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Estado Plano de Tensões

Nota de aula 8 - Estado


Plano de Tensões -
Resistência dos Materiais
II
Flávia Bastos (retirado da apostila do Prof. Elson Toledo)

MAC - Faculdade de Engenharia - UFJF

2o. semestre de 2011


Flávia Bastos RESMAT II 1/18
Estado Plano de Tensões Caso particular do problema 3D

Informações sobre este documento: Estes slides servem para


auxiliar no desenvolvimento expositivo durante as aulas de
resistência dos materiais II ministradas pela professora Flávia
Bastos e são baseados na apostila do Prof. Elson Toledo.

Flávia Bastos RESMAT II 2/18


Estado Plano de Tensões Caso particular do problema 3D

Estado Plano de Tensões

Figura: Caso particular do problema 3D

Flávia Bastos RESMAT II 3/18


Estado Plano de Tensões Caso particular do problema 3D

Expressões Gerais
ρn = σ · N → Vetor tensão total
σ ρn · N → Tensão normal
fn = e
e e
q
f e
τn = |ρn |2 − σn 2 → Tensão tangencial
f
No caso de problemas de estado plano de tensão, temos que:
 
σxx τxy
σ= (1)
e
e τxy σyy
   
N = lx ly = cosα senα (2)
e
α → ângulo que N faz com o eixo x.
e

Flávia Bastos RESMAT II 4/18


Estado Plano de Tensões Caso particular do problema 3D

Expressões Gerais
Temos então:
    
ρnx σxx τxy cosα
= (3)
ρny τxy σyy senα

ρnx = σxx cosα + τxy senα
(4)
ρny = τxy cosα + σyy senα
A tensão normal então fica:

σn = ρnx cosα + ρny senα


= (σxx cosα + τxy senα)cosα + (τxy cosα + σyy senα)senα
= σxx cos2 α + 2τxy senαcosα + σyy sen2 α
(5)

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Estado Plano de Tensões Caso particular do problema 3D

Expressões Gerais

Como:
1+cos2α
cos2 α =

2 (6)
1−cos2α
sen2 α = 2
Chegamos a:

σxx + σyy σxx − σyy


σn = + cos2α + τxy sen2α (7)
2 2

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Estado Plano de Tensões Caso particular do problema 3D

Expressões Gerais

A tensão tangencial fica:


q
τn = ρ2nx + ρ2ny − (ρnx cosα + ρny senα)2 (8)

τn2 = ρ2nx (1 − cos2 α) + ρ2ny (1 − sen2 α) − 2ρnx ρny senαcosα


= ρ2nx sen2 α + ρ2ny cos2 α − 2ρnx ρny senαcosα
= (ρny cosα − ρnx senα)2
(9)

τn = ρny cosα − ρnx senα (10)

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Estado Plano de Tensões Caso particular do problema 3D

Expressões Gerais

Substituindo as expressões de ρnx e ρny nesta fórmula:

τn = (τxy cosα + σyy senα)cosα − (σxx cosα + τxy senα)senα


= τxy cos2 α + σyy senαcosα − (σxx cosαsenα + τxy sen2 α)
(11)
O que nos leva a:

σyy − σxx
τn = sen2α + τxy cos2α (12)
2

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Estado Plano de Tensões Caso particular do problema 3D

Tensões Normais Principais


A determinação das tensões principais pode ser feita a partir
da equação característica para este caso. Sendo:
 
σxx τxy
σ= (13)
τxy σyy
A equação característica que permite calcular as tensões
principais escreve-se:
 
det σ − σl I = 0 (14)
e
e e
e
onde σl é a tensão principal e I é o tensor identidade de
 e
1 0e
segunda ordem → I =
e
e 0 1

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Estado Plano de Tensões Caso particular do problema 3D

Tensões Normais Principais


Ficamos então com:
σxx − σl τxy
=0 (15)
τxy σyy − σl

2
(σxx − σl )(σyy − σl ) − τxy =0 (16)

σl2 − (σxx + σyy )σl + σxx σyy − τxy


2
=0 (17)
cujas
 raizes são: r
σxx −σyy 2
 
 σξ = σxx +σ yy 2


2 + 2 + τxy
r
σxx −σyy 2

 ση = σxx +σ yy 2


2 − 2 + τxy

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Estado Plano de Tensões Caso particular do problema 3D

Tensões Principais como valores


extremos
De:
σxx + σyy σxx − σyy
σn = + cos2α + τxy sen2α (18)
2 2
dσn σxx − σyy
= 0 → −2 sen2α + 2τxy cos2α = 0 (19)
dα 2
Que resulta em:
2τxy
tg2α = (20)
σxx − σyy
que possui duas soluções α0 e α0 + π2 .

