Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Estudos cada vez mais aprofundados e específicos sobre o TDAH desvendam novas técnicas de enfrentamento
para esta problemática, novos recursos psicoterapêuticos e medicamentosos com a finalidade de que haja
uma diminuição da interferência que os sintomas do TDAH causam na vida da pessoa, fazendo com que esta
consiga aumentar a concentração e controlar a hiperatividade e a impulsividade.
Estes recursos se tornam especialmente necessários para as crianças do período pré-escolar e ensino
fundamental, onde a desatenção e a impulsividade comprometem além do processo de aprendizagem, os
relacionamentos e a autoestima.
A falta de informação, conhecimento e compreensão que envolve o processo escolar são grandes obstáculos
que a criança enfrenta nestes períodos, juntamente com as características do transtorno, fazendo com que
professores, colegas e pais considerem o comportamento desta criança como sendo rebelde e desinteressado,
tendo para com ela um tratamento preconceituoso.
Alguns diagnósticos psiquiátricos pouco ou nada mudaram na quinta edição do DSM-V, outros se modificaram
de modo significativo; alguns diagnósticos novos foram propostos e outros foram abandonados.
O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade foi descrito pela primeira vez, em 1902, e já recebeu
diversas denominações ao longo de todos esses anos. As mais conhecidas foram: síndrome da criança
hiperativa, lesão cerebral mínima, disfunção cerebral mínima, transtorno hipercinético, entre outras.
Em 1994, o termo oficialmente adotado pela Associação Americana de Psiquiatria foi o de Transtorno do
Déficit de Atenção/Hiperatividade, significando a barra inclinada que o problema pode ocorrer com ou sem o
componente de hiperatividade, antes considerado o sintoma mais importante e definidor do quadro.
Mas, atualmente, segundo as pesquisas recentes, não é necessário que todos os sintomas estejam presentes
para que o diagnóstico do TDAH seja definido, sua história poderia ser orientada pela predominância de um
dos seus três sintomas centrais (CALIMAN, 2010).
Ao longo da história médica, a hiperatividade, a impulsividade e a desatenção criaram entre si laços diversos.
No interior da história oficial que as vincula e as chama de TDAH, esses fatores alternaram entre si o lugar de
maior importância na definição da classificação.
Em certos momentos, o aspecto que mais caracterizava o quadro era a hiperatividade que, em seguida, foi
destronado pela desatenção que, também em seguida, foi transformado em um aspecto menor das funções
executivas (CALIMAN, 2010).
Além disso, é necessário que esses sintomas tenham uma intensidade e constância tal que já existe um
comprometimento do seu funcionamento em mais de uma área de atuação, como casa, escola, trabalho, vida
social, etc.
Esses sintomas são apresentados de forma frequente e desproporcional em relação aos sujeitos com a mesma
idade, causando sofrimento ao indivíduo (CASTRO; DE LIMA, 2018)
Apesar de ser um transtorno que costuma surgir na infância, é comum que ele persista na idade adulta,
ocasionando prejuízos nas diferentes dimensões do desenvolvimento, principalmente social, acadêmico e
profissional.
É esperado que cerca de 60% de crianças persistam com sintomas significativos na idade adulta.
O TDAH é mais frequente no sexo masculino, com uma proporção de 2:1 em crianças e de 1,6:1 nos adultos.
Estabelecer um critério para a identificação de uma pessoa TDAH sempre foi um grande desafio para os
terapeutas, psicólogos e psiquiatras, uma vez que não existe um exame específico que confirme esse quadro.
A etiologia do TDAH é multifatorial, uma vez que a manifestação de seus sintomas consiste na combinação de
fatores: genéticos, ambientais, sociais, culturais, além de alterações na estrutura e/ou funcionamento
cerebral.
