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3.

O estudo da variação linguística, sob a perspectiva variacionista de William Labov (1964),


é uma abordagem fundamental na sociolinguística que busca entender como as variações
na língua ocorrem e quais fatores sociais e linguísticos e como as influenciam. A teoria
variacionista de Labov é conhecida por seu método científico rigoroso e suas contribuições
significativas para o campo da sociolinguística. Neste caso, o conceito de variável
social,segundo Labov, é de que a língua está sujeita a variações sistemáticas que são
influenciadas por fatores sociais. Por exemplo, a pronúncia de um som específico pode
variar dependendo da classe social dos falantes. Essas variações são chamadas de
"variáveis sociais" e podem ser analisadas quantitativamente, onde vale ressaltar que, o
mesmo desenvolveu um método de coleta de dados conhecido como "entrevistas
sociolinguísticas". Isso envolve a gravação de falantes em situações de fala natural e, em
seguida, a análise sistemática das variações linguísticas presentes nas gravações, a partir
desses métodos variacionista podemos analisar os fenômenos estudados nesse artigo.

3.1.1 A análise do fenômeno das variantes no uso dos pronomes demonstrativos em uma
perspectiva de avaliação social pode envolver a observação e compreensão das diferentes
formas e contextos em que esses pronomes são utilizados, considerando as variações
linguísticas que ocorrem em diferentes comunidades linguísticas e grupos sociais.

Os pronomes demonstrativos, como "este", "esse" e "aquele", são utilizados para indicar a
posição de um elemento em relação às pessoas que falam ou ouvem. As variações no uso
desses pronomes podem ser influenciadas por diversos fatores, incluindo regionalismo,
nível de formalidade, contexto social, idade, entre outros. Outrossim, a análise
sociolinguística desse fenômeno requer uma abordagem mais ampla principalmente nessas
variações regionais, pois em diferentes regiões, as pessoas podem preferir ou utilizar
formas específicas de pronomes demostrativos, essas variações podem estar associadas a
características fonéticas, morfológicas ou sintáticas. Por seguinte, também é importante
destacar que o contexto social desses grupos específicos que podem desenvolver padrões
linguísticos distintos. Por exemplo, diferentes gerações, classes sociais, ou comunidades
étnicas podem ter preferências particulares no uso dos pronomes demonstrativos, sabemos
que a língua é dinâmica, e o uso dos pronomes demonstrativos pode evoluir ao longo do
tempo, é importante destacar, que a avaliação social inclui a consideração das atitudes que
as pessoas têm em relação às diferentes formas de uso dos pronomes demonstrativos.
Algumas variantes podem ser percebidas como mais "prestigiosas" ou "corretas" em
determinados contextos sociais, enquanto outras podem ser estigmatizadas. Ademais, as
pesquisas do uso desse fenômeno mostraram que a mídia e o sistema educacional
desempenham um papel significativo na padronização ou disseminação de certas formas
linguísticas. A análise deve considerar como essas instituições contribuem para a aceitação
ou rejeição de variantes no uso dos pronomes demonstrativos.

Em resumo, a análise sociolinguística do fenômeno das variantes no uso dos pronomes


demonstrativos envolve a consideração de uma variedade de fatores sociais, culturais e
históricos que moldam as preferências linguísticas em uma comunidade específica. Essa
abordagem oferece uma compreensão mais completa das práticas linguísticas e das
atitudes sociais em relação a essas variações.
3.1.2. A análise da variante do pronome demonstrativo na avaliação social e na fala pode
ser conduzida a partir de diferentes perspectivas linguísticas e sociais, dado a isto, esta
análise tem como objetivo identificar o fenômeno a partir desta, é importante frisar, as
normas linguísticas e a variação linguística, visto que a identificação da norma linguística
padrão em relação ao uso dos pronomes demonstrativos na gramática normativa é de fato
muito presente, porém observando o comportamento desse fenômeno, pode se observar
que as variantes regionais, dialetais ou sociais no uso dos pronomes demonstrativos são
presentes em contextos formais e informais de uso.
Outrossim, as atitudes linguísticas sociais em relação às diferentes variantes do pronome
demonstrativo envolvem pesquisas de opinião, entrevistas ou análise de redes sociais para
compreender as percepções das pessoas em relação ao uso desses pronomes, a
importância de destacar também, o contexto dos usos em que as diferentes variantes são
mais frequentemente utilizadas. Por exemplo, pode haver variações no uso dos pronomes
demonstrativos em situações formais versus informais, em contextos acadêmicos,
profissionais ou familiares, a coleta de dados escritos e falados, foi de extrema relevância,
pois a coleta e análise de dados linguísticos provenientes de fala espontânea em situações
do cotidiano, mostraram a amplitude das variações.

