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Benefícios da

Governança
Corporativa

Introdução

A implementação eficaz da governança corporativa traz uma série


de benefícios para as empresas. Primeiramente, ajuda a fortalecer
a confiança dos investidores e do mercado em geral. Ao adotar
práticas transparentes, prestar contas de forma adequada e
proteger os direitos dos acionistas, a empresa se torna mais
atraente para investimentos e reduz o risco de litígios. Além disso,
uma boa governança promove a eficiência operacional e a tomada
de decisões mais acertadas, uma vez que estabelece papéis e
responsabilidades claros para os administradores e incentiva a
participação de conselhos de administração independentes e
especializados.
É importante destacar que a governança corporativa contribui para
a melhoria da reputação da empresa e para a criação de valor a
longo prazo. Ao promover a transparência e a responsabilidade
corporativa, a empresa ganha a confiança dos stakeholders, como
clientes, fornecedores e funcionários. Isso pode resultar em uma
maior fidelidade dos clientes, melhores relações com os
fornecedores e a atração de talentos qualificados. Além do mais, a
governança corporativa também ajuda a minimizar riscos, como
fraudes e conflitos de interesse, protegendo a empresa de
possíveis escândalos e prejuízos financeiros.

Objetivos da aula

​ Compreender a missão, visão e valores da gestão


organizacional;
​ Conhecer a Governança Corporativa e a garantia da
longevidade da organização;
​ Conhecer os indicadores de benefícios e seus interesses.
Resumo

Missão, visão e valores em prática

A gestão organizacional tem início com a definição do que é a


empresa, ou seja, seus princípios fundamentais. Sendo assim,
todas as organizações possuem uma base de características que
devem ser definidas pelos gestores, sendo elas a missão, a visão e
os valores, conforme o diagrama a seguir:

Figura 1: Diagrama - Caracterização da empresa


Fonte: SOBRAL; PECI, 2013. (Adaptado).

A missão é entendida como a razão de ser da empresa, isto é, o


propósito de existência de uma organização. Sua definição deve
ser genérica e duradoura, sendo uma grande síntese do modelo do
negócio (BARNEY; HESTERLY, 2007).

A declaração de missão deve deixar clara a personalidade e a


razão de existir de uma empresa, tendo como foco seu mercado de
atuação e os valores que defende. É relevante definir a missão em
termos de satisfazer alguma necessidade do ambiente externo, e
não somente na oferta de algum produto ou serviço (BARNEY;
HESTERLY, 2007). Assim, é comum que ao criar a missão de uma
organização, sejam considerados ao menos alguns aspectos,
como: Mercado de atuação; Produto e/ou serviço oferecido; Área
de atuação; Tecnologia utilizada ou fornecida; Sustentabilidade;
Preocupação com a imagem pública.

Em seguida, deve ser definida a visão da empresa. Ela deve


apresentar um quadro descritivo do que a organização quer ser no
futuro distante. É entendida como um “sonho” que se deseja
alcançar em um prazo muito longo (BARNEY; HESTERLY, 2007).
São premissas da visão: (1) Aderência a fatos, ou seja, as
situações “sonhadas” devem ser possíveis; (2) Equilíbrio para os
stakeholders, buscando favorecer suas necessidades, se possível,
a fim de conseguir comprometimento; (3) Descrição concisa e
focalizada.

A definição dos valores traz à tona os princípios que regem a


organização. Sendo assim, a ideia é que a empresa consiga listar
valores que orientem seus funcionários e demais stakeholders a
respeito de suas principais características.

GC e a garantia da longevidade da organização

Nos últimos anos, a governança corporativa está sendo muito


utilizada pelos gestores. A definição a seguir consiste em entender
essa ferramenta como um sistema.
Apesar de terem sido primeiramente desenvolvidos
para empresas, os princípios e práticas de governança
também podem ser adotados e trazer benefícios para
organizações não empresariais, por meio do
alinhamento de interesses em busca de contribuir para
o sucesso da organização e para sua longevidade
(IBGC, 2020).