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Estado Plano de Tensões Caso particular do problema 3D

Tensões Principais como valores


extremos
Para a determinação do valor de σn no plano com α dado pela
solução da equação trigonométrica acima construimos o
triângulo***:

2τxy
sen2α = q (21)
(σxx − σyy )2 + 4τxy
2

(σxx − σyy )
cos2α = q (22)
(σxx − σyy )2 + 4τxy
2

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Estado Plano de Tensões Caso particular do problema 3D

Tensões Principais como valores


extremos

Substituindo na expressão de σn resulta em:


s
σxx − σyy 2

σxx + σyy 2
σξ,η = ± + τxy (23)
2 2

O que mostra que as tensões principais são os valores


extremos (máximo e mínimo) entre todas as tensões normais
atuantes no ponto.

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Estado Plano de Tensões Caso particular do problema 3D

Tensões Tangenciais Máximas


A determinação dos valores extremos da tensão tangencial em
um ponto é obtido através de:
σxx − σyy
τn = − sen2α + τxy cos2α (24)
2
dτn σxx − σyy
= −2 cos2α − 2τxy sen2α = 0 (25)
dα 2
que resulta em:
σxx − σyy
tg2α = − (26)
2τxy
que possui duas soluções α0 0 e α0 0 + π2 .

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Estado Plano de Tensões Caso particular do problema 3D

Tensões Tangenciais Máximas

A determinação dos extremos é feita a partir do triângulo***


(mnemônico):
2τxy
cos2α0 = q (27)
(σxx − σyy )2 + 4τxy
2

−(σxx − σyy )
sen2α0 = q (28)
(σxx − σyy )2 + 4τxy
2

Flávia Bastos RESMAT II 15/18


Estado Plano de Tensões Caso particular do problema 3D

Tensões Tangenciais Máximas


que substituídos na expressão de τn resulta:
s
σxx − σyy 2

τn max/min = ± 2
+ τxy (29)
2
Pode-se constatar, subtraindo σξ de ση , obtidos na página
anterior, que:
s
σxx − σyy 2

σξ − ση = 2 2
+ τxy (30)
2
De onde concluímos que:
σξ − ση
|τmax | = |τmin | = (31)
2

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Estado Plano de Tensões Caso particular do problema 3D

Posição relativa entre as direções de


σnmax e τmax
O ângulo α0 onde as tensões normais são máximas é dado
por:
2τxy
tg(2α0 ) = (32)
σxx − σyy
E o ângulo α0 0 onde as tensões tangenciais são máximas é
dado por:
σxx − σyy
tg(2α0 0 ) = − (33)
2τxy
Multiplicando-se uma expressão pela outra, obtém-se:

tg(2α0 )tg(2α0 0 ) = −1 (34)

Flávia Bastos RESMAT II 17/18


Estado Plano de Tensões Caso particular do problema 3D

Posição relativa entre as direções de


σnmax e τmax

Logo 2α0 0 e 2α0 0 diferem de π


2 isto é:
π
2α0 = 2α0 0 + (35)
2
ou
π
α0 = α0 0 + (36)
4
Logo concluimos que os planos nos quais ocorrem as tensões
normais extremas formam um ângulo de 45o com os planos
nos quais as tensões tangenciais são máximas.

Flávia Bastos RESMAT II 18/18


Estado Plano de Tensões

Nota de aula 9 - Estado


Plano de Tensões -
Resistência dos Materiais
II
Flávia Bastos (retirado da apostila do Prof. Elson Toledo)

MAC - Faculdade de Engenharia - UFJF

2o. semestre de 2011


Flávia Bastos RESMAT II 1/16
Estado Plano de Tensões Círculo de Mohr

Informações sobre este documento: Estes slides servem para


auxiliar no desenvolvimento expositivo durante as aulas de
resistência dos materiais II ministradas pela professora Flávia
Bastos e são baseados na apostila do Prof. Elson Toledo.

Flávia Bastos RESMAT II 2/16


Estado Plano de Tensões Círculo de Mohr

Círculo de Mohr
O par (σn , τn ) das tensões normal e tangencial em um plano
qualquer, num estado plano de tensões gera uma figura no
plano de coordenadas σ, τ que é conhecida como círculo de
Mohr. Temos que σn e τn podem ser determinados por:
 σ +σ σ −σ
σn = xx 2 yy + xx 2 yy cos2α + τxy sen2α
σ −σ (1)
τn = − xx 2 yy sen2α + τxy cos2α
σ +σ
Chamando σm = xx 2 yy temos:
 σxx −σyy
σn − σm = 2 cos2α + τxy sen2α
σxx −σyy (2)
τn = − 2 sen2α + τxy cos2α

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Estado Plano de Tensões Círculo de Mohr

Círculo de Mohr
Elevando cada um dos termos das igualdades anteriores ao
quadrado e somando-os obtém-se:

σxx − σyy 2


2
(σn − σm ) + = τn2 2
+ τxy (3)
2
r
σxx −σyy 2

Chamando σn = σ; τn = τ e R = 2 ,
+ τxy
2
chegamos a:

(σ − σm )2 + τ 2 = R2 (4)
que é a equação de uma circunferência no plano (σ, τ ) com
σ +σ
centro sobre o eixo σ no ponto σ = σm = xx 2 yy e cujo raio é
o valor de R acima descrito.

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Estado Plano de Tensões Círculo de Mohr

Círculo de Mohr
M -> Ponto que repre-
senta as tensões em
torno de P na direção
α.

