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AULA 1
CONTEXTUALIZANDO
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profissional, as coisas são ainda mais sérias e, para isso, contamos com muitas
ferramentas e metodologias que podem nos auxiliar.
O gestor é o indivíduo que faz a gestão. Ele pode ser um administrador
com formação na área (que é o ideal), ou não (que é o mais comum). Muitos
profissionais atualmente se dedicam à gestão sem serem administradores.
Engenheiros muitas vezes criam suas próprias empresas de engenharia,
médicos e dentistas, suas clínicas de saúde, advogados, seus escritórios de
advocacia etc. Quando isso acontece, eles passam a desempenhar menos
funções técnicas de sua área de formação e mais atividades de gestão de suas
equipes. Da mesma forma, muitas outras pessoas criam seus próprios negócios
e passam a fazer gestão. Algumas vezes por necessidade, outras vezes por
terem espírito empreendedor. Todas essas pessoas e profissionais precisam
compreender as ferramentas básicas de gestão para que tenham maior chance
de sucesso em suas atividades. Por isso, tem sido cada vez mais comum que
esses profissionais procurem uma formação em gestão.
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A gestão de organizações está diretamente relacionada ao processo de
planejamento, organização, liderança e controle em uma organização. Nesse
sentido, o foco da gestão organizacional recai sobre recursos, processos,
sistemas, pessoas e tudo mais que possa ocorrer no âmbito organizacional.
Entretanto a gestão tem amplitude definida, pois podemos tanto fazer a gestão
de toda uma organização se formos proprietários, por exemplo, como fazer a
gestão de um setor ou departamento. Desse modo, a amplitude da gestão será
dada pela posição hierárquica que o gestor ocupar nessa organização. Em geral,
o termo gestor designa o administrador que atua em cargos de gerência nos
níveis intermediários das organizações. Esse nível também é chamado de nível
tático das organizações.
Nível estratégico:
Nível estratégico:
administradores que atuam
Estratégias de longo prazo;
sobre toda a organização e
Escopo institucional.
gerenciam outros
administradores.
Nível tático:
Nível tático: administradores/ Implantação das estratégias e
gestores que atuam sobre áreas planejamento de médio prazo;
da organização e podem ou não Escopo limitado à área ou função
gerenciar outros gestores. organizacional.
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diferenciais competitivos. Nesse sentido, muitas vezes o modo convencional de
se fazer estratégia dá lugar a novos modos inovadores.
O processo de gestão organizacional está assentado sobre quatro pilares:
o planejamento, a direção, a organização e o controle (PDOC). Juntos eles
formam o processo administrativo em organizações e, por isso, vamos detalhar
cada um deles a seguir. Observe que, embora os apresentemos separadamente,
na prática, eles acontecem de forma simultânea e complementar e são parte de
um processo maior, que é a própria gestão organizacional como um todo.
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A estruturação de uma organização demanda uma série de subprocessos
e, dentre eles, são importantes a divisão de trabalho, a
departamentalização e o estabelecimento de políticas de coordenação.
Todas essas questões estão ligadas à estrutura formal da organização
que é aquela que podemos ver normalmente representada em
organogramas.
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que ocorre na organização e, para isso, os gestores precisam de bons
sistemas de informações gerencias que permitam a tomada de decisões
com base em dados reais e relevantes. Stoner e Freeman (1999) dividem
a função de controle em quatro elementos: (i) estabelecer padrões de
desempenho; (ii) medir o desempenho atual; (iii) comparar esse
desempenho com os padrões estabelecidos; e (iv) caso sejam detectados
desvios, executar ações corretivas. Cada uma dessas etapas demandará
um processo de reflexão para adequação ao contexto de cada
organização e situação específica.
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complexos. Das três habilidades, é a mais dependente de nossa capacidade de
acessar, manter e relacionar conceitos racionalmente.
Conforme o estudo de Hersey e Blanchard (1976, citado por Stoner;
Freeman, 1994), à medida que os administradores sobem na hierarquia
organizacional, precisam de menos habilidades técnicas e mais habilidades
conceituais. A ideia é que, quanto mais próximos da alta direção, menos os
administradores precisam se envolver com questões técnicas ou operacionais.
Essas atividades, então, passam a ser delegadas para outras pessoas. Observe
essa relação na Figura 3: note que as habilidades humanas são necessárias em
todos os níveis organizacionais, porém sobretudo no nível intermediário –
justamente o nível mais associado às atividades de gestão. O gestor médio
precisa ter desenvolvidos todos os três tipos de habilidades, mas especialmente
precisa ter habilidade humana, pois sua principal atividade está ligada à
coordenação de equipes.
Nível Habilidades
Alta direção institucional conceituais
Nível
Gerência Habilidades
intermediário
humanas
Nível Habilidades
Supervisão
operacional técnicas
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Fayol fez proposições sobre a estruturação das empresas, focou na
formação de uma estrutura hierárquica que facilitasse a coordenação e o
comando. De certa forma, propunha a unificação da empresa em torno de um só
objetivo e um só comando. Já Taylor preocupava-se mais com a racionalização
das tarefas executadas pelos operários. Sua meta era a realização de uma
organização racional do trabalho (ORT). Ambos, portanto, propunham a
racionalidade na gestão.
Racionalidade diz respeito ao uso da razão para resolver problemas. Em
outras palavras: o uso de métodos, metodologias, ferramentas e outras formas
de melhorar a previsão e o controle de processos, bem como o estabelecimento
das diferenças entre fatos reais e suposições.
A lógica da gestão profissional está ligada, desta maneira, a uma ação
racional no âmbito organizacional. A racionalidade administrativa faz
alinhamento entre resultados e ações, de modo que as ações são pensadas
tendo em vista os resultados desejados. Nesse sentido, a gestão tende a ser
pragmática, ou seja, só interessa aquilo que leva ao resultado esperado. O
pragmatismo é uma corrente filosófica do final do século XIX e, assim, os
primeiros estudos sobre gestão foram muito influenciados por ela.
Além de racional, a gestão profissional é prática. Teorias ainda nos
servem como apoio para decisões, no entanto o efeito é sempre medido pelo
resultado prático. Podemos dizer que há um cálculo utilitário de consequência
na ação e, dessa forma, os gestores pautam suas ações baseados no retorno
que poderão ou não obter.
Essa forma de compreensão da ação administrativa derivou correntes de
pensamento, como a escola da Administração por Objetivos (APO) na década
de 1960, metodologias como o Objective and Key Results (OKRs), e métodos
como Getting Things Done (GTD), que serão estudados oportunamente.
Das reflexões que propusemos até agora, resta a conclusão de que a
lógica da gestão profissional, ou da administração, está pautada em uma
racionalidade prática com cálculo utilitário de consequências. Isso explica por
que conceitos como eficiência, eficácia, efetividade e retorno sobre o
investimento (ROI) são tão importantes no contexto da gestão profissional.
Contudo, aqui cabe uma importante reflexão: os fins sempre justificam os meios?
Essa tem sido uma questão central nas discussões envolvendo
responsabilidade e ética empresarial, bem como nas questões sobre
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sustentabilidade. A legitimidade das ações organizacionais pode ser tão ou mais
importante que os aspectos técnicos. Em outras palavras, mesmo que uma
organização dê lucro, se não tiver legitimidade, pode se tonar inviável. Uma
profunda reflexão sobre legitimidade organizacional pode ser apreciada no
trabalho de Rossoni (2016), no entanto, como exemplo didático, podemos citar
a indústria do cigarro, que nas últimas décadas tem tido cada vez menos
consumidores. Como descrevem Portes e Machado (2018), sucessivas
campanhas e regulamentações têm mudado a opinião pública em relação ao
fumo. Assim, ainda que o negócio seja lucrativo, a queda sucessiva de
legitimidade transformou uma grande indústria de marcas famosas em um mau
negócio (veja mais em <https://exame.abril.com.br/blog/branding-consumo-
negocios/o-ultimo-suspiro-da-industria-do-tabaco/>).
Portanto, embora a lógica administrativa tenha um viés que considera as
questões técnicas envolvendo a racionalidade prática com cálculo utilitário de
consequências, outras questões também devem ser aventadas como a relação
da organização com seu contexto social.
É interessante observar que tanto Fayol quanto Taylor foram muito
criticados por terem focado demasiadamente na questão da eficiência
organizacional. Contudo, em sua obra Princípios de administração científica,
Taylor (1990) deixa claro que o “princípio da administração deve ser o de
assegurar o máximo de prosperidade ao patrão e, ao mesmo tempo, o máximo
de prosperidade ao empregado”. Dessa forma, na visão de Taylor, a
administração deveria gerar prosperidade tanto para as organizações quanto
para as pessoas que nela trabalham.
Taylor, Fayol e outros de sua época procuravam criar diretrizes que, ao
serem seguidas, proporcionariam melhores resultados para as indústrias e, por
isso, suas teorias são classificadas como prescritivas. Um outro tipo de teoria
possível é a descritiva, que é aquela que procura descrever uma determinada
situação ou um fenômeno para facilitar sua compreensão. É o caso das teorias
propostas por Max Weber (1864-1920), sociólogo alemão que estudou, entre
outras coisas, os fenômenos organizacionais. Weber (1947) descreve o
funcionamento de uma organização ideal em seu modelo burocrático: neste
estão presentes aspectos da lógica organizacional que, em grande medida,
permanecem nas organizações contemporâneas: hierarquia estritamente bem-
definida, normatização por regulamentos e linhas de autoridade claras. Para
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Weber, a organização ideal teria os objetivos pensados de forma racional e a
divisão de trabalho seria declarada explicitamente. Além disso, ele enfatiza a
competência técnica (profissional) e avaliações de desempenho pelo mérito
(Stoner; Freemann, 1994).
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com outras pessoas. Ainda que indústria e comércio sejam as áreas mais
lembradas nesse contexto, podemos citar também igrejas, repartições públicas,
escolas, hospitais, ONGs e muitas outras organizações nas quais podemos
trabalhar.
É preciso, portanto, dada a infinidade de organizações que existem em
nossa sociedade, distingui-las, para que possamos compreender melhor os
elementos que orientam suas ações.
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(realizados pelo biólogo austríaco Von Bertalanffy) e sociologia (pelo alemão
Niklas Luhmann e pelo estadunidense Talcott Parsons, sociólogos), a
abordagem sistêmica pressupõe que contextos com alta complexidade devem
ser compreendidos como sistemas que recebem influência de diversas variáveis.
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A compreensão de que os processos representam a forma de ação das
organizações, e de que as várias partes que a compõem podem ser
compreendidos como sistemas complementares com processos interligados,
representa também um modo de análise do funcionamento de sistemas
organizacionais. A gestão por processos representaria então um modo de
analisar e decidir com base no que se denomina de mapeamento de processos.
O gestor, com base no mapeamento das atividades pricipais do negócio, das
atividades meio e das atividades de apoio, pode estabelecer modos de atuação
mediante uma visão sistêmica de encadeamento entre os diversos processos
que compõem as operações da empresa.
Existem diversas metodologias de diagnóstico organizacional e gestão
baseadas na visão por processos, mas, nesse momento, o importante é que
você tenha em mente que as diversas atividades desempenhadas em uma
organização empresarial podem ser compreendidas como um encadeamento de
processos, cada um com suas entradas e saídas que irão alimentar outros
processos complementares.
TROCANDO IDEIAS
NA PRÁTICA
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Quatro sistemas produtivos ou etapas com entradas e saídas são
identificados entre o primeiro sistema identificado na etapa anterior e o último
sistema, compreendendo o resultado final em produto comercial.
Busque avaliar e justificar quais medidas deverão ser tomadas nos
diferentes processos dos sistemas subsequentes ao primeiro sistema de
beneficiamento de madeira bruta caso o gestor aperfeiçoe esse processo com a
aquisição de maquinário novo para melhorar seu depempenho em termos de
quantidade produzida por minuto.
