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PROCESSOS

GRUPAIS
Antecedentes
históricos dos
processos grupais
Maria Beatriz Rodrigues

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

> Descrever o processo histórico do estudo sobre o fenômeno grupal.


> Reconhecer os principais influenciadores do estudo sobre grupos.
> Exemplificar o estudo sobre grupos.

Introdução
O entendimento de grupos na psicologia serve a vários objetivos e configura uma
forma privilegiada de participação social do psicólogo. A abordagem grupal pode ser
utilizada em diferentes âmbitos do trabalho em psicologia: clínica, empresa, escola,
comunidades, organizações e movimentos em geral, etc. A condução adequada e
criativa do processo grupal contribui para o crescimento e a aprendizagem dos
grupos e dos indivíduos que participam. Qualquer que seja a abordagem teórica
utilizada, ela pode favorecer a cooperação e o compartilhamento de ideias.
Os estudos sobre a importância do processo grupal não começaram pro-
priamente na psicologia, mas sim na sociologia, que, por determinado período,
garantiu para si o primado da compreensão dos fenômenos sociais. O psíquico
ficou sujeito ao social, e a psicologia, à sociologia. Esses antecedentes históricos,
entre outros, fizeram com que a psicologia em geral e a psicologia social em
específico encontrassem seus caminhos e focos nos estudos grupais. Kurt Lewin
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tem um papel muito importante nesse processo de consolidação da psicologia dos


grupos, mas não foi o único a dar forma a esse campo de pesquisa e intervenção.
Neste capítulo, você vai conhecer importantes antecedentes históricos do
estudo de grupos na psicologia. Além disso, vai estudar os principais autores
que deram valiosas contribuições para o entendimento dos processos grupais
e possibilidades de intervenção. Por fim, vai ver exemplos de estudos sobre o
processo grupal e as formas para entendê-lo.

Processo histórico do estudo sobre grupos


A convivência humana em grupos (intragrupos) e entre diferentes grupos
(intergrupos) recebe o nome de dinâmica de grupo e é uma área de estudos
que se consolidou no século XX, com o desenvolvimento da sociologia e da
psicologia, com o objetivo de dar credibilidade científica ao conhecimento por
elas produzido. Na psicologia, a dinâmica dos grupos é associada à teoria de
campo de Kurt Lewin (1890-1948), mas a história do estudo de grupos é anterior
ao autor (MELO; MAIA FILHO; CHAVES, 2014). O fundador da sociologia, Auguste
Comte (1793-1857), foi o criador da expressão “psicologia social”, quando as
duas disciplinas ainda competiam pelo campo de ação. O interesse pela
vida social e por suas influências no indivíduo, ou vice-versa, estava em alta
na época, e o livro de Gustave Le Bon (1841-1931), Psicologia das multidões,
influenciou, inclusive, a psicanálise (OSORIO, 2013). O estudo da vida biológica
do homem e de outros seres vivos já havia sido muito desenvolvido com as
ciências naturais, principalmente entre os séculos XVI e XVIII, e a vida social
e emocional estava fazendo os primeiros passos científicos, do século XIX
em diante.
O conceito de ciência surgiu para descrever a evolução do pensamento
humano. Entretanto, até o século XIV, na Europa, o termo mais utilizado para
descrever o conhecimento era “filosofia natural”, e tal conhecimento passou
a ser registrado por escrito. A chamada revolução científica ocorreu no século
XVII, principalmente na física, com as descobertas de Isaac Newton (1643-
1727) sobre a gravidade. As descobertas passaram a ser reconhecidas pelos
seus métodos de investigação, e a palavra ciência no século XIX passou a ser
utilizada e a fazer referência às ciências que estudavam o mundo físico, como
química, física e astronomia. As ciências sociais, que surgiram no final do
século XIX, passaram a ser questionadas se poderiam ou não serem conside-
radas científicas, uma vez que os métodos de investigação eram diferentes
dos reconhecidos até então. Apesar de essa discussão perdurar até hoje,
foi graças ao positivismo (Comte e outros) e à defesa da possibilidade de
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as ciências sociais aderirem aos princípios científicos (dedução ou indução,


