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Toxicologia dos Praguicidas:

Rodenticidas e Moluscicidas

Adaptado de Discentes: Mariele Cristina Stamm


Mylena Ribeiro Pereira
Nayane Moraes Bonfim
Samuel Borges
Vanderson de Souza Pinho
Docente: Profº Dr. Ian Philippo Tancredi
Sinop – MT
2012
Rodenticidas
Rodenticidas
Introdução
 Intoxicações acidentais ou intencionais em cães e gatos;
 Diagnóstico clínico destas intoxicações é geralmente difícil.

 Agentes tóxicos:
 Estricnina;
 Fluoracetato de Sódio;
 Aldicarb.

 Pesticidas de uso proibido como raticidas e ainda assim,


utilizados ilegamente.
Rodenticidas
 Estricnina - Alcalóide, extraído da planta Strychnos nux
vomica (SPINOSA et al., 2008) e S. ignatti (PETERSON; TALCOTT,
2006).
 Fluoracetato de sódio - Também conhecido como
composto 1080, tem ocorrência natural em algumas plantas
tóxicas sendo, no Brasil, encontrada na Palicurea marcgravii.
 Aldicarb - Os organofosforados e carbamatos são
conhecidos como agentes anticolinesterásicos. Os carbamatos
foram primeiramente obtidos a partir do alcalóide extraído
da semente da planta Physiostigma venenosum, conhecida como
fava de Calabar ou feijão-de-prova (SPINOSA et al. 2008).
NOZ VOMICA NOZ VOMICA

FAVA DE CALABAR
CAFEZINHO
Rodenticidas
 Estricnina - é um pó branco, moderadamente solúvel em água.

 Fluoracetato de sódio - é um composto incolor, inodoro e


insípido.
 Aldicarb – no Brasil, o aldicarb pode apenas ser comercializado
para fins agrícolas, é manufaturado na forma de pequenos grânulos
pretos, com 15% de principio ativo (Temik 150®) e é
popularmente conhecido como “chumbinho” (XAVIER et al.
2007).
Rodenticidas
Mecanismos de ação
 Estricnina - Possui estrutura semelhante à glicina, bloqueando
competitivamente os receptores pós-sinápticos deste
neurotransmissor no neurônio motor da medula central
(SPINOSA et al., 2008).
 Fluoracetato de sódio – O fluoricitrato por sua vez, age
impedindo a conversão enzimática do citrato a isocitrato (MELO;
SILVA JÚNIOR, 2005), resultando em bloqueio do ciclo dos
ácidos tricarboxílicos (ciclo de Krebs).
 Aldicarb - Carbamatos e organofosforados exercem sua
toxicidade por meio da inibição da atividade da acetilcolinesterase
presente nas sinapses colinérgicas, resultando em acúmulo do
neurotransmissor acetilcolina e, consequentemente, na
estimulação excessiva dos receptores nicotínicos e muscarínicos
(SPINOSA et al., 2008).
Sinais clínicos comuns

 Hiperexcitabilidade;

 Convulsões;

 Hipertermia.
Sinais clínicos
SINAIS ESTRICNINA FLUORACETATO ALDICARB
DE SÓDIO
Sialorréia Intensa - Intensa
Náuseas, Vômitos - Sim Pode haver
Diarréia - Sim Sim
Micção freqüente - Sim Sim
Taquipnéia Sim Sim, principalmente -
para gatos
Ataxia Sim - -
Espasmos musculares Sim - Sim
Movimentos de - Corridas frenéticas -
corrida em linha reta
Reflexos pupilares Midríase Midríase Miose
Cianose Pode haver - Pode haver
Rodenticidas
Diagnóstico

 O diagnóstico é feito associando-se os sinais clínicos da intoxicação


e a análise química, pesquisando a presença de rodenticida nas
amostras biológicas ou iscas (SPINOSA et al., 2008).

 Podem ser mandados para análise: iscas, conteúdo estomacal


congelado obtido pela lavagem ou na necropsia nos casos letais
(BEASLEY, 1999).
Manejo Terapêutico

 Descontaminação gástrica, realizada preferencialmente por


lavagem gástrica (SPINOSA et al., 2008).

