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AULA 02 – O COMPORTAMENTO

HUMANO NAS ORGANIZAÇÕES

Olá!

O mundo se modificou nas últimas décadas, exigindo que as


organizações empresariais se adaptassem a um mercado mais dinâmico e
extremamente competitivo.
Neste novo contexto, a concorrência obrigou todos a fazerem a
diferença e a procurarem novas competências necessárias ao bom
funcionamento da organização, e o investimento em práticas educativas que
os orientem a compartilhar e mapear cenários externos.
Desta forma, podem ser desenvolvidos programas para melhorar e
treinar as competências existentes dos trabalhadores que compõem a
organização e são responsáveis pelo alcance de seus resultados. Os
educadores são inseridos nesse contexto por serem profissionais vistos como
capazes de desenvolver práticas de ensino e aprendizagem no espaço
extracurricular.
Nesta unidade de aprendizagem, você vai aprender sobre as
atribuições do pedagogo nas organizações, os seus desafios nesse campo
de atuação e o perfil desejado para esse profissional.

Bons estudos!
2 COMPORTAMENTO HUMANO NAS ORGANIZAÇÕES

Antes de abordar a posição do profissional da educação no ambiente


organizacional, um dos primeiros aspectos a se atentar são as mudanças em curso
no mundo e nas relações de trabalho. Isso porque influenciam diretamente nas
escolhas dos profissionais da educação quanto ao comportamento.
A reestruturação ocorrida no mercado de trabalho nas últimas décadas permitiu
o surgimento da atuação do educador no ambiente organizacional, principalmente no
setor empresarial. Portanto, confira algumas mudanças que ajudarão os educadores
a entender como eles se encaixam e quais qualidades são necessárias para trabalhar
nesses ambientes extracurriculares:

 Sociedade aprendente;
 Competências;
 Concorrência;
 Relações de emprego/trabalho;
 Empregabilidade;
 Gestão da diversidade.

A primeira coisa a reconhecer é que a tecnologia digital de informação e


comunicação, através do uso da Internet, trouxe grandes mudanças nas
oportunidades de aprendizagem da sociedade. Dessa forma, a chamada sociedade
da informação tornou-se uma sociedade do aprendizado após a universalização da
Internet no final da década de 1990. Isso afetou tanto a vida das pessoas quanto o
funcionamento das organizações que operam no mercado de trabalho (FLEURY,
2000).
Ao mapear essas informações e transformá-las em conhecimento útil e
acionável, podemos ser mais dinâmicos e eficientes e produzir melhores resultados.
O aumento da disponibilidade de informação não é suficiente para caracterizar a
sociedade da informação. Mais importante ainda, inicie um processo de aprendizado
extenso e contínuo. Ressaltamos que é fundamental encarar a sociedade da
informação como uma sociedade do aprendizado. O processo de aprendizagem não
está mais confinado ao período de escolaridade tradicional (ASSMANN, 2000).
É um processo ao longo da vida que começa antes da idade de escolaridade
obrigatória e ocorre no trabalho e em casa. Portanto, com base na fala do autor,
podemos posicionar o educador como aquele que pratica esse processo de
aprendizagem exigido pela organização. Para isso, ele gerencia o conhecimento de
todos os colaboradores, ensinando e aprendendo novas habilidades que podem ser
exigidas ao longo do tempo, de acordo com as tendências e cenários exigidos pelos
segmentos da empresa. O desenvolvimento de competências se faz necessário e
importante para que as empresas possam competir com vantagem nesse novo
mercado globalizado (FLEURY, 2000).
A competência pode ser entendida como o resultado do conhecimento
adquirido que se traduz em habilidades e produz ações de forma mais eficiente.
Portanto, dentro de uma organização empresarial, novas habilidades devem ser
ensinadas e aprendidas o tempo todo. Isso também permite que os educadores se
envolvam no diagnóstico, planejamento e entrega de programas de treinamento que
articulam o conhecimento que algumas pessoas já possuem dentro da organização e
o compartilham com outras pessoas. Além disso, esse especialista pode indicar a
necessidade de contratar uma consultoria externa para dar suporte a essas novas
experiências de aprendizado (PRADO, 2013).
Isso também ajudará os trabalhadores a entender que sua empregabilidade, ou
seja, sua capacidade de permanecer empregado dentro de uma organização,
depende diretamente de seus esforços para melhorar a si mesmos e suas habilidades
como educador. Outro ponto que precisa ser enfatizado (e relacionado à importância
do educador na organização) é que esse profissional é formado para focar na
dimensão humana, ajudando as pessoas a aprender por meio de experiências sociais
e culturais.
Essa habilidade está relacionada à chamada gestão da diversidade. Ao analisar
as práticas de gestão da diversidade encontradas nas empresas brasileiras, as
desigualdades raciais e de gênero são objeto de intenso debate no Brasil liderado por
grupos de defesa de negros, mulheres e homossexuais (FLEURY, 2000).
As organizações devem estruturar seus processos internos para que não haja
preconceito ou discriminação quanto a aspectos culturais ou relacionados à identidade
de seus empregados. Isso muitas vezes requer a implementação de medidas
educativas voltadas para as políticas de Recursos Humanos (RH), como:
recrutamento e seleção de colaboradores, treinamento e comunicação interna.
2.1 O perfil do pedagogo nas organizações

