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CIÊNCIAS DO AMBIENTE E

SUSTENTABILIDADE
AULA 6

Profª Cristiane Lourencetti Burmester


CONVERSA INICIAL

Nesta aula, abordaremos temas relacionados à legislação de meio


ambiente, princípios constitucionais relativos ao meio ambiente, gerenciamento
ambiental (ISSO 14000) e sistema de gestão ambiental e pegada ambiental,
todos temas muito pertinentes para a atualidade e que encerram os conteúdos
da disciplina.
Se olharmos o site Normas Técnicas, (Série..., S.d.), existe lá a seguinte
definição:

A série ISO 14000 é um conjunto de normas voltadas para a Gestão


Ambiental de empresas de qualquer nível, tamanho ou área. Estas
normas têm o objetivo principal de criar na empresa um Sistema de
Gestão Ambiental, e com isso reduzir os danos causados ao meio
ambiente.
As normas ISO 14000 têm como principal foco minimizar o dano
causado ao meio ambiente. Seu objetivo não é tornar a empresa uma
“empresa verde”, mas sim fazer com que ela tenha uma melhoria
contínua em seu Sistema de Gestão Ambiental (SGA) e esteja de
acordo com todas as políticas e leis ambientais. O desenvolvimento de
um SGA é variável conforme a empresa ou organização, por isso duas
empresas certificadas nas normas ISO 14000 podem ter desempenhos
diferenciados, mas ambas estarem qualificadas.
Assim como as normas ISO 9000, as ISO 14000 também trabalham
bastante com o arquivamento e documentação. Essas normas de
gestão ambiental fazem com que a empresa crie objetivos e metas a
serem cumpridos a partir das políticas ambientais.

TEMA 1 – LEGISLAÇÃO DE MEIO AMBIENTE

Várias publicações abordam as leis ambientais brasileiras, que auxiliam


na proteção do meio ambiente e da sociedade, pois estabelecem padrões e
procedimentos para reparar danos ambientais, que causam prejuízo à saúde –
e assim atender às exigências da globalização; da Era moderna, pós-Revolução
Industrial, Revolução Verde e Indústria 4.0/Sociedade 5.0. Existem também
legislações federal e estadual, além das entidades responsáveis pelo
cumprimento da lei, como o Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) e o
próprio Ministério do Meio Ambiente (MMA).

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Figura 1 – Legislação ambiental

Fonte: Lightspring/Shutterstock.

Segue uma lista das principais leis que dizem respeito ao tema (IBF,
2019):
 Novo Código Florestal Brasileiro (Lei 12.651/2012) – Aborda a
preservação da vegetação nativa e revoga o Código Florestal
Brasileiro de 1965, determinando a responsabilidade do proprietário
de ambientes protegidos entre a Área de Preservação Permanente
(APP) e a Reserva Legal (RL) em preservar e proteger todos os
ecossistemas. Ainda hoje, o Novo Código Florestal aponta pontos
polêmicos entre os interesses;
 Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/1998) – Versa sobre
questionamentos penais e administrativos das ações lesivas ao meio
ambiente, outorgando aos órgãos ambientais mecanismos para
punição de infratores;
 Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938/1981) – Objetiva a
preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental
benéfica à vida e para assegurar condições ao desenvolvimento
socioeconômico e de segurança;
 Lei de Fauna (Lei 5.197/1967) – Medidas protecionistas à fauna e que
classifica crime à caça amadora sem autorização do Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(IBAMA), além da exportação sem autorização;

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 Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei 9.433/1997) – Define a
água como recurso natural limitado e que apresenta várias utilidades
com valor econômico. Essa legislação também prevê a criação do
Sistema Nacional;
 Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (Lei
9.985 /2000) – Prevê a conservação de variedades de espécies
biológicas e dos recursos genéticos, a preservação e restauração da
diversidade de ecossistemas naturais, além da promoção do
desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais;
 Área de Proteção Ambiental (Lei 6.902/1981) – Estabelece diretrizes
à criação das Estações Ecológicas e das Áreas de Proteção
Ambiental (APA’s);
 Política Agrícola (Lei 8.171/1991) – Obrigatoriedade de recuperação
dos recursos naturais para as empresas que exploram
economicamente águas represadas e para as concessionárias de
energia elétrica.

