havia uma ponte que ligava as duas margens do riacho.
Era realmente um belo trabalho, mas o fazendeiro ficou enfurecido e falou:
– Você foi muito atrevido construindo essa ponte depois de tudo que lhe contei.
Porém as surpresas não haviam terminado. Seu irmão vinha atravessando a ponte correndo, e ao
chegar perto foi logo dizendo:
– Quando eu vi essa ponte, senti que sou um idiota por ter brigado com você. Me perdoa, mano.
O irmão mais velho ficou alguns instantes imóvel, emocionado; em seguida, abriu os braços, correu
na direção do outro e abraçaram-se chorando.
O carpinteiro estava partindo com sua caixa de ferramentas quando o irmão que o contratou pediu-
lhe emocionado:
– Espere! Fique conosco mais alguns dias.
O carpinteiro respondeu:
– Eu adoraria ficar, mas tenho muitas outras pontes para construir.

E nós, será que temos alguma ponte para construir?

O professor deve socializar a discussão, lembrando a importância de eliminar conflitos, procurando


a reaproximação com pessoas das quais gostamos, mas com humildade e vontade sincera de acertar.

AULA 98
Aventura Virtual - Episódio 20

No último episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, vimos que as crianças e Seu Timón estão
presos na gaiola de bambu enquanto os nativos preparam a festa. Eles estão certos de que vão ser cozidos
nas duas grandes panelas que foram colocadas sobre a fogueira.
A festa tem início assim que os monarcas se instalam em duas poltronas mais parecidas com tronos,
sobre a plataforma. Grupos de homens e mulheres começam a dançar diante deles, em estranhos rituais.
A noite vai se aproximando, trazendo em suas sombras a esperança de fuga. Enquanto isso, no pátio,
os nativos continuam batucando e dançando.
Os lanceiros haviam trazido um grande barril com bebida, distribuindo para quem quisesse. Alguns
já estão meio bêbados, inclusive o casal de monarcas.
O Sol se põe, acenando com as sombras tão esperadas pelo grupo, mas no outro extremo o horizonte
já mostra o esplendor de uma lua nascendo em pleno apogeu. Na praça, as claridades da fogueira não
conseguem competir com sua luminosidade, mas dão à noite um toque mágico.
– Acho que a gente deve fugir logo, antes que a lua suba mais – pondera Gilberto.
– Fugir como? – questiona Teca. – Só se alguém abrir pelo lado de fora.
Mas, antes que surja uma idéia salvadora, um leve grunhido quase arranca um grito de Teca. Seu
Timón tapa-lhe a boca, dizendo baixinho:
– Olhem, é o Migão.
Os prisioneiros olham pelas frestas dos bambus e vêem o chimpanzé acompanhado dos ex-tristes, o
alto e o baixo.

Vocês se lembram de quando os Praxedinhos conseguiram libertar da tristeza aquela Confraria dos
Tristes, transformada na Confraria dos Contentes?
Lembram que naquela ocasião os dois ex-tristes, o alto e o baixo, estavam tão agradecidos às
crianças que disseram ter certeza de que algum dia poderiam retribuir aquela boa ação? Pois bem, esse dia
havia chegado.
Gilberto fica tão feliz que até esquece a terrível situação em que se encontram. Segura a mão do
macaco por entre as canas de bambu e exclama:
– Eu sabia que você não ia nos abandonar!
– Fale baixo, Gilberto – recomenda seu Timón.
O alto faz sinal para que fiquem quietos, enquanto o baixo rodeia o cercado e consegue chegar até o
portão e abri-lo, sem dificuldade.
Os prisioneiros saem silenciosamente, conseguindo atravessar o pátio e afastar-se bastante, sem ser
notados.
– Foi esse macaco quem nos arrastou até a aldeia – explica o alto.
Gilberto, radiante, abraça Migão.
– Você nos salvou, Migão! Você é grande!
De repente, ouve-se grande algazarra pelas bandas da aldeia. Claridades de tochas correm em várias
direções, refletindo clarões ameaçadores na galharia das árvores.
– Vamos fugir!... Depressa! – exclamam os ex-tristes.
Seu Timón pega Teca pela mão, o alto ajuda Gilberto que, por sua vez, segura na mão de Migão, e o
baixo se encarrega de Serginho. Todos correm como podem sob a claridade do magnífico luar, procurando
afastar-se o mais rápido possível daquele horrível lugar.

Agora eu gostaria de saber quem conseguiu perceber qual é a grande lição que esse episódio de hoje
nos ensinou.
O professor deve socializar a questão enfatizando a importância da boa ação das crianças com
relação aos homens tristes, que retornou a elas na forma de ajuda, no momento em que mais estavam
precisando.

No próximo semestre voltaremos a narrar novos episódios da aventura virtual dos Praxedinhos.

AULA 99
Jesus x humildade

Ao longo da história da Terra, sempre existiram pessoas extraordinárias que podem ser chamadas de
mestres porque trouxeram sábios ensinamentos ao ser humano.
Muitas das grandes religiões nasceram dos ensinamentos desses sábios: dos ensinamentos de Buda,
surgiu o Budismo; o profeta Maomé criou a religião muçulmana; dos ensinos de Jesus, nasceu o
Cristianismo.
Todos eles ensinaram que o amor e a humildade são fundamentais para a evolução espiritual dos
seres humanos.
Jesus, em certa ocasião, disse assim: “Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração e tereis
paz para as vossas almas”.
Observem só que lindo alguém tão elevado como Jesus dizer que é manso e humilde de coração.
O problema está no fato de que geralmente confundimos as coisas. Muitos entendem que humildade
é pobreza ou ignorância, ou que ser humilde é andar mal vestido, de cabeça baixa, é dizer “sim, senhor”
ou “sim, senhora” para tudo, sem opinião própria.
A humildade não é isso. Nós podemos ter consciência dos nossos valores, tanto materiais quanto
espirituais, mas não precisamos ficar exibindo esses valores para os outros verem e nos admirarem. É aí
que está o orgulho.
A humildade é simplesmente o contrário do orgulho. A pessoa que é humilde jamais age com
arrogância; não se orgulha daquilo que possui, nem da sua condição social.
A humildade é um dos maiores valores do ser humano. Quem é humilde sempre agradece à vida e a
todos que o têm ajudado em seus aprendizados e em suas aquisições.
Quem de vocês acha que é humilde?
O professor deve incentivar respostas e socializá-las, procurando mostrar que as palavras humilde
e humildade têm sido entendidas de forma errada.
AULA 100
Luzes

O professor deve perguntar a alguns alunos, indicando-os ao acaso, se têm se lembrado de pedir
desculpas, de usar o “faz favor”, cumprimentar as pessoas ao encontrá-las e de agradecer pelas
gentilezas que tenham recebido.

Vamos fechar os olhos e imaginar que é noite, que estamos num lugar onde não há luz elétrica, nem
de lampião e por isso estamos em completa escuridão.
Imaginem, então, que alguém acende uma vela. É uma luzinha de nada, mas já dá para clarear um
pouquinho. Outras pessoas acendem outras velas e logo temos várias delas acesas. Todas elas juntas
iluminam completamente o ambiente.
A mesma coisa acontece em outras situações, como a de melhorar o mundo.
Uma só pessoa nada consegue, mas, quando a sua atuação se soma a muitas outras, a milhões de
outras... então podemos ter esperança de que o mundo vai melhorar, nem que seja bem devagarzinho, mas
vai.
Pois bem, a boa notícia é que há milhões de pessoas em nosso planeta fazendo alguma coisa para
melhorar nosso mundo.
Mas nós também podemos colaborar, sabem como?Procurando sempre sermos respeitosos, honestos,
pacíficos e fraternos.
Mas não é só isso. Quando conseguirmos vivenciar esses valores, vamos ter os seguintes benefícios:
1 – Estaremos somando valores à nossa vida pessoal.
2 – Melhoraremos nossos relacionamentos.
3 – Daremos bons exemplos às outras pessoas.
4 – Colaboraremos para melhorar o nosso planeta.

O professor deve socializar essas questões, lembrando também que, se muitos vivenciam o mal,
muitos outros vivenciam o bem, ajudando a melhorar o mundo. Além disso, cada um é responsável por si
mesmo, por suas ações e omissões.

***********************************************************************

Autora

Saara Nousiainen

Escritora, com mais de doze obras publicadas, teatróloga, radialista, com atividades
sempre voltadas para o crescimento interior e ético do ser humano.

Equipe de apoio e de orientação pedagógica:

Maria do Socorro de Sousa Rodrigues

Doutora em Educação pela Universidade Federal do Ceará, com trabalhos focados na avaliação
educacional/institucional; mestre em Educação pela Universidade Federal do Ceará; especialista em
Planejamento Educacional pela Universidade Salgado de Oliveira – RJ; licenciada em Filosofia pela
Universidade Estadual do Ceará.

Solange Maria Silva Loiola


Pedagoga, especialista em Avaliação do Processo Ensino-Aprendizagem e
em Gestão Escolar; orientadora educacional.

Irene Nousiainen Sampaio

Especialista em Educação Biocêntrica

Milton Ferreira

Professor de História e Educação Artística

Patrícia Pereira de Matos

Pedagoga, Metodóloga, coordenadora pedagógica, professora


de Literatura e de Língua Portuguesa.

Edições Caminhos de Harmonia


Fortaleza-CE
caminhos@bemviver-org
caminhos2008@gmail.com
(85) 3249-6812
CINCO MINUTOS DE VALORES HUMANOS
para a escola

1º MÓDULO – segundo semestre


_______________________________________________________

OBSERVAÇÕES:

01 - Não tendo este Programa Cinco Minutos de Valores Humanos fins lucrativos, é permitida a sua
reprodução em formato de apostila, para a finalidade à qual se destina, ou seja, o ensino de valores
humanos a crianças, sendo vedada sua comercialização, sob qualquer pretexto, sem a expressa
autorização, por escrito, da autora.

02 - Da mesma forma como no primeiro semestre, intercalando as aulas de valores humanos, estão
inseridos os episódios restantes da aventura virtual dos Praxedinhos, intitulada O Desafio Virtual, de
autoria de Saara Nousiainen. O roteiro recebeu do Ministério da Cultura em 1997, junto com outros
catorze, o prêmio de Melhor Roteiro Cinematográfico de Longa Metragem.

03 - Para simplificar, nas orientações ao (à) professor (a), estamos generalizando, empregando apenas
“o professor”.
______________________________________________________________________

1º MÓDULO – segundo semestre

AULA 01
Nelson Mandela

Quem aqui já ouviu a palavra apartheid?


O professor deve incentivar respostas.

A palavra apartheid significa "vida separada".


A apartheid aconteceu na África do Sul, quando os brancos, que dominavam o país, obrigaram os
demais povos a viver separadamente. Isto os impedia de viver como verdadeiros cidadãos.
Os negros compunham 70% da população e foram excluídos de quase tudo. Eles não podiam circular
por lugares onde os brancos viviam, a não ser com um “passe” especial, que era muito difícil de conseguir.
Os poucos hospitais que foram destinados a eles eram mal equipados.
As melhores praias só podiam ser freqüentadas pelos brancos.
Quase não havia parques, cinemas, campos para esportes ou quaisquer amenidades nas áreas dos
negros. Eles viviam na miséria, enquanto os brancos enriqueciam.
Pensem na situação desumana em que os negros viviam na África do Sul.
Mas um homem negro, Nelson Mandela, destacou-se na luta pelos direitos humanos naquele país. Ele
conseguiu estudar Direito, apesar de todas as dificuldades, e como advogado liderou inúmeras ações
visando acabar com a apartheid.
Acabou sendo preso e foi condenado à prisão perpétua.
Mandela ficou 27 anos na prisão. Pensem só. 27 anos preso, pelo fato de lutar pela igualdade de
direitos em seu país...
Acontece que nesse período seu nome ficou de tal modo associado à luta contra o apartheid que o
clamor "Libertem Nelson Mandela" espalhou-se ao redor do mundo.
Em 1990, devido principalmente a pressões internacionais, Nelson Mandela foi libertado da prisão, com
72 anos de idade. Em 1994 tornou-se o primeiro presidente negro da África do Sul, acabando finalmente
com esse tão nefasto regime chamado apartheid.
Em 1993 Nelson Mandela, junto com outra pessoa, ganhou o Prêmio Nobel da paz.
Nelson Mandela foi um idealista. Ele disse: “Minha luta é por uma sociedade democrática, livre, onde
todas as pessoas de todas as raças vivam juntas em harmonia e com oportunidades iguais.”
Em 2004, aos 85 anos de idade, Mandela se retirou da vida pública.
Ele havia cumprido sua missão.

Quem de vocês sabe de outras pessoas eu tenham cumprido uma missão?


O professor deve incentivar respostas e socializar o tema.

AULA 02
As várias faces da paz

Quem aqui sabe dizer o que é paz?


O professor deve incentivar respostas.

Sobre a paz, o dicionário Aurélio diz: 1. Ausência de lutas, violência ou perturbações sociais. 2.
Ausência de conflitos entre pessoas; bom entendimento, harmonia. 3. Ausência de conflitos íntimos;
tranqüilidade de alma. 4. Situação de um país que não está em guerra com outro.

Como vemos, a paz tem várias faces. Ela também pode estar relacionada à própria pessoa; pode se
referir à família, ao bairro, à cidade, ao país... ou então ao nosso planeta. Também pode ser individual ou
coletiva.
Vamos começar pela paz individual. Podemos entendê-la como sendo um estado de espírito sem ira,
sem desconfianças, e sem esses sentimentos negativos que as pessoas costumam guardar no coração,
como o ciúme, a inveja e o ódio.
A paz é uma condição interior de tranqüilidade, de não violência.
Muitas pessoas conseguem manter essa paz interior, apesar de situações complicadas. Já outras se
estressam por qualquer coisa, e outras, ainda, partem para a agressão por qualquer motivo.

Alguém aqui sabe dizer por que a paz é tão importante?


O professor deve incentivar respostas; perguntar aos alunos qual deles gosta de assistir a uma briga
em casa, ver pessoas sendo agredidas e machucadas ou saber de guerras nas quais morrem milhares de
pessoas inocentes, etc.

Podemos dizer que a paz é importante por todas as razões, porque o seu oposto, que está na violência,
na agressão, na guerra... só traz desgaste, estresse e sofrimento... muito sofrimento.
A violência é força destruidora. É contrária ao direito e à justiça.
Já a paz é um estado benéfico, permite a construção de bem-estar e de contentamento. A paz só nos faz
bem.

AULA 03
Paz para os outros

Já falamos aqui sobre a paz individual, aquela que se refere à própria pessoa.
Hoje vamos refletir sobre a paz para os outros, quando ela parte de nós em direção aos outros, numa
espécie de doação que podemos fazer.
Antigamente se usava uma saudação muito boa e bonita: “A paz esteja contigo” ou “A paz esteja neste
lar”. Infelizmente está em desuso, ou seja, não se usa mais.
Quando dizemos, de coração, “a paz esteja contigo”, estamos desejando paz ao outro e ao mesmo
tempo criando em nós próprios um estado de paz.
Querem fazer uma experiência?

O professor deve se aproximar de alguns alunos, um por um, e, olhando-os com amorosidade, dizer:
“A paz esteja contigo”. Em seguida, deve perguntar como se sentiram ao receber esse influxo de
sentimento de paz.

Agora, vocês vão olhar para o colega que esteja mais perto e, sem brincadeiras, dizer de todo coração:
“A paz esteja contigo”.
Vamos trocar os papéis. Quem recebeu essa saudação vai devolvê-la ao mesmo colega, dizendo, de
todo coração: “A paz esteja contigo”.

O professor deve socializar o tema, perguntando como se sentiram com esse exercício.

Outra forma de desenvolvermos paz para os outros é estarmos nós mesmos em paz. Assim, os outros
vão se contagiando com ela. Já a presença de pessoas agressivas, violentas, mal humoradas é muito
desagradável.
Por isso todos gostam de pessoas que cultivam paz interior, que são afetuosas e respeitadoras.

Tarefa de casa
Quando chegarem em casa, ou assim que se encontrarem com o pai, a mãe ou outro familiar,
experimentem lhe dizer esta saudação: “A paz esteja contigo”. Não é preciso ficar com vergonha...
Vergonhoso é ser desonesto, mentir, prejudicar outras pessoas...

AULA 04
Paz na família – parte 01

Nós havíamos passado um dever de casa sobre a paz. Quem se lembrou de dizer “a paz esteja contigo”,
ao encontrar o pai ou a mãe ou algum outro familiar?
O professor deve incentivar respostas, socializando o tema; perguntar como se sentiram, qual foi a
receptividade que tiveram, etc.

Já falamos aqui sobre a paz pessoal, aquela que vivenciamos em nossa própria intimidade, ou seja, a
nossa paz.
Também falamos sobre a paz para os outros, quando ela parte de nós em direção aos outros. É uma
doação que podemos fazer, assim como essa de desejar paz para os outros, ao cumprimentá-los.
Sempre é bom fazer algum bem aos outros, porque todo bem que fazemos sempre volta para nós de
forma boa, benéfica. Mas também o mal que fazemos aos outros, da mesma maneira volta a nós de forma
negativa, fazendo-nos sofrer. Essa é uma lei divina, ou cósmica.
Jesus ensinou essa lei, quando disse: “Tudo que quiserdes que os outros vos façam, fazei-o também
vós”.
Isto significa que sempre, ao fazermos qualquer coisa aos outros, devemos perguntar a nós mesmos
como nos sentiríamos se estivéssemos no lugar desses outros.
Vamos ver um exemplo.
Digamos que você é bom em matemática e um coleguinha, que está tendo muita dificuldade com essa
matéria, lhe pede ajuda e você nega.
Mas, se você se colocar no lugar dele, vai sentir a sua aflição por não conseguir entender a matéria... e
vai pensar em como se sentiria feliz se recebesse ajuda. Além disso, você estaria gerando gratidão por
parte do seu colega e saberia que poderia contar com ele no futuro, em alguma situação em que ele
pudesse ajudá-lo.
Todos os seres humanos que habitam neste planeta formam uma grande família, a família humana. Por
isso devemos nos esforçar para que essa família viva da melhor forma possível.
Mas como podemos fazer isso?
Podemos fazê-lo de várias formas:
1- pelo bem que pudermos fazer aos outros;
2- através dos bons exemplos que dermos;
3- pelos bons ensinamentos que pudermos passar aos outros.

Vejam só que coisa mais simples, não é?


Quando a humanidade obedecer a essa lei tão simples, não haverá miséria, nem injustiça, nem tanta
coisa ruim que nós vemos todos os dias acontecendo por aí.
Assim, nós também poderemos ser felizes.

AULA 05
Revisão

O professor deve perguntar a alguns alunos, indicando-os ao acaso, se têm se lembrado de


cumprimentar as pessoas ao encontrá-las e de pedir desculpas, sempre que tenham importunado alguém.

Hoje vamos ver o que pudemos aprender de bom em nossas últimas aulas de valores humanos.
No episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, vimos como eles conseguiram escapar da aldeia dos
canibais, graças à ajuda dos dois homens “ex-tristes”, aqueles mesmos que eles haviam ajudado a
recuperar a alegria. Nesse episódio pudemos observar a importância de procurarmos sempre fazer o bem,
porque o bem que fazemos sempre volta a nós de forma boa, benéfica. Mas também o mal que fazemos
aos outros da mesma maneira volta a nós de forma negativa, fazendo-nos sofrer. Essa é uma lei divina, ou
cósmica, e Jesus ensinou essa lei, quando disse: “Tudo que quiserdes que os outros vos façam, fazei-o
também vós”.
Quem de vocês sabe explicar o que isto significa?
O professor deve incentivar respostas e socializar o tema, lembrando que sempre, ao fazermos
qualquer coisa aos outros, devemos pensar como nos sentiríamos se estivéssemos no lugar dessas
pessoas.

Nas outras aulas, falamos sobre a paz e vimos como ela tem várias faces, pois pode estar relacionada à
própria pessoa; pode se referir à família, ao bairro, à cidade, ao país... ou ao nosso planeta. Também pode
ser individual ou coletiva.
Falamos também sobre alguns sentimentos negativos que as pessoas costumam guardar no coração.
Quem se lembra que sentimentos são esses?
O professor deve incentivar respostas, lembrando que os sentimentos referidos são o ciúme, a inveja e
o ódio; que esse tipo de sentimentos cria em nós um clima de muita desarmonia, roubando nossa paz, que
é uma condição interior de tranqüilidade, de não violência.

Dissemos, além disso, que muita gente consegue manter paz interior, apesar de situações complicadas;
que muitas outras se estressam por qualquer coisa, e outras, ainda, partem para a agressão por qualquer
motivo.
Falamos também sobre a paz para os outros, quando ela parte de nós em direção aos outros, numa
espécie de doação que podemos fazer, assim como a saudação “a paz esteja contigo”. Da mesma forma,
quando nós mesmos estamos em paz, podemos acabar contagiando os outros com ela. Todo mundo se
sente bem na presença de pessoas que cultivam paz interior, as quais são afetuosas e respeitadoras.

AULA 06
Aventura Virtual – Episódio 21

Vimos, no último episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, como as crianças, seu Timón e o
gorila, o Migão, conseguem fugir da aldeia dos canibais que pretendem jantá-los. Eles correm muito, mas
os gritos dos perseguidores aproximam-se mais e mais. As crianças empregam todas as energias para
tentar escapar e seu Timón resfolega pelo esforço da corrida.
Os nativos estão cada vez mais perto... tão perto que quase dá para sentir seu hálito de comedores de
carne humana.
Algumas flechas passam zunindo, e uma delas atinge Migão nas costas. O alto pega na outra mão do
animal, ajudando-o a correr, mas ele cambaleia e acaba caindo. O ex-triste coloca-o nas costas para
recomeçar a corrida, mas os nativos já os cercam dando gritos de vitória.
Os fugitivos olham uns para os outros com desalento, assim como quem “entrega o couro às varas”.
O destino parece estar conspirando contra eles, como se os estivesse empurrando para os estômagos
famintos daqueles canibais.
Um doloroso suspiro estufa o peito dos ex-tristes e o alto comenta em tom magoado:
– Terminar assim, estupidamente, numa festa de antropófagos... Logo agora que encontramos o grande
tesouro da vida, a alegria.
Os nativos, vendo que as presas não têm como fugir, começam um ritual de danças, circulando em
torno deles, com gestos e gritos ameaçadores.
As crianças voltam os olhos para baixo, não querendo ver, e percebem que o chão vai tomando uma
coloração estranha. Olham para cima e vêem surgindo do meio das estrelas um foco de luz em tons de
azul-marinho. A luz aproxima-se rapidamente envolvendo o grupo e sugando-o para o alto, deixando os
nativos confusos e apavorados.
– Ufa! – exclama seu Timón, dando um suspiro de alívio. – Essa foi por pouco.
Aquela estranha luz continua içando o grupo, que logo dá entrada numa enorme nave espacial
estacionada à grande altura. O salão onde se encontram é igual à daquela assembléia comandada por
Ashtarih, que aconteceu ainda no começo desta aventura.
O alto e Gilberto colocam Migão sobre um degrau da arquibancada. Com muito cuidado, conseguem
retirar a flecha e fazem uma atadura com o cachecol da Teca. O estado do animal parece melindroso.
Gilberto senta a seu lado, alisa-lhe o pêlo macio e, com a voz embargada pelas lágrimas, diz:
– Você vai ficar bom, Migão... nós vamos cuidar de você.
O grupo, reunido em torno do chimpanzé, aguarda em aflitiva expectativa. Teca, desconfiada, pergunta
em voz baixa:
– Será que isto aqui é da verdadeira ou da falsa Ashtarih?
– Só esperando para ver – responde seu Timón. – Mas algo me diz que é da falsa.
Mal acabam de falar, entra Fávia, desta vez sem tentar passar-se por Ashtarih. Traz uma capa longa em
tons de vermelho, azul-marinho e dourado, ricamente bordada e na cabeça uma tiara, com pedras
preciosas.
Pára em frente ao grupo, olhando intencionalmente para as crianças, e fala sem rodeios:
– Eu tenho uma proposta para vocês. Venham, por favor. Só as crianças.

Vocês devem estar curiosos para saber qual é a proposta de Fávia, mas vamos deixar para outra aula de
valores humanos.

AULA 07
Paz na família – parte 02

Hoje vamos começar um trabalho de equipe sobre a paz na família. Vocês podem formar equipes de
quatro para pensar em alguma coisa que vocês mesmos podem fazer para que haja paz na família.
O professor deve organizar as equipes, a fim de que as crianças não causem confusão.
As equipes devem conversar entre si e anotar as conclusões a que chegarem. Essa tarefa continua na
próxima aula de valores humanos, quando os trabalhos serão entregues ao professor.

É bom vocês capricharem nessa tarefa porque as sugestões de vocês vão fazer parte do “painel da paz”,
que será feito aqui na escola.
Hoje vocês vão conversar, trocar idéias e anotar sugestões. Essa tarefa vai ser concluída na próxima
aula de valores humanos.
OBSERVAÇÃO:
Esses dados, assim como os da próxima tarefa, devem ser “trabalhados” para formar o painel, com
dois temas:
1- O que o próprio aluno pode fazer para haver paz na família.
2- O que os adultos podem fazer para que haja paz em casa.

AULA 08
Paz na família – parte 03

Os alunos deverão concluir as sugestões sobre o que elas mesmas podem fazer para que haja paz na
família, entregando-as ao professor.

A tarefa de vocês para a próxima aula de valores humanos é fazer entrevistas com os adultos das suas
casas. Vão explicar a eles que a sua turma está fazendo um trabalho sobre a paz, e que eles, os adultos,
deverão dizer o que eles próprios podem fazer para que haja paz na família. Não vale falarem uns dos
outros. Cada um só deve falar sobre si mesmo, sobre o que pode fazer para que haja paz em casa.
Vocês devem anotar o que eles disserem e trazer amanhã. Esses resultados também vão fazer parte do
“painel da paz”, que será feito aqui na escola.

OBSERVAÇÃO: É importante que os alunos recebam essa tarefa por escrito, como segue, para não
fazer confusão.
Tarefa de casa: Perguntar a cada adulto da família o que essa pessoa pode fazer para que haja paz no
lar.

SUGESTÃO: A escola pode organizar um evento para inaugurar o painel, ou qualquer outro evento
que possa envolver os demais alunos.

AULA 09
Paz como objetivo de vida

O professor deve receber as tarefas de casa sobre “o que os adultos podem fazer para que haja paz na
família”. Esses resultados deverão ser juntados aos anteriores para a confecção do painel.

Vocês sabiam que muitas pessoas fizeram da paz o seu objetivo de vida?
Há muitos grupos de pessoas, muitos movimentos e até mesmo instituições cuja finalidade é trabalhar
pela paz. Há até mesmo uma universidade da paz em Brasília, a Unipaz.
Observem só que coisa interessante. Enquanto tantas pessoas vivem em função da violência, da
agressão e da maldade, muitas outras dedicam suas vidas para trabalhar pela paz, pelo bem-estar dos
outros, para diminuir os sofrimentos dos outros. São pessoas que, mesmo estando numa luta contínua
pelos seus ideais, com certeza, por dentro, estão em paz e com a consciência tranqüila.
Algum de vocês sabe dizer por que aquele que se dedica a ajudar os outros pode sentir-se em paz e com
a consciência tranqüila?
O professor deve incentivar respostas, lembrando que, ao nos dedicarmos aos outros sem esperar
recompensa, estamos desenvolvendo amorosidade em nossos corações; que esse é um sentimento
maravilhoso, que nos faz bem, nos pacifica; que o fato de fazermos alguma coisa de bom pelos outros
deixa nossa consciência tranqüila, por estarmos fazendo a nossa parte; que ninguém pode sentir-se feliz
vendo outros sofrerem: que só os egoístas e os maus não se importam com o sofrimento alheio.

AULA 10
Revisão

Nas últimas aulas de valores humanos, tivemos como tema a paz, começando com o trabalho de equipe
sobre o que vocês mesmos podem fazer para que haja paz na família.
Quem de vocês tem procurado fazer a sua parte, para que a família tenha paz?

O professor deve incentivar respostas e socializar o tema, pedindo aos que se manifestarem para
narrar essas experiências.

Depois vocês foram convocados a fazer entrevistas com os adultos das suas casas, perguntando o que
eles próprios podem fazer para que haja paz em casa.
Quem aqui fez essas entrevistas?
O professor deve incentivar respostas e socializar o tema, visando a que os alunos narrem suas
experiências com as entrevistas e a receptividade que tiveram.

Também falamos sobre pessoas que fizeram da paz o seu objetivo de vida. Enquanto tantas pessoas
vivem em função da violência, da agressão e da maldade, muitas outras dedicam suas vidas para trabalhar
pela paz, pelo bem-estar dos outros, para diminuir os sofrimentos dos outros. São pessoas que, mesmo
carregados de problemas e dificuldades, numa luta contínua pelos seus ideais, com certeza, por dentro,
estão em paz e com a consciência tranqüila.
Quem de vocês, quando crescer, gostaria de fazer alguma coisa mais abrangente pela paz?
O professor deve incentivar respostas e socializar o tema.

AULA 11
Aventura Virtual – Episódio 22

Vimos, no último episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, como eles foram salvos lá da aldeia
dos canibais, graças à amizade e gratidão que haviam conquistado com suas boas ações.
Existe um ditado muito conhecido que diz assim: “Mais vale um amigo na praça do que dinheiro na
caixa”. E isto é verdade.
A amizade é um sentimento que faz bem ao coração e à vida da gente.
Mas nós tínhamos ficado no momento em que o grupo havia sido sugado para a nave de Ruk Pollus, e a
Fávia chama as crianças dizendo que quer lhes fazer uma proposta, mas só a elas.
– Nada feito! – exclama Gilberto. – Seu Timón e Migão vão também.
Fávia pensa por instantes e acaba concordando. Seu Timón levanta Migão cuidadosamente, e o
grupinho segue a garota até outro salão. Numa das pontas, há um grande painel de comando em frente a
um enorme globo representando a Terra, girando no espaço. Em seu giro ela vai sendo iluminada por um
grande foco, que seria o sol. Todos os países aparecem demarcados por linhas, e as grandes potências
surgem em cores mais brilhantes e fortes. Na outra ponta da sala, há uma mesa com cadeiras, para onde
Fávia conduz os “visitantes”, convidando:
– Sentem-se.
Migão é cuidadosamente colocado num sofá, e o grupo toma assento à mesa. Fávia olha as crianças
uma por uma e diz com firmeza e sem rodeios:
– Como vocês sabem, o grande Ruk Pollus está se preparando para governar o mundo. E para
consegui-lo... falta pouco.
Faz um gesto largo com a mão abarcando o grande globo e continua:
– Nós vamos fazer deste planeta tudo o que quisermos... Entenderam?
Fávia tenta sorrir para tornar-se simpática, mas está tão acostumada à frieza de sentimentos que só
consegue fazer uma careta. Teca, conseguindo dominar o medo, pergunta com ar ingênuo.
– Se vocês são tão poderosos assim, por que estão querendo nossa ajuda?
Seu Timón sorri da pergunta inteligente, enquanto Fávia responde:
– É porque precisamos do trabalho de vocês para completar nossas reservas de energia.
Fávia olha intensamente para as crianças, como a passar-lhes um pouco de sua própria ambição e
continua:
– Pollus é muito generoso com quem o serve... Muito generoso mesmo.
Fazendo-se insinuante, continua:
– Vocês podem escolher... podem pedir qualquer coisa... riqueza, poder... qualquer coisa mesmo.
– Qualquer coisa mesmo? – pergunta Gilberto.
Pelos olhos de Fávia perpassam reflexos de vitorioso prazer, pois já conta como certa a adesão das
crianças.
– Qualquer coisa, Gilberto. É só pedir... Imaginem tudo aquilo que vocês mais possam desejar.
Gilberto olha para Migão e percebe que sua respiração está ofegante. O gorila está mal. Profundamente
penalizado, suspira, pensando: “O que eu mais queria agora era ver o meu amigo curado”.
Como se adivinhasse o pensamento de Gil, Fávia vai até o animal e toca-o com a ponta do dedo
procurando disfarçar o nojo.
– Nós temos meios de tratá-lo. Temos médicos, veterinários... tudo que é preciso. É só vocês se
decidirem a nos ajudar...
As crianças estão silenciosas. Fávia pensa que estão avaliando sua oferta. Trata de apelar. Vai até Gil e
puxa-o pela mão levando-o até Migão.
– Não quer salvar o seu amigo? – pergunta em tom incisivo.
Gilberto ajoelha-se ao lado do macaco, alisa seu pêlo macio e fica olhando para ele com olhar distante,
como quem consulta a própria consciência... ou pede perdão.
Fávia observa a cena. Não quer dar tempo ao grupo para pensar. Puxa Gil delicada, mas firmemente
para junto da mesa.
– Vocês, Teca e Serginho, também podem pedir qualquer coisa que quiserem... O senhor também, seu
Timón.
Fazendo-se mais insinuante, conclui:
– Vamos... peçam!
Os Praxedinhos trocam um olhar e se entendem. Gilberto volta para junto de Migão, abaixa-se e fica
olhando para ele. Duas lágrimas se formam em seus olhos. Abraça o animal, enterra o rosto no pescoço
peludo sussurrando um pedido de perdão e volta para junto dos outros. Tem lágrimas nos olhos, mas
encara Fávia com serenidade.
– Está bem – diz Gilberto. – Então vamos pedir...

