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A anticrese é um termo que se refere a um contrato legal que envolve a concessão de um bem
imóvel a alguém, geralmente como garantia de um empréstimo ou pagamento de uma dívida.
Nesse contrato, o devedor (ou uma das partes) cede o uso e fruição do imóvel ao credor, que,
em troca, recebe os frutos e rendimentos gerados por esse imóvel, como aluguéis ou renda
agrícola.
2. Uso e fruição: O devedor mantém a posse do imóvel e continua sendo o proprietário legal
durante a vigência do contrato de anticrese. No entanto, o credor tem o direito de usar e
fruir o imóvel, o que geralmente inclui a permissão para alugar o imóvel e receber os
aluguéis como pagamento dos juros do empréstimo.
A anticrese é um direito real pouco utilizado no Brasil. Embora ainda há previsão legal
no ordenamento jurídico vigente, o art. 1.506 do CC, segundo o qual pode o devedor ou
outrem por ele, com a entrega do imóvel ao credor, ceder-lhe o direito de perceber, em
compensação da dívida, os frutos e rendimentos. O Código permite estipular que os frutos e
rendimentos do imóvel sejam recebidos pelo credor à conta de juros. Porém, se o seu valor
ultrapassar a taxa máxima permitida em lei para as operações financeiras, o remanescente
será imputado ao capital (art. 1.506, § 1º, do CC). O imóvel dado em anticrese pode ser
hipotecado pelo devedor ao credor anticrético, ou a terceiros, assim como o imóvel
hipotecado poderá ser dado em anticrese (art. 1.506, § 2º, do CC). Isso é perfeitamente
possível uma vez que o imóvel pode ser objeto de várias hipotecas, não havendo qualquer
problema em conjugar os direitos reais de garantia sobre ele.