Da figura constata-
mos novamente que
a máxima tensão tan-
gencial vale:

σξ − ση
τmax = R =
2
(5)

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Estado Plano de Tensões Círculo de Mohr

Expressão do círculo de Mohr a partir


das tensões principais
Considerando como ponto de
partida as expressões de σn e
τn obtidas em função de σ1 e σ3
temos:

(
σξ +ση σ −σ
σn = 2 + ξ 2 η cos2θ
σξ −ση
τn = − 2 sen2θ
(6) Estas expressões são
A figura ao lado esclarece o sig- obtidas das expressões
nificado dessas expressões. anteriormente vistas para
σn e τn nas quais fez-se
σxx = σξ , σyy = ση , τx,y = 0
e usamos θ no lugar de α.
Flávia Bastos RESMAT II 6/16
Estado Plano de Tensões Círculo de Mohr

Expressão do círculo de Mohr a partir


das tensões principais
σ +σ
Chamando σm = ξ 2 η , σn = σ, τn = τ e elevando ambas as
expressões ao quadrado e somando-as resulta em:
 2
2 2 σξ − ση
(σ − σm ) + τ = (7)
2
ou  2  2
σξ + ση 2 σξ − ση
σ− +τ = (8)
2 2
que descreve o mesmo círculo desenvolvido anteriormente já
que: 
 σxx + σyy = r σξ + ση

σxx −σyy 2
 (9)
 σξ −σ2
η
= 2
2 =R
+ τxy

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Estado Plano de Tensões Círculo de Mohr

Casos Particulares
i) Estado de tração simples
Todas as tensões normais em torno do ponto (em qualquer
direção) são de tração. Neste caso:
σ
τmax = 2ξ já que ση = 0!

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Estado Plano de Tensões Círculo de Mohr

Casos Particulares
ii) Estado de compressão simples
Todas as tensões normais em torno do ponto (em qualquer
direção) são de compressão. Neste caso:
σ
τmax = 2η já que σξ = 0!

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Estado Plano de Tensões Círculo de Mohr

Casos Particulares
iii) Estado de cisalhamento simples
Todas as tensões principais são iguais e de sinal contrário.
τmax = |ση | = σξ .

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Estado Plano de Tensões Círculo de Mohr

Casos Particulares
iv) Estado de tensão uniforme ou hidrostático
Neste caso σξ = ση = σ e
τ = τmax = 0.

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Estado Plano de Tensões Círculo de Mohr

Decomposição do tensor de tensão


Dado um tensor de tensão σ , é possivel decompô-lo do
seguinte modo:
e
e

σ = σh + σD (10)
e
e f f f f
onde
σh → Tensor de tensão hidrostático;
fD → Tensor de tensão desviador.
σ
f

Definindo-se σD como um tensor tal que trσD = 0 e, como já


f
f
visto (em qualquer
f sistema de eixos):
f f
f
 
p 0 0
σh =  0 p 0  (11)
f
f 0 0 p

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Estado Plano de Tensões Círculo de Mohr

Decomposição do tensor de tensão


- Determinação das componentes σh e σD :
Se escolhemos as direções principais
f defσ para sua descrição
f f
temos:
 
σ1 0 0
σ =  0 σ2 0  (12)
e
e 0 0 σ3
Logo podemos escrever:

     
σ1 0 0 1 0 0 σ1 − p 0 0
σ =  0 σ2 0  = p  0 1 0 + 0 σ2 − p 0 
e
e 0 0 σ3 0 0 1 0 0 σ3 − p
(13)

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Estado Plano de Tensões Círculo de Mohr

Decomposição do tensor de tensão


Verificação: pela invariância da soma da diagonal principal do
tensor de tensão temos que:

σ1 + σ2 + σ3 = 3p + (σ1 − p) + (σ2 − p) + (σ3 − p) (14)


Escolhendo para σD tensor com traço nulo (soma da diagonal
principal), temos que:
f
f

σ1 + σ2 + σ3 = 3p (15)
e que
σ1 + σ2 + σ3
p= (16)
3

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Estado Plano de Tensões Círculo de Mohr

Decomposição do tensor de tensão

Ficamos com (para qualquer sistema de eixos!):


 
p 0 0
σh =  0 p 0  (17)
f
f 0 0 p
e

σD = σ − σh (18)
f e
e f
f f
Obs: A parcela σh é responsável pela variação de volume e a
parcela σD , chamada de tensor desviador, é responsável pela
mudança de forma como se verá no estudo das deformações.

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Estado Plano de Tensões Círculo de Mohr

Decomposição do tensor de tensão


 
σxx τxy τxz
Concluindo, podemos afirmar que, se σ =  τyx σyy τyz ,
e
e τzx τzy σzz
então:  
1 0 0
σxx + σyy + σzz 
σh = 0 1 0  (19)
3
f
f 0 0 1
e:
 
σxx − p τxy τxz
σxx + σyy + σzz
σD =  τyx σyy − p τyz  com p =
3
f
f τzx τzy σzz − p
(20)

Flávia Bastos RESMAT II 16/16

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