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Seminário 4 (Interpretação, Validade, Vigência e Eficácia Das Normas Tributárias) - Questionário - Respostas
Seminário 4 (Interpretação, Validade, Vigência e Eficácia Das Normas Tributárias) - Questionário - Respostas
1
1. Que significa afirmar que uma norma “N” é válida? Diferençar: (i) validade, (ii)
vigência; (iii) eficácia jurídica; (iv) eficácia técnica e (v) eficácia social.
Responda, fundamentadamente, o que entende acerca da validade, vigência e
eficácia jurídica da norma introdutora e da norma introduzida (Considere em sua
resposta a problemática da ADC 84)
1
CARVALHO, Paulo de Barros. Direito Tributário, Linguagem e Método. 8ª ed. São Paulo:
Noeses, 2021, fls. 460-461.
2
Idem, fls. 461-462.
2
lhes são próprios na ordem jurídica, em decorrência da causalidade normativa”.3
Finalmente, a eficácia social remete ao grau de acatamento coletivo da norma
– tal como a eficácia jurídica, é uma qualidade que pertence à norma, mas,
diferentemente desta, é um conceito mais ligado à Sociologia Jurídica do que à
Dogmática Jurídica. Está ligada com a produção das consequências esperadas pela
norma jurídica dentro da sociedade na qual ela foi erigida.4
3
CARVALHO, Aurora Tomazini de. Curso de Teoria Geral do Direito: o construtivismo
lógico-semântico.14ª ed. São Paulo: Noeses, 2014, fls. 766-770.
4
CARVALHO, Paulo de Barros. Direito Tributário, Linguagem e Método. 8ª ed. São Paulo:
Noeses, 2021, fls. 470-471.
5
Idem, fls. 463.
6
CARVALHO, Aurora Tomazini de. Curso de Teoria Geral do Direito: o construtivismo
lógico-semântico.14ª ed. São Paulo: Noeses, 2014, fls. 759-760.
3
ordenamento, em 30/12/2022.
Contudo, o mesmo não se pode dizer das normas introduzidas pelo referido
diploma. Como visto, a vigência dela ficou protraída para o dia 01/01/2023, mas no dia
em questão sobreveio o novo Decreto n. 11.374/2022, que revogou por completo o
conteúdo do seu antecessor. Numa análise perfunctória, seria possível concluir que as
normas introduzidas não contaram com eficácia jurídica alguma, levando em conta a
revogação no exato dia do início de sua vigência. A grande questão aqui remete ao
princípio da anterioridade tributária e sua aplicação prática.
É sabido que o PIS e COFINS não se sujeitam à anterioridade anual, mas o
mesmo não se pode dizer acerca da anterioridade nonagesimal. O Decreto n.
11.374/2022 promoveu uma inequívoca majoração da carga tributária ao revogar o
Decreto n. 11.322/2022, responsável por reduzir alíquotas das contribuições sociais.
Dessa forma, o Decreto revogador somente poderia produzir efeitos – ou seja,
ter sua vigência e eficácia – 90 (noventa) dias depois de sua publicação. Nesse
ínterim, as normas jurídicas introduzidas pelo Decreto n. 11.322/2022 permanecem
vigentes e dotadas de eficácia jurídica, de modo que, sempre que concretizado o fato
gerador (fato jurídico) do PIS/COFINS no interregno da noventena, deve incidir a
alíquota reduzida.
Cabe aduzir que o STF discordou de tal posicionamento no âmbito da ADC n.
84, ao menos no âmbito cautelar. A Corte Suprema concluiu que o Decreto n.
11.374/2022 repristinou os efeitos do Decreto anterior ao n. 11.322/2022, não
chegando propriamente a majorar tributo e não violava a segurança jurídica e a não
surpresa, porque havia toda uma continuidade anterior ao Decreto n. 11.322/2022 com
as alíquotas aumentadas do PIS/COFINS.
