Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Jolie Damman - 03 - A Noiva Virgem Do Mafioso (Oficial)
Jolie Damman - 03 - A Noiva Virgem Do Mafioso (Oficial)
MAFIOSO
Romance de Casamento
Arranjado
Jolie Damman
A Noiva Virgem do Mafioso © 2021 por Jolie Damman. Todos os
direitos reservados.
1a edição
✽ ✽ ✽
Meu pai me levou à escola de balé em vez de pedir a um de
seus motoristas que fizesse isso por ele, e então ele me deixou
antes de plantar um beijo na minha testa. Era como ele havia dito.
Eu ia ser sempre sua filhinha, não importando a minha idade.
Virei e logo me encontrei com minhas amigas, que estavam
todas de pé em um grande círculo, conversando. Elas tinham
sorrisos brilhantes no rosto e a maioria usava suas roupas de
costume.
Apenas mais um dia comum em suas vidas, pensei.
O sol estava quente e brilhante hoje, e eu conseguia ouvir as
conversas dos estudantes na frente da escola. Mas se havia algo
que eu não gostava muito, era barulho em excesso.
Todas elas pararam o que estavam dizendo quando notaram
minha chegada, e trocamos beijos curtos em nossas bochechas
enquanto nos cumprimentávamos. Eu estava feliz e me sentindo
bem em casa.
Meus olhos registraram o carro esportivo do meu pai dirigindo, e
por um momento pensei que ele parecia preocupado com algo
novamente.
Mas eu não consegui pensar muito tempo sobre isso. Tasheka
já estava me retirando do grupo depois de conversarmos um pouco,
levando-me a este lugar agradável e aconchegante não muito longe
de onde estavam as multidões.
– Há algo que tenho que lhe dizer – disse ela, sentada comigo
em uma parede baixa que delimitava um pedaço de grama na frente
de um prédio.
– Que tipo de coisa? – perguntei, soando muito curiosa.
– Você conhece Richard, do colegial? Ele também vai estudar
aqui conosco.
– Como... tipo, ele vai treinar balé também?
Ela balançou sua cabeça.
– Eu não sei o que ele vai estudar aqui, mas não acho que ele
vai ter aulas com a gente. Ainda assim, isso significa vê-lo no pátio
às vezes, e eu acho que esta pode ser apenas a chance que você
tem procurado para roubar o coração dele.
Eu corei, empurrando meu cabelo sobre meu ombro.
– Eu... acho que não posso fazer isso. Sou um pouco tímida, e
tenho certeza de que há muitas outras garotas que ele quer.
– Mentira – disse ela, sorrindo e já apontando com o dedo para
a frente da escola.
Eu o vi. Ele estava saindo de seu carro. Ele sabia dirigir, e
dirigia um carro esportivo preto que era muito parecido com ele. Ele
brilhava como ele era, e só de olhar para ele já estava me fazendo
ficar mais quente.
– Suas bochechas estão rosadas, Kazie. E... Ahhh. Eu acho que
ele pode estar olhando para você agora.
– Ehhh, o quê? – perguntei, olhando para ele por um momento
antes de perceber que ela estava dizendo a verdade. Ele estava
olhando para mim, e eu simplesmente não podia acreditar no que
estava acontecendo. Eu sempre pensei que ele teria olhos apenas
para outras garotas.
Quero dizer, como uma garota negra... Eu não sabia se ele
namorava garotas como eu, e se ele achava que eu era boa o
suficiente para ele.
– E agora... ele vem aqui – disse Tasheka, levantando-se
rapidamente e me deixando sozinha, enquanto a paixão da minha
vida de colegial caminhava até mim com seu andar dominante e
habitual, seu casaco de couro dando uma temperada extra.
Ele parou na minha frente, estendendo sua mão. Ele usava um
par de óculos escuros que me puxava ainda mais para ele, e eu
sentia meu coração derretendo. Eu não sabia o que estava
acontecendo, mas me sentia muito bem.
– Você está tão bonita hoje, Kazie. Sempre soube que você não
ia perder seu encanto.
Era como se o mundo ao meu redor tivesse congelado e
houvesse apenas ele e eu, ao pé desta parede curta, sua mão
levantando a minha e depois a beijando.
Há muito tempo eu vinha pensando neste momento e parecia
que estava sonhando com ele. Mas o toque de sua mão na minha
estava me dizendo o contrário, e eu sentia que este seria o
momento em que finalmente receberia meu primeiro beijo.
– O quê? O gato comeu sua língua? – ele perguntou, sua voz
baixa mas ainda audível através do burburinho ao nosso redor, seus
olhos olhando para mim através de seus óculos escuros.
Eu não tinha ideia do que estava acontecendo, mas parecia que
era real.
CAPÍTULO 2
Yefim
E u nunca pensei que ele faria o que fez. Eu sabia que ele iria
me defender e colocar aqueles idiotas de volta em seus
lugares, mas nunca pensei que ele quase os mataria também. Eles
correram para fora do restaurante aterrorizados, e seria um milagre
se eles voltassem lá um dia.