TEMA 2 – PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS RELATIVOS AO MEIO AMBIENTE

Para falar em princípios, na área de direito ambiental, uma teoria clássica


tridimensional de Miguel Reale é um guia, pois o sistema jurídico é composto de
normas, fatos e valores:

A dogmática tradicional, por sua vez, divide as normas em regras e


princípios. Ou seja, atribui a ambos normatividade. A partir daí surgem
diversas teorias para diferenciação de uma e outra espécie. O grau de
generalidade é comumente preconizado, mas não pode ser aceito, já
que é bastante impreciso. (Viegas, 2017)

O direito ambiental possui os seus próprios princípios diretores, presentes


na Constituição Federal de 1988, ‘todos têm direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado..., impondo-se ao Poder Público e à coletividade o
dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.
Conheça os princípios, conforme orientações de Scandar (2019):

 Princípio do desenvolvimento sustentável: essa terminologia apareceu


durante a Conferência Mundial de Meio Ambiente, em 1972, realizada em
Estocolmo (Suécia). Busca-se um ponto de equilíbrio entre o

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desenvolvimento social, o crescimento econômico e a utilização dos
recursos naturais;
 Princípio do poluidor-pagador: importante esclarecer que ele não significa
“poder poluir mediante pagamento”; ao contrário, busca-se evitar a
existência de danos ambientais. Não deixa de ser uma medida preventiva;
 Princípio da prevenção: a prevenção como uma das soluções antes que
ocorra o dano ambiental. Ou seja, não é possível que a humanidade e o
próprio direito contentem-se em redimir e reprimir o dano ambiental.
Afinal, a degradação ambiental, como regra, é irreparável. Assim, de
haver uma conscientização ecológica arquitetada por uma política
ambiental como combate ao dano;
 Princípio da participação: acredita-se na fundamentação engajada em
dois pontos essenciais que são a informação e a conscientização para
que essa dupla funcione na prática;
 Princípio da ubiquidade: busca garantir a proteção ao meio ambiente,
considerando-o como um fator relevante a ser estudado antes da prática
de qualquer atividade, de forma a preservar a vida e a sua qualidade.

De acordo com Alexandre de Moraes (citado por Scandar, 2019),

O homem tem o direito fundamental à liberdade, à dignidade e ao


desfrute de condições de vida adequadas, em um ambiente de
qualidade tal que lhe permita levar uma vida digna, gozar de bem-estar
e é portador solene de obrigação de proteger e melhorar o meio
ambiente, para as gerações presentes e futuras. A esse respeito, as
políticas que promovem ou perpetuam o apartheid, a segregação
racial, a discriminação, a opressão colonial e outras formas de
opressão e de dominação estrangeira permanecem condenados e
devem ser eliminados. Os recursos naturais da Terra, incluídos o ar, a
água, o solo, a flora e a fauna e, especialmente, parcelas
representativas dos ecossistemas naturais, devem ser preservados em
benefício das gerações atuais e futuras, mediante um cuidadoso
planejamento ou administração adequados. Deve ser mantida e,
sempre que possível, restaurada ou melhorada a capacidade da Terra
de produzir recursos renováveis vitais, O homem tem a
responsabilidade especial de preservar e administrar judiciosamente o
patrimônio representado pela flora e fauna silvestres, bem assim o seu
habitat, que se encontram atualmente em grave perigo, por uma
combinação de fatores adversos. Em consequência, ao planificar o
desenvolvimento econômico, deve ser atribuída importância à
conservação da natureza, incluídas a flora e a fauna silvestres:

TEMA 3 – GERENCIAMENTO AMBIENTAL (ISO 14000)

O gerenciamento ambiental não deixa de ser uma parte integrante do


sistema de gestão global de uma organização. A Série ISO 14000 é composta

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por várias normas que regulam sua própria utilização e definição que vão auditar
a sua aplicação. A série ISO foi aderida por mais de 100 países. No Brasil, a
participação acontece pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Em março de 1993, a ISO estabeleceu o Comitê Técnico 207 de Gestão
Ambiental (TC-207) para o desenvolvimento dessa série de normas.
As normas ISO 14000 têm como foco minimizar o dano causado ao meio
ambiente. O objetivo não é só tornar a organização uma “empresa verde”, mas
permitir que a empresa tenha uma melhoria contínua em seu sistema de gestão
ambiental (SGA), seguindo todas as legislações ambientais. O desenvolvimento
de um SGA é mutável.
Para que uma empresa garanta o seu Certificado ISO 14000, ela deve se
comprometer com as leis previstas na legislação ambiental de seu país. Esse
certificado simboliza que determinada empresa tem preocupação com a
natureza e possui responsabilidades com o meio ambiente. Atualmente, esse
tipo de perfil empresarial colabora para a valorização dos produtos ou serviços
da companhia e da marca.
Critérios da certificação ISO 14000 (Série..., S.d.):

