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6 - Legislação, Gerenciamento e Sistema de Gestão Ambiental
6 - Legislação, Gerenciamento e Sistema de Gestão Ambiental
SUSTENTABILIDADE
AULA 6
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Figura 1 – Legislação ambiental
Fonte: Lightspring/Shutterstock.
Segue uma lista das principais leis que dizem respeito ao tema (IBF,
2019):
Novo Código Florestal Brasileiro (Lei 12.651/2012) – Aborda a
preservação da vegetação nativa e revoga o Código Florestal
Brasileiro de 1965, determinando a responsabilidade do proprietário
de ambientes protegidos entre a Área de Preservação Permanente
(APP) e a Reserva Legal (RL) em preservar e proteger todos os
ecossistemas. Ainda hoje, o Novo Código Florestal aponta pontos
polêmicos entre os interesses;
Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/1998) – Versa sobre
questionamentos penais e administrativos das ações lesivas ao meio
ambiente, outorgando aos órgãos ambientais mecanismos para
punição de infratores;
Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938/1981) – Objetiva a
preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental
benéfica à vida e para assegurar condições ao desenvolvimento
socioeconômico e de segurança;
Lei de Fauna (Lei 5.197/1967) – Medidas protecionistas à fauna e que
classifica crime à caça amadora sem autorização do Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(IBAMA), além da exportação sem autorização;
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Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei 9.433/1997) – Define a
água como recurso natural limitado e que apresenta várias utilidades
com valor econômico. Essa legislação também prevê a criação do
Sistema Nacional;
Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (Lei
9.985 /2000) – Prevê a conservação de variedades de espécies
biológicas e dos recursos genéticos, a preservação e restauração da
diversidade de ecossistemas naturais, além da promoção do
desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais;
Área de Proteção Ambiental (Lei 6.902/1981) – Estabelece diretrizes
à criação das Estações Ecológicas e das Áreas de Proteção
Ambiental (APA’s);
Política Agrícola (Lei 8.171/1991) – Obrigatoriedade de recuperação
dos recursos naturais para as empresas que exploram
economicamente águas represadas e para as concessionárias de
energia elétrica.
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desenvolvimento social, o crescimento econômico e a utilização dos
recursos naturais;
Princípio do poluidor-pagador: importante esclarecer que ele não significa
“poder poluir mediante pagamento”; ao contrário, busca-se evitar a
existência de danos ambientais. Não deixa de ser uma medida preventiva;
Princípio da prevenção: a prevenção como uma das soluções antes que
ocorra o dano ambiental. Ou seja, não é possível que a humanidade e o
próprio direito contentem-se em redimir e reprimir o dano ambiental.
Afinal, a degradação ambiental, como regra, é irreparável. Assim, de
haver uma conscientização ecológica arquitetada por uma política
ambiental como combate ao dano;
Princípio da participação: acredita-se na fundamentação engajada em
dois pontos essenciais que são a informação e a conscientização para
que essa dupla funcione na prática;
Princípio da ubiquidade: busca garantir a proteção ao meio ambiente,
considerando-o como um fator relevante a ser estudado antes da prática
de qualquer atividade, de forma a preservar a vida e a sua qualidade.
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por várias normas que regulam sua própria utilização e definição que vão auditar
a sua aplicação. A série ISO foi aderida por mais de 100 países. No Brasil, a
participação acontece pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Em março de 1993, a ISO estabeleceu o Comitê Técnico 207 de Gestão
Ambiental (TC-207) para o desenvolvimento dessa série de normas.
As normas ISO 14000 têm como foco minimizar o dano causado ao meio
ambiente. O objetivo não é só tornar a organização uma “empresa verde”, mas
permitir que a empresa tenha uma melhoria contínua em seu sistema de gestão
ambiental (SGA), seguindo todas as legislações ambientais. O desenvolvimento
de um SGA é mutável.
Para que uma empresa garanta o seu Certificado ISO 14000, ela deve se
comprometer com as leis previstas na legislação ambiental de seu país. Esse
certificado simboliza que determinada empresa tem preocupação com a
natureza e possui responsabilidades com o meio ambiente. Atualmente, esse
tipo de perfil empresarial colabora para a valorização dos produtos ou serviços
da companhia e da marca.
Critérios da certificação ISO 14000 (Série..., S.d.):
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Figura 2 – ISO 14001
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Figura 3 – SGA
Saiba mais
WWF - World Wide Fund for Nature. Disponível em: <wwf.org.br>. Acesso
em: 22 jan. 2020.
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Seu estilo de vida diz muito sobre como é sua pegada ecológica: como
você faz o uso da água? Qual é o seu consumo de energia? Qual é o meio de
transporte você utiliza? Como é a sua alimentação, que tipo de alimentos você
procura consumir? Qual é sua relação com consumo e o descarte dos produtos?
Respondendo a essas simples perguntas já podemos ter uma noção dos rastros
que você deixa no ambiente. Inclusive lanço um desafio para você listar esses
seus hábitos e ver com quais deles você está contribuindo com o meio ambiente.
FINALIZANDO
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III - a situação econômica do infrator, no caso de multa.
No caso das penas restritivas de direitos, elas são autônomas e
substituem as privativas de liberdade nos casos enumerados no art. 7º
da Lei de Crimes Ambientais:
Art. 7º […]
I - tratar-se de crime culposo ou for aplicada a pena privativa de
liberdade inferior a quatro anos;
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a
personalidade do condenado, bem como os motivos e as
circunstâncias do crime indicarem que a substituição seja suficiente
para efeitos de reprovação e prevenção do crime.
