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Princípios da Laserterapia na

Odontologia
Sandra R. B. Cunha
Departamento de Dentistica – FOUSP
Medicinal Bucal - Hospital Sírio Libanês
Laboratório Especial de Laser em Odontologia (LELO FOUSP)
DIBINEM - Università di Bologna
O QUE É LASER?

Light
Amplification by
Stimulation
Emission of
Radiation
O QUE É LASER?

Luz: É Composta por fótons. Embora não tenha massa, comporta-se como tivesse:
Propaga-se como uma onda, sendo portanto um campo eletromagnético oscilante
O QUE É LASER?

Luz: É Composta por fótons, embora não tenha massa, se comporta como se
tivesse: Propaga-se como uma onda, sendo portanto um campo eletromagnético
oscilante
𝛌
Amplitude

nm, µm

Comprimento de onda 𝛌 : é
A energia do fóton é
a distância entre duas
cristas consecutivas da 𝛌 inversamente proporcional ao
seu comprimento de onda
onda
ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO

Diodo Nd:YAG Er:YAG CO2


780 nm 1064 nm 2940 nm 10600 nm

Luz Visível Infra-Vermelho


400 nm 700 nm 10 µm

Diodo Diodo Er,Cr:YSGG


600 nm 810 nm 2780 nm
PROPRIEDADES DO LASER

Coerência

Monocromaticidade

Direcionalidade e Colimação
PROPRIEDADES DO LASER COERÊNCIA

Fótons de mesmo comprimento de onda se propagando na mesma


direção e vibrando na mesma taxa

Luz Halógena Luz Laser


PROPRIEDADES DO LASER MONOCROMATICIDADE

A luz Laser é composta de fótons de mesmo comprimento de onda, ou


seja, uma única cor.
LASER
PROPRIEDADES COLIMAÇÃO

Os fótons se propagam em uma única direção, sem divergência


DO

significativa
PROPRIEDADES
INTERAÇÃO LASER X MATÉRIA

Fenômenos que ocorrem durante interação

Reflexão
Transmissão
Espalhamento
Absorção

Parte da luz pode ser espalhada dentro do tecido


Parte
porAuma
luz
Parte
dapode
luzda
laser
vasta ser
luz refletida
área,pode
pode ser
serpela
podendo absorvida
transmitida
superfície,
ocasionarocorrendo
danos
a não
ressonância
térmicosnão
provocando
eminteragindo
comefeito
regiões o cromóforo
comsobre
distanteso tecido.
dao área
absorvedor.
tecido.
focada.
CLASSIFICAÇÃO DOS LASERS

Lasers de BAIXA potência

Lasers de ALTA potência


LASERS DE ALTA POTÊNCIA
LASERS DE ALTA POTÊNCIA
• Remoção de tecido cariado e preparo cavitário
• Remoção de peças protéticas
• Condicionamento de esmalte e dentina
• Redução microbiana (cavidade/intra-canal)
• Coadjuvante ao tratamento endodôntico convencional
• Prevenção de cárie/Limpeza de sulcus e fissuras
• Tratamento/Controle da Hipersensibilidade dentinária
• Aumento de coroa clínica
• Incisão e vaporização de tecidos
• Laser curetagem/auxiliar no tratamento periodontal convencional
• Despigmentação melânica gengival
• Cirurgias de tecido mole
Er:Cr;YSGG Er:YAG
LASERS DE ALTA POTÊNCIA

• Comprimento de onda: 2780 nm e 2940 nm


• Alta absorção por água e hidroxiapatita
• Realização de preparos cavitários
• Prevenção de cáries
• Ablação
•Condicionamento do tecido dentário
Nd:YAG
LASERS DE ALTA POTÊNCIA

• Comprimento de onda: 1064 nm


• Absorção por água, melanina, hemoglobina
• Bem absorvido pelos tecidos moles
• Derretimento e ressolidificação da dentina
• Hipersensibilidade e apicectomia
Diodo
LASERS DE ALTA POTÊNCIA

• Comprimento de onda: 808 / 890 nm Laser de Diodo


(ZAPLASERS - EUA)
• Absorção por água, melanina, hemoglobina
CO2
LASERS DE ALTA POTÊNCIA

• Comprimento de onda: 10600 nm


• Boa absorção pelos tecidos moles
• Realização de procedimentos em tecido mole
- vaporização de tecidos
REDUÇÃO MICROBIANA
LASERS DE ALTA POTÊNCIA
Bactérias: grande quantidade de água na sua composição

T!
PD
M alta absorção da luz laser
C O
IR
D N
FU
ON efeito térmico provoca evaporação do seu conteúdo
C
à O
N
morte celular
REDUÇÃO MICROBIANA
LASERS DE ALTA POTÊNCIA

INDICAÇÕES

•Nas paredes de preparos cavitários após a remoção da cárie


•Anteriormente à restauração definitiva
•Sobre o preparo protético anteriormente à cimentação de uma restauração indireta
•Intra-radicular
LASERS DE ALTA POTÊNCIA
Parâmetros inadequados

