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TÓPICOS AVANÇADOS EM INOVAÇÃO E ESTRATÉGIA

 Aula 1 - Geração de valor

 Aula 2 - Ecossistemas de inovação

 Aula 3 - Aspectos legais, fiscais e tributários de incentivo à inovação

 Aula 4 - Sistema de fomento ao empreendedorismo

 Aula 5 - Revisão da unidade

 Referências Imprimir

Aula 1

GERAÇÃO DE VALOR
A essa altura do nosso curso, você já sabe que na economia moderna, a inovação é um elemento-chave
para o sucesso empresarial.

INTRODUÇÃO

Olá, estudante! A essa altura do nosso curso, você já sabe que na economia moderna, a inovação é um
elemento-chave para o sucesso empresarial. Portanto, para que uma empresa possa inovar e criar produtos
ou serviços de maior valor agregado, é necessário entender tanto a dinâmica da cadeia de valor quanto as
características das redes de inovação do mercado de atuação.

A cadeia de valor da inovação é um modelo que visa analisar todas as etapas do processo de inovação e seus
impactos para a empresa. Nesta aula, você verá em detalhes todos os componentes da cadeia de valor da
inovação e como eles se correlacionam para formar um ciclo eficiente e lucrativo. Além disso, vamos analisar
como as redes de inovação funcionam, quais são seus principais benefícios e desafios, e como as empresas
podem se inserir e se beneficiar desse ecossistema de inovação.

Bom estudo!
POTENCIALIZANDO A GERAÇÃO DE VALOR DA INOVAÇÃO

A inovação é um processo fundamental para a sobrevivência de qualquer negócio, e a cadeia de valor é uma
forma de identificar e gerenciar todos os elos que fazem parte deste processo, como pesquisa e
desenvolvimento, design, produção, marketing e distribuição.

A definição de cadeia de valor foi publicada pelos autores Hansen e Birkinshaw em um artigo da Harvard
Business Review (HBR) em 2007, e diz que é uma metodologia que busca transformar ideias em projetos
sólidos e resultados visíveis, levando em conta as especificidades de cada negócio onde vier a ser aplicada
(Nonato, 2023). Explicando melhor, a cadeia de valor da inovação permite que as empresas identifiquem
oportunidades de melhoria e crescimento, além de possibilitar a criação de produtos e serviços que atendam
às necessidades dos clientes e gerações de valor para a empresa.

Segundo Ferreira (2020), Hansen e Birkinshaw definiram um framework para as empresas poderem identificar
os seus obstáculos e direcionar esforços na resolução dos problemas, e foi então que o chamaram de cadeia
de valor da inovação. Cinco longos projetos de pesquisa foram feitos na última década com mais de 130
executivos de 30 multinacionais entrevistados junto a 4 mil colaboradores em cargos não executivos em 15
multinacionais e, com isso, a cadeia de valor da inovação foi definida em três fases de forma sequencial:
geração, conversão e difusão das ideias. Dentro dessas fases, existem seis tarefas críticas, que são:

Busca interna;

Busca entre unidades;

Busca externa;

Seleção;

Desenvolvimento;

Propagação da ideia para toda a empresa.

Perceba como as duas primeiras tarefas críticas priorizam a geração de ideias com quem está dentro da
empresa, por considerar que essas pessoas conhecem a realidade mais de perto, mas as propostas vindas da
busca externa não devem ser ignoradas, pois partem de um olhar diferenciado e podem oferecer um
significado valioso à cadeia de valor da inovação.

Essa busca externa é feita com a cooperação das redes de inovação e tem se mostrado uma importante
ferramenta para o desenvolvimento de novos produtos, processos e tecnologias em diversos setores da
economia. Por meio da colaboração entre empresas, universidades, instituições de pesquisa, startups,
governo e outros atores, essas redes promovem a troca de conhecimentos e experiências, o acesso a recursos
e informações, e a realização de projetos conjuntos.

Outras motivações para a formação das redes de inovação estão relacionadas com a redução da incerteza e
da complexidade inerentes ao processo de inovação. As redes podem apresentar uma resposta para reduzir a
incerteza e grau de irreversibilidade do processo de inovação, reduzindo os investimentos individuais e os
riscos da empresa no desenvolvimento de um novo produto, processo ou tecnologia, aumentando a
flexibilidade e reversibilidade dos comprometimentos e reduzindo a assimetria de informações sobre o
mercado (Caulliraux et al., 2007).

Ao tomar proveito da cadeia de valor da inovação, as empresas conseguem investir em novas ideias e
tecnologias para se manterem relevantes no mercado, criando um ambiente propício ao desenvolvimento de
projetos inovadores que visam resolver problemas e atender às necessidades dos clientes de maneira
eficiente e eficaz. Além disso, valorizam a colaboração entre suas equipes, estimulando a criatividade e a troca
de conhecimentos para que os projetos alcancem resultados excepcionais.
DETALHAMENTO A CADEIA DE VALOR DA INOVAÇÃO E SUAS IMPLICAÇÕES

A correta aplicação da cadeia de valor da inovação é crucial para o sucesso das empresas por ajudá-las a
identificar e avaliar os elementos críticos envolvidos em cada etapa do processo de criação de valor, desde a
identificação de oportunidades até o lançamento de um produto ou serviço.

As três principais etapas da cadeia de valor da inovação, definidas por Hansen e Birkinshaw em seu artigo, são
(Ferreira, 2020):

1. Geração de Ideias: esta é a etapa inicial da cadeia de valor da inovação, em que ocorre a pesquisa e o
desenvolvimento de novos produtos, tecnologias ou serviços. Esta fase é caracterizada pelo alto risco e
alto investimento, pois envolve a exploração de novas ideias e tecnologias que podem não ter um
mercado estabelecido ou serem viáveis. Nesta fase, é importante investir em recursos humanos e
tecnológicos, pesquisa de mercado, prototipagem e testes.

2. Conversão de ideias: após a fase de pesquisa e desenvolvimento, a etapa de produção e conversa


começa. Nesta fase, é importante que as empresas otimizem seus processos de produção e reduzam
custos para garantir a eficiência da cadeia de valor. É necessário também investir em canais de
distribuição eficazes para alcançar o público-alvo e comercializar o produto ou serviço inovador.

3. Difusão de ideias: na fase final da cadeia de valor da inovação, ocorre o marketing e a venda do produto
ou serviço inovador. É importante investir em estratégias de marketing eficazes que ajudem a construir
uma imagem de marca forte e se destaquem no mercado. A venda também deve ser realizada de forma
eficiente, focando canais de venda que atendem aos requisitos do público-alvo e capazes de converter as
vendas em receita.

No Quadro 1 a seguir você verá as perguntas-chave e indicadores utilizados para acompanhar a performance
da implementação da cadeia de valor da inovação:

Quadro 1 | Perguntas-chave e indicadores da cadeia de valor da inovação

Geração de ideias Conversão Difusão

Externa Desenvolvim
In-house Polinização Disseminaçã
Seleção ento
cruzada o
Colaboração
Criação com atores Triagem e Movimento da
dentro de Colaboração externos da Disseminação
financiamento ideia ao
uma entre as firma por toda a
inicial primeiro
unidade unidades empresa
resultado
Nós somos
Nós somos
As pessoas Nós geramos bons em
Nós temos Nós somos bons em
da área boas ideias a transformar
Perguntas bons contatos bons em difundir as
geram partir da ideias em
chave fora da priorizar ideias
ideias com colaboração negócios e
empresa? novas ideias? desenvolvidas
autonomia? entre áreas? melhores
?
práticas?

