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GOIÂNIA
2022
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GOIÂNIA
2022
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SUMÁRIO
1. Resumo ....................................................................................................................... 4
2. Palavras-chave ............................................................................................................ 4
3. Introdução ................................................................................................................... 5
5. Resultados ................................................................................................................... 7
6. Discussão .................................................................................................................... 10
8. Referências ................................................................................................................. 14
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1. Resumo
3. Introdução
4. Materiais e métodos
A Prática Clínica ocorreu em dois momentos, o primeiro no dia vinte e seis(26/06) e o segundo
no dia vinte e sete de junho do ano de dois mil e vinte e um(26/06/21), via plataforma online. A
prática foi realizada em grupo, estando presentes as Nutricionistas pós graduandas Carla
Bertocini, Joyce Rocha, Kalione Lima, Mariane Miranda e Paula Brielle e a Familia Rossini,
composta pelos pais K.P.L. (33 anos) ,A.M.R.F. (32 anos) e o Paciente avaliado J.L.P.R, 4 anos
(19/06/2017).
No primeiro momento foi realizado acolhimento da mãe K.P.L. e do paciente J.L.P.R, 4 anos e
feita anamnese detalhada a respeito do histórico pregresso dos pais, parto, amamentação,
introdução alimentar, rotina da família, investigação, diagnóstico do Transtorno do Espectro
Autista(TEA), terapias e principais queixas da família. Durante a prática clínica foi realizada a
observação do comportamento da criança, levando-se em consideração as observações da mãe,
como também foi realizada uma prática para avaliar a função mastigatória do paciente. Após a
realização da consulta, a equipe se reuniu para decidir a conduta a ser traçada e fazer avaliação
nutricional do paciente através dos dados relatados pela mãe. Foi utilizada a curva do
desenvolvimento infantil da Organização Mundial de Saúde(OMS) para avaliação do estado
nutricional da criança e software Dietbox para calcular as necessidades calóricas da mesma,
como também para a elaboração do plano alimentar adequado. Além disso, decidimos a
suplementação e orientações individualizadas e solicitamos exames que contribuíssem para uma
avaliação mais detalhada.
No segundo momento a equipe se reuniu com a família para apresentar e explicar a conduta a ser
aplicada, desde a entrega do mapa alimentar proposto com receitas, prescrição de suplementação
individualizada para ajudar nas queixas da família e comportamentos observados, solicitação dos
exames especificando a importância de cada um para investigação de possíveis causas
metabólicas, como também orientações no que diz respeito ao ambiente, além de uma proposta
de atividades lúdicas que ajudassem na ampliação da variedade alimentar aceita pelo paciente.
Foi programado com a família um retorno com data agendada para o dia vinte e um de agosto do
ano de dois mil e vinte e um(21/08/2021).
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5. Resultados
Durante a prática clínica realizada em grupo, a mãe K.P.L.(33 anos) relatou que o paciente
J.L.P.R, (4 anos) foi amamentado exclusivamente até os 6 meses e apresentou todos os sinais de
prontidão para a idade. Aos 8 meses com a introdução da fórmula, a mãe relata que ele teve sua
primeira crise respiratória(bronquiolite), fazendo uso pela primeira vez de antibióticos, o qual
apresentou reação alérgica. Após este episódio ele apresentou crises de otite e fez uso de antibiótico
mais três vezes até os dois anos de idade. Com 12 meses foi introduzido fórmula milnutri. Paciente
apresenta histórico de distensão abdominal e cólicas e apresenta fezes do tipo 3, segundo a escala de
Bistrol, mas que geralmente são aeradas e flutuam. Queixa de eructações e flatulência. Apresenta em
algumas situações irritabilidade e agitação, principalmente quando exposto a alimentos que
contenham glúten e leite. Queixa de sudorese noturna, relata sono tranquilo e às vezes acorda devido
episódios noturnos de congestão nasal. A mãe relata ainda que há 6 meses iniciou a retirar leite e
glúten da rotina alimentar da criança, o que diminuiu os episódios de irritação e o deixou menos
agitado, mas a criança acaba tendo contato aos finais de semana na casa dos avós. E que após a retirada
destes alimentos da rotina houve uma melhora na qualidade das fezes do mesmo, que passaram a
afundar e houve uma diminuição dos episódios de eructações e flatulência e melhora da sudorese
noturna. Durante a prática clínica, pudemos observar também uma dificuldade de lateralização de
língua, que necessita de investigação mais detalhada. Segundo a mãe, a criança consegue mastigar
alimentos (carne, frango) e não se queixa de dor ao deglutir. Observamos ainda rigidez de
comportamento, consome quase os mesmos alimentos diariamente, seletividade alimentar,
principalmente por verduras e legumes, ele só consome os mesmos dentro da sopa de abobrinha,
exceto na sopa, só come brócolis e tomate. Possui uma boa aceitação por Frutas. Possui certa
compulsão alimentar quando exposto a bolo, mas quando fica sem rotina apresenta episódios
compulsivos e come tudo que tem disponível, independente de ser doce ou salgado.
