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Mudança Linguística
Mudança Linguística
1. Introdução.................................................................................................................................3
1.1. Objectivos.............................................................................................................................4
1.1.1. Geral..................................................................................................................................4
1.1.2. Específicos........................................................................................................................4
1.2. Metodologia..........................................................................................................................4
2. Mudança Linguística................................................................................................................5
2.1. Conceito................................................................................................................................5
2.5. Estrangeirismo......................................................................................................................9
2.6. Empréstimos.......................................................................................................................11
3. Conclusão...............................................................................................................................13
4. Bibliografia.............................................................................................................................14
1. Introdução
A mudança é um processo inerente à própria língua natural humana, qualquer língua natural
humana evolui. Evolui o sistema linguístico, evolui aqueles que o usem (comunidade
linguística). A Mudança linguística distingue-se da variação linguística pois, enquanto um ocorre
e observável na diacronia o outro é observável na sincronia mais os dois originam alterações na
língua. Portanto, com vista a aprofundar sobre este conceito de mudança linguística, o presente
trabalho apresenta à questão de mudanças linguísticas como tema central e como forma de
complementar também aborda sobre o estrangeirismo e o empréstimo na visão linguística.
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1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
▪ Compreender a mudança linguística.
1.1.2. Específicos
▪ Definir mudança linguística;
▪ Conceituar estrangeirismo e empréstimo linguístico;
▪ Mostrar a importância do estrangeirismo e empréstimo linguístico.
1.2. Metodologia
A realização do trabalho foi através de consultas bibliográficas relacionadas a esta área de
estudo. As obras consultadas que tornaram o trabalho possível encontram-se listadas no final do
trabalho, depois da conclusão, estando organizadas em ordem alfabética.
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2. Mudança Linguística
2.1. Conceito
De acordo com Vunguire (s/d, p. 26), chama-se mudança linguística ao processo de modificação
e transformação que, em sua evolução histórica, experimentam todas as línguas em general, e as
unidades linguísticas da cada um de seus níveis em particular. A mudança linguística diferencia-
se da variação linguística em que no primeiro as modificações são diacrónicas e, por tanto, as
estuda a linguística histórica, enquanto as variações são sincrónicas e a analisa, entre outras
disciplinas, a sociolinguística.
Na discussão dessas questões, Lyons (1984, p. 213) apresenta duas distinções em separado: entre
mudança linguística, por um lado, e mudanças gramatical e lexical, por outro; entre factores
internos e externos. Mas nenhuma dessas duas distinções deve ser exagerada. Como vimos, o
enfoque dos neogramáticos de que a mudança sonora é radicalmente diferente de outros tipos de
mudança linguística é, na melhor das hipóteses, uma meia verdade. Mesmo aqueles processos
explicáveis mais ou menos fisiologicamente como a” assimilação” (que resulta na transformação
de sons para idênticos ou semelhantes a outros, em função de situação ou modo de articulação.)
Quanto á distinção entre factores internos e externos, Lyons (1984, p. 217) afirma que depende
da abstracção do sistema linguístico, enquanto tal, da matriz cultural e social em que funciona,
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essa também falha, em última instância: a função comunicativa da linguagem, que interrelaciona
forma e significado dentro de um sistema linguístico, também relaciona tal sistema á cultura e á
sociedade a cujas necessidades ele serve. Dois dos factores mais gerais da mudança linguística
foram mencionados na seção precedente: analogia e empréstimo. Podemos agora enfatizar que
muito do que os neogramáticos resolveram em termos de leis sonoras pode ser incluído do
âmbito da acção conjunta desses dois factores.
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2.3.2. No nível fonético-fonológico
É uma mudança condicionada básica por factores internos, relacionados com as propriedades
articulatórias ou facilidade de articulação como a assimilação fonética, isto a partir da elisão de
outros sons. A mudança linguística afecta os vários níveis constitutivos da língua: fonético,
fonológico, morfológico, sintáctico e semântico.
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novos, ou para nomear casos especializados de conceitos existentes (grande parte dos
anglicismos recentes em espanhol, são deste tipo).
Vunguire (s/d, p. 28-29) diz que considerando apenas o último dos referidos níveis, são três os
processos que conduzem à mudança semântica de uma unidade lexical:
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de língua extinta, pois, esta última ocorre quando uma língua não é mais utilizada e não pode
mais ser aprendida por meio de documentos, sendo reconhecida apenas pela influência que
possam ter efectuado sobre outras línguas.” Vunguire (s/d, p. 30). Exemplos de línguas mortas
são o latim e o grego antigo.
2.5. Estrangeirismo
Segundo Freitas; Ramilo e Soalheiro (2005, p.37) estrangeirismos “são palavras provenientes de
línguas estrangeiras que não estão integradas no léxico do português, sendo empregues na nossa
língua”. Estrangeirismo é o emprego, na língua de uma comunidade, de elementos oriundos de
outras línguas.
Gonçalves, Ferreira e Cunha (2011, p.2-4) diz que em primeiro lugar, temos o estrangeirismo,
que vem a ser o emprego de palavras que se originam de outra língua estrangeira e não possuem
uma palavra correspondente a ela na nossa língua, apontadas em nossas normas gramaticais
como um vicio de linguagem, e que sua pronúncia e escrita não sofre qualquer alteração.
Sendo assim, entendemos por estrangeirismo uma palavra de uma língua “A” que é usada língua
“B” em que pelo menos uma das suas características de origem não foram desvirtuadas,
nomeadamente a nível fonológico, a nível semântico e a nível ortográfico. No caso de países
plurilíngues, (como é o caso de Moçambique) o estrangeirismo pode vir de várias línguas
existentes no território.
