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Disciplina:

Direito Empresarial

REVISÃO PARA PROVA


2º BIMESTRE

Prof. Ms. Alessandro Carlos Nardi


Conceito de Tributo
• A definição legal de tributo é encontrada no art. 3º
do Código Tributário Nacional (CTN), segundo o qual:

“Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em


moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não
constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e
cobrada mediante atividade administrativa
plenamente vinculada” (BRASIL, 1966, [s.p.]).
Conceito de Tributo
• Devemos notar que a definição legal em comento
apresenta uma série de elementos, cuja
compreensão nos fornece importantes informações
sobre o que está abrangido pelo Direito Tributário
como um todo. Note, caro aluno, que o art. 3º do
CTN (BRASIL, 1966) traz os seguintes elementos:
• Prestação pecuniária.
• Compulsoriedade.
• Tributo (não é sanção por ato ilícito).
• Instituído por meio de lei.
• Cobrado por atividade administrativa plenamente
vinculada.
• Fato tributável: é o fato gerador, é a hipótese de incidência, é a descrição
contida em lei como necessária e suficiente para o nascimento da
obrigação tributária.
• A base de cálculo serve para quantificar, dar dimensão econômica do
tributo. 1. Deve haver correlação lógica entre a hipótese de incidência e a
base de cálculo, que em conjunto identificam a espécie do tributo, pouco
importando a denominação formal que se dê, conforme art. 4º do CTN.
• A alíquota é o percentual que multiplicado pela base de cálculo permite a
quantificação do quantum devido.
• Sujeito passivo é aquele que tem o dever de prestar o objeto da obrigação
tributária.
• Sujeito ativo: É a pessoa a quem a lei atribui poderes de arrecadar,
administrar e fiscalizar os tributos (Estado).
Espécies Tributárias
Inicialmente, precisamos compreender que tributo é gênero.
Como tal, comporta algumas espécies.
Assim, são espécies tributárias:
• Impostos.
• Taxas.
• Contribuição de melhoria.
• Empréstimo compulsório.
• Contribuições especiais
Impostos
• Os impostos possuem a precípua finalidade de arrecadação de recursos
para a manutenção das atividades estatais.
• A maioria dos tributos são compostos por impostos e, como tal, servem
basicamente para que o Estado tenha condições de manter a sua
estrutura administrativa, bem como para que possa empreender as
prestações de caráter social geral, tal como previsto na Constituição
Federal de 1988.
• Então, por exemplo, o Estado, de um modo geral, utilizará o produto da
arrecadação para pagar aos seus servidores, a suas estruturas físicas, bem
como para efeito de construir escolas, hospitais, estradas, promover a
segurança pública etc. (SCHOUERI, 2018).
• Ex: IPTU, IRPF/IRPJ, IPI, IPVA.
Taxas
• As taxas têm hipótese de incidência ou fato gerador, vinculado a uma atividade
específica do Estado.

• São exigidas em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização efetiva ou


potencial de serviços públicos específicos e divisíveis.

• O fato gerador desse tributo é configurado por uma atuação estatal, ou seja, o
Estado realiza determinada atividade e, em razão disso, cobra uma taxa do sujeito
passivo que auferiu algum benefício.

• Assim nos ensina a doutrina:


O fato gerador da taxa não é um fato do contribuinte, mas um fato do
Estado. O Estado exerce uma atividade administrativa e, por isso, cobra a
taxa da pessoa a quem aproveita aquela atividade. (AMARO, 2009, p.31)

• A diferença básica entre taxas e impostos reside no fato de que, neste último, não
há uma prestação ao contribuinte, enquanto que na taxa há uma contraprestação
do sujeito passivo ao Estado.
Taxas
• O Código Tributário Nacional. (CTN) apresenta uma definição de poder de polícia
e, também, as características dos serviços públicos, conforme segue:

Art. 78. Considera-se poder de polícia a atividade da administração pública que,


limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou
abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene,
à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de
atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à
tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou
coletivos.