% de
penetração
% de todas as
Número de Número de boas % de todas as em mercados
Principais Número de ideias
boas ideias ideias geradas a ideias geradas e clientes
indicativos boas ideias financiadas
geradas partir da que foram novos ou
de geradas fora que geraram
dentro da conexão entre selecionadas número de
performance da empresa resultado de
área áreas e financiadas meses para a
negócio
penetração-
alvo

Fonte: adaptada de Ferreira (2020).

Transformar ideias em produtos ou serviços no mercado não é simples, ainda mais quando são ideias
inovadoras (Ferreira, 2020). Portanto, é preciso que a cadeia de valor da inovação dentro da corporação seja
mapeada e acompanhada de forma contínua e para todas as áreas, para que seja possível identificar os
pontos fortes e fracos da cadeia (Ferreira, 2020).

Ao identificar os pontos fracos da cadeia, muitas lideranças de inovação não conseguem encontrar as
respostas que precisam para superá-los dentro da própria organização. É nesse contexto que a formação de
redes de inovação é incentivada, sendo um mecanismo para a difusão da inovação por meio da colaboração e
interação e uma nova forma de organização para a geração do conhecimento (Teixeira; Ramos, 2018).

Ainda segundo Teixeira e Ramos (2018), citando estudiosos do tema, as redes de inovação têm três
implicações importantes:

Estabelecem um dispositivo de coordenação que facilita e apoia a aprendizagem entre empresas;

Possibilitam o aproveitamento de sinergias necessárias para o domínio de soluções tecnológicas de


natureza diversificada e complexa;

Criam um ambiente colaborativo que permite explorar a sinergia resultante da união de diversas
habilidades tecnológicas em uma estrutura organizacional (ou entre diversas organizações).

Os projetos implementados em empresas inovadoras têm características distintas dos demais exatamente
por serem pautados no correto aproveitamento da cadeia de valor da inovação com a união dos
conhecimentos internos e da estrutura proporcionada pelas redes de inovação. Além disso, essas empresas
estão sempre buscando aprimoramento e adaptação constante às mudanças, o que torna os projetos
implementados em suas rotinas mais flexíveis e ágeis.

CASOS DE SUCESSO DE REDES DE INOVAÇÃO

Como já vimos, as redes de inovação são formadas por empresas, instituições de pesquisa e outras
organizações com o objetivo de criar ideias e soluções para problemas específicos. É por causa delas que, ao
encontrar uma barreira na primeira etapa da cadeia de valor da inovação, a de geração de ideias, a
organização consegue buscar boas ideias com o ecossistema externo. Algumas dessas redes têm tido casos
de sucesso notáveis na contribuição para a inovação global e vamos citar alguns casos a seguir.

A InnoCentive, por exemplo, é uma rede global de inovação que conecta empresas com problemas específicos
a uma comunidade on-line de solucionadores de problemas. Eles usam o conhecimento da rede para
identificar soluções inovadoras e oferecem recompensas para aqueles que resolvem os desafios com sucesso.
Os desafios postados na InnoCentive variam de problemas científicos e técnicos a questões comerciais e
sociais e são postados por uma variedade de clientes, desde pequenas startups até grandes corporações,
agências governamentais e organizações não governamentais (ONG). A plataforma da InnoCentive tem sido
usada para encontrar soluções para problemas em vários setores, incluindo saúde, energia, meio ambiente e
tecnologia.

Sob a ótica do empreendedorismo, outra rede de inovação bem-sucedida é o Centro Incubador de Empresas
Tecnológicas (CIET), uma organização que oferece suporte e serviços a empresas emergentes e startups do
setor de tecnologia. Dentre as ofertas aparecem os espaços físicos de trabalho, consultoria empresarial,
serviços de gestão e financiamento e conexão com redes de investidores e mentores. O principal objetivo do
CIET é ajudar as startups a se tornarem negócios sólidos e lucrativos, fornecendo-lhes as ferramentas e o
suporte necessários para o sucesso e estimular a inovação e o desenvolvimento de novas tecnologias, o que
contribui para o crescimento econômico e o fortalecimento da competitividade do país. Além disso, o CIET
costuma estar ativamente envolvido na comunidade de empreendedores e startups, organizando eventos e
programas de treinamento para incentivar a troca de ideias e a colaboração entre empresas.

Por último, podemos citar o Amcham Lab, plataforma que contribui para encontrar as soluções de inovação
para cada momento da estratégia de um negócio, ajudando as empresas tradicionais a se conectarem e
acelerarem seus negócios (AMCHAM, 2022). O laboratório conta com lideranças preparadas e inseridas na
cultura e mentalidade do mundo da inovação, ao mesmo tempo que conecta startups com grandes
corporações, dado que elas têm os recursos que as startups precisam para crescer, sejam financeiros ou não,
e os compartilham (AMCHAM, 2022).

Esses são apenas alguns exemplos de redes de inovação bem-sucedidas, e mostram que essas organizações
têm grande impacto na criação de soluções inovadoras que podem realmente mudar o mundo. Por meio
dessas redes, é possível acessar novas ideias, conhecimento e parcerias estratégicas, fatores essenciais para o
desenvolvimento de novos produtos e serviços e, consequentemente, para o crescimento sustentável das
empresas.
VIDEO RESUMO

Neste vídeo, apresentamos a importância das redes de inovação e como a cadeia de valor de inovação pode
ser utilizada para tornar o processo de inovação mais eficiente.

Você entenderá como as empresas podem se conectar em rede para compartilhar recursos e conhecimentos,
bem como a importância da colaboração em todas as etapas da cadeia de valor.

Vamos em frente!

 Saiba mais
Para se aprofundar no estudo que trata de redes de cooperação em inovação, vale a leitura completa do
e-book Redes: alinhamento conceitual: https://via.ufsc.br/wp-content/uploads/2018/05/e-book-
Redes.pdf.

Aula 2

ECOSSISTEMAS DE INOVAÇÃO
Nesta aula você aprenderá sobre os ecossistemas de inovação e a importância dos atores envolvidos
neles, como empresas, universidades, governos e a comunidade empreendedora.

INTRODUÇÃO

Nesta aula você aprenderá sobre os ecossistemas de inovação e a importância dos atores envolvidos neles,
como empresas, universidades, governos e a comunidade empreendedora. Também será abordada a
relevância das fontes locais de tecnologia na geração de inovação e a relação entre tecnologia e
competitividade internacional, mostrando o papel das empresas que investem em pesquisa e
desenvolvimento e da proteção dos direitos de propriedade intelectual como fatores decisivos para a
competitividade.

Assim, a aula servirá como uma introdução importante para a compreensão do papel dos ecossistemas de
inovação na promoção do desenvolvimento econômico sustentável de um país.

Bons estudos!

CONCEITUANDO OS ECOSSISTEMAS DE INOVAÇÃO


A palavra ecossistema tem sua origem na descrição de uma comunidade de microrganismos vivos que
interagem com os elementos não vivos da natureza, como o ar, a terra, o sol e a água, em prol de crescimento
e prosperidade.