verificação ou falsificação, assim como as ciências naturais) que as ciências
sociais ganharam gradativamente o status e o reconhecimento científico
(GIDDENS; SUTTON, 2017).
Contudo, a relação do positivismo com a psicologia não foi edílica, e Comte
postulava que o social deveria absorver o psíquico. Portanto, a psicologia
social seria domínio da sociologia. Comte via somente a possibilidade de
existência de uma única ciência social. Émile Durkheim (1858-1917), considerado
o outro pai da sociologia, que a levou para a educação, concordava com essa
ideia, por achar que psicologia social era genérica e imprecisa, sem objeto
científico separado do que já existia. O autor, com o objetivo de defesa da
hegemonia de sua ciência, conseguia ver a psicologia somente como individual,
chamada então de psicofisiologia. Gabriel Tarde (1843-1904) foi outro autor
importante nesse período de disputas entre os domínios das ciências e sobre
o que seria prevalente, o individuo ou o social. Para ele, diferentemente de
Durkheim, é o individual quem explica o coletivo (MAILHIOT, 1981).
As massas, as multidões e os comportamentos coletivos estavam inte-
ressando os cientistas em meados do século XIX. Gustave Le Bon (1841-1931)
e seu livro A psicologia das multidões influenciou Freud, que o cita em suas
obras. Segundo a teoria de Le Bom, as multidões têm um efeito hipnótico
nos indivíduos, gerado pelo interesse das elites. Como podemos perceber,
psicologia e sociologia estavam imbricadas, e esse campo de investigação foi
primeiramente dominado por autores franceses, que produziam interpretações
psicológicas aos fatos sociais. Entretanto, o primeiro tratado de psicologia
social foi escrito por William MacDougall (1871-1929), professor em Oxford
e posteriormente na cátedra de psicologia social em Harvard. MacDougall
acreditava que os fenômenos sociais decorriam de forças mentais que, por
sua vez, eram constituídas por 18 instintos sociais. Seu trabalho contribuiu
para uma maior clareza sobre os limites entre psicologia individual, psicologia
coletiva (que trata da mentalidade grupal) e psicologia social (que estuda a
influência do coletivo sobre o indivíduo). Além disso, sua contribuição para
a entrada da psicologia nas universidades foi muito relevante (MAILHIOT,
1981; OSORIO, 2013).
Até 1930, a psicologia social, por meio de cátedras universitárias, era uma
ciência autônoma, fazendo uma trajetória em duas fase. A primeira fase era
instintiva, pela concepção das condutas sociais como inatas, e os autores
Tarde e Le Bon são influentes nessa fase. A segunda fase é marcada pelo
crescimento do ensino e da pesquisa em psicologia social, o que inspirou
autores behavioristas. Nessa fase, a psicologia social se preocupava com o
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meio social ideal, a fim de favorecer a socialização dos homens e a maturidade


social. São autores influentes dessa fase o próprio MacDougall e John Dewey
(1859-1952). Após 1930, os trabalhos de Freud sobre a psicologia dos grupos
(Psicologia coletiva e análise do eu, Totem e tabu e Mal-estar na civilização)
se tornaram alvos da discussão entre psicólogos, psicanalistas e sociólogos
(MAILHIOT, 1981).
A partir das influências do trabalho de Freud, os estudos sobre grupos e
a psicologia social em si passaram a focar na liderança, e não nas influências
do grupo sobre o indivíduo, próprias do período anterior. Agora, interessava
o papel do indivíduo, do líder, no e sobre o grupo. Conceitos como o do líder
carismático impulsionaram pesquisas, que o entendiam como um detentor
de características inatas e predisposição ao domínio e ao poder. Por outro
lado, os trabalhos de Freud demonstraram as influências do meio sobre os
indivíduos, principalmente nos primeiros anos de vida, que condicionam seus
desenvolvimentos pessoais e sociais. Outra disputa começava a acontecer
no campo de pesquisas, quando antropólogos se opuseram às colocações
de Freud, a partir da defesa dos aspectos socioculturais. Muitas polêmicas
e divergentes abordagens, culturalistas e individualistas, nasceram dessas
disputas, até hoje influentes (MAILHIOT, 1981).
Kurt Lewin, interessado em pesquisar no campo da psicologia social, em
1936, fixou objetivos diferentes de seus antecessores. Sua preocupação era
elucidar a dinâmica que acontecia nos grupos, mais voltada para as dimensões
existenciais e de ação social criadora. Para tanto, ele focou nos pequenos
grupos, também chamados de face-to-face (cara a cara). O autor acreditava
que, por meio dos pequenos grupos, seria possível conhecer a realidade
social mais ampla, e não o contrário, como proposto pelos pesquisadores
iniciais da psicologia social. Além disso, o campo psicológico dos grupos
foi eleito como de exploração válida dos fenômenos grupais e, para isso,
foi proposta a pesquisa-ação, em que o pesquisador ou o coordenador faz
parte da dinâmica grupal. Nessa época, ele fundou o Centro de Pesquisas
em Dinâmica dos Grupos, no Massachusetts Institute of Technology (MIT),
onde propôs grupos com outros psicólogos interessados em suas pesquisas
para discussão, formulação de hipóteses e experimentação, em um ambiente
solidário e colaborativo (MAILHIOT, 1981; OSORIO, 2013).
K. Lewin foi um divisor de águas na pesquisa e na prática da psicologia
social e de grupos. A partir dele, o interesse na psicologia social cresceu e
diversificou-se, e a pesquisa tornou-se mais criativa e menos dogmática.
Além disso, a psicologia social encontrou seu campo e suas especificidades
e estabeleceu a sua identidade, distinta de outras ciências sociais, mesmo
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dentro da psicologia como um todo. Segundo Mailhiot (1981), as principais


conquistas de Lewin para a psicologia social foram as seguintes.