O dono do lugar também não podia fazer isso, mas imaginei que
ele estava se perguntando se não seria possível proibir a máfia
russa de entrar lá novamente.
Eu sempre soube que Yefim era um mafioso. Seus homens,
como ele lidava com sua 'empresa' e como ele conversava com as
pessoas que iam a sua propriedade para conhecê-lo - como eu não
poderia perceber que ele era um homem que trabalhava nas
sombras e deveria estar na prisão?
Eu só poderia me perguntar sobre o tipo de coisas que ele já
tinha feito.
Havia uma coisa sobre ele que o diferenciava da maioria dos
outros homens que eu conhecia, no entanto. Quando aqueles
idiotas racistas daquele restaurante começaram a me ameaçar, ele
foi o único que me fez sentir segura.
Fiquei apavorada quando ele então me segurou em seu colo,
colocando seus braços em volta de mim até que meu coração
parasse de ficar martelando, mas não havia como negar que foi
graças a sua preocupação que eu sentia que podia continuar
morando com ele.
Por enquanto, pelo menos.
Eu tinha que dormir com ele em sua cama também, mesmo não
me obrigando a dormir no mesmo lado onde matou a sua ex-
esposa. Eu estava grata por isso, mesmo com ele nunca falando
nada sobre.
Eu agora estava sentada em uma parede muito baixa que
cercava o pátio da escola de balé, e minha mão estava segurando a
de Richard.
Yefim me permitiu vir aqui para as aulas mais uma vez, mas
com uma condição - que seus homens ficassem me vigiando.
Claro, eles estavam escondidos, vestindo roupas normais e
cotidianas que os ajudavam a se misturar com a multidão de
estudantes. Algumas pessoas até podiam pensar que eles
trabalhavam aqui.
Eu sabia quem era quem, no entanto, e supus que nenhum
deles iria se conter e contar a Yefim sobre isso.
Eu estava segurando a mão de outro homem, que ainda estava
de óculos escuros e olhando para o sol, provavelmente pensando
que sua vida comigo estava definida.
E ele estava decidido a escapar para outro estado comigo.
– Você está louco, Richard. Isso nunca vai acontecer.
– O que nunca vai acontecer? Estou apaixonado por você,
Kazie, e acho que você é a pessoa mais importante da minha vida.
Suspirei.
Eu não queria assustá-lo. Contar a ele a verdade sobre Yefim,
sobre o tipo de coisas que ele poderia fazer, e que dentro de mim eu
estava me apaixonando mais por Yefim e me distanciando do meu
namorado faria pensar coisas que ele deveria esquecer.
Eu não queria machucá-lo.
O toque de sua mão estava me mantendo bem aqui com ele,
embora eu simplesmente não conseguisse parar de olhar ao redor e
notar todos os soldados da bratva me vigiando. Eles sabiam que
Yefim tinha inimigos que não hesitariam em me sequestrar.
– Eu não posso mais tentar isso. Seria uma loucura. Meu noivo
poderia te matar.
– Estou disposto a correr esse risco se isso significar passar
outro dia com você.
Richard ainda era minha paixão, mas não havia como negar que
ele não estava sendo muito inteligente sobre isso.
Ele era maluco se estava pensando que poderia simplesmente
deixar a cidade comigo e fingir que nada demais havia acontecido.
Virei minha cabeça para o lado quando vi um grupo de caras
que pensei que nunca mais veria na minha vida. Era como se a
escola de balé agora estivesse se transformando no meu antigo
colégio.
Eles estavam vindo até nós, e eu sabia que eles estavam
pensando em trocar uma palavrinha comigo. Naquele momento,
senti meu coração apertar e desejei que Yefim estivesse bem aqui
comigo. Eu sabia que apenas a sua presença seria o suficiente para
colocá-los de volta em seus lugares.
Eu já passei muitos apuros com eles e sabia o que ia acontecer
agora.
Eles pararam na minha frente. Havia cinco deles. O líder deles
era um cara branco de mais ou menos da minha idade, com
piercings nas orelhas e no nariz.
Ele tinha uma jaqueta de couro muito parecida com a que
Richard estava usando, mas não tinha o mesmo charme.
Ele estava com os braços cruzados sobre o peito e estava
olhando apenas para mim e ignorando o cara que eu ainda gostava
de pensar que era o meu namorado, mesmo não tendo me beijado
ainda.
Seus amigos eram muito parecidos com o líder, pois tingiam os
cabelos de cores diferentes e brilhantes. Alguns deles também
tinham piercings no rosto, embora nem todos. Alguns também
estavam com os braços cruzados sobre seus torsos, os outros
mantendo suas mãos escondidas nos bolsos da calça.
Eles também usavam calças escuras justas, e quem olhasse de
longe pensaria que eram punks ou motoqueiros. Olhar para eles
agora estava definitivamente causando alguns arrepios na minha
espinha.
