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Adm01.

Conceito, fontes, regime administrativo,


Princípios
Sumário
1. Conceitos Básicos...............................................10
2. Função do estado................................................11
3. Critérios para conceituar o direito administrativo
12

3.1. Teoria legalista ou exegética (1ª


teoria)........................................................13
3.2. Escola do serviço público (2ª
teoria)13
3.3. Critério do poder executivo (3ª
teoria)13
3.4. Critério das relações jurídicas (4ª
teoria)14
3.5. Critério teleológico (5ª teoria). 14
3.6. Critério negativo ou residual (6ª
teoria)14
3.7. Critério de distinção de atividade
jurídica e atividade social do estado (7ª
teoria)14
3.8. CRITÉRIO DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (8ª
teoria) (Hely Lopes Meireles – é o conceito
aceito no Brasil):.......................................15
3.9. O direito administrativo brasileiro
adota a teoria do direito administrativo
descritivo...................................................16
3.10. Objeto do direito administrativo
17
3.10.1. Função administrativa..........17
4. Direito administrativo é o Ramo do direito
público interno..............................................................18
4.1. Definição de direito Público...........18
4.2. Definição de direito Privado...........19
5. Direito administrativo e a relação com outros
ramos do direito............................................................19
5.1. Relação do dir. administrativo com o
dir. constitucional......................................19
5.1.1. O direito constitucional...........19
5.1.2. O direito administrativo..........20
5.2. Relação do dir. Administrativo com o
dir. Tributário............................................20
5.3. Relação do dir. administrativo com o
dir. penal....................................................20
5.4. Relação do dir. administrativo com
dir. Processual...........................................21
5.5. Relação do dir. administrativo com o
dir. do Trabalho.........................................21
5.6. Relação do dir. administrativo com o
dir. civil e comercial..................................22
6. Fontes do direito administrativo.........................25

6.1. Fonte PRINCIPAL do direito


administrativo:...........................................26
6.2. Fonte SECUNDÁRIA do direito
administrativo:...........................................27
6.3. Tipos de fontes do direito
administrativo............................................28
6.3.1. LEI como fonte do dir.
administrativo........................................28
6.3.2. JURISPRUDÊNCIA como fonte
do dir. administrativo............................30
6.3.3. PRINCÍPIOS GERAIS DE
DIREITO como fonte do dir. adm........30
6.3.4. COSTUME como fonte do dir.
adm. 31
7. Regime jurídico-administrativo..........................31
7.1. Regime jurídico-administrativo x
regime jurídico da administração..............33
8. Princípios da administração pública (L.I.M.P.E)44
8.1. Introdução dos princípios de dir.
adm. 44
8.2. Resumo dos princípios
administrativos..........................................45
8.3. Outros princípios............................46
8.4. Princípio da legalidade...................52
8.4.1. Princípio da legalidade x
regulamento e ato normativo.................54
8.4.2. Princípio da legalidade x medida
provisória...............................................55
8.4.3. Princípio da legalidade x
princípio da reserva de lei.....................56
8.4.4. Princípio da legalidade x
princípio da legitimidade.......................56
8.5. Princípio da impessoalidade..68
8.5.1. Princípio da impessoalidade está
ligado à finalidade e à isonomia............69
8.5.2. Consequências da
impessoalidade......................................70
8.5.3. Relacionamento do princípio da
impessoalidade......................................70
8.5.4. Proibição do nepotismo –
Súmula Vinculante nº 13.......................71
8.6. Princípio da moralidade
administrativa............................................80
8.6.1. Moralidade juridicizada...........82
8.6.2. Responsabilidade pela violação a
moralidade administrativa.....................83
8.6.3. Ação popular quando há
violação do princípio da moralidade.....83
8.6.4. Ação de improbidade
administrativa x ação popular...............84
8.7. Princípio da publicidade.................96
8.7.1. Publicidade interna e publicidade
externa 97
8.7.2. Princípio da publicidade x
segurança da sociedade e/ou Estado......99
8.7.3. Publicidade x publicação.........99
8.7.4. Exceções ao princípio da
publicidade..........................................100
8.8. Princípio da eficiência..................105
9. Regime jurídico-administrativo — princípios. .112
9.1. Princípio da Supremacia do interesse
público.....................................................113
9.2. Princípio da Indisponibilidade do
interesse público......................................115
9.3. Princípio da continuidade (implícito
na CF)......................................................117
9.4. Princípio da autotutela (implícito
da CF)......................................................122
9.4.1. Princípio da autotutela x
princípio da tutela................................123
9.5. Princípio da especialidade............124
9.6. Princípio da presunção de
legitimidade, de legalidade, de veracidade
127
9.7. Princípio da Razoabilidade...........130
9.8. Princípio da Proporcionalidade....134
9.9. Princípio da Motivação (implícito
na CF)......................................................135
9.10. Princípio da Segurança jurídica 137
9.11. Outros princípios.......................139
10. Violação dos princípios....................................141
10.1. Meios de controle da violação dos
princípios.................................................141
10.2. Convalidação de atos praticados
com vício de forma..................................142
10.2.1. Mesmo havendo a
convalidação do ato é possível o agente
ser responsabilizado............................143
10.3. Invalidade dos efeitos do ato contra
os princípios............................................143
10.4. Formas de participação do usuário
fiscalizando a administração...................144
11. Coisa julgada administrativa.............................147
12. Outras questões.................................................147

