Você está na página 1de 51

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU

MESTRADO EM EXERCÍCIO FÍSICO NA PROMOÇÃO DA SAÚDE

ANA CLAUDIA DE SOUZA HIRATA

PROGRAMA DE EXERCÍCIOS SENSÓRIOS MOTORES EM


GINÁSTICA RÍTMICA-GR

Londrina
2016
ANA CLAUDIA DE SOUZA HIRATA

PROGRAMA DE EXERCÍCIOS SENSÓRIOS MOTORES EM


GINÁSTICA RÍTMICA-GR

Relatório Técnico apresentado à UNOPAR, como requisito


parcial para a obtenção do título de Mestre Profissional em
Exercício Físico na Promoção da Saúde.

Orientador: Profª. Dr. Rodrigo Franco de Oliveira.

Londrina – Paraná
2016
ANA CLAUDIA DE SOUZA HIRATA

PROGRAMA DE EXERCÍCIOS SENSÓRIOS MOTORES EM


GINÁSTICA RÍTMICA-GR

Relatório Técnico apresentado à UNOPAR, referente ao Curso de Mestrado


Profissional em Exercício Físico na Promoção da Saúde, Área e Concentração
Métodos e Protocolos relacionados à Prescrição de Exercício Físico como requisito
parcial à obtenção do título de Mestre Profissional em Exercício Físico na Promoção
da Saúde, conferido pela Banca Examinadora:

BANCA EXAMINADORA

____________________________________
Prof. Dr. Rodrigo Franco de Oliveira
Universidade Norte do Paraná

____________________________________
Prof. Dr. Rubens Alexandre da Silva Junior
Universidade Norte do Paraná

____________________________________
Prof. Dr. Christiane de Souza Guerino Macedo
Universidade Estadual de Londrina

Londrina, 15 de Fevereiro de 2016.


Agradecimentos

Primeiramente a Deus, conhecedor de todos os meus passos. Sem


ele nada teria sido possível.

Aos meus pais, Ivanir e Claudio Hirata, que me deram a vida e


fizeram sempre o possível e impossível para me proporcionarem as melhores
oportunidades.

Ao meu orientador, Prof. Dr. Rodrigo Franco de Oliveira, por toda a


dedicação, paciência e aprendizado passado sempre de forma descontraída e leve,
e, principalmente, por aconselhar-me em vários momentos fazendo-me amadurecer
na vida e profissionalmente.

A Profª Silvia Maria Felix, coordenadora do curso de Estética e


Cosmética, por ser sempre compreensiva em todos os momentos que precisei.

Ao meu irmão, Diego de Souza Hirata, pelo companheirismo e


parceria do dia a dia.

Ao meu companheiro, Hudson Nardoni, por todo amor,


compreensão, presença, mesmo em meus dias de ausência e por estar sempre
disposto a ajudar, mesmo quando não soubesse o que fazer.

Aos meus amigos de trabalho, Professores e Equipe GH, a


compreensão, torcida, amizade e ajuda nos momentos em que precisei.

Aos meus pacientes, alunos e também amigos, que torceram por


mim e foram sempre flexíveis em todos os momentos que precisei, vocês são o
motivo de sempre querer ser melhor como pessoa e profissional.

A professora e técnica de Ginástica Rítmica, Eliana Virgínia Nobre


dos Santos por colaborar imensamente com a pesquisa na prática, cedendo as
atletas e acompanhando o processo.

As atletas de Ginástica Rítmica por terem feito parte do estudo como


sujeitos da pesquisa.

Aos alunos da graduação de Fisioterapia Michael, Natalia, Wesley,


Isabele Caroline, Luis e Larissa que participaram da coleta de dados e aplicação do
protocolo, o meu muito obrigada pela ajuda prestada.

Aos Docentes do Programa de Mestrado Profissional em Exercício


Físico na Promoção da Saúde, por todo o conhecimento.

Aos amigos de turma, pelas amizades feitas e momentos


compartilhados ao longo desses dois anos.
[...] Determinação coragem e auto confiança são fatores decisivos para o sucesso.
Se estamos possuídos por uma inabalável determinação conseguiremos superá-los.
Independentemente das circunstâncias devemos ser sempre humildes,
Recatados e despidos de orgulho.
(Dalai Lama)
HIRATA, Ana Claudia de Souza. Programa de Exercícios Sensório Motor em
Ginástica Rítmica-GR. 51 folhas. Relatório Técnico. Mestrado Profissional em
Exercício Físico na Promoção da Saúde. Centro de Pesquisa em Ciências da Saúde.
Universidade Norte do Paraná, Londrina. 2016.

RESUMO

A Ginástica Rítmica é uma modalidade esportiva que combina arte e gestos


esportivos de alta complexidade em uma diversidade de eventos. A partir de seu
processo evolutivo, observou-se aumento do número de praticantes, elevação do
grau de dificuldade dos exercícios e maior exigência do sistema de pontuação,
favorecendo assim o risco de lesões. Nesta modalidade, as lesões mais evidentes
são na articulação do tornozelo, joelho, ombro e coluna lombar, sendo a mais
comum a entorse de tornozelo, principalmente em atletas de competição. Diante
disso, a propriocepção e o controle muscular possuem papel fundamental na
estabilidade articular dinâmica e equilíbrio postural, devendo ser focadas em
programas de treinamento. Partindo deste pressuposto, a realização de exercícios
sensório motor contribui para o controle postural, estabilidade articular e diversas
sensações conscientes. Desta forma, o objetivo do presente relatório técnico foi
apresentar proposta de um programa de treinamento, com exercícios sensório motor
para atletas de ginástica rítmica. O desenvolvimento da mídia, em formato de DVD,
constou dos seguintes itens: apresentação: breve resumo do que será abordado na
mídia proposta, referencial teórico: ginástica rítmica, exercícios sensório motor,
estabilidade postural, aparelhos utilizados nos exercicios, programa de exercícios:
Fase I, Fase II e Fase III, Créditos Finais: informações sobre os autores da mídia e
referencial teórico utilizado. Na apresentação é mostrada a justificativa e a
contribuição do presente material aos profissionais da área, de forma a instigar a
curiosidade do expectador. Na sequência, o referencial teórico apresenta, com base
na literatura científica atual, características relacionadas à ginástica rítmica,
exercícios sensório motor e sua utilização. Quanto ao protocolo utilizado, o DVD
apresenta uma sequência de exercícios, divididos em três fases, de acordo com sua
evolução, com a descrição detalhada de cada movimento. A proposta da mídia, no
presente relatório técnico, possibilitará aplicação prática direta aos profissionais da
área do exercício físico relacionado à promoção da saúde, uma vez que contemplará
variáveis referentes a exercícios de propriocepção em ginástica rítmica devido a
escassez de literatura específica na referida área.

Palavras-chave: ginástica rítmica, exercícios, propriocepção, sensório motor.


HIRATA, Ana Claudia de Souza. Exercise program sensory motor in Rhythmic
Gymnastics-GR. 51 sheets. Technical report. Professional Master´s in Exercise in
Health Promotion. Research Center on Health Sciences. University of Northern
Paraná, Londrina. 2016.

ABSTRACT

The Rhythmic Gymnastics is a sport that combines art and sporting gestures of high
complexity in a variety of events. From its evolutionary process, there was an
increase in the number of practitioners, the exercises difficulty elevation and
increased demand of the scoring system, favoring the risk of injury. In this mode, the
most obvious lesions are in the ankle joint, knee, shoulder and lumbar spine, the
most common being the ankle sprain, especially in competitive athletes. Therefore,
proprioception and muscle control play a fundamental role in dynamic joint stability
and postural balance and should be focused on training programs. Under this
assumption, the realization of sensorimotor exercise contributes to postural control,
joint stability and diverse conscious sensations. Thus, the objective of this technical
report is to present proposal for a training program, with sensorimotor exercises to
rhythmic gymnastics athletes. The development of media in DVD format, consisted of
the following: presentation: a brief summary of what will be covered in the media
proposal, theoretical: rhythmic gymnastics, motor sensory exercises, postural
stability, devices used in exercises, exercise program: Phase I, Phase II and Phase
III, End Credits: information about the authors of the media and theoretical
framework. The presentation is shown the justification and the contribution of this
stuff to the professionals, in order to instigate the curiosity of the viewer. Following
the theoretical framework presented, based on the current scientific literature,
characteristics related to rhythmic gymnastics, motor sensory exercises and use. As
the protocol used, the DVD has a sequence of exercises, divided into three phases,
according to their development, with the detailed description of each movement. The
media proposal in this technical report will enable direct practical application to the
professionals of the exercise area related to health promotion, since it will include
variables related to proprioception exercises in rhythmic gymnastics due to lack of
specific literature in that area.

Keywords: rhythmic gymnastics, exercises, proprioception, sensory motor.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 10

2. REVISÃO DE LITERATURA - CONTEXTUALIZAÇÃO ...................................... 12


2.1. GINÁSTICA RÍTMICA – HISTÓRICO ................................................................ 12
2.1.1. Competição ..................................................................................................... 13
2.1.1.1 Aparelhos............................................................................................... ........ 14
2.1.1.2 Modalidades – Individual e Conjunto ............................................................. 15
2.2 EXERCÍCIOS SENSÓRIOS MOTORES ............................................................. 16
2.2.1 Receptores Proprioceptivos..............................................................................17
2.3 TREINAMENTO SENSÓRIO MOTOR NA PREVENÇÃO ................................... 19

3 DESENVOLVIMENTO .......................................................................................... 21
3.1. COMPOSIÇÃO DA MÍDIA DVD ......................................................................... 21
3.1.1. Referencial Teórico da Mídia........................................................................... 22
3.1.3. Local e equipamentos para a prática de exercícios proprioceptivos .............. 22
3.1.4. Protocolo sensório motor em ginástica rítmica ................................................ 23

4 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 28

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 29

APÊNDICE A – Artigo Científico .............................................................................. 34


APÊNDICE B – Trabalhos Apresentados em Eventos Científicos ............................ 49
APÊNDICE C – Termo de Autorização de Uso de Imagem.......................................50
APÊNDICE D – Solicitação para Gravação...............................................................51
10

1 INTRODUÇÃO

A Ginástica Rítmica (GR) é uma modalidade esportiva que combina


arte a gestos biomecânicos de alta complexidade em uma diversidade de eventos. A
partir de seu processo evolutivo observou-se aumento do número de praticantes,
elevação do grau de dificuldade dos exercícios e maior exigência do sistema de
pontuação, aumentando o risco de lesões¹. Um esporte, que se destaca pela
elegância e beleza dos movimentos, necessita de um alto nível de desenvolvimento
de habilidades físicas, tendo como objetivo a perfeição técnica na execução dos
elementos corporais e no manuseio dos aparelhos2.

