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• 1- Comprei na concessionária um carro novo há dois meses.

Ao viajar, o capô
apresentou um defeito que impedia a visão do motorista. Quem deve arcar com
o reparo?
• Os produtos colocados no mercado não podem acarretar riscos à saúde e
segurança dos consumidores. No caso, a abertura involuntária do capô gera para o
consumidor o risco de acidente. Assim, ele deve solicitar junto à concessionária em
que adquiriu o carro o conserto do capô, sem qualquer ônus. Se for constatado
que o defeito apresentado também está presente em outros veículos da mesma
série de produção, a empresa deverá promover o recall (chamamento), que
envolve a comunicação do fato aos órgãos competentes, a ampla divulgação aos
consumidores sobre os riscos do produto, bem como a adoção de providências
para corrigir o defeito dos produtos já comercializados.
• 2- Comprei uma TV em loja física. O aparelho apresentou problema. Procurei a
assistência técnica indicada no manual. Todas estavam fechadas. Fui à loja e
informaram que não podia fazer nada. De quem é a responsabilidade?
• O CDC estabelece em seu Artigo 18 que a responsabilidade por vício da cadeia
produtiva é solidária. Dessa forma, todos, inclusive as empresas que comercializam
os bens duráveis, no presente caso a loja B, respondem pelos vícios de qualidade
que tornem impróprios os bens de consumo. A inexistência de assistências técnicas
na cidade não exclui a responsabilidade de todos os fornecedores de sanar o vício
do produto. Assim, cabe ao lojista e ao fabricante resolverem o problema, ainda
que por meio da substituição do produto viciado por outro.
• 3- Paguei a mais por uma garantia estendida de um computador. A vendedora me
disse que cobria qualquer reparo e que haveria troca se apresentasse defeito.
Infelizmente, não trocaram o produto. Eles devem me garantir um novo?
• Primeiramente é importante esclarecer que, independentemente da garantia
contratual ou da garantia estendida, tanto o fabricante quanto o comerciante são
obrigados pelo CDC, na hipótese de vício do produto, a repararem o bem,
promoverem a substituição ou concederem o abatimento, além da indenização por
perdas e danos, conforme o caso. Por isso, no caso analisado, o consumidor tem
direito, dentro da garantia legal, à reparação do produto no prazo de 30 dias. Não
sendo o vício sanado nesse prazo, tem o consumidor o direito à substituição do
produto ou à devolução dos valores pagos.
• 4- Vi uma propaganda na TV sobre um remédio para emagrecer. No anúncio dizia
que eu iria emagrecer mesmo sem atividade física e comendo tudo o que estava
acostumada. Usei por 2 meses e engordei. Esse tipo de publicidade é ilegal?
• Um princípio fundamental que o CDC estabelece para a publicidade é que ela seja
verdadeira. Assim, não são permitidas publicidades que contenham informações
falsas para os consumidores, nos termos do Artigo 37, § 1º, que proíbe a
publicidade enganosa.
• 5- Em uma loja de presentes, estava comprando alguns produtos com o valor de
R$ 12,99 na etiqueta colada no produto. Ao passar no caixa, foi cobrado o valor
de R$ 19,99. Qual valor devo pagar?
• O consumidor tem direito a comprar os produtos pelo valor de R$ 12,99. De
acordo com o Artigo 30 do CDC, toda a informação suficientemente precisa relava
a produtos e serviços, quando divulgada por qualquer meio, vincula o fornecedor à
oferta. Neste sendo, a regra do CDC é “prometeu, cumpriu”, tendo em vista que a
oferta integra o contrato a ser celebrado. Se o fornecedor de produtos ou serviços
se recusar cumprir a oferta, o consumidor poderá, nos termo do Artigo 35 do CDC,
escolher entre exigir o cumprimento forçado da oferta, aceitar outro produto ou
prestação de serviço equivalente, ou rescindir o contrato, com a restituição da
quantia paga atualizada, sem prejuízo das perdas e danos.
• 6- Solicitei um empréstimo junto ao banco onde tenho conta corrente. O gerente
informou que só concederia se eu adquirisse um seguro e um contrato de
previdência. O banco pode me obrigar a isso?
• Não. Tal prática é conhecida como venda casada, uma prática abusiva e ilegal
segundo o CDC (Artigo 39, I). A chamada venda casada praticada pelo banco ficou
configurada quando condicionou o consumidor a contratar os serviços de seguro e
previdência em troca do empréstimo. Também a Lei nº 12.529 define a venda
casada como infração à ordem econômica (Artigo 36, §3º, inciso XVIII). Nesses
casos, é importante que o órgão administrativo, além de aplicar as sanções
administravas cabíveis, encaminhe para o Ministério Público para que promova a
ação penal.
• 7- Recebi a conta telefônica com uma cobrança de ligação interurbana duplicada
do mês anterior. Solicitei o reembolso, porém, apesar das promessas da empresa,
ainda não me reembolsaram. Quanto devo receber?
• Em se tratando de cobrança indevida, como é o caso, tem o consumidor o direito a
receber duas vezes o valor cobrado a mais, nos termos do Artigo 42, parágrafo
único, do CDC, bastando apenas demonstrar que o valor cobrado foi divergente do
que realmente foi devido. Caso o SAC ou a ouvidoria da empresa não resolva o
problema do consumidor, este deve procurar um órgão de defesa do consumidor
ou a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para buscar a devolução dos
valores devidos.
• 8- Deixei um celular numa assistência técnica e quando retornei no outro dia, fui
informado que o serviço já havia sido executado, sem eu ter aprovado o
orçamento. Esta atitude está correta?
• O artigo 39 do CDC aponta que a execução de um serviço sem orçamento
prévio, ou sem autorização expressa do consumidor, é considerada uma prática
abusiva por parte do fornecedor.
• Além de prejudicar a imagem do prestador de serviço junto ao seu cliente, essa
prática é ilegal. Diversas decisões judiciais indicam que o serviço prestado sem
autorização do cliente é de inteira responsabilidade do prestador. Esses
entendimentos têm por base os artigos 39 e 40 da Lei 8.078/1990.
• A única exceção é para casos em que já existam, anteriormente, práticas similares.
Por exemplo, uma empresa que frequentemente utiliza serviços de oficina
mecânica para manutenção da sua frota de veículos, sem que haja necessidade de
orçamento para cada atividade realizada, por já existir uma relação de
confiança entre as empresas.

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