 Planejamento ambiental: apontar todos os aspectos ambientais da área,


metas, objetivos e afins;
 Realização e manutenção: fazer e manter o sistema em funcionamento;
 Documentação e arquivamento: realizar uma documentação dos
processos relacionados à gestão ambiental da empresa e do sistema que
será implementado, além e manter tudo arquivado para acervo;
 Revisão e inspeção: monitorar e averiguar os processos relacionados à
gestão ambiental.

Normas da série ISO, sendo a mais conhecida a 14001 (Série..., S.d.):

 ISO 14001: refere-se à implementação do SGA;


 ISO 14004: sobre o SGA (parte interna da empresa);
 ISO 14010: relacionada à auditoria ambiental e credibilidade;
 ISO 14031: ao desempenho do SGA;
 ISO 14020: aos rótulos e declarações ambientais.

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Figura 2 – ISO 14001

Fonte: < https://www.gratispng.com/>.

TEMA 4 – SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL

De acordo com Silva e Przybysz (2014),

A implementação de um sistema de gestão ambiental (SGA) baseado


em normas ISO 14000 agrega valor às empresas, conferindo qualidade
aos processos e produtos e garantindo a observância das leis
ambientais vigentes como pré-requisito essencial à obtenção da
certificação. Desse modo, as empresas não podem considerar essas
normas como barreiras, mas sim como um valioso instrumento de
gestão ambiental

A implementação de um SGA baseia-se em cinco princípios básicos,


segundo o Manual de auditoria ambiental de D’Avignon e Rovère (2002, p. 8):

 Princípio 1: conhecer o que deve ser feito; assegurar o


comprometimento com o SGA e definir a Política Ambiental.
 Princípio 2: elaborar um plano de ação para atender aos requisitos da
política ambiental.
 Princípio 3: assegurar condições para o cumprimento dos objetivos e
metas ambientais e implementar as ferramentas de sustentação
necessárias.
 Princípio 4: realizar avaliações qualiquantitativas periódicas de
conformidade ambiental da empresa.
 Princípio 5: revisar e aperfeiçoar a política ambiental, os objetivos e
metas e as ações implementadas para assegurar a melhoria contínua
do desempenho ambiental da empresa.

Empresas que adotam um SGA (Figura 2) comprometem-se com as


políticas e respeito ao meio ambiente e quanto a estar ecologicamente inseridas
no contexto e realizam ações para o bem de todos, como: utilizar recursos
naturais de forma racional, sem desperdícios e até com reutilização da matéria-
prima; atenuar o consumo de água e energia; adotar sistemas de reciclagem;
elaborar produtos e reavaliar processos com menor ou nenhum impacto
ambiental.

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Figura 3 – SGA

Fonte: 1.bp..., [2019].

TEMA 5 – PEGADA ECOLÓGICA

Já comentamos um pouco sobre pegada ecológica, mas você já se


perguntou o que é isso? Muito bem, como próprio nome diz, é uma pegada, ou
seja, são os rastros que deixamos em nosso planeta.
E como funciona? A metodologia consiste em fazer uma contabilidade
ambiental que irá avaliar a pressão do consumo das populações humanas sobre
os recursos naturais. Sua unidade é o hectare global (gha), sendo possível
comparar diferentes padrões de consumo e analisar se estão de acordo com a
capacidade ecológica do planeta. É importante saber que um hectare global
corresponde a um hectare de produtividade média mundial para terras e água
produtivas em um ano. Resumindo, a pegada ecológica contabiliza os recursos
naturais biológicos renováveis (grãos e vegetais, carne, peixes, madeira e fibras,
energia renovável etc.), segmentados em agricultura, pastagens, florestas,
pesca, área construída e energia e absorção de dióxido de carbono (CO2).

Saiba mais

WWF - World Wide Fund for Nature. Disponível em: <wwf.org.br>. Acesso
em: 22 jan. 2020.