Estudos realizados por Callegari et al. comprovam que as lesões


mais atribuídas são em articulação de tornozelo, joelho, ombro e coluna lombar,
sendo a mais comum as entorses de tornozelo, principalmente, em atletas no nível
de competição. O tratamento de lesões em membros inferiores, principalmente em
entorses laterais de tornozelo, ocorre na proporção de 1: 1000 indivíduos,
correspondendo a 80% das disfunções articulares do tornozelo3.

O comprometimento do sistema proprioceptivo acarreta déficits na


estabilização articular neuromuscular, que pode contribuir para a ocorrência de
lesões como distensão excessiva das cápsulas e ligamentos articulares e,
consequentemente, para a desestabilização do controle postural 4, assim a
manutenção da estabilidade postural se torna um fator fundamental para o
desempenho esportivo5.

Os estudos em programas de propriocepção com atletas de GR


ainda é muito escasso, de forma que se encontra grande dificuldade de busca na
literatura atual. Entretanto, entre os poucos estudos encontrados, a maioria aborda a
incidência ou o tratamento de lesões já desenvolvidas, e nenhum aborda a
prevenção destas disfunções.

O treinamento de GR se baseia em princípios da biomecânica


articular, como aumento da amplitude de movimento, ganho de força, flexibilidade e
resistência muscular. A inclusão de exercícios proprioceptivos pode ser importante
11

para protocolos de treinamento, principalmente, para as articulações de membros


inferiores, com a utilização de equipamentos como: colchonetes, espaguetes, planos
inclinados, balancinho, cama elástica, entre outros6,7.

Espera-se que a produção de uma mídia eletrônica possa auxiliar os


profissionais de Fisioterapia, Educação Físicas, Treinadores entre outros, que atuam
com atletas de GR e utilizam de programas de reeducação sensório motora em suas
propostas de trabalho, com isto, a referida mídia eletrônica poderá colaborar na
escolha e aplicação de uma sequência de exercícios de propriocepção, objetivando
melhora de equilíbrio, força, agilidade e flexibilidade, repercutindo diretamente no
desempenho dos atletas de GR, resultando em melhora da estabilidade articular e
performance dos atletas, assim como prevenindo de recidivas de lesões
osteomioarticulares. Diante disso, o profissional terá acesso a um vídeo com a
execução de uma sequência de exercícios de acordo com cada fase do treinamento,
da mesma maneira que orientações pertinentes a execução dos mesmos. Tendo em
vista a escassez de referencial bibliográfico nesta área, o material proposto servirá
de orientação e embasamento científico aos profissionais da área, que desenvolvem
atividades com atletas de GR.
12

2 REVISÃO DE LITERATURA – CONTEXTUALIZAÇÃO

2.1 GINÁSTICA RÍTMICA – HISTÓRICO

A importância da Ginástica Rítmica para o Brasil faz com que se


busque conhecer a sua raiz. Assim, têm-se nos relatos da Confederação Brasileira
de Ginástica que o seu início advém do final da Primeira Guerra Mundial, mas ainda
sem regras específicas e com nome indeterminado. Várias escolas inovavam os
exercícios tradicionais da Ginástica Artística, misturando-os com música. Assim, em
1946, na Rússia, surge o termo: rítmica. Esta denominação se deu em razão de se
utilizar a música durante a realização dos movimentos. Nos anos seguintes, a
história traz que no ano de 1961, alguns países do leste Europeu organizaram o
primeiro campeonato internacional de Ginástica Rítmica. No ano seguinte, a
Federação Internacional de Ginástica (FIG) reconheceu a Ginástica Rítmica
Dançante (GRD) como um esporte. A partir de 1963 iniciaram-se os primeiros
campeonatos mundiais promovidos pela Federação Internacional de Ginástica (FIG),
em que a maior parte dos aparelhos utilizados atualmente já o foram, com a exceção
da fita e das maças.8

Em 1984, a GRD foi reconhecida pelo Comitê Olímpico Internacional


e introduzida nos Jogos Olímpicos daquele ano. Em Seul-1988, o esporte
conquistou o público e se popularizou. Em Atlanta, 1996, a Federação Internacional
de Ginástica (FIG) introduziu a competição de conjuntos nos Jogos Olímpicos. A
Ginástica Rítmica (GR) foi introduzida no Brasil pela prof. Ilona Peuker, da Hungria,
na década de 1950. Em 1978 foi criada a Confederação Brasileira de Ginástica
(CBG), o que deu impulso à modalidade. O crescimento da CBG, o apoio das
entidades governamentais ao esporte e o exaustivo trabalho de ginastas e técnicas
levaram a um grande crescimento da GR, possibilitando a equipe Brasileira alcançar
a vitória em cinco Pan-americanos, nos exercícios de conjunto: 1999, 2003, 2007,
2011 e 20158.
13

A GR é um esporte que se destaca pela elegância e beleza dos


movimentos e requer um alto nível de desenvolvimento de algumas qualidades
físicas, objetivando a perfeição técnica na execução dos elementos corporais e no
manejo dos aparelhos2. O nível do desempenho atlético na prática do esporte é
altamente dependente da capacidade de coordenação motora, juntamente com a
flexibilidade9.

Sendo assim, uma atividade que engloba modalidades competitivas


e não competitivas, e que envolvem a prática de uma série de movimentos que
exigem força, flexibilidade e coordenação motora para fins únicos de
aperfeiçoamento físico e mental. A ginástica pode ser dividida em seis modalidades,
das quais se tem: ginástica artística, rítmica, acrobática, aeróbica, geral e trampolim
acrobático.10 A iniciação para a prática da ginástica rítmica (GR) se dá a partir dos
cinco aos oito anos de idade, período em que a criança está desenvolvendo suas
capacidades de coordenação motora.11,12

Os elementos corporais são base indispensável dos exercícios


individuais e em conjunto. Fazem parte dos elementos corporais obrigatórios: andar,
correr, saltar, saltitar, balancear, circunduzir, girar, equilibrar, ondular, executar pré-
acrobático, lançar e recuperar, sendo que os exercícios devem ser acompanhados
por estímulo musical. Os exercícios são avaliados por árbitros em acordo com o
Código de Pontuação.11

2.1.1. Competição

A Ginástica Rítmica é uma atividade desportiva de infinitas


possibilidades de movimentos corporais, realizados fluentemente em harmonia com
a música e coordenados com o manejo dos aparelhos próprios desta modalidade
olímpica, que são a corda, o arco, a bola, as maças e a fita. Segundo Gaio12, a
duração das séries individuais implica um tempo de 1´15” a 1’30” e conjunto de 2’15”
a 2’30” e que, na avaliação dos árbitros, para cada segundo a mais ou a menos no
14

tempo total da série há uma perda de pontuação de 0,05 pontos na média final da
ginasta ou conjunto, podendo comprometer a classificação final.

2.1.1.1 Aparelhos

Os aparelhos próprios da GR são portáteis e têm como


características o manuseio de formas diferenciadas, ao mesmo tempo, em que a
ginasta executa movimentos corporais no ritmo da música13.

São cinco tipos de aparelhos oficiais: corda, arco, bola, maças e fitas
utilizadas para apresentações individuais e de conjunto (cinco ginastas ao mesmo
tempo na quadra).

Para Lourenço13 O aparelho corda é o primeiro na ordem olímpica


estabelecida pela FIG dentro os demais utilizados na GR e esteve presente pela
primeira vez no terceiro campeonato mundial da modalidade, realizada em 1967 em
Copenhague na Dinamarca. Nas competições de conjunto sua aparição foi durante o
sexto campeonato do mundo em Rotterdan na Holanda em 1973, na ocasião as
equipes de conjunto contavam com seis ginastas titulares.

A corda não aparece mais nas competições individuais da categoria


adulta, sendo os quatro demais aparelhos fixos para as competições dessa
categoria desde 2009 (arco, bola, maças e fita), Bernardi e Lourenço14 acreditam
que isso se deve a pouca visibilidade da corda ao ser transmitida pelos meios de
comunicação via imagem, pois seus movimentos são ágeis e dinâmicos, dificultando
uma boa imagem no vídeo o que, talvez, tenha colaborado com a proibição da
utilização de corda na cor branca, já apontada pela FIG anteriormente.

Ainda, de acordo com Bernardi e Lourenço14 ao tratarem do


aparelho arco afirmam que: assim como a corda também é de fácil introdução junto
às crianças, é tradicionalmente conhecido como ¨bambolê¨, na qual as meninas em
especial têm o hábito de brincar desde cedo, também é muito utilizado nas aulas de
educação física escolar. O arco oficial para competições de ginástica rítmica é de
plástico PVC ou madeira, mede de 80 e 90 cm de diâmetro e com um peso mínimo
de 300 gramas, seu contorno pode ser circular, quadrado, retangular ou ovalado,
15

podendo ser encapado de várias cores ou simplesmente de uma cor só. Para as
categorias de base podemos utilizar o arco de 60 a 75 centímetros, substituído
facilmente por um de mangueira grossa com uma pequena emenda para unir as
extremidades.

O aparelho bola é um material com ótima aceitação pelas crianças,


pois faz parte das brincadeiras da infância, assim como a corda e o arco. O trabalho
com a bola desenvolve noções de equilíbrio, porque o tempo todo este aparelho tem
que estar equilibrado na mão da criança e em harmonia com a música e os
movimentos corporais. Para a categoria adulta (a partir dos 16 anos), as dimensões
oficiais da bola são: 18 a 20 centímetros, 400 gramas, de borracha ou plástico e a
cor é livre14.