É até plausível o reconhecimento da inconstitucionalidade do referido Decreto
n. 11.322/2022, mas os argumentos da cautelar do STF não se sustentam.
Nitidamente, houve uma majoração, ainda que por vias transversas da carga tributária,
e, aliado a isso, a partir do momento em que um determinado diploma jurídico passa a
viger, ainda que através da norma introdutora, passa a gerar a legítima expectativa de
sua aplicação pela população, não importando fato de ter sido revogado poucos dias
depois.
Logo, conclui-se que as normas introduzidas do Decreto revogado seriam
dotadas de vigência e eficácia jurídica até o decurso do prazo da anterioridade
nonagesimal.
4
A interpretação do direito consiste num tema de nuclear relevância, na medida
em que a construção normativa decorre justamente dessa atividade hermenêutica.
Estabelecer, definir e explicar parâmetros interpretativos é de grande valia para essa
atividade de construção de sentido dos textos jurídicos, o que acaba demandando
uma maior atenção ao tema.
A doutrina tradicional costuma estabelecer alguns critérios autônomos de
interpretação, ora situando-os no campo sintático, ora representando-os numa
dimensão semântica e pragmática do direito. O Construtivismo Lógico-Semântico
encara com ceticismo a eficácia desses métodos tradicionais, porque encara a
atividade do intérprete sob outro enfoque, não no sentido de extrair um conteúdo ínsito
ao texto normativo, mas efetivamente de construir esse conteúdo, através de uma
atuação mais ativa, compreendendo num iter procedimental interpretativo atividade
que abarca o campo sintático, semântico e pragmático da aplicação do direito.
Para tanto, subdivide a atividade interpretativa em 4 (quatro) etapas, em 4
(quatro) planos de construção de sentido. Ressalte-se, desde já, que a análise desses
planos não deve ser feita de maneira estanque, eles não devem ser considerados
isoladamente. Pelo contrário, é natural e até recomendável que o intérprete promova
um entrecruzamento entre todos eles, retornando de um ao outro, na medida em que
se complementam.7
Feitas essas considerações iniciais, pode-se afirmar que o processo
interpretativo principia com a análise de um suporte físico. No caso do direito, esse
suporte é justamente os enunciados prescritivos contidos nos textos jurídicos que
conformam o ordenamento, na medida em que inexiste, no âmbito do direito, “situação
juridicamente considerada que não esteja reduzida à forma escrita”.8 É esse primeiro
contato do hermeneuta com o texto físico que demarca a primeira fase da
interpretação (S1), que se restringe a um aspecto sintático da aplicação do direito.
Ato contínuo, após esse contato com o texto jurídico, caracterizado
necessariamente num suporte físico, o intérprete passa para o plano seguinte, de
construção de significados e sentidos (S2). A partir de então, cabe atribuir valores aos
signos escritos, que compõem os enunciados prescritivos da lei ou de qualquer outro
suporte físico jurídico. Dentre as significações possíveis de cada palavra e/ou
expressão, cumpre apontar aquela que melhor se coaduna com a compreensão do
intérprete dentro do texto jurídico. Observe-se que essas significações não devem ser
feitas com enfoque genérico, elas devem ter necessariamente cunho jurídico.9
Ainda no campo S2, Aurora Tomazini de Carvalho explica que, a priori, “os
enunciados são compreendidos isoladamente; depois as proposições construídas
passam a ser associadas e o exegeta tem uma visão integrada do conjunto”. Não se
7
CARVALHO, Aurora Tomazini de. Curso de Teoria Geral do Direito: o construtivismo
lógico-semântico.14ª ed. São Paulo: Noeses, 2014, fls. 260-261.
8
Idem, fls. 245-251.
9
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 32ª ed. São Paulo: Noeses,
2022, fls. 121-125.