1. ( ) CESPE/DETRANDF/Auxiliar/2009 - A
administração pública é regida pelo princípio da
autotutela, segundo o qual o administrador público
está obrigado a denunciar os atos administrativos
ilegais ao Poder Judiciário e ao Ministério
Público.1
- O princípio da autotutela, que não está expresso na
Constituição Federal, sendo princípio implícito, permite
a Administração Pública realizar o controle de seus
próprios atos, revendo-os, de modo a anular os ilegais e
revogar os inoportunos e inconvenientes, conforme
súmulas 346 e 473 do Supremo Tribunal Federal.
2. ( ) CESPE/PCTO/2007 - O princípio da
vinculação política ao bem comum é, entre os
princípios constitucionais que norteiam a
administração pública, o mais importante. 2
- Não existe hierarquia material entre os princípios. No
caso concreto, os princípios devem ser harmonizados,
aplicando a ponderação de interesses, é dizer, sopesando
cada um deles e aplicando-os da melhor forma possível.
3. ( ) CESPE/MCT-FINEP/Analista/2009 - Por ser
um ramo do direito público, o direito
administrativo não se utiliza de institutos do direito
privado. 3
- O Direto está dividido em dois ramos, o Direito
Público e o Direito Privado. Apesar da bipartição, que
tem evidente caráter didático e classificatório, os ramos
não são isolados. A Lei nº 8.666/93, por exemplo, prevê
expressamente que se houver lacuna no tratamento dos
contratos, é cabível o uso subsidiário de normas de
direito privado (art. 54).

1. Conceitos Básicos
- DIREITO – É o conjunto de normas impostas
coativamente pelo Estado que vão permitir a
coexistência pacífica dos seres em sociedade.
- DIREITO POSTO – É o direito vigente em um dado
momento histórico.
- DIREITO PÚBLICO – É o direito que se preocupa
com a atuação do Estado. O Estado vai perseguir a
satisfação de interesse público.
- DIREITO PRIVADO – É o direito que se preocupa
com interesses privados, individuais.
- ORDEM PÚBLICA – São regras inafastáveis pela
vontade das partes. Elas existem tanto no direito público
(toda regra de direito público é também de ordem
pública) quanto no direito privado (ex: impedimentos
para o casamento; incapacidade civil, etc.)
- DIREITO INTERNO – Rege as relações dentro do
território nacional.
- DIREITO INTERNACIONAL – Rege as relações
com outros Estados e empresas estrangeiras.
- DIREITO ADMINISTRATIVO – É um ramo do
direito interno e do direito público.
2. Função do estado
- DIRETA (objeto do direito administrativo): Realizada
independente de provocação.
- INDIRETA: Realizada mediante provocação (função
jurisdicional).
- CONCRETA (objeto do direito administrativo)
- ABSTRATA: Função Legislativa
- IMEDIATA: Função jurídica do Estado (objeto do
direito administrativo)
- MEDIATA: Função social do Estado

4. Quanto ao conceito de direito administrativo,


assinale a alternativa correta.
A) Trata-se do conjunto de Leis no sentido formal
referentes à disciplina dos agente públicos e das
entidades governamentais.
B) Trata-se do conjunto dos princípios jurídicos de
direito público referentes à Administração Pública,
suas entidades, órgãos e agentes públicos.
C) É o conjunto dos princípios gerais estabelecidos no
direito brasileiro, expressamente na Constituição
Federal, que regem as relações jurídicas no Estado
Brasileiro.
D) É o conjunto dos princípios jurídicos de direito
público e privado que tratam da Administração
Pública, suas entidades, órgãos e agentes públicos.
E) É o conjunto dos princípios jurídicos de direito
público e privado que têm como estudo os Agentes
públicos, o Serviço Público e as Entidades do
Terceiro Setor.
- Direito administrativo é o conjunto harmônico de
princípios e regras que vai disciplinar órgãos,
agentes, atividade administrativa. Vai realizar de
forma direta, concreta e imediata os fins desejados
pelo Estado.