Como ocorre com outros transtornos mentais, não é possível desconsiderar a influência genética, de modo
que o surgimento e a evolução dependerão da ação de múltiplos genes entre si e suas respectivas interações
com o ambiente (CASTRO; DE LIMA, 2018)
Essas pessoas e principalmente as crianças são incompreendidas pelos pais, familiares, professores e amigos.
E são rotuladas como desorganizadas, bagunceiras, impulsivas, não prestam atenção em nada, são distraídas
demais, etc.
O que diferencia é:
a frequência,
a intensidade e
constância.
De acordo com a frequência dos sintomas, o TDAH pode ser distinto em apresentação:
(a) combinado;
(b) predominantemente desatento; ou
(c) predominantemente hiperativo/impulsivo.
leve,
moderado e
grave,
conforme a quantidade de sintomas presentes e o grau de comprometimento que os mesmos causam
no funcionamento do indivíduo.
A falta de atenção, para o caso da criança portadora de TDAH significa excesso de mobilidade na
atenção, ou seja, hipermobilidade, que é quando o indivíduo não consegue manter por algum tempo, sua
atenção em um mesmo objeto, em um mesmo foco.
Nos portadores de TDAH predominantemente desatentos, parece que quanto mais a pessoa tenta se
concentrar, pior para ela.
Percebemos isso normalmente em crianças que nos exercícios de matemática que têm duas ou três
contas de somar e uma de subtrair ela não percebe e soma as quatro equações por não perceber que uma
delas era uma subtração.
Esse tipo de erro causado por não prestar atenção a detalhes é muito importante.
DESATENÇÃO: A falha da atenção pode aparecer de diversas formas. A pessoa não consegue se
concentrar numa atividade por muito tempo. Por exemplo, se começar a ler um livro, na metade da página
não consegue lembrar o que acabou de ler.
Outras vezes, a mente da pessoa com TDAH parece não ter um “filtro”, e por isso qualquer estímulo é
capaz de desviar sua atenção.
Outra falha, é quando a pessoa não consegue lembrar de algo no momento em que deveria fazê-lo,
mas lembra se alguém perguntar (sendo assim, sua memória está conservada).
Uma criança hiperativa nem mesmo para comer consegue sentar, quanto mais para assistir a um
programa de televisão ou ler uma revista em quadrinhos.
Hiperatividade significa um aumento da atividade motora, deixando a pessoa constantemente em
movimento.
Para os indivíduos em que predomina a hiperatividade, uma característica importante que vale ser
destacada é que eles inconscientemente buscam conflitos, como uma maneira de ativar seu próprio córtex
pré-frontal.
Não planejam fazer isso, negam que fazem, e ainda assim fazem.
Isso ajuda a aumentar a atividade de seus lobos frontais e a se sentirem mais estimuladas.
Embora não seja um fenômeno consciente, parece que ficam viciadas em confusão.
A hiperatividade se manifesta com movimentos frequentes: a criança bate com os pés, mexe as mãos,
não pára quieta, corre o tempo todo.
Ex: Quando sentam em uma cadeira para fazer coisas como almoçar, jantar ou escrever, eles ficam
mexendo com as mãos e com os pés e ficam sempre se levantando em sala de aula. São crianças que
normalmente falam alto em demasia, não conseguem esperar alguém terminar de ouvir a pergunta, tem
dificuldade de esperar a sua vez, estão constantemente se metendo nas conversas e antecipando respostas.
É evidente que esses sintomas são inespecíficos, podendo ser encontrados em uma grande variedade
de outros transtornos, como também fazendo parte da vida psíquica normal, em alguns momentos.
Uma criança pequena ainda não desenvolveu nenhum controle (“freio”) dos seus impulsos. Só à
medida que ela cresce é que a educação vai criando esse freio interno, através de um processo de inibição da
resposta imediata.
As definições da palavra impulsividade – força que dispara estímulo, abalo, ímpeto, impulsão –
ajudam a compreender a maneira pela qual o indivíduo portador do TDAH reage diante do mundo.