5
trata aqui de já construir uma proposição jurídica nos moldes da norma jurídica (que
consubstancia uma proposição de juízo hipotético-condicional, ligada por um functor
deôntico), mas já se adentra num campo semântico da interpretação.10
Superado esse instante de construção de sentido (proposições), cabe ao
intérprete adentrar no plano seguinte, de efetiva delimitação normativa (S3). Aqui,
cabe ao hermeneuta contextualizar as proposições já formadas em sua mente para
gerar unidades jurídicas de sentido completo, as normas.11 Ou seja, nesse momento,
cabe promover uma concatenação das proposições obtidas na fase anterior e, através
delas, construir um sentido completo de norma jurídica, com hipótese e consequente.
No entanto, a atividade interpretativa não cessa com a consecução de uma
norma jurídica, dotada de sentido completo, porque a norma jurídica não
consubstancia um ente isolado. É nessa altura onde se adentra no derradeiro plano de
significação (S4), quando se busca sopesar essa norma dentro de um sistema jurídico
organizado, coeso e harmônico, regido por relações de coordenação e subordinação.
Toda norma necessariamente contará com uma relação de pertinência com o conjunto
do sistema jurídico e é nessa fase de interpretação que o exegeta verificará as
relações da norma por si erigida com as demais normas do conjunto, atentando para
relações horizontais e graduações hierárquicas.12
10
CARVALHO, Aurora Tomazini de. Curso de Teoria Geral do Direito: o construtivismo
lógico-semântico.14ª ed. São Paulo: Noeses, 2014, fls. 250-251.
11
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 32ª ed. São Paulo: Noeses,
2022, fls. 125.
12
CARVALHO, Aurora Tomazini de. Curso de Teoria Geral do Direito: o construtivismo
lógico-semântico.14ª ed. São Paulo: Noeses, 2014, fls. 258-260.
6
resultante dessa atividade estará inevitavelmente enodoada de vício de validade.
De igual modo, assoma a relevância de se considerar a hierarquia normativa
para fins de aferição da validade. A hierarquia está contida na própria atividade de
enunciação (fonte do direito), porque ela deve se atentar para o sistema como um
todo, sobretudo em relação à competência do agente e à regularidade do
procedimento correlato. Ela também tem nítida relevância na própria composição da
norma jurídica, sobretudo no âmbito de significação do plano S4.
Como visto, a norma deve ser assuntada dentro de um contexto sistêmico, nas
relações de coordenação e subordinação que manterá com outras normas
congêneres. É por isso que a hierarquia é particularmente relevante na fase S4:
3. Há um sentido correto para os textos jurídicos? Faça uma crítica aos métodos
hermenêuticos tradicionais. É possível falar em interpretação teleológica e literal
no direito tributário? E em interpretação econômica? Justifique sua reposta.
(Vide anexos I, II e III)
13
CARVALHO, Aurora Tomazini de. Curso de Teoria Geral do Direito: o construtivismo
lógico-semântico.14ª ed. São Paulo: Noeses, 2014, fls. 259.
14
CARVALHO, Paulo de Barros. Direito Tributário, Linguagem e Método. 8ª ed. São Paulo:
Noeses, 2021, fls. 472-473.
15
Idem.
7
hermenêutica.16
A partir de tais premissas, é possível desaguar na conclusão de que inexiste
um sentido correto, como se preestabelecido ou contido implicitamente no texto legal.
A subjetividade que inevitavelmente permeia a atividade de interpretação não permite
falar em adjetivos como certo ou errado. O que decerto haverá é interpretação mais ou
menos aceita pela doutrina e/ou jurisprudência, positivada ou não.17
Inclusive, esse seria um dos pontos de crítica, sob o viés construtivista, à
doutrina tradicional ligada à hermenêutica jurídica. Para essa parcela doutrinária, o
suporte físico da interpretação – é dizer, os textos jurídicos – seria dotado de um
significado contido em si. Caberia ao intérprete, através dos métodos de interpretação
clássicos, apenas retirar do texto esse significa implícito. Trata-se de um
posicionamento que tem grande influxo da filosofia anterior ao giro linguístico, quando
se predominava a compreensão de que todas as coisas tinham um singnificado
intrínseco, ontológico.18
O giro linguístico operou profunda modificação sobre esse paradigma filosófico
e refletiu também no âmbito da interpretação jurídica. Torna-se, então, pouco
proveitoso falar num sentido intrínseco do texto legal. O suporte físico não “esconde”
nele o conteúdo final da interpretação. Na verdade, esse sentido é construído pela
intelecção do hermeneuta, como um juízo erigido a partir do substrato material.