3. Critérios para conceituar o direito


administrativo
- O conceito e o conteúdo do direito administrativo
variam conforme o critério adotado pelo doutrinador ao
longo de seu desenvolvimento. Dos estudos doutrinários
e dos sistemas legais decorreu o surgimento de várias
teorias, dentre elas: a legalista, a do Poder Executivo, a
do serviço público (Escola do Serviço Público), a
teleológica e a negativista.
3.1. Teoria legalista ou exegética (1ª teoria).
- Direito administrativo é o estudo de lei seca.
{teoria está afastada. O direito administrativo também
se preocupa com princípios}. A escola exegética não
cogitava de força normativa de princípios. Os textos
produzidos na escola exegética eram simplesmente
comentários à lei e atos administrativos.
3.2. Escola do serviço público (2ª teoria)
- O direito administrativo é o estudo do serviço
público (disciplina, organiza e rege a prestação de
serviços públicos), estuda toda a atividade do Estado.
{Mas tudo o que o Estado faz é serviço público? E
quanto às atividades privadas do Estado, como indústria
e comércio?}
- Concepção de Leon Diguit sobre conceito de Serviço
Público: O serviço público deveria ser entendido em
sentido amplo abrangendo toda a gestão do Estado,
independentemente do regime adotado, diversamente de
Gaston Gese, o qual afirma que é só o de direito
público.
3.3. Critério do poder executivo (3ª teoria)
- O direito administrativo se preocupa tão somente com
o Poder Executivo, ou seja, é a reunião de atos do
Executivo. {Mas e quanto às atividades dos Poderes
Legislativo e Judiciário de natureza administrativa?}.
3.4. Critério das relações jurídicas (4ª teoria)
- É preciso separar as relações jurídicas do Estado e o
direito administrativo se ocupará do estudo de todas
essas relações. {Mas se todas as relações jurídicas são
estudadas pelo direito administrativo, para que serve o
direito tributário e os outros ramos?}
3.5. Critério teleológico (5ª teoria)
- O direito administrativo é um conjunto harmônico de
princípios que disciplinam a atividade concreta do
Estado para realização de fins de utilidade pública.
{Conceito incompleto}
3.6. Critério negativo ou residual (6ª teoria)
- O direito administrativo é definido por exclusão,
retirando a função legislativa e a função jurisdicional do
Estado, o que sobra é a atividade de administrar.
{Conceito insuficiente}
3.7. Critério de distinção de atividade jurídica e
atividade social do estado (7ª teoria)
- O direito administrativo estuda a atividade jurídica do
Estado e não o Estado social (que trata de políticas
públicas). {Correta, mas incompleto}

5. (CESPE - 2014 - TJ-SE - Titular de Serviços de


Notas e de Registros – Provimento) A respeito dos
princípios, das fontes e do conceito de direito
administrativo, assinale a opção correta. De acordo
com o critério das relações jurídicas, o direito
administrativo pode ser visto como o sistema dos
princípios jurídicos que regulam a atividade do
Estado para o cumprimento de seus fins.4
- Não é o critério das relação jurídicas, mas sim das
relações públicas.
- O critério das relações jurídicas é um critério mais
tradicional, que dizia que o direito administrativo
tratava das relações firmadas entre a administração
pública e os particulares.
6. (CESPE - 2014 - TJ-SE - Titular de Serviços de
Notas e de Registros – Provimento) A respeito dos
princípios, das fontes e do conceito de direito
administrativo, assinale a opção correta. Consoante
o critério da distinção entre atividade jurídica e
social do Estado, o direito administrativo é o
conjunto dos princípios que regulam a atividade
jurídica não contenciosa do Estado e a constituição
dos órgãos e meios de sua ação em geral.5
3.8. CRITÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA (8ª teoria) (Hely Lopes Meireles –
é o conceito aceito no Brasil):
- Direito administrativo é o conjunto harmônico de
princípios e regras que vai disciplinar órgãos,
agentes, atividade administrativa. Vai
realizar de forma direta, concreta e imediata os fins
desejados pelo Estado.
- O direito administrativo não define os fins do Estado.
Isso quem faz é o direito constitucional. O direito
administrativo não trata da ação abstrata do Estado.
3.9. O direito administrativo brasileiro adota a
teoria do direito administrativo descritivo
- O direito administrativo brasileiro adotou a teoria
europeucontinental que é chamado de “direito
administrativo descritivo”.
- A teoria do direito administrativo descritivo, em
síntese, pode ser entendido como o conjunto de
princípios jurídicos que regem a atividade
administrativa, as entidades, os órgãos e os agentes
públicos, objetivando o perfeito atendimento das
necessidades da coletividade e dos fins desejados pelo
Estado. Apoia-se no modelo denominado
“europeucontinental”, originário do direito
francês e adotado por Itália, Espanha, Portugal, dentre
outros países europeus.
- O oposto da teoria do “europeucontinental” é o
modelo “angloamericano”, porque tem por objeto a
descrição e delimitação dos órgãos e dos serviços
públicos, sendo derrogatório do direito privado,
enquanto o segundo fulcra a atuação administrativa sem
derrogação do direito privado, integrando a Ciência da
Administração.