Você aprendeu anteriormente a necessidade de um investimento continuado e


concertado em medidas face às alterações societárias que têm impactado a forma
como vivemos e trabalhamos nas empresas. Assim, os profissionais devem estar
aptos a realizar pesquisas sobre as necessidades de treinamento, qualificação e
evolução para que as empresas se adaptem às tendências do mercado, mantenham-
se competitivas e evoluam.
Neste sentido, os educadores revelam-se os profissionais mais competentes
nestas funções, dadas as características da formação final aliada à exploração
especializada de áreas específicas da aprendizagem organizacional.
Um dos grandes desafios para os educadores do ambiente empresarial é
trabalhar com um grupo de colaboradores da empresa para promover o alinhamento
entre seus objetivos individuais e os da empresa. Esta não é uma tarefa fácil. Isso
ocorre porque as pessoas têm objetivos diferentes para si mesmas e as empresas
tendem a abordar a lucratividade como o objetivo número um (PASCOAL, 2007).
Os educadores precisam de formação sólida em diversas áreas para poderem
desempenhar suas funções dentro da organização. Educadores de negócios
requerem uma sólida formação filosófica, humanística e técnica para desenvolver a
capacidade de trabalhar com os recursos humanos de uma empresa.
A sua formação inclui tipicamente aulas de formação, jogos de empresas,
gestão do conhecimento, ética nas organizações, comportamento humano nas
organizações, cultura e mudança nas organizações, educação e dinâmica de grupo,
relações interpessoais, desenvolvimento organizacional e de desempenho (RIBEIRO,
2010).
Alguns desses requisitos profissionais são obtidos durante os estudos de
educação, mas a maioria é buscada no nível de pós-graduação em áreas
relacionadas, como educação empresarial, gestão de recursos humanos, gestão
estratégica de recursos humanos e treinamento e educação empresarial. Abaixo estão
algumas das habilidades que os educadores precisam para ter sucesso em uma
organização (PASCOAL, 2007).
 Criatividade;
 Espírito de inovação;
 Compromisso com resultados;
 Pensamento estratégico;
 Trabalho em equipe;
 Capacidade de realização;
 Direção de grupos de trabalho;
 Condução de reuniões;
 Análise de conflitos;
 Sensibilidade.