Explicação: caso haja essa melhora no desempenho do sistema que
processa o beneficiamento da madeira bruta, haverá a necessidade de que toda
a cadeia de processamentos subsequentes tenha sua velocidade e sua
capacidade aumentadas. Caso contrário, a produção de tábuas irá se acumular
causando aumento de gastos com estoque.
FINALIZANDO
Até aqui você travou contato com um conteúdo introdutório a respeito das
noções de gestão e organizações. Conceitos como direção e controle e a
distinção entre instituições, organizações e empresas constituem elementos
fundamentais para que sigamos adiante nesta jornada.
Ainda que elementos relativos à gestão de organizações possam ser
evidenciados ao longo de diversos períodos históricos, foi ao longo do século XX
que elas assumiram as características dos dias atuais. A complexidade e inter-
relação que as organizações mantêm em um ambiente interconectado torna a
gestão das organizações um desafio imenso.
As práticas gerenciais e o modo como enxergamos as atividades de uma
organização constituem, portanto, habilidades que exigem não apenas
capacitação, mas boa dose de experiência prática, pois cada realidade é única
em suas características. O gestor de uma organização que tem um perfil
generalista vai lidar com uma infinidade de variáveis técnicas, humanas, sociais
e econômicas – inclusive ainda mais diversas do que em outras profissões
especialistas que se atêm essencialmente a atividades técnicas, por exemplo.
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REFERÊNCIAS
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FUNDAMENTOS DE GESTÃO
AULA 2
CONTEXTUALIZANDO
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empregados. Enquanto a arquitetura de órgãos da administração pública pode
manter um padrão estético caracterizado pela imponência de suas construções,
outras empresas, do setor de tecnologia, por exemplo, dão ênfase ao conforto e
aos recursos tecnológicos disponíveis para expressar sua identidade. O
vestuário também pode dizer muito sobre a cultura da organização: enquanto em
uma empresa do setor financeiro ou jurídico os empregados costumam adotar
um padrão sóbrio e bastante formal, de forma a transmitir uma mensagem de
confiança e estabilidade a clientes e à opinião pública, empresas do ramo
esportivo e de tecnologia muitas vezes estimulam seus empregados à
manutenção de padrões menos formais. Algumas empresas de tecnologia
inclusive buscam transmitir, com isso, a ideia de que seus empregados
trabalham em ambientes descontraídos, uma vez que têm liberdade para
trabalhar mais à vontade.
As tecnologias adotadas no contexto das empresas também dizem muito
sobre a cultura da organização de acordo com Maximiano (2002). Segundo esse
autor, a tecnologia compreende não apenas objetos físicos, mas também
conhecimentos empregados para resolver problemas. A tecnologia abrange
desde as informações, os produtos e as práticas empregados para a fabricação
de pães artesanais até atividades de investigação científica e produção de
materiais sofisticados. Portanto, a tecnologia utilizada em uma empresa
evidencia os valores adotados por ela, atrelada ao tipo de atividade e ou negócio
da organização. Empresas de energia que têm em seu quadro engenheiros
estão geralmente envolvidas com a adoção e o desenvolvimento de novas
tecnologias, ao passo que empresas preocupadas com a produção de alimentos
saudáveis podem valorizar tecnologias ancestrais baseadas em práticas de
produção de alimentos fermentados e com poucos aditivos químicos, por
exemplo.
Os símbolos também integram o conjunto de elementos que caracterizam
uma cultura organizacional e que são passíveis de serem observados. Os
símbolos carregam consigo mensagens e significados que apontam formas
compartilhadas de agir e pensar entre os integrantes de uma cultura. Os
símbolos se expressam principalmente por meio da linguagem, de costumes,
rituais e cerimônias (Maximiano, 2002).
A linguagem, por exemplo, possibilita inclusive identificar subculturas que
compreendem especificidades dentro da cultura organizacional de uma
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empresa. A linguagem dos profissionais de marketing, expressa pelo repertório
de termos adotados pelos seus integrantes — com o uso de palavras como:
“target”, “Market-share”, “briefing” — revela uma atividade e um modo de realizar
as atividades naquela área.
Histórias relativas ao pioneirismo do sócio-diretor de algumas grandes
empresas, e que são propositalmente compartilhadas pelos gestores, têm o
objetivo de incutir nos empregados os valores de seu dirigente, de forma a
alcançar seu comprometimento com os propósitos da organização (Vecchio,
2008). Rituais identificados entre algumas empresas, tais como cerimônias
específicas para a transferência de comando entre dirigentes, transmitem a
noção de identidade compartilhada entre eles e os empregados.
Todos esses elementos mais ou menos visíveis possibilitam identificar
aspectos mais profundos de uma cultura e que estão associados ao sistema de
valores e crenças compartilhadas pelos indivíduos que compõem a organização.
O sistema de valores aponta a hierarquia de princípios reconhecida e
compartilhada, ao passo que o sistema de crenças revela modos de pensar e
enxergar a realidade baseados nas próprias experiências pessoais e que
também podem ser compartilhadas entre os indivíduos.
A cultura organizacional pode representar uma função estratégica na
condução do comportamento organizacional na medida em que se toma
consciência da sua existência. De acordo com Robbins (2010), a cultura
organizacional serve para distinguir a organização das demais; proporcionar um
senso de identidade entre seus colaboradores, facilitando assim o
comprometimento com algo que vai além dos interesses individuais; estimular a
estabilidade do sistema social integrado pelos colaboradores e influenciar o
controle comportamental dos empregados. Entre os elementos que, de acordo
com Robbins, agem na criação e manutenção de uma cultura organizacional,
estão a divulgação de ideais e princípios, tais como a filosofia dos fundadores da
empresa, a missão, a visão e os valores. As políticas de seleção de empregados
também são fundamentais nesse processo, pois possibilitarão a identificação de
profissionais que mais se adequam ao perfil associado à cultura vigente. Além
disso, os processos de socialização e treinamento de empregados também são
diretamente relacionados com a capacidade da empresa de garantir que
aspectos da cultura organizacional existente sejam mantidos.
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1.2 Cultura organizacional x cultura regional
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mundo, motivações distintas, habilidades específicas para com o trabalho,
caráter e temperamento.
Por outro lado, a formação de equipes de trabalho, as quais não deixam
de caracterizar um grupo social, também será influenciada por condições
externas aos indivíduos, impostas ao próprio grupo pelo contexto em que está
inserido, como: o processo de seleção e avaliação de desempenho a que seus
integrantes foram e são submetidos; a estrutura de autoridade que lhe é imposta,
ou seja, quem exerce a autoridade formal sobre ele; os valores, recursos e
estratégias da organização.
Outro aspecto externo que Robbins (2010) destaca é que as
características de cada equipe de trabalho variam de acordo com os propósitos
a que estão vinculadas. Assim, há equipes associadas a atividades de caráter
criativo, voltadas para a atividades de criação e ou solução de problemas e,
nesse sentido, seus integrantes devem apresentar habilidades específicas e
complementares; já para outras equipes, pode ser necessária a capacidade de
autogerenciamento, pois os indivíduos assumem responsabilidade pelas
decisões. Por fim, em equipes de caráter multifuncional, predominam habilidades
complementares entre os indivíduos que interagem para executar determinadas
tarefas.
Para compreender melhor a dinâmica de grupos e equipes é preciso
compreender sua estrutura. De acordo com Vecchio (2008), os grupos de
trabalho geralmente apresentam um líder formal a quem os indivíduos se
reportam e que exerce autoridade, detendo o poder sobre os demais.
Geralmente, os grupos também seguem regras e normas específicas, que
podem ter um caráter formal ou mesmo estar baseadas em acordos informais
entre seus membros. Os indivíduos ainda podem, de acordo suas habilidades e
características pessoais, assumir papéis ou funções específicas e uma posição
(status) diferenciado perante os demais. Por exemplo, o indivíduo mais velho de
um grupo, ao deter o reconhecimento de sua experiência diante dos demais,
pode assumir uma posição de destaque na tomada de decisão quando o grupo
reconhecer tal aspecto como importante. Por fim, o grau de coesão de um grupo
diz respeito ao grau de atração e desejo que seus membros têm de permanecer
no grupo, caracterizando o grau de união entre os membros.
Alguns autores, como Robbins (2010), entendem que existem diferenças
entre equipes e grupos de trabalho. Enquanto grupos de trabalho seriam
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representados por coletivos que se obrigam a trabalhar em conjunto,
compartilhando a subordinação a determinada autoridade e interagindo para a
realização de trabalhos conjuntos, as equipes se constituiriam pela soma de
esforços entre os indivíduos a fim de gerar resultados singulares, caracterizando
o que se denomina de sinergia, que acontece devido ao alto grau de coesão
entre seus membros. Mas como obter um maior grau de coesão?
De acordo com Vecchio (2008), existem fatores que podem influenciar a
manutenção e estreitamento da coesão de um grupo. Veja alguns:
Existe uma tendência de que grupos com menos indivíduos sejam mais
coesos, visto que possibilitam mais oportunidades de interação entre
todos os membros.
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O papel do líder nas organizações está associado à sua capacidade de
influenciar pessoas a concentrarem seus esforços na busca de resultados e, por
essa razão, o tema é tão caro no mundo em que vivemos. O líder comumente
não reproduz tal comportamento baseado em manuais ou treinamentos
sistemáticos, mas demonstra características da sua personalidade, dos
liderados ou relacionadas a fatores contextuais.
O líder basicamente pode ser conceituado como aquele capaz de
influenciar o comportamento de um grupo de acordo com seus interesses
(Vecchio, 2008). Ainda de acordo com esse autor, o líder não é necessariamente
aquele indivíduo que exerce o cargo de gerência ou de autoridade formal sobre
um grupo. Quando isso ocorre, a empresa se beneficia dessa condição, porém
o líder pode emergir de modo informal.
Durante bastante tempo, os estudos sobre liderança tiveram como ênfase
identificar as características que compõem as atitudes e a personalidade de um
líder. No entanto, para que a liderança se manifeste, de acordo com Maximiano
(2002), outros elementos devem ser considerados, como: as características dos
liderados, as características das atividades a serem realizadas, além da
conjuntura social, econômica e política.
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Portanto, um indivíduo pode estar maduro para uma determinada tarefa e
imaturo para outra. Tal maturidade apresenta ainda duas componentes: uma
relacionada ao cargo ou ao conhecimento para execução da tarefa e outra, a
maturidade psicológica, que é associada à autoconfiança para aceitar as
responsabilidades da tarefa.
A teoria propõe que quanto maior a maturidade do liderado, mais o líder
deve adotar um comportamento orientado ao relacionamento e não à tarefa.
Quanto menor a maturidade demonstrada, mais direto e autocrático o líder deve
se comportar, ou seja, explicando claramente o que os subordinados devem
fazer. Quanto maior a maturidade dos liderados, mais o líder deve dispor de
habilidades interpessoais que foquem no relacionamento, buscando inclusive a
participação dos subordinados nas decisões. A partir de determinado grau de
maturidade, os subordinados são capazes de se autodirigir.
As comprovações desses comportamentos não são consenso, segundo
Vecchio (2008), porém o apelo intuitivo da teoria torna a sua aplicação atrativa
para diversos corpos gerenciais.
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seu poder pessoal, visando à autoglorificação em detrimento do reconhecimento
dos liderados.