Decerto que o texto jurídico apresenta um conteúdo, mas ele não está plasmado no
próprio texto – sua definição é feita a partir da construção linguística e cultura do
intérprete. Logo, a definição do conteúdo está indissociável da atuação do exegeta.19
16
SOUZA, Priscila de & FAVACHO, Fernando Gomes. Intersubjetividade entre sistemas
jurídicos: a ‘Novilíngua’ no direito tributário brasileiro. In: Tributação: Democracia e
Liberdade. São Paulo: Noeses, 2014, fls. 1044-10045.
17
CARVALHO, Aurora Tomazini de. Curso de Teoria Geral do Direito: o construtivismo
lógico-semântico.14ª ed. São Paulo: Noeses, 2014, fls. 238.
18
Idem, fls. 225-228.
19
Ibidem.
8
é nítido que muitas delas são plurívocas e, a depender do contexto, seu significado
pode mudar.
Segundo Aurora Tomazini de Carvalho20, inexiste um sentido literal no texto
legal:
“Toda interpretação, até mesmo aquela que se diz ser literal, pressupõe
um processo gerador de sentido, delimitado pelo contexto, onde influem
valorações condicionadas às vi vências culturais do intérprete.”
20
CARVALHO, Aurora Tomazini de. Curso de Teoria Geral do Direito: o construtivismo
lógico-semântico.14ª ed. São Paulo: Noeses, 2014, fls. 267.
21
Idem, fls. 270-271.
22
CARVALHO, Paulo de Barros. O absurdo da interpretação econômica do “fato gerador”
– Direito e sua autonomia – O paradoxo da interdisciplinaridade. Revista de Direito
Tributário, n. 97.
9
4. Compete ao legislativo a positivação de interpretações? Existe lei puramente
interpretativa? Tem aplicabilidade o art. 106, I, do CTN ao dispor que a lei
tributária interpretativa se aplica ao fato pretérito? Como confrontar este
dispositivo do CTN com o princípio da irretroatividade? (Vide anexos IV, V e VI).
23
CARVALHO, Aurora Tomazini de. Curso de Teoria Geral do Direito: o construtivismo
lógico-semântico.14ª ed. São Paulo: Noeses, 2014, fls. 240.
10
maneira que não inovam o ordenamento, mas apenas esclarecem “dúvidas levantadas
pelos termos da linguagem da lei interpretada”. Na prática nacional, o que se vê é
diplomas que se dizem interpretativos, mas que operam modificações no
ordenamento. Isso, por óbvio, não exclui a possibilidade abstrata de existência de leis
puramente interpretativas.24
A partir do exposto, torna-se plausível a existência de enunciados com fulcro
estritamente interpretativo no âmbito do direito tributário. O próprio CTN, no art. 106, I,
prevê a possibilidade desse tipo de enunciado prescritivo e ainda os dota de eficácia
retroativa. Contudo, essa previsão deve ser necessariamente coadunada com o
princípio da irretroatividade tributária.
Quer dizer que as situações jurídicas já consolidadas em relação ao
contribuinte não podem ser modificadas livremente pela retroação da lei interpretativa.
Qualquer interpretação que, porventura, sirva para majorar ou onerar, direta ou
indiretamente, a carga tributária do sujeito passivo não pode retroagir, sob risco de
atentar contra a própria segurança jurídica.
24
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 32ª ed. São Paulo: Noeses,
2022, fls. 97-98.