Desnaturação de proteínas e necrose tecidual

Anquilose reabsorção radicular


LASERS DE BAIXA POTÊNCIA
LASERS DE BAIXA POTÊNCIA
• Sem efeitos térmicos
• Efeitos ocorrem em nível celular e molecular
• Aumento da atividade de proliferação celular, bem como a mudanças
na atividade fisiológica de células excitáveis
• Mudanças fotoquímicas e fotofísicas nos fotorreceptores das
mitocôndrias e das membranas celulares, levando ao aumento na
produção de ATP.
• Analgesia, biomodulação tecidual e modulação da inflamação
• Sem remoção tecidual
• Coadjuvante aos procedimentos convencionais
LASERS DE BAIXA POTÊNCIA
• Desordens musculares de cabeça e pescoço
• Parestesia • Afta – úlcera aftosa recorrente
• Pericoronarite • Dor e disfunção de ATM
• Pós-operatório cirúrgico • Herpes simples labial recorrente
• Queilite angular • Herpes Zoster
• Trismo • Hipersensibilidade dentinária
• LLLT coajuvante ao tratamento básico periodontal • Mucosite Oral
• LLLT coajuvante na dentística restauradora • Nevralgia do trigêmio
• LLLT coajuvante ao tratamento endodôntico • Paralisia facial
• LLLT pós clareamento dental
EFEITOS BIOLÓGICOS
LASERS DE BAIXA POTÊNCIA

Crescimento celular estimulado


- tecido conjuntivo, tendinoso e ósseo

Regeneração celular
- maior regeneração de células nervosas

Efeito anti-inflamatório
- reduz a habilidade de linfócitos a reagir aos estímulos antigênicos
EFEITOS BIOLÓGICOS
LASERS DE BAIXA POTÊNCIA
Redução de edema/Revascularização
- Maior regeneração de vasos linfáticos e veias

Redução de fibrose na formação tissular


- Maior conteúdo de enzimas específicas
- Aumento de produtos celulares
- Mudanças no conteúdo de prostaglandina

Função nervosa estimulada


-Aumento na amplitude dos potencial de ação
EFEITOS BIOLÓGICOS
LASERS DE BAIXA POTÊNCIA

Analgesia
- Aumento da microcirculação local Eliminação de substâncias
alógenas (substâncias ácidas, PGE2 e demais metabólitos), diminuição do
edema
- Aumento na síntese e liberação de opiáceos endógenos – endorfina,
encefalina
- Aumento da síntese de serotonina e prolactina
EFEITOS BIOLÓGICOS
LASERS DE BAIXA POTÊNCIA

Analgesia

Lasers de BAIXA potência Biomodulação

Anti-inflamatório
INTERAÇÃO LASER X MATÉRIA

Os efeitos clínicos da laserterapia dependem da correta indicação do


comprimento de onda, bem como da adoção de protocolos de irradiação
adequados, incluindo dosimetria, forma de entrega da energia e frequência
do tratamento.
PARÂMETROS
1- Potência: A potência óptica está ligada ao número de fótons que está sendo
emitida pela fonte. É designada como Watts (W).

2- Energia: Energia do fóton

3- Densidade de Potência ou Intensidade: É a quantidade de potência por


unidade de área que a fonte está emitindo. É designada por W/cm2.

4- Densidade de Energia: É a energia (J) entregue no tecido por unidade de área


(cm2). É designada por J/cm2.

5- Freqüência: Pulsos por segundo (Hz)

6- Tempo: (segundos)

7- Área: (cm2)
DOSIMETRIA De = E
A

? T = De x A
P
E=PxT

T = tempo (segundos)
De = densidade de energia (J/cm2)
A = área (cm2)
P = potência (W) 1W= 10 mW
3
APLICAÇÃO
DOSIMETRIA Pontual

PONTUAL

Saber o spot size do seu equipamento!!

Kondortech 0,017cm2
DMC 0,028 cm2
Ecco fibras 0,0176 cm2
Clean Line 0,017 cm2
MMOptics 0,04 cm2
DOSIMETRIA

O que influencia no número de pontos que devemos aplicar?

• Tamanho da lesão
• Potência utilizada
• Área do spot do laser
• Modalidade dosimétrica escolhida
• Aumento da dose
PENETRAÇÃO DA LUZ
TERAPIA FOTODINÂMICA - PDT
Fotoquimioterapia

Ingerir, aplicar ou injetar algum “medicamento”


medicamento o qual é ativado por luz

agente químico FOTOSSENSIBILIZADOR

comprimento de onda ESPECÍFICO

Destruição localizada do tecido vivo anormal mediante


sua necrose (morte celular); inativação/desativação de
vírus; destruição de bactérias e fungos
TERAPIA FOTODINÂMICA - PDT

Agente fotossensibilizador + Fonte de Luz = Necrose celular ou morte microbiana

Absorção Transferência Formação Apoptose ou


dos fótons pelo de energia de oxigênio singleto necrose das células
corante para um oxigênio (muito reativo) coradas
TERAPIA FOTODINÂMICA - PDT

Reação tipo II: A energia é


Reação tipo I: A energia é
transferida diretamente para
transferida diretamente ao
moléculas intermediárias
oxigênio, formando o
que, por sua vez, reagem
oxigênio singleto, um radical
com o oxigênio produzindo
livre altamente reativo.
radicais livres.

O oxigênio singleto foi identificado como uma das espécies reativas do oxigênio que mais
causam danos à célula durante a PDT
TERAPIA FOTODINÂMICA - PDT

Ao término da aplicação da PDT


endodôntica, o acesso ao canal foi
fechado e a fistula foi irrigada com
a solução de AM

Aspecto clínico da área tratada


após uma semana

Garcez AS& Nunes SC, in Fregnani e Hizatugo, 2012


TERAPIA FOTODINÂMICA - PDT
É de extrema importância a utilização de protocolos já aprovados, utilizando
parâmetros de energia adequados, a fim de que os benefícios sejam levados
aos nossos pacientes
SANDRA R. B. CUNHA - MsC
Universidade de São Paulo
Departamento de Dentística
Laboratório Especial de Laser em Odontologia
Medicina Bucal - Hospital Sírio Libanês

email: sandra.ribeiro.cunha@usp.br
Telefone: 11 3091-7645

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