Em relação ao aparelho maças, sua medida é de 40 a 50 cm, de


uma extremidade a outra, e seu peso mínimo é de 150 gramas cada uma das
maças, podendo ser de qualquer cor, o material pode ser de madeira ou plástico
duro. Introduzido nas competições em 1973, sua forma é similar a uma garrafa e
como a ginasta segura uma maça em cada mão, na maioria dos exercícios, o
desenvolvimento da ambidestralidade é garantido15.

O aparelho fita completo é composto por um estilete (varinha),


emenda (peças de pescaria ou barbante) e a fita (acetinada ou cetim puro), o estilete
tem de 50 a 60 centímetros de comprimento, podendo ser de madeira ou fibra de
vidro, seu diâmetro deve ser de no máximo um centímetro na parte mais grossa (em
que se segura o estilete), sua forma pode ser cilíndrica ou cônica. A emenda pode
ser feita com giradores de pescaria ou até mesmo com um barbante ou fio de nylon
de cinco a sete centímetros no máximo13.

A fita surgiu no ano de 1971 durante o Campeonato do Mundo de


Cuba, e sua característica principal é a realização de movimentos enérgicos (para
mostrar o desenho o tempo todo) durante elementos suaves de piruetas 10,15.
16

2.1.1.2 Individual e conjunto

Existem dois tipos de competições na Ginástica Rítmica: individual e


em conjunto. Nos campeonatos individuais da categoria adulto (a partir dos 16 anos
de idade) a duração da apresentação é de 1’15” a 1’30”, tempo em que as ginastas,
obrigatoriamente, participam de quatro provas com os aparelhos oficiais arco, bola,
maças e fita, uma vez que o aparelho corda é utilizado apenas nas categorias de
base.

No conjunto, cinco ginastas competem ao mesmo tempo de forma


sincronizada, dando ideia de unidade realizando colaborações variadas na qual uma
depende da outra para obter um resultado final harmonioso. Os aparelhos do
conjunto são definidos pela FIG para todo o ciclo olímpico e cada combinação de
aparelhos tem a duração de dois anos; são duas coreografias distintas, sendo uma
de um único tipo de aparelho e outra com dois aparelhos diferentes ao mesmo
tempo13.

A modalidade de conjunto é apresentada por cinco ginastas ao


mesmo tempo, no qual a coreografia tem um tempo mínimo de 2’15’’ e máximo de
2’30’’, também sempre acompanhados com a música. Os conjuntos sempre
apresentam duas coreografias distintas, em que a escolha dos aparelhos também é
determinada pela FIG.

2.2 EXERCÍCIOS SENSÓRIOS MOTORES

A Propriocepção foi primeiramente introduzido por Sherrington em


1906, que a descreveu como um tipo de feedback dos membros ao sistema nervoso
central (SNC)16. Outro estudo que vem ao encontro ao de Dover et al., é o Lephart et
al, no qual se menciona a propriocepção como sendo um tipo de informação vinda
dos membros até o SNC17. Beynnon et al. relata que o Sistema Nervoso Central
(SNC) processa estas informações vindas de terminações nervosas especializadas
ou de mecanorreceptores, que estão localizados na pele, músculos, tendões,
cápsulas articulares e ligamentos. Juntamente com os inputs vestibular e visual, os
mecanorreceptores fornecem ao SNC informações sobre a posição do membro18.
17

Outro termo utilizado por autores e livros é que a propriocepção


tem por definição a capacidade inconsciente de sentir o movimento e a posição de
uma articulação no espaço caracterizada por aferências neurais cumulativas
originadas de mecanorreceptores. Na articulação do joelho, esses
mecanorreceptores se situam nas cápsulas, ligamentos, músculos e tendões com
aferências ao sistema nervoso central4. Outros autores ainda consideram que o
termo propriocepção tem um sentido mais amplo, abrangendo e incluindo o controle
neuromuscular19,20. A propriocepção faz parte de um sistema denominado sistema
somato-sensórios, este engloba todas as informações pelos mecanorreceptores,
nocirreceptores, termorreceptores6. As informações proprioceptivas geradas pelos
mecanorreceptores são levadas pelas vias aferentes até o SNC, aonde serão
processadas e programadas novas formas de ativação muscular para estabilizar as
articulações27. A ativação inconsciente dos estabilizadores dinâmicos, que ocorre em
preparação e em resposta ao movimento articular é denominada controle
neuromuscular11.

Sendo assim, quando o indivíduo pratica esporte, ele produz uma


adaptação e desenvolve consciência para estratégias posturais, podendo
proporcionar ao indivíduo o desenvolvimento de sincronismo maior entre os
segmentos corporais, quando comparados com pessoas que não praticam
atividades fisicas21. Com isso, é possível citar que comprometimento do sistema
proprioceptivo acarreta déficits na estabilização articular neuromuscular, que pode
contribuir para a ocorrência de lesões como distensão excessiva das cápsulas e
ligamentos articulares e, consequentemente, para a desestabilização postural4.

No entanto, exercícios sensório motor demonstram uma grande


ação profilática e de reabilitação em lesões musculoesqueléticas, pois exigem da
modalidade sensorial maior precisão para obtenção de informações referentes à
sensação de movimento e posição articular, com base em elementos de outras
fontes que não a visual, a auditiva ou a cutânea superfcial22.

Estudos de Prentice23 sugerem que o treinamento sensório motor


pode ser desenvolvido de diversas formas como, por exemplo, por meio de
equipamentos classificados como aparelhos de mecanoterapia, como: plano
inclinado quadrado, redondo, balancinho, disco e trampolim (cama elástica
18

pequena), em que esses equipamentos estimulam o aumento da percepção do


centro de gravidade e, consequentemente, aumentando a estimulação ao nível do
fuso muscular. Somada aos exercícios de corridas no plano, em linha reta, com
mudanças de direção, exercícios em modelos de circuitos, associados à utilização
dos planos inclinados são também exemplos de atividades em cadeia cinética
fechada com os membros inferiores, favorecendo a recuperação sensória motora
das articulações como quadril, joelho e tornozelo.

Evidências científicas apontam que as maiores incidências de lesões


na GR são encontradas nas articulações dos tornozelos e joelhos, assim como em
alguns casos no punho, essas lesões podem ser evidenciadas nas lesões de tecidos
moles como lesões capsulares, ligamentares e tendíneas, além de perda de
funcionalidade3.

2.2.1 Receptores Proprioceptivos

Alguns receptores proprioceptivos presentes nas estruturas


musculares, como o fuso muscular e órgãos tendinosos de Golgi. Os fusos
musculares são considerados os principais sensores proprioceptivos, presente nos
músculos esqueléticos, e são sensíveis ao estiramento de fibras musculares,
respondendo tanto ao estiramento passivo quanto ao ativo. Já os órgãos tendinosos
de Golgi (OTGs) se encontram presentes na região musculo-tendínea, sendo
ativados por geração de tensão contra resistência forte, como também ao
estiramento passivo24.

Em relação aos ligamentos, tecidos subcutâneo e ossos apresentam


os principais proprioceptores como os receptores articulares, formados por
terminações livres e corpúsculo de Rufini, Paccini e Golgi, responsáveis por informar
qualquer alteração em relação à posição, à direção do movimento, sendo sensíveis
a variações de angulação (extremos de ADM) e velocidade angular; presentes nos
ligamentos, que são responsáveis por informar a posição do segmento, assim como
a tensão ligamentar. Os respectivos receptores são, constantemente, estimulados
através de deformações ocorridas por tração ou compressão em nível articular24.
19

Quadro 1 – Receptores proprioceptivos

O sistema proprioceptivo é de natureza neurológica e recebe


informações provenientes de múltiplos sensores do corpo, como a planta dos pés,
músculos, articulações, mucosas, língua, sistema visual e sistema auditivo do
equilíbrio. Estes sistemas se integram e compatibilizam todas essas informações,
em que expedem as ordens necessárias para as fibras musculares de todo o corpo
para que este realize uma determinada ação. 6,25

Figura 1: Homúnculo de Penfield


20

A propriocepção, por meio de seus receptores, mantém uma relação


direta com os movimentos articulares, a qual é prejudicada quando na ocorrência de
lesão, sendo assim, as entorses, luxações, fraturas, entre outras lesões
osteomioarticulares desencadeiam alterações das sensações proprioceptivas,
levando o indivíduo a quadros de instabilidades articulares, comprometendo assim o
equilíbrio e o desempenho funcional25.

2.3 TREINAMENTO SENSÓRIO MOTOR NA PREVENÇÃO

O treinamento sensório motor tem vindo a assumir um papel


decisivo como fator integrante dos programas de prevenção de lesões. Os exercícios
se baseiam em situações, em que a variabilidade e a instabilidade são dois fatores
constantes, pelo que se sugere que decorram em superfícies móveis, com diferentes
graus de dureza, com apoio unipodal e, ainda, com e sem referências visuais26.

Os efeitos, em longo prazo, são a redução da instabilidade funcional


do risco de lesão e tônus muscular em desportos e nas atividades diárias. A
informação sensorial pode ser usada, também, para corrigir a velocidade e erros de
regulação de tempo induzidos por perturbações súbitas de resistência durante o
movimento multiarticular27.

Salomão et al.28 e Cohen et al.29 trazem relatos sobre intervenções


realizadas após ocorrências de lesões. As lesões resultam em afastamento do atleta
na prática esportiva e podem causar deficiência de longo prazo e têm um grande
impacto sobre os custos dos cuidados de saúde30. Contudo, são escassos os
trabalhos com atletas saudáveis, que fazem o uso do treinamento sensório motor
como instrumento preventivo.

A prescrição de exercícios sensório motor deve ocorrer de forma


individualizada e de acordo com o que cada indivíduo realiza no seu cotidiano, para
o desenvolvimento e manutenção da saúde e aptidão física e/ou tratamento de
lesões31.
21

Na literatura atual, a quantidade de sessões em um treinamento


sensório motor não é definida, a quantidade varia conforme modalidade e método
utilizado, e também não é estabelecido um número exato para a eficácia na
aplicação de programas de treinamento sensório motor.

