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Figura 1: O TGI se estende da boca ao ânus, possui cerca de 9 metros e é formado por
órgãos principais e por estruturas acessórias.
Além das quatro funções básicas, pode-se dizer que o sistema digestório
tem uma função adicional, relacionada à imunidade.
Reflita: Se o nosso canal alimentar está em constante contato com o meio
externo, como ele nos defende dos diversos microrganismos que adentram
nosso sistema digestório junto com os alimentos?
Mas, como o sistema digestório sabe que deve estar mais ativo ou menos
ativo? O primeiro passo é ele detectar se houve a ingestão de alimento ou não
e também saber a quantidade de macromoléculas que foi ingerida. Para realizar
tais interpretações, existem três mecanismos de controle: endócrino, parácrino
e neural.
A regulação endócrina, como o próprio nome já diz, envolve a secreção
de hormônios. Neste tipo de regulação uma célula específica, chamada célula
sensora ou também enteroendócrina, do trato responde a um determinado
estímulo na parede do trato (normalmente químico ou mecânico) secretando um
hormônio que cai no sangue até encontrar suas células-alvo em outro local, com
receptores específicos. Nem sempre estes receptores estão localizados no canal
alimentar, podendo estar localizados até no Sistema Nervoso Central.
Na regulação parácrina a substância liberada pela célula sensora, que
normalmente é um mensageiro químico ou um peptídio regulador, não alcança
a corrente sanguínea, mas sim se difunde pelo interstício e atua em células-alvo
próximas.
Na regulação neural, um neurônio localizado no trato faz sinapse química
com uma célula do trato. A regulação neural do TGI é muito complexa, pois o
intestino é inervado pelo sistema nervoso entérico (SNE) e pelo sistema nervoso
autônomo (SNA) simpático e parassimpático. Quanto à inervação pelo sistema
nervoso autônomo, o SNA parassimpático aumenta a atividade do sistema
digestório por aumentar a motilidade e a contração dos órgãos que inervam,
levam ao relaxamento dos esfíncteres e aumentam as secreções. Já o SNA
simpático reduz a motilidade e a contração dos órgãos-alvo e aumenta a
contração dos esfíncteres. Sendo assim, a atividade do SNA Simpático tende a
retardar o processo de digestão.
Em relação à inervação pelo SNE, os estímulos que chegam à parede do
trato são detectados pelos neurônios dos plexos do SNE e, como consequência,
há a alteração do funcionamento do órgão. Dessa forma, essa divisão do sistema
nervoso consegue agir sem a influência do SNC e do SNA. Entretanto, os
neurônios do sistema nervoso entérico são inervados pelos do sistema nervoso
autônomo, podendo, portanto, ser modulado pelo mesmo. Devido à
característica de poder controlar seu próprio funcionamento, o sistema nervoso
entérico é muitas vezes chamado de “pequeno cérebro do intestino”. Além disso,
há uma grande quantidade de neurônios que formam o sistema nervoso entérico,
principalmente na parede do intestino.
As secreções que levam à digestão
Figura 2: As glândulas salivares maiores secretam a saliva que inicia a digestão na boca e
também contribui com a saúde bucal.