„ A constatação de que existem ciências sociais distintas: a sociologia, a


antropologia social e a psicologia social. O social se revela como campo
científico multidimensional, explorado por aproximações complemen-
tares: a sociologia lida com aspectos formais e estruturas sociais; a
antropologia, com as dimensões históricas e culturais; a psicologia social,
com as dimensões funcionais e dinâmicas. A forma, a gênese e a dinâmica
das sociedades podem ser estudadas por diversos ângulos, porém devem
ser reconhecidas como elementos indissociáveis da realidade social.
„ A psicologia social adquiriu uma principal conduta científica, especí-
fica, mais estrita, de observar, identificar e interpretar condutas em
grupo, para distingui-las de comportamentos de grupo. As condutas
em grupo derivam da socialização e do pertencimento de indivíduos
às sociedades. Já os comportamentos de grupo, para que aconteçam,
é necessário o compartilhamento de emoções, coesão, identificação,
reconhecimento individual, etc. Também podem se referir a situações
de pânico, motim, multidão, macrofenômenos coletivos, etc., o que
seria próprio de estudos de uma psicologia coletiva. Enquanto a psi-
cologia coletiva estuda os macrogrupos, a dinâmica de grupo estuda
os pequenos grupos.
„ Lewin também distinguiu sociogrupo e psicogrupo. O primeiro se es-
trutura por meio da tarefa, já o segundo seria um grupo de formação
orientado para os próprios membros, também chamado de “centrado
em si mesmo”. A dinâmica de grupo abarca ambos e trabalha com
autenticidade nas relações interpessoais e no exercício de autoridade
nos diferentes grupos.

A partir de Lewin, outros referenciais teóricos contribuíram para a psicolo-


gia dos grupos até a sua amplitude teórica e operacional, como a conhecemos
hoje. A psicanálise, como já visto, com os trabalhos de Freud, mas também
de Melanie Klein, entre outros, trouxe luz sobre as motivações inconscientes
do comportamento humano e das interações sociais, influenciando autores
como Wilfred Bion (1897-1979), entre outros. Jacob Levy Moreno (1889-1974)
contribuiu com a teoria dos papéis e o psicodrama, e Pichon-Rivière (1907-
1977), com a teoria dos vínculos e os grupos operativos. Além dessas, houve
outras abordagens, que não são exclusivas da psicologia, mas a influenciaram,
como a teoria sistêmica, a de comunicação social, a cibernética, a revolução
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cognitiva, etc. Osorio (2013, p. 18) propõe essa lista de influências e um con-
ceito mais atualizado de psicologia grupal: “tem como objeto de estudo os
microssistemas humanos, entendendo-se por tais todos aqueles em que os
indivíduos possam se reconhecer em sua singularidade [...], mantendo ações
interativas na busca de objetivos compartilhados”.

Epistemologia é uma reflexão “sobre a origem, a natureza, as etapas


e os limites do conhecimento humano; teoria do conhecimento” (EPIS-
TEMOLOGIA, c2022, documento on-line). A epistemologia estuda os postulados,
as conclusões e os métodos das diferentes áreas do conhecimento científico. As
teorias e práticas dessas áreas são avaliadas em termos de validade cognitiva
ou descritiva, paradigmas e relações com a sociedade e com a história. Como é
possível perceber, foi uma disputa epistemológica a ocorrida entre a psicologia
e a sociologia sobre os domínios de estudo, os limites de áreas de atuação e os
métodos de investigação empregados.

Nesta seção, abordamos as principais discussões sobre os fenômenos


sociais desde antes do estabelecimento de limites epistemológicos entre
diferentes ciências, como a sociologia, a psicologia social e a antropologia
cultural. A partir desses antecedentes, a psicologia social e de grupos nasceu
dos trabalhos de Kurt Lewin e estabeleceu a sua identidade no entendimento
dos pequenos grupos, diferentemente da psicologia coletiva, que se preo-
cupava com os macrofenômenos sociais. Na próxima seção, vamos ver os
autores e as abordagens que influenciam o campo de pesquisa e intervenção
da psicologia dos grupos até hoje.