E mesmo sentindo raiva por eles estarem aqui, Richard
continuava sentado como se... não tivesse coragem para enfrentá-
los.
– O que você quer? – eu perguntei, mantendo minha voz baixa,
mas firme para que eles soubessem que eu não os temia, sem
chamar mais atenção para nós.
– Nada mais do que fazer uma pergunta muito pertinente.
Pessoas em toda a escola de balé têm falado sobre isso.
Senti um nó no meu peito. Eles realmente não podiam saber
sobre isso, certo?
– Que pergunta? – eu perguntei, um pouco irritada por Richard
ainda estar calado, e agora abaixando a cabeça como se ele fosse
apenas um covarde e não o cara durão que eu pensei que iria me
defender.
– Que você vai se casar com um chefe de uma máfia.
Eu engoli em seco. Todos eles sabiam sobre isso, e isso
significava que eu realmente não poderia continuar tendo aulas
aqui.
Não que isso importasse de qualquer maneira. Yefim disse que
faria os professores virem para a sua mansão, e que haveria uma
sala só para eu dançar.
Eu estava feliz que ele estava fazendo a transição para minha
nova vida o mais suave possível, mas eu ainda não gostava
totalmente disso. E eu também não gostava desses idiotas parados
na minha frente e Richard agindo como um covarde. Sempre achei
que ele não era assim.
Ainda era um pouco estranho que mais e mais homens
pareciam estar se congregando neste lado da escola.
Havia outros edifícios onde outras coisas eram ensinadas. Eu
supus que eles estavam pensando que as garotas daqui eram
fáceis.
Bem, eu não. Depois de ver o que Yefim podia fazer, eu sabia
que esse tipo de coisa deveria acontecer ao contrário - que eram
eles que deveriam ter medo de mim.
– Então, o que realmente está acontecendo? Você vai se casar
com um chefe da máfia ou não? Todo mundo quer saber a verdade.
– Não é da sua conta – eu disse com os dentes cerrados,
levantando-me como um borrão e tentando me tornar o maior
possível, embora isso não significasse muito quando eu estava
lidando com homens que tinham 20 anos e malhavam.
Ele riu, me empurrando com a mão e me fazendo cair de bunda
no chão.
Minha cabeça se virou para Richard, que ainda estava fingindo
que nada disso estava acontecendo, sua boca se contorcendo de
maneiras estranhas e suas mãos tremendo.
Ele não ia fazer nada.
– Richard! – eu gritei – Faça alguma coisa!
Ele se levantou em uma piscadela, murmurando – Me desculpe.
Eu não posso fazer nada. Não sou tão corajoso quanto você pensa
que sou.
Ele se virou e saiu correndo, deixando-me sozinha com aqueles
brutamontes, que agora não só estavam aqui, mas também me
cercando.
Eu olhei em volta e não vi meus amigos. Não achei que eles
estivessem por perto e que me ajudariam, se necessário. Eu queria
desaparecer e não conseguia, e sabia que eles iriam começar a me
chutar.
– Então, você não vai responder a minha pergunta? – o líder do
grupo perguntou, levantando o pé e apontando-o para mim. Achei
que ele fosse me pisotear neste instante mesmo.
Meu coração estava martelando no meu peito.
Gotas de suor escorriam pelas minhas têmporas.
Houve um som de batida de repente, e seu corpo rolou pelo
chão, seus amigos gritando como se estivessem vendo suas mães
mortas. Virei minha cabeça para o lado e pensei que estava vendo
Yefim.
Esfreguei meus olhos, meu coração ainda batendo forte no meu
peito como um trem em alta velocidade. Tinha que ser ele, certo?
Meu salvador. O único capaz de me salvar desses idiotas.
Mas então minha visão clareou e percebi que era apenas um
dos guardas incógnito que o havia socado. Eu nem sabia seus
nomes, mas ainda estava sentindo algo que pensei que nunca
passaria pela minha cabeça.
Eu estava grato por estar sob a proteção de Yefim.
Mesmo que ele não estivesse por perto, ele ainda estava aqui
por meio de seus homens, e isso era muito mais do que eu poderia
dizer sobre Richard.
Acontece que ele não era nada mais do que um covarde,
fugindo quando eu mais precisava dele. Nunca pensei que ele
temesse valentões como aqueles caras, que já estavam lutando
para se levantar e fugir.
O guarda ofereceu sua mão para mim, dizendo – Estamos aqui
para te proteger, sob as ordens do mestre Yefim.
Ele não precisava me dizer isso, mas a menção do seu nome
gerou um sentimento de saudade em meu coração, que eu gostaria
de ver o homem que iria se casar comigo na minha frente, e então
me abraçando e dizendo que tudo ia ficar bem.
Fiquei um pouco em estado de choque, sem vontade de dizer
nada. Ele apenas colocou seu braço sobre meus ombros e me levou
para a aula. O intervalo entre as aulas estava terminando, e ele
mesmo estava me levando lá para que eu estivesse segura.
Eu não poderia ter pedido por uma proteção melhor, e era tudo
graças a Yefim.