Que será que as crianças vão pedir à Fávia? Vocês acham que elas vão aceitar a oferta de trabalhar para
Ruk Pollus?
Bom, isto vamos ver no próximo episódio.

AULA 12
Ajudar os outros

Numa das nossas aulas de valores humanos, dissemos que aquele que se dedica a ajudar os outros pode
sentir-se em paz e com a consciência tranqüila. Estão lembrados?
Mas é bom refletirmos um pouco sobre isso, sobre essa questão de ajudar os outros, porque há gente
que gosta de se aproveitar da bondade alheia. Muita gente se aproveita dos programas de ajuda que o
governo oferece e, em vez de procurar um trabalho, fica só recebendo essa ajuda. Há pessoas que
realmente não teriam como viver sem ela, mas também há muitos se beneficiando quando deveriam estar
trabalhando.
Muitas pessoas vivem pedindo esmolas quando poderiam trabalhar. Muitas crianças e jovens não se
esforçam nos estudos e, ao ficar adultos, continuam sua vidinha preguiçosa, sustentados pelos pais.
Há pessoas que não aceitam qualquer trabalho, preferindo viver da caridade alheia.
Existe um dito muito interessante que é assim: “Que minha mente aprenda a pensar com amor, e meu
coração a amar com sabedoria”.
Essa é uma orientação realmente perfeita: pensar com amor e amar com sabedoria. É uma forma de
viver com equilíbrio.
Vamos ver um exemplo.
Digamos que algum de vocês está almoçando num restaurante com seus pais e aparece um mendigo
pedindo dinheiro para comprar um pão, dizendo que está com fome.
O que vocês acham que seus pais deveriam fazer?
O professor deve incentivar respostas.

Vamos ver o que seus pais fariam, se estivessem pensando com amor. Com certeza iriam atender ao
pedido do mendigo. Afinal é um ser humano e está com fome.
Mas, se estivessem amando com sabedoria, sabem o que eles fariam? Com certeza iriam comprar um
prato de comida para o mendigo. Dessa forma estariam agindo com amor e com sabedoria, porque muitos
mendigos pedem dinheiro para comer, mas o que estão querendo é comprar bebidas alcoólicas; outros
pedem esmola para sustentar familiares preguiçosos; outros, ainda, o fazem por achar isto mais fácil do
que procurar um meio mais digno para sobreviver.
Como pudemos ver, pensando com amor e amando com sabedoria, sempre temos muito mais
possibilidades de acertar em nossas ações.
Quando pensamos com amor, estamos desenvolvendo esse sentimento maravilhoso do afeto, da
fraternidade. Essa é uma grande conquista do nosso espírito, porque a fraternidade, o amor, são forças
divinas manifestando-se em nós. E, ao agirmos com sabedoria, não estamos favorecendo a preguiça ou a
sem-vergonhice de alguém; além disso, estamos enriquecendo nossos aprendizados na vida.
O professor deve pedir aos alunos para escreverem em suas agendas ou cadernos a fim de se lembrar
sempre de agir desta forma: Pensar com amor e amar com sabedoria.

AULA 13
Paz coletiva

Hoje vamos falar novamente sobre a paz, a paz coletiva.


O dicionário diz que ela está na ausência de lutas, de violência, de perturbações sociais, de guerra...
Existem organizações internacionais, assim como a ONU, Organização das Nações Unidas, que tem em
seus objetivos manter a paz mundial. Assim, quando ocorrem situações de conflito entre países, a ONU
procura encontrar soluções pacíficas para os problemas. Ela também se ocupa com a questão dos direitos
humanos, procurando fazer com que sejam respeitados.
Muitas vezes também ocorrem situações delicadas entre dois ou mais países, então, para evitar uma
guerra, governantes de outros países se reúnem para tentar encontrar soluções, visando à pacificação.
Mas a violência também está na injustiça, no trabalho escravo, na corrupção...
Vamos explicar melhor.
A injustiça é uma violência que se pratica contra alguém, contra seus direitos naturais.
O trabalho escravo violenta os direitos do trabalhador.
Já a corrupção é a violência contra o povo e contra a própria justiça.
Hoje a mídia mostra continuamente a ação de corruptos que se apropriam de valores que são pagos pelo
povo, na forma de impostos.
Vamos ver quem sabe dizer como e onde esse dinheiro roubado pelos corruptos está fazendo falta.
O professor deve incentivar respostas e socializar o tema, lembrando que tais valores deveriam estar
sendo utilizados honestamente na construção e manutenção de hospitais, escolas, estradas; na
contratação de mais profissionais da saúde, mais professores; na compra de equipamentos e tudo o mais
que é da responsabilidade dos governos.

AULA 14
Os pilares da paz – afetividade

A paz necessita de alguns pilares para sustentá-la, tais como a afetividade, a alteridade e o respeito.
Hoje vamos falar sobre a afetividade.
As pessoas afetuosas não são briguentas nem agressivas; são naturalmente pacíficas; não são de fazer
intrigas nem de falar mal de alguém e, como tratam aos demais com afeto, ganham facilmente a simpatia
dos outros.
Vemos, então, como a afetividade é importante na construção da paz.
Sugestão:
O professor deve propor um pingue-pongue entre os alunos. Para facilitar, pode-se dividi-los em dois
grupo, o A e o B, tomando por base os que estão no lado direito da sala e os que estão no lado esquerdo.
O grupo A vai citar um personagem conhecido que represente o oposto da afetividade, ou seja, a
agressividade, a violência, a guerra.
Em seguida, o grupo B cita algum personagem conhecido que represente a afetividade.
Volta-se ao grupo A, com outro personagem violento, agressivo; em seguida, ao grupo B com mais um
personagem afetuoso. Perde o lado que terminar primeiro com seu estoque de personagens.
Como provavelmente é o lado A quem vai perder, o professor deve explicar que há tanta desigualdade
e sofrimento em nosso planeta porque a maioria da população cultiva alguma forma de violência, de
agressividade e ganância.

AULA 15
Revisão

Hoje vamos ver o que pudemos aprender de bom em nossas últimas aulas de valores humanos.
No episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, ficamos sabendo como a Fávia chantageou Gilberto,
prometendo cuidar do Migão, que estava muito ferido, se, em troca, eles se bandeassem para o lado de
Ruk Pollus.
Na opinião de vocês, eles devem aceitar a oferta de Fávia em troca de salvar o chimpanzé?
O professor deve incentivar respostas, lembrando aos alunos que a consciência é algo que jamais se
deve vender, porque representa a grande lei, a lei cósmica, o que há de mais puro no ser humano.

Em outra aula, falamos sobre a importância de fazermos o bem, mas com sabedoria, para não sermos
enganados pelos aproveitadores.
Também comentamos sobre a paz coletiva, que está na ausência de lutas, de violência, de perturbações
sociais, de guerra, e citamos a ONU, Organização das Nações Unidas, que tem em seus objetivos manter a
paz mundial.
Depois falamos sobre outros tipos de violência que estão na injustiça que é praticada contra alguém; no
trabalho escravo e na corrupção...
Quem sabe dizer por que a corrupção pode também ser considerada como violência?
O professor deve incentivar respostas, lembrando que muitos corruptos se apropriam do dinheiro
público, um dinheiro que deveria estar sendo utilizado na saúde, na educação e para melhorar as
condições de vida do povo; esta é uma violência contra os direitos dos cidadãos.

Por último, falamos sobre os pilares de que a paz necessita para sustentá-la, tais como a afetividade, a
alteridade e o respeito.
Quem sabe responder por que a afetividade é importante na construção da paz?
O professor deve incentivar respostas e socializar o tema.

AULA 16
Aventura Virtual – Episódio 23

No último episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, nós tínhamos ficado na parte em que a Fávia
propõe aos Praxedinhos trabalharem para Ruk Pollus, dizendo que elas podem pedir tudo o que quiserem
se aceitarem a oferta. Diz ainda que eles têm veterinário e tudo o mais para tratar do Migão, que havia
levado uma flechada e está muito mal.
Então Gilberto, com lágrimas nos olhos, encara Fávia com serenidade, dizendo:
– Está bem. Então vamos pedir...
A garota sorri, com ar vitorioso. Gilberto levanta a cabeça, estufa o peito, fixa os olhos nos dela e diz
com firmeza:
– Nós queremos que haja paz na Terra; que haja fraternidade, justiça, honestidade e respeito. Que todos
os seres humanos tenham direito a uma vida digna e com plena liberdade.
A expressão vitoriosa de Fávia muda rapidamente, enquanto Gil conclui, olhando firme para ela e
falando com segurança.
– É isso que nós pedimos... e queremos. E é por isso que vamos lutar... nem que para isso tenhamos que
dar até a última gota do nosso sangue... sempre.
Fávia não contava com essa reação das crianças. Achava que seria fácil comprá-las. Tem vontade de
esganá-las, mas se contém. Fala, procurando abrandar a voz:
– Isso é utopia...
Serginho pergunta, ingenuamente:
– O que é utopia?
Seu Timón observa que Teca dá uma leve cutucada em Serginho e Gilberto por baixo da mesa,
mostrando-lhes a pedra cor-de-rosa que Ashtarih lhe dera. Percebe que é importante distrair Fávia e
ganhar tempo. Sorri sob o bigode grisalho e explica:
– Utopia é um país imaginário do escritor inglês Thomas Morus, que viveu pelo ano 1.500 da nossa
era. É um país onde o governo é organizado de maneira a proporcionar ótimas condições de vida a um
povo equilibrado e feliz...
Fávia interrompe, exclamando:
– O que é absolutamente impossível.
– Eu acho que só é impossível se as pessoas não quiserem – diz calmamente seu Timón, observando as
crianças pelo canto do olho. Percebe que elas estão com as pontas dos dedos encostadas na pedrinha e por
suas expressões dá para perceber que estão concentradas em emoções de amor.
Fávia arregala os olhos. Não sabe que sensação estranha é aquela que lhe penetra os sentimentos. Sua
expressão se abranda, e todo o corpo relaxa. Aos poucos um suave sorriso começa a se esboçar em seu
rosto.
Mas a porta se abre intempestivamente, e entra Ruk Pollus, enraivecido, acompanhado de cinco
gigantes, nus da cintura para cima. Outros dois entram arrastando os ex-tristes. Com voz estentórica, grita:
– Levem-nos! Levem-nos depressa! Todos eles! Depressa!
Os homens agarram os “visitantes”, inclusive Migão, e os levam para uma espécie de plataforma de
desembarque. A grande nave pousa numa planície onde são largados nossos amigos. Os gigantes retornam
rapidamente a bordo, e o estranho aparelho decola, desaparecendo quase em seguida.
A ação foi enérgica e rápida.
Serginho, como não podia deixar de ser, comenta:
– Poxa! Escapamos no limite!
Seu Timón faz um curativo em Migão, usando umas ervas medicinais que encontrou à beira de um
pequeno córrego, comentando:
– Vamos ver se com isto podemos salvar nosso amigo...

Será que eles vão conseguir salvar o gorila?


Essa resposta vai ficar para o próximo episódio da aventura virtual dos Praxedinhos.

AULA 17
Os pilares da paz – alteridade

O professor deve perguntar a alguns alunos, indicando-os ao acaso, se têm se lembrado de


cumprimentar as pessoas ao encontrá-las e de pedir desculpas, sempre que tenham importunado alguém.

Nós dissemos outro dia que a paz necessita de alguns pilares para sustentá-la, tais como a afetividade, a
alteridade e o respeito, e falamos sobre a afetividade. Hoje vamos falar sobre a alteridade, que é o respeito
que devemos ter para com os outros, aceitando as diferenças e aprendendo a conviver bem com elas.
Se eu acredito que a Terra é azul, e outros acreditam que ela é verde, eles têm todo o direito de pensar
assim. Se eu torço por um time, devo respeitar os que torcem por outros times e deixá-los torcer em paz.
Se eu tenho determinada religião, não devo fazer pouco caso das religiões dos outros. Se gosto de
determinada cor, preciso respeitar o gosto dos outros que preferem outras cores. Isto é alteridade. Vocês
entenderam?
Todos somos diferentes uns dos outros, e isso é maravilhoso. Já pensaram como seria se todos fossem
exatamente iguais, pensassem de modo igual, tivessem os mesmos gostos, vestissem-se da mesma
forma...? Seríamos assim como um cardume de peixes, todos iguais... Sem graça, não acham?
Quem de vocês gosta de música?
Muito bem, a música só existe porque há sete notas musicais, que são todas diferentes umas das outras.
Toda música é feita com essas notas. Por serem diferentes, os compositores as juntam de forma
harmoniosa e aí temos a música.
Até mesmo os dedos das nossas mãos não são iguais.
O professor deve pedir aos alunos para segurarem um lápis ou outro objeto com a mão; em seguida,
perguntar como iriam segurá-lo se todos os dedos fossem iguais, ou seja, não teriam o polegar que é
diferente dos demais dedos; socializar o tema, mostrando que, para haver harmonia, é preciso haver
diferenças e, sendo assim, precisamos respeitar os diferentes e aceitá-los como são; lembrá-los de que a
alteridade é um valor muito importante para a construção da paz.

AULA 18
Os pilares da paz – respeito – parte 01

Dissemos outro dia que a paz necessita de alguns pilares para sustentá-la, tais como a afetividade, a
alteridade e o respeito. Nós já falamos sobre a afetividade e a alteridade.
Quem se lembra do que é alteridade?
O professor deve incentivar respostas, lembrando que a alteridade é o respeito que devemos ter para
com os outros, aceitando as diferenças e aprendendo a conviver bem com elas.

Pois bem, hoje vamos falar sobre o pilar do respeito, que é muito importante na construção da paz.
Quando respeitamos os outros, procuramos agir de forma a não importuná-los; cuidamos de não invadir
a privacidade alheia, nem criar situações de conflito.
Vamos dar um exemplo. Digamos que alguém gosta de ouvir música em alto volume. Se for uma
pessoa que tenha respeito pelos outros, vai cuidar de graduar o volume de tal forma a não incomodar os
vizinhos.
Imaginem como seria ruim se vocês estivessem estudando para uma prova importante e o vizinho
botasse o som num volume alto, atrapalhando a concentração.
Assim, se não queremos que os outros nos incomodem, também não devemos incomodar aos outros.
Essa, aliás, é uma daquelas leis cósmicas, que estão na consciência das pessoas e que também estão na
base de todas as grandes religiões. Vocês entenderam?
O respeito também faz parte da boa educação. A pessoa bem educada sempre procura não incomodar
os outros.
Assim, o nosso direito de fazer, de falar, de ouvir... só deve ir até onde não colida com o direito dos
outros.
Vamos agora ver outras situações nas quais devemos respeitar os outros.
O professor deve incentivar respostas e socializar o tema.

O respeito também inclui obediência às leis, mas sobre isso vamos falar em outras aulas.

AULA 19
Os pilares da paz – respeito – parte 02

Hoje vamos falar sobre o respeito às leis.


Existem as leis de Deus, que alguns chamam de leis naturais; outros as chamam de leis cósmicas. Elas
sempre existiram e nunca se modificam, porque são perfeitas. E existem as leis humanas, que se
modificam com o passar do tempo tornando-se cada vez mais justas e sábias.
Se as pessoas obedecessem às leis de Deus, que são sempre de amor, não haveria sofrimento na Terra,
porque todos se ajudariam mutuamente. Não haveria ricos nem pobres, e todos teriam os mesmos direitos
e deveres. A Terra seria um paraíso.
E quanto às leis humanas, vocês acham que elas são importantes?
O professor deve incentivar respostas.

Muitas pessoas que se acham espertas agem de forma a burlar a lei. Elas conseguem enganar as leis
humanas, mas não escapam das leis divinas. Quem age mal atrai o mal para si mesmo. Pessoas assim
podem até prosperar, ficar muito ricas e poderosas, mas de que vale o dinheiro com a consciência pesada?
De que vale o poder, se nem mesmo amigos verdadeiros os poderosos conseguem ter, com poucas
exceções? As pessoas não amam os poderosos, mas têm medo deles por causa do mal que eles possam
fazer. Muitos fingem amizade a eles por interesse, mas amizade verdadeira raros poderosos possuem.
Quando morre uma pessoa boa, honesta, digna, sua passagem pela Terra deixa saudades; seu nome é
lembrado e citado como exemplo. Quando morre um corrupto, ou uma pessoa má, muitos respiram
aliviados e seu nome só vai servir como exemplo daquilo que não se deve ser ou fazer.
O professor deve socializar o tema, pedindo aos alunos para citar nomes de personagens conhecidos,
cuja existência foi exemplar. (OBS.: É provável que algum aluno cite pessoas conhecidas como artistas e
outros que deixaram saudades, mas é preciso deixar claro que o foco deve estar nas virtudes e não nas
glórias.)

AULA 20
Revisão

Hoje vamos rever o que aprendemos com as últimas aulas de valores humanos.

No episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, vimos como Gilberto, Teca e Serginho, que eram
crianças com boa formação moral, simplesmente recusaram a chantagem da Fávia e, ainda por cima,
aproveitaram para envolvê-la em emoções de amor, utilizando-se da energia da pedrinha cor-de-rosa que
Ahstarih havia dado à Teca.
Essa aventura virtual é imaginária, mas, em muitos momentos, ela retrata a realidade. Quando a Fávia
sentiu-se envolvida em emoções de amor, a expressão dura do seu rosto começou a mudar e todo o seu
corpo relaxou. Até mesmo um suave sorriso se desenhou em seus lábios. Essa é a força do amor, que é o
melhor sentimento que existe.
Também falamos sobre a alteridade, como sendo um dos pilares da paz.
Vamos ver quem sabe dizer por que a alteridade é importante na construção da paz.
O professor deve incentivar respostas, lembrando que alteridade é o respeito que devemos ter para
com os outros, aceitando as diferenças e aprendendo a conviver bem com elas.

Em outra aula, mostramos que o respeito também é um dos pilares mais importantes na construção da
paz.
Vamos ver agora quem sabe dizer por que o respeito é importante na construção da paz.
O professor deve incentivar respostas e socializar o tema, lembrando que, ao respeitarmos os outros,
só fazemos a eles o que gostaríamos que eles fizessem a nós.

Também falamos sobre o respeito às leis e explicamos que existem as leis de Deus, que alguns chamam
de leis naturais ou cósmicas, e que existem as leis humanas.

Agora veremos quem aqui sabe dizer como seria a Terra se todas as pessoas obedecessem às leis de
Deus, que estão sempre fundamentadas no amor.
O professor deve incentivar respostas.

AULA 21
Aventura Virtual – Episódio 24

No último episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, nós tínhamos ficado no ponto em que as
crianças, seu Timón, os dois ex-tristes e Migão, o gorila, haviam sido largados pela nave de Ruk Pollus
numa planície. Vimos também o quanto Ruk estava nervoso, ordenando que retirassem o grupo da sua
nave o mais rapidamente possível.
Vocês sabem o porquê dessa reação do Ruk?
É porque as crianças estavam usando aquela pedra cor-de-rosa que Ashtarih havia dado à Teca, para
dinamizar sentimentos de amorosidade. Ruk conhecia o poder desse sentimento e, como ele era do mal,
estava com medo de que Fávia pudesse se contagiar de amor e escapar ao domínio dele.
Pois bem, a turma então é deixada numa planície.
Todos estão muito cansados e procuram acomodar-se da melhor forma possível. Felizmente há palha e
folhas secas. Gil, é claro, está ao lado de Migão.
Seu Timón, tranqüilamente deitado sobre a palha macia, olhando as estrelas que brilham intensamente
no céu, fala como se estivesse dizendo a si mesmo:
– Duas coisas me enchem a alma de crescente admiração e respeito: o céu estrelado sobre mim e a lei
moral dentro de mim.
– Que legal, seu Timón! – exclama Gilberto. – Não sabia que o senhor era poeta.
– Não, não sou poeta – responde seu Timón. – Isso foi dito por Immanuel Kant, um filósofo alemão
que viveu no século XVIII. Para ele, todas as pessoas sabem o que é certo e errado. Não porque
aprenderam, mas porque a lei moral é algo que faz parte da própria razão.
– O que significa isso de “a lei moral dentro de mim”? – pergunta Serginho, com voz de sono.
– Alguns filósofos acham que a consciência é uma parcela de Deus em nós – responde Seu Timón. –
Outros entendem que podemos perceber Deus, como sendo a Grande Lei, a Lei Universal. E como somos
seres racionais e vivemos no universo, a nossa consciência guarda reflexos dessa lei. Isto é meio
complicado, não é?
Gil fica pensativo por instantes. Depois comenta:
– Mas nem sempre a gente sabe se está agindo certo ou errado.
– Há uma regra básica, infalível – esclarece seu Timón. – É só fazer aos outros o que gostaríamos que
os outros nos fizessem. Essa regra, aliás, está na base de todas as grandes religiões.
Teca comenta entre dois bocejos:
– A maioria das pessoas faz o contrário...
– Mas não são felizes – afirma seu Timón. – Quem age contra a própria consciência está violentando a
si mesmo.
Gilberto pensa um pouco e diz:
– Eu sou ainda um pré-adolescente, mas já tenho visto muita coisa. Existem pessoas que não têm
consciência.
– Todos têm – responde Seu Timón. – Só que escondem a consciência embaixo de toneladas de
ganância, de ódio, de desejos de poder... Quando eu falo em toneladas, é claro que é de forma simbólica.
O alto, dos ex-tristes, entra na conversa, dizendo:
– Essa é uma questão muito complicada. A gente faz coisas erradas sem se preocupar com a
consciência, mas, um dia, quando menos espera, ela começa a nos cobrar. Eu conheci um homem, o
Deodato, que havia assassinado o dono de um armazém para roubar. Depois de algum tempo, ele
conheceu uma jovem, apaixonou-se e casou-se com ela. Teve três filhos. A vida para ele estava ótima,
mas a consciência começou a cobrar. Passou a ter pesadelos com o homem a quem havia matado, e a coisa
foi se complicando tanto que ele sentiu que acabaria enlouquecendo. Que fez então? Contou tudo à
esposa, procurou a polícia e se entregou, confessando o crime. Pegou muitos anos de cadeia, mas, como
tinha uma conduta exemplar, acabou solto antes do esperado, em liberdade condicional. Pois bem, a
primeira coisa que Deodato fez foi procurar a família do homem a quem havia assassinado. A viúva havia
vendido o armazém, pois não sabia lidar com ele, e o dinheiro da venda já estava no fim. Ela e os filhos
iam passar muitas necessidades. Deodato passou então a ajudar a família do homem que havia
assassinado. Custeou os estudos das crianças; fazia as compras de supermercado para a viúva e assim,
depois de muitos anos de lutas para manter as duas famílias, a dele e a da sua vítima, finalmente, quando
todos já estavam bem encaminhados na vida, Deodato se deu por satisfeito. Chamou a esposa e disse:
“Agora já posso dormir em paz. Minha consciência me deixou tranqüilo”.
O que vocês acham dessa atitude do Deodato?
O professor deve incentivar respostas e socializar o tema.

AULA 22
Consciência tranqüila

No último episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, nós ficamos na parte em que as crianças, seu
Timón, os ex-tristes e o gorila Migão são deixados numa planície pela nave de Ruk Pollus.
Antes de adormecerem, deitados na palha macia, seu Timón, explicando sobre a questão da
consciência, diz que alguns filósofos entendem que Deus é a Grande Lei, a Lei Universal. E, como somos
seres racionais e vivemos no universo, a nossa consciência guarda reflexos dessa lei; é por isso que
sabemos o que é certo e o que é errado.
Vocês querem uma prova disso?
Pois bem. Vocês agora vão imaginar que estão andando pela rua e percebem que uma pessoa deixou
cair a carteira no chão. Vocês apanham a carteira e vêem que está cheia de dinheiro.
O que fariam?
Levante a mão quem iria ficar com o dinheiro para si.
O professor deve fazer a contagem.

Agora levante a mão quem iria correr atrás da pessoa que perdeu a carteira, para devolvê-la.
O professor deve fazer a contagem e socializar o tema.

Aqueles de vocês que devolveriam a carteira estariam agindo dessa forma porque ouviram e atenderam
a orientação da própria consciência. Estão muito certos. É assim mesmo que se deve agir para ficar com a
consciência tranqüila.
Isso de termos a consciência tranqüila é muito importante porque é com ela que convivemos as 24
horas do dia. Ela está em nós, e só podemos ter paz e harmonia interior quando a nossa consciência está
em paz.
Já aqueles que ficariam com o dinheiro estariam agindo contra a Grande Lei, e isto gera desarmonia
interior.
Se houver tempo, o professor pode socializar o tema.

AULA 23 (Colaboração de Milton Ferreira)


O Pequeno Príncipe – parte 01

Mário estava meio incomodado naquela tarde, por causa do calor. Deitado em sua cama, olhava uma
revista de esportes que ganhara de um tio há alguns dias. Ele gostava muito de esportes, principalmente de
corridas de carros, que achava muito emocionantes e bonitas de se ver. Era fã incondicional do Airton
Sena, porque sabia que a família dele fundara uma instituição que atende a grande número de crianças e
jovens, proporcionado-lhes desenvolvimento humano.
Mesmo a contragosto largou a revista de esportes e pegou o livro que a escola havia indicado para as
crianças da sua turma. O nome do livro era “O Pequeno Príncipe”, que tinha sido escrito por um francês,
piloto de aviões, um homem de nome engraçado... Saint-Exupéry. Curioso, foi ao computador, a fim de
procurar na Internet alguma informação sobre o livro. Soube assim que aquele era um dos livros mais
lidos do mundo e que era uma linda história, conhecida por muitas e muitas crianças de vários países.
Mário animou-se. Pegou o livro e foi logo ficando satisfeito ao ver que continha muitas ilustrações,
inclusive algumas que tinham sido feitas pelo próprio Saint-Exupéry, e olha que eram muito bonitas.
Mais animado ainda, começou a ler. O livro falava sobre o Pequeno Príncipe, um menino que morava
em um planeta pequeno, muito distante do nosso. Lá ele havia plantado uma rosa e gostava muito dela, e
observem que interessante, a rosa falava e conversava com ele, fazendo-lhe companhia. Apesar de gostar
muito dessa rosa, e de esta gostar dele, ela era muito orgulhosa e às vezes deixava o principezinho muito
triste. Por isso, ele resolveu viajar e acabou caindo aqui, no nosso planeta Terra.
Mário ficou muito intrigado... Como é que alguém pode gostar tanto assim de uma planta? Ele gostava
muito de esportes, da mãe, do irmão, do pai e até da Rosa, mas essa Rosa da qual ele gostava era aquela
que ajudava a cuidar da casa, dele e de seu irmão. Só que essa Rosa era uma pessoa, e não uma planta.

O professor deve socializar o tema, a partir das seguintes questões: O que é GOSTAR? Se de nada
gostássemos, a vida teria graça? Por que é importante conhecermos e aprendermos a gostar de coisas, de
animais e principalmente de pessoas?

AULA 24 (Colaboração de Milton Ferreira)


O Pequeno Príncipe – parte 02

Mário tinha ficado intrigado com a história do Pequeno Príncipe. Só de imaginar crianças como ele
vivendo em outros planetas o deixava impressionado. Será que havia algo assim, de verdade?
Pensando nisso, foi ficando triste ao imaginar como seria a vida de um menino vivendo sozinho em um
planeta.
– Viver sozinho deve ser muito ruim – disse para si mesmo.
Olhou para seu irmãozinho Julio, que brincava na sala, e tentou imaginar como seria sua vida se ele não
tivesse um irmão. Muitas vezes tinha ficado com raiva dele, quando pegava seus brinquedos sem pedir
permissão e, quando a raiva era muito grande, dava-lhe uns tapas... Aí, era aquela confusão. Lá vinha a
Rosa querendo saber o que tinha acontecido e acabava mandando os dois para o quarto.
É bem verdade que às vezes ficava aborrecido com Júlio, mas eles se divertiam bastante. Assistiam a
desenhos animados, andavam de bicicleta num parquinho perto de casa, conversavam durante as refeições
sobre as brincadeiras que costumavam fazer.
– É isso! – exclamou. No fundo gostava muito do irmão e sabia que a vida sem ele seria muito
monótona. E se vivesse sem Rosa, então? Ou pior, sem a mãe ou sem o pai, que embora não estivessem
sempre presentes, sabia que podia contar com eles?
Viver sem eles? Viver sozinho? Mário nem queria imaginar! Com certeza seria muito, muito ruim!

O professor deve socializar o tema, explicando que todos precisamos uns dos outros; que ninguém
conseguiria viver completamente só; que estamos sempre aprendendo uns com os outros e que toda
tentativa de isolamento traz um grande sentimento de solidão, exatamente devido a essa necessidade de
compartilharmos nossas vidas com as outras pessoas; que devemos então, por isso mesmo, aprender a
conviver, a viver harmoniosamente com as outras pessoas e com as outras culturas; por fim, deixar claro
que, mais do que aprender apenas a respeitar as diferenças, devemos aprender a conviver bem com elas.

AULA 25
Revisão

Hoje vamos rever o que aprendemos nas últimas aulas de valores humanos.

No episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, vimos como as crianças, seu Timón, os dois ex-tristes
e o chimpanzé Migão se acomodam para dormir sob o céu estrelado.
Alguém se lembra do que disse seu Timon, repetindo as palavras do grande filósofo alemão Immanuel
Kant?
Ele disse: “Duas coisas me enchem a alma de crescente admiração e respeito: o céu estrelado sobre
mim e a lei moral dentro de mim”.
Muito bonito, não acham?
Immanuel Kant mostrou com essas palavras o quanto admirava a grandeza de um céu estrelado.
Mostrou também como admirava o fato de as leis morais existirem dentro dele, ou seja, na sua
consciência.
Vamos ver agora quem de vocês conhece alguma dessas leis morais de que ele fala.
O professor deve incentivar respostas e socializar o tema, lembrando que as leis morais estão no
respeito, na justiça, na honestidade, na solidariedade, etc., e que se assentam sobre a idéia de só
fazermos aos outros o que gostaríamos que fosse feito a nós.