• O serviço público é conceituado como:

Toda e qualquer atividade prestacional realizada pelo Estado, ou por quem fizer suas
vezes, para satisfazer, de modo concreto e de forma direta, necessidades coletivas.
Taxas
• As taxas são tributos vinculados a uma contraprestação do Estado, como
por exemplo uma taxa ambiental e uma taxa de emissão de passaporte.
• Nesse caso, o interesse primordial da tributação não é o de arrecadar
fundos para os cofres públicos, mas sim o de custear determinado serviço
que é colocado à disposição dos cidadãos.
• Por isso, as taxas dependem da individualização do serviço acessado pelo
cidadão.
• No exemplo dado, a pessoa somente pagará a taxa de emissão do
passaporte se, efetivamente, optar por tal serviço (AMARO, 2017).
• Ex: coleta de lixo, iluminação pública, água e esgoto, certidões, licença
sanitária e de alvará.
Contribuição de melhoria
• A contribuição de melhoria tem lugar quando são realizadas obras pelo
poder público que resultem em valorização da propriedade imobiliária.
• Se o município, por exemplo, fizer uma obra viária que importe em
aumento do valor de mercado de um imóvel situado às suas margens,
poderá haver a instituição da referida contribuição (SCHOUERI, 2018).
• Ex: pavimentação.
Empréstimo compulsório
• O empréstimo compulsório tanto pode ser para fins de custeio relacionado
a despesas extraordinárias, como nos casos de calamidade pública ou
guerra externa, quanto para suplantar a necessidade de investimento
público de caráter urgente, que seja de interesse nacional.
• Neste caso, somente a União pode instituir tal tributo e, como se trata de
um empréstimo, deverá ser posteriormente devolvido ao contribuinte, nas
condições que a lei estabelecer (COSTA, 2019).
Contribuições especiais
• Trata-se de um gênero que comporta uma série de espécies, isto é, contribuições
com fatos geradores e finalidades distintas, consoante as previsões legais
respectivas.
• Via de regra, tais contribuições são de competência da União para fins de
instituição. Servem para o custeio da Seguridade Social (saúde, assistência social e
previdência social), bem como forma de intervenção no domínio econômico, por
intermédio das chamadas CIDE’S (Contribuição de Intervenção no Domínio
Econômico).
• Há, ainda, a Contribuição Patronal sobre a folha de pagamento, a contribuição
para o Programa de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor
Público (PIS/PASEP), a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
(COFINS) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).
• Os estados, o Distrito Federal e os municípios também poderão instituir
contribuições sociais (previdenciárias) que incidirão sobre a remuneração dos seus
próprios servidores, para fins de custeio do Regime Próprio de Previdência Social
(RPPS) (CARNEIRO, 2019).
Direitos básicos do consumidor
• Segundo o art. 6º do CDC (BRASIL, 1990), alguns direitos são considerados
básicos para a finalidade de proteção do consumidor, notadamente em
razão da sua vulnerabilidade na relação jurídica de consumo, conforme já
comentado.
• Inicialmente, a relação de consumo deve proteger a vida, a saúde e a
segurança do consumidor, de modo que não é permitido que se ofereça
riscos a tais bens essenciais em função de produtos ou serviços
considerados perigosos.
• Além do mais, o direito de informação é de fundamental importância na
proteção do consumidor, vez que inclui o conhecimento adequado e claro
acerca dos diferentes produtos ou serviços, que devem ser corretamente
especificados em relação à “quantidade, características, composição,
qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que
apresentem”.
• Outro aspecto é a proteção contra a publicidade enganosa (que leva o
consumidor propositadamente a erro) e abusiva (que destoa da moral e
dos bons costumes socialmente aceitos), bem como contra métodos
comerciais que impliquem em coerção ou sejam desleais aos
consumidores.
• Também é direito do consumidor a modificação de cláusulas contratuais
que impliquem em prestações desproporcionais – as chamadas cláusulas
abusivas –, bem como o direito de revisão de contratos em função de
fatores supervenientes que tornem as obrigações assumidas
excessivamente onerosas.
• No que se refere à maneira pela qual ocorre a defesa dos direitos do
consumidor, o CDC também prevê acesso facilitado para tal finalidade,
sobretudo com a possibilidade de inversão do ônus da prova, a favor do
consumidor, no curso de processo judicial, “[...] quando, a critério do juiz,
for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as
regras ordinárias de experiências”.
Consumidor

Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou


serviço como destinatário final.
Fornecedor
• O outro sujeito da relação jurídica de consumo
é o fornecedor. O conceito está no art. 3º do
CDC:
• Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica,
pública ou privada, nacional ou estrangeira,
bem como os entes despersonalizados, que
desenvolvem atividade de produção,
montagem, criação, construção,
transformação, importação, exportação,
distribuição ou comercialização de produtos
ou prestação de serviços.
• Trata-se de um conceito muito mais amplo do que o de consumidor.
Todo aquele que atua nas diversas fases do processo produtivo é
considerado fornecedor para os fins legais.
• Não apenas o fabricante originário do produto, por exemplo, mas os
intermediários, intervenientes, distribuidores, o comerciante final,
todos são fornecedores à luz do CDC, porquanto operam, embora
em fases distintas, nas etapas da cadeia produtiva.
• Todos, então, devem seguir as normas da legislação consumerista.
• Como já se sabe, o objeto da relação de consumo consiste num
produto, que poderá ser qualquer bem, móvel ou imóvel, material
ou imaterial, assim como um serviço, que consiste numa atividade
remunerada que é fornecida no mercado de consumo, inclusive as
de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária,
ressalvando-se as de natureza trabalhista.
Práticas abusivas (Art. 39 CDC)
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas
abusivas: (Redação dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)
I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de
outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos; (venda
casada)
II - recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata medida de
suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos e costumes;
III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto,
ou fornecer qualquer serviço;
IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua
idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus produtos ou
serviços;
V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva;
VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização
expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores entre as
partes;
VII - repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo
consumidor no exercício de seus direitos;
Práticas abusivas (Art. 39 CDC)
VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em
desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se
normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ou
outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial (Conmetro);
IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se
disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de
intermediação regulados em leis especiais;
X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços;
XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a
fixação de seu termo inicial a seu exclusivo critério;
XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contratualmente
estabelecido;
XIV - permitir o ingresso em estabelecimentos comerciais ou de serviços de um
número maior de consumidores que o fixado pela autoridade administrativa como
máximo;
Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtos remetidos ou entregues ao
consumidor, na hipótese prevista no inciso III, equiparam-se às amostras grátis,
inexistindo obrigação de pagamento.
Práticas abusivas (Art. 40 CDC)
Art. 40. O fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao consumidor
orçamento prévio discriminando o valor da mão-de-obra, dos materiais e
equipamentos a serem empregados, as condições de pagamento, bem como as datas
de início e término dos serviços.
§ 1º Salvo estipulação em contrário, o valor orçado terá validade pelo prazo de
dez dias, contado de seu recebimento pelo consumidor.
§ 2° Uma vez aprovado pelo consumidor, o orçamento obriga os contraentes e
somente pode ser alterado mediante livre negociação das partes.
§ 3° O consumidor não responde por quaisquer ônus ou acréscimos decorrentes
da contratação de serviços de terceiros não previstos no orçamento prévio.
• De acordo com o art. 26 do CDC, o direito de reclamar por vícios aparentes (que
são aqueles de fácil constatação) decai em 30 (trinta) dias para bens não
duráveis, isto é, aqueles utilizados por curtos períodos de tempo, cujo consumo é
imediato (como produtos de higiene e alimentícios) e de 90 (noventa) dias para
bens duráveis, ou seja, aqueles utilizados por longos períodos, no qual o
consumo não é instantâneo (como computadores, automóveis, celulares e
televisores).
• Tais prazos são iniciados a partir da entrega efetiva do produto ou do término da
execução do serviço.
• No que diz respeito aos vícios ocultos, o prazo é contado a partir do momento em
que o consumidor detectar o defeito.

• Exemplo: É possível caracterizar como serviços duráveis a pintura de um imóvel,


uma dedetização com prazo estipulado, o serviço de assistência técnica, ou seja, o
que se espera é a razoável duração do serviço. Como serviços não duráveis,
observa-se a faxina, a lavagem de automóvel, cujos efeitos perduram por um
período mais curto.

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