Pequenas coisas podem despertar grandes emoções e a força dessas emoções gera o combustível das
ações do portador.
De modo geral, o método clínico se baseia em critérios estabelecidos nos sistemas classificatórios,
como o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) da Associação Psiquiátrica
Americana e a Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento (CID-10) da Organização Mundial da
Saúde.
É recomendado que a avaliação inclua a utilização de escalas e entrevistas não apenas com o
paciente, mas também com familiares e professores, conforme a idade.
Alguns aspectos são importantes de serem avaliados para que não sejam cometidos enganos no
diagnóstico de TDAH:
Avaliar a frequência e a intensidade que estes sintomas aparecem, a duração dos mesmos e a
interferência que eles causam na vida, ou seja, se acarreta ou não prejuízo no funcionamento da
pessoa.
Avaliar se os sintomas existem desde a infância ou início da adolescência.
Avaliar se os sintomas não estão sendo provocados por nenhum outro transtorno conhecido.
Somente após uma cuidadosa análise, é que se pode caracterizar o transtorno, afinal, toda pessoa
pode apresentar um ou mais comportamentos similares aos sintomas do TDAH em algum momento da vida,
sem necessariamente apresentar um diagnóstico patológico.
Segundo o DSM-5, há 18 sintomas principais do TDAH, sendo nove referentes à desatenção e nove, à
hiperatividade/impulsividade.
Durante o processo diagnóstico, é necessário que o indivíduo apresente, no mínimo, seis sintomas
(para adultos o número necessário é cinco) persistentes por, pelo menos, seis meses.
Além disso, é preciso que estes sintomas tenham se iniciado antes dos 12 anos, causando impactos
negativos em, pelo menos, dois ambientes.
Como podemos perceber, não existe uma causa única para o TDAH.
Conforme as publicações, estão relacionadas aos diferentes sintomas e dependem ainda de fatores
ambientais e da suscetibilidade de cada criança.
- Fatores Neurobiológicos;
- Fatores Hereditários;
- Toxinas Ambientais.
Neurobiológico
Podemos comparar o TDAH a uma peça teatral onde o cenário seria o cérebro e os atores os
neurotransmissores.
Neurotransmissores são substâncias químicas responsáveis pela transmissão do impulso nervoso que, em
última análise, efetuará as mais variadas e sofisticadas funções do nosso cérebro como:
o ver,
o ouvir,
o falar,
o sentir,
o se movimentar,
o prestar atenção,
o inibir comportamentos, entre outros.
Alta frequência
Estima-se que em torno de 5 a 8% da população infantil mundial apresente este transtorno.
No Brasil, uma pesquisa realizada por Dr. Rohde identificou o transtorno em 5,8% de 1013 adolescentes
avaliados, uma prevalência muito semelhante à encontrada em outras regiões do mundo.
No mesmo estudo constatou-se que os pacientes teriam maior índice de envolvimento em acidentes e
recorreriam 2.6 vezes mais a cuidados médicos (principalmente devido ao abuso de substâncias,
acidentes automobilísticos, ingestão de veneno, fraturas, etc.).
Então, pode-se perceber não só os prejuízos dos sintomas do TDAH, mas também condições secundárias
importantes e o impacto nos demais membros da família.
Grande impacto
Vários estudos avaliam o impacto negativo do TDAH sobre o portador, sua família e a sociedade.
O TDAH pode interferir nos setores mais distintos da pessoa, desde seu desenvolvimento psíquico até sua
memória, da sua vida de relação familiar e social até sua autoestima, enfim, em todas as suas
perspectivas, seja do que representa como pessoa, seja do mundo que a cerca.
Adultos com TDAH, quando comparados com adultos sem esse transtorno, apresentam mais
frequentemente:
Entretanto, as pesquisas mais recentes provam que o transtorno tende a permanecer na adolescência e
continuar até a idade adulta. E as características do transtorno vão revelando aparências diferentes de
acordo com as diversas faixas de idade.