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A decisão pela centralização ou descentralização, implicando
transferência de autoridade entre níveis hierárquicos está associada a cada
contexto e circunstância. Stoner e Freeman (1994) destacam alguns dos fatores
que conduzem as organizações por esta ou aquela forma de projetar a estrutura
de autoridade associada à centralização e descentralização, como as
características da organização considerando custos e riscos associados à
decisão, relação de confiança entre superior e subordinados, cultura
organizacional e capacidade dos subordinados; o tamanho e a taxa de
crescimento, além da estratégia e do ambiente da organização. Esses últimos
elementos requerem uma explicação mais detalhada:
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diretores executivos da organização —, pode haver uma tendência a
diminuir o processo de delegação e, assim, a descentralização.
Relação de confiança entre administrador e subordinados: o perfil dos
administradores pode afetar o processo de delegação. Quando os
diretores não confiam em seus subordinados, a tendência é que haja um
mínimo de delegação e a estrutura se mantenha centralizada.
Cultura organizacional: o perfil do administrador é capaz de provocar
ainda a reprodução de uma cultura mais ou menos centralizada. A
empresa pode ser reconhecida pela sociedade e pelo mercado pela sua
cultura interna de centralização ou descentralização.
Capacidade dos subordinados: a capacidade dos subordinados estará
relacionada com as oportunidades que lhes são dadas para exercerem a
tomada de decisão. Se nunca lhes é facultada a delegação de autoridade,
nunca poderão avaliar suas reais capacidades. Portanto, a falta de
delegação torna improvável a capacitação desses empregados e, por
conseguinte, impede que ocorra um processo intencional de
descentralização de forma eficaz.
TEMA 5 – DECISÃO
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Armadilha de ancoragem: a população da Turquia é de 35 milhões de
habitantes? Qual sua estimativa para a população da Turquia? A primeira
pergunta pode provocar no entrevistado a tendência a responder a
segunda pergunta tendo como referência o número indicado de 35
milhões, ou seja, um número próximo. Portanto, busque enxergar mais de
uma perspectiva e busque informações que possam validar ou invalidar
aquelas informações que foram colocadas à disposição no momento das
escolhas.
Armadilha do status quo: ocorre quando o indivíduo se depara com uma
situação que não conhece e tende a prorrogar a tomada de decisão.
Nesses casos, recomenda-se verificar se a prorrogação da decisão não
compromete o resultado das escolhas que estão em xeque. Então,
busque listar alternativas avaliando os pontos positivos e negativos de
cada curso de ação e mantenha a calma para avaliar os reais riscos
envolvidos no processo de escolha.
Proteção de escolhas anteriores: seu carro quebrou e você tem a opção
de consertá-lo ou vender e comprar um novo. Você optou pelo conserto,
porém três meses depois novo problema ocorre. Qual decisão tomar? Às
vezes, existe a tendência de persistir ou reproduzir decisões anteriores e,
neste caso, a opção poderia novamente o conserto. No entanto, nem
sempre essa poderá ser a decisão mais adequada, mas ela acaba sendo
tomada somente para manter a coerência com decisões anteriores.
Armadilhas estruturais, eventos dramáticos e a negligência de
informações relevantes: segundo Hammond, Keeney e Raiffa (1999), uma
série de comportamentos humanos baseados em seu processo cognitivo
pode determinar a escolha em um processo decisório e, em muitos casos,
em direção oposta à melhor opção, ainda que esta seja a escolha
desejada. Uma dessas armadilhas psicológicas consiste na tendência
dos seres humanos de preverem as chances de que determinado evento
ocorra com base em sua própria experiência. Dessa maneira, caso o
indivíduo tenha experimentado situações extremas, como um acidente
aéreo, por exemplo, haverá a tendência de que ele exagere ao afirmar a
probabilidade de ocorrência desse evento, com base na sua própria
experiência.
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Para minimizar as consequências de tais comportamentos, os autores
recomendam que, ao tentar prever ou estimar algo, deve ser examinado
o maior número de informações estatísticas a respeito. Afirmam ainda que
ignorar qualquer dado relevante pode causar uma compreensão errônea
de um problema, conduzindo a um processo de escolha da decisão
contrária àquela considerada ideal.
TROCANDO IDEIAS
NA PRÁTICA
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Alternativa 2: Se a mudança representa uma iniciativa que pode
comprometer os gastos da empresa ou, ainda, se a estratégia de
expansão não é a mais adequada nesse momento, sem uma motivação
clara para obtenção futura de retorno financeiro, cabe avaliar se essa é a
melhor alternativa.
FINALIZANDO
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REFERÊNCIAS
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FUNDAMENTOS DE GESTÃO
AULA 3
CONTEXTUALIZANDO
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recursos com a finalidade última de atender à população e aos que necessitam
de seus serviços. O que se quer dizer com isso é que desafios colocados para
quaisquer gestores, em todos os seus âmbitos de atuação, demandam
persistência, foco, atenção e uso inteligente do tempo de que dispõem. Do
contrário, o resultado de seus esforços não atenderá as expectativas, seja de um
negócio competitivo, seja de uma organização que visa a busca pela efetividade
de resultados. Concentraremos, portanto, nossa discussão em reconhecer
práticas e habilidades necessárias ao gestor individualmente. Inicialmente,
faremos uma distinção entre conhecimento prático e teórico, no sentido de
demonstrar que o gestor lida essencialmente com práticas e, portanto, com
ferramentas que nem sempre têm origem estrita em conhecimentos científicos
registrados em livros, pois são uma mescla de conhecimentos teóricos e
práticos. Na sequência, vamos tratar de elementos que constituem habilidades
essenciais à atividade do gestor.
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que significa aprender em inglês, traz a ideia de identificar, na forma de
aprendizado, os problemas que devem ser aperfeiçoados. Portanto, tais
variantes apontam para uma mesma compreensão do esquema. Retomando a
ideia de cadeia de valor apresentada anteriormente, os processos de uma linha
de produção, ou na gestão de uma empresa, são encadeados. O resultado de
um processo constitui alimento para outro processo; o seu resultado novamente
alimentará um terceiro. A partir do aperfeiçoamento do resultado de cada
processo, o PDCA possibilita o refinamento da gestão encadeada.
Quando citamos esses conhecimentos, estamos nos referindo a práticas
empregadas no contexto organizacional, consideradas, portanto, práticas
organizacionais. Nesse sentido, não se trata de um conhecimento científico
necessariamente, pois não está baseado em testes e experimentos, como os
realizados em laboratórios com elevado grau de exatidão. Pensamos aqui em
práticas de gestão reproduzidas em diversos contextos, com resultados positivos
e voltadas para a busca de organização da atividade produtiva de bens e
serviços, bem como para a otimização e o ordenamento de atividades
organizacionais nas suas mais diversas formas de atuação (setor público,
privado, industrial, serviços, entre outros). Elas podem ou não estar baseadas
em confirmações científicas e teorias consolidadas; terão por base,
essencialmente, conhecimentos empíricos, ou seja, conhecimentos alcançados
a partir da experiência e da vivência prática.
É preciso ter em mente que cada vez mais as práticas organizacionais
buscam no conhecimento científico, que se vale de conhecimento teórico, a
capacidade de aperfeiçoar práticas de gestão. Isto porque o método científico de
produção do conhecimento apresente, “em tese”, maior rigor e exatidão do que
aquele conhecimento baseado na experiência de um ou mais indivíduos que não
se utilizam de métodos de validação e teste de hipóteses. No entanto, como a
gestão organizacional é uma atividade essencialmente prática, a solução de
problemas nem sempre decorre da aplicação do método científico, que prevê a
discussão de uma teoria, a validação e o teste de hipóteses. A gestão ocorre no
dia a dia, no cotidiano dos indivíduos. Portanto, também é possível que práticas
de gestão se desenvolvam à margem do conhecimento teórico travado nas
academias. O ideal é que ambos caminhem juntos, buscando o aperfeiçoamento
das técnicas de gestão empregadas na prática organizacional.
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Por essa razão, é necessário distinguir entre teoria e prática
organizacional. Quando tratamos de elementos teóricos relacionados à gestão,
buscamos geralmente descrever conhecimentos testados ou levantados, de
modo a usar metodologias científicas de pesquisa testadas e
validadas. Pesquisas de levantamento ou experimentos com análise e validação
estatística representam conhecimentos que testam ou validam hipóteses, e que,
portanto, fazem o conhecimento teórico ser mais complexo e exato. Tais
conhecimentos podem orientar as práticas organizacionais, e é isso que tem sido
observado nas últimas décadas. Porém, paralelamente a esse processo, uma
infinidade de conhecimentos empíricos, baseados principalmente em práticas
observadas entre gestores e corporações, têm sido reproduzidos em outros
contextos, com a promessa de garantir os mesmos resultados positivos, e assim
não podem ser meramente descartados. Tais práticas encontram-se descritas
em publicações relacionadas ao mundo dos negócios.
O que se tem observado como um terceiro movimento é a publicação de
consultores de negócio que prometem que práticas empregadas na gestão de
negócios possam também ser empregadas no planejamento pessoal de
indivíduos, direcionando práticas orientadas para a produtividade no ambiente
corporativo para a esfera pessoal, inclusive com a promessa de garantir a
felicidade das pessoas. Isso não é um fator necessariamente negativo, pois pode
inclusive representar a apreensão de uma série de práticas importantes para
aqueles interessados na busca pela produtividade.
No próximo tema, iremos tratar de outra técnica empregada na gestão de
atividades no âmbito individual e organizacional: a gestão do tempo.
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decorrência dos quais as técnicas de gestão do tempo vêm se tornando cada
vez mais empregadas e debatidas no mundo atual.
A capacidade de manter o controle sobre sua disponibilidade de tempo
está associada ao modo como encaramos a vida. De acordo com conteúdo
publicado pelo Sest/Senat (2016), é necessário refletir sobre a condução das
atividades ligadas à família, trabalho e lazer, sobre projetos e metas pessoais e
sobre, por que não, o modo como encaramos a vida.
De acordo com Barbosa (2012), quando refletimos sobre o uso do tempo,
é preciso considerar três esferas de atividades que consomem este elemento de
nossa vida:
7
o tempo, e sim planejar o modo como agimos em relação às nossas metas e
atividades.
Outro aspecto importante é o estabelecimento de prioridades. E o
planejamento deve levar em conta, além das prioridades, a previsão de situações
que podem ser emergenciais. Ser capaz de antever sua ocorrência permite a
você otimizar o tempo disponível para outras atividades. Por exemplo: se você
percebe que consome muito tempo antes de sair pela manhã para o trabalho,
escolhendo a roupa que irá vestir, ou com higiene pessoal, busque antecipar o
que puder para a noite anterior, para reduzir seu tempo antes de sair de casa.
Acerca do estabelecimento de prioridades, a ferramenta GUT é uma das
mais populares. GUT é um acrônimo de Gravidade, Urgência e Tendência.
Basicamente, uma forma de categorizar as ações ou decisões tendo em vista a
resolução de um problema. A matriz GUT serve para definir prioridades entre
diversas alternativas de ação, como detalha Meireles (2001).
Primeiramente, definimos os problemas quer precisamos categorizar.
Depois, damos uma nota de 1 a 5 ao item Gravidade, considerando o potencial
de dano que o problema pode gerar se não for resolvido. Em seguida, fazemos
o mesmo com a Urgência, para definir a questão do tempo em que o problema
deve ser resolvido. Finalmente, classificamos a Tendência, que representa o tipo
de desenvolvimento que pode ocorrer caso algo não seja feito.
2 Pouco grave, dano leve Pouco urgente, longo prazo Reduz ligeiramente
8
Quadro 2 – Exemplo de Matriz GUT
9
otimizar o uso das informações. Por exemplo: planilhas e agendas eletrônicas,
mapas e conteúdos de internet para a busca de informações.