Ao realizar uma análise abrangente desses fatores, é possível obter uma compreensão
mais profunda de como as variantes dos pronomes demonstrativos são utilizadas na fala,
bem como as implicações sociais e linguísticas associadas a essas escolhas. Essa
abordagem integrada pode contribuir para uma visão mais completa da dinâmica linguística
em uma comunidade específica, e mostram como as variações são de fato parte da nossa
língua.

Referências bibliográficas: A sociolinguística Variacionista: Pressupostos,


teórico-metodológicos, William Labov. (2008)

4. O estudo e análise do fenômeno do pronome demonstrativo, considerando o conceito de


norma padrão da língua portuguesa, envolve a investigação das formas aceitas e
recomendadas pelos padrões linguísticos estabelecidos, visto que a flexão entre o uso dos
pronomes demonstrativos é de caráter significativo em diferentes contextos,Isso pode incluir
a distinção entre "este", "esse" e "aquele" e suas formas flexionadas, além da necessidade
de haver complemento na oração, este fenômeno depende da concordância e regência ao
qual está inserido, o uso dos pronomes demonstrativos na norma padrão envolvem
observar como esses pronomes concordam em gênero e número com os substantivos a
que se referem, percebendo se este fato, podemos observar que, as formas padrão dos
pronomes demonstrativos são utilizadas em situações formais, como escrita acadêmica,
documentos oficiais, comunicações empresariais e outros contextos, onde demandam uma
linguagem mais cuidada e normatizada são usados de forma estrategicamente controlados
e pensados, sempre levando em consideração o “uso correto” dos pronomes
demonstrativos para evitar ambiguidades na comunicação. Consequentemente, a análise
do fenômeno do pronome demonstrativo, considerando o conceito de norma padrão da
língua portuguesa, envolve a compreensão de como a norma padrão estabelece as regras
para o uso correto da língua e como essas regras se relacionam com as escolhas desses
pronomes. A gramática normativa, abordada aqui, como uma variedade da língua, visto que
é uma norma padrão que é considerada a forma mais culta e prestigiosa. Ela é geralmente
usada em contextos formais, como literatura, jornalismo, documentos legais e comunicação
acadêmica, o que explicaria o cuidado com o uso dos pronomes nessa pesquisa
quantitativa, pois a norma padrão define regras gramaticais, ortográficas e de estilo que são
aceitas como "corretas" dentro de uma comunidade linguística, deste modo, a norma
padrão da língua portuguesa estabelece regras específicas para o uso correto dos
pronomes. Por exemplo, a concordância de gênero e número entre o fenômeno e o
substantivo ao qual se refere é uma regra importante. Outrossim,dentro do contexto da
norma padrão, o uso desses pronomes, deve obedecer às regras de concordância,
considerando o gênero, número e pessoa.

Ao analisar o fenômeno do pronome demonstrativo sob a perspectiva da norma padrão da


língua portuguesa, é possível compreender não apenas as regras estabelecidas, mas
também como essas regras são aplicadas na prática, considerando a dinâmica linguística e
os usos variados em diferentes contextos. Essa abordagem contribui para uma
compreensão mais abrangente do papel da norma padrão na comunicação linguística.

4.1.1 No entanto, é importante ressaltar que a língua é dinâmica, e as variantes linguísticas


podem ocorrer devido a fatores regionais, sociais e culturais. Algumas variações na escolha
de pronomes demonstrativos podem ser aceitáveis em contextos informais ou específicos,
mas podem não seguir estritamente as regras da norma padrão. A partir desse fato,
podemos observar os fenômenos analisados aqui, percebe se as atitudes em relação ao
uso desses pronomes podem variar de pessoa para pessoa. Algumas pessoas podem ser
mais rígidas na aplicação das regras da norma padrão, considerando outras formas como
incorretas, enquanto outras podem ser mais tolerantes em relação às variações.

Em resumo, o estudo e análise do fenômeno do pronome demonstrativo à luz da norma


padrão da língua portuguesa envolvem a compreensão das regras gramaticais e de
concordância que orientam o uso correto desses pronomes. No entanto, é importante
reconhecer que a língua é rica em variações e que o uso de pronomes possessivos pode
variar em contextos informais e regionais. A norma padrão estabelece um padrão de
referência, mas é igualmente importante compreender as complexidades e as dinâmicas
das variações linguísticas que ocorrem na língua portuguesa.