11
Em 01/06/2017, o Supremo Tribunal Federal decidiu, em ação direta de
inconstitucionalidade (com efeito erga omnes), pela inconstitucionalidade
desta lei federal. Identificar nas datas abaixo fixadas, segundo os critérios
indicados, a situação jurídica da regra que instituiu o tributo, justificando
cada uma das situações:
Apresenta
eficácia Não Nao Sim Sim Não
jurídica
25
CUNHA JR., Dirley da. Curso de Direito Constitucional. 6ª ed. Salvador: Ed. JusPodivm,
2012, fls. 1068.
12
vai até 01/06/2017, quando o STF declarou a inconstitucionalidade da Lei.
Cabe apenas fazer um adendo breve sobre a norma introdutora: sua vigência é
imediata e ocorre a partir da própria promulgação da Lei, que é o exato momento em
que o ato normativo adquire sua validade. As considerações acima têm como mote tão
somente as normas introduzidas.
A incidência da lei está em muito atrelada à eficácia técnica, porque remete à
possibilidade de aplicação sem que haja qualquer entrave ou obstáculo para tanto.
Atente-se que o art. 4º especificamente indica que a incidência só ocorrerá “no
primeiro dia do quarto mês de cada exercício”. Dessa forma, durante as datas de 2016
não haverá incidência, por conta da vacatio legis e da anterioridade tributária; na
primeira data de 2017, tampouco haverá incidência, com base na própria dicção legal.
Ela só existirá em 01/04/2017, já que este é o primeiro dia do quarto mês, enquanto na
data posteriormente indicada pelo quesito, já ocorrera a retirada da norma do sistema
jurídico.
Por fim, em relação à eficácia jurídica, tem-se uma situação semelhante à
incidência. Esse tipo de eficácia está atrelada ao fato jurídico, enquanto aptidão de
irradiar efeitos sempre que o fato social previsto na lei ocorra no mundo fenomênico.
No caso, apenas a partir de 01/02/2017 haverá eficácia jurídica (levando em conta
apenas as datas indicadas no quesito), porque somente após a vacatio legis e a
consideração da anterioridade tributária é que os fatos sociais poderiam ser
juridicizados. De igual modo, essa eficácia cessará na data em houver a declaração da
inconstitucionalidade.
26
FIGUEIREDO, Marina Vieira de. Lançamento Tributário: Revisão e seus Efeitos. 2ª ed.
São Paulo: Noeses, 2014, fls. 22-26.
13
inserção no sistema jurídico. Se entrou mediante processo legislativo regido por
agentes competentes, a lei existirá e será válida. É uma questão até relevante para
fins de eficácia da norma: a identidade entre validade e existência lhe garante um
atributo necessário para que já possa produzir seus efeitos sem maiores óbices do
sistema.
A partir dessa concepção, pode-se concluir que uma lei inconstitucional, a
partir do momento em que inserida no sistema jurídico, produzirá efeitos até ser alvo
de controle de constitucionalidade. Todo o corpo social deverá atender aos ditames do
referido texto legal até que haja uma declaração formal de inconstitucionalidade,
culminando no reconhecimento da nulidade legal.
Ainda com base nesse ponto de vista da validade sob um aspecto normativo,
pode-se afirmar que, com a superveniência de emenda constitucional, seria possível a
convalidação da lei inconstitucional. Isto, claro, no caso dessa emenda ensejar um
escorreito vínculo de pertinência, até então inexistente, entre a lei (norma) e o
ordenamento (sistema) ao qual faz parte.
Cabe, contudo, esclarecer que o STF não comunga desse entendimento. Para
a Suprema Corte, inexiste constitucionalidade superveniente. Uma lei que porventura
nasça inconstitucional jamais se recuperará dessa pecha, ainda que haja alguma
emenda posterior que a fundamente. Seria, então, preciso invalidar esse diploma
normativo para que outra lei fosse editada com base na emenda então vigente.
14