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Gestão Contemporânea
SÍNTESE DA DISCIPLINA
Simone Fernandes Queiroz
Sumário
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Unidade 1 Fundamentos da gestão
A forma com que uma determinada organização é gerida pode não ser muito bem
sucedida em outra organização. Ou uma boa decisão em uma situação específica pode
não ser a melhor decisão em outro determinado momento. Isso quer dizer que uma boa
gestão depende somente da profundidade dos conhecimentos técnicos de um gestor,
mas também de seu perfil administrativo. Um gestor pode possuir vários perfis. Eles
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contribuem para que um gestor possa estabelecer ações assertivas ou escolher as
técnicas mais adequadas para diferentes tipos de realidades enfrentadas.
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muito importante para o gestor porque o desenvolvimento de suas funções
depende do relacionamento com pessoas.
Habilidade Conceitual ou Sistêmica: consiste na capacidade de integração. Saber
visualizar a organização como um todo, suas necessidades e principalmente as
inter-relações e interdependência entre seus setores.
O gestor que ocupa o nível hierárquico mais alto necessita cuidar da organização
como um todo, necessita saber de sua interdependência para coordenar este todo, por
isso, a habilidade conceitual ou sistêmica deve se destacar neste profissional.
Por último, o gestor que ocupa o nível operacional deve entender das tarefas às
quais coordena e por isso, é necessário que tenha em destaque a habilidade técnica
referente àquela função.
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1.4 As funções do gestor: planejamento, organização, direção e controle.
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Unidade 2 A organização e suas estruturas
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Quanto à propriedade:
O terceiro setor existe uma vez que o setor público e o setor privado não estariam
conseguindo responder às demandas sociais: o primeiro, pela ineficiência; o segundo,
porque faz parte da sua natureza visar o lucro. Assim, surgem as organizações do
Terceiro Setor que atendem determinadas demandas sociais e não possuem finalidade
lucrativa.
Quanto ao tamanho:
Grandes
Médias
Pequenas
Micro
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As empresas são organizações. Características que diferenciam as empresas dos
demais tipos de organizações:
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(planejamento de compras), entre outros, objetivando a satisfação do cliente e a
redução dos custos da organização.
Marketing: o gestor de Marketing acompanha todas as atividades que contribuem
para a condução de um produto até o consumidor. Isso acontece a partir de um
trabalho em torno de quatro variáveis: produto (embalagem, peso, textura, cor,
sabor, design desejados pelo consumidor), preço (quanto o consumidor está
disposto a pagar, quanto cobra o concorrente, qual o impacto da mudança de
preços na imagem do produto), promoção (publicidade, propaganda, esforço de
vendas, relações públicas) e ponto de venda ou distribuição (como fazer o produto
chegar no menor tempo ao cliente certo). Também se ocupa da pesquisa de
mercado, em definir estratégias para o lançamento de produtos, orientar
campanhas de publicidade e atividades de vendas.
Finanças: um gestor financeiro planeja e coordena a vida financeira da
organização, define os melhores investimentos e lida com as receitas e despesas.
Muitas vezes ele acumula as tarefas de avaliar o fluxo de caixa futuro, gerir o
patrimônio líquido e imobilizado, maximizar aplicações financeiras. Nas instituições
financeiras, ele opera no mercado de capitais, analisando todas as variáveis
econômicas e quantitativas que influenciam os sistemas financeiros.
Pessoas: são alguns dos aspectos relacionados a um gestor de pessoas:
recrutamento, seleção, motivação, demissão, treinamento, desempenho, etc. É ele
quem coordena destes processos, cuida da segurança no trabalho, define e
implementa políticas de cargos, salários e benefícios, participa das negociações
salariais com sindicatos.
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2.5 A estrutura organizacional.
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Vários são os critérios que definem as formas departamentalização. Um critério de
departamentalização é a forma de atribuir tarefas e de especializar os blocos de trabalho.
Abaixo seguem quatro formas básicas de departamentalização.
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Dedicação às propriedades, culturas e particularidades de cada divisão geográfica.
Controle do desempenho e dos resultados de cada unidade territorial ou regional.
Por cliente: é aquela onde a divisão e as unidades de trabalho ocorrem com base
nos diferentes tipos de cliente que ela atende. Normalmente, estes clientes têm um perfil
e necessidades distintas que justificam um tratamento diferenciado. Esta diferenciação
pode ocorrer a partir do volume de compras, intensidade e frequência de atendimento,
entre outros. Entre as características da departamentalização por cliente estão:
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atribuição da responsabilidade ou delegação requer que o subordinado reporte a
seu superior informações sobre o desenvolvimento de determinada tarefa. Assim, o
subordinado deve informar a posição e a qualidade do desempenho da tarefa.
Centralização: a autoridade está concentrada em uma ou em poucas pessoas.
Descentralização: o poder de decisão está distribuído entre várias pessoas. É por
meio da delegação de responsabilidades que descentralizamos a tomada de
decisões. Em uma estrutura organizacional centralizada as decisões importantes
são tomadas por pessoas do mais alto nível. Já em uma descentralizada decisões
são tomadas em níveis hierárquicos mais baixos.