No mundo corporativo, quando empresas, universidades, empreendedores e governo se unem para criar um
ambiente colaborativo e inovador, em que todos trabalham para desenvolver ideias, crescer juntos e
compartilhar resultados em comum, o nome disso também é ecossistema de inovação (Georgiane, 2019). Eles
são importantes para fomentar a pesquisa e o desenvolvimento de novas tecnologias, além de promover a
competitividade e a progressão econômica de uma região, e oferecem recursos, financiamentos, mentorias,
aceleradoras, eventos e infraestrutura de trabalho compartilhado que permitem que ideias cresçam, se
expandam e se transformem em negócios bem-sucedidos.

O valor de um ecossistema de inovação está no acesso ao fluxo de informações para os diversos atores desse
ecossistema, que estão representados na Figura 1 a seguir:

Figura 1 | Os cinco atores de um ecossistema de inovação

Fonte: adaptada de Mendonça (2022).

Além do fluxo de informações, para que um ecossistema de fato promova o desenvolvimento da economia da
região que atua, principalmente quando os empreendedores fazem parte desse ecossistema, é importante
também o fomento ao desenvolvimento local de tecnologia. Com o desenvolvimento tecnológico, é possível
planejar, adequar ou implementar novas tecnologias e inovações nas empresas, que terão novos processos e
produtos ou serviços que atendam de forma personalizada às demandas do mercado consumidor.

No Brasil, algumas agências de fomento científico são importantes por financiarem recursos para
pesquisadores na aquisição de equipamentos e materiais de consumo que vão contribuir na produção de
pesquisas (Rocha, 2023). Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (Capes) e Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) estão entre os exemplos que podemos
mencionar.
O progresso tecnológico é uma dimensão-chave do desempenho dos países na economia internacional, tanto
do ponto de vista do crescimento econômico como do comportamento exportador (Pereira; Porcile; Furtado,
2011). As empresas que investem em tecnologia e desenvolvem produtos avançados têm mais chances de
conquistar novos mercados e aumentar sua participação no mercado global. Além disso, a tecnologia é crucial
para a eficiência dos processos produtivos, o que resulta em melhores produtos a preços mais competitivos.
Países que incentivam a inovação tecnológica e a formação de mão de obra qualificada estão mais bem
preparados para enfrentar a concorrência internacional e as mudanças no mercado global.

Dados reais corroboram esse cenário e evidenciam a relevância do tema no mundo corporativo. Uma
pesquisa com 83 empresas brasileiras feita pela International Data Corporation (IDC Brasil) indica que 39,8%
buscam investir em tecnologia para aumentar a produtividade da organização, 34,9% para aprimorar
produtos e serviços e 33,7% para tirar maior proveito de dados como fonte de receita (Braun, 2023).

AS CARACTERÍSTICAS DOS ECOSSISTEMAS DE INOVAÇÃO

E qual o papel desempenhado por cada um dos atores de um ecossistema de inovação? Vamos estudar esse
tema mais a fundo.

Começando pelo governo, em ecossistemas bem-sucedidos, ele atua como um facilitador na sua área de
influência para gerar concordâncias a respeito de legislações e regulamentações favoráveis à inovação e ao
empreendedorismo. Além disso, cabe a ele prover recursos financeiros para as etapas de maior risco ou que
ainda não estejam maduras o suficiente para atrair o setor privado e articular atores em torno de objetivos e
políticas comuns, financiando bases de dados e estudos para apoiar a tomada de decisão de investidores
(Mendonça, 2022).

Partindo para o setor privado vêm as corporações, que têm a demanda pelas soluções para os problemas
existentes na sociedade. Por terem poder de compra, elas exercem papéis de direcionadoras dos esforços de
pesquisa e desenvolvimento, de financiadoras em prol da inovação de outros elos da cadeia, e de
consolidadoras das demandas do mercado (Mendonça, 2022).

Em um ecossistema vibrante, as universidades desempenham papéis essenciais como formar pessoas


qualificadas para os demais atores, transferir para o mercado tecnologias geradas em seus laboratórios e
acelerar o processo de criação e desenvolvimento de startups (Mendonça, 2022).

Os atores que oferecem capital de risco são os investidores. Eles têm o papel de mapear e viabilizar
tendências, dado que analisam diversas propostas de investimento e têm uma visão privilegiada acerca de
mudanças setoriais disruptivas. Portanto, são fundamentais para conectar boas ideias e tecnologias com o
capital necessário para transformá-las em negócios inovadores bem-sucedidos (Mendonça, 2022).

Por fim, mas talvez o mais importante ator, vem o papel do empreendedor. É o elemento que conecta toda a
oferta de valor que os outros atores têm a oferecer para um ecossistema, articula demandas comuns entre
eles, passa a experiência de quem está fazendo na prática e, claro, continua empreendendo e inovando,
gerando emprego, renda e desenvolvimento econômico e social para o país (Mendonça, 2022).
Um bom exemplo de ecossistema de inovação são os parques tecnológicos. Eles podem ser de dois tipos: o
industrial, voltado para a produção de tecnologia, e o científico, focado na pesquisa e desenvolvimento.

Alguns dos principais desafios dos parques tecnológicos brasileiros para o futuro são (Carioni, 2020):

Dependência de investimentos públicos para viabilização da infraestrutura (asfaltamento, energia


elétrica, internet, telefonia e saneamento básico);

Maior aproximação entre comunidade científica e mercado;

Mais iniciativas de incentivo à cultura de inovação, pesquisa e desenvolvimento nas empresas locais.

Investimento para enfrentar esses desafios é importante para manter a competitividade nacional no campo
do desenvolvimento tecnológico, afinal, dados do IMD (International Institute for Management Development),
escola de negócios da Suíça, revelam que o Brasil caiu para a 52ª posição do ranking de competitividade
digital, quando comparado com 2021, ano em que ocupou a 51ª posição da lista (Causin, 2022).

OS ESTÁGIOS DE MATURIDADE DE UM ECOSSISTEMA DE INOVAÇÃO

A fim de cultivar um ecossistema de inovação próspero, é essencial implementar determinadas práticas e


recursos que encorajam o seu crescimento. É por meio desse conjunto de ações que podemos avaliar a
maturidade de um ecossistema de inovação, que normalmente é avaliado com base em cinco categorias
(Pickert, 2021):

1. Dinheiro: financiamento e despesas com desenvolvimento de tecnologia (P&D);

2. Pessoas: capital humano combinado com a mentalidade certa;

3. Governo: ambiente político e governamental favorável ao empreendedor;

4. Know-how: experiência e conhecimento;

5. Rede de contatos: rede de apoio para o crescimento.

O primeiro estágio de maturidade é a fase de criação do ecossistema e, por isso, após estabelecer os objetivos
e uma visão a longo prazo, a liderança foca as categorias 1 e 2, partindo para captar financiadores dispostos a
dedicar dinheiro para a realização das iniciativas de inovação e desenvolvimento tecnológico, e formalizar a
participação das pessoas que farão parte do ecossistema, que normalmente são as corporações e centros de
pesquisa.