Ao mesmo tempo em que podem ser bastante úteis para otimizar o tempo
empregado em busca e ordenamento de informações, também podem causar
distração, devido à grande quantidade de elementos que podem dispersar nossa
atenção, como por exemplo redes sociais e informações não relevantes em
portais eletrônicos, que acabam consumindo nosso tempo em atividades
circunstanciais.
Portanto, busque identificar, através do uso de tecnologias, aquelas que
promovem a otimização do seu tempo, e se torne consciente daquelas atividades
associadas às ferramentas de informação que acabam consumindo seu tempo
de forma circunstancial.
Barbosa (2012) recomenda um exercício para análise do aproveitamento
que você faz do seu tempo:
Saiba mais
10
recurso escasso, diante do volume de informações e conhecimentos disponíveis.
Por essa razão, a gestão da atenção acaba sendo necessária, para administrar,
entre um dos principais recursos da era contemporânea, a gestão do
conhecimento, que integra um novo modo de atuar profissionalmente nas mais
diferentes áreas de trabalho.
Segundo Castelo Branco et al. (2016), muitos problemas identificados no
contexto organizacional têm um fundo associado a questões ligadas à atenção.
Quais os principais riscos que a falta de atenção pode provocar? Acidentes de
trabalho são um dos principais exemplos disso. A gestão da atenção implica em
saber quando dar mais ou menos atenção, quando voltar sua atenção para este
ou aquele assunto, ou quando a atenção deve ser focada ou difusa.
A atenção difusa quando necessitamos de atenção a mais de uma
atividade ao mesmo tempo, enquanto a atenção focada exige concentração em
uma atividade exclusiva (Castelo Branco et al., 2016).
Podemos compreender a gestão da atenção sob diferentes níveis, que
compreendem a vida de um indivíduo. Tudo se inicia pelo nível pessoal. A
medida em que ocorrem as interações, que se dão no âmbito das organizações,
temos os níveis interpessoais ou grupais, e os organizacionais, respectivamente.
Por fim, uma dimensão mais ampla diz respeito ao nível ambiental, como
aprofundaremos a seguir.
No nível pessoal: Se eu não tiver atenção comigo, como poderei dar
atenção ao outro? No nível pessoal, alguns aspectos devem ser analisados:
Como está o meu foco de atenção em relação à minha família? Em relação às
minhas finanças? Se eu estiver desatento com a minha família, isso irá refletir
no meu trabalho? E como está o meu pilar emocional? Olhar para dentro: Como
eu estou? A própria pessoa está com tantas coisas em sua mente que a mente
fica inquieta, e não consegue focar. O indivíduo não consegue separar esses
pilares.
Ainda no nível individual, não raro existem relatos de pessoas com
dificuldade em manter a atenção sob determinada atividade com a qual estão
comprometidas. Inúmeras são as técnicas e ferramentas que buscam minimizar
a dificuldade de atenção; na internet você pode encontrar inúmeras. O fato é que
cada indivíduo tem uma história única, com características que decorrem da sua
própria constituição e formação enquanto indivíduo. Isto quer dizer que
provavelmente cada indivíduo tem uma capacidade única e níveis de ansiedade
11
únicos, que podem influenciar negativamente ou positivamente sua atenção e
foco. Portanto, o primeiro aspecto a se considerar é o autoconhecimento no nível
individual. Trata-se de refletir sobre sua própria condição e sobre aspectos
internos, e assim tentar identificar as causas que provocam maior ansiedade na
sua vida pessoal; eis uma forma de buscar as causas e reverter seus efeitos.
Outro aspecto relacionado ao autoconhecimento é a busca por identificar
fatores externos ao indivíduo, e que podem afetar seu nível de atenção:
alimentação parca e horas de sono adequados, permanência em locais com
muito ruído, falta de exercícios físicos – esse quadro disso ajuda a elevar níveis
de ansiedade do organismo. A prática de meditação também é um elemento a
ser avaliado para fazer com que o organismo esteja mais apto a ter condições
plenas de atenção.
O processo de gestão da atenção, segundo Castelo Branco et al. (2016),
envolve o gerenciamento de três movimentos: focar, manter o foco e desfocar.
Palladino (2008) também destaca a importância dos três movimentos. Enquanto
focar e manter o foco são práticas ligadas diretamente à realização de uma
tarefa, o desfocar garante, entre outras coisas, a saúde mental da pessoa.
12
pessoas com as quais interagimos, sinais sobre a qualidade de nossas
interações.
No nível organizacional, busca-se a identificação dos objetivos da
organização. Constitui uma das razões para o trabalho do indivíduo em uma
organização. É exigido de cada colaborador a capacidade de agir dando atenção
e com prioridade adequada aos objetivos da organização e ao que lhes foi
diretamente demandado no trabalho cotidiano. Há inúmeros exemplos dentro
de situações que demandam foco e atenção. Outro exemplo no contexto da
organização é a capacidade de focar no marketing de projetar os produtos para
as reais necessidades dos clientes. Outra dimensão ainda é o foco nas pessoas
da organização, pois o gestor deve ser capaz de pensar nas condições de
trabalho dos indivíduos, para que exerçam um bom trabalho e estejam satisfeitos
com o que fazem. No ambiente organizacional, o indivíduo muitas vezes acaba
evitando atividades mais penosas ou menos agradáveis, postergando-as. Isso
pode se refletir nos relacionamentos, quando um gerente pode dar a impressão
de evitar seus subordinados.
O nível ambiental que compreende a integração de todos eles. O nível
ambiental apresenta uma relação muito forte com o ambiente organizacional.
Além da organização, existe um universo de variáveis, como fornecedores,
clientes e governo. Existe ainda um ambiente que é afetado pela organização e
que contempla as questões socioambientais, com responsabilidade ética da
organização para com a sociedade, quanto às suas ações. Portanto, um
indivíduo inserido em um grupo e em uma organização, integra um nível mais
amplo, do qual não pode se desvencilhar. Cada vez mais, inclusive com a
utilização da internet, é possível entender com mais precisão o papel que o nível
ambiental tem em nossa sociedade. Somos cada vez mais chamados a emitir
opiniões, e nos posicionar, inclusive politicamente, com relação a temas que
estão relacionados com este nível, e que afetam todos nós.
Como aumentar o nível de atenção nas organizações? No contexto
organizacional, é necessário mostrar às pessoas a importância de gerir a
atenção individual e grupal. Como gerenciar o tempo, como priorizar, como
estabelecer objetivos e ferramentas que possibilitem focar e também desfocar,
de modo que o indivíduo consiga dar atenção a questões particulares quando
lhe for demandado? Atenção focada e atenção difusa (quando é necessário dar
atenção a várias coisas ao mesmo tempo); há também momentos em que se
13
passa de um estágio a outro. De acordo com Castelo Branco et al. (2016), o
equilíbrio dinâmico da atenção compreende adquirir a capacidade de equilibrar
as demandas de atenção focada e difusa. Isso também possibilita um aumento
da qualidade de vida das pessoas.
Saber dizer “não” também é uma habilidade interpessoal importante, que
serve para garantir maior eficácia na gestão da atenção. No contexto
interpessoal, muitas vezes temos receio de desapontar as pessoas quando nos
posicionamos de forma negativa ou contrária em relação a determinado assunto
ou solicitação. Trata-se de uma crença muito comum, que pode estar associada
à forma como fomos educados.
No entanto, caso nosso interlocutor seja uma pessoa coerente, e não
esteja se aproveitando da sua boa vontade, saberá discernir entre a sua opinião
e a percepção que tem de você. Esse comportamento no nível interpessoal se
reflete no ambiente organizacional, no qual somos constantemente demandados
por tarefas e atividades, seja a partir da relação hierárquica entre chefes e
subordinados, ou entre colegas de áreas comuns ou distintas. A medida que o
empregado aceita todas as solicitações que lhe são demandadas, sem refletir se
há um nível adequado de coerência, e se é capaz de conduzi-las, incorre em
dois riscos: concentrar esforços em solicitações que não foram adequadamente
validadas, e comprometer a sua própria credibilidade junto à organização. Isto
porque, ao assumir atividades e compromissos em excesso, provavelmente irá
comprometer seus resultados, tanto em termos de eficiência quanto em eficácia.
Portanto, saber dizer não a demandas e criticar opiniões e solicitações colocadas
por seu grupo interpessoal também é uma habilidade que deve ser desenvolvida,
com vistas a facilitar o processo de gestão da atenção.
Saiba mais
14
traduzida como ‘fazer acontecer”. Assim, no Brasil a obra de Allen também é
conhecida como A Arte de Fazer Acontecer.
Na verdade, a proposta de Allen busca uma melhor gestão do tempo,
porém o foco está na execução de ações para a conclusão de tarefas cotidianas
e de projetos planejados. De acordo com Burd (2018), o tempo não é
gerenciável; sendo extrínseco a nós, não pode ser manipulado. O que podemos
fazer é revisar a forma como aproveitamos o tempo a partir do planejamento e
da efetiva execução de nossas ações. A metodologia GTD, portanto, implica em
rever como encaramos nossos desafios, em transpor tudo que está em nossa
mente para o registro em papel, com a revisão contínua das tarefas para
promover sua execução.
Nos parágrafos seguintes, iremos detalhar a proposta de Allen, a partir da
síntese proposta por Burd (2018), que detalha a metodologia do autor norte-
americano. A metodologia GTD pode ser dividida em cinco etapas.
Etapa Desenvolvimento
Nesta etapa, ocorre a identificação de todas as atividades (ou da
maioria delas) que você precisa fazer no seu dia a dia. Podem entrar
aqui desde as atividades rotineiras (ações que você executa todos
1. Captura/coleta
os dias) às atividades que apresentam regularidade (reuniões
mensais, quinzenais, semanais, por exemplo) e que demandam
organização.
Com base na primeira etapa, é preciso verificar se as atividades que
você identificou precisam ser resolvidas ou não. Pode ser que
2. Processamento algumas atividades possam ser delegadas para outras pessoas, ou
mesmo adiadas se o prazo final estiver distante. Por isso, um
diagrama pode ser utilizado para ajudar nessa tarefa.
É possível organizar suas tarefas por prioridades e por tipo de
atividade (categoria). A partir dessa organização, você já identificar
3. Organização
quais atividades devem ser realizadas imediatamente, assim como
pode identificar qual a sequência mais adequada para suas tarefas.
Tudo aquilo que pode exigir uma ação deve ser revisado com
frequência. Você pode definir essa revisão semanalmente, por
4. Revisão exemplo, para identificar se as ações foram cumpridas, se foram
executadas corretamente, se ainda precisam de alguma outra ação
etc.
Refere-se ao processo de decisão e execução sobre as atividades
que devem ser realizadas diariamente para que as tarefas
5. Execução delimitadas sejam concluídas de maneira eficiente. Isso vai
depender do contexto e da urgência (prioridade) das atividades, do
tempo disponível para realizá-las, e da energia disponível.
Fonte: Elaborado com base em Allen, 2005.
15
um bloco de notas. Neste momento, cabe apenas o levantamento daquilo que
será posteriormente processado.
Concluída essa etapa, passamos para a de processamento. Utiliza-se a
representação de uma caixa de entrada, que pode ser física e também
eletrônica. Além do bloco de notas, tudo que for relevante e estiver impresso ou
em uma caixa eletrônica de mensagens deve ser centralizado para o
processamento. Ao analisar o conteúdo dessas três fontes (bloco de notas,
caixa de entrada física e digital), deve-se fazer a seguinte pergunta: Devo
executar alguma ação?
Se a resposta for positiva, e essa ação puder ser executada em um tempo
estimado de 2 minutos, não há necessidade de registrar a ação, e ela deve ser
executada imediatamente.
Se o item registrado não demanda nenhuma ação, deverá ou ser
eliminado, ou registrado em uma lista de projetos futuros ou arquivado em uma
lista de itens considerados relevantes, chamada de lista de referência.