Organograma é a representação das decisões pertinentes à divisão do trabalho,
atribuição de autoridade e responsabilidade na execução de tarefas de uma
organização.
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Unidade 3 As teorias administrativas
Mas foi bem mais tarde, a partir do início do século passado que a administração
desenvolve a discussão de suas primeiras teorias assumindo a posição de uma ciência.
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A abordagem clássica da administração: teoria da administração científica, a teoria
clássica e a teoria burocrática.
Suas experiências de trabalho em várias fábricas durante este tempo lhe trouxeram
percepções sobre a ineficiência dos processos de produção adotados, desperdício, a falta
de definição de responsabilidades, a ocorrência de conflitos, a ausência de capacitação e
a falta de avaliação de resultados. Estes eram problemas até então sem solução.
Nos últimos 15 anos de sua vida, de 1901 a 1915, Taylor publicou suas principais
obras e liderou um grupo de idealizadores que desenvolveram as teorias da
administração científica no intuito de criar técnicas que contribuíssem para o aumento da
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produtividade nestas indústrias. Taylor é considerado o primeiro grande estudioso das
teorias administrativas e sem dúvida revolucionou os pensamentos daquela época.
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Princípio do Controle: verificar se o trabalho está sendo desenvolvido de acordo
com o que foi estabelecido.
Princípio da Execução: delegar responsabilidades para que a execução de tarefas
seja realizada de forma disciplinada.
Henry Ford
O mais conhecido dos seguidores de Taylor, Henry Ford nasceu em 1863 e morreu
em 1947. Iniciou sua vida profissional como operário mecânico. Começou a projetar
modelos de carros e em 1903 fundou a Ford Motor Company. Ford teve grande
percepção quando visualizou o grande público que desejava adquirir um automóvel e
popularizou um produto antes fabricado somente por encomenda para milionários.
Conseguiu fabricar automóveis simples, em grandes quantidades, com qualidade e a
preços acessíveis, revolucionando o comércio daquela época. Ford inovou estabelecendo
um adequado processo de linha de montagem que possibilitou a produção em série e em
massa sendo esta sua principal contribuição para a Administração Científica. Entretanto,
Ford falhou em manter esta estratégia ao longo dos tempos e continuar durante décadas
produzindo os mesmos modelos básicos de cor preta. Algumas décadas após, seus
concorrentes o ultrapassaram com modelos opcionais e em cores diversificadas.
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Henry Fayol nasceu em 1841 em Constantinopla e morreu em 1925 em Paris onde
viveu a maior parte de sua vida. Fayol era formado em engenharia de minas. Ao contrário
de Taylor que trabalhou como operário, Fayol sempre assumiu cargos de gerência. Foi
contratado por uma empresa de mineração e lá cresceu hierarquicamente até chegar, em
1888, ao posto de diretor geral. Publicou sua principal obra, o livro Administração
Industrial e Geral em 1916. Quando assumiu a empresa, a mesma se encontrava à beira
da falência e ao se aposentar em 1918, Fayol deixou a mineradora financeiramente
sólida. Seus estudos e teorias lhe deram o título de principal idealizador da Teoria
Clássica da Administração.
A teoria proposta por Fayol era bem diferente da proposta por Taylor. Enquanto
Taylor enfatizava as tarefas na conquista da eficiência e produtividade organizacional,
Fayol acreditava que a eficiência estava relacionada ao estabelecimento de uma estrutura
correta de funcionamento e à divisão de responsabilidades dentro desta estrutura.
Por meio da Teoria Clássica se discutiu também pela primeira vez os principais
critérios da departamentalização. Fayol definiu seis tipos de atividades dentro das
organizações que possuem forte interdependência:
Funções administrativas
Funções Técnicas
Funções Comerciais
Funções Financeiras
Funções de Segurança
Funções Contábeis
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Foi o primeiro a pensar na função do gestor e a diferenciá-la das funções daqueles
que não têm subordinados e são responsáveis pela realização de uma determinada
tarefa. Pensando nisso, Fayol classificou da seguinte forma as funções do gestor:
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Remuneração do pessoal: a remuneração deve ser justa, estabelecida de forma a
atender, simultaneamente, empregador e empregado e de acordo com os
ambientes interno e externo da organização.
Centralização: os poderes de decisão são concentrados no chefe, mas sem anular
a iniciativa dos subordinados;
Hierarquia: a autoridade e responsabilidade são estabelecidas do escalão mais alto
para o mais baixo.
Ordem: existe um lugar para cada coisa e pessoa.
Equidade: o tratamento na organização deve ser justo.
Estabilidade: a manutenção de equipes favorece o bom desempenho, a
rotatividade de pessoal compromete a eficiência da organização.
Iniciativa: deve-se estimular a criatividade na execução das tarefas e planos de
trabalho.
Espírito de equipe: a harmonia e união pessoal dentro das equipes de trabalho são
essenciais para a eficiência da organização.