O segundo estágio é o desenvolvimento da infraestrutura, no qual são criados espaços físicos e virtuais para
que os atores de inovação possam trabalhar. Além disso, são estabelecidos programas de financiamento e
recursos para apoiar as startups, bem como é formalizada a participação do governo (categoria 3) para tornar
possível as inovações desenvolvidas por meio dos incentivos e legislações

O terceiro estágio é a consolidação do ecossistema, em que ele começa a amadurecer e a produzir resultados
concretos, conseguindo transmitir conhecimento para além das fronteiras do ecossistema (categoria 4).
Empresas começam a gerar lucro e retornos elevados sobre o investimento são esperados, favorecendo o
efeito de rede (categoria 5), que nada mais é do que a atração de novos atores interessados em fase parte do
ecossistema.

O quarto e último estágio é o de expansão global, no qual o ecossistema de inovação é reconhecido


mundialmente por seus avanços e é uma referência para outras comunidades, com todas as categorias muito
bem implementadas.

Quando mais atividades de apoio são implementadas no ecossistema, mais atores tem a possibilidade de
conseguir oportunidades para atingir todo o seu potencial (Pickert, 2021).

Segundo Teixeira, Trzeciak e Varvakis (2017), estudiosos enfatizam que a saúde de um ecossistema é
importante, e apresentam as seguintes variáveis para mensurá-la:

Produtividade: a efetividade da produção é a capacidade da rede em converter tecnologia e outros


recursos de inovação em diminuição de despesas e lançamento de produtos diversos. Para avaliar esse
aspecto, o ROI (retorno sobre o investimento) é uma medida recomendada.

Robustez: diz respeito à capacidade de manter-se estável diante de mudanças radicais, incluindo
mudanças inesperadas de tecnologias ou outras perturbações significativas. Essa variável pode ser
mensurada pela taxa dos atores que sobrevivem no ecossistema ao longo do tempo ou em uma
comparação com outros ecossistemas.

Criação de nichos: relaciona-se à habilidade de absorver e incentivar a criação de novos negócios. Uma
métrica robusta para mensurar essa variável é a taxa de criação de novas funções significativas para a
inovação.

Entende-se que os ecossistemas de inovação estão cada vez mais relevantes, possibilitando a interação entre
diversos setores e áreas, impulsionando o desenvolvimento tecnológico e conhecimento em determinada
região geográfica. Essa interação colabora para criação de plataformas, prospecção de tecnologias, alianças
estratégicas entre os envolvidos, bem como outras ações que visam à convergência de investimentos para o
avanço de produtos, serviços e tecnologias que fortalecem o potencial econômico da localidade (Teixeira;
Trzeciak; Varvakis, 2017).

VÍDEO RESUMO

No vídeo desta aula, vamos discutir os ecossistemas de inovação e como a tecnologia é vital para a
competitividade nacional.

Nos dias de hoje, a inovação é um fator-chave para o desenvolvimento econômico de um país, então também
veremos como o incentivo à pesquisa e ao desenvolvimento de tecnologias pode gerar um ambiente favorável
para negócios e avanços significativos nas áreas de saúde, infraestrutura e educação, entre outras.

Acompanhe!
 Saiba mais
Para aprofundar os conhecimentos a respeito de ecossistema de inovação, vale estudar esse material
produzido pela Via Revista.

Aula 3

ASPECTOS LEGAIS, FISCAIS E TRIBUTÁRIOS DE INCENTIVO


À INOVAÇÃO
Olá, estudante! Para incentivar as empresas a investirem em novas tecnologias, os governos oferecem
benefícios fiscais e tributários à inovação.

INTRODUÇÃO

Olá, estudante! Para incentivar as empresas a investirem em novas tecnologias, os governos oferecem
benefícios fiscais e tributários à inovação. Esses incentivos podem ser concedidos de formas diversas, desde a
redução de impostos até a isenção de taxas, dependendo do país e da legislação local. No entanto, é
fundamental que os empresários e gestores estejam atentos aos aspectos legais relacionados aos incentivos
fiscais e tributários à inovação, a fim de evitar problemas com a Receita Federal e outros órgãos fiscalizadores.

Nesta aula serão abordados os principais tipos de incentivos fiscais e tributários à inovação existentes, assim
como os aspectos legais envolvidos em sua aplicação. Será uma oportunidade para você entender como as
empresas podem obter vantagens financeiras ao investirem em inovação, sem comprometer a conformidade
com a legislação.

Bons estudos!

A IMPORTÂNCIA DOS INCENTIVOS E LEIS GOVERNAMENTAIS PARA A PRÁTICA DA INOVAÇÃO

Os incentivos fiscais e tributários à inovação são medidas governamentais que visam estimular as empresas a
investir em pesquisa e desenvolvimento de produtos e serviços. Esses incentivos podem ser concedidos por
meio de benefícios fiscais ou tributários, como a redução de impostos e a isenção de tributos. O objetivo é
fomentar a economia do país e fortalecer a competitividade das empresas no mercado global.

Como uma iniciativa governamental, este tipo de benefício está alicerçado na constituição brasileira, que
afirma em seu artigo 218: “o Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa, a
capacitação científica e tecnológica e a inovação” (BRASIL, 1988, [s. p.]). Como veremos posteriormente, tendo
a constituição como base, diversas legislações foram desenvolvidas com o objetivo de estimular a inovação,
valendo-se da proposição de incentivos fiscais e tributários (Laks, 2016).
Além disso, a inovação é vista como uma importante ferramenta para o desenvolvimento sustentável,
permitindo a criação de soluções mais eficientes e sustentáveis. Portanto, os incentivos fiscais e tributários à
inovação são fundamentais para incentivar as empresas a investirem em desenvolvimento tecnológico e na
criação de novos produtos e serviços.

Os incentivos fiscais e tributários, bem como a prática legal da inovação, são fundamentais para impulsionar o
desenvolvimento econômico e social dos países. Eles têm como objetivo estimular a criatividade e o
empreendedorismo, além de promover a sustentabilidade e a competitividade nos mercados nacional e
internacional.

Incentivar fiscal e tributariamente as empresas, permite que aquelas que investem em pesquisa,
desenvolvimento e inovação, reduzam seus custos com impostos e tributos, colhendo benefícios financeiros
antes ausentes, e permitindo que esses montantes sejam reinvestidos em inovação, se assim for desejado,
gerando um ciclo virtuoso. Já a prática legal da inovação oferece proteção aos direitos de propriedade
intelectual, como patentes, marcas e copyrights, incentivando os investimentos em novas tecnologias e
processos.

Dessa forma, os incentivos fiscais, tributários e a prática legal da inovação contribuem para o aumento da
produtividade, da competitividade e do crescimento econômico dos países. Além disso, eles contribuem para
a geração de oportunidades de emprego, ajudam a melhorar a qualidade de vida da população e
incrementam a capacidade de exportação de bens e serviços.

Os governos, por sua vez, têm um papel fundamental na promoção desses estímulos, criando políticas
públicas e programas de incentivo que atendam às necessidades e desafios de cada setor. É importante que
exista um ambiente regulatório favorável e que as políticas públicas sejam respeitadas, para que haja um
fomento à inovação que garanta um crescimento sustentável não só para as empresas, mas para todo o país.

Por fim, incentivos fiscais, tributários e a prática legal da inovação são essenciais para a construção de uma
sociedade mais justa e próspera, em que as empresas tenham a segurança necessária para investir em
pesquisa, desenvolvimento e inovação, transformando ideias em soluções concretas para os desafios do
mundo atual.

