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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DESEMBARGADOR(A) PRESIDENTE DO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

URGENTE – RÉU PRESO

Origem – autos n. xxxxxxxxxxxxx

NOME DO ADVOGADO(A), advogado(a) inscrito(a) na


Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional XXXXXXXXXXX, sob o n. XXXXXX, com
escritório no endereço situado a XXXXXXXXXXXXXX, vem, respeitosamente, perante
Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 5º, inciso LXVIII da Constituição
Federal e 647 e 648, inciso, I e VI, do Código de Processo Penal, impetrar o presente

HABEAS CORPUS
com pedido de liminar

Em favor do Paciente NOME DO CLIENTE, nacionalidade, profissão, estado civil,


RG, CPF, filiação, endereço com CEP, em desfavor de ato praticado pelo(a)
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, aduzindo
para tanto as questões de fato e de direito que passamos a expor:

1. DA SÍNTESE DOS FATOS

Nome do Cliente foi preso preventivamente em (narrar a


síntese dos fatos, descrevendo a data e os motivos invocados na decisão combatida,
sem adentrar nos argumentos que demonstram os fundamentos utilizados para
decretação da prisão)

É a síntese necessária dos fatos.

2. DO CABIMENTO DO HABEAS CORPUS – DESNECESSIDADE DE PEDIDO


EM PRIMEIRA INSTÂNCIA

Inicialmente para que não se alegue que a ausência de pedido


de revogação da prisão preventiva em 1ª Instância ocasionaria supressão de
instância, é importante destacar que no caso em tela foi realizado requerimento de

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liberdade provisória em Audiência de Custódia/o ato coator impugnado foi proferido
pela própria Autoridade Coatora.

Há muito tempo é pacífico no SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL a


orientação de que a apreciação do habeas corpus pelo Tribunal Estadual não depende
de provocação prévia ao juízo de 1a Instância:

HABEAS CORPUS. PREVENTIVA. NEGATIVA DE JURISDIÇÃO. SUPERAÇÃO


DO ENUNCIADO DA SÚMULA 691/STF. Em casos teratológicos e
excepcionais, como o dos autos, é viável superar o óbice da
Súmula 691 desta Suprema Corte. Precedentes. Não pode Corte
Recursal condicionar a admissibilidade da ação constitucional
do habeas corpus, impetrado contra a decretação de prisão
preventiva, à prévia formulação de pedido de reconsideração à
autoridade coatora, especialmente se ausentes fatos novos.
Negativa de jurisdição caracterizada. Ordem concedida para o
julgamento, pela Corte Recursal, do mérito do habeas corpus,
afastado o juízo de inadmissibilidade pronunciado. Ordem
concedida para o julgamento, pela Corte Recursal, do mérito do
habeas corpus, afastado o juízo de inadmissibilidade
pronunciado. (HC 114.083/CE, Rel. Min. Rosa Weber, Primeira
Turma, Dje 12-09-2012).

Este também é o entendimento mais recente no âmbito do


SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA:

3. Todavia, a Corte estadual entendeu ser necessária a prévia


manifestação do Juízo sentenciante sobre a questão, para o
conhecimento do tema naquele Tribunal, sob pena de indevida
supressão de instância. Contudo, ao contrário do que se firmou,
sendo o ato coator praticado pelo Juiz de Primeiro Grau, cabe
ao Tribunal de Justiça do Estado do Ceará o exame da legalidade
da prisão cautelar, em todos os seus termos. 4. Habeas corpus
não conhecido. Ordem concedida, de ofício, a fim de determinar
o retorno dos autos ao Tribunal de Justiça do Estado do Ceará,
para que proceda a um novo julgamento dos embargos de
declaração, manifestando-se acerca da tese de ausência de
contemporaneidade entre os fatos e o decreto preventivo,
suscitada pela defesa. (HC 586.753/CE, Rel. Min. Ribeiro
Dantas, Quinta Turma, DJe 20/10/2020)

Desta forma é cabível a impetração de habeas contra a


decisão que decretou a prisão preventiva em desfavor do Paciente,

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independentemente de prévia impugnação em 1ª Instância, pois a decisão combatida
representa ato coator a ensejar a impetração do remédio constitucional, nos termos
do art. 5º, inciso LXVIII da CF e art. 647 do CPP.