3.10. Objeto do direito administrativo


- Compete-lhe o estudo da atividade ou função
administrativa exercida direta ou indiretamente, de sua
estrutura, de seus bens, de seu pessoal e de sua
finalidade. Objetiva, em especial, o estudo de atos
editados pelo Poder Executivo, conquanto aplicável
também a atos oriundos dos Poderes Legislativo e
Judiciário.
3.10.1. Função administrativa
- Por função administrativa entende- se, com enorme
controvérsia na doutrina, o dever de o Estado atender ao
interesse público, satisfazendo o comando decorrente
dos atos normativos.
- O cumprimento do comando legal, como se verá,
poderá decorrer da função exercida por pessoa jurídica
de direito público ou mesmo privada descentralizada da
entidade estatal que a criou. O que não se discute é a
absoluta submissão da Administração à lei, que lhe
autoriza o exercício, ou a exteriorização por atos e
decisões de seus poderes. Ante tal submissão, mesmo
seus poderes hão de ser entendidos como deveres,
completando-se no binômio poder-dever, ou dever-
poder.
- O estudo da Administração Pública, em face dos
conceitos propostos, é substancialmente o objeto e a
função precípua do direito administrativo.
4. Direito administrativo é o Ramo do direito
público interno
- O direito administrativo é classificado
tradicionalmente como o ramo do direito
público interno, no qual também se situam o
direito constitucional, o tributário, o penal, o processual
civil e o processual penal, ao lado de outros conhecidos
mais recentemente, como ambiental, eleitoral e
urbanístico, diferentemente, portanto, dos ramos do
direito privado: civil, comercial e do trabalho.
- A divisão do direito em público (interno e externo) e
privado advém do direito romano e sempre suscitou
discussões doutrinárias. É que o direito objetivo
constitui uma unidade e não pode ser separado de forma
absoluta, ignorando-se a intensa intercomunicação entre
todos os seus ramos.
- Assim, a divisão proposta de há muito atende à
finalidade didática e consagra a doutrina majoritária.
4.1. Definição de direito Público
- O direito público é aquele que regula as relações em
que o Estado é parte ou mantém interesse
preponderante, regendo a sua organização, atuando com
supremacia e visando o interesse público,
4.2. Definição de direito Privado
- São as normas reguladoras das relações mantidas
exclusivamente por particulares, caracterizadas pelo
interesse privado.
5. Direito administrativo e a relação com outros
ramos do direito
5.1. Relação do dir. administrativo com o dir.
constitucional
- Com o direito constitucional há relacionamento porque
a este se comete o modelo de atuação da Administração
Pública, fixando-lhe os princípios, a regência enfim. A
Carta Constitucional de 1988 tratou, em capítulo próprio
(VII) e sob o título “Organização do Estado”, da
Administração Pública, conferindo, portanto, um regime
próprio: regime jurídico constitucional-administrativo.
- O direito constitucional e o direito administrativo
mantêm autêntica relação de dependência;
5.1.1. O direito constitucional
- Cuida da fixação da estrutura do Estado e dos seus
fins, sendo estático, traça o perfil da Administração
Pública, ditando os seus princípios básicos, regula a
forma de acesso aos cargos, empregos e funções
públicas, estabelece as acumulações vedadas, a
obrigatoriedade de licitação, a possibilidade de
constituição de empresas estatais, a prestação de
serviços públicos, dentre outras tantas normas aplicáveis
à Administração Pública direta e indireta (Capítulo VII,
arts. 37 e s.).
5.1.2. O direito administrativo
- O dir. Administrativo trata de instrumentalizar o seu
funcionamento e a consecução desses fins, sendo
dinâmico é informado pelos princípios expressos e
implícitos contidos na Constituição da República, daí a
interdependência dos dois ramos do direito público
interno.
5.2. Relação do dir. Administrativo com o dir.
Tributário
- Com o direito tributário o direito administrativo
também se relaciona intensamente, e, para muitos, de
forma sistêmica, ante a composição da receita pública
regulada por normas do primeiro e sua gestão deferida à
Administração Pública.
5.3. Relação do dir. administrativo com o dir.
penal
- A partir do direito penal o direito administrativo
conhece o ilícito penal praticável apenas por agentes
públicos (CP, arts. 330 e 331), qualificando de forma
diversa conduta penalmente ilícita quando perpetrada
por cidadão que ostente a qualificação funcional de
agente público (a lei penal refere-se a funcionário
público).
5.4. Relação do dir. administrativo com dir.
Processual
- Do direito processual o direito administrativo retira
normas aplicáveis aos processos administrativos,
aplicando, v. g., as normas previstas no Código de
Processo Penal subsidiariamente aos seus processos
disciplinares. A interação visa a garantir,
fundamentalmente, o contraditório e a ampla defesa ou
o devido processo legal. A forma dos atos processuais,
os modos de publicização do processo e de seus atos
podem ter fundamento nas regras gerais concebidas pelo
direito processual.
5.5. Relação do dir. administrativo com o dir. do
Trabalho
- Mesmo com o direito do trabalho há relação, uma vez
que o acesso a emprego público, por vezes, se dá com a
aplicação de normas próprias instituídas pela
Consolidação das Leis do Trabalho, como ocorre na
composição do quadro de pessoal das sociedades de
economia mista e das empresas públicas. A aplicação da
CLT aos empregados públicos, espécie de agentes
públicos, permite o estabelecimento de relação de
natureza contratual, empregatícia, entre a Administração
e seus agentes (no caso, empregados públicos), ainda
que também em maior número a relação estabelecida
seja de matiz diverso, próprio de um regime específico
(estatutário).
5.6. Relação do dir. administrativo com o dir. civil
e comercial
O direito civil e o comercial também emprestam normas
ao direito administrativo sempre que aplicados seus
institutos aos negócios jurídicos de interesse da
Administração. Assim, por exemplo, quando esta põe
em circulação um título de crédito; constitui uma
sociedade de economia mista; realiza uma alienação de
bem imóvel ou recebe um bem em doação, valendo-se
de institutos de direito comercial e de direito civil.