A era atual impõe demandas intangíveis para o desenvolvimento de suas


funções, independentemente do cargo ocupado pelos trabalhadores dentro da
organização. Isso significa que, além das atribuições técnicas às tarefas, outros
aspectos de natureza relacional e sensorial são importantes e necessários. Este será
o foco do trabalho educativo (PASCOAL, 2007).
Para fazer isso, os educadores precisam ser criativos. Isso significa que você
pode propor novas formas de aprender e enfrentar os problemas colocados pela
empresa (e, coletivamente, por um determinado setor ou por um determinado gestor
e sua equipe de trabalho). Dito isto, a inovação é uma habilidade básica.
O Manual de Oslo, publicado pela Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE), um órgão internacional de 36 democracias que
atualmente participam da economia de mercado, afirma: Inovação é a introdução de
produtos (bens ou serviços) ou processos novos ou significativamente melhorados,
ou a introdução de novos modelos ou métodos de marketing de uma organização em
suas práticas de negócios, organização do local de trabalho ou relações externas
(OCDE, 2005).
O comprometimento com o desempenho organizacional é um dos grandes
desafios dos educadores empresariais. Eles devem orientar seus projetos e
programas de aprendizagem sem perder de vista que a organização deve contribuir
para a melhoria dos resultados de sua estratégia no longo prazo. Esse entendimento
é, portanto, fundamental para que um projeto ou ideia seja aprovado e implementado
(PRADO, 2013).
Isso forma a base do pensamento estratégico necessário para o sucesso desse
profissional. A capacidade de trabalhar em equipe é de fundamental importância para
um educador em uma organização, pois na maioria das vezes ele forma uma equipe
de especialistas de outras áreas.
Nesse sentido, a soma de seus saberes deve atuar de forma sinérgica para
potencializar os processos de ensino e aprendizagem que ocorrem nesses espaços.
Também é importante lembrar que os educadores treinam e integram diferentes
grupos organizacionais como equipes, obtendo assim maiores resultados e
produtividade no que fazem (PASCOAL, 2007).
Isso significa que ele deve ser capaz de colocar suas ideias em ação, buscar
inovações e fazer mudanças diagnosticadas quando necessário. Da mesma forma,
ele deve ser capaz de se tornar um líder ou gerente de grupo ou equipe de trabalho,
conforme necessário.
Como líder no ambiente organizacional, cabe ao educador organizar todos os
tipos de reuniões de trabalho, resolver conflitos internos de forma ativa, com o objetivo
de minimizar o impacto na empresa.
Conflitos dentro de um ambiente organizacional são frequentes e muitas vezes
decorrem de erros nos processos de comunicação interna, desalinhamento de
objetivos entre os funcionários e a empresa e até mesmo divergências dos
funcionários sobre o estilo de gestão que adotam como gestores (PRADO, 2013).
Quando não resolvidos, causam grande desmotivação e queda na
produtividade, o que é percebido pela falta de qualidade nas tarefas executadas e na
diminuição do clima organizacional. Ao analisar as exigências de habilidades que
recaem sobre o pedagogo para atuar nas organizações empresariais, Ribeiro (2010)
acrescenta: Os educadores que trabalham no local de trabalho devem ser sensíveis
o suficiente para reconhecer quais estratégias podem ser usadas e em quais situações
seguir os princípios de desenvolvimento de habilidades e relacionamentos sociais.
Como você pode ver, os educadores também exigem sensibilidade para
compreender de forma sistemática e abrangente a empresa e seus processos
internos, bem como o impacto de cenários externos em suas atividades. Ao mesmo
tempo, ainda que devamos apostar numa formação à medida das tarefas técnicas e
específicas de cada um, não podemos esquecer os aspectos relacionais relevantes.
Em outras palavras, precisamos propor um equilíbrio entre a ação técnica e a
humanização das relações laborais.
Dessa forma, os educadores podem promover o desenvolvimento profissional
dos colaboradores dentro e fora da empresa e prepará-los para uma vida melhor fora
do trabalho.
Nessa lógica do mundo empresarial em transformação, examinam a
importância dos educadores no ambiente empresarial, destacando a expansão da
educação corporativa: Os educadores coordenam e avaliam a formação educacional
da empresa, programas e projetos, acompanhando o crescimento do pessoal sob o
desempenho e orientando-os como agentes de mentalidade e mudança cultural.
Saber o significado em detalhes ainda é deixado para o educador. Além disso, eles
devem conhecer a cultura organizacional, como as práticas profissionais
implementadas são integradas e as crenças e valores que a empresa traz (PRADO,
2013).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSMANN, H. A metamorfose do aprender na sociedade da informação. Ciência


da Informação, Brasília, v. 29, n. 2, p. 7–15, 2000.

FLEURY, M. T. L. Gerenciando a diversidade cultural: experiências de empresas


brasileiras. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 40, n. 3, p. 18–25,
2000.

ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO.


Manual de Oslo: diretrizes para coleta e interpretação de dados sobre inovação. 3.
ed. Paris: OCDE, 2005.

PASCOAL, M. O pedagogo na empresa. Revista Diálogo Educacional, Curitiba, v.


7, n. 22, p. 183–193, 2007.

PRADO, A. A.; SILVA, E. M.; CARDOSO, M. A. B. S. A atuação do pedagogo na


empresa: a aplicação eficiente e eficaz da pedagogia empresarial. ECCOM, [s. l.], v.
4, n. 7, p. 63–78, 2013.

RIBEIRO, A. E. A. Pedagogia empresarial: atuação do pedagogo na empresa. 4.


ed. Rio de Janeiro: Wak, 2010.

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