J.L.P.R(4 anos) está em psicoterapia ABA, fonoterapia e terapia ocupacional. Foram
observadas olheiras e episódios de inflamação do trato respiratório com frequência e mãe relata
episódios de auto estimulação que teve início há 4 meses, o que tem atrapalhado nas terapias e que
terapeutas tem falado frequentemente em tratamento farmacológico, mas a mesma busca tratamento
nutricional visando resolver as implicações biológicas que interfiram no comportamento. Mãe nega
tratamento farmacológico. Recentemente passou por avaliação pela Gastropediatra que solicitou
exames para investigar alergias alimentares e está em tratamento vermífugo e irá iniciar após
tratamento para fungos. A médica também prescreveu suplementação de fitoterápicos e vitamina para
diminuir a agitação e irritabilidade. Além de prescrever o uso de pára probióticos(Bio Mamps) e
Ômega 3 para melhora da função intestinal.
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Apesar da Mãe vir diminuindo a exposição a leite de origem animal e do glúten, há uma
moderada ingestão de farináceos sem glúten e fórmulas vegetais nas receitas, mesmo que a mãe opte
por produtos com menos ingredientes possíveis, sem conservantes, o consumo ainda é bem
significante. Diante do que foi observado e do histórico do paciente, o grupo optou por uma
abordagem Nutricional com Modulação Intestinal mantendo a retirada do leite animal e glúten, além
de orientar a família quanto a importância de uma alimentação mais natural.
Desde a retirada total do leite animal e glúten da rotina da família e com a suplementação proposta
pela equipe de Nutrição, a mãe observou que J.L.P.R(4 anos) está mais concentrado, melhorou o foco
nas atividades e está explorando mais o ambiente. Observou também melhora na regularidade
intestinal, com horários mais fixos de evacuação e melhora da qualidade das fezes, se aproximando
do tipo 4 segundo a escala de Bristol. Paciente ainda tem contato esporadicamente com laticínios e
glúten nas casa de familiares, mas mãe relata que com a alteração na alimentação e suplementação
houve melhora dos episódios de irritação e agitação quando exposto a estes alimentos. A mãe relatou
ainda aumento da concentração e diminuição da irritabilidade, maior atenção ao ambiente e às
conversas ao redor. A fala está mais próxima do neurotípico, com menos respostas em terceira pessoa.
Voltou a brincar com brinquedos não eletrônicos e os terapeutas elogiaram a concentração e
coordenação motora. O suor noturno não foi mais observado
A queixa que ela trouxe na primeira consulta, que foi quanto à auto estimulação, diminuiu,
mas ainda acontece o que a incomoda e há desconfiança de que seja algo comportamental e está sendo
trabalhado em terapia.
6. Discussão
O estudo de Silva (2011), corrobora com esse argumento. Em sua pesquisa o mesmo verificou
que é evidente que a intensidade dos distúrbios comportamentais e déficit de aprendizado de crianças
com TEA se relacionarmos com a função intestinal e hábitos alimentares, O mesmo verificou
significativa melhora de comportamento e interação social em um grupo de criança que fazia uso de
probiótico regularmente, já o grupo que não fez uso de probiótico não verificou melhorias e alguns
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casos pode-se notar agravo no quadro clínico-comportamental, o que evidencia cada vez mais a
relação da microbiota com o agravo ou melhora do comportamento autista.
O estudo de BAPTISTA (2012) parece explicar parte dessa relação entre o intestino
fragilizado e o comportamento autístico. Segundo ele, a presença de sintomas gastrointestinais em
pacientes com TEA pode estar relacionada com a gravidade dos sintomas de autismo. As demais, as
taxas de sintomas gastrointestinais em crianças com TEA são maiores do que em crianças com
desenvolvimento típico e podem alterar os níveis normais de serotonina cerebral, uma vez que 95%
desse neurotransmissor é produzido no intestino. Esses altos níveis plasmáticos de serotonina em
indivíduos com autismos, são responsáveis por comportamentos repetitivos e agressivos e estão
relacionados ao aumento da motilidade intestinal, aumento de secreção, vasodilatação e aumento na
permeabilidade vascular, causando dismotilidade, acarretando aparência e consistência das fezes
(BAPTISTA, 2012).