Principais influências nos estudos sobre


grupos
Como visto anteriormente, a psicologia social nasce de uma disputa meto-
dológica e epistemológica com a sociologia e, posteriormente, ganha sua
independência, mas ainda não a identidade. Esta última foi possível, entre
outros fatores, pelos trabalhos de K. Lewin e a consequente distinção entre
psicologia coletiva e psicologia/dinâmica dos pequenos grupos. Essa distin-
ção permitiu o foco necessário para que a diferença entre o trabalho com
grupos e com o social amplo ficasse mais clara. Essas delimitações continuam
sendo discutidas e estabelecidas à medida que novas propostas teóricas
são formuladas. Elas também dependem dos enfoques, que podem ser mais
políticos, prescritivos, analíticos, etc.
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Além dos autores importantes que vimos na seção anterior, vamos discutir
algumas contribuições de teorias fora da psicologia que nos farão compreen-
der conceitos utilizados no trabalho com grupos. Osorio (2013) aponta a teoria
geral dos sistemas de Ludwig von Bertalanffy (1901-1972), que, juntamente
com a cibernética e os estudos sobre a comunicação humana, representou o
novo paradigma científico, que criticou e superou a ênfase linear das expli-
cações do tipo causa-efeito entre os fenômenos. Novas palavras e sentidos,
derivadas das novas abordagens, começaram a ser introduzidas nos estudos
sociais, como interpessoal, interacional, sistemas ou microssistemas humanos,
entre outras. A teoria sistêmica trouxe um diferente olhar para as interações
grupais e para o jogo interativo dos indivíduos no grupo, potencial catali-
sador das mudanças possíveis no sistema. A cibernética introduziu a noção
de retroalimentação, ou feedback, ou seja, a processualidade das relações
e as influências mútuas entre as pessoas. A teoria da comunicação humana
trouxe o conhecimento sobre o fluxo operativo das relações humanas, os
ruídos, os mal-entendidos e os nós comunicacionais, que podem influenciar,
positiva ou negativamente, as relações interpessoais (OSORIO, 2013). Essas
teorias são muito mais complexas, mas as influências que trouxeram para o
estudo dos grupos na psicologia foram essas citadas, principalmente a visão
da processualidade e da multidimensionalidade dos fenômenos, que não
podem ser explicados unicamente por uma relação causa-efeito.
A ideia de paradigma é a de um conjunto de normas ou modelos e, no
caso das ciências, significa os princípios norteadores de teorias. Existe uma
estabilidade natural de um paradigma, quando a teoria está sendo construída
e aprofundada, mas nenhum paradigma está livre da concorrência de outros
ou da refutação de seus princípios. T. Kuhn (1922-1996) propôs uma nova forma
de entender a sucessão de paradigmas, pois acreditava que as crises eram
pré-condições para a emergência de novas teorias ou revoluções científicas.
“A transição de um paradigma em crise para um novo, do qual pode surgir
uma nova tradição de ciência normal, está longe de ser um processo cumu-
lativo obtido através de uma articulação do velho paradigma” (KUHN, 1998,
p. 116). Essa é a explicação original de quebra de paradigma ou de revoluções
científicas, usada para diferentes propósitos.
O novo paradigma, concorrente do linear, é o sistêmico-relacional. Osorio
(2013, p. 25), enumera alguns importantes conceitos sobre isso; veja a seguir.

„ Retroalimentação: é o feedback, movimento circular, com reciprocidade,


em que cada resultado (output) é um novo gerador de ação (input), que
modifica o sistema como um todo. Se a retroalimentação for positiva,
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vai ocasionar a mudança; se for negativa, vai buscar o equilíbrio do


sistema. Ambas são complementares e não têm a conotação de benéfica
ou indesejável. São propostas antagônicas e complementares, pois
tanto a mudança quanto a estabilidade são desejáveis na vida, e suas
alternâncias indicam saúde.
„ Caixa-preta: expressão oriunda da comunicação e geralmente asso-
ciada à caixa que registra os eventos de um voo e é resgatada após um
acidente para revelar a sucessão de fatos para verificação de causas.
É algo como o registro da história do grupo, ou até certos segredos a
serem revelados.
„ Princípio de equifinalidade ou da multicausalidade: significa que o estado
final atingido nos sistemas fechados depende das condições iniciais. Nos
sistemas abertos, o estado final pode ser atingido por meio de diferentes
condições iniciais e por diferentes caminhos. O conceito, que serve para
o entendimento dos fenômenos biológicos, serve para a compreensão
das múltiplas possibilidades e determinantes dos conflitos humanos.
„ Totalidade: conceito gestáltico que parte da negação da somatividade,
ou seja, o princípio de que o todo é diferente da soma das partes. O
exame das partes constituintes não abarca o entendimento de um
sistema. Da mesma forma, a integração entre as partes é tanta que a
modificação em uma causa modificações nas outras e, consequente-
mente, no sistema.

A psicologia da gestalt teve grande influência na teoria de Lewin pelo


conceito de totalidade, como visto, mas também pela inclusão do observador
no sistema como parte indissociável, semelhante ao que Lewin propõe na
pesquisa-ação. Essas ideias também nasceram da cibernética de segunda
ordem, que defende o princípio de que o observador é parte do que observa
e afeta a descrição da observação. Esses conceitos são derivados não só da
teoria dos sistemas, mas também da teoria da comunicação humana e da
gestalt. Essas aproximações entre várias disciplinas produziram conceitos
importantes utilizados, posteriormente, na psicologia dos grupos, como o
duplo vínculo, do antropólogo Gregory Bateson (1904-1980). O autor estudou
relações entre patologias de comunicação e a gênese de doenças mentais,
principalmente a esquizofrenia, como resultado da interação familiar marcada
pela ambivalência e pela confusão mental. A comunicação entre os familiares,
especialmente por parte da mãe, seria caracterizada por mensagens contra-
ditórias e, por isso, a teoria é chamada de duplo vínculo (OSORIO, 2013). Na
próxima seção, vamos ver alguns experimentos dessa teoria.
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A palavra interação resume a identificação de todas as teorias que de-