É fácil entender, por exemplo, que uma criança hiperativa corre de um lado para outro, está
constantemente pulando, mais do que as outras crianças da mesma idade, mas o adolescente e o adulto
hiperativos vão exteriorizar essa hiperatividade de forma diferente, mas de acordo com as suas
respectivas idades, e guardadas as devidas diferenças existentes entre eles – desatenção, hiperatividade,
impulsividade.
A hiperatividade aparece sob forma de inquietação interna, excesso de compromissos, ritmo de trabalho
alucinante, atividades de lazer de risco, em que a adrenalina está sempre presente.
“A cabeça está a mil por hora”...
As características do adolescente com TDAH são semelhantes às das crianças com o mesmo problema,
apenas com diferenças decorrentes do próprio amadurecimento, desta faixa etária de vida.
Tem dificuldade de ficar concentrado nas aulas, em leituras, em especial se não for do seu interesse.
Certamente que qualquer pessoa se não tiver interesse vai ter maior dificuldade de atenção, só que nos
adolescentes com hiperatividade isso é bem mais acentuado.
Têm dificuldade em completar tarefas. Alguns também iniciam várias atividades, mas completam poucas.
Habitualmente é desorganizado, esquece compromissos, trabalhos, ou então não sabe onde guardou
chaves, óculos, livros, etc.
Costuma fazer várias coisas ao mesmo tempo, mas dificilmente completa alguma.
É impaciente e inquieto, mas não tanto hiperativo como quando era criança.
Na maioria das vezes, não consegue ultrapassar as dificuldades que ocorrem no ambiente escolar, têm
problemas de relacionamento social que não sabe E não consegue resolver, o que reforça os sentimentos
de frustração e baixa autoestima gerados pelo TDAH.
É uma bola de neve que só cresce...
Ao procurar ajuda, um adulto com TDAH busca solução para problemas como: depressão, ansiedade,
dificuldade nos relacionamentos afetivos, desajuste profissional e dependência de drogas.
COMORBIDADES
É com muita freqüência que se encontra nas publicações que o TDAH se associa a outros transtornos - a
isso se denomina COMORBIDADE = quando mais de uma patologia aparece ao mesmo tempo.
Uma característica marcante do TDAH é sua alta taxa de comorbidade.
Em crianças, calcula-se que mais da metade dos casos ocorrem acompanhados de outros transtornos. E
em adultos, estima-se que esse índice seja ainda maior.
A comorbidade mais comum encontrada no TDAH são problemas relacionados com comportamento
disruptivo, agressividade e delinqüência.
A alta prevalência de transtorno opositivo-desafiador (TOD) e o transtorno da conduta (TC) faz com que o
assunto mereça uma análise mais séria e ajustada.
Embora o TOD e o TC sejam classificados separadamente, eles costumam ser vistos com progressão um
do outro.
É a comorbidade mais frequente encontrada em crianças e adolescentes. Sua incidência pode chegar à
65% dos casos de TDAH dos quais 63% são meninos e 32% são meninas.
Caracteriza-se por um comportamento desafiador e opositivo com relação às figuras de autoridade,
principalmente pais e professores. Para enfrentar e desobedecer aos comandos destes, violam regras,
mentem, podem ser agressivos, desrespeitando limites e direitos alheios.
Embora a incidência desse transtorno com TDAH não seja tão grande como no caso do TDO, é mais
temido em função de ser bem mais grave. Essas crianças/adolescentes têm suas relações familiares,
sociais e escolares muito deterioradas.
Podem mentir freqüentemente, fugir de casa ou da escola, roubar, serem cruéis com animais e/ou seres
humanos (podendo até matar).
Têm interesse precoce e exagerado por sexo. Podem ter sido vítima de estupro. Há grande risco de
apresentar abuso ou dependência de substâncias psicoativas.