Desde logo requeremos o conhecimento do presente habeas


corpus ou subsidiariamente a concessão da ordem de ofício (art. 654, §2º do CPP).

3. DA INEXISTÊNCIA DE RISCO GERADO PELA LIBERDADE: PEQUENA


QUANTIDADE DE DROGA APREENDIDA

Conforme narrado na síntese fática o Paciente foi preso pela


suposta prática do crime de tráfico de drogas.

Por esta razão a Autoridade Coatora limitou-se a fundamentar


a decretação da prisão preventiva afirmando que o crime de tráfico de drogas é delito
de especial gravidade, vejamos:

(se quiser pode citar, novamente, o trecho da decisão)

A prisão preventiva é compatível com a presunção de


inocência, mas a legislação (art. 313, §2º do CPP) veda sua decretação como
consequência automática da investigação ou do processo, sob pena de configurar
verdadeira antecipação de pena.

De igual forma, além dos pressupostos (fumus comissi delicti)


de indícios de autoria e prova da materialidade, a decisão que decreta a prisão
preventiva precisa demonstrar o risco gerado pelo estado de liberdade do imputado
de acordo com um dos fundamentos do art. 312 do CPP.

Este receio de perigo precisa ainda ser fundamentado na


existência concreta de fatos novos e contemporâneos (art. 312, §2º e art. 315, §1º
do CPP).

Por isso, o art. 315, §2º do CPP esclarece quando não será
considerada fundamentada a decisão que decreta a prisão preventiva, afinal são
nulas as decisões carentes de fundamentação adequada, nos termos do art. 564,
inciso V do CPP.

Como visto, a decisão impugnada limitou-se a afirmar que o


tráfico de drogas seria crime gravoso e causador de reflexos sociais, sem apontar
elementos concretos que denotem o risco gerado pela liberdade do Paciente.

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A jurisprudência pacífica do Eg. STJ exige fundamentação
concreta no decreto prisional, não sendo suficiente a simples menção a gravidade
abstrata do crime tráfico de drogas ou a elementos inerentes ao tipo penal imputado:

PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. TRÁFICO


DE DROGAS. PRISÃO PREVENTIVA. FUNDAMENTAÇÃO INSUFICIENTE.
CONSTRANGIMENTO ILEGAL CARACTERIZADO. APLICAÇÃO DE MEDIDAS
CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO SUFICIENTES PARA INIBIR O RISCO
DE REITERAÇÃO DELITIVA E GARANTIR A ORDEM PÚBLICA. ORDEM
CONCEDIDA, DE OFÍCIO. AGRAVO NÃO PROVIDO. 1. Nos termos do art.
312 do Código de Processo Penal, a prisão preventiva poderá
ser decretada para garantia da ordem pública, da ordem
econômica, por conveniência da instrução criminal ou para
assegurar a aplicação da lei penal. 2. Na hipótese, o decreto
preventivo está fundamentado apenas na gravidade abstrata do
delito e em elementos inerentes ao próprio tipo penal. Ademais,
nem mesmo a quantidade de droga apreendida (85 porções de
cocaína), aliada às circunstâncias do delito (apreensão de
dinheiro), autorizaria o encarceramento cautelar, sobretudo
quando considerada a primariedade da agente. 3. Embora a
persistência do agente na prática delitiva justifique, em
princípio, a manutenção da medida constritiva, conforme
reiterada jurisprudência desta Corte Superior, no caso,
entende-se que a suspensão judicial das atividades do
estabelecimento comercial da acusada é medida suficiente para
inibir o risco de reiteração delitiva no local e garantir a
ordem pública, tendo em vista que inexistem outros elementos
suficientes para justificar o decreto preventivo. 4. Ordem
concedida, de ofício, para revogar a prisão preventiva imposta
à paciente mediante a aplicação de medidas cautelares previstas
no art. 319 do CPP, a critério do Juízo de primeiro grau. 5.
Agravo regimental não provido. (AgRg no HC n. 825.393/MS,
relator Ministro Ribeiro Dantas, Quinta Turma, julgado em
11/9/2023, DJe de 14/9/2023.)