7. ( ) CESPE/TCU/2009 - A CF, as leis


complementares e ordinárias, os tratados
internacionais e os regulamentos são exemplos de
fontes do direito administrativo.6
- A lei é a mais importante fonte para o Direito
Administrativo, geradora de direitos e obrigações,
impondo-se tanto à conduta dos particulares, quanto à
ação estatal. Na qualidade de fonte, a lei tem um sentido
amplo, abrangendo diversas normas produzidas pelo
Estado, o que inclui, por exemplo, além da Carta
Magna, as leis complementares, ordinárias, delegadas e
medidas provisórias.
8. ( ) CESPE/MCTFINEP/Analista/2009 - O
costume e a praxe administrativa são fontes
inorganizadas do direito administrativo, que só
indiretamente influenciam na produção do direito
positivo. 7
- Os costumes e as praxes são fontes não-escritas e não-
organizadas. Os costumes são encontrados na sociedade
e as praxes no interior da Administração.
9. ( ) CESPE/SEFAZAC/2009 - Os costumes são
fontes do direito administrativo, não importando se
são contra legem, praeter legem ou secundum
legem.8
- Os costumes são fonte do Direito Administrativo.
Porém, a utilização dos costumes encontra restrições,
não podendo ser utilizados contra a lei.
10. ( ) CESPE/MCT-FINEP/Analista/2009 - A
doutrina é a atividade intelectual que, sobre os
fenômenos que focaliza, aponta os princípios
científicos do direito administrativo, não se
constituindo, contudo, em fonte dessa disciplina. 9
- A doutrina é fonte escrita e mediata (secundária) para
o Direito Administrativo, não gerando direitos para os
particulares, mas contribuindo para a formação do nosso
ramo jurídico. São fontes do Direito Administrativo a
lei, a doutrina, a jurisprudência e os costumes.
11. ( ) CESPE/TCE-AC/2008 - Os regulamentos e
regimentos dos órgãos da administração pública
são fontes primárias do direito administrativo
brasileiro. 10
- Os regulamentos, regimentos internos dos órgãos, são
fontes secundárias, uma vez que decorrem da lei, no
sentido de regulamentar sua aplicação. A lei é dita fonte
primária.
12. ( ) CESPE/TCE-AC/2008 - São fontes principais
do direito administrativo a doutrina, a
jurisprudência e os regimentos internos dos órgãos
administrativos. 11
- A principal fonte do direito administrativo é a lei em
sentido amplo (que inclui as espécies normativas do art.
59 da CF/88), sendo secundária ou acessória a
jurisprudência, a doutrina e os costumes.
13. ( ) CESPE/TCE-AC/2008 - A jurisprudência dos
tribunais de justiça, como fonte do direito
administrativo, não obriga a administração pública
federal. 12
- A Administração Pública Federal não se submete aos
entendimentos dos Tribunais locais, uma vez que, a
jurisprudência não é fonte primária, e sim, secundária,
por isso, não é obrigatória, mas serve de orientação.
14. ( ) CESPE/TCE-AC/2008 - O costume é fonte
primária do direito administrativo, devendo ser
aplicado quando a lei entrar em conflito com a
Constituição Federal. 13
- O costume é fonte secundária do Direito
Administrativo, e somente tem aplicação quando não for
contra-legem, ou seja, contrário à lei. Assim, o costume
deve ser aplicado em consonância com a norma, não
constituindo, ademais, fonte primária.

6. Fontes do direito administrativo


- Por fonte do direito pode-se compreender o
fundamento de validade da ordem jurídica. É fonte de
uma norma a anterior, que lhe seja superior, tal como
concebido por Kelsen.
- As fontes formais podem ser estatais (lei,
jurisprudência, convenções e tratados internacionais) e
não estatais (costumes, doutrina, o poder de grupos
sociais).
- A Constituição passa a ser a fonte das demais normas
jurídicas. Para a validez da Constituição, porém, não há
norma positivada, mas uma norma hipotética
fundamental, que é pressuposta. A norma hipotética, por
fim, é que confere o fundamento de validade para todo o
sistema ou ordem jurídica. Esse é o sentido formal de
fonte do direito. Fonte do direito, porém, é usualmente
empregada em outro sentido, associando-a ao que
produz o direito.
15. A doutrina MODERNA aponta como fonte
primária do Direito Administrativo:
A) as Súmulas Vinculantes
B) os costumes.
C) a doutrina.
D) os princípios gerais de direito público.
E) a jurisprudência.14

6.1. Fonte PRINCIPAL do direito


administrativo:
- LEI em sentido amplo (art. 59 da CF) - emendas à
Constituição; leis complementares; leis
ordinárias; leis delegadas; medidas
provisórias; DECRETOS LEGISLATIVOS;
RESOLUÇÕES) e as instruções, circulares e demais
atos decorrentes do poder normativo estatal.
- A súmula vinculante é fonte primária.