CAPÍTULO 10
Yefim
E u não conseguia parar de olhar para ela. Ela era tão linda,
apoiada em um joelho na frente de um pequeno jardim de
rosas. Ela moveu a mão para uma das flores e cortou o caule com
uma pequena tesoura. Ela estava segurando a rosa entre os dedos
e levando-a ao nariz, cheirando-a.
Eu estava parado atrás da janela do meu escritório. O céu
estava tão azul como sempre foi, com nuvens esparsas e o sol
brilhando mais forte do que nunca. Isso fez sua pele parecer tão
bonita, já me fazendo desejar devastar sua boceta neste momento.
Mas havia negócios para cuidar primeiro. Pessoas para
conhecer, políticos e policiais para subornar e esse tipo de coisa.
Eu pensei que o pai dela seria outro golpista, mas até agora ele
estava cumprindo sua parte no trato. Não havia muito que ele
pudesse fazer sobre isso, considerando que eu praticamente
segurei uma faca em seu pescoço.
Cada vez que nos encontrávamos para discutir nossos negócios
mútuos, ele sempre mencionava o quão grato estava por eu não ter
mencionado nada de sua traição para sua esposa.
Eu não tinha feito isso porque sempre pensei em minha esposa,
com meus olhos agora percebendo o brilho de sua aliança de
casamento sob a luz intensa do sol.
Eu me coloquei no lugar dela e me perguntei como ela se
sentiria se descobrisse que seu amado pai estava traindo sua mãe.
Isso arruinaria seu coração, e ela choraria por dias, senão semanas.
Ela era tão especial, tão angelical, e a cada dia que passava
com ela, eu podia sentir que estava mudando.
Eu podia sentir que ela estava suavizando meu comportamento
irracional, sempre ansioso para matar pessoas. Ela disse que não
gostava das pessoas que vinham aqui para me encontrar, e,
portanto, mudei todas as nossas reuniões para outro local - meu
escritório no centro da cidade.
Esconder-se à vista de todos era uma daquelas coisas de bom
senso que realmente tinham alguma verdade por trás.
Como de costume, eu estava fumando outro cigarro, mas ela
disse várias vezes que não gostava do meu hábito de fumar
também.
Agora, desistir era difícil, senão totalmente impossível para mim.
A verdade é que as coisas não tinham sido estelares entre mim e a
minha ex-esposa por um bom tempo.
É por isso que comecei a fumar naquela época e agora não
conseguia me livrar do vício. Sempre sentia os efeitos da
abstinência depois de passar algumas horas sem.
Mas eu estava progredindo.
Sua barriga estava ficando enorme, a cada dia. Eu mal podia
esperar até que meu filho se tornasse amigo de Bogdan. E quanto a
este último, que era meu outro filho ... Bom, ele ainda chorava
algumas noites, pensando na mãe. Ele a amava.
Eu realmente não queria matá-la quando assim fiz, mas no final
das contas, não consegui conter a tentação de puxar o gatilho.
Eu atiraria nela novamente se fosse preciso. Eu simplesmente
não conseguia tolerar uma esposa que me traiu. O que diabos ela
estava pensando quando fez isso? Era o sexo ou ela sentia que
precisava de alguém diferente?
Eu estava feliz que a minha Kazie era muito diferente dela. Ela
me amava mais do que tudo.
Eu dei outra tragada no meu cigarro quando vi uma sombra
caminhando pelo canto do meu olho direito. Não fiquei muito
surpreso ao encontrar meu filho caminhando em direção a sua nova
mãe. Eles não se falavam com frequência, mas sempre que eu via
os dois juntos, pareciam felizes.
Quer dizer, ele até fez algumas piadas com ela. Eu estava
preocupado que ele não fosse aceitá-la em sua vida, mas essa não
tinha sido sua reação até agora.
Eu bati a cinza do cigarro no cinzeiro, absorvendo a paz e o
silêncio da minha mansão. Havia dezenas de meus homens
patrulhando e mantendo-a seguro, mas na maioria das vezes, eles
não falavam entre si. Eles sabiam a importância de manter este
lugar seguro e o quanto eu precisava de silêncio para pensar.
Bogdan parou no pequeno jardim de rosas, ajoelhando-se e
ajudando Kazie a pegar algumas delas. Ele não tinha uma tesoura
como ela, então estava usando as próprias mãos para cortar os
caules finos.
Eu podia ouvir a conversa deles daqui de cima, e parecia que
eles estavam conversando sobre assuntos aleatórios e inocentes,
como o que eles iriam comer no jantar, seus novos brinquedos que
eu comprei para ele não muito tempo atrás, e o que seus amigos
estavam fazendo recentemente.
Ele sorria com mais frequência do que eu pensava que faria
com ela, especialmente porque eu sentia que ainda havia alguma
tensão entre eles. Eu imaginei que uma das coisas que ele não
conseguia entender era que sua madrasta não era muito mais velha
do que ele, e não era como se ela se comportasse como a mãe que
deveria ser para ele.