A jurisprudência do Eg. STJ também reconhece que a simples


referência a elementos que indiquem a autoria e materialidade da conduta, quando
desprovidas da demonstração do perigo gerado pelo estado de liberdade, não
representam fundamentação idônea para a decretação prisão preventiva:

PENAL. PRISÃO. TRÁFICO DE DROGAS. REVOGAÇÃO DA PRISÃO


PREVENTIVA. AUSÊNCIA DOS REQUISITOS AUTORIZADORES.
FUNDAMENTAÇÃO GENÉRICA. GRAVIDADE EM ABSTRATO DO DELITO. VOTO

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PELA CONCESSÃO DA ORDEM. 1. Decretada a prisão preventiva do
paciente por suposta prática do delito previsto no art. 33,
caput, da Lei n. 11.343/2006. 2. Ainda que tenha o juízo primevo
feito referência à quantidade de drogas apreendida (72.90g de
substância análoga à cocaína), o fez apenas como indicativo de
materialidade delitiva, sendo que, ao tratar dos requisitos e
necessidade da custódia cautelar, não trouxe qualquer motivação
concreta para a custódia, fazendo referência às circunstâncias
já elementares do delito, valendo-se de fundamentação abstrata
e com genérica regulação da prisão preventiva, além de
presunções e conjecturas, evidenciando a ausência de
fundamentos para a medida extrema. 3. Habeas corpus concedido
para soltura do paciente. (HC n. 542.358/MG, relator Ministro
Nefi Cordeiro, Sexta Turma, julgado em 4/2/2020, DJe de
10/2/2020)

No caso em tela, não se pode olvidar que a quantidade de


substância apreendida é inexpressiva, não se mostrando exacerbada a ponto de
demonstrar uma relevante potencialidade lesiva na conduta imputada ao Paciente e
tampouco risco social caso mantida sua liberdade.

Em casos tais, o Eg. STJ possui entendimento consolidado no


sentido de que a pequena quantidade de drogas não justifica a prisão preventiva:

AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. PRISÃO


PREVENTIVA. QUANTIDADE NÃO EXORBITANTE DE DROGAS. MEDIDAS
CAUTELARES ALTERNATIVAS. SUFICIÊNCIA. PRECEDENTES. LIMINAR
CONFIRMADA. ORDEM CONCEDIDA. 1. Não obstante as relevantes
considerações feitas pelas instâncias ordinárias para a
decretação e manutenção da prisão preventiva, ao que aparenta,
o ora paciente é primário, o crime noticiado foi supostamente
cometido sem violência ou grave ameaça à pessoa, além de a
quantidade de drogas apreendida não ser exorbitante, qual seja,
21,34 g de crack, 8,97 g de maconha e 25,64 g de cocaína. 2.
Suficiência da aplicação de medidas cautelares alternativas, a
serem estabelecidas pelo Juízo de primeiro grau. Observância
do disposto na Recomendação n. 62/2020 do CNJ. 3. Agravo
regimental improvido. (AgRg no HC n. 771.281/SP, relator
Ministro Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, julgado em
6/3/2023, DJe de 10/3/2023)

AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS


SUBSTITUTIVO DE RECURSO. TRÁFICO DE DROGAS. PRISÃO PREVENTIVA.