Se a resposta para o item for a execução de uma ação ou ações que
demandem mais tempo de execução (além dos dois minutos), deve-se realizar
a segunda pergunta, muito relevante, através desta etapa se busca minimizar o
efeito da procrastinação de tarefas. Se o item analisado demanda mais de 1
ação, você está diante de um projeto. Se você tiver vários projetos, organize-os
em uma lista específica. Esses projetos deverão ser decompostos em ações
menores, e para tanto é importante registrá-las em uma lista de ações, que deve
ser dividida em sublistas, de acordo com o contexto: trabalho, casa, faculdade,
entre outros assuntos. Feito isso, você terá à sua frente, mapeado, o conjunto
de projetos maiores que espera realizar, e as ações necessárias para a sua
execução. Falta ainda identificar os prazos. Para isso, você pode fazer uso de
um calendário e de uma agenda, para registrar as ações ao longo do tempo, a
fim de que tenha o controle da sua execução. Somente assim será possível fazer
a efetiva gestão tarefas versus tempo.
16
Figura 2 – Diagrama do fluxo de trabalho utilizado na etapa de processamento
Saiba mais
CAMARGO, R. Como ser mais produtivo? Treasy, 5 abr. 2018. Disponível em:
<https://www.treasy.com.br/blog/metodo-gtd/>. Acesso em: 30 abr. 2019.
17
TEMA 5 – ASPECTOS COMPORTAMENTAIS NA GESTÃO
18
que realmente almeja. Portanto, dois fatores que podem contribuir para uma
mudança de hábitos, e que podem afetar suas emoções, são: a busca por uma
vida mais saudável, na alimentação, na rotina de sono e até mesmo nas suas
relações interpessoais; o processo de meditação.
Sobre a meditação, Williams e Penman (2015) reconhecem que o
organismo se comporta com uma racionalidade, que busca usar a inteligência
humana de forma a resolver problemas. Se temos de viajar de um ponto A a um
ponto B, buscaremos identificar a rota mais adequada. Se estamos diante de um
conflito familiar, possivelmente a reflexão conduzirá ou a uma postura de
confronto ou a de evitar o conflito. Williams e Penman (2015) reconhecem que
este modo de funcionamento, “atuante”, muitas vezes é impregnado de crenças
e preconceitos que foram sendo constituídos ao longo de nosso processo de
crescimento e formação. Assim, ingressamos em um círculo vicioso, que
compreende reagir de uma mesma forma a diferentes estímulos externos. Para
que se possa buscar uma nova postura diante da vida, com vistas a enxergar a
realidade sob novos pontos de vista, sem julgamentos prévios de situações e
pessoas ao redor, é necessário adotar uma postura chamada de “atuante”.
Segundo os autores, o processo de meditação, ao aliviar as tensões do
cotidiano, afeta diretamente o modo como pensamos, como enxergamos a
realidade, e por conseguinte como agimos diante da vida.
Neste sentido, diversos autores reconhecem que nossa mente incorre em
“armadilhas”, e que o pensamento, para que possa buscar novas soluções e
emoções positivas, deve estar em condição de atenção plena, o que se alcança
com exercícios capazes de reduzir a ansiedade. Meditação, e a busca por uma
vida saudável, através da atividade física, são princípios fundamentais para
possibilitar esse estado de atenção plena.
Portanto, podemos dizer que este tema está intrinsecamente associado à
busca do gestor pelo autoconhecimento.
TROCANDO IDEIAS
NA PRÁTICA
20
as funções da sua empresa não demandam pessoas com habilidades e
perfis distintos.
FINALIZANDO
21
REFERÊNCIAS
22
FUNDAMENTOS DE GESTÃO
AULA 4
CONTEXTUALIZANDO
2
operar pequenos e grandes empreendimentos. Esperamos que os elementos
descritos a seguir possam contribuir na instrumentalização do gestor em
formação.
3
Chandler, Michael Porter, Henry Mintzberg e, por fim, Norton e Kaplan (Maximiano,
2002).
As ideias desenvolvidas por estes autores são empregadas até os dias
atuais no delineamento de planejamentos e ações estratégicas de pequenas e
grandes corporações.
A medida que tais conhecimentos são difundidos entre escolas de negócios,
estes autores se tornaram referência para executivos e administradores de todo o
mundo ocidental.
Destacam-se algumas de suas ideais principais e modos de aplicação de
seus conceitos no ambiente corporativo. De acordo com Maximiano (2002), Igor
Ansoff busca explicar a estratégia com base na análise da situação atual do
negócio, da identificação de tendências e do processo decisório.
Já o historiador Alfred D. Chandler, segundo Maximiano (2002), enfatiza que
a empresa deve estabelecer metas e objetivos de longo prazo, cursos de ação e a
definição sobre onde irá aplicar seus recursos.
A ênfase destes autores está na análise da concorrência e de produtos e
serviços ofertados pelas empresas e no planejamento de ações. Tratam-se,
portanto, de estratégias voltadas para empresas em ambientes de negócios
concorrenciais essencialmente.
Estes autores estimularam a aplicação de uma ferramenta bastante
difundida entre organizações de negócios, públicas e não governamentais,
conhecida como “Planejamento Estratégico”, um conjunto de itens a serem
avaliados pelos dirigentes da organização, com intenção de definir seu plano de
ações de curto, médio e longo prazo.
A primeira etapa do planejamento estratégico constitui a definição da sua
visão, missão e objetivos.
A visão compreende o modo como seus dirigentes esperam que seu negócio
seja identificado pela sociedade no curto, médio e longo prazo.
A missão estabelece a finalidade a que se propõe a organização e os
objetivos que são estabelecidos para cumprir esta missão.
Definida a visão, a missão e os objetivos da organização, o segundo passo
do planejamento estratégico compreende um diagnóstico do ambiente externo à
organização, de forma a identificar ameaças e oportunidades decorrentes do
ambiente. As diversas áreas externas de influência devem ser analisadas, desde a
dimensões política, econômica, cultural, social e tecnológica.
4
A terceira etapa compreende o diagnóstico interno em que se avaliam os
pontos fortes e fracos da organização em relação aos objetivos propostos e ao
diagnóstico externo previamente realizado.
O nível de detalhamento de um planejamento estratégico está diretamente
associado à sua efetividade. Durante muito tempo, ao menos no contexto brasileiro,
a ênfase no planejamento estratégico como ferramenta estratégica sucumbiu por
um simples motivo: a falta de acompanhamento da sua execução. Não basta,
portanto, realizar um planejamento estratégico extremamente detalhado. Faz-se
necessário acompanhar sua execução e, se necessário, revisá-la continuamente.
Outro autor que contribui até hoje para aplicação de diversos conceitos no
campo da estratégia é Michael Porter, que desenvolveu duas ferramentas no campo
estratégico bastante difundidas: o esquema de forças competitivas de um ramo de
negócios e a cadeia de valor.
O esquema de forças competitivas pode ser exemplificado na Figura 1 e
representa um modo de diagnosticar a influência de agentes externos entre os
concorrentes de um ramo de negócios. Trata-se de uma ferramenta que auxilia o
dirigente e ou investidor de um determinado ramo de negócios a avaliar a posição
de sua empresa ou potencial no ramo de atuação escolhido. Analisa a ameaça de
entrada de novos concorrentes no ramo de atuação, o poder de barganha que
detém fornecedores e compradores e a ameaça da entrada de novos produtos que
possam substituir o produto ou serviço ofertado.
5
Considerando as cinco forças, Porter sugere três estratégias:
1. Liderança em custos;
2. Diferenciação;
3. Foco.
6
posição do produto ou serviço em relação a estas duas dimensões, o executivo
terá mais subsídios para avaliar se vale a pena investir ou desinvestir recursos
na sua estratégia de negócios.
A partir da dimensão em que se enquadra o produto ou serviço no quadro
anterior, podemos ter as seguintes qualificações do negócio (produto ou serviço):
Como dito anteriormente, não basta que uma organização, seja ela
pública, privada ou voluntária, planeje suas ações por meio de um sofisticado
esquema de planejamento estratégico. Faz-se necessário o olhar contínuo e
criterioso para acompanhar os resultados, alterando o curso de ações quando
necessário.
Baseado nesta preocupação, vamos descrever brevemente o conceito de
Balance Score Card desenvolvido pelos autores Norton e Kaplan (Maximiano,
2002), e que será detalhado adiante.
Estes autores contribuem para o campo da estratégia organizacional a
partir da preocupação com o monitoramento da execução da estratégia.
Descrevem a importância da definição de indicadores em diversos âmbitos da
operação das empresas para fins de monitoramento: na dimensão dos clientes
e mercados no seu faturamento; na participação de produtos e serviços no
faturamento; desempenho das vantagens competitivas próprias e dos
7
concorrentes; participação do mercado em relação aos concorrentes; evolução
do faturamento e grau de realização dos objetivos estratégicos.
De forma integrada são monitorados: objetivos, faturamento e posições
de mercado.
Atualmente, novas dimensões passaram a ser integradas contemplando
a realização e satisfação dos empregados, e a dimensão associada à
responsabilidade social da empresa no contexto em que atua.
Para finalizar, veremos as contribuições de Henry Mintzberg para o campo
da estratégia.
Professor canadense, Mintzberg (2000) se destaca em sua obra bastante
difundida, “Safari da estratégia”, pela análise das diferentes formas de estratégia
ou não estratégia que podem ser identificadas entre empresas de um
determinado ramo de negócios. Assim como Porter, enfatiza a análise
concorrencial entre competidores (Maximiano, 2002).
No âmbito interno da organização, Mintzberg (2003) exemplificou em sua
obra, As 5 configurações, diferentes configurações de negócios.
Sua análise possibilita compreender que existem diferentes tipos de
estruturas organizacionais, em que predominam diferentes tipos de estruturas
hierárquicas, organizações, informações, tipos de conflitos e recursos sobre os
quais o executivo deve atuar. Como exemplo: a configuração de uma
universidade é bastante distinta de uma fábrica de autopeças ou um hospital.
Aplicar medidas e decisões estratégicas em cada uma destas
configurações exige o conhecimento de características básicas intrínsecas.
9
organizacionais, como produção, recursos humanos, financeiro (inicialmente
estavam orientados apenas para funções de logística, produção e suprimentos),
além de centralizar dados, gerando indicadores analisados pelos níveis
gerencias táticos e estratégicos.
No entanto, para empresas que não utilizam estes sistemas, estas
mesmas informações estão disponíveis, seja em controles manuais ou em
planilhas eletrônicas de gestores, no caso das empresas menores, e podem ser
empregadas do mesmo modo para buscar avaliações que auxiliam na tomada
de decisão.
O fato é que as tecnologias de softwares avançam dia após dia em termos
de complexidade e sofisticação, e cabe ao gestor se atualizar com ferramentas
que sejam capazes de ajudar na análise do seu desempenho frente à
concorrência e até mesmo em predizer possíveis orientações do processo
decisório.
Há um terceiro conceito associado à inteligência competitiva de negócios,
a inteligência artificial. Este conceito não se confunde com o primeiro, mas é
complementar. Provavelmente você já deve ter se deparado com serviços de
telemarketing, em que você é atendido por uma gravação e dependendo da sua
resposta, a voz do outro lado da linha telefônica dá diferentes respostas.
Estes serviços já contam com tecnologias sofisticadas que são baseadas
em complexas programações de computador, as quais preveem o
comportamento do consumidor ou cliente, e conforme novas variáveis são
incluídas na resposta a estes sistemas, os softwares que gerenciam estas
operações passam a “aprender” novas rotinas para responder novas situações.
Estas tecnologias estão presentes atualmente no âmbito jurídico fazendo
recomendações de pareceres, no âmbito da saúde no auxílio da identificação de
diagnósticos de doenças, e em outras inúmeras atividades.