Quero dizer, ela era atenciosa, amorosa e tudo, mas ela não
tinha a aura de autoridade que uma mãe precisava. Eu esperava
que, com o tempo, ela aprimorasse isso.
Houve um momento de silêncio enervante vindo deles, e por um
momento eu não sabia o que estava acontecendo. Não era como se
a conversa deles tivesse mudado para um tópico específico com o
qual nenhum deles se sentia confortável, certo?
Ela virou a cabeça para ele quando ele disse com um tom de
raiva que fez meu coração pular, – Não finja que você vai se tornar
minha mãe de verdade.
O sorriso que apareceu em seu rosto era enervante.
– Hein? Por que está falando isso?
A expressão de ódio em seus olhos era mais do que evidente.
Era palpável e estava me dando vontade de correr até eles para
impedir o que quer que estivesse acontecendo ali.
– Desde que veio morar aqui, você tenta fingir que é minha
mãe, mas não é. Minha mãe de verdade morreu.
Kazie abriu sua boca e eu joguei o resto do cigarro no cinzeiro.
De jeito nenhum eu continuaria ouvindo-o falando esse tipo de
merda sem punição. Ele não poderia ferir os sentimentos de minha
esposa dessa forma.
Ela inspirou e expirou ar, levantando-se e colocando a mão nas
costas. Ainda faltavam alguns meses para ela entrar em trabalho de
parto, mas sua barriga já estava enorme.
Ele estava agindo como um pirralho e se continuasse assim, eu
teria que dar uma surra em sua bunda que ele nunca esqueceria.
Já fazia um bom tempo desde a última vez que fiz isso, lembrei.
Kazie colocou as mãos nos joelhos, abaixando a cabeça até
que seus olhos estivessem no mesmo nível dos dele. Ela não teve
que baixá-los muito, no entanto. Bogdan estava crescendo a cada
dia, embora ainda faltasse anos para o início da sua puberdade.
– Eu sou sua madrasta, goste ou não.
O que diabos ela estava dizendo agora, e de onde diabos veio
isso? Não achei que uma criança pudesse provocá-la tanto.
Mas refletindo sobre isso, provavelmente estava acontecendo
assim porque ela ainda estava tentando se encaixar em sua vida e
conseguir sua aceitação.
Parte de mim ainda esperava que eu não tivesse que ir lá. Esta
era a primeira vez que um confronto como aquele estava
acontecendo, e estava fazendo meu sangue ferver.
– Minha mãe morreu por sua causa – ele acusou com um tom
de voz ainda mais raivoso, girando e se afastando, seus ombros
levantados e tensos.
Já era o suficiente agora. Eu precisava fazer algo a respeito
daquilo.
Eu me virei e marchei para onde Bogdan deveria estar indo,
parando quando o vi sentado em um degrau da escada do hall de
entrada. Ele estava com a cabeça afundada nas mãos e tremia
ligeiramente.
Eu pensei que estava vindo aqui para lhe ensinar uma lição
dura que resolveria sua falta de educação, mas vendo-o assim, não
pude evitar de começar a pensar que estava falhando como pai.
Aproximei-me dele, percebendo que ele estava chorando tanto
que nem percebeu minha presença. Sentei-me no mesmo degrau
em que ele estava sentado, colocando minhas mãos entrelaçadas
entre minhas pernas e esperando até que ele finalmente estivesse
pronto para falar comigo.
Quando percebi que ele estava parando de chorar, coloquei um
braço em volta de seus ombros e disse – Eu sei que está sendo
difícil. Eu não queria que sua mãe morresse também.
Mas, de repente, ele usou toda a sua força para me empurrar
para longe dele, virando a cabeça para mim e olhando para mim
com olhos cheios de raiva.
– Não minta para mim – ele gritou, levantando-se como um
borrão e recuando até que pensou que tinha colocado distância
suficiente entre nós.
Eu também me levantei e tentei me aproximar dele novamente
com passos suaves, mas isso só o fez se distanciar ainda mais de
mim.
– Mentir para você? Nunca menti para você, e você deve saber
que não gosto desse tipo de acusação, homenzinho.
– Você mentiu para mim sobre a mãe. Foi você quem a matou!
Tentei detê-lo com a minha mão, mas ele já estava fugindo de
novo, subindo as escadas correndo. Não demorou muito para
chegar ao seu quarto, fechando a porta com força.
Fiquei perplexo. Quando ele soube disso e quem lhe contou?
Não poderia ter sido um dos meus homens. Eles não eram tão
idiotas assim, afinal. O último cara que me traiu virou um exemplo
para todos eles, pensei enquanto me lembrava que havia enforcado
ele na frente de todos.
Sua traição havia sido o tema dominante de suas conversas por
semanas a fio, eu me lembrei.
Expirando ar dos meus pulmões, decidi que não iria deixar esse
problema recém-descoberto morrer sem encontrar a solução e a
verdade por trás dele.