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RISCO DE REITERAÇÃO. IMPESCINDIBILIDADE NÃO DEMONSTRADA.
APREENSÃO DE PEQUENA QUANTIDADE DE DROGAS. APLICAÇÃO DE MEDIDAS
CAUTELARES. POSSIBILIDADE. CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO.
AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO. 1. O habeas corpus não pode ser
utilizado como substitutivo de recurso próprio, a fim de que
não se desvirtue a finalidade dessa garantia constitucional,
com a exceção de quando a ilegalidade apontada é flagrante,
hipótese em que se concede a ordem de ofício. 2. Para a
decretação da prisão preventiva, é indispensável a demonstração
da existência da prova da materialidade do crime e a presença
de indícios suficientes da autoria. Exige-se, mesmo que a
decisão esteja pautada em lastro probatório, que se ajuste às
hipóteses excepcionais da norma em abstrato (art. 312 do CPP),
demonstrada, ainda, a imprescindibilidade da medida. Julgados
do STF e STJ. 3. No caso, em que pese a fundamentação declinada
no decreto prisional, indicando um possível risco de
reiteração, não ficou demonstrada a imprescindibilidade da
medida extrema. Isso porque, o paciente é tecnicamente
primário, as quantidades de drogas apreendidas são pequenas -
2,69g de crack e 4,85g de maconha - e o delito não foi praticado
com violência ou grave ameaça e sem registros de
excepcionalidades. Além disso, as circunstâncias do caso
concreto não evidenciam a necessidade de se manter o agente em
prisão preventiva durante o transcurso do processo. Aplicação
de medidas cautelares. Possibilidade. Constrangimento ilegal
evidenciado. Julgados do STJ. 4. Agravo regimental improvido.
(AgRg no AgRg no HC n. 819.509/SC, relator Ministro Reynaldo
Soares da Fonseca, Quinta Turma, julgado em 5/9/2023, DJe de
8/9/2023.)

Além disso, a quantidade inexpressiva também afasta


qualquer incidência de envolvimento do Paciente com alguma associação ou
organização criminosa.

Nestes casos, o Eg. STJ também tem compreendido ser


suficiente as medidas cautelares:

PENAL E PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS.


TRÁFICO DE ENTORPECENTES. PRISÃO PREVENTIVA. INIDONEIDADE DOS
FUNDAMENTOS. SUFICIÊNCIA DA APLICAÇÃO DE MEDIDAS CAUTELARES
DIVERSAS DA PRISÃO. ORDEM DE HABEAS CORPUS CONCEDIDA DE OFÍCIO
AO ORA AGRAVADO. DECISÃO MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS.
AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. Em que pesem os argumentos

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apresentados pelo Ministério Público Federal, a decisão ser
mantida por seus próprios fundamentos. 2. Quanto aos
fundamentos da custódia cautelar, o Superior Tribunal de
Justiça - STJ firmou posicionamento segundo o qual,
considerando a natureza excepcional da prisão preventiva,
somente se verifica a possibilidade da sua imposição e
manutenção quando evidenciado, de forma fundamentada em dados
concretos, o preenchimento dos pressupostos e requisitos
previstos no art. 312 do CPP. Por sua vez, a Lei n. 13.964/2019
- o denominado "pacote anticrime" - alterou o art. 315, caput,
do CPP e inseriu o §1°, estabelecendo que a decisão que
decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre
motivada e fundamentada, devendo o Magistrado indicar
concretamente a existência de fatos novos ou contemporâneos
que justifiquem a aplicação da medida adotada, vedando a
exposição de motivos genéricos e abstratos. Convém, ainda,
ressaltar que, considerando os princípios da presunção da
inocência e a excepcionalidade da prisão antecipada a custódia
cautelar somente deve persistir em casos em que não for
possível a aplicação de medida cautelar diversa, de que cuida
o art. 319 do CPP. No caso dos autos, não obstante as instâncias
ordinárias tenham feito menção a elementos concretos do caso,
indicando a configuração do delito e indícios de autoria, bem
como o risco de reiteração delitiva, verifica-se que a pequena
quantidade de droga apreendida com o ora agravado (11,3 gramas
de cocaína), permite concluir que a potencialidade lesiva da
conduta que lhe fora imputada não pode ser tida como das mais
elevadas. Ademais, não há notícias concretas do envolvimento
do paciente com organização criminosa, o que, somado ao fato
de o crime em questão não envolver violência ou grave ameaça à
pessoa, indica a desproporcionalidade da prisão preventiva e a
suficiência das medidas cautelares menos gravosas. 3. Agravo
regimental do Ministério Público Federal desprovido. (AgRg no
HC n. 836.413/SP, relator Ministro Joel Ilan Paciornik, Quinta
Turma, julgado em 30/10/2023, DJe de 8/11/2023.)