Um estudo, realizado por Emery e Meewisse32, verificou a eficácia


de um programa preventivo durante seis semanas com exercícios de aquecimento,
alongamento e propriocepção, demonstrando significantes reduções de lesões dos
membros inferiores. Em outro estudo, Gilchrist et al.33 apresentaram resultados
significantes em um programa de treinamento proprioceptivo voltado para atletas de
futebol (n=583) na prevenção de lesões no LCA, com duração de doze semanas, já
Heidt et al34 utilizaram um protocolo de prevenção com duração de sete semanas
em 300 atletas de futebol feminino, em que estas adquiriram redução de lesão de
modo geral, quando comparadas ao grupo controle.

Alguns estudos utilizaram o protocolo da FIFA “The 11+” como


Steffen et al.35, que consiste na utilização de dez exercícios com foco na
estabilização estática, equilíbrio, estabilização dinâmica e exercício excêntrico para
isquiotibiais, esses exercícios consistem em um protocolo preventivo, que foi
utilizado em 2.100 atletas de futebol da Noruega. Outro estudo foi o de Longo et al36,
que utilizaram o protocolo em oitenta atletas de basquete masculino, sendo
analisada uma redução na taxa de lesões relacionadas aos membros inferiores.

Em estudos realizados por Araújo et al.22, os exercícios


proprioceptivos demonstraram uma grande ação profilática e de reabilitação em
lesões musculoesqueléticas, pois exigem da modalidade sensorial uma forma mais
competente para obtenção de informações referentes à sensação de movimento e
posição articular, com base em elementos de outras fontes que não a visual, a
auditiva ou a cutânea superficial.

De acordo com as informações presentes nas referências


pesquisadas, todos os autores concordam que o treinamento proprioceptivo
promove melhoria do equilíbrio corporal e, principalmente, na estabilidade articular;
beneficiando os indivíduos na prevenção e tratamento de lesões
osteomioarticulares.
22

3 DESENVOLVIMENTO

Nesta seção do relatório é exposta a produção técnica, em que são


descritas informações de formatação do material e os itens que compõem a mídia
eletrônica em formato de DVD, com explicações detalhadas sobre a importância de
cada tópico e sub tópicos, que integraram o documento final.

3.1 COMPOSIÇÃO DO DVD

A gravação foi realizada no local de treinamento da atleta, a quadra


poliesportiva da Universidade Norte do Paraná com a atleta do grupo Juvenil
Campeã Sul-americana Amanda Caroline de Carvalho. A gravação foi realizada com
câmeras profissionais Broadcast e DSLR com resolução full HD, os equipamentos
utilizados foram: 01 Câmera Sony NX5 Full HD; 01 Câmera Canon 60D; 02 Cartão
memória 32 GB Trancend; 01 Tripé E-image; 01 Monopé Manfroto; 02 Iluminação
Halogena 500 w. Para a edição do material captado foram utilizados programas de
edição não linear como: Adobe Premiere CC; Adobe Encore CS6; Adobe Photoshop
CC. O material foi captado em resolução/formato [Full HD] 1920 x 1080 (30 fps),
sendo exportado e armazenado em resolução [HD] 1280 x 720 (30 fps), ao final o
material será produzido em mídia DVD resolução [SD] 720 x 480 (30 fps).

No material em DVD, constam os seguintes tópicos:

1. Apresentação: Vídeo narrado e ilustrativo com a


justificativa e importância do produto, um breve resumo sobre o que será
abordado e para quais profissionais da área da saúde este é direcionado.
2. Ginástica Rítmica: Este tópico conceitua a Ginástica
Rítmica (GR) e sua história, de acordo com a modalidade, apresentando a
classificação em individual e conjunto, referenciando também os aparelhos
utilizados em sua prática;
3. Propriocepção: Este tópico aborda a definição e utilização
de exercícios sensório motor em atletas de diversas modalidades, e sua
importância na prevenção de lesões osteomioarticulares e suas recidivas.
23

Apresenta, também, os aparelhos utilizados em programas de exercícios


sensório motor.
4. Programa de exercícios sensórios motores: Consta a
apresentação e narração em vídeo dos exercícios sendo executados pela
atleta Amanda Caroline de Carvalho, em que os exercícios são separados e
executados, em três fases, com evolução em dificuldade de execução em
cada etapa.
5. Créditos: Dados acadêmicos dos envolvidos no projeto.
6. Referências: Apresenta as referências bibliográficas
utilizadas durante todo o texto narrado e utilizado no DVD.

3.1.1. Referencial Teórico do DVD

Para seleção do referencial teórico do Menu do DVD optou-se por


artigos científicos publicados em revistas científicas indexadas. São incluídos, ainda,
livros cujos autores são referência quanto à propriocepção. O intuito desta seção no
menu é suscitar no expectador a importância da prática do exercício físico,
especificamente, os exercícios proprioceptivos.

3.1.2. Local e Equipamentos para a prática de exercícios sensório motor.

O local de aplicação dos exercícios sensório motor deve ser bem


iluminado e arejado, com temperatura controlada e espaço físico, que possibilite a
alocação dos equipamentos, assim como espaço para o trânsito dos praticantes e do
profissional. Recomenda-se uma área com, no mínimo, 60 m2, com diferentes
densidades de piso, podendo finalizar o treinamento proprioceptivo em utilização de
um ambiente de treinamento da Ginástica Rítmica, no tablado.

Para a realização dos exercícios é indicado o uso de roupas que não


restrinjam a amplitude de movimentos, sendo uma vestimenta que seja adequada
para os treinos e a prática de Ginástica Rítmica. Na prática dos exercícios sensório
motor não existe a necessidade do uso de calçado ou alguma proteção especial
para os pés. A prática pode ser com os pés descalços, para que durante sua
24

execução ocorra a estimulação de receptores proprioceptivos presentes na região da


pele.

Quanto aos equipamentos, o DVD apresenta uma descrição e


imagem de cada aparelho e, posteriormente, a utilização destes em cada momento
da proposta de treinamento sensório motor.

3.1.3. Protocolo de Exercícios Sensório Motor em Ginástica Rítmica

O DVD evidencia que os exercícios sensório motor devem ser


aplicados por profissionais capacitados, com formação direcionada para a prescrição
do exercício físico como, por exemplo, profissionais habilitados com graduação em
Educação Física e Fisioterapia. Os conhecimentos sobre a técnica são abordados
durante a formação (graduação) nas duas áreas. No entanto, recomenda-se aos
profissionais, a realização de cursos específicos que contemplem a base para a
aplicação do método.

Para a gravação do DVD, respeitou-se uma sequência de exercícios


que envolvem alongamentos iniciais, acompanhados de uma sequência de
exercícios proprioceptivos e sempre intercalando os alongamentos de musculatura
de membros inferiores entre as fases, como tem sido trabalhado na prática e na
pesquisa clínica.

A sequência é escolhida no intuito de ofertar ao expectador um


passo a passo de cada exercício, de uma forma didática e sequencial, com
ilustrações que reportem a execução correta de cada movimento, possibilitando a
melhor escolha para cada caso.

Para a realização do programa de exercícios sensório motor definiu-


se, inicialmente, avaliar as atletas de Ginástica Rítmica (GR), antecipadamente a
qualquer intervenção. A avaliação contou com nove atletas, do gênero feminino,
atletas de Ginástica Rítmica (GR), com idade média entre 13 a 16 anos,
pertencentes à equipe de Ginástica Rítmica da UNOPAR, Londrina/PR. O critério de
25

exclusão foram os indivíduos submetidos a procedimentos cirúrgicos ou que


apresentaram lesões osteomioarticulares nos membros inferiores, e/ou que estavam
em tratamento clínico e fisioterapêutico.

Após a explanação e assinatura do Termo de Consentimento Livre e


Esclarecido, pelos responsáveis legais de cada atleta, iniciou-se o protocolo de
exercícios. O programa de exercícios sensório motor foi executado duas vezes na
semana (terças e quintas-feiras com a equipe juvenil de Ginástica Rítmica (GR)) da
UNOPAR, sempre de forma antecedente aos treinos diários de ginástica rítmica,
com o fim de evitar fadiga muscular. O programa foi divido em três fases,
aumentando o grau de dificuldade a cada fase proposta.

Fase I do programa de reeducação sensório motor:

Materiais Utilizados: colchonete, meio baguete, bola, step

1. Circuito para trabalhar marcha, começando com colchonetes


sobrepostos, espumas como obstáculos. Caminhar em apoio plantar total, em
seguida, caminhar em plantiflexão. Realizar cinco repetições para cada movimento.
2. Circuito com obstáculos para trabalhar marcha, contendo linha
única de meio baguete, step de obstáculo, linha dupla de meio baguete, linha única
de meio baguete, baguetes na horizontal. Atletas realizavam marcha mantendo o
equilíbrio em todos os planos. Realizar dez repetições de marcha.
3. Em apoio unipodal no chão plano, atletas em fila única.
Transferir objetos nas laterais (objetos utilizados nos treinos como bola, maça),
entregando de um lado e pegando o objeto do outro lado. Realizar dez repetições
para cada lado.
4. Em apoio unipodal sobre o meio baguete em fila única, passar
objetos por cima da cabeça (objetos utilizados nos treinos como bola e maça).
Realizar 10 repetições.
5. Em apoio unipodal sobre o meio baguete em fila única, realizar
movimento circular com o membro inferior contralateral em extensão, no sentido
horário e anti-horário por 60 segundos cada.
26

6. Em apoio unipodal sobre colchonetes sobrepostos, realizar


movimentos da coreografia, como: pegada da perna no plano anterior e no plano
posterior. Mantendo por 10 segundos cada postura.
7. Linha de colchonetes sobrepostos no chão, atleta em apoio
bipodal deve realizar saltos intercalados e sequenciais (salto baixo com MMII
estendidos e salto elevado com MMII flexionadas). Realizar dez repetições.
8. Linha de colchonetes sobrepostos, realizar saltos intercalados
como citado no item anterior, evoluindo para saltar e rolar em seguida, voltando a
posição inicial em apoio bipodal. Realizar dez repetições.
9. Linha de colchonetes sobrepostos, a ginasta deve realizar saltos
sequenciais, denominado de “Salto Anel” na modalidade da GR. Realizar dez
repetições.