Vimos também que um dos ex-tristes, o mais alto, falou sobre o Deodato, que havia assassinado um
homem e acabou se entregando à polícia porque a consciência não o deixava em paz. E depois que saiu da
cadeia, cuidou da família do homem que havia matado, porque, só assim, conseguiu tranqüilizar a própria
consciência.
Mas fatos como esse são muito raros. Há uma enormidade de pessoas que agem mal, ofendem aos
outros, não respeitam, não têm fraternidade, agridem e até matam. Será que tais pessoas não têm
consciência?

O professor deve incentivar respostas e socializar o tema, esclarecendo que muitas pessoas preferem
agir de acordo com seus desejos e paixões; que, de tanto fazê-lo, acabam adormecendo a própria
consciência.

AULA 26
Aventura Virtual – Episódio 25

No último episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, nós ficamos na parte em que as crianças, seu
Timón, os ex-tristes e o gorila Migão são deixados numa planície pela nave de Ruk Pollus. Ali encontram
palha e folhas secas para se acomodar.
No dia seguinte, Gilberto acorda com alguém lhe fazendo um cafuné. O dia já está claro, e, recortado
sobre o azul do céu, vê a figura de Migão coçando-lhe a cabeça. Olha atônito para o animal e seus olhos
vão se enchendo de lágrimas.
– Migão, você está curado! – exclama. Em seguida grita para os demais:
– Gente, o Migão está curado!
Os outros acordam e vão acarinhar o chimpanzé, felizes com sua recuperação. Até Teca se encoraja a
chegar mais perto. Seu Timón examina o animal e finalmente diz:
– É... parece que ele está bem...
Minutos mais tarde, os ex-tristes despedem-se, seguindo caminho. Seu Timón, as crianças e Migão
partem na direção das montanhas. Duas horas mais tarde, chegam à entrada de uma caverna encravada nas
paredes de um “canyon”. Seu Timón entra, e os outros seguem atrás. Andam um pouco e chegam diante
de uma parede com uma porta fechada. Em cima, há uma placa onde se lê: FAÇA UMA BOA AÇÃO E
RECEBA UMA GRANDE RECOMPENSA.
Teca coça a ponta do nariz.
– Que esquisito! Se alguém faz uma boa ação para receber uma recompensa...
– Já não é uma boa ação – completa Gilberto.
Seu Timón abre a porta, e entram numa sala que mais parece uma loja. Nas paredes há várias
prateleiras com objetos ainda dentro das embalagens originais: inúmeros tipos de brinquedos, roupas
exóticas, eletrodomésticos, jóias... Os olhos das crianças brilham ao olhá-los. De repente Gilberto
exclama:
– Um som, um MINI SYSTEM! Olha, Serginho, tem rádio, MP3... é o nosso... aquele que a gente
morre de querer...
– O meu patim! – exclama Teca, segurando um belo modelo de patim nas mãos. – Eu sempre quis ter
um desses.
Seu Timón observa uma pequena bolsa com uma plaquinha onde está escrito: “Bolsa mágica. Contém
sete moedas de ouro. Sempre que seu dono tirar uma, surge outra igual em seu lugar”.
– Arre!!!... Quer dizer que o dono desta bolsa pode ser a pessoa mais rica do mundo – diz seu Timón
para si mesmo. – É só ir tirando moedas de ouro...
Até Migão apanha um brinquedo, um boneco com cara engraçada. Então, abre-se uma porta nos fundos
da sala. Os cinco olham desconfiados.
– Se a porta está aberta, acho que é para a gente passar – diz seu Timón, passando para o outro lado.
As crianças largam os objetos nas prateleiras e o seguem, desembocando numa gruta cheia de estátuas
assustadoras. Parecem pessoas petrificadas: homens, mulheres e crianças. Teca se aproxima para olhá-las
mais de perto, dá um grito e corre a abraçar-se com Gilberto, exclamando:
– Essas estátuas parecem gente!
Mas os sustos não ficam por aí. No fundo da gruta, sentado num grande trono de ouro todo cravejado
de pedras preciosas, está um homem vestido como um rei, mas com ar muito triste. Tem os pulsos
algemados ao trono. Ao ver os visitantes, por seus olhos passa um reflexo de esperança.
– Sejam bem-vindos – diz com entonação ansiosa. – Eu sou o Rei destas montanhas.
As crianças olham-se, assustadas. Seu Timón apresenta um ar enigmático.
– Aproximem-se, por favor – continua. – Não tenham medo... Não estão vendo que estou algemado?
As crianças e seu Timón aproximam-se, e Migão vai até o trono para examinar tudo com sua natural
curiosidade. O Rei continua, com tristeza na voz:
– Antigamente, todos os dias eu cavalgava ao amanhecer, despertando a natureza... Tudo tinha vida e
beleza. As encostas eram cheias de mata, pequenos riachos e magníficas cascatas. Havia muitos animais
silvestres, muitos pássaros... tudo era alegria.
As crianças estão impressionadas. Teca, penalizada, pergunta:
– O que aconteceu?
– O gênio do mal conseguiu me prender aqui. Não posso mais acordar a natureza ao alvorecer. Vocês
devem ter visto que lá fora está tudo morto.
– E não se pode fazer nada? Ninguém pode soltar o senhor? – pergunta Serginho.
– Pode sim. Qualquer pessoa pode. Se quiserem, vocês podem me libertar.
O Rei faz pequena pausa e conclui com indisfarçável ansiedade na voz.
– E podem pedir qualquer coisa como recompensa.
Os olhos de Serginho brilham, ao perguntar:
– Podemos pedir o MINI SYSTEM?
– Podem sim. Qualquer coisa... até mesmo aquela bolsa mágica.
– Bolsa mágica? – pergunta Teca, muito curiosa.
– É uma bolsa com sete moedas de ouro – explica o Rei. – Quando seu dono tirar uma, aparece outra
no lugar.
As crianças, maravilhadas, retornam correndo à sala dos brinquedos. O rei espera, com expressão
terrivelmente ansiosa, pensando: “Será que eles vão cair na armadilha?”

No próximo episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, nós vamos saber que armadilha era aquela e
se as crianças vão cair nela.

AULA 27
A inveja

Joselito vivia implicando com seu irmão Carlinhos, que era quatro anos mais novo que aquele. Tudo
que o irmãozinho fazia ele ia logo contar à mãe, com aquele ar de quem está denunciando algo errado que
o mano tivesse feito. Além disso, nunca perdia oportunidade de dar uns tapas no mais novo, por qualquer
motivo, e mesmo sem razão.
Certo dia Carlinhos contou à mãe que Joselito vinha faltando à aula na escola para ir jogar futebol com
amigos... Ah, pra quê! Isto lhe rendeu meia dúzia de murros e alguns beliscões.
Diante disso, a mãe botou Joselito de castigo: uma semana sem televisão, sem computador e sem
passeios. Além disso, teria de ler um livro nas horas vagas, quando não estivesse estudando.
Joselito odiou essa parte de ter de ler o livro. Tinha preguiça de ler, mas dessa vez não teve jeito. O
livro escolhido era sobre relacionamentos em família, e, como a mãe vinha lhe perguntar diariamente o
que ele entendera sobre a leitura do dia, era preciso prestar atenção.
Certa noite, sem ter com que se ocupar, Joselito começou a pensar em sua vida. Primeiro, ficou com
pena de si mesmo por causa do castigo, porém foi refletindo mais profundamente e chegou à conclusão de
que o castigo era merecido. Assim, nesse rumo de suas reflexões, acabou concluindo que ele tinha um
sério problema com relação ao irmão, mas não conseguia perceber qual seria a causa. Sabia que amava
Carlinhos, mas não conseguia se controlar. Tinha sempre o garoto na mira da sua atenção, procurando
algo de ruim no irmão que pudesse mostrar à mãe. Seria inveja? “Não, claro que não”, pensou assustado.
Acabou adormecendo e sonhou que se encontrava num lugar escuro, muito feio, e que fugia de alguns
seres estranhos que o perseguiam, gritando:
– É inveja! Esse garoto tem é inveja, por isso ele é tão mau.
Joselito acordou com o coração aos saltos, a respiração ofegante e um aperto no peito.
Quando conseguiu acalmar-se, procurou decifrar o significado daquele sonho, ou pesadelo. Mas não
havia nada para decifrar, estava tudo muito claro. Sentia que realmente tinha inveja do irmão, por isso o
maltratava.
Lembrou-se vagamente de quando era filho único. Era ele o centro das atenções. Quando chegava
alguém, todos os agrados eram para ele. No Dia da Criança e no Natal, os melhores presentes eram sempre
os dele. A mãe passava todo o tempo livre com ele... Ah, mas depois que Carlinhos nasceu, tudo mudou.
O irmãozinho veio tomar seu lugar, ocupar seus espaços...
Era isso! O que ele sentia era inveja do Carlinhos.
Joselito não gostou da idéia de saber que era invejoso e foi procurar, no livro que a mãe o obrigara a
ler, alguma coisa que pudesse ajudá-lo. Leu, desta vez com gosto, e acabou compreendendo muitas coisas.
Resolveu mudar. A partir de então, deixaria de ver Carlinhos como a um rival e trataria de vê-lo como a
um irmão, um irmão de verdade.
Pela manhã, bem cedo, foi ao quarto de Carlinhos para acordá-lo e lhe deu um abraço.
O garoto estranhou aquela atitude, mas percebeu logo que era de coração e começou a chorar, dizendo:
– Eu nunca pensei que você fosse gostar de mim algum dia...
Joselito não agüentou... Com um nó na garganta, abraçou novamente o irmão, sentindo o quanto
gostava dele.
Sabia também que, daquele dia em diante, os dois seriam verdadeiros irmãos. Mesmo que brigassem de
vez em quando, o que seria natural, não haveria mais agressões nem implicância, muito menos inveja.

E quanto a vocês? Quem aqui acha que pode estar sentindo inveja de alguém?
O professor deve incentivar respostas e socializar o tema.

AULA 28
Responsabilidade (Colaboração de Socorro Souza)

Paulo era um garoto de 11 anos. Morava com os pais, seu Jonas e dona Elita, além da avó, dona
Marlinda, que tinha por ele muito carinho.
Certo dia Paulo trouxe dois colegas para fazerem uma pesquisa na Internet, sobre as sete maravilhas
do mundo, e os três foram para o quarto de Paulo, onde havia um computador.
Depois de duas horas, dona Elita bateu à porta a fim de chamar os garotos para um lanche. Como
ninguém atendia, entrou e ficou muito aborrecida com o que viu: Paulo olhava uma revista imprópria
para a sua idade; Márcio, seu colega de 12 anos, e Carlos, de 11 anos, estavam em frente ao
computador, olhando fotos de carros de corrida. Desanimada, chamou a atenção dos três dizendo:
– Foi para isso que vocês se reuniram hoje aqui em casa?
Olhando para o filho, falou com tristeza na voz:
– Ao que me consta, havia uma pesquisa a ser feita sobre as maravilhas do mundo e, certamente, não
é nessa revista que você vai encontrá-las.
Virando-se para os colegas de Paulo, comentou:
– Quanto a vocês, também estão errados em gastar seu tempo a ver carro de corrida, quando
deveriam estar estudando. Levantem-se todos para o lanche e, ao terminarem, vocês dois irão para suas
casas. Vão fazer suas pesquisas em qualquer obra. Se não encontrarem em casa, poderão encontrar na
biblioteca.
– Mas, mãe, o trabalho é de equipe – reclamou Paulo.
– Agora já não é mais – respondeu dona Elita.
– E vou fazer esse trabalho sozinho? – quis saber o garoto, com ar irritado.
– Vai sim, e sem ajuda da Internet. Vai pesquisar nas enciclopédias que temos em casa. Nelas você
vai encontrar tudo o necessário. Vai ler sobre as sete maravilhas do mundo e escrever com suas próprias
palavras. Ao terminar o trabalho, quero que mostre a mim, a seu pai e à sua avó. Ela vai ficar muito
decepcionada com sua atitude de trocar um trabalho sério por uma coisa banal. Quando a professora
perguntar por que não pesquisaram na Internet, você irá contar-lhe a verdade. E tem mais, pela falta de
responsabilidade para com as tarefas da escola, vai ficar sem Internet durante uma semana, e depois
disso vou controlar seus horários e os sites que anda visitando.
Paulo quis retrucar, mas não sabia o que dizer. Ao ficar sozinho no quarto, sentou-se junto à janela
para curtir a raiva que sentia, mas não teve tempo. Luizinho, seu amigo, estava chegando e vinha lhe
pedir um livro emprestado. Era um livro de história.
Essa ocorrência sem importância mexeu com Paulo, que se pôs a pensar sobre o quanto deveria ser
grato aos pais. Eles se sacrificavam para que ele pudesse estudar num bom colégio e para que nada lhe
faltasse. Com Luizinho era diferente. O pai tinha ido embora, e a mãe, coitada, não tinha como pagar-
lhe um bom colégio, nem comprar livros.
Decidiu-se. Inflou o peito e disse para si mesmo:
– A partir de agora, vou levar o estudo a sério. Vou me esforçar de verdade. Daqui a alguns anos,
quero estar formado, conseguir um bom emprego e ajudar meus pais, quando forem mais idosos. Quero
que eles sintam orgulho de mim.

AULA 29
Com licença

Vocês agora vão fechar os olhos e imaginar que estão numa loja de brinquedos, cheia de gente.
Cada um de vocês vai imaginar que está procurando aquele brinquedo que gostaria de ganhar de
presente. De repente aparece alguém mais apressado e lhe dá um empurrão para poder passar. (10
segundos)
Muito bem, podem abrir os olhos e dizer o que sentiram quando levaram o empurrão daquela pessoa
sem educação.
O professor deve incentivar respostas, enfatizando a importância do “dá licença”.

Agora fechem novamente os olhos e imaginem que estão na mesma loja cheia de gente.
Cada um de vocês vai imaginar que continua procurando aquele brinquedo que gostaria de ganhar. De
repente aparece alguém mais apressado e lhe diz com delicadeza: “Me dá licença?” (10 segundos)

Agora podem abrir os olhos e dizer como se sentiram quando a pessoa apressada pediu licença para
passar.
O professor deve incentivar respostas e socializar o tema, enfatizando a importância da boa educação
em qualquer lugar e em todas as circunstâncias; lembrar que todos admiram uma atitude educada.

AULA 30
Revisão

Hoje vamos rever o que vocês aprenderam com as últimas aulas de valores humanos.

No episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, nós vimos como o grupinho chega a uma caverna e
ali encontra o Rei da Montanha, que estava preso no salão das estátuas de pedra. O Rei então lhes pede
para o soltarem e em troca oferece vários prêmios, alguns até mesmo muito valiosos.

E vocês? Se de repente se vissem numa situação assim, com alguém pedindo ajuda e oferecendo
recompensa valiosa, que fariam? Iriam ajudar sem se importar com a recompensa, ou iriam aceitar a
recompensa para ajudarem essa pessoa?
Vejamos.
Levante a mão quem ajudaria, sem pedir recompensa.
O professor deve contar quantos alunos escolheram essa opção.

Agora levante a mão quem pediria a recompensa para ajudar.


O professor deve contar quantos alunos escolheram essa outra opção e pedir para que fiquem atentos
porque, na próxima aula de valores humanos, eles terão uma resposta bem interessante.

Em outra aula, vimos a história de Joselito, que vivia implicando com seu irmão Carlinhos e até mesmo
maltratando-o de vez em quando, o que lhe rendeu um castigo muito oportuno porque teve tempo para
pensar na própria vida e perceber o quanto era mau com o irmão mais novo, apesar de amá-lo muito.
Depois de um sonho, mais pesadelo que sonho, chegou à conclusão de que a sua implicância com
Carlinhos era apenas inveja. Desde que o irmão nascera, a mãe tinha deixado de lhe dar a mesma atenção
que dava antes, pois seu tempo era pouco para cuidar do bebê.

Vocês agora vão fazer uma reflexão. Vão fechar os olhos por um minuto e analisar a si mesmos,
procurando perceber se têm algum tipo de inveja.
O professor deve monitorar o tempo para a reflexão das crianças; incentivar respostas e socializar o
tema.

AULA 31
Aventura Virtual – Episódio 25

Vocês se lembram que, no último episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, eles ficam penalizados
com a situação do Rei da Montanha e que, ao saber que poderiam escolher uma recompensa para libertar o
Rei, voltam correndo para a sala dos brinquedos para escolher suas recompensas?

Enquanto isso, no gabinete de comando da nave de Ruk, este e Fávia observam num monitor de TV
cada detalhe da cena.
– Eu acho que eles vão cair na armadilha – arrisca Fávia. – A tentação é muito grande.
Faz uma expressão maldosa e conclui:
– Assim ficamos livres deles... para sempre.
Ruk dá um murro na mesa do monitor e fala com ódio:
– Três míseros fedelhos ganhando batalhas contra Ruk Pollus!!!
Anda um pouco pela sala e esbraveja:
– Mas eles me pagam. Vou transformá-los em brita... e eles vão servir de alicerce para a minha estátua,
quando eu for o dono do mundo.
Na sala dos brinquedos, as crianças continuam olhando tudo para melhor poder escolher as
recompensas. Mas não estão mais tão entusiasmadas quanto antes. Gilberto externa o pensamento dos três.
– Vocês acham certo a gente pedir recompensa por uma boa ação?
Olham umas para as outras em silêncio, e suas expressões alegres vão murchando. Sem dizer palavra
alguma, devolvem os brinquedos às prateleiras. Gilberto tira o boneco das mãos de Migão, dizendo
carinhosamente , mas com firmeza:
– Migão, desta vez não vai dar.
Seu Timón sorri sob o bigode grisalho, acompanhando as crianças de volta à gruta das estátuas.
Gilberto, como porta-voz do grupo, dirige-se ao Rei.
– Desculpe, seu Rei, mas nós não queremos recompensa. Basta o senhor dizer o que é preciso fazer.
Mal acaba de falar, as algemas abrem-se misteriosamente. O Rei levanta as mãos olhando para elas,
quase sem acreditar em tamanha ventura. Quando se convence de que está livre, uma expressão de
indizível felicidade vai se espalhando por seu rosto. Volta os olhos para o alto em gesto de gratidão,
enquanto duas grossas lágrimas rolam dos seus olhos.
– Até que enfim!... Até que enfim, meu Deus!!! – exclama. – Eu estou livre... livre!
As crianças estão mais do que espantadas, e seu Timón sorri abertamente. O Rei levanta-se e desce
daquele trono-prisão, movimentando os braços para fazer retornar a circulação. Aproxima-se das crianças,
ajoelha-se diante delas dizendo, com lágrimas nos olhos e na voz:
– Obrigado. Muito obrigado. Vocês salvaram mais do que a minha vida. Vocês me deram a liberdade.
– Mas nós não fizemos nada! – exclamam os três ao mesmo tempo.
O Rei, profundamente emocionado, explica com a voz embargada pelos soluços que procura conter:
– Para eu ficar livre, era preciso aparecer alguém grande o bastante para não aceitar recompensa pela
boa ação.
Serginho, sem entender bem o sentido daquelas palavras, replica:
– Mas nós não somos grandes... somos crianças.
Seu Timón não consegue conter o riso, que soa estranhamente naquela cena repleta de emoção. O Rei
olha para ele, levanta-se e vai abraçá-lo, exclamando:
– Como são inocentes essas crianças! Tão dignas e nobres...
Apontando o dedo para as estátuas, continua:
– Estão vendo? Todas elas são pessoas que aceitaram recompensa para me libertar e foram
transformadas em pedra.
Um frêmito de horror perpassa pelo grupo. Os Praxedinhos, assustadíssimos, ficam algum tempo
olhando para aquelas pessoas transformadas em pedra, pensando que agora elas próprias poderiam estar
assim. Só seu Timón permanece sorridente, como se já conhecesse aquele enredo. Finalmente, Gilberto,
recuperando-se um pouco do susto, pergunta:
– Quer dizer que, se a gente tivesse aceitado recompensa para libertar o senhor... agora...
– Agora vocês estariam ali, transformados em pedra – completa o Rei.

O episódio de hoje da aventura virtual dos Praxedinhos termina aqui, mas voltamos em breve para
saber o que aconteceu depois...
O professor deve pedir às crianças que cada uma delas faça uma boa ação, por mínima que seja e sem
esperar recompensa, a fim de narrá-la na próxima aula de valores humanos.
Os alunos devem anotar a tarefa de casa para não se esquecerem de realizá-la.

AULA 32
Quem fez uma boa ação?

O professor deve pedir às crianças que narrem as boas ações que tiverem feito, conforme o dever de
casa da última aula de valores humanos, e socializar o tema.

AULA 33
Respeito pelo professor

O professor deve perguntar aos alunos quais deles têm se lembrado de usar o “faz favor”, o “com
licença”, de cumprimentar as pessoas ao encontrá-las e de agradecer pelas gentilezas que tenham
recebido.

Vocês se lembram da Mariazinha, aquela garota que sonhou com o planeta Hipotalus, que explodiu?
Pois bem, certo dia, na escola, o Tito, um colega de sala da Mariazinha, xingou a professora ao ser
repreendido por esta. A professora ia chamar a supervisora, mas Mariazinha pediu para falar.
Concedida a permissão, ela foi para junto da mesa da professora e disse a seus colegas:
– Gente, vamos pensar um pouco. Nós precisamos ter muito respeito pelos nossos professores, porque,
se não fossem eles, como seria a nossa vida?
Nequinho, um aluno que sempre achava um jeito de mostrar sua má educação, gritou lá do fundo da
sala:
– Seria muito melhor. Teríamos o dia inteiro para curtir a vida.
Mariazinha não se importou e perguntou:
– Nequinho, seu pai faz o quê?
– Meu pai é médico – respondeu com tom orgulhoso.
– Muito bem, Nequinho – exclamou Mariazinha e continuou:
– O seu pai, para ser médico, o que foi que ele fez?
– Ora que pergunta boba, ele estudou medicina.
Mariazinha deu um sorriso irônico e falou:
– Pois bem, para seu pai poder estudar medicina, primeiro ele teve que aprender a escrever, a ler e
todas as outras coisas que nós estamos aprendendo aqui na escola, não é verdade?
Nequinho estava tão sem graça que nem respondeu, e Mariazinha continuou:
– Vocês sabiam que os professores tiveram que estudar muito, mas muito mesmo, para poder nos
ensinar? Vocês sabiam que eles ganham pouco; que muitos deles precisam dar aulas pela manhã, à tarde e
também à noite, para poder manter suas famílias? Por que vocês acham que eles continuam com essa
profissão, ganhando pouco e, ainda por cima, ouvindo desaforos de crianças sem educação?
Mariazinha olhou para a professora, com um olhar carinhoso e agradecido, e continuou:
– Essa profissão, a de professor, é uma missão de muito amor, de muito desprendimento. Por isso
precisamos respeitar nossos professores e também amá-los. Isto é importante para eles se sentirem
recompensados pelos sacrifícios que fazem por nós; para que eles possam continuar nos ensinando, pois,
só assim, nós poderemos ter um futuro melhor.
As crianças estavam emudecidas. Nunca tinham pensado assim e já olhavam para a professora com
mais respeito e carinho. Mariazinha concluiu, dizendo:
– Vocês sabiam que muitos professores estão mudando de profissão por não agüentarem a grosseria e a
agressividade dos alunos? Se todos eles mudarem de profissão, não teremos mais professores e então...
quando ficarmos adultos, que será de nós? Sem estudo, vamos é puxar carroça por aí, para termos o que
comer... Gostaram da idéia?
Ao voltar para seu lugar, observando as expressões de seus colegas, Mariazinha teve certeza de que
todos entenderam muito bem o que ela quis dizer e que tratariam de ser mais obedientes e educados a
partir de então.

AULA 34
A mentira

Ana Rosa era uma garota inteligente, estudiosa e educada. Era filha de um empresário bem-sucedido,
que viajava muito. A mãe era médica e passava grande parte do seu tempo no hospital. Com isso a garota
pouco via os pais.
Tudo começou com uma mentirinha aqui, outra ali, e logo, logo, a garota já mentia tanto nas pequenas,
quanto nas grandes coisas.
Os colegas sempre lhe diziam que um dia ela se daria mal por causa disso, mas Ana Rosa estava
gostando muito do que entendia ser apenas uma brincadeira.
Certo dia, como o pai estava viajando e a mãe de plantão no hospital, ela achou que poderia pegar um
cineminha com as amigas ao sair da escola. Ligou para casa e, mentindo, disse à cozinheira que iria
almoçar na casa de uma amiga e passar a tarde com ela, mas, assim que pisou na rua, viu-se seqüestrada
por dois homens e uma mulher e foi levada para um cativeiro. Ali, ela conseguiu ouvir uma conversa entre
os seqüestradores e reconheceu a voz de um deles. Era o Antonio, que tinha sido jardineiro da sua casa.
Ana Rosa era esperta e conseguiu apossar-se do celular da mulher que tomava conta dela, sem que esta
percebesse. Ligou para casa e foi a cozinheira quem atendeu. Falando baixinho, informou que tinha sido
seqüestrada, mas a cozinheira riu e desligou o telefone. Ana Rosa entendeu que a cozinheira achou que ela
estava mentindo, como era o costume da garota. Desesperou-se, mas nada poderia fazer, pois precisava
devolver o celular, já que a sua carcereira estava voltando.
Foram doze dias de cativeiro em condições muito precárias. Naquela triste situação e com medo de ser
morta pelos seqüestradores, Ana Rosa teve muito tempo para refletir. Se não fosse uma pessoa mentirosa,
a cozinheira lhe teria dado atenção e ela lhe teria informado que o Antonio era um dos seqüestradores.
Com essa informação, a polícia teria muito mais facilidade para encontrá-la, mas agora... que seria dela?
Finalmente seu cativeiro foi encontrado e ela posta em liberdade, mas já não era mais a garota
mentirosa de antes. Ana Rosa aprendera a lição.
E vocês? Quem aqui tem o costume de mentir?
O professor deve incentivar respostas e socializar o tema, enfatizando a importância de sempre se
dizer a verdade.
AULA 35
Revisão

Hoje vamos rever o que aprendemos nas últimas aulas de valores humanos.

No episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, vimos como eles escolheram fazer a boa ação, sem
pedir recompensa e como isto lhes salvou as vidas. Se tivessem aceitado as recompensas, teriam se
transformado em estátuas de pedra. Que horror!
Vimos também como aquele gesto tão desprendido das crianças salvou o Rei da Montanha e o quanto
ele ficou agradecido.
Mas ele disse uma frase interessante que vale a pena lembrar. Foi a seguinte: “Para eu ficar livre, era
preciso aparecer alguém grande o bastante para não aceitar recompensa pela boa ação”.
O que ele quis dizer com esse “grande o bastante”, já que foram crianças que o libertaram e não alguém
grande?
O professor deve incentivar respostas e socializar o tema, lembrando que a grandeza à qual ele se
referia era grandeza de espírito e não de tamanho físico; que as crianças agiram com essa grandeza, ao
não pedir recompensa pela boa ação. O professor também pode pedir aos alunos para citarem
personagens que agiram com grandeza de espírito.

Depois tivemos aquela aula em que a Mariazinha falou sobre a importância dos professores na vida das
pessoas. Quando dizemos professores, estamos nos referindo à profissão, que tanto é exercida por
mulheres quanto por homens.
Vimos como ela calou a arrogância do Nequinho, que se achava o máximo, por ser filho de um médico.
Mas o pai dele só chegou a ser médico porque primeiro aprendeu tudo o que se aprende na escola. Falou
também sobre o muito que os professores tiveram de estudar, do sacrifício que fazem para exercer a
profissão e, por isso, devem merecer todo o respeito e o carinho dos alunos.

Em outra aula contamos o drama de Ana Rosa, aquela garota que vivia mentindo e que foi seqüestrada.
Estão lembrados? Ela conseguiu se apossar de um celular e ligar para casa, mas a cozinheira que atendeu
não lhe deu ouvidos, achando que ela estava mentindo. Por causa disso, Ana Rosa perdeu a possibilidade
de passar uma informação preciosa que poderia levar a polícia a libertá-la.
O que vocês aprenderam com o drama da Ana Rosa?
O professor deve incentivar respostas, lembrando que as mentiras sempre têm conseqüências
desagradáveis e que, mesmo que nunca venham a ser descobertas, ficam pesando na consciência da
pessoa, atormentando-a.

AULA 36
Aventura Virtual – Episódio 26

Nó último episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, nós tínhamos ficado no momento em que o
Rei da Montanha, na caverna das estátuas de pedra, agradece aos Praxedinhos por terem recusado uma
recompensa para libertá-lo.
Gilberto, então, recobrando a voz, pergunta:
– Quer dizer que, se a gente tivesse aceitado recompensa para libertar o senhor... agora...
– Agora vocês estariam ali, transformados em pedra – completa o Rei.
As crianças estão atônitas, pensando sobre o quanto fora importante terem agido conforme lhes pediam
suas consciências.
Antes que alguém possa dizer qualquer coisa, uma suave luz dourada ilumina a gruta e aparece
Ashtarih, a verdadeira. Olha em torno, sorri e diz com sua voz encantadora:
– Estou muito feliz de ver que neste planeta existem pessoas boas, pacíficas e honestas. Por isso
podemos dizer que há esperança para a Terra.
Aproxima-se das crianças, olha para elas com carinho e continua:
– Vocês vêm cumprindo sua missão com louvor... Parabéns.
E, ante suas expressões de contentamento, Ashtarih conclui:
– Agora vão voltar para casa, para o mundo real.
Gilberto olha para Migão, querendo saber qual será o seu destino. Ashtarih segura na mão do
chimpanzé.
– Não se preocupe, Gilberto. Ele vai ficar comigo. Assim que estiver completamente restabelecido, vou
devolvê-lo à sua família.
Gilberto abraça o amigo macaco, despedindo-se dele. Teca está num pé e noutro para fazer uma
pergunta. Ashtarih antecipa-se:
– Você está querendo saber como está indo nossa luta contra Ruk Pollus. Está indo muito bem... até
agora.
Todos percebem que há algo importante. A menina continua:
– Mas ele está furioso. E ele é muito mau, é perverso... não tem escrúpulos. Agora, vai atacar com
tudo!...
Ashtarih fica silenciosa por instantes e conclui:
– Estou certa de que o Ruk vai voltar-se especialmente contra vocês três.
– Por que nós? – pergunta Teca, com medo.
– Porque vocês causaram grandes prejuízos a ele. Vocês trabalharam muito bem e... aquela energia boa
que conseguiram canalizar lá na festa dos animais... foi um golpe rude para as suas pretensões. Além
disso... vocês o desafiaram.
Serginho pergunta, com ar inocente.
– Desafiamos?
– E dentro de seus próprios domínios – afirma Ashtarih com um sorriso.
Ela continua:
– Já se esqueceram de que vocês se recusaram a trabalhar para ele e ainda fizeram aquela espécie de
juramento de que iriam lutar com todas as suas forças pelo bem da humanidade?
Depois de pequeno silêncio, Teca, com expressão preocupada, pergunta:
– E o que vai acontecer agora?
Ashtarih alisa-lhe o cabelo e diz com convicção:
– O medo, Teca, é um sentimento negativo. A gente deve ser cuidadoso, precavido, mas não medroso.
E deve confiar no Comando Solar. Depois disso... é só usar a inteligência, o amor e a alegria.
Gil percebe que a menina ainda tem algo importante a dizer. Pergunta:
– Tem mais alguma coisa?
– Sim... Vocês já sabem que o Ruk está fazendo tudo para aumentar suas reservas de energia negativa.
Como vocês sabem, é usando essa energia que ele pretende dominar as mentes das pessoas que utilizam
computador.
– Será que ele vai conseguir? – pergunta Gilberto, muito preocupado.
– Só se ele puder dobrar suas reservas de energia má – responde seu Timón.
Ashtarih olha para as crianças com ar muito sério, dizendo:
– Imaginem as milhões e milhões de pessoas que lidam com computador... Todas elas com as mentes
dominadas, escravizadas por Ruk Pollus, obedecendo cegamente a suas ordens. Seriam milhões de Ruks
espalhados no mundo todo, nas empresas, escolas, repartições... dentro dos lares... onde houver um
computador.
– Que horror! – exclamam Teca e Serginho.
– Isto seria terrível demais! – diz Gilberto, horrorizado.
Ashtarih fala pausadamente.
– Isto, se ele conseguir dobrar suas reservas... e é isso que ele vai tentar de todas as formas possíveis e
por todos os meios.
Serginho, com ar aflito, pergunta:
– E as outras crianças estão sabendo disso?
– Todas estão sendo convocadas para a grande batalha. É uma batalha em que as armas não são
bombas, fuzis ou metralhadoras, mas a mente e a emoção.
Pelo azul dos olhos de Ashtarih passam intensos reflexos dourados. Olha as crianças bem dentro dos
olhos, uma por uma, como a lhes passar um pouco do seu poder, da sua força, e diz, pausadamente:
– Nós estamos contando com vocês.