Art. 59. O processo legislativo compreende a


elaboração de:
I - emendas à Constituição;
II - leis complementares;
III - leis ordinárias;
IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias;
VI - decretos legislativos;
VII - resoluções.
Memorize!!!
- Decreto Legislativa, Resoluções e leis
delegadas são fontes PRIMÁRIAS do direito
administrativo
REDE

6.2. Fonte SECUNDÁRIA do direito


administrativo:
- Jurisprudência, a doutrina, os princípios
gerais de direito e os costumes.
Atenção!!!
- Os REGULAMENTOS, REGIMENTOS
INTERNOS DOS ÓRGÃOS, são fontes
SECUNDÁRIAS, uma vez que decorrem da lei, no
sentido de regulamentar sua aplicação. A lei é dita fonte
primária.

- Vale frisar que as fontes do direito administrativo têm


sido apresentadas de forma contraditória pela doutrina.
Basicamente, a principal fonte do direito
administrativo é a lei, norma escrita superior dentre
todas e impessoal, além de outros atos normativos,
abrangendo, assim, desde as normas constitucionais até
as instruções, circulares e demais atos decorrentes do
poder normativo estatal.
- Outras fontes, secundando a lei, inspiram o direito
administrativo, a saber: a jurisprudência, a
doutrina, os princípios gerais de direito e
os costumes.
6.3. Tipos de fontes do direito administrativo
6.3.1. LEI como fonte do dir. administrativo
- No sentido material Lei é uma regra escrita, geral,
abstrata, impessoal, que tem por conteúdo um direito
objetivo
- No sentido formal Lei é todo ato ou disposição
emanada do Poder Legislativo.
- A lei, conforme sua destinação recebe o nome de lei
constitucional, lei administrativa, lei civil, lei penal, lei
processual, lei tributária, lei comercial etc.
- Será o seu conteúdo que lhe emprestará a natureza de
norma de ordem pública ou de ordem privada — lex
privata, não correspondendo necessariamente ao direito
público as normas de ordem pública. Tanto assim que as
normas aplicáveis ao casamento e sua dissolução, a
despeito de tangerem ao direito civil — privado,
portanto —, possuem o conteúdo de normas públicas,
que lhes garante a rubrica “ordem pública”.
- A lei, como norma jurídica, deve ser entendida, em seu
sentido material, como todo ato normativo imposto
coativamente pelo Estado aos particulares, regrando as
relações entre ambos e dos particulares entre si.
- A lei em acepção ampla é fonte do direito
administrativo, abrangendo todos os atos normativos
resultantes do poder legiferante e do poder normativo.
- As leis estão dispostas em uma estrutura escalonada ou
hierarquizada (estrutura piramidal com a CF no vértice)
e apresentam, segundo o STF, uma relação de
compatibilidade vertical umas com as outras, ou seja, as
normas inferiores devem ser compatíveis com as
superiores e todas elas, com a CF, sob pena de
caracterizar uma ilegalidade e, consequentemente, uma
inconstitucionalidade. Assim, se um ato contraria a lei
propriamente dita, este ato é ilegal e ainda, por ofender
a relação de compatibilidade vertical, é também
inconstitucional (inconstitucionalidade reflexa).
→ lei constitucional (superior a todas); → lei
complementar (superior em relação às demais); → lei
ordinária; lei delegada; medida provisória (que, embora
não seja lei, produz efeitos como se fosse); decreto
legislativo; resolução do Senado; decreto regulamentar;
instrução ministerial; regulamento; regimento; circular;
portaria; ordem de serviço.

16. ( ) A jurisprudência é fonte do direito


administrativo, mas não vincula as decisões
administrativas, apesar de o direito administrativo
se ressentir de codificação legal.15

6.3.2. JURISPRUDÊNCIA como fonte do dir.


administrativo
- A jurisprudência, ou a reunião organizada de decisões
proferidas num mesmo sentido, inspira o direito
administrativo.
- Diversos doutrinadores não a
reconhecem como fonte do direito,
entendendo-a como mera fonte imediata ou de valor
moral. Mas, parece-nos acertado indicá-la como fonte,
sendo marcante a sua influência em diversos institutos,
tais como a responsabilidade civil do Estado, a
intervenção na propriedade privada, na apuração de
ilícitos funcionais e, ainda, na dosimetria da sanção
disciplinar.
- A jurisprudência é resultante do exercício da atividade
jurisdicional que, ante a reiteração de decisões em um
mesmo sentido, passa a constituir norma aplicável a
hipóteses similares.
6.3.3. PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO como
fonte do dir. adm.
- Os princípios gerais de direito, ou os postulados que
dirigem toda a legislação, apresentam-se como fonte do
direito administrativo, porquanto atuam como
pressupostos de todas as regras jurídicas. Os princípios
aplicáveis à Administração, tanto os previstos expressa
ou implicitamente na Constituição como os
estabelecidos em outros atos normativos, têm tal
natureza e são de observância obrigatória.
6.3.4. COSTUME como fonte do dir. adm.
- O costume, desde que não contrário à lei e à moral,
pode constituir fonte do direito administrativo, em
especial porque não há codificação de todas as normas e
pela impossibilidade de estas suprirem as lacunas
conhecidas tão só do exercício da atividade
administrativa.
- O costume requisita a prática reiterada, sua
uniformidade, continuidade e moralidade, para ser
fonte do direito, e não é diferente para o direito
administrativo.
- Não se confunde, porém, o costume com a praxe
administrativa, que vem a ser a reiterada forma de
condução da máquina administrativa e o modo pelo qual
atuam os agentes públicos.
- Os costumes e as praxes são fontes não-escritas e não-
organizadas. Os costumes são encontrados na sociedade
e as praxes no interior da Administração.
7. Regime jurídico-administrativo
Definição do termo “Regime”. Regime quer dizer o
conjunto de normas e de princípios
aplicáveis a uma determinada situação. Muitas vezes a
expressão é conjugada com um qualificativo,
um termo, que lhe trará adjetivação.