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A teoria da burocracia proposta por Weber descreve que as organizações formais
se baseiam em leis, ou seja, em regras racionais que dependem da lógica e não de
interesses pessoais. Esta constatação ressalta a principal diferença das sociedades
burocráticas em relação aos demais tipos de sociedade.
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A conotação negativa que a palavra burocracia recebeu ao longo do tempo não é
fruto das concepções da burocracia, mas às suas disfunções. A burocracia, quando
utilizada de forma correta, acarreta em muitas vantagens para a organização, como:
O principal idealizador da Teoria das Relações Humanas foi George Elton Mayo,
psicólogo australiano, que nasceu em Adelaide, em 1880, e faleceu no ano de 1949. Elton
Mayo lecionou, durante anos, na Universidade da Harvard, nos Estados Unidos. Entre as
décadas de 20 e 30, Elton Mayo contribuiu para o desenvolvimento de estudos na
Western Electric Company, empresa que fabricava componentes para sistemas
telefônicos. A pesquisa ficou conhecida pelo nome de Hawthorne, bairro de Chicago onde
a empresa estava situada. O estudo de Hawthorne foi iniciado em 1924, por um grupo de
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pesquisadores, e se destinava, a princípio, a verificar se as variações na iluminação da
fábrica tinham efeito sobre o desempenho dos trabalhadores. A pesquisa apresentou
resultados muito diferentes daqueles esperados. Quando a intensidade da luz era
aumentada a produção aumentava. Entretanto, quando a intensidade da luz era
diminuída, a produção também aumentava.
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Grupos informais: os grupos sociais informais, criados dentro das organizações,
estabelecem suas próprias regras de conduta e influem no desempenho do
trabalhador.
Conteúdo do cargo: o conteúdo das funções desenvolvidas tem influência sobre o
desempenho do trabalhador. Trabalhos monótonos e rotineiros reduzem a
satisfação e eficiência.
Teoria Comportamental
Assim, uma vez satisfeita determinada necessidade, surge outra de maior nível.
Estas necessidades influem de maneiras muito diferentes em cada tipo de pessoa. Nem
todas as pessoas conseguem chegar ao topo da pirâmide e se autorrealizar e ainda que
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tenham conseguido, caso alguma necessidade inferior volte a se manifestar esta pessoa
irá retornar ao nível inferior e começar tudo novamente.
Fatores higiênicos: que se referem aos fatores que compõem o ambiente em que o
cargo está inserido e como a pessoa se sente em relação a este ambiente. Ou
seja, as condições de trabalho, o salário, os benefícios sociais, as normas e
regulamentos da mesma e os relacionamentos entre as chefias e seus
subordinados.
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Fatores motivacionais: se referem ao conteúdo do cargo e o modo como a pessoa
percebe este conteúdo. São as tarefas realizadas, o reconhecimento das mesmas,
as responsabilidades que elas demandam e autorrealização na execução destas
tarefas. Herzberg acreditava que para proporcionar motivação às pessoas no
ambiente de trabalho as tarefas desempenhadas deveriam sempre ser substituídas
por outras mais complexas oferecendo crescimento, desafio e satisfação
profissional.
Segundo a Teoria X:
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O trabalho para o homem é algo natural e que não gera, necessariamente,
desprazer;
As intervenções externas não são meios adequados para a obtenção da disciplina
e dos resultados;
As pessoas gostam de assumir responsabilidades e precisam ser preparadas para
isto;
As pessoas não se opõem automaticamente às necessidades da empresa. Quando
isto ocorre é fruto de experiências negativas;
As pessoas são criativas e possuem habilidades para solucionar problemas.
Sistema Fechado: sistema isolado que não interage com seu ambiente.
Teoria Sistêmica: aquela que entende que a organização não funciona de forma
isolada. Ela é parte integrante de um todo, ou seja, de um ambiente social e se relaciona
com agentes e fatores pertencentes a este ambiente.
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O Ambiente Externo de um ambiente organizacional se divide em:
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Teoria contingencial: aquela que entende que o ambiente o qual pertence a
organização é um ambiente turbulento e de constantes mudanças e que a organização
deve encontrar diferentes caminhos e meios para se adaptar a ele.
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Unidade 4 Temáticas contemporâneas da gestão
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objetivos organizacionais. Estes agentes também são chamados stakeholders.
Com isso, paralelamente aos objetivos organizacionais, surgiu uma preocupação
com os objetivos sociais. Isso significa que as organizações passaram a ter uma
responsabilidade social junto aos seus colaboradores, consumidores,
fornecedores, com a comunidade local entre outros grupos de agentes que com ela
se envolvem. Assim, podemos definir responsabilidade social de uma organização
é a extensão de seu papel além dos objetivos econômicos.
Desenvolvimento sustentável: definido como aquele que atende as necessidades
presentes sem comprometer a capacidade de atendimento das necessidades das
gerações futuras. Este conceito reflete na maneira como as organizações
contemporâneas exploram seus recursos, orientam seus investimentos, se
desenvolvem tecnologicamente ou estabelecem mudanças organizacionais.
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