safiaram o paradigma linear. Além das mencionadas, outras seguiram essas
tendências, como o construtivismo de Jean Piaget (1896-1980) e de Lev Vygotski
(1896-1934), que preconizava a aprendizagem por meio da interação, e, mais
recentemente, a teoria do caos (de vários autores da matemática, física,
entre outras ciências) e a teoria da complexidade (de Edgar Morin). A teoria
do caos buscou entender a ordem existente na desordem, já a teoria de Morin
estudou a aleatoriedade dos fenômenos. Ambas trazem elementos e ques-
tionamentos difíceis de serem explicados de forma linear. A complexidade se
relaciona estreitamente com a atividade grupal, com a teia de relações que se
estabelece nas interações. A teoria dos grupos, segundo Osorio (2013, p. 41),
prevê diversidade e se move dinamicamente de um estado indiferenciado de
pessoas “para um estado sempre renovado e imprevisível de transformações
acionadas pelas interações que nele ocorrem”.
K. Lewin, consciente desse estado sempre renovado e imprevisível e in-
fluenciado por sua orientação gestaltista, introduziu o conceito de dinâmica
de grupo, além de outros, como campo grupal, pesquisa-ação, formas de
liderança e de exercício da autoridade. O autor é considerado o fundador
da psicologia dos grupos. Foi influenciado pela mudança de paradigma, do
linear ao sistêmico-relacional, e formulou suas teorias a partir do entendi-
mento de que era necessário um novo método na psicologia para estudar
apropriadamente os movimentos dos grupos e da sociedade (OSORIO, 2013).
Wilfred Bion (1897-1979), psicanalista, contribuiu para o entendimento e o
trabalho com grupos e foi o primeiro a descrever os fenômenos grupais para
além dos grupos terapêuticos. O grupo está sujeito ao surgimento de estados
mentais compartilhados, independentemente das razões pelas quais ele se
reúne, que se opõem à consecução da tarefa do grupo. Esses fenômenos são
denominados supostos básicos, ou resistências inconscientes aos objetivos
do grupo. Os supostos básicos podem ocorrer simultânea ou separadamente,
ocasionando dificuldades para o grupo de trabalho, como denominava Bion.
São eles: dependência, quando o grupo espera decisões de fora, principal-
mente do coordenador, comportando-se de modo infantil; luta e fuga, quando
o grupo age como se tivesse que combater ou evitar um inimigo, que pode ser
o coordenador ou outro membro; e expectativa messiânica, quando o grupo
desenvolve a crença de que alguém ou algo, fora do grupo, vai solucionar os
seus problemas e aflições (OSORIO, 2013).
Jacob Levy Moreno abordou o psicodrama, uma abordagem grupal que
utiliza a dramatização (ou a representação dramática) improvisada como
forma de atingir e explorar a psique e suas emoções. O autoconhecimento
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pretendido é atingido com o resgate da espontaneidade e da criatividade,


passando pela expressão do corpo. As cristalizações, ou os obstáculos para
a espontaneidade, seriam originadas nas tradições culturais e sociais e nas
interdições delas decorrentes, o que Moreno chamou de conservas culturais.
Condicionado por elas, o indivíduo passa a colocar limites ao seu prazer,
como forma de evitar sofrimento, mas pode desenvolver defesas como a
repressão ou o isolamento. A espontaneidade, a criatividade e a sensibilidade
seriam os recursos inatos, resgatáveis, que poderiam auxiliar na revisão das
cristalizações e em um reencontro com a vida criativa e plena. O homem
precisaria romper com as subordinações que o fazem se sentir impotente,
inerte, repetitivo e não espontâneo (MORENO; MORENO, 2014).
A teoria dos vínculos, de Pichon-Rivière (2005), para entender e trabalhar
com grupos operativos, parte da teoria das relações objetais, principalmente
sob a influência de Melanie Klein. As relações de objeto na primeira interação
do bebê com o mundo, que ocorre antes mesmo de ele se dar conta de que o
outro existe, significam relações intersubjetivas, que nascem baseadas em
necessidades físicas e embasam a vinculação com o outro. O vínculo, segundo
o autor, implica a existência de uma comunicação, com um emissor, um re-
ceptor, uma codificação e uma decodificação de mensagens. Esse processo
comunicacional se dá entre subjetividades e pode ser internalizado como bom
ou mau, e essa avaliação do vínculo inicial vai condicionar a aprendizagem
da realidade externa, dos relacionamentos sociais. Assim, dependendo das
vivências de vínculo dos sujeitos, os relacionamentos posteriores podem
resultar em processos de interação abertos, como uma espiral, ou fechados
e estereotipados. Esses relacionamentos ocorrem no campo grupal e podem
ser revistos e retificados por meio de uma espiral dialética de aprendizagem.
Outras abordagens são importantes influências no Brasil e nascem de
correntes teóricas europeias e americanas, mas ganham solo fértil em nossa
realidade. Quando a psicologia dialoga com o social no Brasil, além das
abordagens descritas, ela o faz por meio da Escola de Chicago, represen-
tada por duas gerações de pensadores da psicologia social (George H. Mead
e Erving Goffman), da Escola de Frankfurt, que dialoga com a psicanálise
(principalmente Max Horkheimer, psicólogo social, juntamente com outros
autores da filosofia, da sociologia, etc.), do marxismo (principalmente Silvia
Lane, Ana Bock, entre outros); da análise institucional (principalmente sob
influência de Georges Lapassade e Renè Lourau, com Heliana Rodrigues,
Gregório Baremblitt, entre outros); e das representações sociais (de Serge
Moscovici, divulgado no Brasil por H. Jodelet, que promoveu a formação de
vários grupos de pesquisa em diversas regiões brasileiras) (PORTUGAL, 2010).
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Nesta seção, vimos a mudança paradigmática na psicologia social, do