Sabe-se que as circunstâncias pessoais por si só não impedem


a prisão preventiva, ainda que se afirme no curso da investigação o envolvimento do
investigado-acusado com a criminalidade.

Por outro lado, quando forem inteiramente favoráveis as


circunstâncias pessoais, tais como a primariedade e bons antecedentes do

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investigado-acusado, tais conjunturas denotam suficiência das medidas cautelares
diversas da prisão. É neste sentido a jurisprudência do Eg. STJ:

AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. PRISÃO


PREVENTIVA. RÉU PRIMÁRIO. PEQUENA QUANTIDADE DE DROGA.
DESPROPORCIONALIDADE. WRIT CONCEDIDO. DECISÃO MANTIDA. 1.
Conforme a jurisprudência desta Corte, "a validade da
segregação cautelar está condicionada à observância, em decisão
devidamente fundamentada, aos requisitos insertos no art. 312
do Código de Processo Penal, revelando-se indispensável a
demonstração de em que consiste o periculum libertatis" (RHC
n. 161.489/SC, relator Ministro Antonio Saldanha Palheiro,
Sexta Turma, julgado em 19/4/2022, DJe de 26/4/2022). 2.
Verifica-se a desproporcionalidade da prisão preventiva
decretada com base na suposta vivência delitiva do acusado e
na quantidade de drogas apreendidas, tendo em vista tratar-se
de réu primário, sem antecedentes, e da apreensão de quantidade
de droga não relevante (8,96 gramas de crack, 51,28 gramas de
maconha e 31,27 gramas de cocaína). 3. Agravo regimental
improvido. (AgRg no HC n. 800.220/SP, relator Ministro Jesuíno
Rissato (Desembargador Convocado do TJDFT), Sexta Turma,
julgado em 8/5/2023, DJe de 11/5/2023.)

PROCESSO PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE


DROGAS. SUBSTITUIÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA POR OUTRAS MEDIDAS
CAUTELARES. PEQUENA QUANTIDADE DE DROGA. RÉU PRIMÁRIO. DELITO
COMETIDO SEM VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇÃO. MEDIDA SUFICIENTE.
RECURSO NÃO PROVIDO. 1. De acordo com o art. 312 do Código de
Processo Penal, a custódia preventiva poderá ser decretada para
garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência
da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei
penal, desde que presentes prova da existência do crime e
indícios suficientes de autoria. 2. Embora o decreto cautelar
tenha afirmado a reiterada conduta delitiva do agente, a
substituição da prisão preventiva por outras medidas cautelares
do art. 319 do CPP se mostra suficiente ao caso concreto, na
medida em que é mínima a ofensividade da conduta do réu - posse
de duas porções de maconha - foi verificada sua primariedade,
e se trata de delito cometido sem violência ou grave ameaça.
3. Agravo regimental não provido. (AgRg no RHC n. 179.606/MG,
relator Ministro Ribeiro Dantas, Quinta Turma, julgado em
29/5/2023, DJe de 6/6/2023.)

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Por fim, não existem elementos que evidenciem o
envolvimento do Paciente com alguma organização criminosa destinada a prática de
tráfico de drogas:

PENAL E PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS.


