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Transportes, Construção
Civil, Rural e Terceiro Setor
Unidade 6:
Obrigações na
contabilidade de transporte
Objetivos
• Identificar os custos, despesas e receitas da atividade;
Custos de transporte
Como estudado na Unidade 5, a atividade de transporte possui como carac-
terística um alto valor de investimentos em equipamentos, além de uma grande
variedade de custos.
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Contabilidade de Transportes, Construção Civil, Rural e Terceiro Setor
Manutenção
Soma 136.250
Tributos e seguro
Soma 63.750
Fonte: Adaptado pela Univates com base em Padoveze e Takakura Jr. (2013, p. 186).
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Unidade 6
Além disso, os autores reforçam que, para o cálculo da depreciação dos bens
que podem ser substituídos, deve-se desconsiderar o valor residual do bem, pois,
após sua venda, haverá uma entrada de caixa.
Como afirmam os autores, esse método de cálculo deve ser aplicado para
todos os equipamentos utilizados para transporte. Além disso, o valor encontrado
como sendo o “custo unitário” deve ser acrescido ao valor do custo do frete, que
compreende os gastos com combustível, pedágios, diárias de viagem e mão de obra.
Capacidade: 12 toneladas
Custo unitário do km rodado: R$ 0,70
Custo unitário por kg: 0,70 / 12 = 0,05833
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Mas, além do peso, pode ser analisado o volume. O exemplo abaixo apre-
senta a forma de cálculo pelo volume:
Capacidade: 20 m³
Custo unitário do km rodado: R$ 0,70
Custo unitário por m³: R$ 0,70 / 20 = 0,035
De acordo com Padoveze e Takakura Jr. (2013), a segunda etapa para a apu-
ração do custo no serviço de transporte é o cálculo de custos departamentais.
c) Custos departamentais
O controle dos custos na atividade pode afetar decisões como determinar o
momento de trocar os equipamentos, decidir entre alugar ou comprar equipamen-
tos, avaliar a rentabilidade da frota, bem como reajustar o preço dos fretes, entre
outras (DIAS, 2019).
Por outro lado, os custos variáveis são aqueles que variam em função da
produção (ou serviço) (MEGLIORINI, 2011). Na atividade de transporte, os cus-
tos variáveis, em geral, correspondem ao gasto com combustíveis, pedágios, diá-
rias de viagem, entre outros.
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Unidade 6
Dica de leitura
Para aprofundar seus conhecimentos sobre os custos na atividade de transporte,
recomenda-se a leitura do capítulo 6 Transportes, do livro Administração de mate-
riais: uma abordagem logística, de Marco Aurélio P. Dias.
d) Despesa
Despesa, na definição de Megliorini (2011), consiste em gastos necessários
para a geração da receita, ou seja, gastos realizados para administrar a empresa e
executar as vendas. Em geral, é representada pelas despesas administrativas e pelas
despesas de vendas.
e) Receita
Na atividade de transporte, a receita ocorre de uma forma um pouco dife-
rente das outras atividades empresariais. Em uma empresa que presta o serviço de
consultoria, por exemplo, a receita seria reconhecida pela emissão da Nota Fiscal
de Serviço.
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Obrigações tributárias
A atividade de transporte rodoviário, via de regra, não está relacionada entre
as entidades obrigadas à apuração dos impostos com base no Lucro Real (Lei n.º
9.718/1998). Nesse sentido, considerando apenas a atividade de transporte rodo-
viário, é possível a opção pelo regime de tributação com base no Lucro Presumido,
bem como pelo Regime do Simples Nacional, inclusive como Micro Empresário
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Unidade 6
a) IRPJ e CSLL
No regime do Lucro Presumido, a atividade de transporte é tributada pelo
IRPJ com base na presunção de que o lucro corresponda a 8% da receita, e sobre
ela incide a alíquota de 15% do imposto. Já a base de cálculo para a CSLL é presu-
mida em 12%, e a alíquota corresponde a 9% (Lei n.º 9.249/1995).