- O direito administrativo, como dito, constitui uma


disciplina jurídica vinculada ao direito público,
organizada a partir de princípios jurídicos
harmonicamente reunidos.
- A expressão “regime jurídico-administrativo”
consagra a união dos PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS
peculiares a essa disciplina, que conservam entre si não
apenas união, mas relação de interdependência. Tais
princípios são:
a) Supremacia do interesse público
sobre o privado;
b) Indisponibilidade dos interesses
públicos (Celso Antônio Bandeira de Mello,
Curso de direito administrativo, 12. ed., São Paulo:
Malheiros, 2000, p. 19).
- Esse regime é, ainda, caracterizado pela coexistência
de “prerrogativas” e “sujeições”.
- As prerrogativas são detidas pela Administração
Pública para satisfazer o interesse público,
condicionando ou limitando o exercício de direitos e
liberdades do indivíduo, denotando a “supremacia do
interesse público sobre o particular”.
- As sujeições restringem a autonomia de vontade da
Administração Pública, que somente atua para atender
ao interesse público e na forma permitida por lei. Daí o
binômio prerrogativas e sujeições típico do regime
jurídico aplicável para todos os órgãos e entidades que
compõem a Administração Pública brasileira.
7.1. Regime jurídico-administrativo x regime
jurídico da administração
- A expressão “regime jurídico-administrativo” difere da
expressão “regime jurídico da Administração”,
- O regime jurídico da administração tanto pode ser de
direito público como de direito privado, conforme esteja
submetida a Administração em determinada atuação. O
modelo afasta a submissão ao direito privado ou
público, conferindo tratamento jurídico híbrido para o
Poder Público e para a Administração.
- O “regime jurídico-administrativo” consagra
princípios próprios do direito administrativo e da
Administração Pública:

• Regime jurídico da Administração — conjunto de


normas de direito público ou de direito privado
aplicáveis à regência da Administração Pública.
• Regime jurídico-administrativo — conjunto
de normas de direito público próprias do direito
administrativo e que condicionam a vontade da
Administração (sujeição) e permite-lhe o exercício de
prerrogativas exorbitantes do direito privado. Que são
supremacia do interesse público sobre o privado e
indisponibilidade dos interesses públicos

Macete
Por causa de um tracinho a o Regime jurídico-
administrativo fica muito forte:
Regime jurídico-administrativo → Supremacia do
interesse público sobre o privado e
indisponibilidade dos interesses
públicos.
- Já o regime jurídico administrativo sem o tracinho é o
conjunto de norma e princípios de direito privado e
público. O regime jurídico administrativo (sem o
tracinho) engloba o regime jurídico-administrativo
(público) e o direito privado.