Para isso, existem algumas boas práticas a serem consideradas


para que os gestores do negócio consigam avaliar riscos e retornos
de investimentos realizados. Vejamos:

As boas práticas de governança corporativa convertem


princípios básicos em recomendações objetivas,
alinhando interesses com a finalidade de preservar e
otimizar o valor econômico de longo prazo da
organização, facilitando seu acesso a recursos e
contribuindo para a qualidade da gestão da
organização, sua longevidade e o bem comum (IBGC,
2020).
Dentre as boas práticas de governança, podemos citar a definição
de uma hierarquia dentro da empresa, devendo ela ser bem
definida conforme os preceitos aprendidos para uma boa gestão
organizacional e a adoção de um conselho consultivo, que será o
responsável por realizar uma troca de ideias a respeito da gestão
da empresa.

Uma das suas principais funções é aumentar a eficiência do


negócio, fornecendo ainda maior transparência das ações
realizadas na gestão organizacional para os grupos que possuem
interesse na instituição.

Uma característica interessante da governança corporativa é que


as organizações entram no chamado processo contínuo de valor.
Esse processo é caracterizado pelo ganho progressivo de recursos
para reinvestimento na empresa (ROSSETTI; ANDRADE, 2014).

Indicadores de benefícios
Os indicadores de benefícios relacionados à governança
corporativa é um tema debatido no âmbito dos negócios e nas
universidades. Em ambas as situações, o objetivo é semelhante:
estabelecer parâmetros que possibilitem criar indicadores que
avaliem as práticas adotadas. Assim, a medição da boa atuação de
uma governança corporativa vem sendo debatida no meio
acadêmico e profissional, buscando maneiras de parametrizar a
ferramenta.

Um indicador que auxilia muito na avaliação da qualidade das


práticas das empresas é o IGCBRA (Índice de Governança
Corporativa). Esse indicador, formatado após diversos estudos
internacionais, consiste em 15 perguntas que abarcam quatro
categorias:

​ Transparência (disclosure);
​ Conselho de administração;
​ Conflitos de interesse;
​ Direitos dos acionistas.
Segundo Silva (2016), a principal vantagem desse índice é a sua
objetividade, já que suas perguntas são respondidas com a
utilização de dados públicos. Observe o quadro 1 para entender
mais sobre o índice e suas perguntas.

Quadro 1 - Índice de Governança Corporativa


Fonte: SILVA, 2016 (Adaptado).
O autor Silva (2016) nos traz a ideia de que é essencial avaliar
quatro partes da organização para buscar entender melhor os
benefícios trazidos pela governança, sendo eles: a transparência
que a empresa consegue obter; como está estruturado o seu
conselho de administração; como a organização lida com os
conflitos de interesse e, por fim, como são feitos os processos de
entendimento dos direitos dos acionistas.

Alinhamento de interesses

Uma das principais vantagens da governança corporativa diz


respeito a uma maior facilidade na identificação, no tratamento e na
operacionalização das questões estratégicas. Quando a estrutura
da empresa está adequada, ou seja, com hierarquias e funções
bem definidas, é maior a facilidade e a agilidade na solução de
problemas (ROSSETTI; ANDRADE, 2014). Leia o trecho a seguir:

O papel fundamental da governança corporativa é


gerar mecanismos eficientes para assegurar que as
ações praticadas pela diretoria executiva estejam
alinhadas com os interesses dos acionistas. Tais
mecanismos envolvem uma análise dos riscos a que a
empresa está sujeita, os sistemas de monitoramento e
a geração de incentivos em sintonia com as
estratégias delineadas pelo Conselho de
Administração (SILVA, 2016, p. 404).