 Adicionar a esta solução, ácido tânico (1 a 2%) para reduzir


a absorção e carvão ativado (MELO; SILVA JÚNIOR, 2005).
Rodenticidas
Cumarínicos

 Rodenticida lícito no país;

 Efeito anticoagulante;

 Envolvidos em 81% dos acidentes tóxicos com cães e gatos;


Rodenticidas
Cumarínicos
 No Brasil, os rodenticidas lícitos são somente os do tipo
anticoagulante de efeito crônico, sendo esta decisão fundamentada
em dois pontos:
1. Nas intoxicações acidentais (homem e animais não alvo) deve
haver tempo hábil para o tratamento, portanto, descartam-se
rodenticidas de efeito agudo;
2. Necessidade de que o raticida tenha um antídoto específico para
realizar o tratamento de maneira adequada;
Rodenticidas
Toxicologia

 Inibição do mecanismo de coagulação.

Bloqueio de fatores da coagulação


vitamina K – dependentes, fatores II,
VII, IX e X.

 Absorção variável.

 Ação em horas - período de latência.


Rodenticidas
Quadro clínico
 Na maioria dos casos a sintomatologia é leve.

 Náuseas, vômitos, dor abdominal;

 Epistaxe, sangramento, hemoptise, hematúria, equimose;

 Hemorragias, hipoprotrombinemia, diáteses hemorrágicas;

 Hemorragia intracraniana.
Rodenticidas
Tratamento
 Geral - Internamento/Repouso;

 Descontaminação: a emese é contra-indicada, pelo risco de


hemorragia intracraniana.
 Lavagem gástrica precoce.

 Carvão ativado –Geralmente 1 dose.

 Transfusão sanguínea em casos de hemorragia grave.

 Vitamina K.
Surto de envenenamento por derivado
cumarínico em bovinos

 Relato da ocorrência de um surto de envenenamento por derivado

cumarínico em bovinos confinados, ocorrido no município de


Seropédica, Rio de Janeiro (BRITO et al., 2005);

 Acarretando a morte de duas vacas e um touro, de um total de 43

animais.
Surto de envenenamento por derivado
cumarínico em bovinos

 Manifestações clínicas:

 Apatia;

 Anorexia;

 Sialorréia;

 Diarréia sanguinolenta;

 Incoordenação;

 Dificuldade respiratória.
Surto de envenenamento por derivado
cumarínico em bovinos

 Necropsia - hemorragias de intensidade e formas diversas, em


vários órgãos.
 Exame histopatológico não evidenciou alterações, além de
hemorragias.
 Pesquisa toxicológica em conteúdos de rúmen, retículo, omaso e
abomaso, em amostras de fígado e rim, bem como da cevada
coletada no cocho, resultou positiva para o grupo de derivados
cumarínicos que inclui warfarina, bromadiolone e bromadifacoum.
Moluscicidas
Moluscicidas
Introdução

 Usados nos jardins domésticos, especialmente durante a


estação chuvosa, para matar caracóis e lesmas (Ettinger e
Feldman, 1997);

 Encontra-se disponível nas formas de pellets, grânulos,


pó ou líquido (Gfeller e Messonnier, 2006).
Moluscicidas
Introdução

 Normalmente o metaldeído combina-se


com farelos, quer seja granulado ou em
flocos, e apresenta um sabor altamente
palatável para os cães.
Toxicidade e sintomatologia

 Todas as espécies são sensíveis ao metaldeído (dose tóxica de


0,3 a 0,8 mg/kg).

 A espécie envenenada com maior frequência são os cães


(Fraser et al., 1991).