paradigma linear para o sistêmico-relacional, e os conceitos que entraram
com força nos estudos sobre grupos. Estudamos os principais autores consa-
grados na temática e as correntes teóricas mais atuais da psicologia social e
de grupos. A seguir, vamos ver exemplos de estudos sobre grupos, dos mais
antigos aos mais atuais.

Exemplos de estudos sobre grupos


As experiências e atividades com grupos favorecem o entendimento dos
diferentes conceitos e das formas de compreensão de suas dinâmicas. Falar
em grupos de forma genérica é difícil, pois existem muitos conceitos e con-
cepções envolvidas, como visto nas seções anteriores. Autores de mesmos
antecedentes históricos, apesar de terem algumas influências semelhantes,
propõem formas de ver e intervir em grupos muito diversas. Esta seção tenta
superar essa generalização, dando alguns exemplos de estudos e experimentos
com grupos propostos pelos autores já mencionados.
O antropólogo cultural Bateson esteve na Nova Guiné e observou que os
comportamentos dos indivíduos são determinados pelas reações dos outros
que os cercam, o que originou a sua teoria da comunicação e o conceito de
duplo vínculo. Ele aproximou-se da psicanálise para compor a sua hipótese
e estudou as patologias da comunicação familiar e o desenvolvimento da
esquizofrenia, conforme vimos. Ao observar esquizofrênicos, ele levantou a
questão sobre quais condições do processo de socialização do esquizofrênico
podiam determinar suas formas de comunicação, com uso massivo de me-
táforas, não percebidas dessa forma pelas outras pessoas. O autor sugeriu
que a esquizofrenia, que demonstra claramente problemas de comunicação,
é o resultado de interações familiares marcadas pela ambivalência, por
impasses e por confusões mentais, derivadas de mensagens contraditórias
e impossíveis de serem seguidas. Essas relações formam o duplo vínculo.
Apesar de a teoria das causas da esquizofrenia ter sido bem controvertida
na psicologia, o conceito de duplo vínculo permaneceu válido (OSORIO, 2013).
No prosseguimento de suas pesquisas sobre a patologia da comunicação,
Bateson elaborou alguns axiomas a partir de experimentos. Por exemplo, um
indivíduo que está em um meio de transporte para uma viagem longa percebe
que alguém se aproxima para ocupar o lugar ao seu lado e finge estar dormindo
em uma clara mensagem de que não está disponível para conversas. Essa
seria uma mensagem comunicacional que funciona por meio da conduta, ou
seja, é uma comunicação condutual (OSORIO, 2013). Esses comportamentos
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são percebidos em grupos quando pessoas evitam alguns e se aproximam de


outros, “fecham” o acesso de alguém à conversa, etc. O corpo, as expressões
faciais ou algumas atitudes mais fortes de reprovação são utilizados para
afastar pessoas ou para aproximar, como o apreciamento pelo que a pessoa
diz e faz, a aproximação física, os convites, os sorrisos e a simpatia em geral.
Outro axioma aponta que a comunicação tem aspectos referenciais (con-
teúdo) e conativos (relacionais), no que é chamado de metacomunicação. Por
exemplo, se uma mãe recebe uma mensagem do filho pedindo dinheiro, ela
pode ler em tom normal, de um filho necessitado, ou em tom áspero, por ser
a terceira solicitação do mês. Assim, o tom da leitura (relacional) não muda
o que está escrito na mensagem (conteúdo), mas imprime algo para além da
comunicação formal (metacomunicação). Em grupos, o tom da voz pode indicar
divergências entre o que a pessoa diz e o que está sentindo. Também pode
transmitir sentimentos como desprezo, ironia, desqualificação, entre outros.
Por outro lado, pode significar preferências em disputas, acordos tácitos, etc.
Bateson também chegou a outro axioma, que enuncia que a natureza de uma
relação vai influenciar nas sequências comunicacionais entre os indivíduos
envolvidos. Por exemplo, a anedota do rato de laboratório que pensa ter
condicionado o pesquisador, pois cada vez que abaixa a alavanca, ele lhe
dá comida. A comunicação acontece de forma simétrica ou complementar a
partir de relações baseadas em igualdades ou diferenças, conforme mostra
a Figura 1. A simetria caracteriza-se pela igualdade, e a complementariedade,
pela diferença. A saúde da comunicação depende da alternância dessas
formas de comunicação.