Fase II do programa de reeducação sensório motor:

Materiais utilizados: Plano inclinado quadrado pequeno (1) e plano


inclinado grande (1), prancha proprioceptiva redonda (1), carrinho proprioceptivo (1),
bosu (1), disco proprioceptivo inflável (1), balancinho (2), cama elástica (2). Os
aparelhos são posicionados, em linha reta, e a atleta permanece em cada estação
por 60 segundos, esta fase é subdivida em duas fases, sendo a primeira com a
atleta realizando somente o desafio de permanecer sozinha sob o aparelho e por
seguinte a segunda fase que consiste em a atleta permanecer sob o aparelho
havendo oscilações externas de seu equilíbrio ocasionado pelo instrutor do
protocolo, realizando oscilações ântero-posteriores e látero laterais.

1. Plano inclinado pequeno: atleta permanece em apoio bipodal,


realizando oscilações antero posteriores, durante 60 segundos.
2. Plano inclinado grande: atleta permanecia em apoio bipodal
realizando oscilações antero posteriores, durante 60 segundos.
3. Prancha proprioceptiva redonda: atleta permanece em apoio
bipodal, mantendo equilíbrio central, sendo que o aparelho permite oscilações látero
laterais e antero posteriores, permanecendo por 60 segundos.
27

4. Carrinho proprioceptivo: atleta permanece em apoio bipodal


mantendo equilíbrio central, sendo que aparelho permite oscilações látero laterais,
permanecendo por 60 segundos.
5. Disco proprioceptivo inflável: atleta permanece em apoio bipodal,
mantendo equilíbrio durante 60 segundos.
6. Bosu: atleta em apoio bipodal em plantiflexão mantendo o
equilíbrio central, durante 60 segundos.
7. Balancinho: atleta permanece em apoio unipodal com membro
contra lateral, em flexão de joelho, mantendo equilíbrio, durante 60 segundos para
cada membro inferior.
8. Cama elástica: atleta permanece em apoio unipodal com
membro contra lateral em flexão de joelho mantendo equilíbrio, durante 60 segundos
para cada membro inferior.
9. Cama elástica: atleta realiza saltos intercalados (salto com
membros inferiores (MMII) estendida baixo e salto elevado com MMII flexionados),
sempre mantendo equilíbrio no centro da cama elástica sem pegar rebote entre um
salto e outro, sempre cravando ao final de cada salto. Realizar 10 repetições para
cada salto.
10. Cama elástica: atleta realiza “Salto Anel”, com 10 repetições
para cada MMII.

Fase III do programa de reeducação sensório motora:

Treino funcional visando propriocepção, força, equilíbrio,


estabilidade da articulação de MMII, velocidade e potência. Serão utilizados os
seguintes aparelhos: Step baixo (2), Bola Suíça (3), Balancinho (1), Bosu (1), Disco
Inflável proprioceptivo (1), Cama Elástica (2), Plano Inclinado pequeno (2),
Colchonetes (10). As atletas realizam uma série de exercícios em cada aparelho
acima citado, seguindo a seguinte ordem proposta, com a justificativa de que em
cada estação de exercícios o grau de dificuldade é aumentado.
1. Em apoio unipodal no step, o outro membro inferior fica
flexionado a 90º de joelho e quadril à frente, o membro flexionado vai até o chão e
volta em flexão de quadril e joelho à frente sem apoiar no step. Realizar dez
repetições para cada membro.
28

2. Agachamento com bola suíça associada à isometria. Bola


apoiada na parede, coluna lombar apoiada na bola suíça, a atleta deve realizar
agachamento com MMII posicionados na abertura do quadril, joelhos semi-
flexionados e pés em plantiflexão (ponta de pé). Realizar dez repetições para cada
membro.
3. Agachamento unipodal com bola suíça. Bola apoiada na parede,
coluna lombar apoiada na bola suíça com pés apoiados totalmente no chão, a atleta
deve realizar agachamento em apoio unipodal. Realizar dez repetições para cada
membro.
4. No Balancim em apoio unipodal se deve realizar pegada
posterior do membro inferior. Realizar dez repetições para cada membro.
5. No balancim, em apoio unipodal, a atleta deve realizar um semi-
agachamento com perna estendida na lateral, enquanto se equilibra. Realizar dez
repetições para cada membro.
6. Apoio unipodal no bosu virado para baixo com membro inferior
contralateral apoiado posteriormente em uma bola suíça tamanho 55 cm, realizando
agachamento unipodal, mantendo equilíbrio no bosu. Realizar dez repetições para
cada membro.
7. No disco proprioceptivo, a atleta deve realizar pegada do
membro inferior à frente e permanecer na postura. Realizar dez repetições para
cada membro.
8. Na cama elástica a atleta deve realizar giro “Pivô” (giro em apoio
unipodal) parando o movimento a cada giro. Realizar dez repetições para cada
membro.
9. Plano inclinado pequeno, realizar postura de “Panchê” e
permanecer por 60 segundos para cada membro inferior, sem apoio das mãos.
10. Colchonetes alinhados com espumas, formando oscilações na
superfície do colchonete, sendo assim obstáculos. No lançamento da bola deve ser
executada uma Chene (giro sob os dois pés) em seguida do elemento acrobático
com rolamento para frente. Realizar dez repetições para cada membro.
11. Realizar corrida sobre o colchonete associado a “Salto
Spacato”. Realizar dez repetições para cada membro.
29

4 CONCLUSÃO

O presente estudo estabelece que uma mídia eletrônica em formato


de DVD servirá de orientação e embasamento científico aos profissionais da área do
exercício físico, bem como dos profissionais de Educação Física e Fisioterapia, que
atuam com aplicação e desenvolvimento de protocolos de propriocepção para
atletas praticantes de GR, em que a partir de uma intervenção e/ou aplicação de
treinamento sensório motor objetiva a melhora do equilíbrio, força, agilidade,
flexibilidade, que repercutem diretamente no desempenho das atletas de GR, assim
como as prevenções recidivas de lesões musculoesqueléticas e melhora da
estabilidade articular.

Sugere-se que a partir dos resultados desse trabalho, novos


programas de exercícios sensório motor sejam realizados, de acordo com a
realidade da GR ou, ainda, em função da perspectiva de benefícios relacionados ao
exercício físico na promoção da saúde, buscando a melhora da performance e
diminuição de recidivas de lesões musculoesqueléticas.

A limitação do referido projeto de pesquisa se resume ao reduzido


número de estudos realizados com atletas de GR na prática de exercícios sensório
motor, sejam estes para prevenção ou para o tratamento de lesões.
30

REFERÊNCIAS

1. Hoshi RA, Pastre CM, Vanderlei LCM, Júnior JN, Bastos FN. Lesões
desportivas na ginástica artística: estudo a partir de morbidade referida. Rev.
Bras. Med. Esporte. 2008;14(5):2-4.

2. Karloh M, Santos RP, Kraeski MH, Matias TS, Kraeski D, Menezes S.


Alongamento estático versus conceito Mulligan: aplicações no treino de
flexibilidade em ginastas. Fisioter. Mov. 2010;23(4):523-33.

3. Callegari B, Resende MM, Ramos LAV, Botelho LP, Albuquerque AS.


Atividade eletromiográfica durante exercícios de propriocepção de tornozelo
em apoio unipodal. Fisioterapia e Pesquisa. 2010;17(4):312-316.

4. Silvestre MV, Lima WC. Importância do treinamento proprioceptivo na


reabilitação de entorse de tornozelo. Fisioter Mov. 2003;16(2):27-34).

5. Baroni BM, Wiest MJ, Generosi RA, Vaz MA, Leal Junior ECP. Efeito da
fadiga muscular sobre o controle postural durante o movimento do passe em
atletas de futebol. Rev. Bras. Cineantropom Desempenho Hum 2011,
13(5):348-353.

6. Lobato DFM, Santos GM, Coqueiro KRR, Mattiello-Rosa SMG, Terrugi-Junior


A, Bevilaqua-Grossi D, Mattiello-Sverzut ACM, Bérzin F, Soares AB, Monteiro-
Pedro V. Avaliação da propriocepção do joelho em indivíduos portadores de
disfunção fêmuropatelar. Rev. Bras. Fisioter. 2005:9(1):57-62.

7. Cunha PL, Bonfim TR. Ativação eletromiográfica em exercícios sobre a


prancha de equilíbrio. Fisioter Bras. 2007;8(3):192-7.

8. Confederação Brasileira de Ginástica. História da Ginástica Rítmica. [Acesso


em 30 out. 2013].Disponível em: <http://www.educacaofisica.seed.pr.gov.br/>.
31

9. Poliszczuk T, Broda D. Somatic constitution and the ability to maintain


dynamic body equilibrium in girls practicing rhythmic gymnastics. Pediatric
Endocrinology, Diabets and Metabolism. 2010;16(2):94-99.

10. Oliveira MMM, Lourenço MRA, Teixeira DC. Incidências de lesões nas
equipes de ginástica rítmica da UNOPAR. UNOPAR Cient Ciênc Biol Saúde
2003/2004;5/6(1):29-40.

11. Molinari AMP. Ginástica Rítmica: Esportes, História e Desenvolvimento.


Cooperativa do Fitness; 2004.

12. Santos EVN, Lourenço MA, Gaio R. Composição coreográfica em Ginástica


Rítmica: do compreender ao fazer. São Paulo: Fontoura Editora, 2010.
Lourenço MRA. Ginastica Rítmica no Brasil: a ® evolução de um esporte.
Dissertação (Mestrado em Educação Física), Piracicaba: 2003.