O cérebro de quem tem TDAH é sempre invadido por um "turbilhão" de pensamentos que parecem nunca
dar descanso, nem mesmo na hora na hora de relaxar e dormir. Aliás é nessa hora que "o cobrador
interno" costuma aparecer com mais intensidade:
"- Eu tenho que isso, aquilo...",
"- Não posso me esquecer de...",
ou: "- Por quê falei isso ou fiz aquilo?" _ e no lugar da tranqüilidade, do sono, vem a ansiedade.
Pode ocorrer em até 75% dos portadores, casos de insônia ou sono conturbado, inquieto, gerando um
cansaço e uma indisposição muito grande durante o dia seguinte: o acordar é um drama e assistir às
aulas, pior ainda.
A falta de sono aumenta a desatenção e a agitação, comprometendo mais o rendimento escolar, os
relacionamentos pessoais, além da saúde física e mental.
Tem um alto índice de depressão em crianças e adolescentes com TDAH (DDA). Expressa-se por humor
triste ou irritável, fadiga, alterações no sono e/ou no apetite, lentidão psicomotora, perda de interesse
em atividades que antes eram prazerosas e culpa excessiva.
Pode acontecer retraimento social, submissão, dificuldade em ir para a escola, irritabilidade e
agressividade.
Eventos cotidianos também podem gerar extrema ansiedade e sofrimento, tais como: ir ao médico, ao
dentista, andar de elevador, viajar, dormir na casa de um amigo(a), relacionamento familiar conturbado,
etc. A ansiedade generalizada cronificada piora os sintomas de falta de concentração e memória.
Desta forma, após conhecer as características do TDAH que podem existir nas pessoas normais, e se essas
mesmas características também podem ocorrer em outros distúrbios, então, como identificá-lo
corretamente?
COMPORTAMENTO DISRUPTIVO
Identificado como a transgressão das regras escolares, caracterizados por um padrão repetitivo e
persistente de comportamento agressivo, desafiador, indo contra as regras de convivência social.
É considerado como um comportamento suficientemente grave, sendo diferente de travessuras infantis
ou rebeldia "normal" da adolescência. O transtorno tem maior incidência na faixa etária dos 4 aos 12 anos
e atinge mais meninos que meninas.
Tem como característica um comportamento opositor às normas, discute com adultos, perde o controle,
fica aborrecido facilmente e aborrece aos outros.
Comportamentos Disruptivos surgem como forma de libertação dos impulsos agressivos de modo a obter
alívio de tensões e ansiedades.
A dificuldade em processar internamente a ansiedade e os impulsos, muitas vezes pode resultar em
comportamentos antissociais ou delinquentes.
Os critérios do DSM ou da CID são utilizados como padrão no diagnóstico do TDAH, mas não são os
principais instrumentos de avaliação para o transtorno.
Tampouco qualquer outro teste sozinho é capaz de determinar a existência do TDAH.
- avaliação médica, em que se levantam a história médica da pessoa, a história médica da família,
as possibilidades de outros problemas que possam estar provocando sintomas semelhantes aos
do TDAH, os problemas que estão acontecendo ao mesmo tempo.
- avaliação psicológica, em que são analisadas questões de temperamento, desenvolvimento
emocional, habilidades cognitivas e dificuldades específicas, principalmente na área da atenção.
- avaliação pedagógica, que inclui o desempenho escolar, assim como o desenvolvimento do aluno
no processo de aprendizagem.
- avaliação do relacionamento social, para confirmar a ocorrência do comportamento disruptivo
em todas as áreas da vida, não apenas em ambientes que tradicionalmente podem provocar
problemas – a casa e a escola.
ATENÇÃO!
Cada uma dessas etapas utiliza seus próprios métodos e instrumentos, que vão desde a observação,
questionários, entrevistas estruturadas e semiestruturadas, até testes específicos de medição de
resultados que cada vez mais têm surgido nas pesquisas que estudam esse assunto.