A B

Figura 1. (a) Simetria e (b) complementariedade na comunicação humana.


Fonte: Osorio (2013, p. 31).

Moreno, criador do psicodrama, durante o período de sua formação em


medicina, desenvolveu atividades em praças de Viena com crianças. Ele
as admirava pela espontaneidade, conceito que se tornou central em seu
trabalho. Moreno contava histórias para as crianças, para que as represen-
tassem, com o intuito de desenvolver criatividade e espontaneidade, o que
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chamou de teatro de espontaneidade. Em seu trabalho de interesse social,


ele desenvolveu um experimento com um grupo de prostitutas, visando
à assistência médica e à organização delas como trabalhadoras. Além do
trabalho com prostitutas, Moreno desenvolveu um mapeamento para a re-
organização de um campo de refugiados com base em sentimentos que os
vizinhos nutriam entre si. O trabalho com as prostitutas foi a gênese de seu
modelo de psicoterapia grupal, e o experimento com os refugiados foi a dos
princípios da sociometria (MARINEAU, 1992).
A teoria dos papéis, juntamente com a da espontaneidade, tem grande
relevância na teoria de Moreno. Percebe-se que a própria dramatização
lança mão de tantos papéis e atuações ao mesmo tempo. Os papéis são
as formas de funcionamento de um indivíduo, desenvolvidos em relação
a uma reação ou enfrentamento de situações em sua vida, com o envolvi-
mento de outras pessoas e objetos. Os papéis são a matriz da identidade
e vão sendo somados ao sujeito à medida que vão aparecendo. A matriz
de identidade, por sua vez, diz respeito à rede de relações que envolve o
ser em desenvolvimento (a criança) e é composta por fatores biológicos,
psicológicos e socioculturais. Trata-se do processo de aprendizagem no
mundo, incluindo a relacional.
Moreno acreditava que os métodos grupais tinham maior potencialidade
de mobilização de material inconsciente do que os individuais. Ele enfati-
zava a necessidade de pesquisar em grupos concretos, como fazia no início
de sua carreira com crianças, prostitutas e refugiados. Por isso, afirmava
o ineditismo do método grupal até 1923, quando inaugurou o laboratório
de espontaneidade em Viena. Ele questionava conceitos que considerava
dogmáticos, como a transferência e a contratransferência para as situações
grupais. Em suas palavras: “Se o encontro terapêutico for conduzido no divã,
numa poltrona, em torno de uma mesa ou em cima de um palco, a principal
hipótese em todos os casos é que a interação produz resultados terapêuticos”
(MORENO; MORENO, 2014, p. 14). Com essas palavras, ele introduzia a sua
concepção de setting terapêutico ou grupal, aberto e flexível e adequado à
situação e ao paciente.
Moreno também pensava que a psicoterapia clássica havia estabelecido
uma relação estática, em que o médico (ou o psicólogo) são terapeutas e
o paciente é paciente. O psicodrama modifica essa relação, que pode ser
invertida, pois em grupos os papéis circulam. A distinção entre condutor da
sessão e agentes terapêuticos é importante, pois os últimos não precisam
necessariamente ser profissionais formados em psicoterapia. O terapeuta
pode trabalhar por meio de outros, favoráveis na situação, em diferentes
14 Antecedentes históricos dos processos grupais

combinações entre vários indivíduos. Moreno postula que (MORENO; MORENO,


2014, p. 21):

„ o grupo vem antes e o terapeuta é subordinado a ele;


„ o terapeuta, antes que desponte como líder terapêutico, é apenas
outro membro do grupo;
„ uma pessoa é agente terapêutico de outra, e um grupo é agente te-
rapêutico de outro.