INCENTIVOS E LEIS PARA A PRÁTICA DA INOVAÇÃO

Como vimos na seção anterior, o Brasil tem um sistema de incentivo tributário à inovação que visa estimular o
investimento em pesquisa e desenvolvimento (P&D) pelas empresas. Esses incentivos são regulamentados
pela Lei do Bem (Lei nº 11.196/2005) e consistem em:

Dedução no imposto de renda: as empresas que realizam projetos de P&D podem deduzir do imposto
devido até 34% dos gastos com as atividades de pesquisa. Esse percentual pode variar de acordo com o
tipo de projeto e a modalidade de execução.

Desoneração da folha de pagamento: as empresas que atuam em setores considerados estratégicos para
o desenvolvimento tecnológico podem optar pela desoneração da folha de pagamento. Nesse caso, as
empresas deixam de pagar a contribuição previdenciária patronal de 20% sobre a folha de pagamento e
passam a contribuir com uma alíquota sobre a receita bruta.

Depreciação acelerada: as empresas que realizam investimentos em ativos consumíveis utilizados em


P&D, como equipamentos e materiais de laboratório, podem fazer a depreciação acelerada desses bens.
Isso significa que a empresa pode deduzir, em um curto período, uma parte maior dos gastos incorridos
com esses ativos.

Além desses incentivos previstos na Lei do Bem, há outras iniciativas de fomento à inovação no Brasil, como o
Programa de Apoio à Inovação Tecnológica nas Empresas (PAITE) e o Programa Inovação Tecnológica em
Pequenas Empresas (PIPE) da Fapesp. Esses programas oferecem financiamento para projetos de P&D em
diversas áreas, além de suporte técnico para as empresas desenvolverem seus projetos de forma mais
eficiente.

Já com relação às leis que regem a execução correta da prática da inovação, podemos mencionar as
principais:

A Lei de Propriedade Industrial, de 1996, estabelece as regras para o registro de patentes, marcas e
desenhos industriais no país. O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) é o órgão responsável
por administrar esses registros e proteger a propriedade intelectual no Brasil (Giordano, [s. d.]).

A Lei de Inovação, de 2004, cria incentivos para a pesquisa, desenvolvimento e inovação nas empresas,
universidades e institutos do país. Essa lei também estabelece a criação de fundos de investimento em
empresas inovadoras e facilita a transferência de tecnologia entre as empresas e as instituições de
pesquisa (Semadesc, [s. d.]).

O Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação, de 2016, estabelece regras para a colaboração entre as
instituições de pesquisa e as empresas e visa estimular a inovação tecnológica no país (Sebrae, 2022).

Em resumo, a inovação no Brasil é protegida e incentivada por diversas leis e regulamentos, que visam
estimular a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias e o registro e proteção da propriedade intelectual.

PRINCIPAIS INCENTIVOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS BRASILEIROS

O Brasil tem pelo menos cinco incentivos fiscais e tributários que contribuem para incentivar pesquisa,
desenvolvimento e inovação:

Lei do Bem (Lei nº 11.196/05): lei federal que objetiva fomentar a inovação e a pesquisa científica e
tecnológica no ambiente produtivo brasileiro. É uma ferramenta valiosa para empresas presentes no
regime de lucro real, já que permite a dedução de impostos e contribuições sobre a receita bruta quando
há investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) (InforChannel, 2023).

Rota 2030: fundamentado na Lei nº 13.755/18, o programa busca fomentar os investimentos em PD&I
com relação à produção de novas tecnologias, eficiência energética e automatização do processo de
manufatura do setor automotivo, impactando a qualidade dos veículos e das autopeças (InforChannel,
2023). Ele possibilitou a redução de IPI na comercialização de veículos novos que se enquadrem nos
requisitos do programa, bem como a redução de até 15% do IRPJ e CSLL sobre os valores investidos em
PD&I (InforChannel, 2023).

Lei de Informática: criada pela Lei nº 8.248/91 e atualizada pela Lei nº 13.969/19, essa legislação incentiva
especificamente o setor de tecnologias da informação e comunicação (TIC), concedendo créditos
financeiros às fabricantes de eletroeletrônicos que investem no desenvolvimento de tecnologias e
inovação tecnológica para o setor. Essa lei substitui a redução do Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI) por créditos tributários sobre Imposto de Renda (IR) e Contribuição Social sobre o
Lucro Líquido (CSLL), levando em consideração o total que a empresa investir em P&D trimestralmente
(InforChannel, 2023).

Ex-tarifário: simplificação do termo “exceção tarifária” o ex-tarifário é fundamentado na Lei nº 3.244/57, e


se materializa na concessão de isenção do imposto de importação para itens que não tenham similares
nacionais e que sejam destinados aos projetos de PD&I (InforChannel, 2023). O artigo quarto da lei afirma
que “Quando não houver produção nacional de matéria-prima e de qualquer produto de base, ou a
produção nacional desses bens for insuficiente para atender ao consumo interno, poderá ser concedida
isenção ou redução do imposto para a importação” (Brasil, 1957). Assim, é aplicável a máquinas,
equipamentos, aparelhos e instrumentos, bem como a partes e peças de reposição, acessórios, matérias-
primas e produtos intermediários sem similar nacional, permitindo atingir uma redução do imposto que
chega até a zero (InforChannel, 2023).

Lei de Informática da Zona Franca de Manaus: consolidada pela Lei nº 8.387/91, essa lei, que já tem mais
de 30 anos, reduz ou mesmo isenta o IPI na comercialização dos itens de TIC para empresas que
investem em PD&I na região da Zona Franca de Manaus (InforChannel, 2023). O Polo Industrial de
Manaus, como a Zona Franca também é conhecida, é lar de uma grande linha produtiva, abrangendo
indústrias de ponta à produção de eletrodomésticos, veículos, produtos de informática e outros
(InforChannel, 2023).

VIDEO RESUMO

Neste vídeo vamos falar de incentivos fiscais e aspectos legais relacionados à inovação.

Em um cenário cada vez mais competitivo, é crucial que empresas promovam a inovação como forma de se
manterem relevantes no mercado, mas, muitas vezes, a falta de recursos financeiros e as complexas
regulamentações são obstáculos para o desenvolvimento de projetos inovadores. Por isso, conhecer os
incentivos fiscais e as leis que regem a inovação no Brasil é fundamental para que as empresas façam uso
dessas vantagens e invistam em seus negócios.

Vamos lá!

 Saiba mais
Para saber mais a respeito do principal instrumento de fomento à inovação em empresas do Brasil,
acesse o Guia da Lei do Bem.

Aula 4

SISTEMA DE FOMENTO AO EMPREENDEDORISMO


Olá, estudante! Nesta aula, você verá que para os empreendedores escalarem seus negócios é
fundamental que tenham acesso à capital financeiro desde o início dessa jornada.

INTRODUÇÃO

Olá, estudante! Nesta aula, você verá que para os empreendedores escalarem seus negócios é fundamental
que tenham acesso à capital financeiro desde o início dessa jornada. E é justamente nesse início, também
conhecido como período do vale da morte, já abordado em aulas anteriores, que o maior risco de operação
do negócio está em jogo e, portanto, esse capital é chamado de capital de risco e tem diversas fontes em
potencial, derivadas de programas de fomento como redes de investimento-anjo, incubadoras, aceleradoras e
hubs de apoio ao crescimento de startups.

