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A Planificação Da Educação No Seu Contexto
A Planificação Da Educação No Seu Contexto
A Planificação Da Educação No Seu Contexto
Nesta lição vamos abordar os aspectos que o planificador deve considerar, atinentes
à realidade em que está inserido, na sua prática de planificação. Concretamente,
estudaremos o contexto político, o contexto (peso) demográfico, o contexto
económico e financeiro e, finalmente, o contexto Educativo.
Nas linhas que se seguem, a partir da obra de NHAVOTO (1999) vamos discutir o
cenário em que os planificadores de educação devem actuar. Vamos, portanto,
considerar o contexto político, o contexto demográfico, o contexto económico e
financeiro e, finalmente, o contexto Educativo.
A planificação deve procurar ser coerente, quer do ponto de vista interno quer externo,
em termos político, económico-financeiro, demográfico e mesmo no que tange ao
contexto educativo. Tal se mostra de capital importância, pois acautela-se o risco de
se construírem planos que depois se vão mostrar incompatíveis com a realidade nas
suas diferentes dimensões.
O contexto Político
Nos anos passados, sobretudo a partir da década de 80, assistiu-se a uma grave crise
económica que afectou particularmente um grande número de países em vias de
desenvolvimento. Esta crise condicionou a acção dos governos, levou a ineficiência
do sector público; a crise contribuiu para desestabilizar certos regimes em vigor e para
pôr em causa a sua legitimidade.
Por outro lado, o fim da década 80 foi marcado por mudanças políticas muito
importantes, em vários países. Assistiu-se ao regresso à democracia, à implantação
de sociedades alicerçadas na iniciativa privada e, igualmente à transformações
profundas na Europa do Leste.
Todo este quadro tem que ser tido em conta na planificação da Educação. A crescente
democratização dos países, provavelmente, levará a que, mais ou menos à longo
termo, hajam mudanças a nível dos curricula. Os especialistas explicam que
actualmente torna-se uma exigência para os educadores desenvolverem
metodologias e práticas de ensino que tornem os alunos mais competentes na
tomada de iniciativas, no seu engajamento, a serem mais autónomos e a assumirem
riscos.
O Contexto Demográfico
A esta situação junta-se um outro fenómeno: as migrações. São comuns nos países
pobres, as maciças migrações das zonas rurais para as urbanas, o que faz as cidades
possuírem elevadíssimas taxas de densidade populacional, o que tem que ser tido
em conta pelos planificadores da educação. Grande parte desta população não
consegue emprego no sector formal da economia, por isso, a esmagadora maioria
segue para o sector informal. Assim, especialistas têm vindo a chamar a atenção para
a necessidade dos sistemas educativos considerarem esta realidade. Portanto, exige-
se o desenvolvimento de novos conteúdos de educação e o desenvolvimento de
novas modalidades de formação para atender a esta realidade.
Neste sentido, rubricas como novas construções, reparação dos edifícios, compra de
equipamentos e materiais escolares foram ou reduzidas ou suprimidas; igualmente,
se optou pela contenção no aumento dos salários no sector da educação.
O Contexto Educativo
A procura da Educação nos tempos que correm, aparentemente, tem uma definição
complexa. Segundo indicações, ela baixou em alguns países. A sociedade,
desencorajada pela ausência de perspectivas de emprego no
sector formal, e/ou pelos custos de educação , mesmo num cenário em que a escola
é gratuita, por vezes as comunidades não pressionam a escola. Este fenómeno, por
exemplo, é claramente visível nos programas de alfabetização.
Tal implica uma verdadeira mudança de abordagem pelos planificadores, dado que
tradicionalmente, negligenciaram a evolução da procura da educação e dos meios de
a promover. Portanto, não é suficiente organizar a oferta, colocando a escola junto
das populações. É necessário, também, mobilizar a população, particularmente os
pais e os alunos a aderir à escola.
Tal como vimos numa das lições anteriores, a educação funciona de forma sistémica,
inter-relacionada com outros sistemas. Neste sentido, ao discutirmos o contexto
educativo vejamos a relação entre ele e os sistemas económico e político. A crise
económica, por exemplo, afectou de maneira muito diferenciada os países. Naqueles
que mais duramente foram atingidos, houve um aumento do desemprego e do sub-
emprego, afectando inclusivamente os graduados dos níveis mais elevados.
Por outro lado, a nível de decisores políticos (sistema político), estes questionam a
priorização à favor da Educação, na distribuição do orçamento nacional em relação
aos diversos serviços públicos. Vários são os países, por exemplo, que
desenvolveram a visão de que os investimentos no ensino superior e/ou no ensino
técnico deveria m reduzir. O que, como é evidente, põe em causa o seu
desenvolvimento, a longo termo.
No caso dos países mais desenvolvidos, a crise económica suscitou novas
estratégias. Os países sentiram que deviam apostar na capacidade de inovação, de
desenvolvimento de novos produtos e de novos procedimentos. Viram que deviam
reestruturar as suas economias. Estes países apostaram sobretudo na inteligência.
Investiram nos seus sistemas educativos (estruturas, conteúdos, métodos). A
planificação da educação foi chamada a dar a sua contribuição.
Como é que tal pode ser feito? A par da escolarização formal, é hoje um imperativo o
desenvolvimento de programas de educação extra-escolar, formal, não formal que
completem ou substituam a formação escolar. Estes programas, mais flexíveis,
permitiriam que as pessoas adquirissem especializações solicitadas pelo mundo do
trabalho, permitiriam a actualização permanente das pessoas, permitiriam, se calhar
de forma mais eficaz do que o sistema escolar, desenvolver as atitudes e os
comportamentos requeridos pelo mundo do trabalho.
b) Gestão e Administração da Educação Eficientes
No entanto, imensas decisões tomadas ao nível central, deviam sê-lo nos escalões
inferiores. Aliás, em muitos países de administração centralizada, há deficiências de
comunicação, entre os diferentes escalões e, igualmente, se verifica que as decisões
tomadas ao nível central, em muitos casos, apenas são parcialmente executadas.
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on=1/asserçado em Maio de 07
MARTINEZ, Maria e LAHORE, Carlos: Planejamento Escolar. Saraiva, 2 ed, SP, 1991
UNESCO (1990) Declaração Mundial sobre Educação pata todos – Satisfação das
Necessidades Básicas de Aprendizagem