Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 12

RELATÓRIO DO GRUPO TUTORIAL D – SP04

CURSO DE MEDICINA - ETAPA 7


RELATÓRIO – SP04 2

MOGI GUAÇU
09 DE ABRIL DE 2024

MÓDULO: Unidade Curricular 20 da Etapa 7

TUTOR: Dr. Lélio Silva Junior

COORDENADOR: Gabriel Dias Freitas (RA: 215174)

RELATOR: Pedro Augusto Godinho (RA: 215125)

DISCENTES:

Alessandra de Lima Marques Anastacio (RA: 215142)

Aline Ferreira Catrolio (RA: 21517)

Eliana Nunes (RA: 215127)

Gabriel Dias Freitas (RA: 215174)

Pedro Augusto Godinho (RA: 215125)

Pedro d’Luca Kassem (RA: 225234)

Rafael Matos de Freitas (RA: 225417)

Rodrigo Chiarini de Carvalho (RA: 215111)

Rúbia Souza Peguin (RA: 215121)


RELATÓRIO – SP04 3

SUMÁRIO

I – TERMOS DESCONHECIDOS.............................................................................4

II – FLUXOGRAMA...................................................................................................4

III – OBJETIVO GERAL............................................................................................4

IV – OBJETIVOS ESPECÍFICOS..............................................................................4

V – EXPLANAÇÃO DOS OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1. Definir a crise convulsiva................................................................................5

2. Elencar a epidemiologia/etiologia da crise convulsiva...................................5

3. Elucidar s fisiopatologia da crise convulsiva..................................................6

4. Abordagem da 1ª crise convulsiva do adulto..................................................8

5. Estudar as manifestações clínicas da crise convulsiva..................................8

6. Saber os métodos investigativos (diagnóstico e diagnóstico diferencial) da

crise convulsiva .............................................................................................9

7. Apresentar o manejo e o tratamento da crise convulsiva..............................9

VI – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................11
RELATÓRIO – SP04 4

I – TERMOS DESCONHECIDOS
Não foi evidenciado termos desconhecidos.

II – FLUXOGRAMA

III – OBJETIVO GERAL


Compreender os principais aspectos da crise convulsiva.

IV – OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1. Definir a crise convulsiva;
2. Elencar a epidemiologia/etiologia da crise convulsiva;
RELATÓRIO – SP04 5

3. Elucidar a fisiopatologia da crise convulsiva;


4. Abordagem da 1ª crise convulsiva do adulto;
5. Estudar as manifestações clínicas da crise convulsiva;
6. Saber os métodos investigativos (diagnóstico e diagnóstico diferencial da
crise convulsiva;
7. Apresentar o manejo e o tratamento da crise convulsiva.

V – EXPLANAÇÃO DOS OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1. Definir a crise convulsiva


A convulsão ou crise epilética é definida por sinais ou sintomas transitórios
focais ou generalizados decorrentes de uma atividade neuronal exacerbada, podendo
ser classificada com base em sua localização em focal ou generalizada.
É importante diferenciar as crises epiléticas da epilepsia propriamente dita,
sendo essa última originada por agressões agudas no cérebro (como infecções,
traumas, intoxicação e distúrbios metabólicos), gerando – frequentemente – múltiplas
crises e possuem tendência a cronificação, enquanto as crises epiléticas
correspondem aos episódios.

2. Elencar a epidemiologia/etiologia da crise convulsiva


Dados demonstram que as crises epiléticas acometem 39 a cada 100.000
habitantes nos países desenvolvidos, com uma incidência predominantemente no
sexo masculino, com uma distribuição etária concentrada no primeiro ano de vida e
na terceira ou quarta década de vida.
Entretanto, vale ressaltar que os quadros de crises epiléticas estão crescendo
exponencialmente, principalmente nos países em desenvolvimento em decorrência de
casos de infecções, lesões perinatais, traumatismo e até um tratamento insatisfatório.
Assim, os fatores de risco são subdivididos de acordo com sua etiologia,
podendo ser:
✓ de origem metabólica (como hiper e hiponatremia, hipocalcemia,
hipóxia e distúrbios glicêmicos),
RELATÓRIO – SP04 6