13. Lourenço MRA, Rinaldi IPB. The group in rhythmic gymnastics. In: Schiavon,
L, Heinen, T, Botoleto, MA, Nunomura, M, Toledo, E de. (orgs.). High
performance gymnastics. Hildesheim: Arete Verlag; 2014.

14. Bernardi LMO, Lourenço MRA. Ginástica Rítmica: ensinando corda, arco e
bola 1. ed. – Várzea Paulista, SP: Fontoura; 2014.

15. Rinaldi IPB, Martinelli TAP, Teixeira RTS. Ginástica Rítmica: História,
características, elementos corporais e música. 1ª ed; 2009.

16. Dover GC, Powers, ME. Reability of joint position sense and force-
reproduction measures during internal and external rotation of the
shoulder. Journal of Athletic Training, 38, pp. 304-310. 2003.

17. Lephart, S. M., Pincevero, D. M., Giraldo, J. L., et al. The role proprioception in
the management and rehabilitation of athletic injuries. Am. J Sports Med., 25,
pp. 130-137. 1997.
32

18. Beynnon BD, Ryder SH, Konradsen L, Johnson RJ, Johnson K, Renströn PA.
The effect of ACL trauma bracing on knee proprioception. Am. J Sports
Med., 27, pp. 150-155. 1999.

19. Nunes, J.F.; Castro, J.O.M.; Marcheto, A.; Pereira, P.P. Tratamento
conservador das lesões do LCA. R. Soc. Bras. Cir. Joelho,2003, v.3, n.1.p.01-
4.

20. Laskowski ER, Newcomer-Aney K, Smith J. Refining rehabilitation with


proprioception training: expediting return to play. The Physician
Sportsmedicine, 25, pp. 89-102. 1997.

21. Faquim, A; Melo, S.I.L ; Pires, R. Comparação do equilíbrio entre atletas que
treinam com calçado, descalços e não atletas. Congresso Brasileiro de
Biomecânica, 11. 2005, São Paulo. Anais Florianópolis: UDESC, 2005.

22. Araújo ADS, Merlo JRC, Moreira C. Reeducação neuromuscular e


proprioceptiva em pacientes submetidos à reconstrução do ligamento cruzado
anterior. Rev. Fisioter Brasil. 2003;4(3):217-21.

23. Prentice WE. Técnicas de reabilitação em medicina esportiva. Manole; 2002.

24. Matimbiancio ALC, et al. Efeitos da propriocepção no processo de reabilitação


das fraturas de quadril. Acta Ortopédica Brasileira. São Paulo.
2008;16(2):112-6.

25. Antunha EL, Sampaio P. Propriocepção: um conceito de vanguarda na área


diagnóstica e terapêutica. Boletim Academia Paulista de Psicologia.
2008;02(08):278-283.

26. Soares J. O treino do futebolista. Lesões – Nutrição. Porto: Porto Editora;


2007; 2:1-3.
33

27. Lopes BMS. A importância do treino proprioceptivo na prevenção da entorse


do tornozelo em futebolistas [monografia]. Porto: Faculdade de Desporto da
Universidade do Porto; 2008. 79p.

28. Salomão O, Carvalho Neto J, Traldi IH, Fernandes TD, Carvalho Jr AE.
Tratamento da lesão ligamentar aguda do tornozelo em atletas. Rev. Bras.
Ortop. 1996;31(3):253-6.

29. Cohen M, Abdalla RJ, Ejnisman B, Amaro JT. Lesões ortopédicas no futebol.
Rev. Bras. Ortopedia. 1997; 32(12):40-4.

30. McGuine TA, Keene JS. The effect of a balance training program on the risk of
ankle sprains in high school athletes. Am J Sports Med 2006;34:1103–11.

31. Albuquerque G. Análise da eficácia de um protocolo de intervenção


fisioterapêutica em pacientes acometidos por osteoartrite de joelho
[monografia]. Cascavel: Faculdade de Fisioterapia, Universidade Estadual do
Oeste do Paraná; 2004. 136p.

32. Emery CA; Meeuwisse WH. The effectiveness of a neuromuscular prevention


strategy to reduce injuries in youth soccer: A cluster-randomized prevention
controlled trial youth soccer. Br J Sports Med 2010;44:555-562
doi:10.1136/bjsm.2010.074377.

33. Gilchrist J, Mandelbaum BR, Melancon H, Ryan GW, Silvers HJ, Griffin LY,
Watanabe DS, Dick RW, Dvorak J. A Randomized Controlled Trial to Prevent
Noncontact Anterior Cruciate Ligament Injury in Female Collegiate Soccer
Players. Am J Sports Med. 2008 Aug;36(8):1476-83. doi:
10.1177/0363546508318188.

34. Heidt RS Jr, Sweeterman LM, Carlonas RL, Traub JA, Tekulve FX. Avoidance
of soccer injuries with preseason conditioning. Am J Sports Med. 2000 Sep-
Oct;28(5):659-62.
34

35. Steffen et al (2008) Preventing injuries in female youth football – a cluster-


randomized controlled trial. Scandinavian Journal of Medicine & Science in
Sports. Volume 18, Issue 5, pages 605–614, October 2008.

36. Longo UG, Loppini M, Berton A, Marinozzi A, Maffulli N, Denaro V. The FIFA
11+ program is effective in preventing injuries in elite male basketball players:
a cluster randomized controlled trial. Am J Sports Med. 2012 May;40(5):996-
1005. doi: 10.1177/0363546512438761.
35

APÊNDICE A – Artigo Científico

PROTOCOLO DE TREINAMENTO PROPRIOCEPTIVO PARA ATLETAS DE


GINÁSTICA RÍTMICA – GR

PROTOCOL PROPRIOCEPTIVE TRAINING FOR RHYTHMIC GYMNASTICS


ATHLETES - GR

1 HIRATA, Ana Claudia de Souza: Mestranda em Mestrado Profissional na


Promoção da Saúde, Universidade Norte do Paraná – UNOPAR, Londrina - PR,
Brasil.
2 OLIVEIRA, Rodrigo Franco: Programa de mestrado e doutorado em Ciências da
reabilitação UEL/UNOPAR, Programa de mestrado profissional em Exercício físico
na promoção da saúde. Universidade Norte do Paraná – UNOPAR
Centro de Pesquisa em Ciências da Saúde.
Av. Paris, 675 - Jd. Piza CEP 86041-140 - Fone (43) 3371-9848 #9849
Londrina - PR, Brasil.
E-mail: ana.hirata@hotmail.com

TREINAMENTO PROPRIOCEPTIVO NO EQUILÍBRIO POSTURAL. (Aprovado


Plataforma Brasil – PARECER n. 512.966).
36

RESUMO

Introdução: Atletas de Ginástica Rítmica, após lesões ortopédicas, apresentam


características sensório-motoras alteradas e estas devem ser focadas em programas
de reabilitação sensório motor para obter, assim, um melhor retorno às atividades
pré-lesão. Objetivo: Desenvolver uma proposta de treinamento proprioceptivo para
atletas de Ginástica Rítmica (GR) e avaliar a influência do treinamento no equilíbrio
postural. Metodologia: Foi realizado um treinamento proprioceptivo específico para
a modalidade no período de quatro semanas, em que as atletas foram avaliadas no
momento pré-intervenção e pós-intervenção em uma Plataforma de Força.
Resultados: Quando avaliada a área do COP, nas três posições testadas,
observou-se que após a intervenção houve uma melhora no equilíbrio nas posições
unipodal-direita e unipodal-esquerda, da mesma maneira que no equilíbrio bipodal
também se identificou melhora. Conclusão: A aplicação de um protocolo
proprioceptivo para a modalidade produz efeito significativo no equilíbrio e nas
desordens posturais.
PALAVRAS-CHAVES: Propriocepção; atletas; equilíbrio postural;
ginástica rítmica.
ABSTRACT
Introduction: Rhythmic Gymnastics athletes after orthopedic injuries
present sensorimotor features changed and should be focused on sensory motor
rehabilitation programs in order to obtain a better return to pre-injury activities.
Objective: To develop a proposal for proprioceptive training for athletes of Rhythmic
Gymnastics (RG) and evaluate the effects of training on postural balance.
Methodology: a specific proprioceptive training was conducted for the sport in the
four-week period where the athletes were evaluated in the pre-intervention and post-
intervention time on a force platform. Results: When assessed the area of the COP,
in the three tested positions, it was observed that after the intervention there was an
improvement in the balance in the unipodal right and unipodal left positions, as well
as bipedal balance also showed improvement. Conclusion: The application of a
protocol for proprioceptive mode, produces significant effect on balance and postural
disorders.
KEY WORDS: Proprioception; athletes; postural balance; rhythmic gymnastics.
37

1 INTRODUÇÃO

A ginástica rítmica (GR) é uma modalidade esportiva que combina


arte a gestos biomecânicos de alta complexidade em uma diversidade de eventos. A
partir de seu processo evolutivo foi possível observar um aumento do número de
praticantes, elevação do grau de dificuldade dos exercícios e maior exigência do
sistema de pontuação, aumentando o risco de lesões¹.

Nessa modalidade, estudos realizados por Callegari et al.


comprovam que as lesões mais atribuídas são em articulação de tornozelos, joelhos,
ombros e coluna lombar, sendo as entorses mais registradas, principalmente, em
atletas em nível de competição. O tratamento de lesões em membros inferiores,
principalmente, em entorses laterais de tornozelo ocorre na proporção de 1:1000
indivíduos, correspondendo a 80% das disfunções articulares do tornozelo2.

Segundo Lobato, a entorse de tornozelo é uma das lesões


musculoesqueléticas mais frequentemente encontradas e que, geralmente, envolve
lesão dos ligamentos laterais e dependendo da gravidade da entorse envolve os
ligamentos do complexo medial3. O mecanismo de lesão habitual é a inversão do pé
com flexão plantar do tornozelo, em uma intensidade além do normal, que acontece,
geralmente, ao pisar em terreno irregular ou degrau. Este conjunto de movimentos
proporciona uma lesão, que se inicia no ligamento talo-fibular anterior e pode
progredir para uma lesão do ligamento calcâneo-fibular, com o aumento da energia
do trauma6,8.