TRÁFICO DE ENTORPECENTES. PRISÃO PREVENTIVA. INIDONEIDADE DOS
FUNDAMENTOS. SUFICIÊNCIA DA APLICAÇÃO DE MEDIDAS CAUTELARES
DIVERSAS DA PRISÃO. ORDEM DE HABEAS CORPUS CONCEDIDA DE OFÍCIO
AO ORA AGRAVADO. DECISÃO MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS.
AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. Em que pesem os argumentos
apresentados pelo Ministério Público Federal, a decisão ser
mantida por seus próprios fundamentos. 2. Quanto aos
fundamentos da custódia cautelar, o Superior Tribunal de
Justiça - STJ firmou posicionamento segundo o qual,
considerando a natureza excepcional da prisão preventiva,
somente se verifica a possibilidade da sua imposição e
manutenção quando evidenciado, de forma fundamentada em dados
concretos, o preenchimento dos pressupostos e requisitos
previstos no art. 312 do CPP. Por sua vez, a Lei n. 13.964/2019
- o denominado "pacote anticrime" - alterou o art. 315, caput,
do CPP e inseriu o §1°, estabelecendo que a decisão que
decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre
motivada e fundamentada, devendo o Magistrado indicar
concretamente a existência de fatos novos ou contemporâneos
que justifiquem a aplicação da medida adotada, vedando a
exposição de motivos genéricos e abstratos. Convém, ainda,
ressaltar que, considerando os princípios da presunção da
inocência e a excepcionalidade da prisão antecipada a custódia
cautelar somente deve persistir em casos em que não for
possível a aplicação de medida cautelar diversa, de que cuida
o art. 319 do CPP. No caso dos autos, não obstante as instâncias
ordinárias tenham feito menção a elementos concretos do caso,
indicando a configuração do delito e indícios de autoria, bem
como o risco de reiteração delitiva, verifica-se que a pequena
quantidade de droga apreendida com o ora agravado (11,3 gramas
de cocaína), permite concluir que a potencialidade lesiva da
conduta que lhe fora imputada não pode ser tida como das mais
elevadas. Ademais, não há notícias concretas do envolvimento
do paciente com organização criminosa, o que, somado ao fato
de o crime em questão não envolver violência ou grave ameaça à
pessoa, indica a desproporcionalidade da prisão preventiva e a
suficiência das medidas cautelares menos gravosas. 3 . Agravo
regimental do Ministério Público Federal desprovido. (AgRg no

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HC n. 836.413/SP, relator Ministro Joel Ilan Paciornik, Quinta
Turma, julgado em 30/10/2023, DJe de 8/11/2023.)

Por tudo isso, revela-se insuficiente a fundamentação utilizada


pelo magistrado de origem para decretar a prisão preventiva, bem como nas decisões
que mantiveram o decreto prisional, violando o art. 315, §2º do CPP, razão pela qual
se faz necessário o relaxamento ou revogação da prisão preventiva.

4. DA NECESSIDADE DE CONCESSÃO DE MEDIDA LIMINAR

É prescindível esclarecer que para concessão de medida


liminar se fazem necessários a demonstração de fumus boni iuris e periculum in
mora. Contudo, ambos se encontram manifestamente demonstrados no caso em
tela.

A fumaça do bom direito neste caso está evidente em


virtude das diversas decisões que consolidam a jurisprudência do Eg. STJ, que
reconhecem que a fundamentação inidônea, especialmente quando justificada em
quantidade inexpressiva de entorpecente, não se presta a justificar a decretação e
manutenção da prisão preventiva, ainda mais quando associada as circunstâncias
pessoais inteiramente favoráveis como no caso do Paciente.

Por sua vez, o perigo na demora é ainda mais evidente,


considerando que (usar algum argumento que demonstre a urgência, por exemplo,
tempo de custódia, necessidade de sustento da família e outras circunstâncias).