Bem, a continuação dessa aventura vamos ver em outro dia.

AULA 37
O roubo

O que vocês acham de uma pessoa que rouba?


O professor deve incentivar respostas.

Manuel era um garoto muito inteligente, porém usava muito mal a sua inteligência. Havia adquirido o
hábito de roubar.
Imaginem vocês que coisa mais feia uma pessoa tomar para si o que não lhe pertence.
Roubar significa falta de caráter, mas Manuel não estava se importando muito com isso, porque sempre
conseguia se safar, e ninguém sabia que ele cultivava um hábito tão vergonhoso.
O tempo passou e, certo dia, quando já tinha dezessete anos, conheceu Lucinha, que vinha transferida
de outra cidade. Era uma garota meiga e bonita, e Manuel apaixonou-se completamente por ela.
Tanto fez que conseguiu aproximar-se da moça e iniciar um namoro. Em pouco tempo, ambos estavam
completamente apaixonados um pelo outro. Já faziam até planos para o futuro, para o dia em que
estivessem formados, trabalhando, quando então poderiam casar-se, formar um lar, ter filhos, etc.
Um dia Manuel queria levar Lucinha ao cinema, mas não tinha dinheiro. Havia observado que um
colega de sala, o Juninho, estava com dinheiro na carteira e resolveu aproveitar a hora do recreio para
roubá-lo. Como estava acostumado a isso, não seria difícil.
Mas foi horrível. Quando estava saindo da sala com o dinheiro alheio já no bolso, foi abordado pela
professora acompanhada de dois seguranças.
– Pegamos o ladrãozinho – exclamou o segurança.
– Ladrãozinho, eu? – exclamou Manuel. – Eu não fiz nada.
O segurança foi logo tirando o dinheiro do bolso de Manuel, que reclamou:
– Esse dinheiro é meu!
A professora explicou:
– Nós instalamos uma câmara escondida na sala para pegarmos o ladrão que vinha roubando seus
colegas e... pegamos.
Dirigindo-se a um dos seguranças, pediu:
– Chame a polícia, por favor.
– A polícia, não, pelo amor de Deus! – exclamou Manuel, em terrível desespero. – Se eu for fichado,
meu pai me mata...
– Devia ter pensado nisso antes – respondeu a professora.
Lucinha, que tinha esquecido o celular na sala de aula, estava voltando para buscá-lo e ficou sabendo o
que acontecera. Manuel, tentando aliviar a culpa, falou, desesperado:
– Lucinha, acredite em mim, eu só queria te levar ao cinema...
Mas Lucinha nada disse, apenas olhou para ele com um olhar cheio de nojo e saiu.
A professora acabou não chamando a polícia, mas o rapaz teria de prestar serviços comunitários por um
ano e ficaria sob vigilância.
Manuel não foi entregue à polícia, e a ocorrência não foi divulgada, mas nada disso tinha importância
para o rapaz diante da perda da garota a quem amava. Durante muitos anos, aquele olhar de nojo que
Lucinha lhe dirigira permaneceu gravado em sua memória, envergonhando sua alma e machucando seu
coração.
Manuel jamais imaginara o quanto doía sentir vergonha.

AULA 38
Valorizar o estudo (Colaboração de Milton Ferreira)
Como sempre acontecia, naquele dia Mário acordou sonolento. A luz do sol entrava pelas frestas da
janela do quarto, informando que era hora de levantar. Esse era um dos momentos mais desagradáveis do
seu dia! Ter que sair da cama para ir à escola era difícil.
– Todo dia as mesmas coisas – resmungava, irritado.
Sua mãe dizia que a escola é importante, que o conhecimento e a educação são as coisas de maior valor
que uma pessoa pode ter na vida. Mas nem por isso ele conseguia ficar empolgado na hora de ir para a
aula!
E lá vinha Rosa acordá-lo, reclamando:
– Todo o dia é a mesma coisa. Esse Mário dando trabalho para se levantar!
Rosa era a jovem que trabalhava na casa deles, como doméstica. Era uma boa pessoa, mas com ela não
havia argumento. Na hora de levantar para ir à escola... era para levantar mesmo!
Como não tinha jeito, Mário levantou-se e tomou um banho rápido. Vestiu o uniforme e foi até a
cozinha para tomar o café da manhã.
Lá chegando, percebeu que a mãe já tinha saído. Ela era corretora de imóveis. Trabalhava o dia todo a
fim de ajudar a manter a casa. O pai também ajudava e, nos finais de semana, levava Mário e o seu irmão,
Júlio, de oito anos, a passear.
Seus pais estavam separados há quase dois anos. No começo foi difícil, mas acabou se acostumando.
De qualquer forma, não podia mesmo fazer nada.
Como a escola ficava perto, Rosa sempre os levava. Mário ia resmungando, irritado pelo fato de
precisar passar tanto tempo estudando, quando poderia estar se divertindo.
No caminho encontraram o velho João, um carroceiro que vendia bananas para sustentar a mulher e um
neto que morava com ele. Rosa parou para um dedinho de prosa:
– Como está, seu João? Sua esposa ainda está doente?
Segurando o burrico pelo cabresto, o velho sorriu um sorriso desdentado e disse:
– Ela está bem melhor, graças a Deus. O Tonico é que me deixa preocupado. Não conseguimos
matrícula para ele na escola. É um garoto inteligente, adora estudar... diz que vai ser doutor...
Mário percebeu que os olhos de seu João ficaram cheios de lágrimas, ao concluir:
– Coitado do meu neto... eu não tenho como pagar uma escola para ele. Vai acabar vendendo banana
como eu...
Mário conhecia Tonico e o admirava. Era um garoto honesto e muito esforçado. Vez por outra, vinha
lhe pedir um livro emprestado, pois gostava muito de ler.
– Como a vida é esquisita – falou para si mesmo. – O Tonico daria qualquer coisa para poder estudar, e
eu fico reclamando porque tenho de ir à escola. Acho que preciso valorizar mais o estudo, senão sou eu
que vou acabar vendendo banana.

E vocês? Alguém aqui tem preguiça de vir para a escola?


O professor deve incentivar respostas e socializar o tema, focando na importância da escola na
formação e no futuro das pessoas.

AULA 39
Colocar-se no lugar do outro (Colaboração de Milton Ferreira)

Certo dia, ao término das aulas, enquanto esperavam Rosa vir buscá-los, Mário e Júlio discutiam por
causa de um chiclete.
Júlio havia guardado três chicletes que sobraram do dia anterior e resolveu repartir com o irmão, mas
este, querendo usar de sua pretensa autoridade de mais velho, disse que dois seriam dele. Como Júlio não
concordasse, Mário tentava tirá-los a força.
Nesse momento, o professor de filosofia ia passando, e Mário lembrou-se do que ele dissera na aula do
dia anterior: “Respeito é um valor importante. Sempre que estiverem em dúvida, ponham-se no lugar do
outro e tentem imaginar como se sentiriam na posição da pessoa que é desrespeitada”.
Mário imaginou, então, como se sentiria se estivesse no lugar do irmão e sentiu-se encabulado. Sabia
que Júlio gostava muito dele. Eles viam o pai apenas nos fins de semana, e a mãe estava sempre muito
ocupada. Assim, só podiam mesmo contar um com o outro, além da Rosa, que, apesar de volta e meia
ficar meio nervosa e brigar com eles, gostava deles e os tratava muito bem.
Olhou para o irmão e viu que estava ficando com os olhos vermelhos, como quem ia chorar.
Arrependeu-se da sua atitude. Não podia ser injusto com o irmão, que era uma das pessoas mais próximas
a ele na vida. Júlio não se lembrara dele na hora de repartir os chicletes, quando poderia tê-los guardado só
para si?
Mais aliviado, por ter entendido a tempo o quanto estava sendo ingrato, Mário pediu desculpas a Júlio,
e os dois acabaram se abraçando, felizes pela amizade que tinham um pelo outro. Em seguida, Mário
dividiu um chiclete ao meio e cada um ficou com um e meio... mas a amizade deles permaneceu inteira.

O professor deve perguntar qual dos alunos já se colocou no lugar do outro e socializar esse tema.

AULA 40
Revisão

Nas últimas aulas de valores humanos, nós aprendemos algumas lições importantes.
Contamos o caso do Manuel, aquele jovem muito inteligente, mas usava muito mal a sua inteligência,
pois havia adquirido o hábito de roubar.
Como sabia que era inteligente, Manuel acreditava que nunca seria apanhado, mas foi, e foi uma
vergonha daquelas, porque a Lucinha, sua namorada, chegou bem na hora em que ele tinha sido pego
roubando.
E quando o segurança o chamou de ladrãozinho, então... Foi horrível.
Manuel tentou ainda se desculpar com Lucinha, dizendo que roubara aquele dinheiro para poder levá-la
ao cinema, mas a garota nada disse, apenas dirigiu-lhe um olhar cheio de nojo e saiu. Aquele olhar ficou
gravado na lembrança de Manuel por muitos anos, envergonhando sua alma e machucando seu coração.
Que lição esse caso nos ensinou?
O professor deve incentivar respostas e socializar o tema.

Vimos também a lição que o Mário aprendeu sobre valorizar o estudo. Lembram como ele vivia
reclamando por ter de levantar cedo para ir à escola?
Quem se lembra do que aconteceu então, que fez Mário mudar de idéia?
O professor deve incentivar respostas; lembrar que essa mudança aconteceu quando o velho João, um
carroceiro que vendia bananas para sustentar a mulher e um neto que morava com ele, disse que estava
muito triste, pois não havia conseguido matrícula para o neto, que era muito inteligente e adorava
estudar... Teria de acabar vendendo bananas, como ele.
Mário conhecia Tonico e o admirava. Era honesto e muito esforçado. Vez por outra, vinha lhe pedir
um livro emprestado, pois gostava muito de ler.
Mário percebeu que teria de valorizar mais o estudo, senão poderia ser ele quem acabaria tendo que
vender bananas para sobreviver.

AULA 41
Aventura Virtual – Episódio 27

No último episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, nós ficamos no ponto em que Ashtarih diz que
todas as crianças que trabalhavam para o Comando Solar estavam sendo convocadas para a grande
batalha, uma batalha em que as armas não são bombas, fuzis ou metralhadoras, mas a mente e a emoção.
Mal acaba de falar, ela e seu Simon desaparecem, como se estivessem numa tela de computador que é
fechada.
Os Praxedinhos olham uns para os outros com ar sério. Serginho é o primeiro a comentar:
– É... eu acho que a briga vai ser feia.
– Vai ser feia... mas nós temos que vencer – diz Teca com um inesperado toque de firmeza.
Gilberto, meio admirado com o tom de voz da irmã, exclama:
– É isso aí, mana!
Pensa um pouco e conclui:
– Só que não vamos ficar parados esperando o Ruk nos atacar.
Teca, intrigada, pergunta:
– Que é que você está pensando?
Gilberto sorri matreiramente.
– Lembram do que a Fávia disse, sobre falarmos com as crianças da Terra?
Olha em torno, como a certificar-se de que ninguém vai ouvi-lo. Faz uma rodinha com os irmãos e
continua a conversa em voz cochichada. Ao término, Serginho dá uns pulinhos de entusiasmo. Teca está
mais cética.
– Acho que você está doido, Gil... Isso é impossível!
– É difícil – responde. – Mas já pensou se a gente conseguir? Vai ser um gol e tanto!
Mal termina de falar, os três sentem um suave movimento rotativo, que vai aumentando de intensidade,
enquanto um zumbido estranho lhes enche os ouvidos. De repente tudo pára e fica silencioso. Olham em
torno e percebem que estão novamente em casa. Desligam o computador e vão até a cozinha a fim de
procurar algo para comer.
Os pais já tinham voltado da viagem. Por suas expressões, as crianças percebem que eles estão sabendo
de tudo. Gilberto, como filho mais velho, encarrega-se de contar-lhes parte das peripécias do grupo,
vividas no mundo virtual.
Na segunda-feira, depois da aula, vamos encontrar os Praxedinhos na portaria de uma emissora de
rádio pedindo para falar com o diretor. O porteiro olha-os com ar aborrecido.
– Já disse que não dá. Seu Duarte não tem tempo para conversa fiada.
– Não é conversa fiada – diz Gilberto. – É coisa para dar muita audiência.
– Ele precisa ouvir a gente – insiste Serginho.
Seu Duarte entra casualmente na portaria. Vê as crianças e pergunta:
– Que confusão e essa?
– São essas crianças, seu Duarte – responde o porteiro. – Querem falar com o senhor.
Dá para ver que seu Duarte está de mau humor. Gil puxa conversa com ele, para distraí-lo, enquanto
Teca e Serginho utilizam seus instrumentos, ou seja, a pedrinha para dinamizar amorosidade e a canetinha
para gerar alegria.
– É que nós queremos fazer um programa de rádio – diz Gilberto.
Seu Duarte olha-o de cima a baixo e diz com desdém:
– Ora, me poupem...
– É um programa infantil – insiste Gilberto. – E o senhor sabe que não tem ninguém melhor que
criança para falar com outras crianças.
A cara feia do homem vai se modificando devagar, ficando mais amigável. Olha longamente para os
três e decide-se.
– Está bem. Vamos conversar... venham!

Bem, a continuação dessa aventura virtual vai ficar para outro dia.

AULA 42
Exercício de amor para a Terra

OBSERVAÇÃO: Neste exercício é importante que o professor leia lentamente, dando pausas conforme
forem necessárias.

Vocês se lembram daquele episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, quando as equipes de crianças
estavam reunidas no grande salão e aparece a Ashtarih, informando que representa o Comando do Sistema
Solar?
Que foi que ela disse então?
Ela explicou que as coisas na Terra estão tão ruins, com tanta violência, corrupção, drogas e tudo o
mais porque milhões de pessoas curtem a violência. Outras tantas são desonestas e gananciosas, e seus
pensamentos e emoções haviam criado em torno do planeta uma faixa de energia muito ruim.
A aventura dos Praxedinhos é imaginária, mas há muita coisa verdadeira e algumas coisas muito boas,
como o exercício de amor para o nosso planeta. Quando fazemos um exercício assim, estamos também
aprendendo a desenvolver amorosidade, e isto é muito bom.

Vamos então fechar os olhos e respirar fundo algumas vezes para relaxar. (10 segundos)
Vamos imaginar que estamos numa nave espacial estacionada à grande altura e de onde vemos a Terra
girando lindamente no espaço. (10 segundos)
Pensemos agora com muito amor no nosso planeta, como se o estivéssemos abraçando com muito
carinho. Afinal, ela é a nossa casa cósmica.
Pensemos nas belezas da natureza, nas matas verdes... nos oceanos azuis... nas cordilheiras geladas...
nas terras férteis onde são plantados os alimentos que nutrem os seres humanos e muitos animais. (10
segundos)
Vamos envolver a Terra num sentimento de amor e de gratidão. (10 segundos)
Vamos abrindo os olhos e continuar sentindo esse sentimento tão bom que é o amor, em sua forma
universal.
O professor deve socializar, perguntando quem conseguiu fazer o exercício direitinho, como se
sentiram, etc.

AULA 43
A tábua

Toninho era um menino traquina, rabugento e respondão. Seus pais o aconselhavam com muita
paciência e amor, mas ele não dava a mínima importância.
Um dia o pai o chamou para uma conversa. Ele tinha feito diabruras de toda espécie e pensou que o
pai acabara perdendo a paciência e iria dar-lhe uma surra, um castigo ou uma repreensão.
Mas não foi assim. O pai não parecia estar aborrecido e simplesmente lhe disse:
– Filho, eu percebo que você não tem idéia do que significa sua conduta. Mas pensei em algo que lhe
poderá mostrar muito bem. É uma brincadeira, mas vai ajudá-lo muito. Venha comigo.
O pai levou Toninho à sua improvisada oficina de trabalho. Lá dentro, falou-lhe:
– Veja, tenho aqui uma tábua nova, lisa e bonita. Todas as vezes que você desobedecer ou tiver uma
ação indevida, espetarei um prego nela.
Pobre tábua! Em pouco tempo, estava crivada de pregos! Mas, a cada vez que Toninho ouvia seu pai
batendo o martelo, sentia um aperto por dentro. Não sentia só a perda daquela tábua tão bonita. Aquilo
era também uma humilhação para ele.
Até que um dia, quando já havia pouco espaço para outros pregos, Toninho se compadeceu da tábua e
desejou, de todo o coração, vê-la nova, bonita, como era antes. Foi correndo fazer essa confissão a seu
pai, que lhe disse:
– Podemos tentar uma coisa. Para cada vez que você se portar bem, em qualquer situação, eu arranco
um prego. Vamos experimentar.
Os pregos foram desaparecendo até que, ao fim de certo tempo, não havia mais nenhum! Mas
Toninho não ficou contente, pois reparou que a tábua, embora não mais tivesse pregos, guardava a marca
deles.
Falou sobre isso com o pai, que lhe respondeu:
– É verdade, os pregos desapareceram, mas as marcas não poderão ser apagadas. Acontece o mesmo
conosco. As más ações que praticamos vão deixando marcas em nosso coração, e, mesmo quando
deixamos de cometer tais faltas, as marcam ficam lá.
Toninho nunca mais se esqueceu daqueles pregos e da tábua lisa e polida, cuja beleza tinha sido
destruída. Desde então, passou a tomar muito cuidado para não mais praticar más ações.

E como é que vocês estão se conduzindo?


Quem aqui tem procurado ser honesto e respeitador?
O professor deve incentivar respostas.
Quem tem procurado ser educado e fraterno?
O professor deve incentivar respostas.

AULA 44
Laranjeira não dá maçãs

O professor deve perguntar a vários alunos, indicando-os ao acaso, se têm se lembrado de pedir
desculpas, de cumprimentar as pessoas ao encontrá-las e de agradecer pelas gentilezas que tenham
recebido.

João era um menino muito teimoso. Um dia foi com a família visitar uns parentes, num sítio onde havia
uma plantação de laranjeiras.
Seu primo Felipe levou-o para conhecer a plantação. Era época de colheita, e os laranjais estavam
carregados de frutos maduros.
Felipe colheu algumas laranjas e ofereceu a João, mas este disse que não gostava de laranjas e que
queria maçãs.
Felipe argumentou, dizendo que não havia macieiras no sítio, só laranjeiras, mas João se aborrecia cada
vez mais, dizendo que era má vontade do primo e que, se este quisesse, poderia colher maçãs nos pés de
laranja.
O que vocês acham?
Quem estava com razão, Felipe ou João?
O professor deve incentivar respostas.

Não podemos esperar que um pé de laranja dê maçãs, não é verdade? Da mesma forma, não podemos
esperar que uma pessoa sem educação seja educada, nem vale a pena ficarmos com raiva dos mal-
educados, pois, da mesma forma como as laranjeiras não dão maçãs, também os mal-educados só sabem
agir daquele modo. O melhor é convidá-los a serem mais educados, quando isso for possível, ou então
ignorá-los.
Cada um vive de acordo com o que assimilou. No mundo encontramos todo tipo de exemplos, bons e
maus. Cabe a nós escolher quais os exemplos que desejamos seguir.

O professor deve dividir os alunos em dois grupos (pode ser os da direita e os da esquerda) para um
pingue-pongue.
Um dos grupos deve citar algum bom exemplo. Em seguida, o outro grupo cita um exemplo mau.
O professor deve socializar o tema, enfatizando a importância de sempre procurarmos seguir apenas
os bons exemplos, etc.

AULA 45
Revisão

Hoje vamos ver o que vocês aprenderam com as nossas últimas aulas de valores humanos.

Estão lembrados do exercício de amor para a Terra que fizemos?


Gostaria que dissessem o que acharam.
O professor deve incentivar respostas e socializar o tema, dizendo que essa é uma forma de
aprendermos a ser mais afetuosos, mais amorosos.

Depois conhecemos a história do Toninho, aquele menino traquina, rabugento e respondão.


Quem se lembra como foi a lição que o pai lhe deu?
O professor deve incentivar respostas, lembrando que o pai pregava um prego na tábua nova e
bonita sempre que Toninho era desobediente ou fazia alguma coisa errada. Assim, a cada vez que
Toninho ouvia seu pai batendo o martelo, sentia um aperto por dentro, principalmente por causa da
humilhação que isto significava para ele, até que um dia foi procurar o pai e disse que queria ver a
tábua novamente bonita como era antes. O pai então lhe disse que, toda vez que ele se portasse bem,
arrancaria um prego. Quando finalmente todos os pregos haviam sido arrancados, Toninho percebeu
que a tábua nunca mais ficaria bonita como antes, porque estava toda marcada pelos pregos.

O que foi que o pai de Toninho disse a ele então? Quem se lembra?
O professor deve incentivar respostas, lembrando que o pai disse ao Toninho que o mesmo acontece
conosco, porque as más ações que praticamos vão deixando marcas em nosso coração, e, mesmo
quando deixamos de cometer a falta, a marca ainda fica lá.

Falamos também sobre os exemplos que vemos; há exemplos bons e exemplos ruins.
Vamos ver quem sabe citar um exemplo bom, desses que vale a pena a gente seguir.
O professor deve incentivar respostas.

AULA 46
Aventura Virtual – Episódio 28

No último episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, eles estão numa emissora de rádio e
conseguem que o diretor os chame para conversar.
As crianças o acompanham pelo corredor até uma porta onde está escrito: DIRETOR. O homem abre-a,
e os quatro entram.
– Um programa infantil... – resmunga seu Duarte, sentando-se atrás da escrivaninha. – Que tipo de
programa?
– O nome do programa vai ser “Os Mensageiros de Ashtarih” – diz Gilberto – e tem relação com
violência e corrupção.
O homem olha espantado para os três e pergunta:
– O que é que crianças como vocês vão saber falar sobre isso?
– Nós não vamos ficar falando sobre a violência ou a corrupção – responde Teca – porque isso é só o
que dá nas TVs, nas rádios e nos jornais todos os dias e o dia todo. Nós achamos que o público precisa
ouvir sobre a paz, sobre a honestidade e a fraternidade.
– Ou vocês são loucos, ou gênios – diz Seu Duarte, levantando-se. Anda um pouco pela sala
resmungando. Finalmente pára em frente aos Praxedinhos, balança a cabeça e diz:
– Está bem. Eu vou dar um horário para vocês... Só dez minutos, está certo?
As crianças vibram de alegria. Já esperavam por isso porque percebiam que o comando daqueles
acontecimentos estava em outras mãos mais elevadas que as deles.
– Quando é que querem começar?
Acertados os detalhes, os Praxedinhos correm para casa ansiosos para contar aos pais e começar a
roteirizar seu programa.
No dia seguinte, à hora marcada, lá estão eles na rádio. Nunca tinham entrado num estúdio e estão
muito assustados. O relógio na parede mostra que faltam apenas cinco minutos para entrarem no ar. Um
frio percorre a barriga de Teca, e a voz parece engasgada no meio da garganta, formando um nó. Serginho,
apesar da constante alegria, está sério e Gilberto silencioso, repassando na mente o que vai dizer.
– Nós somos uns bobos – diz de repente Teca, recuperando a voz. – Vamos nos concentrar em nossos
poderes, buscando calma e inspiração.
– É mesmo. – dizem os outros.
Os três se concentram e logo suas expressões estão mais leves, relaxadas.
Finalmente o ponteirão do relógio indica que chegou a hora. Ao mesmo tempo, termina a música que
estava tocando. O locutor fala:
– E agora, conforme foi noticiado, em nosso programa ALÔ, BRASIL, em rede nacional, vamos ter a
presença de três crianças com idéias de adulto. Com vocês... Os Mensageiros de Ashtarih.
O operador coloca a vinheta preparada pelas crianças, começando com algumas notas fortes, passando
em seguida para uma música suave. Baixa o volume fazendo sinal para Gilberto, que começa a falar:
– Os Mensageiros de Ashtarih estão no ar, caro ouvinte. Somos apenas três crianças, mas
representamos milhões de outras em todas as partes do nosso planeta. Eu sou Gilberto e aqui estão meus
irmãos, Teca e Serginho.
– Eu sou Teca – diz a menina. – Neste programa, nós vamos falar sobre a paz, a justiça, a honestidade e
a fraternidade... Por quê? Porque nós não queremos herdar de vocês um mundo tão violento, tão injusto e
corrupto quanto este.
– E eu sou o Serginho – diz, por sua vez, o caçula. – Eu também quero dar o meu recado. Quero dizer
que, se as crianças da Terra querem ter um mundo melhor, são os adultos que precisam mudar de
comportamento.

Bem, vamos ficando por aqui com a ventura dos Praxedinhos.

AULA 47
Círculo vicioso da vingança

Há dois mil anos, o que regia os comportamentos das pessoas era o “olho por olho, dente por dente”, ou
seja, o mal que alguém fizesse lhe era cobrado na mesma medida. Isto muitas vezes criava uma espécie de
circulo vicioso da vingança. Digamos que alguém da família A dava uma surra em alguém da família B. A
família B então tratava de revidar dando uma surra em alguém da família A e assim por diante. Ninguém
levava desaforo para casa, e todos achavam que perdoar uma ofensa era sinal de covardia.
Imaginem então como seria se nesse cenário aparecesse alguém a pregar a necessidade de se amar o
próximo e perdoar todas as ofensas!
Pois foi isso que aconteceu quando chegou Jesus. Ele fazia muitos milagres e sempre tinha uma
multidão de pessoas em torno dele, por onde andasse. A sua pregação era toda voltada para a necessidade
do perdão, da humildade e do amor. E foi essa pregação que começou a mostrar ao ser humano o quanto
são importantes esses valores na vida das pessoas e das comunidades. A partir daí, o mundo cristão
começou lentamente a mudar, e hoje já existem milhões de pessoas que se esforçam para seguir aqueles
ensinamentos, procurando amar as pessoas, perdoar as ofensas e livrar-se dos piores valores negativos que
existem: o egoísmo, a ambição e o orgulho.

Quem sabe dizer por que é tão importante perdoar?


O professor deve incentivar respostas.

Somente o perdão consegue quebrar o círculo vicioso da vingança de que falamos há pouco. Só o
perdão consegue nos dar paz.
Pensem como fica o interior de uma pessoa que está com ódio. É como se esse sentimento fervesse
dentro dela, tirando-lhe até mesmo a alegria de viver.
E o pior é que isso também faz mal à saúde, como tem sido comprovado por pesquisas científicas.
Com a raiva fervendo dentro de nós, fica ruim até mesmo manter saudáveis os nossos relacionamentos.
Já o ato de perdoar fortalece o sistema imunológico, o que é muito importante para se ter boa saúde.
Além disso, alivia nosso coração, abrindo caminhos para a alegria.

Então, a pergunta é a seguinte: Vale a pena guardar raiva, rancor ou ódio?


O professor deve incentivar respostas.

AULA 48
Desiderata

Algum de vocês já ouviu falar em “Desiderata”?

Esse é o título de um texto muito bonito que foi encontrado na velha igreja de Saint Paul, em
Baltimore, nos Estados Unidos. Ele é muito antigo, foi escrito em 1692.
A “Desiderata” traz orientações tão importantes para as pessoas, que vale a pena conferir. Um certo
trecho, por exemplo, diz assim: “Se você se comparar com os outros, tornar-se-á presunçoso e magoado,
pois haverá sempre alguém superior e alguém inferior a você.”
Vamos refletir um pouco sobre esse trecho. O autor está se referindo à superioridade ou inferioridade
em termos de valores humanos, de inteligência, de educação, de cultura... e não de posições ou de bens
materiais.
O professor deve socializar o tema, explicando que, ao nos compararmos com os outros, podemos nos
sentir humilhados quando o outro for alguém superior a nós; que podemos nos tornar presunçosos,
quando o comparado for inferior a nós; que devemos sempre procurar ser melhores, mais estudiosos,
mais educados, mais fraternos, sem nos ocupar em fazer comparações; que os valores verdadeiros dão
contentamento a quem os possui.

AULA 49
Aventura Virtual – Episódio 29

Nó último episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, nós vimos as crianças abrindo o programa de
rádio que elas haviam conseguido.
Enquanto acontece o programa, Ruk Pollus, em seu gabinete de comando, dá as últimas instruções a
quatro homens mal encarados. Fávia também está presente, mexendo num rádio, procurando alguma
emissora.
Com seu vozeirão cavernoso, Ruk pergunta:
– Vocês entenderam bem? Eu os quero mortos... todos os três.
Olha com expressão maligna para os homens e conclui:
– Ai de vocês se falharem! Já sabem o que vai lhes acontecer... não sabem?
Os mal encarados vão saindo de fininho, enquanto Fávia chama Ruk, toda alvoroçada:
– Ruk, ouça isto!
Fávia aumenta mais o volume e Ruk, primeiro surpreso, depois furioso, ouve a voz de Gilberto: “Não é
preciso falar sobre a violência. Você vê isso na rua, em casa, na TV... em toda parte. E sabe por que as
coisas na Terra estão desse jeito? É porque milhões de pessoas curtem a violência. Outros tantos milhões
são desonestos e gananciosos... e seus pensamentos e emoções estão criando em torno do nosso planeta
uma faixa de energia muito perigosa, chamada Energia Psi Negativa”.
Fávia está rubra de cólera, e Ruk parece querer explodir. Os Praxedinhos continuam falando, um de
cada vez. Serginho diz:
– Seja você também um Mensageiro de Ashtarih. Se ligue nessa idéia, embarque nessa canoa, que ela
não é furada... Você, mesmo sendo criança, pode ajudar a salvar o mundo, a melhorar nosso planeta,
transformá-lo num lugar mais justo e bom para todos.
Passa a palavra a Teca, que indaga:
– É claro que você está perguntando: “Como? De que maneira?...” É simples: começando a mudar o
rumo do pensamento e da adrenalina...
Gilberto complementa, dizendo:
– E aí vão umas sugestões: Quando assistir a um noticiário sobre violência, não entre nessa onda. Pense
na paz... na fraternidade... e envolva os implicados nessa emoção.
Agora é a vez de Serginho, que diz:
– E olha que isso não é nenhum conselho religioso. O seu Timón, que é um sábio, diz que vivenciar o
amor e a paz faz bem à saúde, evita doenças pissi... pissi... como é mesmo o nome, Gilberto?
– Psicossomáticas – ajuda Gilberto.
– Pois é... evita doenças pissi...somáticas.... Bem, o que eu quero dizer é que, se as pessoas não pararem
de curtir a violência, se não mudarem o rumo dos pensamentos e das emoções... a vida na Terra vai ficar
insuportável... e nós não queremos isso.
Ruk tem um acesso de raiva. Apanha um grande vaso de bronze e o joga furiosamente contra o rádio.
Olha em torno e observa que os homens não estão mais no recinto.
– Cadê os homens? – pergunta aos gritos.
– Não sei – responde Fávia, assustada com a fúria do Ruk. – Acho que saíram...
– Não deixa esses idiotas saírem – ordena Ruk.
– Por quê? – pergunta Fávia, temerosa.
– Não vê que, se essas crianças morrem agora, vão virar heróis?... Vai! Depressa! Chama eles aqui.
Fávia sai, e Ruk resmunga, com expressão de ódio.
– Esses miseráveis não sabem com quem se meteram. Ah, desgraçados... deixa eu botar a mão em
vocês!!!