O tratamento das lesões dos ligamentos laterais do tornozelo deve


ser iniciado precocemente, uma vez que os objetivos e a conduta deverão variar de
acordo com o grau da lesão e a fase em que o paciente se encontra. A abordagem
conservadora tem grande eficácia nos entorses de graus I e II. Persiste, ainda,
alguma controvérsia quanto ao tratamento indicado nas lesões grau III. A
reconstrução cirúrgica pode-se impor nos casos que desenvolvem instabilidade
funcional crônica, e em atletas com exigência alta em termos de estabilidade
ligamentar9,10.
38

A propriocepção e o controle muscular possuem papel fundamental


na estabilidade articular dinâmica, já que após lesões ortopédicas algumas
características sensório-motoras são alteradas e devem ser focadas em programas
de reabilitação para obter assim um melhor retorno às atividades desenvolvidas
anteriormente a lesão. A propriocepção contribui para o controle postural,
estabilidade articular e diversas sensações conscientes4,5.

Segundo Riemann e Lephart11, o termo propriocepção foi


originalmente descrito pela primeira vez em 1906 por Sherrington, e predomina
como um dos termos mais mal empregados dentre os componentes do sistema
sensório motor. É incorretamente empregado como sinônimo de sentido de posição
articular, sensação somática, equilíbrio e estabilidade articular dinâmica. Lephart11
salienta que é extremamente importante a compreensão de que a propriocepção se
limita somente a aquisição do estímulo mecânico e sua transdução em estímulos
neurais, não possuindo influência com o processamento no SNC e na resposta
motora.

Quando ocorre lesão no sistema musculoesquelético, há


comprometimento da estabilização neuromuscular reflexa normal, propiciada pelos
mecanismos proprioceptores, predispondo a novas lesões, conforme conceituam
Cunha e Bonfim4. A reeducação proprioceptiva visa desenvolver a proteção articular
por meio de condicionamento e treinamento reflexivo, sendo uma das etapas finais
de todo processo de reabilitação e fundamental no restabelecimento funcional.
Estudos mostram que a instabilidade e o desequilíbrio estão relacionados com esse
tipo de treino e se constituem situações indispensáveis para que se tenha ativação
dos proprioceptores e, como consequência, uma resposta muscular para a
reorganização e estabilização postural3,6,7.

A falta de uma estreita relação entre estabilidade mecânica e


estabilidade funcional motivou a realização de pesquisas, que buscassem investigar
outros fatores para explicar o controle da estabilidade articular. Em razão desses
argumentos e pela carência de estudos na literatura sobre protocolos de treinamento
específico para a modalidade de Ginástica Rítmica (GR), este estudo desenvolveu
um Protocolo de treinamento proprioceptivo específico aplicado às atletas de
39

Ginástica Rítmica (GR) na categoria juvenil da Universidade Norte do Paraná –


UNOPAR, Londrina.
40

3 METODOLOGIA

Para a realização do Protocolo de treinamento proprioceptivo para


atletas de Ginástica Rítmica (GR) definiu-se, inicialmente, avaliar as atletas desta
modalidade de exercicios, antecipadamente, a qualquer intervenção. A avaliação
contou com 9 atletas, do gênero feminino, atletas de GR, com idade média entre 13
a 16 anos, pertencentes à equipe de Ginástica Rítmica da UNOPAR, Londrina/PR.
O critério de exclusão envolveu os indivíduos submetidos a
procedimentos cirúrgicos ou que apresentaram lesões osteomioarticulares nos
membros inferiores, e/ou que estavam em tratamento clínico e fisioterapêutico.
Após a explanação e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido,
pelos responsáveis legais, de cada atleta, iniciou-se o protocolo de exercícios.
Foram mensurados os primeiros parâmetros na Plataforma de força
BIOMEC400 (EMG System do Brasil, SP Ltda). Durante o período de quatro
semanas as ginastas realizaram um protocolo de treinamento proprioceptivo, ao final
do protocolo aplicado, as mesmas foram reavaliadas conforme os parâmetros na
Plataforma COP (centro de pressão), VELAP (velocidade antêro-posterior), VELML
(velocidade médio-lateral).
O protocolo de treinamento proprioceptivo foi executado duas vezes
na semana (terças e quintas-feiras para a equipe juvenil) no ginásio de Ginástica
Rítmica, antecedentemente, aos treinos diários de ginástica rítmica, para fim de
evitar fadiga muscular. Para o tratamento proprioceptivo, utilizou-se como recursos
materiais: colchonete, meio baguete, bola, step.
O protocolo consistiu em Circuito para trabalhar marcha, começando
com colchonetes sobrepostos, espumas como obstáculos. Caminhar em apoio
plantar total por cinco vezes, em seguida, caminhar em plantiflexão (releve) também
por cinco vezes, assim explicados:
1) Circuito com obstáculos para trabalhar marcha, contendo linha
única de meio baguete, step de obstáculo, linha dupla de meio baguete, linha única
de meio baguete, baguetes na horizontal. Atletas realizavam marcha mantendo o
equilíbrio em todos os planos, realizando cinco repetições;
2) Em apoio unipodal, no chão plano, atletas em fila única. Estas
atletas transferiam objetos nas laterais (objetos utilizados nos treinos como bola,
41

maça), entregando de um lado e pegando o objeto do outro lado. Realizando cinco


repetições para cada lado e cada membro inferior;
3) Em apoio unipodal sobre o meio baguete, em fila única, as
atletas devem passar objetos por cima da cabeça (objetos utilizados nos treinos:
bola, maça, fita e arco). Realizando cinco repetições para cada membro inferior;
4) Em apoio unipodal sobre o meio baguete, em fila única, era
realizado o movimento circular com o membro inferior contralateral em extensão, no
sentido horário e anti-horário por 60 segundos cada;
5) Em apoio unipodal sobre colchonetes sobrepostos eram
realizados movimentos da coreografia, como: pegada da perna no plano anterior e
no plano posterior. Mantendo por 10 segundos cada postura, com duas repetições
para cada membro inferior para cada movimento;
6) Linha de colchonetes sobrepostos no chão, atleta em apoio
bipodal realizando saltos intercalados sequenciais (salto baixo com MMII estendidos
e salto elevado com MMII flexionadas). Realizando duas repetições no percurso;
7) Linha de colchonetes sobrepostos, as atletas realizaram saltos
intercalados como citado no item anterior, evoluindo para saltar e rolar em seguida,
voltando à posição inicial em apoio bipodal. Devem ser realizadas duas repetições
no percurso;
8) Em linha de colchonetes sobrepostos, os atletas realizam saltos
sequenciais denominados “salto anel” na modalidade de Ginástica Rítmica (GR),
uma repetição com MID de apoio e uma repetição com MIE de apoio no percurso;
9) Alongamento de tríceps sural na rampa de alongamento.
Todos os procedimentos estatísticos foram realizados por meio do
software SPSS 17,0 tendo sido estabelecido um intervalo de confiança de 95% e
nível de significância de 5% para todos os testes aplicados (P<0,05). Utilizou-se o
teste de Shapiro-Wilk para estabelecer a normalidade da amostra, o teste t Wilcoxon
foi aplicado para comparação entre os dois momentos. Os respectivos dados foram
apresentados em mediana e seus quartis.
42

4 RESULTADOS

Os dados da Tabela 1 apresentam as características


antropométricas dos sujeitos, sendo estes: Idade 14 anos (DP = 1,5), Massa
corporal (kg) 45 (6,83), Estatura(m) 1,57 (0,05) e IMC (kg/m2) 18,02 (1,82).
Quando avaliada a área do COP, nas três posições testadas, foi
possível observar que após a intervenção houve uma melhora no equilíbrio nas
posições unipodal-direita e unipodal-esquerda e também no equilíbrio bipodal se
verificou uma melhora significativa. De acordo com os resultados, foi possível
verificar que, segundo as variáveis analisadas, houve uma melhora do mecanismo
proprioceptivo após quatro semanas de intervenção na área do COP e Vel AP e ML.
Nesse sentido, a Tabela 2, abaixo, explicita os resultados referentes
à área do COP, e a velocidade média de oscilação do COP em ambos os planos
ântero-posterior A/P e médio-lateral M/L, quantificados para avaliar o Controle
Postural. Sendo os valores da área do COP e Vel ML, entre as três avaliações, tanto
no apoio bipodal com olhos abertos, quanto no unipodal esquerdo, apresentando
diferenças estatisticamente significantes. Assim, como os valores de Vel ML e Vel
AP no apoio unipodal direito que tiveram comportamento semelhante, ou seja,
diferindo entre si estatisticamente. Foi possível constatar a melhora do equilíbrio
postural em todos os parâmetros avaliados pela Plataforma de Força.