Apesar de não estar bem acordado entre os pesquisadores a etiologia do autismo verificaram-
se que alguns portadores do TEA possuem a bactéria 1013 da microbiota como implicadora dos
problemas gastrointestinais que sendo correlacionados com a gravidades dos sintomas
gastrointestinais. Neste estudo foi feito uso de antibiótico e depois feito uma reposição seletiva da
microbiota e apresentou melhora no quadro clínico relacionado ao TEA por até 8 dias após a
finalização do tratamento (KANG, 2017).
A literatura também aponta que cerca de 56% dos portadores de TEA apresentam aumento da
permeabilidade intestinal (GOLDBERG, 2004). Essa hiperpermeabilidade pode fazer com que
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proteínas de alto peso molecular ganhem a corrente sanguínea e disparam reações inflamatórias que
podem influenciar também no comportamento. Esse fenômeno acontece por que essas proteínas não
metabolizadas adequadamente liberam citocinas que favorecem o aumento da liberação de peptídeos
opióides, que também aumentam os níveis de 5HT e portanto, alteram o comportamento. Esse
mecanismo ao avaliar as interações entre o consumo de glúten e caseína no comportamento autista e
observar além das desordens gástricas é evidente mudanças na gravidade dos sintomas
comportamentais (WHITELEY ET AL.,2010).
O estudo realizado por GOULARTE et al (2020) corrobora com esse achado e ressalta a
importância de uma assistência nutricional apropriada ao público-alvo, visto que o maior número da
amostra (crianças TEA) se encontra em risco ou excesso de peso, além de ressaltar a existência de
hipersensibilidades alimentares relacionadas ao desconforto gastrointestinal. Entretanto, esse estudo
mostrou apenas a existência das comorbidades gastrointestinais, sem abarcar uso de dietas específicas.
Por isso, os autores ressaltam que é necessário ter cautela nas práticas das alimentações e de restrição
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e métodos para lidar com os sintomas gastrointestinais presentes, uma vez que sua eficiência até esse
momento não é consenso para todos os casos.
Diante do exposto, de acordo com os estudos avaliados e os achados clínicos relatados neste
estudo de caso, há fortes evidências da relação entre distúrbios gastrointestinais e a saúde cerebral em
portadores do transtorno do espectro autista. Dessa maneira, uma abordagem nutricional firmada em
um programa multidisciplinar, para auxiliar na melhoria dos pacientes se faz necessária, a fim de
melhorar a saúde gastrointestinal à medida que o paciente evolui nas terapias. Práticas dietéticas
específicas (como a dieta sem glúten e caseína) apresentam evidências de melhora dos sintomas
gastrointestinais e comportamentais. Diante disso, mais estudos necessitam ser conduzidos para
delinear a terapia nutricional mais adequada para os pacientes no transtorno do espectro autista.
7. Considerações Finais
8. Referências
3. ABHA R GUPTA. Autismo: genética. New Haven: Rev Bras Psiquiat, v. 28, n. 1, 2006.
Anual.
6. LAI CS, Fisher SE, Hurst JA, Vargha-Kadem F, Monaco AP. A forkheaddomain gene is
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11. DIAS, Bianca Pereira. Relação entre a microbiota intestinal e o autismo. Trabalho de
Conclusão de Curso (Bacharelado em Biomedicina) - Centro universitário São Lucas,
Porto Velho, 2016. 28p
12. GARCÍN, Pablo Roberto Casaubon. et al. Manifestaciones gastrointestinales en niños con
transtorno de espectro autista; An Med, v. 60, n.4, 2015.
15. GOMES, Paulyaneet al. Autism in Brazil: a systematic review of family challenge sand
coping strategies. Jornal de Pediatria, v. 91, n. 2, p. 111-121, 2015.
17. HELEN T. Ding1,2 · Ying Taur3,4 · John T. Walkup - Gut Microbiota and Autism: Key
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18. GOMES, Vânia Thais Silva et al. Nutrição e autismo: reflexões sobre a alimentação do
autista. Educação e Ciância para a Cidadania Global, 2018. Disponível em<
http://www.inicepg.univap.br/cd/INIC_2016/anais/arquivos/RE_1176_1333_01.pdf
22. MAGISTRIS, L. et al. Altaretaions of the intestinal barrier in patientes with autismo
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Gastroenterology nutrition, new York, V.51, n. 4, p.418-424, 2010.
25. WHITELEY, PAUL et al. The ScanBrit randomised, controlled, single-blind study of a
gluten-and casein-free dietary intervention for children with autism spectrum disorders.
Nutritional neuroscience, v. 13, n. 2, p. 87-100, 2010
27. KANG, Dae-wook. Microbiota Transfer Therapy alters gut ecosystem and improves
gastrointestinal and autism symptoms: an open-label study. Microbiome, Arizona, v. 5, n.
10, p. 2-16, mar. 2017. Anual.