Bom, nós vamos continuar com essa aventura virtual num outro dia. Por ora, vamos lembrar o que
disse o Serginho sobre o amor e a paz. Ele disse que não se trata apenas de um conselho religioso, mas
também científico. As pesquisas demonstram que vivenciar o amor e a paz faz bem à saúde, fortalece o
sistema imunológico, evitando muitas doenças. Além disso, quem ama e é pacífico vive muito mais
tranqüilo, mais equilibrado e está ajudando o mundo a melhorar.

AULA 50
Revisão

Hoje vamos rever o que aprendemos nas últimas aulas de valores humanos.

Nos episódios da aventura virtual dos Praxedinhos, nós vimos como as crianças inauguraram o
programa de rádio, dizendo que não queriam para eles um mundo tão violento, tão injusto e corrupto como
este. Disseram também que até as crianças podem ajudar o mundo a se tornar melhor.
Quem de vocês lembra qual foi o conselho que elas deram às crianças?
O professor deve incentivar respostas, lembrando que o conselho voltava-se para o fato de as crianças
começarem a mudar o rumo do pensamento e da adrenalina; para a questão de que, ao assistirem a
algum noticiário sobre violência, elas não deveriam entrar nessa onda, mas pensar na paz, na
fraternidade e envolver os implicados nessa emoção; para o fato também de que vivenciar o amor e a paz
faz bem à saúde, pois evita doenças psicossomáticas; e ainda para a idéia fundamental de que quem ama
e é pacífico vive muito mais tranqüilo, mais equilibrado e está ajudando o mundo a melhorar.

Em outra aula, falamos sobre o círculo vicioso da vingança.


Quem se lembra do que significa “círculo vicioso da vingança”?
O professor deve incentivar respostas e socializar o tema, enfatizando a importância do perdão, único
gesto que consegue interromper esse círculo.

Também falamos sobre “Desiderata”, aquele texto muito antigo que traz boas orientações às pessoas,
como o trecho que diz assim: “Se você se comparar com os outros, tornar-se-á presunçoso e magoado,
pois haverá sempre alguém superior e alguém inferior a você.”

O professor deve perguntar se todos entenderam o significado daquelas palavras e socializar o tema,
lembrando que, ao nos compararmos com os outros, podemos nos sentir humilhados quando o outro for
alguém superior a nós; que podemos nos tornar presunçosos, quando o comparado for inferior a nós; que
devemos sempre procurar ser melhores, mais estudiosos, mais educados, mais fraternos, sem nos ocupar
em fazer comparações; que os valores verdadeiros dão contentamento a quem os possui.

AULA 51
Desprezo à feiúra

A Mariazinha, aquela garota de que temos falado em nossas aulas de valores humanos, era muito bonita
e, talvez pelo fato de sempre ver a si mesma no espelho, acabou valorizando por demais sua beleza.
Passou então a só fazer amizade com quem fosse bonito. Fosse feio, nem se aproximava.
Certo dia seu pai, seu Geraldo, comentando esse fato com a esposa, dona Ilka, disse:
– Nós precisamos fazer alguma coisa. A Mariazinha não pode continuar assim, desprezando quem não
é bonito.
– Mas isso é da natureza dela – respondeu dona Ilka.
Seu Geraldo pensou um pouco e disse:
– Mesmo que seja. A natureza não é imutável, e, quando percebemos que estamos contrariando as leis
universais do amor e da justiça, precisamos corrigir isso.
– Eu não sei o que fazer – disse dona Ilka. – Já conversei com ela, mas de nada valeu.
Alguns dias se passaram depois dessa conversa, quando seu Geraldo chegou em casa trazendo um
cachorrinho e foi logo chamando:
– Mariazinha, veja o que eu trouxe para você.
A menina chegou correndo, feliz, porque ia ganhar um presente, mas ficou meio decepcionada quando
viu o Pedrito. Era um cãozinho vira-lata, feio como só ele. A cor era meio indefinida, parecendo cor de
pedra, daí o nome Pedrito.
O animalzinho, já acostumado a sentir o desprezo das pessoas por causa da sua feiúra, não se importou
com a recepção que teve e foi logo se aproximando de Mariazinha fazendo-lhe festas.
A menina gostou daquele gesto e acabou achando o bichinho simpático, por isso nem pensava em sair a
passear com ele. Não iria sair por aí a exibir um bicho feio como aquele.
Alguns meses mais tarde, ao sair para ir à escola, o cachorro de um vizinho, um animal muito feroz,
havia fugido e, ao ver a menina, avançou sobre ela. A garota procurava se defender como podia,
colocando a mochila entre ela e os dentes do animal. Pedrito imediatamente pulou o muro e correu para
defendê-la. Partiu para cima do outro, latindo e mordendo o quanto podia. Com isso o cão do vizinho
largou a menina e engalfinhou-se com Pedrito. Como tinha o dobro do seu tamanho, o feroz animal
acabou logo a briga, deixando Pedrito muito ferido.
A mãe veio correndo, levou o cãozinho para dentro de casa e foi buscar um veterinário.
Mariazinha sentiu um nó na garganta ao ver Pedrito todo ferido, gemendo baixinho. Mas o que mais
doía era saber que o animalzinho que ela desprezara por causa da sua feiúra estava agora sofrendo por
causa dela. Ele, sim, tivera um gesto nobre, salvando-a, talvez até à custa da própria vida.
Ah, não deu para agüentar... Mariazinha caiu de joelhos, num pranto desesperado, pedindo a Deus para
salvar o bichinho. Em seguida, alisando carinhosamente o animal e com lágrimas nos olhos, pedia-lhe
perdão por tê-lo desprezado, prometendo que nunca mais iria rejeitar quem quer que fosse por causa da
sua aparência.
Felizmente Pedrito conseguiu sobreviver, embora tenha ficado mancando, mas Mariazinha, que agora
saia todos os dias com ele a passear, tinha muito cuidado para que não se cansasse, tratando-o com todo
carinho e dedicação.

Se houver tempo, o professor pode socializar o tema, pedindo aos alunos para interpretarem a
seguinte frase: “A realidade do ser não está em sua aparência”.

AULA 52
Aventura Virtual – Episódio 30

No último episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, vimos como o Ruk Pollus ficara furioso com o
programa de rádio das crianças, ou melhor, com o que elas estavam falando em rede nacional.
Nesse meio tempo, no estúdio, os Praxedinhos continuam enviando seu recado a milhares de pessoas
por todo o Brasil. Agora é a Teca quem fala. Ela diz:
– Você gosta de jogos? Tudo bem, mas pense que nos jogos violentos, você vai criando aquela idéia de
que agredir e matar é uma coisa comum, simples, sem problemas... E isto fica no seu inconsciente,
estimulando a violência e destruindo a afetividade. E olha que foi a própria Ashtarih quem nos deu uma
aula sobre esse assunto. Se quiser jogar, colega, procure jogos não violentos. Se quiser ver um filme, tem
tanto filme bom, sem violência... Outra dica: pense muito na fraternidade; sinta amor pela sua família,
seus amigos, seus colegas... porque só o amor, a fraternidade, podem salvar a Terra. É isso aí, colega.
Quando tiver muita gente sentindo e vivenciando a fraternidade, a paz, o respeito e a honestidade, o
ambiente da Terra vai mudar... Vai ficar menos agressivo... e aí o nosso planeta estará se transformando
num mundo bem melhor do que este. Agora, nós vamos encerrar o programa com uma música suave e o
canto de pássaros, para você curtir um pouco de harmonia e imaginar que está no meio da natureza, longe
de tudo que possa perturbar a sua paz. Amanhã estaremos de volta neste mesmo horário...
– Até amanhã – diz Teca, alegremente.
– Se o seu Duarte não nos despedir... – conclui Serginho.
No estúdio soa uma gargalhada só pela observação de Serginho. As crianças levantam-se e vão saindo,
encontrando seu Duarte, que chega com larguíssimo sorriso.
– Mas que sucesso! O telefone não pára de tocar... Tem ligações de toda parte do Brasil.
As crianças estão surpresas. Não esperavam tanto sucesso. Seu Duarte, como bom empresário, quer
garantir o filão.
– Eu quero falar com seus pais. Temos que fazer um contrato. Quero vocês aqui, todos os dias... Vamos
ali, para a minha sala.
Os Praxedinhos acompanham seu Duarte contentíssimos. Não é o sucesso em si que os empolga tanto,
mas o fato de perceberem a importância do seu esforço como verdadeiros mensageiros da “não violência”,
trabalhando sob a direção de Ashtarih e do Comando Solar.
Mas, enquanto festejam seu enorme sucesso, Ruk e Fávia planejam a melhor maneira de se livrar deles.

Bem, por hoje, ficamos aqui com os Praxedinhos, mas vamos relembrar o que a Teca disse sobre os
jogos e os filmes.
Quem se lembra?
O professor deve incentivar respostas e socializar o tema, esclarecendo que, enquanto alguém está
jogando jogos violentos, está desenvolvendo uma energia de violência e também induzindo outras pessoas
à agressividade.

AULA 53
Era glacial / porcos-espinhos

Conta-se que, durante a era glacial, quando grande parte do nosso planeta estava coberta de gelo,
muitos animais não resistiram ao frio intenso e morreram.
Foi então que os porcos-espinhos de uma grande manada, tentando se proteger para sobreviver,
passaram a ficar bem juntinhos uns dos outros. Assim, cada um podia sentir o calor do corpo do outro, e
todos juntos, bem unidos, se agasalhavam mutuamente, se aqueciam, enfrentando por mais tempo aquele
tenebroso inverno.
Porém os espinhos deles começaram a ferir seus companheiros mais próximos, justamente aqueles que
lhes proporcionavam mais calor, aquele calor vital; era questão de vida ou morte. Afastaram-se então uns
dos outros e acabaram se dispersando naqueles ambientes gelados. Mas essa foi uma péssima solução
porque assim, separados, logo começaram a morrer congelados.
Os que não morreram voltaram a se aproximar, no entanto iam se chegando uns aos outros pouco a
pouco, com jeito, com precauções, de tal forma que cada qual conservava uma distância mínima um do
outro. Desse modo, podiam se aquecer sem se ferir mutuamente. Por conseqüência, eles conseguiram
resistir à longa era glacial e sobreviveram.

O professor deve socializar o tema, lembrando que esse conto foi inventado por alguém que conhece a
importância do bom convívio entre as criaturas. No caso dos porcos-espinhos, eles encontraram uma boa
forma de convívio, que serve também para nós, seres humanos: estar juntos, mas sem invadir a
privacidade uns dos outros.

AULA 54
Aventura Virtual – Episódio 31

No último episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, nós ficamos sabendo como foi grande o
sucesso das crianças em seu programa de rádio, que eles intitularam de “Os Mensageiros de Ashtarih”.
Vimos também o que disseram sobre a importância de não jogar jogos violentos nem ver filmes de
conteúdo violento, para não aumentar ainda mais a energia agressiva que circula nos ambientes do nosso
planeta.
No dia seguinte, pela manhã, os três brincam na calçada em frente à sua casa, quando um carro encosta
junto a eles. Descem dois homens, seguram Serginho e o colocam dentro do veículo, que arranca e sai em
disparada. Teca e Gilberto ficam pasmos.
– Seqüestraram o Serginho! – exclama Gilberto. – O que vamos fazer?
– Vamos avisar a mamãe.
– Vamos!
Os dois vão correndo para dentro a fim de contar o que houve, gerando grande alvoroço. Seu Reynaldo,
chamado às pressas, não sabe se deve ligar para a polícia ou esperar um contato dos seqüestradores. Dona
Selma, com lágrimas nos olhos, procura segurar a própria aflição para não afligir mais ainda a família.
Estão todos junto ao telefone, em grande expectativa.
Os minutos passam lentos como horas. Finalmente, o telefone toca. Seu Reynaldo pega o fone:
– Alô... Alô...
Ruk Pollus, na outra ponta da linha, diz rudemente:
– Não é com você que eu quero falar, é com o Gilberto.
– Com Gilberto?... Está bem, está bem... mas, por favor, não machuquem o Serginho... não machuquem
meu filho.
Seu Reynaldo passa o telefone para Gil, que escuta durante uns instantes, prestando atenção.
Finalmente diz:
– Eu vou conversar com minha irmã...
Escuta mais um pouco e desliga. A família está toda alvoroçada.
– Onde está o Serginho?... ele está bem? – pergunta dona Selma.
– O que foi que ele disse? – quer saber seu Reynaldo.
– O Ruk Pollus disse que ele está bem... – responde Gilberto, sem conseguir esconder o ar de
preocupação.
– Ruk Pollus? Mas essa é uma criatura virtual... – diz seu Reynaldo, perplexo.
– Pois parece que não é tão virtual assim – comenta Gilberto, pensativo.
– Que é que ele quer? – indaga Teca, aflita.
– Ele quer que a gente passe para o lado deles. Quer que a gente faça uma retra...
– Retratação – completa seu Reynaldo.
– É isso... Ele quer que a gente diga no rádio que aquilo tudo que dissemos ontem foi só brincadeira;
que as crianças precisam aprender artes marciais; que ninguém pode bancar o palhaço, ser frouxo... tem
que bater mesmo, para valer. Ele disse que a gente tem que estimular a violência, o ódio e a vingança, e
fazer propaganda dos filmes de terror e de jogos violentos...
Gilberto suspira, olha de esguelha para os pais e conclui:
– Só assim eles vão soltar o Serginho.
Dona Selma, desesperada, exclama:
– Meu Deus! Em que vocês foram se meter! É claro que vão atender o pedido dele... não é?
Gil e Teca se olham. Entre eles, ocorre um estranho fenômeno, como se estivessem vendo e ouvindo
Ashtarih, quando disse: “Imaginem as milhões e milhões de pessoas que lidam com computador... Todas
elas com as mentes dominadas, escravizadas por Ruk Pollus... obedecendo cegamente suas ordens”.
Olham para os pais com dó, mas com firmeza. Gilberto responde:
– Nós não podemos fazer o que eles querem.
Seu Reynaldo fica pensativo. Dona Selma revolta-se.
– Como não podem? Não vêem que é a vida do seu irmão que está correndo perigo?
Gil e Teca estão numa situação dificílima. Qualquer que seja sua decisão... será terrível. Teca responde
com lágrimas nos olhos e a voz estrangulando-se na garganta.
– Nós não podemos ajudar Ruk a dominar a Terra. Se ele conseguir... vai ser pior que o inferno para
bilhões de pessoas.
Dona Selma fica silenciosa. Seus olhos se enchem de lágrimas. Depois de instantes, pergunta:
– O que eles vão fazer com meu filho?
Ninguém responde.
Dona Selma volta a perguntar:
– Por que o Ruk quer que vocês se retratem e estimulem as crianças a serem agressivas?
Quem responde é Seu Reynaldo:
– O Ruk acha que, se muitas crianças começarem a vivenciar a violência, a energia que elas gerarem
vai ajudar a aumentar as suas reservas de energia agressiva. Pelo que entendi, ele precisa dessa energia
para dominar a terra através das pessoas que lidam com computador. A nossa situação é realmente
terrível, mas não podemos colaborar com a escravização da humanidade por esse monstro que é o Ruk.

Bem, por hoje ficamos aqui com a aventura virtual dos Praxedinhos.

AULA 55
Revisão

Hoje vamos ver o que aprendemos com as últimas aulas de valores humanos.
Nós falamos sobre a Mariazinha, que era muito bonita e valorizava muito a questão da beleza. Ela só
queria fazer amizade com quem fosse bonito. Se fosse feio, nem chegava perto.
Foi então que seu pai lhe deu de presente um cachorrinho vira-lata, feio como só ele, chamado Pedrito,
e Mariazinha acabou gostando do bichinho, mas tinha vergonha de sair a passear com ele, pelo fato de ser
feio.
Que aconteceu então? Quem se lembra?
O professor deve incentivar respostas e socializar o tema, lembrando que foi justamente Pedrito quem
salvou Mariazinha dos ataques de um cão muito feroz e que Pedrito ficou muito ferido por causa disso;
que Mariazinha sentiu um nó na garganta ao ver Pedrito todo machucado, gemendo baixinho; que o que
mais doía em Mariazinha era saber que o animalzinho desprezado por ela devido à feiúra dele estava
agora sofrendo por causa dela. Ele, sim, tivera um gesto nobre, salvando-a, talvez até à custa da própria
vida.

Que lição Mariazinha aprendeu com aquele gesto de Pedrito, que enfrentou um cachorro bravo para
salvá-la?
O professor deve incentivar respostas e socializar o tema, lembrando que a realidade das pessoas e
mesmo dos animais não está na aparência exterior, mas em seu interior.

Vimos também aquele episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, em que eles ganham um programa
no rádio e começam a incentivar as crianças a não assistirem filmes de violência nem jogarem jogos
eletrônicos violentos.
Quem sabe dizer por que as crianças fizeram essa recomendação?
O professor deve incentivar respostas e socializar o tema, lembrando que, ao ficarem desenvolvendo a
violência num jogo, as pessoas vão criando a idéia de que agredir e matar é uma coisa comum; que tal
idéia vai se fixando em seus inconscientes, estimulando a violência e destruindo a afetividade.

Também narramos aquele conto sobre os porcos-espinhos que, para sobreviver, encontraram uma
forma de convívio: estar juntos, mas sem invadir a privacidade uns dos outros.
Essa é uma lição que também serve para todos nós. Podemos ter amizade, estar juntos, mas sem invadir
a privacidade dos outros.

AULA 56
Exercício de afetividade e perdão

Num dos últimos episódios da aventura dos Praxedinhos, nós vimos como a Teca, no programa de
rádio, fez um exercício de amor focado na família, nos amigos e nos colegas. Ela fez isso para ajudar a
melhorar os ambientes da Terra, porque, quando muitas pessoas vivenciam a fraternidade, a paz, o
respeito e a honestidade, o próprio ambiente do planeta melhora, fica menos agressivo e mais pacífico.

Então, hoje vamos fazer um outro exercício de amor, mas aqui, para a nossa escola.

OBSERVAÇÃO: Neste exercício, é importante que o professor leia lentamente as instruções, dando
pequenas pausas nas reticências, conforme estiver indicado.
Fechem os olhos e respirarem fundo algumas vezes para relaxar. (10 segundos)
Pensem agora numa pessoa a quem vocês amam muito... Sintam como é boa essa sensação de amar
alguém e de saber que também são amados. (10 segundos)

Agora pensem em algum animal ou mesmo em alguma coisa de que gostam muito... Sintam como é
boa essa sensação de gostar, de querer bem. (10 segundos)

Neste momento em que estão com seus corações cheios de amor, comecem a pensar com afeto aqui na
nossa escola... nos seus colegas... em todas as pessoas que se encontram nesta sala.
Procurem esquecer quaisquer mágoas e perdoar a todos que os tenham ofendido. (10 segundos)

Agora podem abrir os olhos, mas continuem sentindo esse sentimento tão bom que é o afeto.

Então, quem conseguiu perdoar a algum colega que o tenha ofendido?


O professor deve incentivar respostas e socializá-las, falando sobre a importância do perdão, que
alivia o coração e faz bem ao corpo e à mente.

AULA 57
Aventura Virtual – Episódio 32

No último episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, nós ficamos sabendo que o Serginho é
seqüestrado. Ruk Pollus, para libertá-lo, exige que as crianças se retratem em seu programa de rádio e
passem a incentivar a violência e os sentimentos de ódio e vingança.
Mas Gilberto e Teca, com o apoio dos pais, decidem não atender às condições de Ruk para soltar
Serginho.
O silêncio cai sobre o ambiente com seu peso gelado. Dona Selma abaixa a cabeça para esconder a
própria dor.
De repente Gil se levanta, dá um murro na mesa como a confirmar sua decisão e exclama:
– Nós vamos vencer essa! Eu sei que vamos!... E vocês, papai e mamãe, vão nos ajudar.
– No que está pensando, Gil? – pergunta Teca.
– Estou pensando em dizermos no programa... na rádio... tudo o que está acontecendo.
– Será que isso não vai piorar as coisas para o Serginho? – pergunta dona Selma, aflita.
– É possível – responde Gilberto lentamente.
– Além disso, poderia gerar pânico – pondera seu Reynaldo.
– É verdade! – exclama Teca. – Precisamos pensar em outra coisa.
O silêncio volta a ocupar a sala com sua presença aflitiva. Depois de alguns minutos, Teca dá um
pinote, exclamando:
– Eu tenho uma idéia! Vamos nos concentrar... todos nós e, pelo pensamento, ajudar o Serginho.
– Pelo pensamento? – pergunta dona Selma. – Como é isso?
– Nós aprendemos com seu Timón – explica Teca. – Ele garante que o pensamento e a emoção, juntos,
representam uma grande força que ele chama de vibração.
– Vamos então, logo, fazer essa vibração para o Serginho! – exclama dona Selma.
– É isso mesmo – concordam todos.
Todos juntos enviam vibrações de energia e de serenidade ao caçula, pedindo mentalmente ao Criador
de todas as coisas para que proteja o garoto.
Enquanto isso, num apartamento, no terceiro andar de um edifício de luxo, que dá para uma praça,
Serginho, amordaçado e amarrado a uma cadeira, é vigiado por dois grandalhões, cheios de músculos e
pouco cérebro. A janela aberta deixa entrar ruídos de fora.
Serginho fecha os olhos por instantes, procurando acalmar-se. Lembra-se, de repente, de um exercício
respiratório para relaxar, que sua mãe lhe havia ensinado, quando ia fazer uma prova difícil.
Como era mesmo? Inspirar calma e profundamente, segurar os pulmões cheios por instantes, soltar
lentamente o ar até o fim, segurar um pouco os pulmões vazios e inspirar novamente. Tudo isso sempre
acompanhado de uma ordem mental para relaxar.
Sem mais delongas, inicia o exercício.
Lá pela quarta respiração, começa a perceber vagamente que, de algum lugar, lhe chega apoio, ajuda,
em alguma forma que não consegue explicar. Sente-se mais sereno, tranqüilo, e o pensamento flui com
clareza, permitindo elaborar um plano.
De repente dá um gemido... em seguida outro, contorcendo-se um pouco. Os vigias olham um para o
outro. Um deles levanta e se aproxima.
– Que é, moleque? Tá com dor de barriga, é?
Serginho tenta falar, mas a mordaça não deixa. O homem retira a mordaça enquanto vai dizendo:
– Olha, aqui, ô... Zezinho! Se gritar, vai levar uma chapuletada, que vai te deixar com o nariz torto.
– Eu não vou gritar, não... Eu tô com dor de barriga – diz o menino, num gemido.
– Tá bom... Te levo no banheiro, mas a porta fica aberta. Nada de gracinhas, entendeu?
O grandalhão desamarra Serginho e o acompanha ao banheiro. Ao voltar, o garoto fala tranqüilamente,
como quem não quer nada.
– Não precisa vocês me amarrarem. Eu sou criança... que é eu posso fazer de mal a vocês?
Os dois se olham, sentindo seu orgulho ferido. Um deles diz:
– A ordem do chefe é deixar o pivete amarrado e amordaçado.
Serginho fala com ar inocente, mas com leve timbre de sarcasmo.
– Até parece que vocês estão com medo de mim.
Os grandalhões ficam incomodados com essa idéia. Serginho continua olhando para eles com o ar mais
inocente do mundo. Um deles, coçando atrás da orelha, diz:
– É... Até parece que a gente está com medo dele.
Olham-se, pensam por instantes e decidem:
– Tá bom, moleque... Mas nada de gracinhas!

A nossa aventura virtual vai ficando por aqui, mas voltamos em breve para saber o que aconteceu a
Serginho.

AULA 58
Solidão

Um jovem americano, Christopher McCandless, depois que concluiu seu curso na Universidade de
Atlanta, em 1990, tomou uma decisão que iria mudar sua vida.
Doou todo o dinheiro que tinha para instituições de caridade e desapareceu sem avisar a família.
Ele não gostava da civilização em que vivia. Não gostava da mentalidade das pessoas nem do
materialismo e do consumismo que reinavam em toda parte.
Resolveu ir embora e não mais voltar.
Viveu assim, por muito tempo, andando a pé, pegando carona quando conseguia...
Trabalhava aqui e acolá. Ganhava um pouco de dinheiro, comprava suprimentos e continuava sua
caminhada, livre, em busca de uma felicidade com a qual sonhava há muito tempo.
Sua história ficou conhecida através de escritos que deixou em vários lugares e que depois foram
colecionados por um escritor.
Em sua última aventura, embrenhou-se no Alasca, com poucos recursos, buscando sobreviver apenas
do que a natureza lhe daria.
Muitos meses se passaram.
Diariamente Christopher escrevia sobre sua vida e seus pensamentos na contracapa de alguns livros.
Seu corpo foi encontrado em 1992, dentro de um saco de dormir, no interior de um pequeno ônibus
abandonado na floresta.
Uma das frases mais significativas das suas anotações dos últimos dias de vida dizia: “A felicidade... só
é verdadeira... quando partilhada”.

O que vocês acham sobre isto que ele escreveu: “A felicidade só é verdadeira quando partilhada”?
O professor deve incentivar respostas.
Somos seres sociais e não nascemos para viver isolados. O isolamento em excesso nos prejudica.
Ninguém possui todos os conhecimentos e é através desse relacionamento social que nos completamos
uns aos outros, para nosso progresso e bem-estar. O que falta em uns existe em outros. Assim, como
temos necessidade uns dos outros, fomos feitos para viver em sociedade e não isolados.
A grande dificuldade está em conseguir praticar um bom convívio, para todos podermos viver em paz.
E quanto à nossa escola? O que vocês acham que se pode fazer para que haja um bom convívio entre
todos?
Essa vai ser a nossa próxima aula de valores humanos. Vocês vão formar equipes de três ou quatro
alunos para pensar essa questão do bom convívio.
Caprichem bem, porque vamos fazer um mural com o trabalho de vocês e das outras turmas que
participarem.
Escrevam a pergunta para não se esquecerem: O que se pode fazer para que haja bom convívio na
escola?

O professor deve ajudar a organizar as equipes, informando que já podem começar a pensar nas
respostas; deve-se providenciar os materiais necessários para a tarefa da aula seguinte.

SUGESTÕES:
A escola pode pensar em algo interessante para a criação do mural, se possível, envolvendo toda a
escola; fazer um cartaz com as melhores respostas e afixar cópias nas salas de aula, para que sempre
seja lida uma delas no início de cada turno escolar.

AULA 59
Elaboração da tarefa da aula anterior.

AULA 60
Revisão

Numa das nossas aulas de valores humanos, fizemos o exercício de esquecer as mágoas e perdoar as
ofensas, lembram?
Será que algum de vocês ainda está carregando mágoas no coração?
O professor deve incentivar respostas e socializar o tema, falando sobre a importância do perdão, que
alivia o coração e faz bem ao corpo e à mente.

Na aventura virtual dos Praxedinhos, vimos que o Serginho foi seqüestrado por Ruk Pollus para obrigar
as crianças a se passarem para o lado dele.
O que vocês acharam da decisão da Teca e do Gilberto, de não obedecer ao Ruk, mesmo com o risco de
ele se vingar no Serginho?
O professor deve incentivar respostas e socializar o tema, enfatizando a importância de se permanecer
fiel à própria consciência.

Também foi passado a vocês o trabalho de equipe sobre o que se pode fazer para que haja um bom
convívio na escola.
Agora devemos procurar obedecer às sugestões que foram feitas e cada um precisa se esforçar para que
o convívio na nossa escola seja realmente bom.

AULA 61
Aventura Virtual – Episódio 33

Vocês se lembram do último episódio da aventura virtual dos Praxedinhos?


Nós soubemos como o Serginho, mais calmo depois que fez um relaxamento, imagina um plano para
sair daquela situação. Ele consegue fazer com que os dois homens o deixem livre dentro do apartamento.
Enquanto isso, embaixo, na praça, um homem igualzinho a seu Timón acaba de discar um número num
orelhão. Quando atendem, pergunta:
– É do Corpo de Bombeiros?
Em cima, no apartamento, Serginho concentra-se discretamente, e a canetinha aparece em sua mão.
Segura-a com firmeza e continua concentrado. Sua cara vai ficando engraçada... muito engraçada. Olha
para os dois homens, e eles começam a rir. Faz algumas expressões mais engraçadas ainda. Os homens
riem cada vez mais, até se contorcerem e perderem o fôlego de tanto riso. O garoto pula da cadeira e sai
correndo para a porta. A chave está na fechadura e ele a abre saindo para o hall. A porta que dá para a
escada está trancada.
Os grandalhões, ainda tentando parar o riso, saem no seu encalço, e ele se esconde ao lado da porta.
Quando eles passam, coloca-se às costas de um deles, bem pertinho. O outro diz:
– Você procura no apartamento. Ele pode ter se escondido lá. Eu vou ver se pegou o elevador.
Serginho volta para dentro, sempre às costas do homem. Quando ele entra num dos quartos, o garoto
corre silenciosamente para outro e sobe no batente da janela. Olha para baixo, e um arrepio lhe percorre a
espinha. O apartamento fica no terceiro andar. Se cair...
O grandalhão, vasculhando tudo, aproxima-se do quarto onde ele está. Vai já encontrá-lo. Não há outro
jeito. Procurando não olhar para baixo, Serginho vai descendo o corpo para fora até seu pé alcançar uma
pequena marquise, da largura de uns trinta centímetros, que circunda o prédio. Com muito cuidado, vai se
afastando da janela. Aos poucos, chega ao canto do prédio e consegue circundá-lo chegando até outra
janela. Está fechada.
– E agora? – pergunta a si mesmo. – Quando eu cansar e não conseguir mais me segurar...
A situação é crítica, e o medo começa a querer dominá-lo. De repente, lembra-se da canetinha!
Concentra-se, e ela reaparece em sua mão.
– Energia... estou precisando de energia.. muita energia... – diz mentalmente.
O cansaço passa rapidamente, e uma gostosa onda de energia circula por seu corpo. Lá dentro, os
homens gritam enfurecidos.
– Onde é que esse pivete se meteu? Será que não escapou pela janela?
– Ficou doido, é?
– De qualquer forma, eu vou olhar.
Serginho ouve o sujeito abrindo a janela e, em seguida, sua risada irônica.
– Olha só o passarinho... Que gracinha!
O outro também chega à janela e estende as mãos para agarrá-lo.
– Venha cá, seu moleque... venha cá... Ou quer sair voando?
Serginho olha as caras irônicas dos dois homens estendendo as mãos para pegá-lo. Com muito cuidado,
olha para baixo e observa que os bombeiros estão trazendo uma rede. Dá uma alegre risada para os dois e
diz com ar inocente:
– Sair voando? Até que é uma boa idéia.
Continua olhando os homens com ar de zombaria. Com o canto do olho, percebe que a rede já está bem
embaixo. Um dos grandalhões passa a perna para fora da janela, estendendo a mão em sua direção.
Quando sua manopla já vai alcançá-lo, dá uma risada e pula, caindo na rede sem maiores problemas. Os
dois homens ficam de boca aberta, olhando um para o outro, sem saber o que dizer.
Quem estende a mão para tirar o garoto da rede é o mesmo homem que chamou os bombeiros.
– Seu Timón! – exclama Serginho, feliz com o reencontro.
O homem ri, um riso irônico, e fala como se nunca tivesse ouvido esse nome.
– Timón?... É um nome interessante.
– Mas o senhor não é virtual? Como é que pode estar aqui?
O oficial que está no comando dos bombeiros se aproxima, perguntando:
– Que foi que aconteceu?
– Ele foi seqüestrado – responde o homem parecido com seu Timón.
Olham para cima. Os grandalhões ainda estão na janela, pasmos, com uma tremenda cara de idiotas. Ao
perceberem que foram vistos, entram rapidamente dispostos a fugir. O oficial parte para tomar
providências.
Serginho olha para seu Timón, como quem diz: “O senhor não me engana”.
Minutos mais tarde, o garoto é deixado em casa, para alívio e alegria da família.
Enquanto isso, em sua nave, Ruk, furioso, dá muros no ar, chuta objetos, quebra outros. Aos poucos,
vai se acalmando. Por sua expressão, dá para perceber que está tramando algo importante. De repente,
toca uma sineta, chamando seus asseclas.