 Uma colher de chá de isca pode ser letal para um cão de 2,5
kg (Morgan, 2008).
Toxicidade

 O metaldeído é um polímero cíclico de 4 unidades de

acetaldeído que é hidrolizado em ácido estomacal para


formar polímeros de acetaldeído que entram facilmente no
cérebro, provocando sinais dentro de uma hora (Ettinger e
Feldman, 1997).
Sintomas

 Manifestação de sinais em 15 minutos a 3 horas após a ingestão


das iscas de metaldeído (Gfeller e Messonnier, 2006).
 Vômito

 Sinais nervosos: hiperestesia, nistagmos, tremores musculares e


falta de coordenação. Opistotonus e convulsões.
 O nistagmo é mais grave e mais pronunciado nos gatos
(Ettinger e Feldman, 1997).
Sintomas
 Hipersalivação;

 Dor abdominal;

 Polipneia;

 Dispneia;

 Taquicardia (Fraser et al., 1991).


Sintomas

 A morte precoce deve-se à insuficiência respiratória;

 Sobreviventes podem sucumbir às complicações (incluindo

insuficiência hepática) nos próximos 3 a 5 dias (Gfeller e


Messonnier, 2006).
Diagnóstico

 Lesões observadas na necrópsia incluem congestão e edema

do fígado, rins e pulmões e hemorragia intestinal.

 O conteúdo do estômago é a amostra de eleição para análise

devido à perca rápida do acetaldeído pelos tecidos.


Diagnóstico Diferencial

 Estricnina;

 Compostos organofosforados e carbamatos;

 Micotoxinas tremorgênica, 1080 (fluoroacetato);

 Fósforo de zinco;

 Brometalina;

 Insecticidas organoclorados (Morgan, 2008).


Tratamento

 Ingestão de grande quantidade de veneno:

I. Lavagem gástrica como alternativa (Morgan, 2008);

II. Seguida pela administração de carvão activado e um agente


catártico (Gfeller e Messonnier, 2006).
Bibliografia consultada
 BRITO, M. F. ; Peixoto, P. F.V. ; SEIXAS, J. N. ; JABOUR, F. F. ; ANDRADE,
G. B. ; MAIA, V. S . Sobre um surto de Envenenamento por derivado
cumarínico em bovinos. Pesquisa Veterinária Brasileira, Rio de Janeiro, v. 25,
n.3, p. 143-149, 2005.

 Ettinger, S. J. e Feldman, E. C., 1997. Tratado de Medicine Interna Veterinária –


Enfermedade del perro e el gato. Intermédica, 4ª Ed., Colombia, 377-388; 392.

 Gfeller, R. W. e Messonnier, S. P., 2006. Manual de Toxicologia e


Envenenamento em Pequenos Animais. Roca, 2ª Edição, Brasil, 23-43; 52-55;
63-65; 150-153; 194-197.

 BEASLEY, V. Toxicants that affect the autonomic nervous system. Veterinary


Toxicology. International Veterinary Information Service. Ithaca, NY: 1999.
Disponível em <www.ivis.or> Acesso em 03 nov. 2012.
Bibliografia consultada
 MELO, M.M; SILVA JUNIOR, P.G.P. Intoxicações e Envenenamentos. In: RABELO, R.C.; CROWE
JR, D.T, Fundamentos de Terapia Intensiva Veterinária em Pequenos Animais - Condutas no Paciente
Crítico. Rio de Janeiro: L. F. Livros de Veterinária Ltda, 2005.

 Morgan, R. V., 2008. Handbook of Small Animal Practice. Saunders Elsevier, 5ª Ed., United States
of America, 1187-1190; 1197; 1200-1201; 1213-1216.

 PETERSON, M. E.; TALCOTT, P. A. Small animal Toxicology. 2nd ed. Philadelphia:


Elsevier/Saunders, 2006.

 SPINOSA, H.S.; GORNIAK S. L.; PALERMO-NETO, J. Toxicologia Aplicada à Medicina


Veterinária. Barueri, SP: Manole, 2008.

 XAVIER, F. G. et al. Cromatografia em camada delgada para o diagnóstico da intoxicação por


aldicarb ("chumbinho") em cães e gatos. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., Belo Horizonte, v. 59, n. 5,
Oct. 2007b . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
09352007000500020&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 04 nov. 2012.
Obrigado!

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