De acordo com Silva (2016), para que ocorra o alinhamento de


interesses entre os gestores, investidores e demais participantes, é
essencial que exista:

​ Estruturação adequada dos diversos órgãos da alta


administração da empresa;
​ Equilíbrio entre o tratamento das questões externas e internas
da empresa;
​ Capacitação e interesse para trabalhar com essas questões
amplas e estratégicas;
​ Interligação estruturada entre as questões estratégicas,
táticas (intermediárias) e operacionais, formando um sistema
integrado;
​ Metodologias e técnicas administrativas modernas e
adequadamente operacionalizadas.
Dessa forma, destaca-se que a governança corporativa é benéfica
para diversas partes existentes na empresa. Sendo assim,
podemos destacar que para a empresa, as principais vantagens da
adoção de uma boa governança estão em torno da melhoria de sua
imagem institucional, uma maior procura por suas ações, com
valorização das mesmas em bolsas de valores e ainda um menor
custo de capital (SILVA, 2016). Ações como as destacadas até aqui
trazem um maior equilíbrio nos interesses dos gestores, tais como
(SILVA, 2016, p. 404):

​ Revigora as relações entre acionistas, conselho e direção.


​ Gera a criação de valor para os acionistas.
​ Resolve conflitos; muitas vezes, os interesses dos gestores e
de outras partes interessadas não estão em sintonia com os
do conselho.
​ Evita também conflitos de interesses através de um bom
monitoramento das transações com as partes relacionadas.
​ Balanceia os interesses dos investidores com outros
propósitos emergentes.
​ Garante que o modelo de gestão e a estratégia das
organizações estejam em sintonia com os desafios do mundo
dos negócios.
“Os resultados podem ser gerados através da criação de valor, do
equilíbrio dos interesses e do desenvolvimento do crescimento
econômico” (SILVA, 2016, p.403).

Para os investidores, os benefícios de adoção de boas práticas de


governança corporativa estão ligados à melhoria no processo de
acompanhamento e fiscalização dos negócios, e uma maior
segurança dos seus direitos, com consequente diminuição do risco
(SILVA, 2016).

Por fim, destaca-se que o país também se beneficia com a adoção


da governança corporativa pelas empresas. Dentre esses
benefícios, destacam-se a dinamização da economia, com um
fortalecimento das organizações, tornando-as mais competitivas.
Como aplicar na prática o que aprendeu

Considere a situação a seguir:

João é diretor da HY!, uma empresa que comercializa vestidos de


noiva na cidade do Rio de Janeiro. Ele trabalha com a esposa, a
qual gerencia a loja e os funcionários. Eles têm enfrentado
problemas para solucionar as divergências de opinião no trabalho.
Suponhamos que você seja um consultor, e considerando os
conteúdos estudados, como você solucionaria o problema da
empresa em questão? Você conseguiu identificar que ocorre um
problema de gestão? O ideal é separar as funções de cada um,
descentralizando as decisões. Para tal, é essencial que um cuide
da parte burocrática e outro da rotina da organização.

Conteúdo bônus
Tópicos avançados

Independentemente de sua área de atuação, é muito importante


saber e entender as funções de todo administrador e gestor, a fim
de focar na sobrevivência das organizações. Se tiver interesse em
saber mais sobre o assunto, assista ao vídeo intitulado ‘Quais são
as funções administrativas?’, que está disponível no canal Portal
Administradores, no YouTube.

Referência Bibliográfica

ALVARES, E.; GIACOMETTI, C.; GUSSO, E. Governança


Corporativa: um modelo brasileiro. Rio de Janeiro: Elsevier,
2008.

ANDRADE, A; ROSSETI, J. P. Governança corporativa. 4a Ed.


São Paulo: Atlas, 2009.
IBGC. Instituto Brasileiro de Governança Corporativa.
Disponível em: <http://www.ibgc.org.br>. (Acesso em: 2 set. 2021)

OLIVEIRA, D. P. R. Governança Corporativa na prática. 1a Ed.


São Paulo: Atlas, 2006.

SILVA, E.C. Governança Corporativa nas Empresas. São Paulo:


Atlas, 2006.

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