Hoje vamos ficando por aqui, mas outro dia voltamos para ver a continuação dessa aventura.

AULA 62
Exercício respiratório

Nós vimos, no último episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, como a ajuda da família do
Serginho através de vibrações funcionou e como ele mesmo conseguiu se acalmar com um exercício
respiratório; assim, mais calmo, elaborou um plano de fuga.

Pois bem, nós também vamos fazer um exercício respiratório, como o que o Serginho fez; em seguida,
uma vibração pelo nosso planeta, ok?
O exercício respiratório é do seguinte modo: entre uma inspiração e uma respiração, a gente dá uma
paradinha de uns dois ou três segundos, sem fazer qualquer esforço. Você inspira o ar, calma e
profundamente. Segura os pulmões cheios por uns dois ou três segundos e solta o ar calmamente. Segura
os pulmões vazios por uns dois ou três segundos e inspira novamente, e assim por diante. Ao mesmo
tempo procura relaxar.
Será que todos entenderam?

Então, vamos lá:

Vamos todos relaxar e fechar os olhos para nos concentrar melhor.


Vamos inspirar, calma e profundamente, segurar um pouquinho os pulmões cheios e soltar o ar.
Segurar um pouquinho os pulmões vazios e inspirar novamente.
Segurar um pouquinho os pulmões cheios e soltar o ar.
Segurar um pouquinho os pulmões vazios e inspirar novamente.
Segurar um pouquinho os pulmões cheios e soltar o ar.

Vamos continuar com os olhos fechados e nos sentir bem relaxados.

Vamos agora pensar no nosso planeta tão lindo e tão maternal; no céu azul, nas matas verdes, no mar
com suas ondas afagando a areia da praia...
Vamos sentir amor pelo nosso planeta Terra...
Vamos neste momento pensar em nossa humanidade... e enviar para todas as pessoas da Terra um
pensamento de paz... de afeto... de amor... de alegria...
Vamos imaginar que todas as pessoas que vivem na Terra estão recebendo agora as nossas vibrações de
carinho, de paz e de alegria.
Muito bem, podemos abrir os olhos e observar em nós mesmos como esse exercício nos fez bem.

AULA 63
Primavera

Conta-se que há muito, muito tempo mesmo, havia apenas dois países na Terra, um se chamava
Primavera, o outro Ambião. O verdadeiro nome desse país era Ambição, mas seus governantes acharam
melhor tirar uma letra para que o povo de Primavera não soubesse quem ele realmente era.
Em Primavera todos viviam felizes. Os adultos trabalhavam seis horas por dia. A metade dos
trabalhadores folgava nas sextas-feiras e nos sábados, e a outra metade nos domingos e nas segundas-
feiras. Também as férias seguiam o mesmo sistema: a metade tirava férias nos meses de junho e dezembro
e a outra metade nos meses de julho e janeiro. Dessa forma, todas as tarefas, as folgas e os feriados
ficavam bem divididos.
As mulheres só trabalhavam quando não tinham filhos menores de doze anos, para que as mães
pudessem cuidar de suas crianças e dar-lhes uma boa base de educação.
As crianças estudavam e brincavam muito. Como lá não havia violência, elas podiam afastar-se de casa
para brincar nos rios e subir nas árvores a fim de colher frutas, já que as fruteiras eram baixas e não havia
perigo de se machucarem, caso caíssem. Também andavam a cavalo, fazendo excursões, e brincavam nas
praias enquanto o sol não estava muito quente. Além disso, tinham aulas de artes plásticas, dança, pintura,
música, etc.
Em Primavera, não havia ricos nem pobres. Todos tinham boas moradias e podiam usufruir livremente
dos bens coletivos. A assistência médica e a odontológica eram gratuitas e de excelente qualidade.
Como se vê, ali era um verdadeiro paraíso.
Mas, no país vizinho, Ambião, os poderosos estavam planejando dominar Primavera. Queriam apossar-
se dela e, principalmente, das suas minas de ouro, que eram abundantes naquele país. Os primaverenses
não se importavam com o ouro que, para eles, servia apenas para embelezar os edifícios públicos, os
monumentos e as igrejas. Ah, servia também para confeccionar as alianças dos noivos e dos casados.
Em Ambião era tudo diferente, porque ali era a ambição que dominava. Os ricos exploravam os pobres
e ficavam cada vez mais ricos. Esbanjavam dinheiro para satisfazer seus caprichos e ostentavam um luxo
simplesmente vergonhoso.
Os governantes eram corruptos e se locupletavam com o dinheiro público. Havia também muitos
bandidos, que incomodavam tanto os ricos quanto os pobres, e os vícios dominavam tanto uns quanto os
outros.
Justiça ali praticamente não existia devido à corrupção. As causas eram ganhas por quem pagasse mais.
A honestidade, a nobreza de espírito e a dignidade eram valores muito raros.
Os poderosos de Ambião pensaram então num plano para dominar Primavera e se apossar das minas de
ouro. Decidiram fazer uma série de grandes desfiles junto à fronteira dos dois países, com as mulheres
mais belas, vestidas com as roupas mais bonitas e usando as jóias mais caras.
Aos poucos, as mulheres de Primavera começaram a sentir inveja daquelas mulheres tão belas e tão
bem vestidas e resolveram imitá-las. Por conta disso, o país acabou abrindo suas fronteiras para os
mercadores de Ambião entrarem e montarem lojas e joalherias no país. Aos poucos, também foram
introduzindo o uso de bebidas alcoólicas e de outros vícios.
Muitos anos se passaram, e Primavera já não era mais a mesma. As pessoas tinham passado a trabalhar
muito mais, para poder comprar roupas de grife e jóias caras. As crianças não podiam mais brincar longe
de casa, nem mesmo na rua, por medo da violência.
Também as condições sociais mudaram muito, pois um número pequeno de pessoas passou a dominar
os recursos naturais e as riquezas do país, vivendo em mansões de luxo, enquanto a maioria da população
era de pobres, que viviam em situação muito precária.
Quanto à Justiça, também havia se corrompido e funcionava da mesma forma como em Ambião.
Já não havia mais diferença entre os dois países.

Na avaliação de vocês, qual foi a causa da derrocada de Primavera?


O professor deve incentivar respostas e socializar o tema.

AULA 64
A raiva e o ódio

Zequinha, um garoto com oito anos de idade, entra em casa depois da aula, bufando de raiva. Seu pai,
ao vê-lo assim tão zangado, chama o menino para uma conversa, mas, antes que seu pai diga alguma
coisa, fala irritado:
– Pai, estou com muita raiva. O Juca não deveria ter feito comigo o que fez. Eu quero tudo de ruim para
ele.
– Que aconteceu? – pergunta o pai, um homem simples, mas cheio de sabedoria.
– O Juca me humilhou na frente dos meus amigos. Eu quero é que ele quebre uma perna, fique doente,
sem poder ir à escola.
– Vem até aqui, meu filho – diz o pai, caminhando até um abrigo onde guarda um saco cheio de carvão.
Leva o saco até o fundo do quintal, abre-o e propõe:
– Filho, faz de conta que aquela camisa branquinha que está secando no varal é o seu coleguinha Juca,
e cada pedaço de carvão é um mau pensamento que você lança sobre ele. Agora eu quero que você jogue
todo o carvão do saco na camisa, até o último pedaço. Depois eu volto para ver como ficou.
O menino acha que será uma brincadeira divertida e põe mãos à obra. O varal com a camisa está longe,
e poucos pedaços acertam o alvo.
Uma hora se passa, e o menino termina a tarefa. O pai, que espia tudo de longe, se aproxima do menino
e lhe pergunta:
– Filho, como está se sentindo agora?
– Estou cansado – responde Zequinha. – Mas estou alegre porque acertei muitos pedaços de carvão na
camisa.
O pai olha para o menino, que fica sem entender a razão daquela brincadeira, e, carinhoso, lhe fala:
– Venha comigo até o meu quarto, quero lhe mostrar uma coisa.
O filho acompanha o pai até o quarto e é colocado na frente de um grande espelho onde pode ver seu
corpo todo. Que susto! Só conseguia enxergar seus dentes e os olhos.
O pai, então, lhe diz ternamente:
– Filho, você viu que a camisa quase não se sujou; mas, olhe só para você. O mal que desejamos aos
outros é como isto que lhe aconteceu. Por mais que possamos atrapalhar a vida de alguém com nossos
pensamentos, os resíduos, a fuligem ficam sempre em nós mesmos.

O professor deve socializar o tema.

AULA 65
Revisão

Hoje vamos relembrar o que aprendemos nas últimas aulas de valores humanos.
Numa das aulas, fizemos um exercício respiratório e depois mandamos vibrações de afeto, de paz e de
alegria para o nosso planeta.

Em outra aula, contamos a história de Primavera, que nos mostrou como a ambição e os vícios
conseguiram destruir a felicidade de que desfrutava o povo daquele lugar. Bastaram alguns anos para que
os primaverenses se transformassem em pessoas consumistas, que valorizavam mais o ter do que o ser.
Quem sabe explicar o que significa valorizar mais o ter do que o ser?
O professor deve incentivar respostas e socializar o tema.

Também contamos o caso do Zequinha, que chegou em casa bufando de raiva do Juca e desejando tudo
de ruim para ele.
Quem se lembra do que foi que o pai de Zequinha fez então?
O professor deve incentivar respostas e socializar o tema, lembrando que o pai de Zequinha levou-o ao
quintal e lhe disse para atirar todos os carvões de um saco numa camisa branca que estava estendida no
varal, como se os estivesse jogando no Juca. Ao final, colocou o filho diante de um espelho e este se
encontrava tão sujo de carvão que só conseguia ver os próprios dentes e os olhos; o pai disse-lhe ainda
que o mal que desejamos aos outros é como o que acontecera a Zequinha. Por mais que possamos
atrapalhar a vida de alguém com nossos pensamentos, os resíduos e a fuligem ficam sempre em nós
mesmos.

AULA 66
Aventura Virtual – Episódio 34

No último episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, nós vimos como o Serginho conseguiu escapar
do apartamento onde estava mantido em cativeiro pelos asseclas de Ruk Pollus.
No dia seguinte, vamos reencontrar as crianças no estúdio da rádio, já no final do programa. O
operador coloca uma música suave, muito bonita, tocada no violão e com o som das ondas do mar
quebrando nos rochedos e com os gritos das gaivotas. Teca fecha os olhos concentrada. Em sua mão,
aparece a pedrinha cor-de-rosa. Fala com voz serena:
– Querido ouvinte, a nossa humanidade está precisando muito de amor. Por isso estamos pedindo a sua
colaboração. Durante esta música, vamos concentrar o pensamento no amor... não só pensar mas sentir
amor, carinho, bem-querer pelos nossos familiares, nossos vizinhos... pelos conhecidos... e também pelos
desconhecidos... Vamos amar a natureza... a Terra que nos abriga...
Enquanto Teca fala, um raio de luz cor-de-rosa circula em torno dela, penetra no microfone e se irradia
através das antenas da emissora. Gilberto e Serginho observam o fenômeno e percebem que o locutor e o
operador não viram a luz, mas, por suas expressões, dá para perceber que estão tentando sentir amor,
conforme a indução feita por Teca, reforçada pela música.
Quinze minutos mais tarde, os Praxedinhos chegam em casa, cheios de alegria por estar contribuindo
efetivamente na luta contra Ruk Pollus e suas intenções maléficas. Estranham encontrar a porta aberta.
Entram, chamando pela mãe, mas tudo está silencioso. Não há ninguém em casa. Vão até o computador e
o encontram ligado. Na tela, a figura de Ruk com um sorriso sarcástico, apontando o dedo para um
desenho da tecla “enter”. Gil clica sobre o desenho, e a tela muda, aparecendo a imagem de seu Reynaldo
e dona Selma congelados, dentro de gavetões ou esquifes. Os três gritam apavorados, e o computador
desliga-se sozinho.
As crianças olham umas para as outras, fazendo um grande esforço para segurar as lágrimas. Não
podem perder o equilíbrio.
– O que vamos fazer agora? – pergunta Serginho.
Gil pensa um pouco.
– Vamos telefonar para o papai.
Liga para o trabalho do pai, onde lhe dizem que ele não foi trabalhar. Essa informação cai sobre eles
com peso de ameaça. E agora?
De repente, Gil toma uma decisão. Fala, meio engasgado.
– Vamos ao IML.
Serginho, não muito consciente do que isto pode significar, pergunta:
– Vamos fazer o que no IML?
– Ver se eles... não estão lá – responde Gil, a muito custo.
Teca, com a fala entrecortada, exclama:
– Você está louco, Gil! Não diga uma coisa dessas... nem brincando.
Gilberto, mesmo com muita pena da irmã, não vê outra solução a não ser enfrentar a realidade, seja ela
qual for. Respira fundo e fala com carinho, mas com firmeza:
– Nós vimos eles num gavetão... congelados... é como acontece no IML. A gente tem que ir...
– Eu não vou – diz Teca num fio de voz. – Não tenho coragem.
– Teca... tem que ser os três – diz Gilberto carinhoso, mas firme. E vendo o estado de angústia da irmã,
percebe que precisa agir com mais cautela. Procura imaginar como seu pai agiria numa situação daquelas
e fala de forma descontraída:
– É claro que eles não estão lá, maninha! Fique tranqüila!... Mas, de qualquer forma, a gente tem que
checar... por desencargo de consciência, entende?
Teca acalma-se um pouco, e os três saem de casa trancando a porta com cuidado.

Hoje, vamos ficando por aqui, com a aventura dos Praxedinhos. Outro dia vamos saber o que aconteceu
com eles e com seus pais.

AULA 67
Janela suja

O jovem casal mudou-se para um bairro muito tranqüilo. Na primeira manhã que passavam em sua
nova casa, enquanto tomavam café, a mulher, olhando através da janela a vizinha pendurando lençóis
lavados no varal, comentou com o marido:
– Olhe só que lençóis sujos ela está pendurando no varal! Está precisando usar mais sabão. Dá vontade
de ir lá e ensinar a ela como se lava roupa.
O marido ficou calado. Não era dado a fofocas.
Uma semana mais tarde, durante o café da manhã, a vizinha pendurava novamente seus lençóis, e a
mulher comentou com o esposo:
– Nossa vizinha continua pendurando os lençóis sujos! Qualquer dia vou lá ensinar a ela como se lava
roupa.
Essa mesma cena se repetiu mais algumas vezes até que, um dia, a mulher disse ao marido:
– Olha só, acho que nossa vizinha aprendeu a lavar roupa. Os lençóis dela estão branquinhos.
O marido, olhando com ironia para a esposa, disse:
– Não, meu bem. Você está vendo os lençóis alvinhos porque hoje de manhã levantei mais cedo e lavei
os vidros da nossa janela. Não eram os lençóis dela que estavam mal lavados. Era a nossa vidraça que
estava suja.

O professor deve socializar o tema, mostrando que, antes de criticar os outros, é bom observar se nós
mesmos não estamos cometendo faltas iguais ou ainda piores.

AULA 68
Nota fiscal

Certo dia, Mariazinha chegou da escola toda eufórica e foi logo dizendo:
– Mamãe, um coleguinha me ofereceu um MP3 bem baratinho. Compra pra mim, mãezinha, compra!
– Bem, se o preço é bom e ele tiver nota fiscal... – respondeu dona Ilka.
– Que é nota fiscal? – perguntou Mariazinha curiosa.
– A nota fiscal é um documento importante que a loja dá ao cliente, quando este faz uma compra –
explicou dona Ilka. – É a garantia de que aquele produto não foi roubado.
– Não entendi, mãe. O que essa tal de nota fiscal tem a ver com roubo?
Deixando de lado o que estava fazendo, dona Ilka se pôs a explicar:
– Um objeto que alguém esteja querendo vender sem nota fiscal pode ser produto de roubo. Os ladrões
geralmente repassam os produtos de seus roubos a outras pessoas para vendê-los. Como não podem
apresentar uma nota fiscal, já que não compraram esses objetos, eles os vendem a preços bem mais baixos.
– Que pena! – murmurou Mariazinha.
Dona Ilka, vendo o ar entristecido da filha, ponderou:
– Pense bem, minha filha. Como você se sentiria se estivesse andando pela rua com um aparelho
desses, ouvindo música e de repente aparecesse alguém que o arrancasse de você e saísse correndo?
– Horrível, mãe. Não quero nem pensar...
– Pior ainda – continuou dona Ilka – é quando os assaltantes entram numa casa, rendendo todas as
pessoas que lá estão, trancando-as num banheiro, e roubam tudo o que podem.
– Ai, mãe, que horror! – exclama Mariazinha com ar assustado.
– E é ainda pior, minha filha, quando eles ferem ou matam pessoas para roubar.
Mariazinha não sabia o que dizer. Finalmente havia entendido o quanto é horrível comprar objetos
roubados. Comentou:
– Quer dizer que a gente só deve comprar coisas de segunda mão com essa tal de nota fiscal...
– Exatamente – disse dona Ilka – a nota fiscal é um documento que mostra que aquele objeto foi
comprado e não roubado. Comprar alguma coisa de segunda mão, sem essa documentação, só mesmo de
pessoas que conhecemos muito bem, sabendo a procedência do objeto. Se compramos sem nota fiscal,
podemos estar colaborando com os ladrões.
Mariazinha pensou por instantes e disse:
– Mãe, se todos obedecessem a essa norma, só comprando com nota fiscal, os ladrões deixariam de
roubar porque não teriam a quem vender.
Dona Ilka sorriu orgulhosa da perspicácia da filha e voltou a seus afazeres.
O professor deve perguntar aos alunos quem já comprou algum objeto sem a nota fiscal, ou sem
conhecer bem a procedência do objeto, socializando o tema.

AULA 69
Aventura Virtual – Episódio 35

No último episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, nós ficamos no ponto em que as crianças
chegam em casa e encontram uma mensagem de Ruk Pollus, em que seus pais aparecem congelados,
dentro de uns gavetões ou esquifes.
A aflição das crianças é muito grande, mas Gilberto consegue se acalmar e aos irmãos também.
Resolvem então ir ao IML à procura dos pais.

Chegam lá angustiadas. O funcionário que as atende não demonstra o menor respeito ao lidar com uma
questão tão delicada quanto aquela. Sua atitude com as crianças é fria e até irônica, mas felizmente os pais
não estavam lá.
Aliviados, os três se abraçam chorando e rindo ao mesmo tempo.
De repente, Teca pergunta:
– Será que eles já não estão em casa?
Os três se olham com expressão de esperança e partem correndo. Chegam em casa esbaforidas,
transitando entre a aflição e a esperança.
– Mamãe! Papai!
– Manhê... Cadê você?
– Mãezinhaaa...
Conforme percorrem a casa, suas expressões vão ficando desalentadas. Não há nenhum sinal dos pais.
Como se fosse de comum acordo, dirigem-se para a sala do computador e o encontram ligado. Na tela
novamente aparece a imagem de seus pais congelados. Teca dá um grito e cobre os olhos com a mão. Fica
assim por instantes e vai tirando-a devagar.
– Gil... Serginho! – exclama. – Olhem isso!... Isso aí não é um gavetão do IML. É diferente.
– É mesmo... Parece mais uma daquelas urnas de congelar... – confirma Gilberto.
– Como aquelas experiências científicas? – pergunta Serginho.
Os três olham-se desarvorados.
– Então o Ruk congelou nossos pais! – exclama Teca.
Mal acaba de falar, aparece na tela a imagem de Ruk, rindo de forma desagradável.
– Vocês acertaram. Seus pais estão em meu poder... geladinhos, geladinhos...
Ri de novo e continua:
– Agora... quanto a salvá-los... é até bem fácil.
No auge da aflição, Teca pergunta:
– O que precisamos fazer?
Ruk vira-se um pouco e mostra, num painel a seu lado, dois tubos verticais paralelos, como se fossem
termômetros, com marcadores luminosos.
– Olhem para isto – diz Ruk. – Este tubo aqui, o da luz azul, é o controle das urnas em que estão seus
pais, e este outro, da luz vermelha, mede o potencial de energia das minhas reservas.
As crianças observam que o marcador de luz azul está na ponta superior do tubo e a vermelha, abaixo
da metade. Ruk continua:
– Seus pais só serão soltos quando a vermelha chegar à mesma altura da azul. Entenderam? Isto vai
acontecer de forma inteiramente automática. Por isso não contem com nenhum truque. Nem mesmo a
própria Fávia poderá ajudar vocês se de repente tiver um surto de fraqueza sentimental.
Mostrando no rosto uma expressão de ódio, Ruk concluiu:
– Deu para perceber que vocês são os responsáveis pela vida de seus pais? Quero ver se agora vocês
não vão me obedecer e fazer o que mandei...

Vocês acham que as crianças vão aceitar essa nova imposição de Ruk Pollus?
O professor deve incentivar respostas.
Bem, essa resposta vamos ter no próximo episódio da aventura dos Praxedinhos.

AULA 70
Revisão

Na aventura virtual dos Praxedinhos, vimos a Teca, no programa de rádio, conduzindo um momento de
relaxamento e pedindo aos ouvintes para sentirem amor pelos seus familiares, pelos vizinhos... por todas
as pessoas... Depois ela pediu para sentirem amor pela natureza... pela Terra.
Vimos também como um raio de luz cor-de-rosa circulou em torno da Teca, entrando no microfone e
irradiando-se através das antenas da emissora, alcançando todos os ouvintes.
Vocês não acham que seria muito bom se todas as emissoras de rádio e de televisão da Terra fizessem
isso todos os dias? Elas estariam despertando bons sentimentos nas pessoas e, com isso, diminuindo a
violência, a injustiça e a miséria.
Vamos ver quem sabe dizer por que esse tipo de programas poderia ajudar o mundo a se tornar melhor.
O professor deve incentivar respostas, lembrando a responsabilidade dos comunicadores que podem
induzir os ouvintes e os telespectadores tanto ao bem, quanto ao mal; lembrar também que cabe a cada
um aceitar o que é bom e rejeitar o que é ruim.

Depois conhecemos a narrativa sobre a mulher que, ao ver através da janela a vizinha estender roupas
no varal, ficava criticando-a, dizendo que esta não lavava bem as roupas, até que o marido veio lhe dizer
que o que estava sujo não eram as roupas da vizinha, mas sim os vidros da janela deles próprios.
Algum de vocês já teve uma experiência desta natureza: criticar outra pessoa e depois perceber que o
erro era seu mesmo?
O professor deve incentivar respostas.

Vimos também o caso da nota fiscal, vocês se lembram?


A Mariazinha queria que a mãe comprasse para ela um MP3 que um colega estava vendendo bem
baratinho. Então, a mãe disse que só compraria se o tal colega tivesse a nota fiscal de compra do aparelho.
Quem sabe responder por que a nota fiscal é tão importante?
O professor deve incentivar respostas e socializar o tema, lembrando que a nota fiscal é um documento
que mostra que aquele objeto foi comprado e não roubado; que se todos obedecessem a essa norma, só
comprando com nota fiscal, os ladrões deixariam de roubar porque não teriam a quem vender.

AULA 71
Integridade

Quem de vocês sabe o que significa integridade?


O professor deve incentivar respostas.

No dicionário Aurélio, integridade significa: qualidade de íntegro; inteireza, retidão.


Podemos dizer que é a referência às pessoas que agem com ética, com honestidade, com respeito, com
dignidade.
É como o caso do lavador de carros que viu, ao longe, a carteira cair do bolso de um homem
desconhecido e correu por duas quadras até alcançar o tal homem para devolver-lhe a carteira... e nem
aceitou recompensa. Diante do espanto do dono da carteira, ele apenas disse:
– Não há luxo no mundo que garanta um bom sono a uma consciência tumultuada. Também não há
travesseiro mais macio e gostoso do que a consciência tranqüila e em paz consigo mesma.

O que esse homem quis dizer com essas palavras?


O professor deve incentivar respostas e socializar o tema.

AULA 72
Julio Verne
Edna era uma garota muito inteligente, mas não gostava de ler.
Seu irmão mais velho, Teo, estava na maior felicidade, pois havia conseguido passar no vestibular de
uma universidade federal. Por conta disso, já podia fazer planos para o futuro junto com a namorada,
Martinha, que ainda cursava a segunda série do ensino médio.
Teo havia se preparado com muita dificuldade para o vestibular. A família era pobre e não podia pagar-
lhe um cursinho, mas ele possuía uma vontade indomável. Era muito persistente. Havia elaborado um
roteiro de estudos e passava a maior parte do tempo nas bibliotecas, visto que os pais não tinham dinheiro
para comprar livros.
Ao chegar em casa após as provas do vestibular, estava eufórico. Falava de algumas questões que tinha
certeza de que muita gente não acertara. Eram relacionadas à literatura. Felizmente ele sempre gostara
muito de ler e acertou todas.
Como dissemos, Edna era inteligente. Observando o que acontecera com o irmão, resolveu que iria ler
muito a partir daquele dia. Queria ter as melhores chances quando chegasse sua vez de enfrentar o
vestibular, já que havia decidido que faria Filosofia.
No dia seguinte, Edna também fez o caminho da biblioteca. Olhou, olhou e acabou se interessando por
um livro intitulado Viagem ao Centro da Terra, do famoso escritor Julio Verne.
Começou a ler assim, meio de má vontade, como quem toma um remédio desagradável, mas, à medida
que lia, ia ficando cada vez mais encantada com aquela leitura. Não queria parar nem mesmo para as
refeições.
Julio Verne sabia usar as palavras e a imaginação de forma magistral. Sabia como descrever pessoas,
lugares e situações sem cansar o leitor. Também era um mestre na arte do enredo. Não é à toa que é
considerado um dos mais imaginativos e populares escritores de todos os tempos.
Quem de vocês já tinha ouvido falar em Julio Verne?
O professor deve incentivar respostas.

Julio Verne era francês. Nasceu em 1828 e morreu em 1905. Ao todo escreveu 80 romances e montou
15 peças de teatro.
Um detalhe intrigante nas suas obras está nas aventuras e nas grandes descobertas científicas que
compõem o tema de seus enredos. Ele é considerado um visionário, pois, numa época em que ninguém
poderia sequer imaginar que um dia o homem iria à lua, ou que pudesse viajar debaixo da água, Julio
Verne escreveu Da Terra à Lua e Vinte Mil Léguas Submarinas.
Em seus livros falou de aparelhos como a televisão, o helicóptero, o ar-condicionado. Descreveu
arranha-céus, mísseis teleguiados, tanques de guerra, os veículos anfíbios e o avião, além de muitos outros
inventos que só iriam surgir dezenas de anos mais tarde.
Julio Verne sabia como usar magistralmente as palavra e a imaginação, tanto assim que, até hoje, seus
livros continuam fazendo a alegria de muita gente.
Quem de vocês gostaria de ler algum dos seus livros, como Volta ao Mundo em 80 Dias, Vinte mil
Léguas Submarinas ou Viagem ao Centro da Terra?
Esses três livros podem ser “baixados” da Internet, no site www.livrosparatodos.net
Quem não tem acesso à Internet pode pegá-los emprestados em alguma biblioteca.
Ler é realmente muito bom, mas é importante saber escolher, porque há leituras que nos distraem,
outras que nos ensinam coisas boas, nos proporcionam conhecimento. Mas há também leituras ruins, que
induzem aos vícios, à violência, à desonestidade... Esse tipo de leituras não devemos adotar porque nos
fazem mal.

O professor deve socializar o tema, perguntando aos alunos que tipo de leitura têm praticado, etc.

AULA 73
Aventura Virtual – Episódio 36

No último episódio da aventura dos Praxedinhos, nós ficamos sabendo como Ruk Pollus havia
seqüestrado os pais das crianças e os mantinha congelados. Também ele disse que só os soltaria quando o
marcador de energia má chegasse a determinado nível e explicou:
– Vocês sabem o que devem fazer, não sabem? Usem o seu programa de rádio. Digam que estavam
enganados; que o mundo é realmente mau e quem quer sobreviver tem que entrar nessa onda. Tem que ser
mais forte e mais sem escrúpulos do que os outros, se não quiser ser engolido. Façam as crianças ficarem
revoltadas, odiarem a família, o governo, a sociedade, as religiões... Façam propaganda de jogos
violentos...
Ruk faz pequena pausa e fala com teatralidade, mostrando o tubo da luz vermelha:
– Só quando essa energia do mal crescer e chegar aqui em cima... seus pais vão ficar livres.
Observa um pouco as reações das crianças e pergunta:
– E então?... Vocês vão salvar seus pais?... ou vão deixar que eles morram aí... congelados... como se
fossem dois picolés?
Teca, com os olhos cheios de lágrimas, faz menção de que vai falar, mas Gilberto coloca a mão sobre
sua boca e diz com dificuldade:
– Nós vamos pensar.
– Está bem, diz Ruk. Vou dar um prazo a vocês... Duas horas. Nenhum minuto a mais. Daqui a duas
horas, quero a resposta.
Calou-se por instantes para que as crianças pudessem assimilar bem sua ameaça e conclui:
– Pensem bem. A vida de seus pais está em suas mãos.
A tela fica preta, e o computador desliga-se sozinho. As crianças estão no auge da aflição, mas sabem
que não podem entregar-se. Precisam manter calma e serenidade para melhor poder refletir e decidir o que
fazer.
De repente, Gil tem uma idéia. Mentaliza o minimicro, e este surge em seu pulso. Ele tecla SOS.
Serginho não entende.
– O que significa SOS?
– É um pedido de socorro – esclarece. – Ashtarih vai ter que nos ajudar desta vez.
No monitor aparecem os dizeres: “Chamem dentro de 20 minutos”.
O tempo passa com a lentidão das horas de aflição. Na sala do computador, os três olham ansiosos para
o relógio. Para quebrar um pouco aquele silêncio que pesa sobre eles, Teca pergunta:
– Por que será que a Ashtarih mandou chamar só depois de vinte minutos?
– Não faço a menor idéia – responde Gil.
A conversa não continua. As palavras parecem estar engasgadas nas gargantas.
Finalmente os ponteiros do relógio mostram que é hora de fazer novo contato com Ashtarih. Gilberto
concentra-se novamente e o minimicro surge em seu pulso. Ele tecla a palavra “contato” e dá “enter”.
Na telinha, forma-se um rodamoinho que vai crescendo, extrapolando as dimensões do aparelho. Fica
mais e mais forte, ocupando toda a sala. As crianças são sugadas por ele e, quando reabrem os olhos, estão
novamente no grande salão de seu primeiro encontro com Ashtarih. Os camarotes estão também ocupados
pelas crianças como da primeira vez. Alto-falantes reproduzem canto de pássaros sobre o som das águas
de uma cachoeira. Os Praxedinhos acalmam-se, pouco a pouco.