É comum que os traços dessas línguas possam se manifestar no português, nem que seja em uma
percentagem menor. Cada comunidade linguística falante de português tem os seus empréstimos
e estrangeirismos. Este fenómeno resulta no contacto que cada grupo linguístico tem com outras
línguas ao seu redor. Não entendamos estrangeiro como algo que está fora do país. Referimo-nos
algo que está fora da língua. Por que em Moçambique há estrangeirismos entre línguas bantu
faladas no espaço geográfico de Moçambique. Exemplos: Palavras americanas: canoa, chocolate,
mate, mandioca etc...
Tchovaxitaduma: veículo usado para o transporte de carga, constituído por uma carroça, com
duas rodas, que é puxada pelo homem;
Matequenha: bicho de pé, nígua, pequeno insecto semelhante a pulga, próprio de regiões
quentes, cuja fêmea põe ovos na pele de homens e de outros animais.
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2.5.1. Processos de integração de estrangeirismos
Os estrangeirismos logo que entram na língua, alguns conseguem manter suas características,
mas outras transformando-se em empréstimos. A transformação lexical segue três fases:
É importante sublinhar que as transformações fonéticas e ortográficas fazem com que haja
passagem de estrangeirismo para empréstimo. A integração dos estrangeirismos na nova língua
pode ser feita por três vias ou processos: decalque, adaptação, incorporação.
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2.6. Empréstimos
Segundo Possenti (2002, p.172) entende-se por empréstimo a transformação de uma palavra
estrangeira para se adaptar à realidade de uma nova língua. Assim, se adoptarmos star, logo
teremos estartar (e todas as suas flexões), pois nossa língua não tem sílabas como st-, que
imediatamente se tornam est-. Vejamos bem: não só acrescenta uma vogal, mas ela será um e,
em algumas regiões, um i, por razões de pronúncia, não de estrutura, que é nossa vogal
protética e epentética. Isso é que é aportuguesar, e não providenciar uma ortografia para a
palavra.
Assim nota-se que a palavra star é estrangeirismo e a palavra estartar é empréstimo, pois está
modificada e segue as normas do português. Já foi enquadrada aos verbos da primeira
conjugação: eu estarto/ eu estartei/ eu estartava/eu estartarei/ eu estartara/ eu tinha estartado,
etc (Possenti, 2002, p.172).
Deste modo, percebe-se que empréstimo é a incorporação ao léxico de uma língua de um termo
pertencente a outra língua, seja mediante a reprodução do termo sem alteração de pronúncia e
da grafia (exemplo: spray), seja mediante adaptação fonológica e ortográfica (exemplos:
garçom, futebol). Em geral, a palavra mantém o sentido da língua de origem. Exemplos:
Nhamelar: proveitar-se (Echuwabo); Guadjissar: roubar, (xichangana; ku guadjissa)
Assim, percebe-se que nos empréstimos, as palavras já foram estrangeirismos e que ao longo
do tempo se solidificaram na língua e sofreram transformações a nível fonético ou ortográfico.
Estas “novas” palavras quando chegam na língua alvo incorporam e usam as regras
gramaticais. Assim, a palavra Guadjissa é estrangeirismo enquanto que Guadjissar é
empréstimo pois assimilou as regras do português. Este é caso particular do português
moçambicano, este verbo não existe em nenhum outro país.
De acordo com Dias (1991) acontece quando os falantes recorrem aos termos da língua
materna para preencherem lacunas na língua portuguesa de certas realidades, tipicamente
moçambicanas, como por exemplo, nomes de frutos, flores, animais, comidas e certas
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cerimónias. Estes empréstimos ocorrem para preencherem lacunas no conhecimento da língua
portuguesa, motivadas pelo fraco domínio da língua. Essa situação faz com que o falante não
encontrando o item sintáctico-semântico pretendido e tendo acesso ao léxico da língua
materna, então, recorra ao empréstimo.
Ainda de acordo com a autora que temos vindo a citar, “a outra estratégia alternativa usada
nestes momentos de dificuldade é abortar a estrutura usando uma estratégia de evitação.” Este
tipo de empréstimo é característico de qualquer aprendente de uma segunda língua ou língua
estrangeira, podendo ocorrer tanto em crianças como em adultos.
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3. Conclusão
Por fim, chega-se a conclusão que o fruto da mudança linguística é a diferença entre a língua do
passado e a língua do presente. A mudança linguística observa-se a todos os níveis gramaticais e
resulta da combinação de diferentes factores de mudança: os factores internos, que são
constituídos pela própria estrutura da língua, e os factores externos, de natureza sobretudo
geográfica e social. É através da variação social que a mudança linguística se propaga numa
comunidade. Portanto, em consequência desse processo encontramos os estrangeirismos e dos
empréstimos linguísticos, ambos são muito semelhantes, mas possuem uma característica que os
diferem. O processo chamado de estrangeirismo indica a incorporação de uma palavra de outro
idioma à Língua Portuguesa, sem alteração gráfica e o empréstimo linguístico é o processo de
incorporação de uma palavra de outro idioma à língua portuguesa, com alteração gráfica levando
também as regras da língua portuguesa.
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4. Bibliografia
Dias, H. N. (1991). Os empréstimos lexicais das línguas bantu no português. in: actas do
simpósio.
Freitas, T.; Ramilo, M. C.; SOalheiro, E. (2005). O processo de interação dos estrangeirismos
no português europeu. In Mateus, M. H. M.; Nascimento do, F. B. (orgs). A Língua Portuguesa
em Mudança. Lisboa: Caminhos.
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