Em primeiro lugar, é necessário que os sinais de desatenção, hiperatividade e impulsividade sejam mais
intensos que os apresentados pelas pessoas da mesma idade e que sejam persistentes.
A pessoa deve apresentar essas características constantemente, como um padrão de comportamento
delas. Quem convive com essas pessoas costumam dizer que elas sempre foram assim.
Em segundo lugar, é necessário para se falar em TDAH que esses sintomas tenham aparecido desde a
infância, ou seja, se alguém passou a apresentar essas características depois de adolescente ou adulto,
NÃO se trata de TDAH, mas provavelmente de algum outro transtorno.
Por último, para se fazer o diagnóstico de TDAH, exige-se que sejam excluídas outras causas capazes de
ocasionar essas características.
SINTOMAS
Alguns sinais de DESATENÇÃO:
-A criança tem pouca atenção, e com frequência comete erros em trabalhos escolares e provas por puro
descuido.
-Examinando a prova que ela mesma fez, a criança é capaz de apontar os próprios erros e até se aborrecer
por ter cometido erros tão tolos. Ou a professora se espantar com os erros cometidos em matéria que a
criança comprovadamente conhece.
-Nas aulas, é comum perder a atenção no que o professor está falando, e ficar pensando em coisas bem
distantes das aulas.
-Costuma dizer que "voa" ou "viaja" nas aulas. Essa mesma perda constante de concentração é que
dificulta por exemplo, a leitura de um livro recomendado pela escola.
-Com frequência precisa voltar a ler do início da página pois é como se tivesse dado um branco no
momento em que estava lendo um trecho.
-Tem grande dificuldade de fazer os deveres de casa sozinha, porque se distrai a todo instante,
interrompe, leva muito tempo, fazendo desses momentos verdadeiras batalhas entre mãe e filho, ou com
a pessoa que ajuda nas lições.
-Outras vezes, quando está fazendo algo que é do seu interesse, como ver TV, jogar videogame, etc., é
capaz de ficar tão concentrada que parece não escutar se é chamada. Isso quer dizer que a criança com
TDAH é capaz de ficar hiperconcentrada (se estiver interessada), ou então ficar desconcentrada (quando
não tiver tanto interesse).
-É facilmente distraída daquilo que está fazendo. Por exemplo, basta que alguém chame seu nome ou que
ocorra um ruído diferente para distrair completamente da tarefa que estavam realizando, em especial se
era uma leitura ou aula.
-É em geral muito desorganizada com seus pertences e na maneira como tenta fazer as coisas. Por isso
está freqüentemente perdendo objetos, como lápis, livros, etc.
-Algumas crianças com TDAH têm grande dificuldade em dar a partida para realizar qualquer coisa,
parecem lentas, sem energia.
-Outras começam as coisas rapidamente, mas também logo abandonam o que começaram para fazer
uma segunda atividade, que por sua vez dificilmente será completada.
-Quando se pede a uma criança com TDAH que efetue 2 ou 3 tarefas ao mesmo tempo, ou que transmita
um recado, com maior freqüência haverá com certeza um esquecimento das tarefas solicitadas.
-É muito ativa, inquieta, tem dificuldade de ficar sentada na sala de aula. Quando é forçada a ficar
sentada, fica se revirando na cadeira o tempo todo.
-Fala muito, é barulhenta, a ponto de perturbar a classe e ser freqüentemente advertida pelas
professoras.
-Não consegue esperar sua vez, seja em jogos, filas, etc. Fala quando não deve, interrompe as pessoas,
responde sem ouvir a pergunta por inteiro. Muitas vezes revela falta de tato, dizendo coisas inadequadas,
que saem de supetão.
Como elas têm áreas cerebrais que são potencialmente diferentes daquelas que não sofrem com déficit
de atenção, quando crescerem elas estarão mais sujeitas a não se desenvolverem.