✓ induzida por substâncias (como antidepressivos tricíclicos, isoniazida,


anti-histamínicos, ciclosporinas, cocaína, lítio e anfetaminas),
✓ abstinência de alguma substância (como o álcool),
✓ endócrinas (hiper e hipotireoidismo),
✓ distúrbios do SNC (como traumatismos, AVC, hemorragias, abcessos e
meningite)
✓ e até por outras condições como crises falciformes, lúpus, eclampsia e
febra alta.

3. Elucidar a fisiopatologia da crise convulsiva


As convulsões podem ser diferençadas em dois grandes grupos: generalizadas
e focais, o que se subtende que a grande diferença entre esses dois tipos é a área em
que a convulsão está ocorrendo.
Nas convulsões generalizadas, a atividade elétrica anormal envolve ambos os
hemisférios cerebrais de forma simultânea. Isso significa que a descarga anormal de
neurônios se espalha por todo o cérebro, afetando amplas áreas dos dois hemisférios.
Como exemplo, tem-se:
✓ Tônico-Clônicas (também conhecidas como grande mal), que se inicia
com rigidez muscular generalizada, resultando em perda de consciência
e quedas; posteriormente, ocorrem movimentos rítmicos e involuntários
do corpo (fase clônica); essas crises podem estar associadas a
mordedura da língua, incontinência urinária e confusão após a crise.
✓ Ausências (pequeno mal), quando há uma breve perda de consciência,
geralmente com duração de alguns segundos, ou seja, o indivíduo
parece “desligar” por um momento, sendo que essas são mais comuns
em crianças e podem passar despercebidas, porém podem afetar o
desempenho escolar.
✓ Mioclônicas, caracterizadas por contrações musculares rápidas e breves
em diferentes partes do corpo, sendo que podem ocorrer isoladamente
ou em combinação com outros tipos de convulsão.
RELATÓRIO – SP04 7

✓ Atônicas, também conhecidas como convulsões de queda, resultam em


perda abrupta do tônus muscular, levando a quedas súbitas e
descontroladas.
Entretanto, a fisiopatologia da crise ainda é incerta, pois acreditam que o início
e a modulação envolvem aferentes colinérgicos, noradrenérgicos, serotoninérgicos e
histaminérgicos do tronco encefálico e de estruturas proencefálicas basais.
Ainda, vale ressaltar que – estruturalmente – o cérebro humano é organizado
em diversos circuitos neuronais conectados entre si, sendo que cada neurônio tem a
capacidade de produzir o próprio potencial elétrico através de íons de cálcio, sódio,
potássio e cloreto regulados através de canais de membrana que controlam a entrada
e saída desses substratos com o objetivo de atingir o potencial de membrana.

Nas convulsões focais, a atividade elétrica anormal se origina e se limita a uma


área específica do cérebro, isto é, a descarga anormal ocorre em um foco localizado
em um dos hemisférios cerebrais.
Os sintomas desse tipo de convulsão variam dependendo da área específica
do cérebro afetada pela atividade anormal, ou seja, pode haver movimentos
involuntários, alterações sensoriais, alucinações, movimentos automáticos ou
comprometimento da consciência, dependendo da região cerebral envolvida.
Dentre os tipos de convulsão focal, tem-se:
✓ Simples, as quais afetam apenas uma região específica do cérebro,
levando a sintomas motores, sensoriais ou autonômicos restritos a uma
área do corpo; o paciente permanece consciente durante a crise.
✓ Complexas, quando há o comprometimento da consciência, e o paciente
pode apresentar comportamentos automáticos; além disso, há a
ocorrência de movimentos repetitivos sem sentido, como mastigar ou
engolir repetidamente.
Assim, nas crises focais, um agregado de neurônios corticais e subcorticais que
utilizam o glutamato como neurotransmissor, que age nos receptores NDMA
sinalizando a entrada de íons no neurônio vizinho, desenvolvem surtos de alta
frequência dos potenciais de ação sódio-dependentes, causados por um desvio no
transporte de cálcio, gerando um pico de cálcio nessas células, propagando para os
neurônios adjacentes, onde há o aumento da excitabilidade há a diminuição da
inibição.
RELATÓRIO – SP04 8