Você aprenderá também que, além do capital financeiro, muitos empreendedores precisam de acesso à
infraestrutura de pesquisa e desenvolvimento tecnológico para testarem a tecnologia em um ambiente
controlado, além da conexão com pesquisadores, cientistas e professores, o que chamamos de smart money,
pois o capital investido não é financeiro, mas sim na forma de estrutura física e conhecimento.

Bom aprendizado!

O FOMENTO AO EMPREENDEDORISMO E SUA REDE DE SUPORTE

A promoção de startups inovadoras e voltadas para a tecnologia é fundamental para o progresso


socioeconômico de uma nação no longo prazo, já que a inovação é um componente crucial para o sucesso de
indústrias e mercados altamente tecnológicos.

É essencial encontrar maneiras de obter o investimento necessário para impulsionar o crescimento de


empresas que operam em um ambiente de avanços científicos rápidos e surgimento de tecnologias
inovadoras, mas é aí que está o maior desafio: atrair investimentos em empreendimentos e projetos com
altos graus de risco e incerteza (BNDES, 2017).

Antes, vamos entender melhor a expressão “capital de risco”. Ela é utilizada para fazer referência a aportes de
capital para aquisição de participações em empresas não listadas em bolsa de valores, ou seja, que ainda não
tenham realizado oferta pública de ações. A participação nessas empresas pode se dar de forma direta ou por
meio de fundos de investimento (BNDES, 2017).

Com o acesso a esse tipo de capital, além de receber os recursos financeiros necessários, essas empresas
ainda contam com um investidor que aporta também conhecimento nas áreas comercial, financeira e jurídica,
e auxilia na gestão, definição de estratégias e na montagem da equipe da empresa, além de utilizar sua rede
de relacionamento para agregar valor ao negócio, o que chamamos também de smart money (Mesel, 2016).

Em um cenário de obtenção de capital de risco, imagine que a startup está pronta para começar a alocar os
recursos no desenvolvimento do produto e de uma estratégia de marketing e acesso ao mercado, mas
sozinha encontra dificuldades para garantir as melhores práticas já trabalhadas no mercado e conquistar os
primeiros clientes. Por isso existem os programas de fomento para empreendedores, com a finalidade de
apoiar o desenvolvimento de negócios inovadores de base tecnológica.

Aceleradoras, hubs de empreendedorismo e polos tecnológicos são os principais atores que promovem esses
programas, mas, além deles, o ecossistema também está repleto de atividades que ajudam a fomentar o
empreendedorismo, com iniciativas idealizadas pelo governo ou fundações, que oferecem programas que
contam com a participação de empreendedores experientes, mentores e até recursos financeiros destinados
a apoiar os novos negócios (Abstartups, [s. d.]).

Por fim, é importante falarmos da relação entre empresas de base tecnológica (ou startups) com as
universidades, que é fundamental para o desenvolvimento de novas tecnologias e soluções para o mercado.
As universidades contam com recursos humanos altamente qualificados, laboratórios e centros de pesquisa,
além de parcerias com outras instituições e empresas, e por meio dessas parcerias e trocas de
conhecimentos, ambas as partes podem crescer e expandir suas capacidades de inovação e produção de
pesquisas científicas.

TIPOS DE APORTE DE CAPITAL E OS PRINCIPAIS ATORES

Quando se fala em capital de risco é possível afirmar que existem cinco modalidades que estão ligadas com o
estágio de desenvolvimento que a empresa se encontra e que provêm das redes de fomento ao
empreendedorismo. São elas (Labone, [s. d.]):

FFF: founders, friends and family são as palavras em inglês que denominam a sigla FFF, que significa
fundadores, amigos e família. Este é um tipo de investimento que não ultrapassa R$ 50 mil e dificilmente
conseguirá atrair o capital de algum investidor externo, já que o negócio ainda se encontra muito no
início.

Seed capital: em português, a palavra seed significa semente. É o investimento inicial feito em uma
empresa, com o objetivo de financiar as atividades iniciais, como pesquisa e desenvolvimento de novos
produtos ou serviços. É geralmente uma quantia relativamente pequena, e o investidor geralmente
assume um alto risco.

Venture capital: aqui a empresa não está mais na fase inicial e já tem um faturamento mínimo. Como seu
potencial de crescimento é alto e é possível observar seu faturamento, os riscos de investimento são
mais elevados e, por isso, é preciso que o investidor tenha uma compensação, o que eleva a taxa de
retorno nesse tipo de investimento quando comparada ao investimento anterior.

Private equity: é uma forma de investimento em empresas que não são listadas em bolsa de valores,
geralmente em empresas de pequeno ou médio porte. Os investidores fornecem capital para a empresa
investida em troca de uma participação acionária, com o objetivo de melhorar o desempenho
operacional da empresa e, eventualmente, vender a participação com lucro. Os investimentos são
geralmente mais arriscados do que outros tipos de investimentos, pois têm menor liquidez e exigem um
período mais longo para gerar retornos.

Investimento anjo: outro investimento que também pode ocorrer enquanto a empresa ainda se encontra
na fase de planejamento é o investimento anjo. Como vimos anteriormente, investidor-anjo é uma
pessoa física – em geral, empresários e executivos que já atuaram ou ainda atuam no segmento em
questão – que investe seus próprios recursos no negócio de outros empreendedores (Torres, 2023).

As incubadoras, aceleradoras e universidades também podem ser consideradas agentes que aportam capital
de risco, mas de uma forma um pouco diferente.

As incubadoras são instituições dedicadas ao suporte inicial para empresas nascentes e inovadoras, e
oferecem recursos materiais e intelectuais aos empreendedores para que eles possam transformar ideias em
negócios sustentáveis. Em geral, não têm fins lucrativos e são mantidas por universidades (BNDES, 2023).

Já as aceleradoras investem em empresas iniciantes e fornecem recursos financeiros, conhecimentos e redes


de relacionamento para acelerar seu crescimento, geralmente em troca de participação societária.

Por fim, algumas maneiras pelas quais as universidades podem apoiar o desenvolvimento dessas empresas
incluem:

Pesquisa e desenvolvimento: universidades podem oferecer serviços de pesquisa e desenvolvimento


para as empresas, permitindo que elas tenham acesso a recursos técnicos e científicos especializados.

Transferência de tecnologia: as universidades podem transferir tecnologias patenteadas ou


desenvolvidas internamente para as empresas, ajudando a acelerar o desenvolvimento de novos
produtos e serviços.

Colaborações com empresas: as universidades podem colaborar com empresas em projetos conjuntos,
como pesquisas aplicadas e desenvolvimento de produtos, criando oportunidades de inovação e
negócios.

Programas de educação empreendedora: atuam fornecendo aos estudantes as habilidades e


conhecimentos necessários para criar e administrar uma empresa de base tecnológica.

Ao desempenharem esses papéis, incubadoras, aceleradoras e universidades contribuem para o


desenvolvimento de empresas de base tecnológica, gerando novas oportunidades de emprego e crescimento
econômico.
ETAPAS E PROCESSOS DO CAPITAL DE RISCO

Como já vimos, o capital de risco é uma forma de investimento que busca financiar empresas em seu estágio
inicial, que apresentam um grande potencial de crescimento e retorno financeiro. O objetivo do investidor de
capital de risco é investir em empresas cujas boas ideias possam ser transformadas em negócios lucrativos, e
cujos executivos possam executar a estratégia necessária para o sucesso.