Bem, hoje vamos ficando por aqui. No próximo episódio, saberemos se os Praxedinhos vão conseguir
salvar seus pais.

AULA 74
Leis divinas, ou cósmicas

Hoje vamos voltar a falar sobre as leis divinas, ou cósmicas. Elas estão na consciência do ser humano.
Tanto isto é verdade que, desde eras primitivas, as pessoas já tinham noções de honestidade, justiça,
fraternidade, respeito, etc. De onde viriam essas noções, a não ser do próprio espírito humano, de sua
consciência? Com essas noções, os povos antigos iam estabelecendo suas leis, de acordo com a própria
cultura, e podemos perceber também que elas evoluem, vão se tornando mais justas e mais sábias de
acordo com a própria evolução das comunidades humanas.
Podemos concluir o seguinte: quando transgredimos a lei da justiça, da fraternidade ou outras leis
divinas, estamos entrando em conflito com a nossa consciência, o que gera desarmonia interior, uma
espécie de remorso, e esse remorso pode nos levar à depressão, ou então, ao desenvolvimento de outras
formas de doenças conhecidas como psicossomáticas.
Quando sentimos remorso por alguma coisa errada que fizemos, ficamos mal com nós mesmos.
Quem de vocês já sentiu remorso alguma vez?
O professor deve incentivar respostas.

O remorso é um sentimento muito ruim. Por isso, sempre que fizermos alguma coisa errada, que nos
crie remorso, é muito importante procurar corrigir o erro, pedir desculpas, enfim, fazer o possível para
aliviar a consciência.
Quem de vocês tem facilidade para pedir desculpas levanta a mão.
Agora, quem tem dificuldade para pedir desculpas levanta a mão.

O professor deve socializar o tema, lembrando que não é vergonha pedir desculpas, ou pedir perdão.
Ao contrário, é uma atitude nobre e, além disso, alivia a consciência.

AULA 75
Revisão

Numa de nossas últimas aulas de valores humanos, falamos sobre a integridade.


Quem lembra que valores indicam que uma pessoa é íntegra?
O professor deve incentivar respostas, lembrando que os íntegros agem com ética, honestidade,
respeito, dignidade, justiça, etc.

Também falamos sobre a importância da leitura.


Vamos ver neste momento quem de vocês gosta de ler.
O professor deve perguntar a uns e outros se gostam de ler; aos que disserem que sim, indagar sobre o
tipo de leitura de que gostam, orientando para boas leituras, quando for o caso.

Falamos também sobre as leis divinas, ou cósmicas, aquelas que estão registradas em nossas
consciências.
Quem saberia dizer o que nos acontece quando descumprimos a lei da justiça, da fraternidade ou outras
leis divinas?
O professor deve incentivar respostas, lembrando que, ao não obedecermos a essas leis, entramos em
conflito com a nossa consciência e que isto gera desarmonia interior, um remorso que pode nos levar à
depressão ou ao desenvolvimento de doenças psicossomáticas; que sempre, ao fazermos alguma coisa
errada, é muito importante procurar corrigir o erro, pedir desculpas, enfim, fazer o possível para aliviar
a consciência.

AULA 76
Solidariedade

Vocês sabem o que é solidariedade?


O professor deve incentivar respostas.

Ser solidário é partilhar o sofrimento alheio, ou procurar fazer alguma coisa para diminuí-lo.
Vamos dar um exemplo sobre solidariedade. Digamos que um coleguinha seu leva uma queda, e os
outros ficam rindo dele. Vendo isso, você vai até ele e ajuda o colega a se levantar e ainda reclama com os
que estavam rindo. Com esse gesto você estava sendo solidário a seu coleguinha.
Vejamos outro exemplo. Um colega tirou nota baixa nas provas e corre o risco de perder o ano porque
estava com a mãe doente, precisou cuidar dela e ajudar com os trabalhos de casa, não sobrando tempo
para fazer os deveres. Você então vai conversar com a professora, explicando a situação desse colega e
pede para ela dar-lhe uma nova chance.
Quem de vocês se lembra de algum ato de solidariedade que tenha praticado?
O professor deve incentivar respostas e socializar o tema.

A tarefa de casa de vocês para os próximos dias vai ser praticar um ato de solidariedade.
Quero ver quem vai chegar aqui nas próximas aulas e nos contar um ato de solidariedade que praticou.

AULA 77
Aventura Virtual – Episódio 37

O professor deve lembrar aos alunos a tarefa de casa (a prática de um ato de solidariedade), que foi
solicitada na aula anterior.

Terminamos o último episódio da aventura virtual dos Praxedinhos com a nova reunião das crianças no
grande salão da Ashtarih.

De repente, a música pára e no meio do tablado, todo enfeitado de flores, surge Ashtarih. Corre os
olhos pelos camarotes e fala com entonação muito séria:
– Estamos chegando ao ponto mais crítico desta missão. Ruk Pollus está jogando com tudo... é uma
luta de vida ou morte.
Um frêmito percorre a assembléia.
– Ele seqüestrou nossos pais – informa Teca, sem poder esperar mais.
– Eles estão congelados – arremata Serginho.
– Nós estamos sabendo de tudo – responde a menina. – Foi também por isso que convocamos esta
assembléia.
Faz pequena pausa e continua:
– Nós precisamos salvar os pais de vocês... Mas também precisamos salvar a Terra.
Novo frêmito perpassa o grande salão.
Serginho levanta a mão e Ashtarih faz sinal para que fale. A voz tem tons de choro, mas denota
firmeza.
– Eu acho que meus pais não gostariam de voltar à vida para encontrar a Terra dominada pelo Ruk.
– Eu também... acho – diz Teca, com dificuldade. – Eles iam preferir... continuar como mortos.
– Concordo – diz Ashtarih. – E acho que todos vocês estão conscientes da seriedade deste momento... e
de que não há outra saída: ou vencemos o Ruk ou ele vai escravizar toda a humanidade, implantando o
terror no mundo.
Um calafrio corre pelas costas de todas as crianças, mas, apesar de assustadas, mostram em suas feições
que estão dispostas a lutar com todas as forças para salvar a Terra.
Ashtarih corre um longo e penetrante olhar pelos camarotes. Finalmente, diz em tom solene:
– Estou vendo que posso contar com vocês.
As crianças respondem em coro, levantando as mãos.
– Podem contar com a gente!
– Muito bem – diz Ashtarih.
E após instantes de silêncio, como quem procura as palavras certas, continua:
– Todos vocês sabem que o Ruk pretende dominar a Terra, através das mentes das pessoas que operam
computadores. Se ele conseguir, este planeta vai se transformar num pavoroso cativeiro. Mas, para isso,
ele precisa aumentar suas reservas de Energia do Mal. Os Praxedinhos estão fazendo um programa de paz
e fraternidade numa rádio em rede nacional no Brasil e estão tendo grande audiência. Isto está
prejudicando muito as pretensões do Ruk. Foi por isso que ele aprisionou seus pais. Ele acha que as
crianças vão atender seu ultimato e usar esse recurso do rádio a favor dele.
Faz pequena pausa e continua:
– Pois bem. Esta batalha não é só dos Praxedinhos. É de todos nós. Vocês não acham?
As crianças gritam em coro novamente:
– Podem contar com a gente!
– Muito bem. Vamos então traçar os planos para a batalha. Mas, antes, uma observação. O Ruk não
pode desconfiar de nada. Por isso ninguém deve falar sobre o assunto, fora daqui.
Bem, hoje vamos ficando por aqui. No próximo episódio, saberemos quais são esses planos de batalha
elaborados por Ashtarih.

AULA 78
Pais separados (Colaboração de Milton Ferreira)

O professor deve lembrar aos alunos a tarefa de casa (a prática de um ato de solidariedade) que foi
solicitada numa aula anterior.

Certa noite, Mário, Júlio e Rosa estavam jantando, quando dona Mirna, mãe dos garotos, chegou do
trabalho.
Normalmente ela chegava mais tarde; por causa disso, jantar com ela era um prazer que eles poucas
vezes tinham.
Felizes, foram comendo devagarzinho enquanto a mãe ia tomar banho e trocar de roupa para se juntar a
eles. Assim, eles ainda teriam comida no prato quando ela voltasse e poderiam todos jantar juntos além de
contar as ocorrências do dia.
Quando a mãe voltou, Júlio contou sobre o seu dia. Falou sobre a escola e como tinha sido a sua tarde.
Não deixou escapar qualquer detalhe!
Dona Mirna notou que Mário estava mais calado do que o normal e ficou preocupada. Ele era um bom
menino, mas às vezes parecia um pouco triste. Depois do jantar, foi ao quarto de Mário a fim de falar com
ele. Perguntou se ele estava mesmo bem, se não estava acontecendo algo sobre o qual ele quisesse
conversar, mas Mário insistia afirmando que estava tudo bem. Porém não estava tudo bem com ele.
Andava aborrecido com muita coisa, com a separação dos pais, com a escola, com o fato de não fazer
amizades com facilidade e por isso às vezes se sentia bastante só... Mas achava melhor ficar calado, talvez
por medo... Será que a mãe o entenderia? Mário sabia que ela se preocupava com ele, que o amava de
verdade, mas, por algum motivo, não conseguia falar sobre as coisas que o aborreciam. Desse modo,
resolveu deixar tudo como estava.
Dona Mirna, vendo que o filho nada dizia, resolveu deixá-lo dormir. No dia seguinte, ele teria de
acordar cedo para ir à escola. Deu-lhe um beijo de boa noite e foi para seu quarto.

O professor deve socializar o tema focando a necessidade de conversarmos com nossos pais, com
nossos familiares e até mesmo professores sobre as coisas que nos incomodam; comentar que todos nós
muitas vezes temos e sentimos coisas que nos preocupam e que devemos procurar ajuda, pois ajudar uns
aos outros é importante para a convivência de todos; que, ajudando aqueles que precisam e dando a
outros a oportunidade de lhes confiar nossos problemas, criamos laços de confiança e amizade. Deve
explicar também que o amor exige confiança, que a amizade pede confiança, por isso devemos procurar
fazer amizade apenas com pessoas nas quais podemos confiar, ao mesmo tempo em que devemos
procurar ser bons amigos, fazendo o possível para ajudar nossos colegas.

AULA 79
Tristeza (Colaboração de Milton Ferreira)

O professor deve lembrar aos alunos a tarefa de casa (a prática de um ato de solidariedade) que foi
solicitada numa aula anterior.

Na última aula de valores humanos, falamos sobre o Mário. Seus pais são separados, mas ele tem uma
boa convivência tanto com o pai quanto com a mãe; tem uma boa casa onde morar e não lhe falta comida,
roupas nem uma boa escola, onde se prepara para o futuro. Porém muitas vezes ele se sente infeliz.
Assim como Mário, muitas e muitas pessoas, vez por outra, sentem-se sozinhas e até mesmo tristes.
Isso é normal, mas só até certo ponto. É preciso ter muito cuidado para não deixar a tristeza tomar conta. É
importante observar que, mesmo quando acontecem coisas ruins, sempre há muitas coisas boas na vida. O
mundo é um lugar muito grande, e ele precisa de nós. Mas precisa de nós como seres responsáveis,
honestos, fraternos... enfim, como pessoas do bem.
Vamos fazer uma experiência. Vocês vão respirar fundo e relaxar...
Agora, fechem os olhos.
Cada um de vocês vai imaginar que está sozinho numa cidade estranha; que procura falar com as
pessoas para pedir ajuda, mas ninguém lhe dá a menor atenção... Todos andam apressados, cuidando dos
próprios interesses... Quem é que vai se incomodar com uma criança perdida?
O tempo passa, a fome aperta, e o pior é o medo de não conseguir mais voltar para casa. Que sufoco!
Não acham?
Aí, aparece uma pessoa fraterna, uma pessoa boa, dessas que sentem pena do sofrimento dos outros e
procuram ajudar como podem. Essa pessoa lhe estende a mão e vai ajudar você a chegar em casa.
Que alívio, não é? Como é bom a gente receber ajuda na hora do sufoco!
Agora podem abrir os olhos.

O professor deve convidar os alunos a se manifestarem sobre essa experiência, lembrando-lhes que, da
mesma forma como muitas vezes precisamos de ajuda, devemos também aprender a ajudar as outras
pessoas, sempre que pudermos fazê-lo. Mas também é importante lembrar-lhes as cautelas necessárias,
para não caírem nas armadilhas que bandidos ou pessoas de má-fé podem apresentar.

AULA 80
Revisão

Hoje vamos ver o que aprendemos de bom em nossas últimas aulas de valores humanos.
Primeiro vamos ver quem de vocês fez aquela tarefa de casa que foi solicitada, ou seja, um ato de
solidariedade.
O professor deve incentivar respostas, socializando o tema.

Vimos, em outra aula, o caso do Mário, que andava aborrecido com tudo; ressentia-se com o fato de ter
os pais separados e tinha dificuldade para fazer amizades; comentamos a importância de se conversar com
os pais, com os familiares e até mesmo os com professores sobre as coisas que estão incomodando. Essa
ajuda mútua é importante para a convivência de todos; cria laços de confiança e amizade.
Fizemos também uma experiência, lembram?
Vocês imaginaram que estavam sozinhos numa cidade estranha, procurando falar com as pessoas para
pedir ajuda, mas ninguém lhes dava a menor atenção, até que finalmente aparece uma pessoa boa para
ajudá-los.
Hoje vamos fazer uma experiência diferente.
Fechem os olhos e respirem fundo algumas vezes.
Agora, cada um de vocês vai imaginar que está caminhando numa praça, perto de casa, e ali encontra
uma senhora muito idosa, chorando; ela se perdeu e não se lembra do caminho de volta para casa; está
com fome e muito assustada.
Cada um de vocês vai decidir o que fazer: ir embora e deixar que outros cuidem dela, ou pensar numa
forma de ajudá-la.
Agora podem abrir os olhos e ver o que cada um de vocês decidiu.
O professor deve incentivar as crianças a responderem e socializar o tema, enfatizando a importância
de desenvolver sentimentos de solidariedade, porque, em algum momento da vida, vamos precisar da
solidariedade de alguém.

AULA 81
Aventura Virtual – Episódio 38

No último episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, nós vimos Ashtarih convocando todas as
crianças presentes a lutar contra Ruk Pollus, numa batalha que seria decisiva.
Então, na hora aprazada, vamos encontrar novamente os Praxedinhos em frente ao computador: Teca
no meio, Serginho à sua direita e Gil à esquerda. Estão apreensivas e ansiosas. Será que o plano vai dar
certo? E se não der?
Após alguns minutos de expectativa que lhes parecem uma eternidade, surge na tela a imagem de Ruk.
Teca segura nas mãos, embaixo da mesa do micro, a pedrinha cor-de-rosa. Gil coloca sua mão em cima
e Serginho também. Várias crianças entram na sala por trás do computador de forma que Ruk não possa
vê-las, trazendo também pedrinhas idênticas à de Teca, que colocam sobre a mesa do micro, em torno
dele. Ruk nada percebe e pergunta com ar irônico:
– E então, crianças... Já tiveram tempo de sentir saudade de seus pais?
– Como é que eles estão? – pergunta Gilberto, para ganhar tempo.
Enquanto Gilberto conversa com Ruk, as crianças se colocam em semicírculo, sempre atrás do
computador. Dão-se as mãos e, nas pontas, seguram na mão de Gil por um lado e, pelo outro, na de
Serginho. Todas se concentram, e suas fisionomias começam a expressar serenidade e amor.
Ruk, sem perceber a armadilha, continua falando com Gil, mas logo começa a dar demonstrações de
mal-estar, falando com certa dificuldade:
– Não mandaram lembranças porque estão lindamente congelados... Mas... se vocês me obedecerem ...
vão tê-los de volta... intei... inteirinhos... e descon... descon...gelados.
Gilberto sente-se mais aliviado ao observar que Ruk está perdendo força e continua:
– Tem uma coisa que nós gostaríamos muito que você explicasse.
– O ... o que... o que é? – pergunta Ruk com dificuldade.
– Você sente prazer em ser mau?
– Eu?... pra... prazer?
– É, Ruk. Você sente prazer em ver pessoas sofrendo?
Finalmente Ruk percebe que caiu numa armadilha. Seus olhos ficam esbugalhados, cheios de pavor.
Pela primeira vez, sente medo. Faz um esforço gigantesco para fugir, mas não consegue. Fala a muito
custo.
– Eu... não... que... quero... mo...mo...morrer...
Gilberto, muito impressionado, diz com tom de piedade na voz:
– Pois é, Ruk. Se você tivesse aproveitado essa sua inteligência para ajudar a humanidade, hein?
Imagine como seria diferente... Você não estaria morrendo agora. Mesmo que tivesse chegado a sua hora,
Ruk, você estaria morrendo cercado de pessoas amigas. E estaria contente por ter sido uma boa presença
aqui na Terra. Iria partir, deixando saudades.
O gênio do mal tenta falar, mas só sai um ronco surdo de sua garganta. A expressão é de extremo
desespero.
– Deu para ver que não vale a pena correr atrás do poder? Que não vale a pena ser mau? – pergunta
Gilberto.
A imagem de Ruk afasta-se em efeito “zoom”, mostrando outras crianças no mundo virtual, atrás dele,
em semicírculo, conduzidas pela própria Ashtarih.
Gilberto pensa em como aquele momento é importante, único. Crianças no mundo virtual e no real
estão juntando seus esforços para salvar a humanidade, e o mais interessante é que toda essa ação, essa
extraordinária missão realizada de forma tão magnífica não seria divulgada pela mídia... ninguém saberia,
a não ser eles próprios e alguns dos seus pais. Mas isso não tem muita importância. O que vale mesmo é a
consciência do dever bem cumprido e de saber que está ajudando a salvar a Terra.

Bem, crianças, a continuação dessa aventura nós vamos conhecer num outro dia.

AULA 82
Boa educação – parte 01

Quem de vocês acha que é uma criança bem-educada?


O professor deve incentivar respostas.

Vamos fazer um teatrinho...


O professor deve convidar três alunos para serem os atores. Um deles fará o papel de um informante
mal- educado e desatento, devendo sentar-se num local na frente da sala para que os outros o vejam com
facilidade.
Em seguida, os outros dois, um de cada vez, vão se aproximar e pedir uma informação, como onde fica
o local de inscrição para o vestibular. O informante deve estar desatento, talvez lendo alguma coisa, e dá
a informação de mau humor, ou mesmo não a dá.
O professor deve então perguntar aos dois que solicitaram a informação como se sentiram com a falta
de educação do informante; socializar o tema mostrando como a boa educação sempre é importante.

AULA 83
Boa educação – parte 02

Hoje vamos fazer novamente um teatrinho...


O professor deve convidar três alunos para serem os atores. Um deles fará o papel de informante bem-
educado, devendo sentar-se num local na frente da sala para que os outros o vejam com facilidade.
Em seguida, os outros dois, um de cada vez, vão se aproximar e pedir uma informação, como onde fica
a secretaria da escola. O informante deve dar a informação com atenção e gentileza.
O professor deve então perguntar aos dois que solicitaram a informação como se sentiram ao ser
atendidos com eficiência e com educação.
OBSERVAÇÃO: É possível que o informante exagere em ser prestativo. Se for o caso, o professor
poderá explicar que é importante ter equilíbrio em tudo. Exagerar em gentilezas não é natural.

AULA 84
Aventura Virtual – Episódio 39

No último episódio da aventura virtual, nós ficamos no momento em que Ruk Pollus é dominado pela
força do amor que está sendo gerado pelos Praxedinhos e por todas as outras crianças, comandadas pela
própria Ashtarih. Esse magnífico trabalho está sendo realizado no mundo material e no mundo virtual ao
mesmo tempo.
No mundo virtual, as crianças colocam suas pedrinhas no chão em torno de Ruk, que já começa a se
desintegrar. Ashtarih circula em torno dele observando-o detalhadamente. Vê seu olhar cheio de ódio e
desespero, em profundo contraste com as expressões das crianças, cheias de serenidade e de amor.
Dirigindo-se à garotada no mundo virtual e no real, orienta:
– Vamos continuar nossa mentalização até que ele se desintegre inteiramente.
No mundo real, as crianças que estavam na sala, fora das vistas de Ruk, passam para a frente do micro
e presenciam, através do monitor, o final da sua desintegração. Olham umas para as outras atônitas. Na
tela do monitor, Ashtarih aproxima-se até ficar em close.
– Não percam a concentração – recomenda. – Fiquem calmos, haja o que houver. Vamos precisar dessa
base de apoio... A Fávia já está chegando.
– E nossos pais? – pergunta Teca.
– Não se preocupem que vamos chegar lá – responde a menina tranqüilamente e continua:
– Agora precisamos de serenidade, confiança e, principalmente, de muito amor.
No mundo virtual, as crianças escondem-se. Fávia entra e estremece ao ver Ashtarih. Sua expressão de
susto transforma-se rapidamente em ódio. Traz uma capa longa, preta, ricamente bordada com tons de
vermelho e azulão e, na cabeça, uma tiara.
– Ah... Até que enfim te vejo cara a cara, sua covarde...
Ashtarih permanece impassível. Em seu rosto, há apenas uma leve expressão de piedade. Fala com
firmeza:
– A tua carreira de maldades, Fávia, chegou ao fim.
As crianças, concentradas em sentimentos de amor, vão colocando-se atrás dela, em semicírculo,
segurando suas pedrinhas cor-de-rosa.
– É mesmo? – pergunta Fávia com ironia e continua:
– Pensa que eu tenho medo desses seus truques? Era só o que faltava!
– Ruk era mais inteligente que você – responde Ashtarih. – Ele não tinha medo, mas, mesmo assim...
Fávia olha em volta, desconfiada. Por fim pergunta:
– Cadê o Ruk?
– Não existe mais – responde tranqüilamente Ashtarih. – Desintegrou-se... E a energia de que era feito
foi absorvida pelos reinos da natureza.
Fávia fica horrivelmente assustada. Percebe que Ashtarih está dizendo a verdade, mas não dá o braço a
torcer. Levantando orgulhosamente a cabeça, pergunta:
– Você esquece que eu tenho um trunfo? O casal Praxedes está em meu poder.
– Não queremos um confronto com você, Fávia – diz Ashtarih com carinho.
– O quê? – pergunta espantada.
Ashtarih continua falando com carinho, mas com segurança.
– É isso mesmo... Nós só queremos que você recupere seu verdadeiro modo de ser, como era antes do
Ruk aparecer.
Fávia estremece. Percebe-se que ela está sob o efeito das vibrações de amor que lhe são dirigidas pelas
crianças. Ashtarih aproxima-se mais, até quase tocá-la, e diz com emoção e ternura:
– Lembra, maninha?
Fávia estremece mais fortemente. É como se algo quebrasse dentro dela. Por sua expressão, passa o
grande conflito que lhe vai na alma. Aos poucos, vai baixando a cabeça e começa a chorar. Ashtarih abre
os braços e Fávia atira-se a eles, abraçando a irmã e chorando copiosamente.
– Chora, maninha. Vai lhe fazer bem. As lágrimas vão liberar um pouco dessa energia negativa que
você acumulou.
Com a voz entrecortada pelo pranto, Fávia desabafa:
– Que loucura!... Minha vida é uma porcaria. Eu não valho nada, Ashtarih!
– Claro que vale, maninha. Você apenas se deixou seduzir pelo poder.
– É verdade.
Reflete um pouco e suspira, dizendo:
– Ah, se eu pudesse começar tudo outra vez...

AULA 85
Revisão

Hoje vamos rever algumas das coisas que aprendemos nas últimas aulas de valores humanos.
Na aventura dos Praxedinhos, soubemos como o gênio do mal, o Ruk Pollus, foi derrotado sem o uso
de armas, apenas com o mais poderoso dos sentimentos, o amor.
Vimos o Gilberto dizendo a ele como teria sido bom se tivesse aproveitado a sua inteligência para
ajudar a humanidade; teria sido muito diferente... E mesmo que tivesse chegado a sua hora, ele estaria
morrendo cercado de pessoas amigas e estaria contente por ter sido uma boa presença aqui na Terra. Iria
partir, deixando saudades. Mas, pelo fato de ter sido mau, ninguém se lembraria dele com carinho, muito
menos sentindo saudades.
Alguém sabe dizer que lição aprendemos com esse episódio?
O professor deve incentivar respostas, lembrando que apenas uma consciência tranqüila pode
proporcionar felicidade verdadeira.

Também tivemos umas aulas sobre educação. Até fizemos um teatrinho para vocês perceberem melhor
como é bom e bonito conviver com pessoas educadas, atenciosas e gentis. Isto também é importante para
o nosso sucesso na vida. Muitas pessoas perdem grandes oportunidades, inclusive de emprego, por ser
mal- educadas.

No episódio seguinte da aventura virtual, aconteceu uma cena muito bonita e comovente, quando as
crianças e Ashtarih, com a força do amor, conseguem fazer com que Fávia recupere seu verdadeiro modo
de ser... assim como era antes de o Ruk aparecer, e ela, arrependida e chorando muito, exclama:
– Ah, se eu pudesse começar tudo outra vez!
Essa exclamação da Fávia nos mostra o quanto é importante pensar bem antes de fazer alguma coisa
que possa estar errada.
Quantas vezes dizemos coisas das quais depois nos arrependemos? Mas aí é tarde.
Podemos comparar isso com uma porção de penas que soltamos ao vento. Elas se espalham em todas as
direções e, se quisermos recolhê-las, não teremos como fazê-lo.

AULA 86
A importância das escolhas

Vocês se lembram como, no último episódio da aventura dos Praxedinhos, a força do amor consegue
vencer o Ruk Pollus, que acaba se desintegrando? Em seguida é a vez da Fávia, que é irmã gêmea de
Ashtarih.
Nós tínhamos ficado no momento em que a Fávia, profundamente arrependida por ter-se deixado levar
pela ambição, exclama: “Ah, se eu pudesse começar tudo outra vez!”
Essa exclamação da Fávia dá muito o que pensar, porque nos mostra o quanto é importante pensar bem
antes de fazer alguma coisa que possa estar errada.
Vamos ver quem de vocês se lembra de alguma coisa que fez alguma vez e que depois se arrependeu?
O professor deve incentivar respostas e socializar o tema, enfatizando a importância das escolhas,
porque são elas que nos conduzem pela vida; além do cuidado com as escolhas, é importante sempre
reavaliá-las para ver se foram boas, e, quando entender que alguma escolha foi má, devemos procurar
modificá-la, se isto for possível, pois há escolhas que não têm volta.

AULA 87
A mentira (Colaboração de Socorro Souza)

Desde pequena, Maira sempre foi uma garotinha teimosa e rebelde. Achava que não tinha que obedecer
aos pais. Já Luana, a irmã mais velha, era carinhosa, estudiosa, paciente, honesta e obediente.
Certo dia, numa olimpíada do colégio em que as duas irmãs concorreram, Luana se saiu tão bem que
ficou em primeiro lugar, ganhando o prêmio que era cobiçado por todos os alunos, uma viagem ao Egito.
Maira não se conformou com a vitória da irmã. Enciumada, reclamava dizendo que tudo de bom era
para Luana, que se achava boazinha, sempre certinha. Não queria entender que pessoas más têm
dificuldade de se sair bem na vida e resolveu esconder a passagem que a irmã havia ganhado.
Chegou o dia da viagem. Luana e seus pais tratavam dos últimos detalhes, quando deram por falta da
passagem.
– Meu Deus! – exclama Luana. – Eu a coloquei dentro do meu armário, nesta caixa.
Todos procuravam a passagem, inclusive Maira, fingindo-se preocupada.
Chegou a hora do vôo e nada encontraram. Luana chorava desconsolada. Maira, percebendo que
podiam encontrar a passagem em seu armário, ateou fogo no envelope acabando de vez com aquela
preocupação.
A mãe das garotas não queria desconfiar de Maira. Pensava: “Ela não é lá de todo santa, mas esconder
a passagem para a irmã não viajar, eu não creio, seria horrível demais ter uma filha tão ruim assim”.
Foi um dia tumultuado e muito sofrido para Luana e seus pais. Afinal, ela tinha merecido o prêmio,
havia sonhado tanto com aquela viagem, mas agora...
Maira não conseguia adormecer. Percebia que a irmã chorava silenciosamente, e aquilo lhe cortava o
coração. Sentiu remorso pelo que fizera.
Foram várias noites angustiantes. Quando conseguia dormir um pouco, seu mundo se povoava de
pesadelos.
Um mês se passou e Maira emagrecia. Vivia calada pelos cantos tentando encontrar um jeito de pedir
desculpas aos pais e à irmã.
Foi quando Luana ganhou num sorteio na escola um livro sobre as virtudes para jovens. Chegando em
casa, disse à irmã:
– Maira, tenho um presente para você. São histórias muito interessantes. Como sei que você adora
histórias... aqui está, é seu.
Maira agradeceu o livro e foi logo abrindo as páginas. A primeira história tinha como título: “A mentira
que mata”. Saiu correndo para o quarto com os olhos cheios d’água. Luana e seus pais a seguiram. Aos
prantos, Maira contou tudo que havia acontecido, inclusive sobre as noites insones e cheias de pesadelos.
Pediu perdão à Luana e aos pais, reconhecendo o quanto havia errado com todos.
Seus pais, depois de conversarem muito com ela, percebendo que estava sinceramente arrependida,
abraçaram-na, juntamente com Luana.
A partir dali, Maira mudou, realmente, de vida.

E vocês? O que acham da mentira?


O professor deve incentivar respostas e socializar o tema, enfatizando a importância da honestidade e
da verdade.