Também, é fundamental mencionar que fatores genéticos estão associados à


ocorrência de epilepsia em genes específicos, que muitas vezes sofreram mutações
e estão presentes em algumas síndromes como Klinefelter, Angelman e Síndrome de
Down.

4. Abordagem da 1ª crise convulsiva do adulto


Ao avaliar um paciente que acabou de ter uma crise epiléptica, deve-se:
✓ Verificar os sinais vitais, certificando-se de que há boa oxigenação e que a
crise realmente cessou.
✓ Em seguida, realiza-se uma anamnese cuidadosa e um bom exame físico,
que irão determinar se há a necessidade de neuroimagem e/ou exames
laboratoriais.
É fundamental que a anamnese se inicie com o objetivo de esclarecer se houve
realmente uma crise epiléptica, além de avaliar as circunstâncias e características do
evento, incluindo o uso de medicamentos, drogas ilícitas e álcool. Também deve-se
investigar se há história de distúrbios neurológicos ou do desenvolvimento
neuropsicomotor, bem como história de epilepsia familiar, o que pode limitar os
diagnósticos diferenciais.
Porém é fato que não existem sinais, sintomas ou exames que possam
perfeitamente diferenciar uma crise convulsiva de um evento convulsivo não-
epiléptico, especialmente se o ocorrido não foi testemunhado. Síncope ou pré-síncope
são particularmente mais difíceis de diferenciar na emergência, até porque um
percentual elevado dos pacientes com síncope apresenta mioclonia ou movimentos
hipertônicos. Além disso, eventos precipitados por stress emocional ou precedidos por
tontura inespecífica, sudorese, dor torácica, palpitações ou bradicardia tendem a ser
síncopes.

5. Estudar as manifestações clínicas da crise convulsiva


O quadro clínico varia de acordo com o tipo de crise e a área do cérebro
envolvida, isto é, as crises focais podem ser classificadas como:
RELATÓRIO – SP04 9

✓ Temporal (sensitiva): distúrbios visuais (luzes, manchas, perde de


visão), gustatórios (gosto desagradável) e olfatório (odor desagradável
geralmente associado com sintomas gustatórios);
✓ Frontal (motora): crises tônicas e distônica (contrações de membro e
perda da fala);
✓ Parietal: manifestações predominantemente somatossensoriais
(formigamento, dormência, alteração da temperatura e desejo de se
mover);
✓ Occipital: manifestações visuais.
Com relação às crises generalizadas, podemos evidenciar:
✓ Tônica, quando há o aumento da contração muscular e persistência;
✓ Clônica, quando ocorre as contrações e relaxamentos repetitivos,
envolvendo os mesmos grupos musculares;
✓ Tônico-clônica, inclui a fase tônica seguida da fase clônica;
✓ Mioclônica, quando há contração única ou múltiplas e súbita
(semelhante a choque);
✓ Atônica, ocorre quando há perda súbita ou diminuição do tônus
muscular;
✓ Ausência, quando há a cessação abrupta de atividades (olhar vazio e
perda da consciência).

6. Saber os métodos investigativos (diagnóstico e diagnóstico diferencial)


da crise convulsiva
Conforme já foi supracitado, o diagnóstico é feito através de uma minuciosa
anamnese e exame físico; com relação ao diagnóstico diferencial, deve-se solicitar
exames neurológicos complementares, como eletroencefalograma, a tomografia de
crânio e a ressonância magnética do cérebro, os quais são importantes para auxiliar
no diagnóstico, O diagnóstico apropriado da crise convulsiva, bem como do tipo de
crise apresentado pelo paciente permite a escolha do tratamento mais adequado.