As etapas de execução de um investimento como capital de risco podem ser resumidas em quatro fases
principais:

1. Seleção de empresas: os investidores de capital de risco analisam diversos projetos de empresas em


busca das que tenham um potencial de crescimento significativo e um plano de negócios viável. Eles
avaliam a equipe de gerenciamento, o mercado e a tecnologia envolvida para determinar se o
investimento é promissor.

2. Negociação de investimento: após a seleção inicial das empresas, o investidor de capital de risco negocia
os termos do investimento com a empresa, incluindo a quantidade de capital a ser investida e a
participação acionária do investidor. Geralmente, o investidor de capital de risco também solicita que a
empresa forneça informações financeiras detalhadas e ajuda no desenvolvimento do negócio em várias
formas.

3. Apoio na expansão do negócio: depois de investir na empresa, o investidor de capital de risco oferece
orientação gerencial, consultoria, recursos adicionais e informações de rede valiosas ao negócio. Ele
também trabalha em estreita colaboração com a equipe da empresa para desenvolver a estratégia de
crescimento de negócios, incluindo aprimorar sua tecnologia, aprimorar o marketing e gerenciar riscos
financeiros, entre outras ações.

4. Saída do investimento: quando a empresa tem sucesso em suas operações, os fundadores podem optar
por uma IPO (oferta pública inicial de ações) ou por solicitarem investimentos adicionais. Em muitos
casos, o investidor de capital de risco também pode vender sua participação na empresa para outro
investidor ou por meio de uma transação direta com os proprietários ou executivos da empresa. O
objetivo do investidor é maximizar o retorno do investimento.

Vale finalizarmos essa aula trazendo dados do cenário de capital de risco no Brasil. O relatório Venture Pulse
Report – Global Trends, da KPMG, constata que US$ 163,9 milhões em capital de risco foram injetados no
ecossistema de inovação brasileiro entre janeiro de março de 2023, o que representa uma queda de 30% no
período em relação ao trimestre anterior. Na comparação com o ano de 2022, o recuo foi ainda maior, de
91,8%. Entre janeiro e março de 2022, quando a indústria de capital de risco estava em alta, o país recebeu
US$ 2 bilhões em fundos (Investimentos…, 2023).

Mas a queda desses números tem justificativas muito claras, principalmente quando levamos em conta o
“inverno tech”, nos anos da pandemia de covid-19, que provocou uma queda acentuada nos investimentos e
uma desaceleração no ritmo de crescimento das startups.
Neste momento, mais do que buscar empresas em crescimento acelerado, os investidores estão procurando
por oportunidades com grande potencial de retorno, mas que também sustentem modelos de negócios
minimamente maduros e saudáveis, portanto, métricas de rentabilidade (geração de caixa e custos pagos em
dia) têm sido bem valorizadas (Organismo Investimentos, 2023).

Dessa forma, as startups lucrativas e bem estruturadas são atraentes para investidores em busca de retornos
consistentes.

VIDEO RESUMO

Neste vídeo, você encontrará um conteúdo valioso que trata do mercado de capital de risco, que poderá
ajudá-lo a empreender com mais segurança e sucesso, ou a fazer melhores investimentos em startups. Além
disso, conhecerá os principais atores da rede de fomento ao empreendedorismo e como cada um deles
aporta dinheiro e conhecimento para apoiar o crescimento de empresas com base tecnológica.

Aproveite e assista agora mesmo!

 Saiba mais
Para conhecer mais do cenário de capital de risco no Brasil, acesse o link a seguir e se aprofunde no
resumo do livro Private Equity e Venture Capital no Brasil.

Aula 5

REVISÃO DA UNIDADE

PANORAMA IDEAL PARA O DESENVOLVIMENTO DA INOVAÇÃO

Durante os estudos, você aprendeu que uma empresa com alta capacidade de geração de boas ideias e
desenvolvimento de produtos pode desperdiçar todo o investimento e dedicação caso a sua capacidade de
aceleração da ideia não consiga transformá-la em produto para o mercado, trazendo retorno para a empresa
(Ferreira, 2020).

Portanto, a cadeia de valor da inovação é o processo pelo qual uma empresa consegue transformar uma ideia
inovadora em uma oportunidade real de negócio. Ela é composta por várias etapas, desde a pesquisa e
desenvolvimento até a comercialização e pós-venda.
No entanto, o sucesso da cadeia de valor da inovação não depende apenas da correta execução de suas
etapas, mas também da colaboração entre diferentes empresas e atores, incluindo empreendedores,
fornecedores, consultores, investidores, universidades e clientes. Em outras palavras, estamos falando dos
ecossistemas de inovação, que criam, desenvolvem e enriquecem as ideias inovadoras por meio da
colaboração, da aprendizagem e da troca de informações entre diferentes setores e disciplinas, criando um
ambiente propício para a inovação.

O sucesso de um ecossistema de inovação se fundamenta em três pilares essenciais: a transferência de


conhecimento, também conhecida como educação, o posicionamento de marca e o acesso a capital. A
ausência destes elementos dificulta o estabelecimento de um ecossistema inovador e competitivo, mas é
importante destacar que a eficácia deles depende da atuação efetiva dos atores envolvidos neste contexto,
que devem atuar de forma a colaborar e extrair valor do ecossistema, tendo papéis bem definidos para
alcançar este objetivo.

Ao decorrer dos estudos, você também conheceu os principais incentivos fiscais e tributários e os aspectos
legais à inovação que foram criados tanto para potencializar o fomento ao desenvolvimento científico e
tecnológico como para reger a execução correta da prática da inovação, promovendo a sustentabilidade e a
competitividade nos mercados nacional e internacional.

No Brasil, esses incentivos são regulamentados pela Lei do Bem (Lei nº 11.196/2005), um apoio financeiro
indireto em que o governo federal renuncia à parte da arrecadação de impostos das empresas que
comprovem ter investido em inovação tecnológica (Embrapa, [s. d.]). Já as discussões legais passam por três
principais leis: Lei de Propriedade Intelectual, Lei de Inovação e o Marco Legal da Ciência, Tecnologia e
Inovação, que definem o cenário acerca do fomento a atividades de ciência, tecnologia e inovação no nosso
país.

Por fim, encerramos o nosso conteúdo reforçando a importância do capital de risco e das redes de fomento à
inovação para a aceleração do desenvolvimento das empresas de base tecnológica. Você aprendeu que
existem diversos tipos de capital de risco e que as principais diferenças estão no tipo de investidor e no
momento de crescimento em que a startup se encontra, o que está diretamente conectado com o tamanho
do risco envolvido no aporte feito.

REVISÃO DA UNIDADE

Neste vídeo você verá que, ao investirem em uma cadeia de valor de inovação forte e em ecossistemas de
inovação colaborativos, as empresas podem aumentar sua competitividade, tornar-se líderes em seu setor e
criar valor para seus clientes. Além disso, você verá que existe uma série de incentivos fiscais e tributários
para potencializar esses investimentos, protegidos por leis para garantir a correta aplicação das atividades de
inovação no país.
ESTUDO DE CASO

Para contextualizar sua aprendizagem, imagine uma cidade com uma economia em dificuldade que busca
fomentar a inovação e atrair novos negócios. Com a crise financeira que assola o país, muitas empresas locais
estão fechando as portas, e o número de demissões só aumenta. Atualmente, a cidade conta com algumas
empresas estabelecidas que resistem bravamente à crise, mas há poucas oportunidades para startups e
empreendedores que queiram criar negócios na região.