AULA 88
Aventura Virtual – Episódio 40

No último episódio da aventura dos Praxedinhos, nós vimos como a Fávia, muito arrependida por ter se
juntado a Ruk Pollus, exclama:
– Ah, se eu pudesse começar tudo outra vez!
Ashtarih afasta um pouco a irmã, levanta-lhe o rosto e diz com segurança:
– É só você querer.
Fávia ergue os olhos num misto de esperança e desespero.
– Eu vou te ajudar, maninha – promete à irmã.
E, correndo os olhos pelas crianças, conclui:
– E elas também... Tenho certeza.
As crianças aproximam-se, ainda espantadas com o ocorrido. Uma delas segura na mão de Fávia,
dizendo:
– Se eu puder ajudar... Pode contar comigo.
As outras crianças também se manifestam:
– Comigo também...
– Pode contar com a gente.
Fávia baixa os olhos, envergonhada de suas anteriores atitudes. Também está profundamente
emocionada. As crianças afastam-se um pouco e Ashtarih, de forma intencional, retira a tiara da cabeça da
irmã, deixando o objeto cair no chão. Em seguida, retira-lhe com ambas as mãos a capa, como se fora num
ritual, deixando-a também cair no chão. Todos entendem o significado desse gesto, indicando que Fávia
está abandonando suas pretensões de poder, assentadas na maldade, e assumindo a postura de um ser
humano em busca de se corrigir dos seus erros.
As crianças têm os olhos marejados de lágrimas. Ashtarih também. Olha para elas e sorri... Era um
sorriso de gratidão. Abraça a irmã, dá meia-volta e a conduz para fora. Ao saírem, vão pisando, sem
perceber, a capa e a tiara que representavam o poder de Fávia... um poder dirigido para o mal, mas
vencido pelo bem, pelo amor.
No mundo real, os Praxedinhos e as outras crianças acompanham tudo pelo monitor do micro. Estão
muito emocionados, com os olhos molhados de lágrimas.
De repente, a tela fica escura. Gil tenta teclar, mexe no mouse, e nada acontece.
– Será que ela se esqueceu dos nossos pais? – pergunta Teca.
– Não pode ser – responde Gilberto, começando a ficar preocupado.
– E agora, que vamos fazer? – pergunta Serginho.
Gil olha o relógio e dá um pulo.
– Faltam dez minutos para o programa...
– E nós vamos...? – indaga Teca espantada.
Gilberto pensa um pouco e diz com segurança:
– Vamos sim... Ashtarih vai cuidar deles... Podem ter certeza.

Na próxima aula de valores humanos, contaremos o penúltimo episódio da aventura virtual dos
Praxedinhos.

AULA 89
Aventura Virtual – Episódio 41

No último episódio da aventura dos Praxedinhos, nós ficamos no ponto em que as crianças resolvem
deixar que Ashtarih cuide de seus pais e elas correm para a emissora de rádio.
Em poucos instantes, lá estão no estúdio, em frente aos microfones. Gil, preocupado com os pais,
consulta o minimicro. Está às escuras. Toca no monitor. Este se ilumina e dele parte um feixe de luz que
se reflete na parede em frente, bem ao lado da janela de vidro que separa o estúdio da sala de controle,
formando uma estranha tela que, obviamente, não é vista pelo operador de áudio. Nessa tela surge a
imagem de seu Reynaldo e dona Selma enrolados em cobertores, e seu Timón está junto deles, dando-lhes
algo quente para beber. Ao lado, os esquifes onde estiveram congelados.
As crianças, aliviadas e felizes, comemoram.
– Mamãe!... papai! – grita Teca, exultante, olhando para a imagem dos pais.
– Eles estão livres... estão livres! – exclama Serginho no auge do contentamento.
Gilberto suspira aliviado.
Na sala de controle, o operador arregala os olhos espantado. Ele sabe que no estúdio não há mais
ninguém, além das três crianças. Pega o interfone e liga para o patrão:
– Seu Duarte, parece que as crianças endoidaram... Acho bom o senhor vir aqui.
Quando seu Duarte entra na sala de controle, vê as crianças pulando de mãos dadas, olhando felizes na
direção da parede do estúdio.
Os três param de pular, e Serginho acena em direção às imagens na parede, dizendo:
– Oi, seu Timón... traz eles logo. A gente está morrendo de saudade... do senhor também.
– Viu, seu Duarte!? – exclama o operador. – Estão doidos. O que que eu faço?
Seu Duarte bate com os nós dos dedos no vidro. As crianças olham para ele e levantam os polegares em
sinal positivo, voltando para seus lugares. Com expressão resignada, diz:
– Seja o que Deus quiser. Bota no ar... vamos ver no que vai dar.
A música que estava tocando vai chegando ao fim, e o operador prepara-se para abrir o programa das
crianças, com ar muito preocupado. Seu Duarte arranca um fio do próprio cabelo, gesto que faz quando
está tenso. Gilberto, dirigindo-se às imagens refletidas na parede, promete:
– Nós vamos fazer um programa bem legal. É em homenagem a vocês.
Com isso, a tensão aumenta na sala de controle. O operador bota no ar a música de abertura de “Os
Mensageiros de Ashtarih”. Seu Duarte começa um gesto para mandar sustar, mas desiste ao ver as
crianças voltando suas atenções para o trabalho. O operador baixa o volume e faz sinal para Gil, que diz:
– Boa tarde, ouvintes de todo o Brasil. Os Mensageiros de Ashtarih estão no ar.
– Hoje é um dia muito especial para nós... e também para você que nos escuta – diz Teca.
– É isso mesmo – fala Serginho, por sua vez. – Ashtarih e seus mensageiros conseguiram uma grande
vitória contra Ruk Pollus.
Gil e Teca olham para o irmão com ar de reprovação, porque esse assunto não deve ser divulgado.
Serginho faz um gesto de quem se desculpa. Seu Duarte, a essas alturas, arranca um punhado de fios de
cabelo. O operador rói as unhas de uma das mãos. A outra está pronta para tirar os Praxedinhos do ar.

Bem, hoje ficamos por aqui, mas em breve voltamos com o último episódio da aventura virtual dos
Praxedinhos.

AULA 90
Revisão

Hoje vamos rever algumas coisas importantes que aprendemos nas últimas aulas de valores humanos.
Tivemos uma aula sobre aquela exclamação da Fávia, quem se lembra qual foi?
O professor deve incentivar respostas e socializar o tema, lembrando que ela exclamou: “Ah, se eu
pudesse começar tudo outra vez!”
Uma das coisas mais importantes está nas escolhas que fazemos, porque são elas que nos conduzem
pela vida. Também é importante sempre reavaliarmos nossas escolhas para ver se foram boas, e, quando
entendermos que alguma delas foi má, devemos modificá-la, se isto for possível, porque há escolhas que
não têm volta.
Vimos também o caso da Maira, aquela garota rebelde, que teimava em não obedecer aos pais.
Lembram-se da maldade que ela fez à irmã mais velha, a Luana, uma menina carinhosa, estudiosa, gente
boa?
Pois é, a Maira, com ciúmes, destruiu a passagem para o Egito que a irmã havia ganho numa olimpíada.
Mas Maira não conseguia dormir, sentia remorso, e perceber que a irmã chorava silenciosamente à noite
lhe cortava o coração.
Foram várias noites angustiantes, até que finalmente resolveu contar tudo o que havia feito.
O remorso é assim mesmo, faz a pessoa sofrer muito.
Quem sabe dizer o que se pode fazer para não ter remorsos?
O professor deve incentivar respostas e socializar o tema, enfatizando a importância de se pensar bem
antes de se fazer alguma coisa da qual possa vir a se arrepender.

AULA 91
Aventura Virtual – Episódio 42

No último episódio da aventura virtual dos Praxedinhos, nós ficamos no ponto em que o operador de
áudio da rádio, achando que as crianças tinham surtado, está pronto para tirar o programa do ar.
Olha para seu Duarte, como a esperar essa ordem, mas Gilberto, sem nada perceber e com muita
presença de espírito, conserta a leviandade do irmão, dizendo:
– Realmente, hoje nós tivemos a notícia de que milhares de crianças em toda parte estão trabalhando
por um mundo melhor. São crianças que entenderam que é preciso acabar com essa cultura da violência
que tomou conta da Terra.
Gil olha para o irmão, passando-lhe a palavra, e desta vez Serginho dá o recado muito bem, dizendo:
– Será que não dá para a gente se divertir de forma pacífica? Será que essas pessoas que fazem filmes,
que fazem jogos eletrônicos precisam botar violência neles? Pois eu acho que tem muita coisa boa, muita
diversão gostosa sem essa de machucar, bater, quebrar, explodir... e matar.
Dois suspiros na sala de controle dão conta do alívio de seu Duarte e do operador, ao verem que as
crianças não estão doidas, pois estão se saindo muito bem. Agora é a vez de Teca dar seu recado:
– Os Mensageiros de Ashtarih, de todo o planeta, querem que os adultos reaprendam a viver... a viver
em paz e a respeitar os direitos dos outros, que façam um mundo bom para todos.
Os três irmãos capricham no programa conforme promessa de Gil a seu Timón e aos pais. Seu Duarte
não arreda o pé, sorrindo satisfeito, eufórico, e às vezes até mesmo emocionado. No encerramento, o
operador coloca um CD, por meio do qual se ouvem apenas gorjeios de pássaros e o som de uma
cachoeira. Teca fecha os olhos e concentra-se. Em sua mão, aparece a pedrinha cor-de-rosa. Sua expressão
se torna suave e ela fala com pequenas pausas entre os parágrafos, nas quais só se ouve a cachoeira e os
pássaros:
– Imagine que você está no meio da mata, junto de uma cachoeira. Ouça o canto dos passarinhos e o
som da água. Vamos concentrar nosso pensamento na paz, porque o mundo está precisando de paz. Mas
não é só pensar... é também sentir... Vamos sentir amizade, afeto, carinho... desejando paz e fraternidade
para nossos familiares e amigos... para os nossos vizinhos, para os conhecidos... E também para os
desconhecidos... Paz e fraternidade para todas as pessoas da Terra.
Enquanto Teca fala, uma luz cor-de-rosa surge sobre seu peito, à altura do coração, e circula em torno
dela. A luz cor-de-rosa penetra no microfone e chega às antenas da emissora, formando belos efeitos de
cor sob a luz do sol poente.
Teca continua, dizendo com emoção:
– Vamos amar o nosso planeta, o nosso mundo azul, que é tão lindo. Amar as pessoas, a natureza...
tudo.
Teca abre os olhos e sua expressão é de profundo amor. Conclui, dizendo:
– Os Mensageiros de Ashtarih desejam ao mundo paz, justiça, respeito e fraternidade.

Ashtarih e Fávia, na base espacial do Comando Solar, observam num monitor o desenrolar do
programa. Sorriem felizes ao perceber a luz cor-de-rosa irradiando-se através das antenas da emissora em
todas as direções, alcançando milhões de corações desejosos de amor e de paz.
Seu Duarte, habitualmente tão calculista, emociona-se com as palavras de Teca. Só percebe que o
programa já terminou quando as crianças irrompem na sala com sua alegria juvenil, pegando-o com os
olhos marejados de lágrimas.
– Que foi, seu Duarte? – pergunta Serginho impulsivamente. – O senhor está triste?
– Nada!... bem ao contrário – responde o homem. – Pela primeira vez na vida, estou achando que há
esperança para o nosso planeta.
As crianças partem alegremente, apostando entre si se já irão encontrar os pais em casa ou se terão de
esperar por eles. Mas todos concordam que devem preparar o jantar, depois lavar a louça e arrumar a
cozinha; dessa vez, chegam a um acordo sem brigas, na divisão das tarefas.

Pois bem, crianças, a nossa estória Uma Aventura Virtual chegou ao fim, mas vamos procurar nos
lembrar sempre das lições que aprendemos.
Quando vocês perceberem que alguém está agindo mal, se puderem, falem com essa pessoa procurando
fazer com que entenda que o mal só chama sofrimento e dor, mas o bem nunca se perde. E acima de tudo,
acreditem nisso.
Outra coisa: quando muitas pessoas são do bem e desenvolvem sentimentos bons, de paz e de afeto,
podemos ter certeza de que há esperança para o nosso planeta.
Paz e amor para todos nós.

AULA 92
Sofrimentos na Terra

A aventura virtual dos Praxedinhos chegou ao fim; apesar de ser imaginária, deixou-nos muitos bons
ensinamentos.
Um deles é a importância das crianças na construção de um mundo melhor. Não é daquela forma,
combatendo um gênio do mal, mas construindo em si mesmos os valores da paz, da responsabilidade, da
fraternidade e tantos outros que fazem de alguém uma pessoa “do bem”. Mas é preciso não se importar
com as críticas ou com as dificuldades que a pessoa sempre encontra quando quer viver e agir da maneira
certa, de um modo fraterno, honesto, justo e pacífico.
Vocês poderão encontrar colegas, amigos, ou até mesmo pessoas da família que pensam de forma
diferente; que são briguentos, desonestos ou preguiçosos; que são orgulhosos ou ambiciosos e não têm
respeito. É bem possível que encontrem outros que usam drogas e que vão fazer tudo para levar vocês
também ao vício, mas lembrem-se de uma coisa, é muito fácil a pessoa tornar-se viciada. O difícil está em
conseguir abandonar o vício. Eles dirão que só uma vez não tem importância, que não vicia... Porém é
exatamente assim que acontece. A pessoa usa uma vez, depois usa mais outra e, quando se dá conta, não
consegue mais parar.
É bom lembrar que o álcool também é uma droga que vicia, gerando infinitos sofrimentos.
Então, se vocês querem para o seu futuro uma vida mais feliz, mais equilibrada, essa responsabilidade é
de cada um.
Cada um de vocês já sabe o que é ser uma pessoa do bem, uma pessoa dessas que todo mundo admira
por causa das qualidades, por causa do caráter. Essa é uma admiração boa, saudável.
Outra forma de as crianças contribuírem para a construção de um mundo melhor é contagiando outras
pessoas com esses valores de que temos falado.
Vamos ver agora quem se lembra quais são esses valores.
O professor deve incentivar respostas, enfatizando a importância da não violência, da afetividade, do
respeito, do perdão, da honestidade e também da necessidade de ficar longe dos vícios.

AULA 93
Riqueza – parte 01

Bruno era um jovem pobre e sem família. Trabalhava numa fábrica de calçados e à noite estudava
engenharia mecânica, numa universidade. O dinheiro só dava para as despesas essenciais.
Sua namorada, a Silvana, trabalhava à noite num hospital. Era enfermeira.
Devido a isso, os dois só podiam se ver nos finais de semana, mas viviam aquela felicidade! O
contentamento de estarem juntos valia por todos os dias em que ficavam longe um do outro, sentindo
saudades.
Um dia, tudo mudou. Bruno ganhou sozinho os 15 milhões do acumulado da Mega-Sena. Foi aquela
alegria!
Seu primeiro gesto foi correr à casa da Silvana e contar-lhe a novidade. Estava difícil de acreditarem
que tudo aquilo fosse verdade, mas era.
– Que vai fazer agora? – perguntou Silvana.
– Eu? Bem, eu vou pedir demissão na fábrica e vou aproveitar para ver a cara dos meus colegas quando
souberem que agora sou um milionário. Você também vai sair do emprego. Agora somo ricos. Não
precisamos trabalhar. Depois... nós dois vamos comprar uma bela mansão, aqui mesmo em São Paulo,
vamos casar e viver felizes.
Mas a imprensa noticiou o caso rapidamente e, com a publicidade, veio o medo de serem assaltados ou
seqüestrados. Tiveram de mudar seus hábitos, e a primeira coisa que fizeram foi a contratação de
seguranças, a compra de veículos blindados, a colocação de cercas elétricas nos muros da mansão e de
alarmes de toda natureza.
Silvana começou logo a cuidar dos preparativos do casamento. Queria que fosse o mais chique do ano,
o mais bonito e badalado. Bruno não gostou muito da idéia e contestou:
– Prefiro uma cerimônia simples, só com nossos amigos...
– De jeito nenhum! – respondeu Silvana. – Eu sempre sonhei com um casamento chique, a igreja
entupida de flores e, depois... uma recepção pra ninguém botar defeito.
– Mas, meu bem, nossos amigos não vão se sentir à vontade com todo esse chiquê. São gente simples.
– Por isso mesmo – retrucou Silvana, meio irritada. – Eu não quero mais saber dessa gente. Garanto
que, qualquer dia desses, eles vão bater aqui para pedir dinheiro. E você não seja bobo de dar.
Bruno sentiu-se meio decepcionado com a atitude da noiva, mas, apaixonado como estava, preferiu
nada dizer.

Bem, crianças, outro dia vamos continuar com essa narrativa.


Agora, quero a opinião de vocês quanto à atitude da Silvana. Ela estava certa ou errada em não querer
mais saber dos amigos pobres depois que ficou rica?
O professor deve incentivar respostas e socializar o tema, enfatizando a importância das verdadeiras
amizades, dessas que não foram compradas por qualquer tipo de interesses.

AULA 94
Riqueza – parte 02

Hoje vamos continuar a narrativa sobre o Bruno, que ganhou 15 milhões na Mega-Sena e, para atender
ao desejo da noiva, Silvana, o casamento foi dos mais luxuosos e também dos mais badalados da cidade.
Afinal, eles eram os novos milionários.
A lua-de-mel foi uma longa viagem pela Europa e depois por Nova Yorque e Miami. Bruno teria
preferido a Grécia, com um tour pela ilhas gregas. Já tinha lido muito sobre aquele país e admirava a
mitologia grega. Sempre que via algum filme que se passava na Grécia, sentia grande desejo de estar lá,
conhecer de perto os locais onde viveram os grandes filósofos da antiguidade, tais como Sócrates, Platão,
Aristóteles e muitos outros que tanta influência exerceram sobre o pensamento do mundo ocidental.
Mas Silvana só queria saber de curtir a riqueza, embelezar e enfeitar o corpo, sem nenhuma
preocupação com o próprio interior. Isso deixava Bruno triste, porque começou a observar que a vida
deles era movida a festas, viagens e curtições, tantas que não sobrava tempo nem disposição para as coisas
de que mais gostava, assim como ir ao cinema para assistir a um bom filme comendo pipoca, como
costumavam fazer nas tardes de domingo, ou então pegar um ônibus de madrugada e amanhecer em
Santos, para correr na praia, vendo o sol nascer irradiando maravilhosos reflexos sobre o mar.
Também dos amigos Bruno sentia muitas saudades, mas Silvana já não gostava mais da presença deles.
Eram pessoas simples, que ela agora considerava indignas de estarem ali, como se dignidade estivesse na
riqueza ou na classe social de alguém. Assim, pouco a pouco foi conseguindo fazer com que eles se
afastassem definitivamente.

Vamos continuar essa narrativa em outra aula porque agora vamos falar sobre dignidade. Vimos como
a Silvana, depois que ficou rica, passou a considerar os antigos amigos indignos de estarem em sua casa,.
Quem sabe dizer o que é dignidade?
O professor deve incentivar respostas e socializar o tema, lembrando que a palavra dignidade vem do
latim “dignitate” e pode ser definida como honradez, honra, nobreza de caráter, decência, respeito a si
próprio; também é aplicada para definir a forma como as pessoas devem ser tratadas em seus direitos
essenciais. No mundo ocidental, há o conceito de que todo ser humano, independente de cor, raça, idade,
sexo, classe social, estado de saúde físico ou mental, possui o direito à educação, lazer, saúde, trabalho,
moradia, de ser ouvido e respeitado, enfim, de ser tratado com dignidade, como cidadão.

AULA 95
Revisão

Hoje vamos ver o que aprendemos nas últimas aulas de valores humanos.
Nós narramos o último episódio da aventura dos Praxedinhos. Vimos o Serginho perguntar no
programa de rádio: “Será que não dá para a gente se divertir de forma pacífica? Será que essas pessoas que
fazem filmes, que fazem jogos eletrônicos, precisam botar violência neles? Pois eu acho que tem muita
coisa boa, muita diversão gostosa sem essa de machucar, bater, quebrar, explodir... e matar”.
O que vocês acham disso que o Serginho disse?
O professor deve incentivar respostas e socializar o tema.

Em outra aula, falamos sobre a importância das crianças na construção de um mundo melhor.
Quem se lembra de como as crianças podem ajudar a construir um mundo melhor?
O professor deve incentivar respostas e socializar o tema, lembrando que elas devem começar por
construir em si mesmas os valores da não violência, da honestidade, da fraternidade, do respeito e tantos
outros que fazem de alguém uma pessoa “do bem”; deve lembrar-lhes também que é preciso não se
importar com as críticas ou com as dificuldades que as pessoas sempre encontram quando querem viver e
agir da forma certa, de acordo com as próprias consciências.

Comentamos também sobre os vícios nos quais tantas pessoas mergulham, gerando infinitos
sofrimentos para si mesmas, para seus familiares e até mesmo para quem nada tem a ver com elas, e
lembramos que cada um pode escolher a vida que quer para si, uma vida equilibrada, em paz com a
própria consciência... ou não.

Depois falamos sobre o Bruno, aquele jovem pobre e sem família, que ganhou os 15 milhões da Mega-
Sena, e como isto mudou sua vida. Mas percebemos que ele não era mais feliz como antes. Sua mulher, a
Silvana, só queria saber de festas e até mesmo conseguiu afastar os amigos dele, que eram amigos de
verdade e não pessoas que fingem amizade só por interesse.

AULA 96
Riqueza – parte 03

Vocês se lembram da narrativa sobre o Bruno e a Silvana? Nós paramos no momento em que o Bruno
começou a se entristecer com as atitudes da esposa, que só queria saber de festas, jantares e curtições.
Numa tarde fria e chuvosa, daquelas que dão vontade de ficar em casa, debaixo dos cobertores, Silvana
se arrumava para um jantar em casa de amigos quando Bruno disse:
– Meu bem, vamos ficar em casa hoje, não estou com vontade de sair...
– Nem pensar – respondeu Silvana. – Vou estrear o vestido que comprei ontem.
– Também não gosto desse pessoal – continuou Bruno. – Já ouvi dizer que usam drogas.
– E daí ?– retrucou Silvana, com ar aborrecido. – Se eles usam, o problema é deles, não nosso.
Olhando para o marido com um pouco de desdém, concluiu:
– Se você quer se meter na cama como um velho, pode ficar, porque eu vou sozinha. Não vai faltar
quem me traga de volta.
Silvana foi sozinha, e Bruno ficou em casa refletindo sobre a própria vida, com certa preocupação.
Perguntava a si mesmo se não era bem mais feliz quando pobre. Trabalhava, gostando do que fazia, e o
estudo era para ele muito importante. Formar-se em engenharia mecânica sempre fora seu sonho e teria
sido a grande realização da sua vida, uma vida de jovem pobre que vencia pelos próprios esforços. Porém
agora havia perdido a vontade de estudar. Com muito dinheiro para pagar faculdade e ter tudo de que
precisava, não via mais o estudo como uma realização da qual pudesse se orgulhar.
Deu um profundo e doloroso suspiro e disse em voz alta:
– Minha vida perdeu o sentido. Tenho dinheiro, mas não tenho mais sonhos, nem motivos para lutar
por eles.

O que vocês acham da atitude de Bruno. Será que ele estava certo em pensar que era mais feliz quando
pobre?
O professor deve incentivar respostas e socializar o tema, lembrando que a riqueza em si não é ruim,
mas sim a forma como ela é utilizada.

AULA 97
Riqueza – parte 04

Hoje vamos continuar a narrativa sobre o Bruno. Estão lembrados?


Ele havia ganho o acumulado da Mega-Sena, mas não estava feliz. Silvana, sua esposa, muito vaidosa e
fútil, só queria saber de festas e badalações. Ela bebia muito, e, em pouco tempo, Bruno percebeu que
Silvana era alcoólatra. Não conseguia passar um só dia sem bebida e, quando se embriagava, perdia a
noção de dignidade. Também ficava agressiva e teve de ser internada para tratamento, mas, sempre ao ter
alta, voltava a beber.
Bem que ele tentou levar a esposa para um tratamento nos Alcoólicos Anônimos (AA), mas ela não
quis.
Certo dia, depois de uma festa que durou dois dias, Silvana teve de ser internada às pressas, em coma
alcoólico. Apesar do esforço da equipe médica, a mulher não resistiu e morreu, deixando Bruno ainda
mais solitário.

Quem de vocês sabe o que é alcoolismo?


O professor deve incentivar respostas, informando que alcoolismo é uma doença; que os alcoólatras
precisam de tratamento adequado; que os Alcoólicos Anônimos (AA) realizam belíssimo trabalho para
ajudar os viciados em álcool; que, em suas reuniões, eles contam seus dramas, as coisas ruins e até
terríveis que fazem quando embriagados e, assim, ajudando-se mutuamente, muitos conseguem ficar
longe da bebida; que muitos adolescentes e até crianças começam a beber, seguindo o exemplo dos mais
velhos, mas essa é uma péssima escolha porque pode gerar efeitos desastrosos para o resto da vida.

AULA 98
Riqueza – parte 05

Na última narrativa sobre a vida de Bruno, vimos como a Silvana morreu de coma alcoólico, deixando-
o mais solitário que nunca.
Alguns dos amigos que havia adquirido depois que ficou rico foram visitá-lo levando condolências,
mas Bruno não sentiu neles uma amizade sincera. Aquelas visitas representavam apenas obrigações
sociais.
Certo dia, o coração de Bruno bateu forte ao abrir a porta e dar com um grupo de rostos solidários.
Eram seus antigos amigos levando-lhe aquilo de que mais estava precisando, amizades verdadeiras.
No dia seguinte, tomou uma decisão: voltaria a estudar e ao convívio dos velhos amigos; fundaria uma
instituição para administrar seus bens e aplicar seu dinheiro em ações que iriam ajudar crianças desvalidas
e idosos abandonados pela família; cuidaria também de criar, nas mais diversas cidades do país,
organizações que atendessem a dependentes químicos, ajudando-os a se curar. Sabia que assim iria evitar
que muita gente passasse pela dor de ver pessoas queridas mergulhando nos vícios, sem nada poder fazer.

O que vocês acham da decisão de Bruno?


O professor deve incentivar respostas e socializar o tema.

AULA 99
Altruísmo

OBS.: O professor deve mostrar a foto abaixo para as crianças.

Vocês sabem por que essas crianças estão assim tão magras? É por causa da fome; não essa fome que a
gente sente quando vai chegando a hora da refeição, mas uma fome sem fim, porque a refeição nunca
chega, e, quando chega, é só um pedacinho de alguma comida velha que não dá nem para enganar o
estômago.
Existem milhões de pessoas no nosso planeta sem ter o que comer. Pensem no tamanho do sofrimento
delas!
Quem de vocês sabe dizer por que existe tanto sofrimento na Terra?
O professor deve incentivar respostas.

A imensa maioria dos sofrimentos na Terra é causada pelo próprio ser humano.
Podemos entender que a maior causa desses sofrimentos está num trio de valores negativos que são
cultivados por grande percentual das pessoas. São o egoísmo, a ganância e o orgulho.
Vamos ver como isso funciona.
1- Quem é egoísta só pensa em si mesmo; não se importa com o sofrimento dos outros.
2- O ganancioso quer ter sempre cada vez mais e mais bens, mais dinheiro, mesmo que seja às custas
da miséria e do sofrimento dos outros.
3- Já o orgulhoso quer ter mais poder; quer sempre estar acima dos outros.

Esse é o trio do mal. É o trio responsável pelos terríveis sofrimentos de milhões e milhões de seres
humanos.
Isso acontece assim: uma infinidade de políticos, de empresários e de ricos no nosso planeta são
egoístas e gananciosos. Por isso estão sempre fazendo tudo para ganhar mais dinheiro, sem se preocupar
com os sofrimentos que possam causar e sem se preocupar também com os estragos que possam produzir
no meio ambiente. Como são egoístas e gananciosos, só pensam em si mesmos.
A mesma coisa acontece com os orgulhosos, que vivem lutando para ter mais poder, e, para alcançar
seus objetivos, são capazes de passar por cima dos outros, gerando muitos sofrimentos.

Mas existe uma qualidade muito valiosa que poderia acabar com a miséria na Terra. Ela se chama
altruísmo.
Alguém sabe o que significa altruísmo?
O professor deve incentivar respostas.

Altruísmo é o contrário de egoísmo. A pessoa altruísta se preocupa mais com o bem-estar dos outros do
que consigo mesma.
Imaginem como seria a Terra se não houvesse egoístas, gananciosos nem orgulhosos. Se todos fossem
mais fraternos, mais pacíficos e mais justos... nosso mundo seria um paraíso... para todos.
E em vocês, crianças, está uma grande esperança para o futuro da Terra.
Se as crianças do nosso planeta crescerem vivenciando esses valores de que temos falado nessas aulas,
após mais alguns anos, quando já estiverem adultas, poderão juntar-se às milhões de pessoas e de
organizações que já trabalham pelo bem da humanidade. Devido a esse reforço, haverá uma poderosa
força do bem atuando na Terra, com capacidade para mudar o mundo, tornando-o pacífico, justo e
fraterno.
Pensem nisso.

AULA 100
Revisão

Hoje vamos rever o que de bom aprendemos nas últimas aulas de valores humanos.

Concluímos a narrativa sobre o Bruno, aquele jovem pobre que ficou rico, ganhando na Mega-Sena.
Sua vida havia mudado muito, como é natural, mas ele não era mais feliz como antes, quando era pobre
e cheio de sonhos; quando sonhava em se formar em engenharia, casar-se com a Silvana, ter filhos e levar
uma vida tranqüila, embora sem luxo.
Passou a ter muito dinheiro, mas perdera os verdadeiros amigos, e, Silvana, a esposa, morrera de coma
alcoólico, deixando-o ainda mais solitário.
O que o salvou da tristeza e da solidão foram seus amigos de antigamente. Eles lhe levaram aquilo de
que mais estava precisando, amizades verdadeiras.
Foi então que Bruno resolveu mudar sua vida. Voltaria a estudar e ao convívio dos velhos amigos.
Fundaria uma instituição para administrar seus bens e aplicar seu dinheiro em ações que iriam ajudar
crianças desvalidas e idosos abandonados pela família. Cuidaria também de criar, nas mais diversas
cidades do país, organizações que atendessem a pessoas viciadas, ajudando-as a se curar.
Com essa decisão, Bruno voltou a ter sonhos e nunca mais se sentiu triste nem sozinho.

Por meio dessa narrativa, nós pudemos perceber que a felicidade não está na riqueza. O dinheiro é
importante para vivermos, para podermos desenvolver nossas aptidões e ter conforto.
Ocorre que a maioria das pessoas não saberia lidar com muito dinheiro. Ficaria tão deslumbrada quanto
a Silvana, nem lhe passaria pela cabeça que os bens que o nosso planeta proporciona deveriam servir para
beneficiar todos os filhos do planeta, ou seja, a humanidade inteira.

Depois falamos sobre pessoas que morrem de forme por não ter o que comer. São milhões e milhões...
E dissemos que a maior causa desses sofrimentos está em três valores negativos que são cultivados por
grande parte da humanidade.
Quem se lembra que valores ruins são esses?
O professor deve incentivar respostas e socializar o tema, lembrando que tais valores maus são o
egoísmo, a ganância e o orgulho, porque:
1- o egoísta só pensa em si mesmo; não se importa com o sofrimento dos outros;
2- o ganancioso quer ter sempre cada vez mais e mais bens, mais dinheiro, mesmo que seja às custas
da miséria dos outros;
3- o orgulhoso quer ter mais poder; quer sempre estar acima dos outros.

Também falamos sobre uma qualidade muito valiosa que poderia acabar com a miséria na Terra.
Alguém se lembra que qualidade é essa?
O professor deve incentivar respostas e socializar o tema, lembrando que essa qualidade é altruísmo,
o contrário de egoísmo; que a pessoa altruísta se preocupa mais com o bem-estar dos outros do que
consigo mesma.

Imaginem como seria a Terra se não houvesse egoístas, gananciosos nem orgulhosos. Se todas as
pessoas fossem mais fraternas, mais pacíficas e mais justas... nosso mundo seria um paraíso...
Depois dissemos que a grande esperança para o futuro da Terra, está em quem? Quem se lembra?
O professor deve incentivar respostas e socializar o tema, dizendo que, se as crianças do nosso planeta
crescerem vivenciando esses valores de que temos falado nessas aulas, após mais alguns anos, quando já
estiverem adultas, poderão juntar-se às milhões de pessoas e de organizações que já trabalham pelo bem
da humanidade. Assim, devido a esse reforço, haverá uma poderosa força do bem atuando na Terra, com
capacidade para mudar o mundo, tornando-o pacífico, justo e fraterno.
Procurem sempre lembrar-se disso.

Você também pode gostar