Evitando que se alegue que o pedido liminar se confunde com


o provimento de mérito, liminarmente requeremos apenas a substituição da prisão
preventiva por medidas cautelares diversas previstas no art. 319 do CPP.

Por isso, requeremos a concessão de medida liminar para


garantir a imediata revogação da prisão preventiva do Paciente.

5. DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS

Pelo exposto, requeremos que sejam considerados os


argumentos acima expostos para:

a) A imediata concessão de medida liminar determinando a


sua substituição da prisão preventiva por medidas
cautelares diversas da prisão;

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b) Subsidiariamente, caso não seja concedida a medida
liminar, fato que não se espera, após o trâmite legal,
prestadas as informações pela autoridade coatora e
proferido o Parecer pelo Ministério Público, no julgamento
de mérito requeremos que seja relaxada/revogada a prisão
preventiva ou substituída por medidas cautelares diversas
da prisão.

Desde logo, manifestamos a oposição ao julgamento do


feito em plenário virtual.

Por fim, requeremos a intimação do patrono abaixo


assinado, antes do julgamento do mérito do writ, uma vez que possui interesse em
fazer sustentação oral.

Isso porque, conforme previsto no artigo XX, do Regimento


Interno deste Tribunal, os habeas corpus independem de pauta, devendo o pedido
ser requerido à Coordenadoria do órgão julgador, o que se faz na presente petição.

Termos em que,
Pede e espera deferimento.

Local e data.

NOME DO ADVOGADO
OAB/XX n. XXXXXX

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CASO O TRIBUNAL DE 2ª INSTÂNCIA (TJ ou
TRF) TENHA ACRESCENTADO FUNDAMENTOS
A DECISÃO IMPUGNADA
(acrescentar trecho no tópico em que se combate a decisão, em regra tópico 3)

Por fim, em que pese o Tribunal a quo ao julgar o habeas


corpus impetrado contra a decisão do juiz de origem tem acrescentado que
(descrever qual foi o argumento utilizado pelo Tribunal e que não consta na decisão
originária).

Este argumento não consta na decisão proferida pelo juiz de


origem que decretou a prisão preventiva.

Nestes casos, o Eg. STJ entende que: “(...) essa


agregação de fundamentos inviabiliza o contraditório e, portanto, não
deve ser admitida, a teor dos seguintes julgados, dentre inúmeros que
vedam a adição de fatores não declinados pelo primeiro grau de
jurisdição. (AgRg no RHC n. 161.651/MG, relator Ministro Reynaldo
Soares da Fonseca, Quinta Turma, julgado em 5/4/2022, DJe de 8/4/2022)”

Por isso é pacífico no Eg. STJ, mesmo nos casos envolvendo


tráfico de drogas, que o acréscimo ou agregação de fundamentos pelos Tribunais,
durante o julgamento de habeas corpus, não supre a ausência de fundamentação
da decisão proferida na origem:

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EM HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE


DROGAS. PRISÃO PREVENTIVA. GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. PEQUENA
QUANTIDADE DE ENTORPECENTE. GRAVIDADE ABSTRATA DA CONDUTA.
FUNDAMENTO GENÉRICO. CAUTELARES SUFICIENTES. ACRÉSCIMO DE
FUNDAMENTAÇÃO PELO TRIBUNAL A QUO. NÃO CABIMENTO. AGRAVO NÃO
PROVIDO. 1. De acordo com o art. 312 do Código de Processo
Penal, a prisão preventiva poderá ser decretada para garantia
da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da
instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei
penal, desde que presentes prova da existência do crime e
indícios suficientes de autoria. 2. No caso, segundo se
infere, o julgador não trouxe qualquer dado concreto que
demonstre o periculum libertatis. O decreto preventivo está