A inteligência artificial passa também a ser uma realidade nos negócios,
tanto na gestão de empresas, como no atendimento a clientes e consumidores.
Quando você entra em um site e clica o mouse ou movimenta sua íris para um
anúncio de um produto específico, haverá possivelmente dispositivos que
reconhecem seu interesse e passam a lhe direcionar outros anúncios de
produtos relacionados. Estas tecnologias já são uma realidade, mesmo que
você não se dê conta disso.
10
Portanto, seja de modo operacional nas empresas, ou no uso de
ferramentas de diagnóstico de desempenho, ferramentas de inteligência
competitiva nos negócios são uma realidade. Se você é um gestor, busque
identificar ferramentas que auxiliem a potencializar as operações e diagnósticos
de suporte à decisão de sua organização.
As ferramentas de business intelligence não devem se tornar elementos
que dificultem a vida do gestor, pelo contrário, sua única finalidade é apoiar o
processo de operação e decisão nos negócios. O capítulo a seguir trata sobre
o processo de decisão organizacional.
11
Como vimos anteriormente, o processo decisório nem sempre segue
critérios únicos ou padronizados para cada indivíduo, diversos critérios podem
ser empregados e, portanto, compreender esses critérios que determinam as
escolhas dos indivíduos representa um aspecto chave para a tomada de decisão.
No contexto do processo decisório organizacional, duas outras dimensões
se associam à complexidade do processo decisório individual:
As situações contingenciais da empresa associadas a situações
econômicas, políticas, sociais e de mercado, que podem estar em contínua
mudança;
A influência dos grupos políticos que irão influenciar o processo decisório,
sejam eles dirigentes, empregados ou a própria opinião pública.
A falta de informação é uma precondição das limitações que se impõem
ao processo decisório, conforme os conceitos de racionalidade propostos por
Herbert e Simon (Maximiano, 2002).
Portanto, as ferramentas de inteligência competitiva dos negócios
constituem elemento essencial no processo decisório. Todo executivo e dirigente
de uma organização, seja do nível operacional, tático ou estratégico deve utilizar
o máximo de informações objetivas possíveis para auxiliar no processo
decisório. Passou o tempo que o gestor confiava apenas na sua intuição, se
ainda há pessoas que usam a prerrogativa da intuição no processo decisório,
possivelmente é porque o processo intuitivo está vinculado à experiência
anterior, que não deixa de ser uma informação concreta baseada em fatos
prévios.
Porém, diante da quantidade de recursos tecnológicos disponíveis
atualmente, entre elas as ferramentas de inteligência competitiva e inteligência
artificial, não faz mais sentido negar seu uso como apoio à decisão, seja nas
operações de mercado, sobre contratação, premiação ou demissão de
empregados, ou ainda em decisões relativas aos recursos financeiros, cabe ao
gestor utilizar ao máximo as informações disponíveis, a partir de recursos
tecnológicos como planilhas ou softwares de gestão, a fim de tomar as melhores
decisões de acordo com a situação que vive.
Para suprir a limitação de informações disponíveis para a tomada de
decisões, o gesto fará uso de instrumentos de informações disponibilizadas
pelos indicadores, gerados por relatórios de dados operacionais de controles
financeiros e resultados de desempenho e deverá ser capaz de interpretar essas
12
informações. Por exemplo, em eventos sociais em que se encontram pessoas
influentes no seu setor, há a oportunidade de discutir tendências de mercado, ou
seja, não é apenas do uso de informações disponibilizadas por meio das
tecnologias da informação que serão úteis, mas também, as que são absorvidas
no contexto.
Outra dimensão associada ao processo decisório que afeta as
organizações é a política. Com exceção das empresas de empreendedores
individuais, a maioria das organizações compreende a conjunção de esforços de
várias pessoas envolvidas em diferentes graus no processo decisório.
Em empresas menores, geralmente os sócios e alguns colaboradores
mais experientes auxiliam a definir escolhas e rumos de ação.
Entre empresas maiores, o conselho de acionistas, de acordo com sua
participação societária, é responsável pela votação sobre as decisões a serem
tomadas.
Estas decisões não são muitas vezes, fruto de consenso entre os
acionistas. Nos níveis tático e operacional, executivos e gerentes também
encaram, muitas vezes, a reação de subordinados quanto às decisões tomadas
e podem ser influenciados pela opinião deles.
A capacidade de persuasão quanto à escolha decisória, portanto, acaba
influenciando a efetividade das decisões. Quanto mais bem fundamentado o
gestor estiver em relação as escolhas que pretende tomar e que demandam a
adesão de grupos, maior será a eficácia do processo decisório, mas isto não
basta.
A dimensão política implica também na adesão que o gestor tem das
partes envolvidas, ou seja, é preciso convencer outros agentes na decisão sobre
o caminho que deve ser escolhido.
Havendo conflitos de interesses entre os diferentes atores que influenciam
as decisões organizacionais, possivelmente haverá também divergências nas
escolhas que exigem consenso.
As relações de poder, portanto, entre o gestor e seus colaboradores
constituem um aspecto importante e representam o grau de influência que o
gestor possui em relação aos demais.
Apesar do tema ser complexo, em síntese, quanto maior o poder de
influenciar que o gestor tem, maior sua capacidade de buscar a adesão nos
processos decisórios. Este é um conceito sintético do que constitui as relações
13
políticas, e que podem ser vislumbradas em várias esferas de nossa sociedade,
seja no ambiente familiar, comunitário, empresarial e de Estado.
Saiba mais
Quer se aprofundar em processo decisório? Veja o capítulo 9 de:
STONER, J. A. F.; FREEMAN, R. E. Administração. 5. ed. Rio de Janeiro:
Prentice Hall, 1995.
Para quem quer ir mais longe:
BAZERMAN, M. H.; MOORE, D. Processo decisório. 7. ed. Rio de Janeiro:
Campus, Elsevier, 2010.
14
apenas de seus produtos e serviços voltados para seus clientes finais, mas
também nos processos que permeiam toda sua cadeia de produção.
Outras empresas vão ainda mais além, e em colaboração com seus
parceiros externos como os fornecedores, estendem estas políticas para
processos da cadeia produtiva mais ampla.
As estratégias de inovação entre empresas buscam estimular de forma
sistemática a colaboração de seus empregados na busca por aperfeiçoamento
dos processos de produtos e serviços.
Algumas empresas trabalham com sistemas de premiação de acordo com
o impacto das inovações, outras possuem políticas meritórias vinculadas a
bonificações de acordo com o volume de inovações.
É comum, tanto em âmbito nacional quanto internacional, identificar
exemplos de empresas que chegam ao final do ano com mais de 100 inovações
implementadas, decorrentes da iniciativa de seus empregados. Não raro, estas
políticas também implicam na geração de patentes, o que as torna mais
poderosas, sob o ponto de vista do impacto que proporcionam.
Não apenas no setor privado é possível identificar exemplos de políticas
de inovação, entre empresas públicas como concessionárias de energia, por
exemplo, tais iniciativas também são observáveis e passam cada vez mais a
constituir políticas permanentes estimuladas por programas de valorização e
premiação dos empregados inovadores. As premiações são existentes também
no setor judiciário brasileiro, por meio das iniciativas da Comissão Nacional de
Justiça as duas são exemplos de estratégias aplicadas no setor público.
15
Se uma empresa prestadora de serviços recebe um “feedback” de seus
clientes de que o atendimento deve ser aperfeiçoado, os funcionários desta
empresa devem ser capacitados para atender a esta necessidade. Se os
executivos de uma empresa identificam que o clima organizacional entre seus
empregados não contribui para sua satisfação no trabalho e, portanto, reflete no
resultado do trabalho, terá que promover mudanças sobre este aspecto.
À medida em que nos deparamos com cenários concorrenciais mais
intensos entre as empresas, as vantagens competitivas decorrem de maiores
quantidades de iniciativas de inovação de processos e produtos e serviços. Se
isto é um fato, intensificam-se também as demandas por mudanças dentro das
organizações para atender as demandas puxadas pelas inovações.
O tema da mudança organizacional é alvo de estudos de pesquisadores
e especialistas como grandes consultorias empresariais, pois é preciso distinguir
os diferentes aspectos que contribuem para um processo de mudança
programada em uma organização.
O primeiro aspecto a ser considerado é o diagnóstico a respeito da
necessidade de um processo de mudança: Por que mudar? Quais as razões que
provocam um processo de mudança em uma organização? Como identificar a
necessidade de mudar?
Todos estes são questionamentos que os gestores devem estar atentos
a fim de assegurar a competitividade (no caso de empresas comerciais) ou
relevância do papel de uma organização.
As ferramentas estratégicas citadas anteriormente para diagnóstico da
situação da organização apontam ameaças e oportunidades no planejamento
estratégico por exemplo, e auxiliam no diagnóstico da necessidade de mudança.
Se o contexto regulatório em um determinado segmento industrial muda, isso irá
impactar os processos para fabricação de bens de uma determinada empresa
do respectivo setor.
Fatores contextuais podem estar associados a fatores econômicos,
demográficos (aumento da população de idosos por exemplo), ambiental
(escassez de recursos naturais), socioculturais ou tecnológicos.
Identificadas as possíveis necessidades de mudança, se houver a
iniciativa e expectativa de promove-la, alguns estudiosos do tema têm buscado
compreender como se dá a dinâmica de um processo de mudança.
16
Na maioria das vezes o processo de mudança incorre em etapas mais
ou menos traumáticas ou “tensas”, até se alcançar o resultado desejado. É
preciso estar consciente de que nenhuma mudança ocorre de forma
harmoniosa ou sem conflitos.
Autores como Jaffe e Scott (2003) desenvolveram um modelo que
exemplifica isso e que tem sido bastante difundido no mundo dos negócios, a
curva de transição da mudança, que por sua vez, também é baseada em um
modelo mais sofisticado de Elizabeth Kubler-Ross. Os autores afirmam que
para que um processo de mudança ocorra, geralmente os seus envolvidos irão
passar por quatro principais estágios ou etapas:
1. Negação;
2. Resistência;
3. Exploração;
4. Comprometimento;
17
positivos que a mudança irá proporcionar e que ela constitui um caminho sem
retorno ao estágio anterior, os envolvidos, que antes apresentavam um
comportamento de rejeição, passam a examinar as possibilidades que a nova
situação traz.
Conquistada e transmitida a confiança dos envolvidos, é percebido por
todos que a mudança é um processo inexorável, esta é a fase do
comprometimento.
É claro que não há uma receita de bolo sobre como alcançar a efetividade
em cada situação singular de mudança, a experiência e habilidade de cada
gestor é que fará a diferença. No entanto, saber identificar o estágio em que se
encontra cada processo de mudança auxilia muito os gestores a tomarem as
decisões mais adequadas.
TROCANDO IDEIAS
18
NA PRÁTICA
FINALIZANDO
19
projetos (o que diferencia um gestor e um empreendedor de outros profissionais);
e a capacidade essencial de se utilizar das mais diversas fontes de informação
para tomar decisões no momento adequado.
Quando falamos em diversas fontes, estamos falando desde aquela
informação obtida na conversa de cafezinho no corredor da empresa, até os
dados estatísticos disponibilizados por softwares. Neste sentido, o que diferencia
o gestor efetivo pode estar associado com as capacidades a serem
desenvolvidas, como o relacionamento interpessoal. Aprofundaremos ainda
mais algumas práticas e ferramentas de apoio ao trabalho do gestor nas
organizações.
20
REFERÊNCIAS
21
FUNDAMENTOS DE GESTÃO
AULA 5
CONTEXTUALIZANDO
3
• realização do gerenciamento dos planos de ação na rotina diária do nível
operacional;
• análise para avaliar o desempenho do alcance das diretrizes estratégicas
na organização.