Fui até o quarto dele, batendo na porta lentamente. Eu sabia
que ele estava com raiva e que precisava desabafar.
A verdade sobre a morte de sua mãe nunca deveria ter sido
descoberta por ele. Até onde eu sabia, não havia câmeras ou
qualquer coisa do tipo em nosso quarto.
Mas ele não queria atender a porta de qualquer maneira, me
deixando com cara de idiota no corredor. Eu era seu pai antes de
ser um chefe da máfia. Eu não deveria usar a chave mestra que
tinha no meu bolso.
Esperei mais alguns minutos para ver se ele iria querer falar
comigo ou não, mas parecia que ele estava decidido a não explicar
nada.
Eu ia esperar até amanhã de manhã, quando ele teria aulas.
Devia haver algo que aconteceu, ou alguém que me dedurou. Eu ia
arrancar a língua de quem fez isso.
O que aconteceu nunca poderia ser esquecido.
CAPÍTULO 14
Kazie
Fim
Shanice
Joguei meu cabelo para o lado, por cima dos ombros, e depois
prossegui para o supermercado. O Supermercado Hope podia não
ser um dos maiores, mas com certeza era melhor do que os outros,
que estavam todos bem longe daqui.
Passei os dedos ao redor da barra, pegando o carrinho perto da
entrada do prédio e conduzindo-o através de um dos corredores. O
aroma de vegetais frescos encheu meus pulmões, fazendo-me
fechar os olhos e me concentrar neles.
Comprar alimentos não era uma das coisas que as pessoas
faziam para se divertir, mas para mim, era uma boa pausa no meu
trabalho. E o meu trabalho estava bem longe de mim agora,
localizado no outro lado de Lost Hope. Eu não gostava de alguns
dos rostos que tinha que ver lá todos os dias, então estar aqui,
comprando coisas no Supermercado Hope era uma das coisas que
eu mais apreciava.
Parei quando cheguei no ponto onde estavam as maçãs todas.
Eu não sabia o que havia de tão bom com elas, mas eu adorava
essas maçãs. Só de olhar para elas assim, admirando sua cor
vermelha estava me fazendo sentir como se estivesse estendendo a
mão e pegando algumas delas.
E isso eu fiz, colocando-as em um saco transparente e frágil
feito de plástico, e depois guardando-as no carrinho.
Continuei então pelo corredor, pegando mais alguns vegetais. O
carrinho estava bem cheio deles agora, fazendo-me desejar já estar
de volta ao meu prédio. Mas isso teria que esperar um pouco. Eu
adorava passar mais tempo do que precisava em supermercados.
Meu telefone começou a tocar de repente, mas o toque foi curto.
Muito provavelmente era mais uma empresa que tinha acabado de
me enviar uma mensagem de spam ou algo parecido.
Olhando em volta, não pude deixar de notar o quão cheio o
supermercado parecia estar hoje à noite. Havia pessoas de todas as
faixas etárias e de todas as origens fazendo compras aqui. Embora
eu não tivesse muitas razões para me sentir assim, ainda me sentia
exultante.
Havia algo sobre comprar coisas aqui, neste lugar, que só me
fazia sentir mais feliz do que eu normalmente era.
Pegando mais algumas frutas, era então a hora de explorar os
outros corredores. Congelados era um dos meus preferidos, por isso
também me dirigi para lá. Abri uma das portas e estendi a mão para
fora, pegando uma caixa de pizza.
Esta noite ia ter pizza de pepperoni, com certeza!
A maioria das pessoas não gostava de pizza congelada, mas eu
não me importava com a opinião delas. Não era como se fosse
haver alguém no meu apartamento hoje à noite. Eu ia estar
completamente sozinha e... Sim, isso era algo que me incomodava
um pouco.
Eu supunha que podia abrir o Tinder e depois conversar com
um cara até que ele viesse, mas havia algo fundamental em fazer
isso que eu não gostava nem um pouco. E era assim que fazer isso
faria me sentir mais miserável e desesperada.
A maioria das pessoas não pensava assim, mas eu
simplesmente não achava que o Tinder era uma boa opção para
alguém como eu. Eu nunca havia contado este tipo de segredo para
meus amigos, mas pensei que o amor era algo que não podia ser
forçado ou falsificado...
E esse pensamento... Era algo que me fez voltar ao mundo real
e seguir para o corredor onde eu poderia comprar um saco de arroz.
Chegando com as duas mãos, levantei um saco e depois deixei-o
cair no carrinho, feliz por ter terminado por agora e por não ter que
me preocupar em ficar sem arroz por um bom tempo.
O saco era enorme.
Mas então, de repente, um pensamento me passou pela
cabeça. E se eu nunca conhecesse o homem que eu estava
procurando? Embora eu não quisesse admitir isso para meus
amigos, eu tinha uma queda por homens brancos. Eles sempre
conseguiam me fazer sentir algo diferente por eles - na maior parte
das vezes.