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fundamentado apenas na gravidade abstrata do delito e em
elementos inerentes ao próprio tipo penal. Ademais, nem mesmo
a quantidade de droga apreendida, isoladamente, autorizaria
o encarceramento cautelar (no caso, 24,96 g de cocaína). 3.
Saliente-se que "[o] acréscimo de fundamentação, em habeas
corpus, não se presta a suprir a ausente motivação do decreto
de prisão preventiva, sob pena de, em ação concebida para a
tutela da liberdade humana, legitimar-se o vício do ato
constritivo ao direito de locomoção do acusado" (AgRg no RHC
n. 155.054/SP, relator Ministro Rogerio Schietti Cruz, Sexta
Turma, DJe de 17/12/2021). 4. Agravo regimental não provido.
(AgRg no RHC n. 177.037/MG, relator Ministro Ribeiro Dantas,
Quinta Turma, julgado em 22/5/2023, DJe de 26/5/2023.)

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EM CASO DE HABEAS CORPUS CONTRA
DECISÃO QUE INDEFERIU A MEDIDA
LIMINAR
(superação da súmula 691 do STF)
(acrescentar este tópico logo após a síntese dos fatos, renumerando os demais)

2. FLAGRANTE ILEGALIDADE – CABIMENTO DO HABEAS CORPUS


CONTRA DECISÃO MONOCRÁTICA QUE INDEFERE A MEDIDA LIMINAR

Conforme relatado na síntese fática o presente writ é


impetrado em desfavor de decisão monocrática que negou a concessão de medida
liminar em habeas corpus impetrado na instância inferior.

Atualmente, o Supremo Tribunal Federal, bem como o Eg.


Superior Tribunal de Justiça, em reiteradas oportunidades, desde a própria edição
da Súmula 691 do STF, passaram a admitir em hipóteses excepcionais o habeas
corpus contra indeferimento de liminar a despeito do teor do referido
entendimento.

De acordo com o entendimento pacífico do STF e STJ, são


situações que admitem a superação da Súmula 691 do STF: aquela que configura
flagrante ilegalidade (teratologia) e a decisão manifestamente contrária a
jurisprudência do STJ ou STF.

Em caso análogo, o Eg. STJ reconheceu a possibilidade de


superação da Súmula 691 do STF por reconhecer que o emprego de
fundamentação genérica para decretação da prisão preventiva constitui flagrante
ilegalidade que justifica a atuação antecipada da Corte Superior:

AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. TRÁFICO


ILÍCITO DE DROGAS. PRISÃO PREVENTIVA. FUNDAMENTAÇÃO ABSTRATA.
CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO. HIPÓTESE DE SUPERAÇÃO DA
VEDAÇÃO PREVISTA NA SÚMULA N. 691/STF. MANUTENÇÃO DA DECISÃO
IMPUGNADA. AGRAVO DESPROVIDO. 1. Conforme posicionamento
firmado pelo Supremo Tribunal Federal e por esta Corte, não
se admite habeas corpus contra decisão negativa de liminar

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proferida em outro writ na instância de origem, sob pena de
indevida supressão de instância, nos termos da Súmula n.
691/STF. Todavia, a despeito de tal óbice processual, tem-se
entendido que, em casos excepcionais, deve preponderar a
necessidade de se garantir a efetividade da prestação da
tutela jurisdicional de urgência para que flagrante
constrangimento ilegal ao direito de liberdade possa ser
cessado. 2. No caso, o Magistrado de primeiro grau, com
relação ao ora Agravado, decretou a prisão preventiva com
base em fundamentação genérica, pois não apontou elementos
concretos extraídos dos autos que justificassem a necessidade
da custódia, a qual está amparada tão somente na gravidade
abstrata do delito de tráfico de drogas, o que não se admite.
3. Agravo regimental desprovido. (AgRg no HC n. 739.196/SP,
relatora Ministra Laurita Vaz, Sexta Turma, julgado em
17/5/2022, DJe de 23/5/2022).

Assim, justifica-se o cabimento do presente writ em


desfavor de decisão que indeferiu a medida liminar, que por si só representa ato
coator a ensejar a impetração do remédio constitucional nos termos do art. 5º,
inciso LXVIII da CF.

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