IRPJ CSLL
Base de cálculo 8% 12%
*Caso a empresa apure lucro mensal superior a R$ 20.000,00, esta deve recolher a título de Adicional de IRPJ o
valor correspondente a 10% sobre o que exceder a R$ 20.000,00.
Fonte: Adaptado pela Univates com base em Brasil (1995).
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IRPJ CSLL
Base de cálculo 238.000,00 X 8% = 19.040,00 238.000,00 X 12% = 28.560,00
Alíquota 19.040,00 X 15% = 2.856,00 28.560,00 X 9% = 2.570,40
Adicional 10% IRPJ Isento
Imposto devido 2.856,00 2.570,40
Se a empresa tivesse optado pelo Lucro Real, a apuração do imposto seria da seguinte
forma:
Receita 238.000,00
(-) Salários e encargos de motoristas e auxiliares 120.000,00
(-) Combustível 60.000,00
(-) Pneus e peças de manutenção 40.000,00
Base de cálculo 18.000,00
IRPJ Alíquota 15% 2.700,00
CSLL Alíquota 9% 1.620,00
Com base nos resultados apresentados, se a empresa escolher o regime do Lucro Real,
pagaria menos impostos.
b) PIS e COFINS
A tributação do PIS e da COFINS para as entidades optantes pelo Lucro
Presumido é baseada em uma alíquota que incide sobre o faturamento bruto da
entidade. A alíquota do PIS corresponde a 0,65% (Lei n.º 9.715/1998), e a alíquo-
ta da COFINS corresponde a 3%, ambos incidentes sobre a receita bruta (Lei n.º
9.718/1998).
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Unidade 6
Lembre-se
No regime do Lucro Presumido, mudam-se as alíquotas dos impostos e não se
altera a base de cálculo, diferentemente da apuração do IRPJ e da CSLL.
Lucro Presumido
Faturamento bruto 238.000,00
Alíquota PIS 0,65%
Alíquota COFINS 3%
Valor devido PIS 1.547,00
Valor devido COFINS 7.140,00
Lucro Real
Faturamento bruto 238.000,00
Alíquota PIS 1,65%
Alíquota COFINS 7,60%
Valor devido PIS 3.927,00
Valor devido COFINS 18.088,00
c) Contribuição previdenciária
Assim como na atividade da construção civil, as empresas do setor de trans-
porte rodoviário podem contribuir para a previdência social de duas formas: sobre
a folha de salários (Lei n.º 8.212/1991) ou sobre a receita bruta (Lei n.º 12.546/2011).
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Vamos ao exemplo:
Veja um exemplo:
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Lembre-se
Além da contribuição previdenciária patronal, as empresas também devem reco-
lher a contribuição retida na folha de pagamento de seus empregados.
Transportador autônomo
Como você estudou na Unidade 5, a atividade de transporte pode ser exe-
cutada tanto por pessoa jurídica como por pessoa física. Nesse sentido, as pessoas
físicas que exercem atividade de transporte são amparadas pela IN n.º 971/2009
(BRASIL, 2009).
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quando o transporte for contratado por pessoa física, mesmo que equiparada à
pessoa jurídica, a arrecadação é de responsabilidade do transportador (BRASIL,
2009).
Sobre essa base de cálculo, incidirá a alíquota de 11% a título de contribuição previ-
denciária, além de 1,5% de SEST e 1,0% de SENAT.
A título de IRRF, a base de cálculo para esse tipo de frete corresponde a 10%, portanto:
Base de cálculo IRRF: 5.000,00 x 10% = 500,00
IRRF devido: isento
Neste caso o transportador está isento de tributar o IRRF, mas, se atingisse o valor a
partir de 2.112,00, estaria sujeito, conforme a seguinte tabela:
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Atividade
Agora que você já estudou o conceito de custo e despesa na atividade de
transporte, bem como a forma de reconhecimento da receita e as obrigações tri-
butárias na atividade de transporte rodoviário realizada por pessoa jurídica e
também por transportador autônomo, realize as atividades propostas. Para isso,
acesse o Ambiente Virtual.
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Referências
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