4
Figura 2 – Etapas da GPD ou Hoshin Kanri
6
• aquelas relacionadas ao uso da informação, como bases de dados,
sistemas, redes e infraestrutura de informação;
• aquelas relacionadas à cultura, liderança organizacional e ao alinhamento
das pessoas com os objetivos estratégicos e a sua capacidade de
compartilhar conhecimento.
• mobilização
• tradução
• alinhamento
• motivação
• gestão.
7
Pelo princípio da mobilização, cabe à liderança da organização engajar-
se e apoiar todo o corpo de colaboradores para a implementação do método
BSC, e outras iniciativas que visam a busca pelo alcance dos resultados
estabelecidos no planejamento estratégico.
O princípio da tradução compreende a efetivação do planejamento
estratégico até a delimitação de objetivos e indicadores de longo, médio e curto
prazo. O princípio do alinhamento indica que as empresas discutem o
desdobramento do planejamento em indicadores com os diversos agentes
influenciados e influenciadores – desde as equipes corporativas, até
fornecedores e clientes, no sentido de buscar seu alinhamento.
A motivação é verificada quando as empresas são capazes de realizar um
processo amplo de conscientização, através de atividades de comunicação e
sensibilização, buscando o comprometimento, e também através de sistemas de
avaliação de desempenho pessoal, a partir do monitoramento dos indicadores.
O princípio da gestão está baseado na existência, entre empresas que
implantaram o BSC, de práticas de manutenção de um processo contínuo de
revisão do método para seu aperfeiçoamento, reduzindo tais ciclos de anuais
para trimestrais. Estes princípios sintetizam práticas verificadas entre empresas
que foram efetivas na implantação do BSC.
8
novos produtos, congregando o esforço geralmente de equipes de
desenvolvimento de software, por exemplo.
De acordo com Luna et al. (2017) e Oliveira e Marques (2017), o método
foi concebido pelo fundador e diretor executivo da Intel, Andy Grove, e
posteriormente teria sido aplicado por John Doerr na empresa de capital de risco
KPCB. Após sua aplicação nesse contexto, a empresa Google passou a adotar
a ferramenta que se difundiu como ferramenta e se popularizou mundialmente.
De acordo com Oliveira e Marques (2017), a ferramenta possibilita manter
a coesão de empregados de modo a trabalhar a conclusão de determinado
objetivo. O método compreende os objetivos e os resultados principais. Trata-se
de um sistema de planejamento estratégico sintético, orientado para objetivos
restritos em espaço, tamanho e tempo.
O objetivo a ser comunicado aos empregados é descrito de forma
qualitativa. Costuma ser sintetizado através de um conceito, frase que descreve
onde se deseja chegar.
Os resultados esperados, por sua vez, irão descrever como alcançar o
objetivo; são mensuráveis, de caráter qualitativo e específicos. Constumam-se
elencar de três a cinco resultados principais. De acordo com Oliveira e Marques
(2017), o acompanhamento dos resultados costuma ser trimestral.
De acordo com Joaquim Torres (2017), profissional de desenvolvimento
de serviços de Tecnologia da informação, a ferramenta OKR deriva de outra
ferramenta, denominada Administração por Objetivos APO, que foi assim
designada por Peter Drucker na década de 50.
Torres exemplifica um caso de aplicação de OKR no contexto das
tecnologias digitais:
• Specific – específico
• Measurable – mensurável
• Attainable – alcançável
• Realistic – realista
• Time-bound – limitado no tempo
11
assignable, que significa designado a alguém, attainable, que significa
alcançável. Ao invés do termo realistic, que significa realista, relevant, que
significa relevante. Portanto, tenha em mente que a proposta original está
atrelada aos conceitos listados acima, e que as variantes também podem ser
úteis de acordo com o propósito de cada gestor.
Essas palavras determinam as características atribuíveis ao detalhamento
de cada objetivo. Ou seja, para ser minimamente alcançável, o método
reconhece que se devem detalhar todos os atributos no detalhamento do objetivo
pretendido.
O termo específico está relacionado à clareza que o objetivo deve trazer
em seu conceito. Caso seja vago ou confuso, fica mais difícil a delimitação de
indicadores e metas de monitoramento.
O termo mensurável significa, da mesma forma que nos resultados
esperados das OKRs, que é preciso estabelecer metas com indicadores
mensuráveis para se atingir o objetivo proposto.
O termo assignable, como já informado, aponta que o objetivo deve estar
claramente atribuída a um responsável. Deve ainda, conforme o termo, ser
realista, e não algo inalcançável, frustrando as expectativas do executor e seu
demandante. E, por fim, deve apontar um limite de tempo para ser executado.
É importante discorrer sobre o as considerações do modelo, discutidas
por seu autor original (Doran, 1981). A proposta da metodologia Smart não é
que qualquer objetivo deva ser executado desta forma, até porque nem todos os
objetivos de ação são passíveis de quantificação. A proposta é que gestores e
executivos sejam capazes de tornar o processo de definição de objetivos a
serem executados dentro das empresas como um estilo de trabalho, e portanto,
quando possível, adotado-se o Smart como norteador e não como regra estrita.
De acordo com o autor, os empregados do nível operacional de uma organização
muitas vezes apresentam dificuldades de executar projetos em decorrência da
dificuldade de compreender os objetivos esperados e sua operacionalização, em
função da falta de definições de prazos, metas e indicadores que apontem o
desempenho de seu trabalho. Cabe às gerências executivas e intermediárias
das organizações exercitar o processo de construção de objetivos mais
transparentes, recorrendo à metodologia Smart, avaliando, caso a caso, onde
ela é adequadamente passível de ser aplicada.
12
Quadro 1 – Exemplo de aplicação de Modelo de Perguntas Smart
TEMA 5 – 5W2H
13
Quadro 2 – 5W2H
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15
TROCANDO IDEIAS
Saiba mais
NA PRÁTICA
16
FINALIZANDO
17
REFERÊNCIAS
18
TORRES, J. OKRs, o futuro dos roadmaps. 2016. Disponível em:
<http://www.guiadastartup.com.br/okrs-o-futuro-dos-roadmaps/>. Acesso em: 6
maio 2019.
19
FUNDAMENTOS DE GESTÃO
AULA 6
CONTEXTUALIZANDO
3
Figura 1 – Modelo Canvas
Recursos Canais
Principais
QUANTO?
4
O modelo sugerido pelos idealizadores do Canvas para utilização do
mapa visual acima compreende a seguinte dinâmica:
Se existe uma ideia para um novo negócio ou para um negócio
preexistente, ela deve ser descrita no quadro.
Para preenchê-lo, afixe-o em um local amplo e acessível e prefira o uso
de papeis adesivos ou post its em vez de escrever diretamente na folha do
quadro. Isto possibilitará a contribuição de várias pessoas e a revisão, se
necessário, com a substituição de textos, bem como o reagrupamento de ideais
para cada contexto.
A ordem das perguntas pode ser alterada, mas a sequência geralmente
se inicia pela pergunta “O quê?”. Dê preferência para iniciar com as perguntas
“O quê?” e “Para quem?”.
Se você empregou o modelo para iniciar um negócio, deve mantê-lo
sempre atualizado, pois os negócios são dinâmicos, de modo que é
recomendável sempre revisitar o modelo e fazer os ajustes que se fizerem
necessários. Por exemplo, você desenvolveu um aplicativo voltado para o
mercado jovem, mas, aos poucos, descobriu que o público de uma faixa etária
mais avançada também emprega seu produto ou serviço.
De acordo com Alex Osterwalder, o modelo é essencialmente uma
ferramenta de validação de ideais. Após concluído seu preenchimento, busque
testar suas hipóteses. Para tanto, discuta com pessoas que apresentam
conhecimento na área de atuação de seu negócio, com potenciais.
5
(trabalhos em equipes multidisciplinares são comuns nesse conceito).
(2018).
6
Endeavor Brasil. Descrevemos a seguir algumas das propostas de Vianna et al
(2011) para a aplicação do Design Thinking na prática.
Na primeira etapa, ocorre o processo de imersão, em que existe uma
forte atividade de observação, pesquisa e experimentação. Nesta etapa, busca-
se compreender um problema.
Na segunda etapa, ocorre a “ideação”, em que são realizadas, de maneira
individual ou coletiva, ações para criação intensiva de ideais.
Na terceira etapa, realiza-se o processo de prototipação, em que as
ideais selecionadas são testadas e, por fim, implementadas.
Cada uma destas etapas pode empregar diferentes técnicas para chegar
ao resultado proposto. Discutiremos algumas delas na sequência.
A primeira etapa de imersão compreende duas subfases chamadas de
imersão preliminar e imersão em profundidade.
Na imersão preliminar, toma-se contato com o problema ou a
oportunidade em reuniões realizadas com a equipe demandante do projeto.
Paralelamente, realiza-se uma pesquisa de caráter exploratório sobre o tema do
projeto para que essas informações compreendam seu contexto. Outra
modalidade de pesquisa, chamada de Pesquisa Desk, também deve ser
realizada para avaliar tendências relativas ao tema do projeto.
Na fase de imersão em profundidade, o que se busca é compreender as
demandas do potencial cliente que será atendido: busca-se responder desde às
perguntas sobre o que pensam, falam, fazem, utilizam, até seus conhecimentos,
sonhos e sentimentos. Para isso, são empregadas diversas técnicas para coleta
de informações diretas com pessoas-chave escolhidas para o processo:
entrevistas, observações anotadas em cadernos de sensibilização e sessões
generativas ou grupos focais que constituem dinâmicas de grupo específicas
para estimular os indivíduos a relatarem suas experiências e vivências. Os
resultados da imersão são expressos por meio de modelos conceituais, como
“personas” que representam, por exemplo, diferentes perfis de potenciais
clientes; blueprints, que constituem esquemas visuais (matrizes) e representam
todas as interações que o cliente travará com o produto ou serviço; e, ainda,
mapas conceituais.
Concluída esta etapa de imersão, para servir de base para a fase de
idealização, as principais informações obtidas na imersão são sintetizadas e
7
registradas em cartões impressos. Facilitarão a consulta e o manuseio das
informações.
Estes cartões podem ser afixados em diagramas de afinidades para
facilitar sua interpretação posterior, de acordo com os temas relacionados.
Na etapa de ideação, como o próprio nome indica, são empregadas
técnicas para o desenvolvimento de ideais para geração de oportunidades. Após
o estímulo do processo, as melhores opções devem ser selecionadas. Entre as
técnicas empregadas estão o processo de brainstorming, espaços de cocriação.
As ideais são registradas em um modelo de “cardápio de ideais” e, por fim,
analisadas em uma matriz de retorno x inovação. O evento de brainstorming
busca estimular a geração de ideais pelo grupo e a cocriação geralmente é
realizada por meio de um encontro organizado na forma atividades em grupo,
com o propósito de estimular a criação de soluções inovadoras para determinado
problema. A seleção das ideais passa, após seu registro, por uma análise em
uma matriz, que contempla o grau de retorno x o grau de inovação. As ideais
mais bem posicionadas na matriz, de acordo com a avaliação da equipe, serão
selecionadas.
Na fase de prototipação, são testadas e validadas as ideias. Caso se trate
de uma oportunidade de negócio relacionada a um produto, por exemplo,
dinâmicas com o emprego de desenho ou de modelos de representação com
brinquedos de encaixe podem ser adotados. Podem ser usados, ainda, recursos
mais sofisticados, como laboratórios de prototipação de produtos. Encenações
dramáticas também podem ser realizadas para simular situações como a
prestação de serviços e o atendimento ao cliente.