Por isso, o índice de repetência escolar, infrações escolares (expulsão ou suspensão) é significativamente
maior nessas crianças. Existem vários trabalhos mostrando que acidentes em casa e fraturas também são
mais comuns nessas crianças.
Acidentes de automóveis em adultos com déficit de atenção e hiperatividade pela impulsividade são mais
freqüentes do que em controles normais. O grau de satisfação normal e nas relações interpessoais
também são menores em indivíduos portadores que em controles normais.
A partir daí, podemos atuar de modo interdisciplinar para ajudar a diminuir o sintoma.
Caso contrário, não há como trabalhar com uma criança que não consegue prestar atenção e não
consegue parar nem um pouco. Assim, é impossível fazer com que ela aprenda as funções básicas. Ela
precisa desenvolver estratégias de pensamento, como qualquer um de nós.
A diferença é que conseguimos fazer isso por nós mesmos, enquanto a criança precisa de um caminho
para isso.
E elas têm condições, porque, em sua maioria, são inteligentes, mas o fato é que algumas, por razões
morfológicas, não conseguem desenvolver essas estratégias, por isso, não são capazes de planejar e de
prever uma conseqüência porque, para elas, essas coisas não estão relacionadas.
REFERÊNCIAS
Associação Brasileira do Déficit de Atenção. Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade. ABDA.
Disponível em: https://tdah.org.br/
Cristina Lucia Maia COELHO; Cristina Bruno de LIMA. TRANSTORNO DE DÉFICIT DE
ATENÇÃO/HIPERATIVIDADE. UM OLHAR SOB A PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA
Cadernos de Pesquisa em Educação-PPGE/UFES. Vitória, ES. a. 15, v. 20, n. 47, p. 172-192, Jan / jul 2018
Disponível em:
http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:DIZWz9Yi1owJ:www.periodicos.ufes.br/educac
ao/article/download/19789/pdf+&cd=10&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br
DSM-V (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), Disponível em:
http://www.niip.com.br/wp-content/uploads/2018/06/Manual-Diagnosico-e-Estatistico-de-Transtornos-
Mentais-DSM-5-1-pdf.pdf
PASTURA, G.M.C.; MATTOS, P.; ARAÚJO, A.P.Q.C. Desempenho escolar e transtorno do déficit de atenção
e hiperatividade. Revista de Psiquiatria Clínica, vol. 32, n. 6, 2005. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/rpc/v32n6/a03v32n6.pdf
OLIVEIRA, C. T., DIAS, A. C. G. Psicoeducação do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade: O Que,
Como e Para Quem Informar? Temas em Psicologia – Março 2018, Vol. 26, nº 1, 243-261 Disponível em:
http://pepsic.bvsalud.org/pdf/tp/v26n1/v26n1a10.pdf
ROHDE, L.A.; MIGUEL FILHO, E.C.; BENETTI, L.; GALLOIS, C.; KIELING, C. Transtorno de déficit de
atenção/hiperatividade na infância e na adolescência: considerações clínicas e terapêuticas. Revista de
Psiquiatria Clínica, vol. 31, n. 3, 2004 Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rpc/v31n3/a02v31n3.pdf
BARKLEY, Russel A. Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH): guia completo para pais,
professores e profissionais da saúde / Russel A. Barkley; tradução [de] Luís Sérgio Roizman. Porto Alegre:
ARTMED, 2002
Luciana Vieira CALIMAN. Notas Sobre a História Oficial do Transtorno do Déficit de
Atenção/hiperatividade TDAH. Psicologia Ciência e Profissão, 2010, 30 (1), 45-61. Disponível em:
http://pepsic.bvsalud.org/pdf/pcp/v30n1/v30n1a05.pdf
CASTRO CXL & LIMA RF . TDAH na idade adulta. Rev. Psicopedagogia 2018; 35(106): 61-72. Disponível em:
http://pepsic.bvsalud.org/pdf/psicoped/v35n106/08.pdf