Um dos principais desafios da cidade é a falta de infraestrutura para dar suporte à inovação, afinal, existem
poucos espaços de trabalho compartilhado, incubadoras ou aceleradoras para apoiar startups e
empreendedores, e isso dificulta o surgimento de novos negócios e a atração de investimentos.

A falta de acesso ao capital também é um desafio, pois existem poucas empresas de capital de risco ou
investidores-anjo na área, e os bancos locais hesitam em emprestar para startups e pequenas empresas. Isso
torna difícil para os empreendedores garantir o financiamento de que precisam para expandir seus negócios.

Outro problema identificado foi a falta de articulação entre os poucos empreendedores existentes e a
prefeitura. Apesar do apoio inicial, a gestão municipal não consegue avançar na criação de políticas públicas
voltadas para o desenvolvimento da inovação, e isso gerou frustrações entre os empreendedores, que
esperavam uma maior colaboração do poder público.

O prefeito da cidade decidiu assumir um papel de liderança diante desse desafio e trabalhar para identificar
mais problemas e oportunidades, avaliar possíveis soluções e implementar iniciativas que possam ajudar a
cidade a atrair novos negócios, estimular a inovação e criar um ambiente favorável ao empreendedorismo.
Para isso, vai se reunir com um conjunto de especialistas e líderes da comunidade que tenham perfil
visionário e comprometido, capazes de mobilizar recursos diretamente envolvidos na resolução do desafio da
cidade, para encontrar soluções inovadoras e criativas para os problemas da cidade e ajudar a promover a
sua transformação econômica.

 Reflita
A inovação tem se tornado cada vez mais importante para o crescimento das cidades no Brasil,
impulsionando o desenvolvimento econômico e social. Com novas tecnologias, ideias e soluções criativas,
é possível melhorar a competitividade das cidades e aumentar a qualidade de vida dos seus habitantes,
além de gerar novos empregos e oportunidades de negócios. Portanto, ajuda a impulsionar o
crescimento econômico ao estimular a produção de bens e serviços criativos, contribuindo para o
aumento da produtividade e, consequentemente, para a expansão dos setores produtivos.

No Brasil, ainda há muitas cidades que enfrentam o desafio parecido com o descrito nessa situação-
problema e precisam de investimento, mas, em contrapartida, de acordo com o relatório do Ministério
da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), publicado em 2022, no ano de 2019 o Brasil investiu cerca de
89,5 bilhões de reais no setor de ciência e tecnologia, o que corresponde a apenas 1,21% do PIB. Para
efeito de comparação, países como Alemanha e Estados Unidos investiram mais de 3% (Dino, 2022).
Você faz parte do grupo de especialistas e líderes comunitários que o prefeito vai consultar em busca de
sugestões que visem estimular o ambiente de inovação da cidade, contribuindo, entre outros fatores,
para o aquecimento da sua economia. Conhecendo e analisando o contexto citado e o conteúdo que
estudamos durante essa unidade, quais sugestões você ofereceria para que a cidade consiga fomentar a
inovação e atrair novos negócios? Busque estruturar minimamente como cada uma das suas sugestões
poderia ser implementada na cidade, descrevendo, por exemplo, os atores envolvidos, o papel de cada
um na implementação da sugestão, e o tempo estimado para execução, entre outros fatores que você
entender serem relevantes para avaliação da sua proposta.

RESOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO

Um dos caminhos para solucionar esse desafio é propor o desenvolvimento de um ecossistema de inovação
para apoiar o crescimento de novos negócios e atrair talentos para a cidade.

O primeiro passo é investir em infraestrutura para apoiar a inovação com a construção de espaços de
coworking, incubadoras e aceleradoras para apoiar startups e empreendedores. A cidade também pode fazer
parceria com universidades e instituições de pesquisa locais para criar centros de inovação que reúnam
empreendedores e pesquisadores.

Também é possível atrair empresas de capital de risco e investidores-anjos para a área por meio de incentivos
fiscais e outros benefícios promovidos pela prefeitura aos investidores que investem em negócios locais.

Outra abordagem é desenvolver programas e iniciativas de apoio ao empreendedorismo, oferecendo


programas de treinamento e orientação para ajudar os empreendedores a desenvolver as habilidades
necessárias para o sucesso.

Além dessas três abordagens, ainda é possível propor as seguintes estratégias para ajudar a cidade a
desenvolver um ecossistema de inovação:

Promover a colaboração entre startups e empresas estabelecidas: a cidade pode criar programas e
iniciativas que reúnam startups e empresas estabelecidas para colaborar e compartilhar recursos. Isso
pode ajudar as startups a obterem acesso a conhecimentos, recursos e redes, enquanto as empresas
estabelecidas podem se beneficiar de novas ideias e inovações.

Incentivar a diversidade e a inclusão: a cidade pode trabalhar para criar um ecossistema de inovação
diversificado e inclusivo que receba empreendedores de todas as origens. Isso pode ser feito oferecendo
programas de treinamento e orientação especificamente para grupos sub-representados, criando
oportunidades de networking e promovendo uma cultura de inclusão.

Desenvolver um canal de talentos forte: a cidade pode trabalhar com universidades e faculdades locais
para desenvolver programas que preparem os alunos para carreiras em inovação e empreendedorismo.
Isso pode incluir estágios, programas de orientação e serviços de colocação profissional.

Incentivar o engajamento da população em geral: a cidade pode criar oportunidades para que os
empreendedores se envolvam com a comunidade e entendam os desafios sociais e ambientais. Isso pode
incluir a realização de desafios de inovação e outras iniciativas que incentivam o engajamento cívico e a
responsabilidade social.

Fomentar uma cultura de inovação: a cidade pode trabalhar para criar uma cultura de inovação
promovendo e fomentando o empreendedorismo e a inovação por meio de eventos, prêmios e outras
iniciativas. Isso pode ajudar a criar um senso de comunidade e inspirar outras pessoas a se envolverem
no ecossistema de inovação.

Ao implementar essas estratégias, a cidade pode criar um ecossistema de inovação vibrante e inclusivo que
atrai talentos, promove a colaboração e alimenta o crescimento econômico.

RESUMO VISUAL

Figura 1 | Conceitos importantes do conteúdo estudado


Fonte: elaborado pelo autor.

REFERÊNCIAS

Aula 1

AMCHAM BRASIL. O que são redes de inovação e quais seus benefícios? Veja! Amcham, 2022. Disponível
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debates/o_futuro_nao_e_mais_como_era_antigamente/redes-de-inovacao-construcao-e-gestao-da-
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FERREIRA, L. O que é a cadeia de valor da inovação e como identificá-la. Troposlab, 1 dez. 2020. Disponível
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Aula 2

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Aula 3

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LAKS, L. R. Extrafiscalidade e Incentivos à Inovação Tecnológica. Revista do Direito Público, Londrina, v. 11, n.
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Aula 4

ABSTARTUPS. Programas de fomento para empreendedores ficarem de olho. Abstartups, [s. d.]. Disponível
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Imagem de capa: Storyset e ShutterStock.

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