Mesmo que o psicodrama se refira mais proximamente à psicoterapia em


grupos, algumas regras de aplicação e os experimentos de Moreno servem
para situações vivenciadas por grupos com objetivos diversos da psicotera-
pia. A dramatização, a troca de papéis, os participantes exercendo funções
diversas durante os encontros, entre outras, são técnicas utilizadas em grupos
operativos e de trabalho.
Bleger (1998), seguidor de Pichon-Rivière nos grupos operativos, aponta um
estudo realizado sobre diferentes momentos de aprendizagem com estudantes
de um curso de psicologia de Buenos Aires. Cada momento da aprendizagem
implica determinados papéis dos membros do grupo, e era essa a hipótese
a ser verificada com um questionário que se propunha a detectar atitudes
dos estudantes frente ao curso. Todas as atividades apareceram como parte
do processo de aprendizagem, e cada momento exigia condutas diferentes,
assumidas pelo grupo ou por diferentes membros. Os resultados da pesquisa
demonstraram oito formas típicas de condutas, em diferentes momentos;
veja a seguir (BLEGER, 1998).

1. Momento paranoide: a aprendizagem é percebida como perigosa


e ameaçadora, e o grupo assume uma atitude de desconfiança ou
hostilidade.
2. Momento fóbico: a aprendizagem é evitada, fugindo do contato com
os conteúdos e as tarefas.
3. Momento contrafóbico: ataque e ridicularização do objeto de
conhecimento.
4. Momento obsessivo: tentativa de controle e imobilização do objeto de
conhecimento por meio de rituais e estereotipias ou perguntas para
controlar o esquema referencial.
5. Momento confusional: a defesa fracassa e gera confusão entre o eu e
o objeto, que passam a não ser discriminados.
Antecedentes históricos dos processos grupais 15

6. Momento esquizoide: organização mais estável da evitação fóbica,


continua mantendo distância em relação à aprendizagem, alheamento.
7. Momento depressivo: os conteúdos foram internalizados e a elaboração
é buscada.
8. Momento epileptoide: reação contra a aprendizagem para destruí-la.

Essas não são fases que se sucedem, nem mesmo aparecem em todo o
grupo, pois podem estar colocadas em individualmente em alguns membros
que tenham mais facilidade para assumir os diferentes momentos, por carac-
terísticas pessoais. Sempre que aparecem os diferentes momentos, individual
ou coletivamente, eles são importantes para a tarefa grupal, pois podem
potencializá-la. Os papéis são complementares, e esses momentos poderiam
ser vividos individualmente com sofrimento e estereotipia, mas no grupo eles
podem encontrar complementariedade. Nas palavras do autor, “cada um vai
incorporando momentos dos demais e retifica assim, paulatinamente, sua
própria estereotipia: com isso atinge-se não só um alto rendimento grupal,
como, também, uma integração da informação, da aprendizagem e do eu de
cada membro” (BLEGER, 1998, p. 89).
Cada grupo, com propósitos diferentes, tem o seu processo grupal. Esse
processo depende do referencial teórico utilizado pelo coordenador ou te-
rapeuta, assim como dos objetivos ou das tarefas que ele propõe atingir. A
forma, a duração e as regras estabelecidas para o funcionamento do grupo
vão fazer a diferença em seu processo e conclusão. Ainda, mesmo mobilizando
conteúdos inconscientes e passados durante o processo grupal, os grupos
operativos e de trabalho (não psicoterápicos) concentram-se no presente e
no futuro, que condicionam e monitoram seus trabalhos.

Referências
BLEGER, J. Temas de psicologia: entrevistas e grupos. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
EPISTEMOLOGIA. In: MICHAELIS – Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa. São
Paulo: Melhoramentos, c2022. Disponível em: https://michaelis.uol.com.br/moderno-
-portugues/busca/portugues-brasileiro/epistemologia/. Acesso em: 5 maio 2022.
GIDDENS, A.; SUTTON, P. W. Conceitos essenciais da sociologia. 2. ed. rev. São Paulo:
Editora Unesp, 2017.
KUHN, T. S. A estrutura das revoluções científicas. 5. ed. São Paulo: Perspectiva, 1998.
MAILHIOT, G. B. Dinâmica e gênese dos grupos. São Paulo: Livraria Duas Cidades, 1981.
MARINEAU, R. F. Jacob Levy Moreno, 1889-1974: pai do psicodrama, da sociometria e da
psicoterapia de grupo. São Paulo: Ágora, 1992.
16 Antecedentes históricos dos processos grupais

MELO, A. S. E.; MAIA FILHO, O. N.; CHAVES, H. V. Conceitos básicos em intervenção grupal.
Encontro – Revista de Psicologia, v. 17, n. 26, p. 47-63, 2014.
MORENO, J. L.; MORENO, Z. T. Fundamentos do psicodrama. São Paulo: Summus, 2014.
OSORIO, L. C. Como trabalhar com sistemas humanos: grupos, casais e famílias, em-
presas. Porto Alegre: Artmed, 2013.
PICHON-RIVIÈRE, E. O processo grupal. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
PORTUGAL, F. T. Psicologia social em George Herbert Mead, na Escola de Chicago e em
Erving Goffman. In: JACÓ-VILELA, A. M.; FERREIRA, A. A. L.; PORTUGAL, F. T. (org.). História
da psicologia: rumos e percursos. Rio de Janeiro: Nau, 2010. p. 463-472.

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