5 DISCUSSÃO
De acordo com os resultados, é possível verificar que, segundo as
variáveis analisadas, houve uma melhora do mecanismo proprioceptivo na área do
COP e Vel ML, após a intervenção com o protocolo aplicado, lembrando que quanto
menor os valores encontrados, melhor é o resultado.
Diante dos achados deste estudo, o protocolo de treinamento
proprioceptivo aplicado nas atletas de Ginástica Rítmica (GR) demonstra um maior
déficit de equilíbrio postural, quantificado por meio da plataforma de força em apoio
unipodal. É importante ressaltar que, atualmente, a plataforma de força é uma
ferramenta considerada padrão ouro para análises dos déficits de equilíbrio postural,
por meio de parâmetros válidos e fidedignos de medidas estabilográficas, tais como:
área de COP, frequência e a velocidade de deslocamento do COP. 16,17
43

Estudos propostos para analisar o equilíbrio postural, em sua


maioria, a avaliação da estabilidade postural foram feitos por meio do teste de apoio
bipodal18. No entanto, como tarefa, o apoio bipodal não demonstra todas as
dificuldades do sistema de controle postural para manter uma postura adequada de
equilíbrio como realizado em uma condição de apoio unipodal, na qual podem ser
semelhantes às atividades do dia a dia, quando da exigência de realização de uma
tarefa bipodal para uma tarefa unipodal alternadamente. Pode-se, então, destacar a
avaliação do apoio unipodal aplicada nesse estudo, de forma altamente relevante,
diante da qualidade dos exercícios utilizados durante a execução da ginástica
rítmica, o que reflete no desenvolvimento do processo de avaliação e intervenção
com atletas de Ginástica Rítmica (GR) de alto rendimento, visando uma melhora de
desempenho, equilíbrio e controle neuromuscular. 19, 20

Entretanto, estratégias posturais, oriundas do tornozelo e quadril,


são imprescindíveis, para manutenção do equilíbrio em distintas atividades motoras.
Portanto, quanto mais desafiadora a atividade, o sistema de controle postural se
torna mais presente e, por sua vez, mais solicitado para conter as perturbações ou
os desequilíbrios posturais. 21
Segundo Lephart22, é importante a utilização de exercícios para
estimular a propriocepção e estabilização dinâmica, que devem ser realizados em
cadeia fechada e com pequenos movimentos, uma vez que a compressão estimula
os receptores articulares e as alterações na curva de comprimento-tensão estimula
os receptores musculares. Exercícios de reposicionamento dos membros também
devem ser realizados, para estimular o senso de posição articular e controle
neuromuscular.
Tendo em vista a escassez de referencial bibliográfico nesta área, o
material proposto servirá de orientação e embasamento científico aos profissionais
da área que desenvolvem atividades de exercício físico, visando à promoção da
saúde para profissionais que atuam com protocolos de propriocepção para atletas
iniciantes GR, objetivando melhora do equilíbrio, força, agilidade e flexibilidade; bem
como a prevenção de recidivas de lesões musculoesqueléticas, repercutindo no
desempenho dessas atletas.
44

6 CONCLUSÃO

Pode-se concluir que as entorses de tornozelos correspondem a


uma grande parcela das lesões esportivas e destas se verifica tal condição na
modalidade de Ginástica Rítmica (GR). A Ginástica Rítmica (GR) apresenta
diversos fatores que podem levar à entorse de tornozelo, já que consiste em prática
de uma série de movimentos que exigem força, flexibilidade e coordenação motora
levando assim a traumas diretos e indiretos sobre a articulação. A aplicação de um
protocolo proprioceptivo específico para a modalidade produz efeito significativo no
equilíbrio e nas desordens posturais, que alteram esse mecanismo em atletas de
Ginástica Rítmica (GR).

Assim, ao analisar o efeito do treinamento proprioceptivo na


estabilidade articular de tornozelo, em atletas de ginástica rítmica foi possível
constatar que o treinamento proprioceptivo é um mecanismo componente do retorno
sensorial aferente que, quando lesado, compromete a estabilização neuromuscular
reflexa normal, predispondo à novas lesões. Para o treinamento proprioceptivo foram
utilizados diversos exercícios e recursos para o recrutamento destes
proprioceptores, que devem envolver equilíbrio em superfícies instáveis, enquanto o
indivíduo realiza atividades funcionais.
Em vista desses achados se sugere que protocolos proprioceptivos
sejam aplicados durante período e amostras maiores, com participação de grupo
controle, para que se possa, futuramente, padronizar períodos e técnicas mais
efetivas para este tipo de treinamento.
45

REFERÊNCIAS

1. Hoshi RA, Pastre CM, Vanderlei LCM, Júnior JN, Bastos FN.
Lesões desportivas na ginástica artística: estudo a partir de morbidade referida. Rev.
Bras. Med. Esporte. 2008;14(5):2-4.
2. Callegari B, Resende MM, Ramos LAV, Botelho LP,
Albuquerque AS. Atividade eletromiográfica durante exercícios de propriocepção de
tornozelo em apoio unipodal. Fisioterapia e Pesquisa. 2010;17(4):312-316.
3. Lobato DFM, Santos GM, Coqueiro KRR, Mattiello-Rosa SMG,
Terrugi-Junior A, Bevilaqua-Grossi D, Mattiello-Sverzut ACM, Bérzin F, Soares AB,
Monteiro-Pedro V. Avaliação da propriocepção do joelho em indivíduos portadores
de disfunção femuropatelar. Rev. Bras. Fisioter.2005:9(1):57-62.
4. Cunha PL, Bonfim TR. Ativação eletromiográfica em exercícios
sobre a prancha de equilíbrio. Fisioter Bras. 2007;8(3):192-7.
5. Filipa A, Byrnes R, Paterno MV, Myer GD, Hewett TE.
Neuromuscular Training Improves Performance on the Star Excursion Balance test in
Young Female Athletes. Journal of Orthopaedic & Sports Physical Therapy.
2010;40(9): 551-8.
6. Antunha EL, Sampaio P. Propriocepção: um conceito de
vanguarda na área diagnóstica e terapêutica. Boletim Academia Paulista de
Psicologia.2008;02(08):278-283.
7. Johgnson EO, Babis GC, Soultanis KC, Soucacos PN.
Functional Neuroanatomy of Proprioception. J. Surg. Orthop. Adv.2008:17(3):159-64.
8. Floyd, R. T; Thompson, Clem W. Manual de Cinesiologia
Estrutural. 14. ed. São Paulo: Manole, 2002.
9. Gardner , Weston D.; Osburn, Willan A. Anatomia do Corpo
Humano. 2ed. Sao Paulo: Atheneu, 1980.
10. Kendall, Florence Peterson. Músculos: Provas e Funções com
Postura e Dor. 4ed. São Paulo: Ed. Manole, 1995.
11. Riemann BL, Lephart SM. The Sensorimotor system, Part I: The
Phsiologic Basis of Functional Joint Stability. J Athl Train. 2002;37(1):71-79.
46

12. Meyer JB, Ju YY, Hwang JH, McMahon PJ, Rodosky MW,
Lephart SM. Reflexive muscle activation alterations in shoulders with anterior
glenohumeral instability. Am J Sports Med. 2004;32(4):1013-21.
13. Swanik CB, Lephart SM, Giannantonio FP, Fu FH. Re-
establishing proprioception and neuromuscular control in the ACL-injured athlete. J
Sport Rehabil. 1997;6:182-206.
14. Hurd WJ, Chmielewski TL, Snyder-Mackler L. Perturbation-
enhanced neuromuscular training alters muscle activity in female athletes. Knee Surg
Sports Traumatol Arthrosc. 2006;14(1):60-9.
15. Araújo ADS, Merlo JRC, Moreira C. Reeducação neuromuscular
e proprioceptiva em pacientes submetidos à reconstrução do ligamento cruzado
anterior. Rev. Fisioter Brasil. 2003; 4 (3) p. 217-21.
16. Silva RA, Martin B, Parreira RB, Teixeira DC, Amorim CF. Age-
related differences in time-limit performance and force platform-based balance
measures during one-leg stance. Journal of Electromyography and Kinesiology.
Online publication complete: 10-FEB-2013. DOI information: 10.1016.

17. Marcos Duarte, Freitas, SMS. Revisão sobre posturografia


baseada em plataforma de força para avaliação do equilíbrio. Revista Brasileira de
Fisioterapia. 2010; v. 14, n. 3, p. 183-92.

18. Silva RA, Martin B, Parreira RB, Teixeira DC, Amorim CF. Age-
related differences in time-limit performance and force platform-based balance
measures during one-leg stance. Journal of Electromyography and Kinesiology.
Online publication complete: 10-FEB-2013. DOI information: 10.1016.
19. Lord SR, Sherrington C, Menz HB. Falls in older people : risk
factors and strategies for prevention. New York : Cambridge University press,
2011;In (pp. 249).
20. Gil AWO, Oliveira MR, Rabello, LM, Spadão, AC, Macedo, CG,
Pires-Oliveira, DAA, Oliveira, RF, Silva Jr, RA. Avaliação de diferentes tarefas de
equilíbrio em atletas de handebol e futsal feminino. Terapia Manual. 2012; 10(49)
21. Shigaki L, Rabello LM, Camargo MZ, Santos VBC, Gil AWO,
Oliveira MR, Silva Jr RA, Macedo CSG. Análise comparativa do equilíbrio unipodal
de atletas de ginastica
47

22. Lephart SM, Henry TJ. Functional rehabilitation for the upper and
lower extremity. Orthop Clin North Am. 1995;26(3):579-92
48

Tabela 1. Dados antropométricos amostra juvenil.


n= 9 (DP)

Idade (anos) 14(1,5)


Massa Corporal (kg) 45 (6,83)
Estatura (m) 1,57 (0,05)
IMC (kg/m2) 18,02 (1,82)

Tabela 2: Resultados do Teste da Plataforma de Força (BIOMEC 400)


Tarefa Variável Pré Pós P

BOA COP 1,73 (1,03; 2,51) 1,03 (0,84; 2,21) 0,038*


VEL_AP 0.95 (0,90; 1,02) 0,90 (0,81; 1,02) 0,018*
VEL_ML 0,81 (0,74; 0,89) 0,76 (0,65; 0,80) 0,008*

UNID COP 8,42 (7,00; 11,6) 7,97 (6,69; 9,95) 0,008*


VEL_AP 2,80 (2,45: 3,07) 2,69 (2,23; 2,80) 0,008*
VEL_ML 3,13 (2,74; 3,50) 2,93 (2,43; 3,16) 0,008*

UNIE COP 8,63 (7,37; 10,0) 7,94 (6,15; 8,39) 0,008*


VEL_AP 3,02 (2,33; 3,17) 2,37 (2,18; 2,85) 0,008*
VEL_ML 2,82 (2,68; 3,54) 2,57 (2,37; 3,09) 0,008*

*P < 0,05. BOA (Bipodal com olhos abertos); UNI D/E (Unipodal direito/esquerdo);
COP (Área do centro de pressão); Vel (Velocidade média de oscilação do COP); A/P
(Ântero-posterior); M/L (Médio/lateral). Dados apresentados em Mediana e seus
Quartis.
49

APÊNDICE B - Trabalhos Apresentados em Eventos Científicos


50

APÊNDICE C – Termo de Autorização de Uso de Imagem.


51

APÊNDICE D – Solicitação para Gravação

Você também pode gostar