Eu sei, eu sei. Era apenas algo que eu não me sentia à vontade
para falar sobre e, por enquanto, eu ia manter meus lábios
fechados. Mas sim... Alguns tipos de homens me faziam apaixonar
facilmente por eles. E isso era algo sobre o qual eu estava bastante
segura.
Graças ao meu trabalho, eu namorava praticamente qualquer
pessoa o tempo todo, e na maioria das vezes eles tentavam
conversar comigo fora do meu local de trabalho, como neste exato
momento. Mas eu já havia silenciado todas as tentativas deles
nesse sentido e eu só ia responder na manhã seguinte.
Alguns de meus clientes não gostavam disso, mas não havia
muito que eles pudessem fazer. Ou eles faziam isso ou nunca mais
me teriam como sua namorada de aluguel.
Apesar de trabalhar assim, eu quase não fazia sexo. Fiz no
máximo uma ou duas vezes, e já faziam anos desde a minha última
vez. Isso sem mencionar que elas não duraram muito e ainda nem
sabia muito sobre isso. Ou seja, ainda era uma virgem em quase
todos os sentidos. Por isso me sentia desajeitada quando um cliente
queria algo a mais. Meu trabalho, afinal de contas, era fingir que era
sua namorada e não sua prostituta.
Havia algo relacionado a isso que eu desejava que pudesse...
meio que mudar. Todos os meus clientes recentes ou eram negros,
ou latinos ou asiáticos. Agora, não me interpretem mal - eu gostava
de todos eles, mas já tinha passado um tempo...
Eu balancei a cabeça. Não vale a pena pensar nesse tipo de
coisa agora. Não ia mudar nada. Eu tinha certeza de que outro
homem com pele de pêssego iria aparecer mais cedo ou mais tarde
pedindo para namorar comigo - ou pagando para que eu fosse sua
namorada falsa, para ser mais honesta. Não era o tipo de trabalho
que meus pais queriam para mim, mas ainda assim era melhor do
que me tornar uma prostituta, certo?
Havia o beijo, dar as mãos, comprar presentes, e esse tipo de
coisa, mas nem sempre tinha que envolver sexo. Para que isso
acontecesse, eles teriam que me perguntar e eu teria que aceitar.
Alguns caras reclamavam disso, mas não havia muito que eles
pudessem fazer. Ou eles tinham que engolir isso ou parar de pagar
pelos meus serviços.
Melvin
Eu parei o carro, estacionando-o no estacionamento do
supermercado. Era mais um dos muitos negócios do meu pai que
ele operava. E ia ser meu. Não importava o que meu irmão mais
velho pensava, ele nunca iria herdar as nossas empresas. Eu era
um pouco mais jovem que ele, mas a idade não importava no
mundo dos negócios e. Eu era o único de toda a família que podia
fazê-las prosperar ainda mais.
Eu suspirei, abrindo a porta do carro. Eu vivia sozinho e não
pagava para que ninguém trabalhasse para mim para manter o meu
apartamento limpo e para cuidar dele. Quando voltei do trabalho
hoje, abri a porta da geladeira e descobri que faltava a coisa mais
importante para este fim de semana - cerveja.
Eu precisava de minha cerveja como os peixes precisavam de
água, e eu simplesmente não podia viver sem esta marca em
particular, que eu amava. Corona.
Era um nome um tanto engraçado, pensei enquanto meus
lábios se voltaram para cima, formando um sorriso de boca fechada
no meu rosto. Como a pandemia havia acabado, muitas pessoas
estavam deixando de comprar daquela marca. Isso, por sua vez, fez
com que os preços subissem consideravelmente, mas eu ainda
assim as comprava.
Algumas pessoas eram tão estúpidas. Só porque o nome do
vírus e o da marca da cerveja eram semelhantes, isso não
significava que eles estivessem relacionados de alguma outra
forma. Imagine tomar um gole de sua lata de cerveja e ficar
preocupado que isso iria deixá-lo doente. A única coisa que o
deixaria doente era beber muito álcool e ter cirrose, mas isso era um
assunto totalmente diferente.
Hoje à noite, eu não ia beber sozinho. Eu ia ter alguns amigos e
íamos assistir algumas daquelas antigas novelas mexicanas. Essa
era uma das muitas coisas que as pessoas achavam curiosas a
meu respeito, mas eu não me importava com o que elas pensavam.
Mesmo que aqueles programas pudessem ser um pouco cafonas às
vezes, eles não eram ruins.
E eu realmente gostava das histórias românticas deles. Além
disso, eu era um ávido aprendiz da língua espanhola. Não a
dominava bem ainda, mas já era bom o suficiente para conversar
online com alguns nativos. Eles me ajudavam mais do que os livros.
Tirei o suor da minha testa, virando minha cabeça de um lado
para o outro. Não podia ter certeza disso, mas pensei ter ouvido
uma mulher gritando. O estacionamento era vasto. Não conseguia
ver as bordas dele com meus olhos, e não ajudava que já estava
tudo escuro.