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Seu estilo de vida diz muito sobre como é sua pegada ecológica: como
você faz o uso da água? Qual é o seu consumo de energia? Qual é o meio de
transporte você utiliza? Como é a sua alimentação, que tipo de alimentos você
procura consumir? Qual é sua relação com consumo e o descarte dos produtos?
Respondendo a essas simples perguntas já podemos ter uma noção dos rastros
que você deixa no ambiente. Inclusive lanço um desafio para você listar esses
seus hábitos e ver com quais deles você está contribuindo com o meio ambiente.

Figura 4 – Consumo consciente

Fonte: Prostock Studio/Shutterstock.

A ideia é buscar o equilíbrio no nosso dia a dia, procurando adquirir


hábitos mais saudáveis e sustentáveis. Não é difícil. Basta que tenhamos
consciência para isso. São coisas básicas que podemos mudar no nosso dia a
dia, como diminuir nosso próprio consumo, evitar o desperdício de água, não
deixar as luzes acesas, enfim, pequenos gestos que o meio ambiente agradece!

FINALIZANDO

Para finalizarmos, seguem algumas penalidades referentes aos crimes


ambientais segundo o site Portal Educação:
Na aplicação e gradação da penalidade, devem ser observados os
requisitos do art. 6º da Lei de Crimes Ambientais. Neste artigo, para
imposição e gradação da penalidade, a autoridade competente
observará:
“I - a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas
consequências para a saúde pública e para o meio ambiente;
II - os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da legislação
de interesse ambiental;

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III - a situação econômica do infrator, no caso de multa.
No caso das penas restritivas de direitos, elas são autônomas e
substituem as privativas de liberdade nos casos enumerados no art. 7º
da Lei de Crimes Ambientais:
Art. 7º […]
I - tratar-se de crime culposo ou for aplicada a pena privativa de
liberdade inferior a quatro anos;
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a
personalidade do condenado, bem como os motivos e as
circunstâncias do crime indicarem que a substituição seja suficiente
para efeitos de reprovação e prevenção do crime.
Parágrafo único. As penas restritivas de direitos a que se refere este
artigo terão a mesma duração da pena privativa de liberdade
substituída”.
O rol de penas restritivas de direitos está previsto no art. 8º da lei em
estudo:
“Art. 8º As penas restritivas de direito são:
I - prestação de serviços à comunidade;
II - interdição temporária de direitos;
III - suspensão parcial ou total de atividades;
IV - prestação pecuniária;
V - recolhimento domiciliar”.
O art. 14 da Lei de Crimes Ambientais, por sua vez, prevê
circunstâncias atenuadoras da pena:
“I - baixo grau de instrução ou escolaridade do agente;
II - arrependimento do infrator, manifestado pela espontânea reparação
do dano, ou limitação significativa da degradação ambiental causada;
III - comunicação prévia pelo agente do perigo iminente de degradação
ambiental;
IV - colaboração com os agentes encarregados da vigilância e do
controle ambiental”.
Já o art. 15 da Lei n. 9.605/98 prevê circunstâncias que agravam a
pena, desde que não constituam ou qualifiquem o crime:
“I - reincidência nos crimes de natureza ambiental; II - ter o agente
cometido à infração”.
Vejamos em que situações a pena é agravada, no caso do agente ter
cometido a infração, de acordo com o inciso II, do art. 15:
“a. para obter vantagem pecuniária;
b. coagindo outrem para a execução material da infração;
c. afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde pública ou
o meio ambiente;
d. concorrendo para danos à propriedade alheia;
e. atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas sujeitas, por
ato do Poder Público, a regime especial de uso;
f. atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos humanos;
g. em período de defeso à fauna;
h. em domingos ou feriados;
i. à noite;
j. em épocas de seca ou inundações;
l. no interior do espaço territorial especialmente protegido;
m. com o emprego de métodos cruéis para abate ou captura de
animais;
n. mediante fraude ou abuso de confiança;
o. mediante abuso do direito de licença, permissão ou autorização
ambiental;
p. no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou parcialmente, por
verbas públicas ou beneficiada por incentivos fiscais;
q. atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios oficiais das
autoridades competentes;
r. facilitada por funcionário público no exercício de suas funções”.
Admite-se a aplicação da suspensão condicional da pena nos crimes
previstos pela Lei de Crimes Ambientais, quando houver condenação
à pena privativa de liberdade não superior a três anos.