4.1.2 A análise do pronome demonstrativo, tanto na fala quanto na escrita, envolve


compreender seu significado e suas nuances, no caso dos pronomes demonstrativos
utilizados na fala, onde são utilizados para indicar objetos ou seres já mencionados no
contexto da conversa, dando sentido a frase e o contexto, as escolhas específicas desses
pronomes podem refletir a proximidade ou distância física ou temporal em relação ao
falante e ao ouvinte, de fato, este fenômeno é involuntário, porém o uso da variante dos
pronomes considerados mais formas são mais usados em situações formais, na escrita, os
pronomes demonstrativos desempenham um papel crucial na clareza e coesão do texto.
Eles ajudam a referenciar previamente introduzidos na narrativa, evitando repetições
desnecessárias e contribuindo para uma leitura mais fluida.
Em ambos os casos, a escolha e o uso adequado dos pronomes demonstrativos são
fundamentais para uma comunicação eficaz, seja na comunicação oral cotidiana ou na
produção escrita mais formal. Essa análise considera não apenas as regras gramaticais,
mas também as nuances pragmáticas e contextuais que influenciam as escolhas
linguísticas, as influências sociolinguísticas se aplicam de forma importante nesse
fenômeno, é possível perceber uma complexidade na fala e na escrita, podendo ser
apresentado em diferentes contextos, pois são usados para ajudar na compreensão da fala.

Em resumo, a análise do fenômeno do pronome demonstrativos na língua portuguesa


requer a consideração de várias dimensões, incluindo regras gramaticais, variações
regionais, sociais e estilísticas, atitudes linguísticas e mudanças ao longo do tempo. É
importante compreender que a língua é dinâmica e que as variações linguísticas são
comuns, refletindo a diversidade e a complexidade da comunicação linguística.

Referências bibliográficas: Padrões Sociolinguísticos, William Labov (2008)

5.
5.1.1
5.1.2
A análise do fenômeno do pronome demonstrativo pode ser abordada de diferentes
maneiras, com base em diferentes perspectivas teóricas da linguística, como o
estruturalismo, o funcionalismo e o gerativismo. Cada uma dessas perspectivas oferece
uma abordagem única para entender o fenômeno, neste caso, abordaremos três
perspectivas importantes para esse estudo, Primeiramente, o estruturalismo linguístico,
especialmente a vertente saussuriana, foca na análise da estrutura da língua e na
identificação de unidades linguísticas (fonemas, morfemas, sintagmas, etc.) e suas
relações. Nesse contexto, a análise dos pronomes demonstrativos se concentraria na sua
estrutura e nas regras de concordância, o estruturalismo pode ajudar a entender como os
pronomes demonstrativos se encaixam no sistema linguístico, como concordância de
tempo, gênero e como eles contribuem para a estrutura gramatical da língua. Na visão
funcionalista, o foco seria nas funções que as estruturas linguísticas desempenham na
comunicação ao analisar os pronomes demonstrativos a partir dessa perspectiva e nas
razões pelas quais os falantes escolhem certas formas demonstrativas em diferentes
contextos de uso e desse jeito, chegar a conclusão que os pronomes demonstrativos
desempenham um papel importante no sentido das frases.

Além de tudo, temos também a visão generativista, representada principalmente pela teoria
da gramática generativa de Noam Chomsky, concentra-se na descrição das estruturas
sintáticas da língua e na geração de frases a partir de regras gramaticais. A análise dos
pronomes demonstrativos nesse contexto estaria relacionada à sua posição na árvore de
derivação sintática, onde pode-se analisar como os pronomes demonstrativos são gerados
a partir de regras gramaticais, como as regras de concordância e movimento sintático,
dentro da teoria gerativa.

É importante notar que cada uma dessas perspectivas tem suas próprias abordagens e
métodos para a análise da linguagem, e o enfoque na análise dos pronomes demonstrativos
pode variar. Além disso, essas perspectivas podem ser complementares, e muitos linguistas
usam uma variedade de abordagens teóricas para obter uma compreensão mais
abrangente dos fenômenos linguísticos. A análise de pronomes demonstrativos pode ser
enriquecedora ao considerar as contribuições de várias teorias linguísticas para uma
compreensão completa desse fenômeno na língua.