Desloquei meu corpo para o outro lado, fechando a porta do
carro e depois usando as chaves para ter certeza de que estava
selado. Era apenas um Audi A8. Nada chique, e paguei por ele
usando meu próprio dinheiro. De jeito nenhum eu teria permitido que
meu pai me desse ele de presente, mesmo que fosse isso que ele
quisesse fazer. Uma vez eu havia mencionado a ele que aquele era
meu carro dos sonhos, e para meu aniversário ele queria presenteá-
lo a mim, mas eu não queria que ele pensasse que eu dependia
muito dele ou algo do tipo.
Virando minha cabeça um pouco mais para o lado, foi quando
eu vi algo que fez meu coração pular uma batida. Um homem
estava brandindo uma faca contra uma mulher. Eu não conseguia
olhar bem para ela. Ela estava de costas para mim, mas eu ainda
podia dizer que ela era afro-americana. Eu teria reconhecido aquele
cabelo encaracolado blackpower a um quilômetro de distância.
Eu não tinha muito tempo para pensar. Dando um passo à
frente, corri até eles. Eu não sabia o que estava acontecendo ali,
mas um homem ameaçando uma mulher com uma faca nunca
poderia ser uma coisa boa. E, independentemente de suas
intenções, eu precisava detê-lo. Aquela mulher precisava de mim.
Mas eles ainda estavam tão longe de onde eu estava. Quase
parecia que eles estavam se distanciando de mim, quanto mais eu
me aproximava deles. Meu coração acelerava, eu já estava meio
que perdendo a esperança.
E se eu não conseguisse chegar lá a tempo? E então? Será que
ela ainda estaria bem? Eu poderia estar fazendo algo estúpido -
talvez eles não fossem mais do que alguns atores atuando em uma
cena de filme, o que não seria muito exagerado, considerando o
quão famosa era a indústria cinematográfica de Lost Hope - mas
isso ainda não significava que eu não podia fazer nada a respeito.
Eu precisava fazer.
Saltei por cima da frente de um carro, deslizando meu traseiro
através dele, e depois circundei outro. Mais suor estava surgindo na
minha testa, mas isso não me impedia de fazer o que eu estava
fazendo. Ao invés disso, continuei me concentrando em chegar até
eles antes que aquele cara realmente fizesse algo de que se
arrependesse.
Ela gritou mais uma vez, e eu dupliquei minha velocidade de
corrida. Pude sentir o ar arrojando de cada lado de mim, lembrando-
me de como eu estava correndo rápido. Meu joelho bateu na luz
frontal de um carro e mesmo doendo intensamente, ainda assim não
parei.
Eu precisava chegar lá antes que fosse tarde demais.
Saltando sobre a parte da frente de outro carro, coloquei minha
mão sobre minha cabeça e gritei — Pare aí mesmo! Eu não sei o
que está acontecendo aqui, mas você não tem o direito de estar
ameaçando esta mulher.
Finalmente cheguei aqui, e bem a tempo antes que ele a
machucasse.
Levei mais tempo do que eu pensava, mas cheguei até eles.
Parando, meus pulmões respiravam como se não houvesse
oxigênio suficiente no mundo. Os olhos do cara se alargaram ao me
ver. Ele não achava que alguém fosse aparecer. Ele pensou que a
escuridão do local onde eles estavam seria suficiente para manter
esse crime oculto dos outros.
Mas ele havia cometido um erro. Eu teria visto esta linda e
deslumbrante garota a muitos quilômetros de distância. Os olhos
dela me encarando, eu podia dizer que ela havia pensado que
estava completamente sozinha com ele. E eu tinha que ser honesto,
salvar uma mulher de um homem era algo que eu não tinha
pensado que iria acontecer esta noite.
Pensei que esta sexta-feira seria muito mais comum do que
costumava ser.
— Que diabos você pensa que está fazendo? — ele perguntou,
bufando —Isto não tem nada a ver com você.
— Geralmente eu não ignoro pedidos de ajuda, e você está
ameaçando-a com uma faca. Isto não é algo que eu possa ignorar.
— Tanto faz, cara — ele latiu, cuspindo no chão do
estacionamento. — Saia daqui antes que você acabe se
machucando. A última coisa que eu quero é a polícia atrás de mim
por sua causa.
— Bem, eles vão estar atrás de você de uma maneira ou de
outra. Você acha que eles vão ignorá-lo usando esta faca contra
uma mulher inocente como ela?
Ele riu.
— Você não sabe de nada. Shanice? Inocente? Não me faça rir.
Meus olhos se atreveram a ela. Então o nome dela era Shanice,
hein? Eu me lembraria disso.
Ela parecia ainda mais deslumbrante de perto, com curvas que
me faziam sentir como se estivesse passando minhas mãos sobre
seu corpo. O fato de eu ter que aturar esse cara neste momento, me
achando incapaz de ter uma conversa em particular com ela, fazia
meu sangue ferver.
Continue AQUI
Você também pode ler o 2º livro aqui:
LIVROS EM INGLÊS