Parágrafo único. As penas restritivas de direitos a que se refere este
artigo terão a mesma duração da pena privativa de liberdade
substituída”.
O rol de penas restritivas de direitos está previsto no art. 8º da lei em
estudo:
“Art. 8º As penas restritivas de direito são:
I - prestação de serviços à comunidade;
II - interdição temporária de direitos;
III - suspensão parcial ou total de atividades;
IV - prestação pecuniária;
V - recolhimento domiciliar”.
O art. 14 da Lei de Crimes Ambientais, por sua vez, prevê
circunstâncias atenuadoras da pena:
“I - baixo grau de instrução ou escolaridade do agente;
II - arrependimento do infrator, manifestado pela espontânea reparação
do dano, ou limitação significativa da degradação ambiental causada;
III - comunicação prévia pelo agente do perigo iminente de degradação
ambiental;
IV - colaboração com os agentes encarregados da vigilância e do
controle ambiental”.
Já o art. 15 da Lei n. 9.605/98 prevê circunstâncias que agravam a
pena, desde que não constituam ou qualifiquem o crime:
“I - reincidência nos crimes de natureza ambiental; II - ter o agente
cometido à infração”.
Vejamos em que situações a pena é agravada, no caso do agente ter
cometido a infração, de acordo com o inciso II, do art. 15:
“a. para obter vantagem pecuniária;
b. coagindo outrem para a execução material da infração;
c. afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde pública ou
o meio ambiente;
d. concorrendo para danos à propriedade alheia;
e. atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas sujeitas, por
ato do Poder Público, a regime especial de uso;
f. atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos humanos;
g. em período de defeso à fauna;
h. em domingos ou feriados;
i. à noite;
j. em épocas de seca ou inundações;
l. no interior do espaço territorial especialmente protegido;
m. com o emprego de métodos cruéis para abate ou captura de
animais;
n. mediante fraude ou abuso de confiança;
o. mediante abuso do direito de licença, permissão ou autorização
ambiental;
p. no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou parcialmente, por
verbas públicas ou beneficiada por incentivos fiscais;
q. atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios oficiais das
autoridades competentes;
r. facilitada por funcionário público no exercício de suas funções”.
Admite-se a aplicação da suspensão condicional da pena nos crimes
previstos pela Lei de Crimes Ambientais, quando houver condenação
à pena privativa de liberdade não superior a três anos.
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A sentença penal condenatória por crimes ambientais, sempre que
possível, deve fixar o valor mínimo para reparação dos danos
causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo
ofendido ou pelo meio ambiente.
Vejamos o teor do art. 21 da Lei de Crimes Ambientais, quais penas
são aplicáveis às pessoas jurídicas isolada, cumulativa ou
alternativamente:
“I - multa;
II - restritivas de direitos;
III - prestação de serviços à comunidade.
Art. 22. As penas restritivas de direitos da pessoa jurídica são:
I - suspensão parcial ou total de atividades;
II - interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade;
III - proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter
subsídios, subvenções ou doações.
§ 1º A suspensão de atividades será aplicada quando estas não
estiverem obedecendo às disposições legais ou regulamentares,
relativas à proteção do meio ambiente.
§ 2º A interdição será aplicada quando o estabelecimento, obra ou
atividade estiver funcionando sem a devida autorização, ou em
desacordo com a concedida, ou com violação de disposição legal ou
regulamentar.
§ 3º A proibição de contratar com o Poder Público e dele obter
subsídios, subvenções ou doações não poderá exceder o prazo de dez
anos”.
No caso de prestação de serviços à comunidade pela pessoa jurídica,
vejamos no que ela pode consistir, de acordo com o art. 23:
“I - custeio de programas e de projetos ambientais;
II - execução de obras de recuperação de áreas degradadas;
III - manutenção de espaços públicos;
IV - contribuições a entidades ambientais ou culturais públicas”.
É bom esclarecer que poderá ter decretada a liquidação forçada da
pessoa jurídica cuja constituição ou utilização seja
preponderantemente destinada a facilitar ou ocultar a prática de crime
definido na Lei n. 9.605/98.
Neste caso, seu patrimônio é considerado instrumento de crime e,
como tal, perdido em favor do Fundo Penitenciário Nacional. Por fim,
vejamos a destinação do produto ou instrumento de infração
administrativa ou crime ambiental, nos termos do art. 25 da Lei n.
9.605/98:
“Art. 25. Verificada a infração, serão apreendidos seus produtos e
instrumentos, lavrando-se os respectivos autos.
§ 1º Os animais serão libertados em seu habitat ou entregues a jardins
zoológicos, fundações ou entidades assemelhadas, desde que fiquem
sob a responsabilidade de técnicos habilitados.
§ 2º Tratando-se de produtos perecíveis ou madeiras, serão estes
avaliados e doados a instituições científicas, hospitalares, penais e
outras com fins beneficentes.
§ 3° Os produtos e subprodutos da fauna não perecíveis serão
destruídos ou doados a instituições científicas, culturais ou
educacionais.
§ 4º Os instrumentos utilizados na prática da infração serão vendidos,
garantida a sua descaracterização por meio da reciclagem”.
(Aplicação..., S.d.)
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REFERÊNCIAS
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