Referências bibliográficas:Curso de Linguística Geral, Ferdinand de Saussure (1857-1913)

6. O fenômeno dos pronomes demonstrativos pode ser analisado considerando os traços


graduais e descontínuos que influenciam suas variações linguísticas. Essa análise envolve
a compreensão de como esses pronomes são utilizados em situações diferentes, levando
em conta características que podem variar em intensidade (graduais) ou se manifestar de
maneira mais distintiva (descontínua). Adiante, os traços graduais analisados nesse
fenômeno, nota-se que, a proximidade vs a distância entre os pronomes demonstrativos,
como "este", "esse" e "aquele", podem expressar graus variados de proximidade ou
distância em relação ao falante, sendo mais próximo (este) e mais distante (aquele). Essa
graduação pode ser utilizada para indicar não apenas a localização física, mas também a
proximidade temporal ou relacional. Por outro lado, os pronomes demonstrativos podem
variar na intensidade de sua referência. Por exemplo, "este livro" pode indicar uma
referência mais imediata, enquanto "esse livro" pode ser mais geral. Essa graduação
influencia a precisão da indicação referencial, além de que em português, os pronomes
demonstrativos têm formas flexionadas de acordo com o gênero e número dos substantivos
a que se referem. Essa variação descontínua é marcada, e as formas específicas (como
"este," "esta," "estes," "estas") são utilizadas de maneira distinta, dependendo das
características dos referentes, para a análise se tornar completa, é fulcral detalhar também
a distinção diatópica, o que seria para os linguísticas, a região de cada falante, visto que em
alguns dialetos ou variações regionais, podem ocorrer distinções descontínuas nas formas
dos pronomes demonstrativos. Por exemplo, em algumas regiões, pode haver preferência
por formas específicas que se diferenciam das normas consideradas mais padrão.

A análise desses traços graduais e descontínuos dos pronomes demonstrativos leva em


conta não apenas as regras gramaticais, mas também a pragmática da língua. As escolhas
feitas pelos falantes refletem não apenas normas linguísticas, mas também a influência de
fatores contextuais, sociais e culturais.

Além disso, é relevante considerar que as mudanças na língua ao longo do tempo podem
impactar a percepção desses traços. O fenômeno dos pronomes demonstrativos é
dinâmico, refletindo a evolução da língua e as preferências linguísticas em diferentes
comunidades e períodos.

6.1.1 A graduação na escolha dos pronomes demonstrativos para indicar proximidade ou


distância pode ser interpretada de maneira subjetiva. Em alguns contextos, variações
graduais podem ser consideradas expressivas e naturais, refletindo nuances no significado.
No entanto, em outros contextos, especialmente em situações formais, a preferência pode
recair sobre formas mais padronizadas, desse modo, aqui percebe-se a diversidade
linguística, pois a variação na intensidade de referência também pode ser percebida de
maneira diferente. Em situações mais formais, a precisão na referência pode ser mais
valorizada, enquanto em contextos informais, variações graduais podem ser mais
aceitáveis. As formas flexionadas dos pronomes demonstrativos, que variam de acordo com
gênero e número, podem ser sujeitas a padrões mais rígidos na norma padrão. No entanto,
variações descontínuas podem ocorrer em diferentes dialetos e comunidades, o que reflete
essa diversidade linguística, variações regionais podem envolver diferenças descontínuas
nas formas dos pronomes demonstrativos. É importante reconhecer e respeitar essa
diversidade linguística, evitando preconceitos baseados em estereótipos linguísticos.

6.1.2 O preconceito linguístico ocorre quando determinadas variantes linguísticas são


estigmatizadas. Em relação aos pronomes demonstrativos, formas não padronizadas
podem ser alvo de preconceito, sendo percebidas como "erradas" ou associadas a
estereótipos sociais, de fato a educação linguística desempenha um papel crucial na
mitigação do preconceito linguístico. Ao promover a compreensão das variações linguísticas
e destacar a diversidade como um aspecto enriquecedor, é possível combater estigmas
injustos associados às formas linguísticas não padronizadas.

A análise desses fenômenos requer uma abordagem sensível, reconhecendo a


complexidade das interações linguísticas e sociais. Compreender as variações dos
pronomes demonstrativos no contexto dos traços graduais e descontínuos, enquanto
também aborda o preconceito linguístico, contribui para uma visão mais inclusiva e
respeitosa da diversidade linguística e cultural.

Referências Bibliográficas: Sobre traços contínuos e graduais do português brasileiro, Maria


Marta Pereira Scherre (UNB / UFES)

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