7. Apresentar o manejo e o tratamento da crise convulsiva


RELATÓRIO – SP04 10

A crise convulsiva é a forma mais conhecida pelas pessoas e é identificada


como “ataque epiléptico”. Nesse tipo de crise a pessoa pode cair ao chão, apresentar
contrações musculares em todo o corpo, mordedura da língua, salivação intensa,
respiração ofegante e, às vezes, até urinar, sendo que o diagnóstico é baseado nos
sintomas e nas observações de testemunhas.
Porém, caso o paciente esteja tendo a crise, recomenda-se colocá-lo deitado
no chão, mantendo-o afastado de objetos cortantes e móveis, e, se possível, retirar
colares e óculos e proteja a cabeça com uma almofada, travesseiro ou algo macio.
Em geral, as crises duram cerca de dois minutos, mas podem se estender por até
cinco.
Um erro comum é a tentativa de restringir os movimentos do paciente; a menos
que o ambiente represente um risco e sua tentativa seja de proteger o paciente, não
é recomendado restringir os movimentos, ou seja, deixe que a crise siga seu curso.
Outro erro, muito frequente, é inserir o dedo ou a mão na boca do paciente, na
tentativa de impedir uma queda de base de língua. Essa atitude pode resultar em um
trauma grave de mão. Assim, se possível, vire o paciente de lado para evitar a
aspiração de saliva ou vômito, caso ocorra; além disso, deve-se colocar algo macio
ou almofadas sob a cabeça do paciente para evitar lesões na cabeça durante a crise
também pode protegê-lo.
Por fim, recomenda-se anotar a duração da convulsão. Essa preocupação é
especial para convulsões longas, exigindo atenção médica imediata. Após a
convulsão, jamais deixar o paciente sozinho, ou seja, deve-se acompanha-lo até que
recupere a consciência e se acalme. Também, é fundamental anotar o estado do
paciente durante o evento, se houve contração de braços e pernas e quais deles,
olhos abertos ou fechados, cianose.
O tratamento, de primeira linha, é realizado por etapas, ou seja:
✓ Na primeira etapa, é primordial reconhecer a crise epilética e auxiliar na
estabilização do paciente que inclui manter a via aérea pérvia;
✓ Após a estabilização do paciente, a conduta pré-hospitalar inclui obter
acesso intravenoso e avaliar o motivo da crise;
✓ Em seguida, realiza-se o tratamento das crises que tem se mostrado
seguro e eficaz, através do uso de benzodiazepínicos (como diazepam
e lorazepan).
RELATÓRIO – SP04 11

Porém, se o paciente apresentar exame neurológico normal, é indicado que o


profissional da área médica dê alta; em contrapartida, caso não apresente alteração
no exame neurológico, é necessária a internação, bem como a investigação de estado
de mal epilético, além de um tratamento específico para essa condição.
Com relação ao tratamento, de segunda linha, inclui o uso de fenitoína, ácido
valproico, fenobarbital, levetiracetam e lacosamida.
Ainda, quando não é possível controlar o estado de mal epilético após essas
duas opções terapêuticas, é recomendado entrar com o tratamento de terceira linha,
o qual inclui intubação e indução de coma por anestésicos.

VI – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GOLDMAN & AUSIELLO. Cecil – Tratado de Medicina Interna. Tradução da 22ª


edição. Editora Elsevier / Medicina Nacionais, 2005.

MELO-SOUZA SE. Tratamento das Doenças Neurológicas. 3ª. Edição, Editora


Guanabara Koogan, 2013.

RODRIGUES MM, BERTOLUCCI PHF. Neurologia para o Clínico Geral. 1ª Edição.


Editora Manole, 2014.

VALE TC, PEDROSO JL, BARSOTTINI OGP. Guia de Bolso de Neurologia. Editora
Atheneu, 2018.
RELATÓRIO – SP04 12

Você também pode gostar