A fase de implantação é descrita também, mas extrapola o processo de
Design Thinking. Alcançar esta etapa é desfecho do processo. Logicamente, um
(mas não apenas este) dos aspectos que possibilitarão avaliar se o processo de
desenvolvimento da ideia foi bem-sucedido é se sua implementação ocorrer de
forma satisfatória.
8
TEMA 3 – MÉTODOS ÁGEIS
9
entregas contínuas do produto proposto. As entregas normalmente são
realizadas em ciclos com prazos definidos, chamados de Sprint.
O cliente demandante, que será o proprietário do produto, denominado
em inglês de Product Owner, aponta as funcionalidades a serem desenvolvidas
e que ficam em um artefato chamado de Product Backlog. As funcionalidades do
produto ou serviço devem estar priorizadas por valor de negócio.
Para iniciar os trabalhos, a equipe responsável pelo desenvolvimento de
produto realiza uma reunião de planejamento denominada Sprint Planning.
Nesta ocasião, o Product Owner apresenta para a equipe os itens mais
prioritários das funcionalidades demandadas para o produto e a equipe seleciona
aquelas que farão parte do desenvolvimento Sprint Backlog. Em um segundo
momento da reunião, a equipe detalhará e definirá como serão desenvolvidos os
itens do Sprint Backlog.
De acordo com a Stackify (2017), o desenvolvimento dos itens
selecionados deve ocorrer em um período de duas a quatro semanas. O
acompanhamento do progresso diário do desenvolvimento é realizado por meio
de reuniões chamadas de Daily, com 15 minutos de duração em média. A
reunião final para apresentação da solução ao cliente é denominada Review
Meeting e tem o propósito de não só apresentar a solução do item desenvolvido,
mas avaliar o que pode ser melhorado para o próximo Sprint, ou seja, a próxima
seleção de funcionalidades da lista do cliente, que será escolhida para o
desenvolvimento.
Os projetos sob o modelo Scrum adotam um responsável que deve se
comprometer com o resultado e as cobranças da equipe.
10
proximidade afetiva, religiosa e de parentesco. Já as relações de caráter
associativo são direcionadas pelos interesses individuais, que podem ser
alcançados por meio das interações com grupos e outros indivíduos. Podemos
exemplificar as relações de trabalho, as relações sindicais e as cooperativas.
Portanto, mesmo em um mundo interconectado por tecnologias da
informação e comunicação, sabe-se as estratégias colaborativas existem há
séculos e são uma constante em nossa sociedade.
Além disso, as organizações, sejam elas empresas ou outros tipos de
organizações, como o Estado, e de caráter voluntário, também realizam
estratégias de cooperação. Alianças estratégicas entre empresas, parcerias
público-privadas entre o Estado e empresas privadas ou mesmo parcerias entre
organizações não governamentais (ONGs) também fazem parte da nossa
realidade. É possível vislumbrar, segundo Boehs (2006), uma grande variedade
de modelos de parcerias entre organizações.
Neste sentido, é necessário ter em mente que quaisquer tipos de relações
colaborativas pressupõem interações entre grupos e indivíduos. Estas
interações podem conduzir aos resultados esperados pelas partes, ou seja, de
maneira que cada um dos envolvidos na cooperação saia ganhando com a
relação, do contrário, pode resultar em algum conflito. Para tanto, grande parte
das relações colaborativas estabelecem meios de garantir um mínimo de
previsibilidade, a fim de que as expectativas das partes envolvidas não sejam
frustradas (Boehs, 2006). Você pode pensar as relações colaborativas na forma
de ciclos de interação, em que geralmente podem ser identificadas três principais
fases no relacionamento. Na primeira, as partes se conhecem e criam
expectativas iniciais sobre a contraparte, ou seja, o possível parceiro. Na
segunda, são estabelecidos acordos, seja de modo informal ou por meio de
processos formalizados, como a assinatura de um contrato de negócios ou de
trabalho, por exemplo. Na terceira etapa, encerra-se a parceria, seja de modo
benéfico para as partes ou de modo litigioso. Quando um projeto de parceria e
colaboração se encerra entre dois indivíduos ou organizações, de modo positivo
para ambas as partes, elas podem resolver dar continuidade no processo
colaborativo. Portanto, ao pensar dessa forma, seja no contexto das relações
sociais, seja entre empresas, ou, ainda, no ambiente virtual da internet, tenha
como recomendação sempre estabelecer parcerias com alguém que você
acabou de conhecer, evitando incorrer em grandes riscos ou dispender muitos
11
recursos. Quando a interação demonstrar que sua contraparte é confiável, aí sim
você deve investir recursos e tempo, intensificando tais relações.
As estratégias colaborativas podem se estabelecer de várias formas,
como dito anteriormente. Podem estar baseadas em contratos ou em
expectativas informais estabelecidas entre pessoas. Podem se estabelecer
também no ambiente virtual da internet, à medida que você concede informações
a outras pessoas e empresas na internet, ou, ainda, quando aprova termos e
condições de provedores de serviços, por exemplo.
Agora que discutimos o processo colaborativo, vamos debater alguns
conceitos bastante difundidos atualmente, mas que podem gerar algum tipo de
confusão a respeito de estratégias colaborativas no contexto em que vivemos,
ou seja, no contexto imerso do uso de tecnologias de informação e comunicação.
Desde o surgimento da Internet, diversas práticas colaborativas têm se
consolidado. A própria ferramenta, surgida para a efetivação de práticas
colaborativas no âmbito militar nos Estados Unidos, acabou se difundindo na
sociedade civil inicialmente entre profissionais da área acadêmica e, depois,
para toda a sociedade. Na década de 1990, século XX, era possível identificar
como uma das práticas mais comuns na internet a troca de mensagens e
conteúdo de informação entre universitários e profissionais de especialidades
específicas. Atualmente, com a adoção comercial da Internet, as práticas
colaborativas se difundiram ainda mais com a emergência das redes sociais e
dos serviços pagos. As empresas têm estimulado a adoção da Internet por meio
de plataformas que permitem práticas colaborativas, a fim de promover ações de
publicidade e contratação de outros serviços vinculados às ferramentas que
permitem os mais variados tipos de serviços colaborativos. Por fim, o celular,
multiplicador das possibilidades de uso da Internet, veio potencializar ainda mais
as alternativas de tecnologias de informação que possibilitam estratégias
colaborativas entre pessoas e empresas. Os serviços de contratação e
prestação de serviços alternativos aos táxis, às ferramentas de avaliação de
serviços de empresas em tempo real, à contratação de serviços de locação
individual de imóveis em concorrência aos serviços tradicionais de hotelaria são
exemplos evidentes de serviços pagos que representam novas estratégias de
colaboração entre prestadores de serviços e consumidores do mundo real, que
transacionam suas parcerias no mundo virtual por meio de plataformas
tecnológicas de interação.
12
As atividades colaborativas, atualmente, assumem um papel importante
no processo de inovação e modelagem de novos negócios. Vimos até aqui que
em processos de Design Thinking são desenvolvidas atividades em grupo, com
o objetivo de rever processos, responder a problemas buscando soluções
inovadoras. Estas atividades também são classificadas como cocriação, em que
um grupo se organiza com o objetivo de resolver problemas e projetos
específicos.
Atividades colaborativas orientadas por objetivos pontuais costumam ser
diferentes do que se costuma chamar de “gestão colaborativa”.
De acordo com Camargo (2016), é possível identificar, dentro das
organizações, modos de orientar diversos processos de gestão por meio de
formas colaborativas, em oposição à realização destes processos sob a
orientação de uma autoridade ou liderança única.
Ainda segundo a autora, atividades como planejamento, atendimento ao
consumidor, gestão de projetos e orçamentos podem ser orientadas de forma
colaborativa. De fato, existem inúmeras iniciativas entre organizações e na
sociedade civil que evidenciam tais práticas. No entanto, é preciso estar atento
ao fato de que tais condições não necessariamente se tornaram uma tendência
entre as organizações tradicionais. Assim, diversas podem ser as vantagens na
adoção da gestão colaborativa, tais como o enriquecimento de iniciativas de
brainstorming, maiores chances de aprendizado e obtenção de conhecimento. A
autora alega, ainda, o potencial para a participação igualitária nas decisões e a
rapidez nos processos de mudança. Quanto a estes dois itens (decisões e
rapidez) há que se tomar cuidado ao afirmar que a gestão colaborativa possa
ser, de fato, uma vantagem. Muitas vezes, a falta de direcionamento no processo
colaborativo pode justamente atrasar o processo decisório por falta de consenso
e, com isso, afetar a rapidez necessária para processos de mudança.
Por fim, destacamos o conceito de economia colaborativa. De acordo com
o Sebrae, a economia colaborativa compreende todo tipo de iniciativa, seja no
âmbito individual ou entre organizações e indivíduos, em que se busca o
compartilhamento de recursos visando benefícios mútuos. Já citamos as
plataformas de internet relacionadas a serviços de transporte e hotelaria. No
entanto, tais iniciativas não se restringem apenas ao âmbito da Internet.
Iniciativas colaborativas que preveem a troca de serviços entre artistas
(fotógrafos, por exemplo, e profissionais da saúde ou construção, como dentistas
13
e engenheiros), modelos de negócio de lojas colaborativas, em que o dono de
um espaço cede o local para comercialização de diversos proprietários. Em
parceria, ambos saem ganhando. Há inúmeras possibilidades de modelos de
negócio colaborativos e a internet tem auxiliado pessoas a identificarem
potenciais parceiros. Plataformas de negócios específicas que aproximam estes
potenciais parceiros têm sido cada vez mais difundidas, de maneira que, a cada
dia, novas delas são criadas.
Portanto, o universo é vasto e promissor no âmbito das iniciativas
colaborativas. É preciso ter em mente que as iniciativas de colaboração
envolvem processos interativos que demandam relações de confiança entre os
parceiros. Pensar nesse processo como uma dinâmica cíclica de conhecer o
parceiro, firmar acordos e encerrar ou perpetuar parcerias pode ser útil na
manutenção do processo colaborativo a longo prazo.
15
Reconstrução de fronteiras de mercado;
Foco no panorama concorrencial, não nos números;
Atuação além da demanda atual;
Definição da sequência estratégica;
Superação das principais barreiras organizacionais;
Introdução da execução da estratégia.
TROCANDO IDEIAS
16
NA PRÁTICA
FINALIZANDO
Até aqui foi uma longa jornada! Falar e exemplificar ideais, modelos,
conceitos sobre os fundamentos da gestão nos trazem um repertório enorme de
ferramentas que podem ser empregadas tanto no âmbito pessoal quanto no
profissional, que atua em um ambiente de negócios.
É preciso ter em mente que, seja qual for nossa área de atuação, sempre
teremos de lidar com aspectos de gestão de recursos, gestão de
relacionamentos e gestão de rotinas, e isso independentemente do ambiente,
que pode ser doméstico, familiar, profissional empresarial, público ou no âmbito
do voluntariado.
Um profissional com formação em gestão deve ser ainda mais cobrado
pela sua capacidade de utilizar ferramentas adequadas em busca de resultados
e eficiência e, acima de tudo, respeitando sempre princípios éticos. Nos dias
atuais, no contexto político e econômico em que vivemos, não basta mais a
busca pela eficiência a qualquer custo. É preciso refletir e agir com coerência,
sabendo respeitar aspectos da limitação de recursos que exigem ações
sustentáveis e o bem comum por meio de ações que demonstrem princípios
éticos e transparência.
Portanto, desejamos que você explore ao máximo estas ferramentas que
lhe apresentamos: teste-as, reavalie-as, pesquise novas práticas e revise-as
17
sempre em favor da busca pelo aperfeiçoamento. As práticas atuais estão aí
para serem aperfeiçoadas e reinventadas!
Boa sorte!
18
REFERÊNCIAS
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