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A sentença penal condenatória por crimes ambientais, sempre que
possível, deve fixar o valor mínimo para reparação dos danos
causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo
ofendido ou pelo meio ambiente.
Vejamos o teor do art. 21 da Lei de Crimes Ambientais, quais penas
são aplicáveis às pessoas jurídicas isolada, cumulativa ou
alternativamente:
“I - multa;
II - restritivas de direitos;
III - prestação de serviços à comunidade.
Art. 22. As penas restritivas de direitos da pessoa jurídica são:
I - suspensão parcial ou total de atividades;
II - interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade;
III - proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter
subsídios, subvenções ou doações.
§ 1º A suspensão de atividades será aplicada quando estas não
estiverem obedecendo às disposições legais ou regulamentares,
relativas à proteção do meio ambiente.
§ 2º A interdição será aplicada quando o estabelecimento, obra ou
atividade estiver funcionando sem a devida autorização, ou em
desacordo com a concedida, ou com violação de disposição legal ou
regulamentar.
§ 3º A proibição de contratar com o Poder Público e dele obter
subsídios, subvenções ou doações não poderá exceder o prazo de dez
anos”.
No caso de prestação de serviços à comunidade pela pessoa jurídica,
vejamos no que ela pode consistir, de acordo com o art. 23:
“I - custeio de programas e de projetos ambientais;
II - execução de obras de recuperação de áreas degradadas;
III - manutenção de espaços públicos;
IV - contribuições a entidades ambientais ou culturais públicas”.
É bom esclarecer que poderá ter decretada a liquidação forçada da
pessoa jurídica cuja constituição ou utilização seja
preponderantemente destinada a facilitar ou ocultar a prática de crime
definido na Lei n. 9.605/98.
Neste caso, seu patrimônio é considerado instrumento de crime e,
como tal, perdido em favor do Fundo Penitenciário Nacional. Por fim,
vejamos a destinação do produto ou instrumento de infração
administrativa ou crime ambiental, nos termos do art. 25 da Lei n.
9.605/98:
“Art. 25. Verificada a infração, serão apreendidos seus produtos e
instrumentos, lavrando-se os respectivos autos.
§ 1º Os animais serão libertados em seu habitat ou entregues a jardins
zoológicos, fundações ou entidades assemelhadas, desde que fiquem
sob a responsabilidade de técnicos habilitados.
§ 2º Tratando-se de produtos perecíveis ou madeiras, serão estes
avaliados e doados a instituições científicas, hospitalares, penais e
outras com fins beneficentes.
§ 3° Os produtos e subprodutos da fauna não perecíveis serão
destruídos ou doados a instituições científicas, culturais ou
educacionais.
§ 4º Os instrumentos utilizados na prática da infração serão vendidos,
garantida a sua descaracterização por meio da reciclagem”.
(Aplicação..., S.d.)

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REFERÊNCIAS

APLICAÇÃO da pena e apreensões para crimes ambientais. Portal Educação,


S.d. Disponível em:
<https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/aplicacao-da-
pena-e-apreensoes-para-crimes-ambientais/61116>. Acesso em: 22 jan. 2020.

BRASIL. Lei n. 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Diário Oficial da União, Poder


Legislativo, Brasília, DF, 13 fev. 1998.

D’AVIGNON, A. L. A.; LA ROVÈRE, E. L. Manual de auditoria ambiental de


estações de tratamento de esgotos. Rio de Janeiro: QualityMark, 2002.

IBF - Instituto Brasileiro de Florestas. Instituto Brasileiro de Florestas. IBF, 2019.


Disponível em: <https://www.ibflorestas.org.br/conteudo/leis-ambientais>.
Acesso em: 22 jan. 2020.

SCANDAR, M. J. Princípios do direito ambiental na Constituição Federal de


1988. JUS, mar. 2019. Disponível em:
<https://jus.com.br/artigos/72693/principios-do-direito-ambiental-na-
constituicao-federal-de-1988>. Acesso em; 22 jan. 2020.

SÉRIE ISO 14000. Normas Técnicas, S.d. Disponível em:


<https://www.normastecnicas.com/iso/serie-iso-14000/>. Acesso em: 22 jan.
2020.

SILVA, C.; PRZYBYSZ, L. C. B. Sistema de gestão ambiental. Curitiba:


InterSaberes, 2014.

VIEGAS, E. C. Princípios constitucionais ambientais e a conservação da


natureza. Conjur, 5 ago. 2017. Disponível em: <https://www.conjur.com.br/2017-
ago-05/ambiente-juridico-principios-constitucionais-ambientais-conservacao-
natureza>. Acesso em: 22 jan. 2020.

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