17. ( ) CESPE/ANAC/Analista/2009 - São princípios


da administração pública expressamente previstos
na CF: legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade, eficiência e motivação.16
- A Constituição não exige expressamente do
administrador a motivação como princípio, pela leitura
do caput do art. 37, da Carta Magna, temos apenas
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência. Por sua vez, o art. 93, X, da CF/88 estabelece
que as decisões administrativas dos tribunais serão
motivadas. Assim, entende-se que a previsão da
motivação para a Administração como um todo é tão
somente implícita na CF/88.
18. ( ) CESPE/TJDFT/2008 - A Constituição Federal
faz menção expressa apenas aos princípios da
legalidade, impessoalidade, moralidade e
publicidade.17
- O caput do art. 37 da CF/88 traz expressamente os
seguintes princípios: Legalidade; Impessoalidade;
Moralidade; Publicidade e Eficiência (L.I.M.P.E.). O
erro da assertiva está em não fazer referência ao
princípio explícito da eficiência, introduzido no diploma
constitucional com a EC 19/98.
19. ( ) CESPE/MPAM/2007 - A lei que trata dos
processos administrativos no âmbito federal previu
outros princípios norteadores da administração
pública. Tal previsão extrapolou o âmbito
constitucional, o que gerou a inconstitucionalidade
da referida norma. 18
- A Lei nº 9.784/99, art. 2º, assim dispõe: “A
Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos
princípios da legalidade, finalidade, motivação,
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla
defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse
público e eficiência.” Vários princípios, além daqueles
constantes no texto constitucional, foram positivados
pela Lei nº 9.784/99. A referida lei não incorre em
inconstitucionalidade, uma vez que ela apenas tornou
expresso os princípios implícitos na Carta Magna.
20. ( ) CESPE/TCU/Técnico/2007 - A administração
pública deve obedecer aos princípios da
legalidade, finalidade, razoabilidade, moralidade e
eficiência, entre outros.19
- A Administração deve obediência a todos os princípios
enumerados na questão, além de outros previstos na Lei
nº 9.784/99 e no texto constitucional.
21. ( ) CESPE/MPOG/2009 - Os princípios básicos da
administração pública não se limitam à esfera
institucional do Poder Executivo, ou seja, tais
princípios podem ser aplicados no desempenho de
funções administrativas pelo Poder Judiciário ou
pelo Poder Legislativo.20
- A Constituição Federal, no seu art. 37, caput, dispõe
que a administração pública direta e indireta de qualquer
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência. Dessa forma, todos os Poderes devem
obediência aos princípios da Administração Pública.
22. (2011/Cespe – TJ TRE ES/Administrativa/"Sem
Especialidade" Acerca da administração pública e
de seus princípios, julgue o próximo item. Os
princípios elencados na Constituição Federal, tais
como legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência, aplicam-se à
administração pública direta, autárquica e
fundacional, mas não às empresas públicas e
sociedades de economia mista que explorem
atividade econômica21
23. (2011/Cespe – PREVIC – Cargo 6) O
cumprimento dos princípios administrativos —
especialmente o da finalidade, o da moralidade, o
do interesse público e o da legalidade — constitui
um dever do administrador e apresenta-se como
um direito subjetivo de cada cidadão22
24. Sobre os princípios constitucionais da
Administração Pública, na Constituição de 1988,
marque a única opção correta.
a) Segundo a doutrina, o conteúdo do princípio da
eficiência relaciona-se com o modo de atuação do
agente público e o modo de organização,
estruturação e disciplina da Administração Pública.
b) O princípio da impessoalidade não guarda relação
com a proibição, prevista no texto constitucional, de
que conste da publicidade oficial nomes, símbolos
ou imagens que caracterizem promoção pessoal de
autoridade ou servidores públicos.
c) O princípio da moralidade administrativa incide
apenas em relação às ações do administrador
público, não sendo aplicável ao particular que se
relaciona com a Administração Pública.
d) O conteúdo do princípio da publicidade não abrange
a questão do acesso do particular aos atos
administrativos, concluídos ou em andamento, em
relação aos quais tenha comprovado interesse.
e) Segundo a doutrina, há perfeita identidade do
conteúdo do princípio da legalidade aplicado à
Administração Pública e o princípio da legalidade
aplicado ao particular.23
“b” o erro está no “não”
“c” retirando o “apenas” e o “não” a alternativa fica
correta.
“d” abrange sim. O erro está no “não”.
“e” não há perfeita identidade. O particular pode fazer
tudo o que a lei não proíbe. Na administração pública só
pode fazer o que a lei permite.
25. Marque a alternativa CORRETA.
A) Em relação ao princípio da razoabilidade, podemos
afirmar que agir com razoabilidade é agir em
consonância com os parâmetros de conduta de um
homem formado, com nível superior e que se
destaca pela sua posição social, entre outros
aspectos.
B) O princípio da proporcionalidade, assim como o da
razoabilidade poderão ser usados como parâmetros
para limitar o estado quando no uso de seu poder de
polícia.
C) Conforme a doutrina, a razoabilidade divide-se em
três subprincípios: adequação, necessidade e
proporcionalidade em sentido estrito.
D) Proporcionalidade em sentido restrito – Trata-se de
se verificar se não existe outro meio menos gravoso
para a solução, exigibilidade da medida que possa
restringir direitos.
E) Necessidade – Trata da reação de custo e benefício,
ou seja, o ônus com a medida restritiva deve ser
menor que o bônus, da forma apontada por
Humberto Ávila “um meio é proporcional se as
vantagens que promove superam as desvantagens
que provoca”. Máxima efetividade e mínima
restrição.
“c” na verdade é a proporcionalidade e não a
razoabilidade que se divide como a questão disse.
“d” não é a proporcionalidade em sentido restrito, mas
sim o princípio da necessidade.
“e” não é necessidade, mas sim proporcionalidade em
sentido restrito.
26. Prova: TRF - 3ª REGIÃO - 2013 - TRF - 3ª
REGIÃO - Juiz Federal. Assinale a alternativa
correta: Princípios de Direito Administrativo
devem ser levados em consideração para efeito de
decisão judicial apenas quando a lei for omissa, e
após recurso à analogia e aos costumes.24
- Ele é aplicado também na interpretação judicial. Então
não é apenas quando a lei for omissa.
27. Prova: TRF - 3ª REGIÃO - 2013 - TRF - 3ª
REGIÃO - Juiz Federal. Assinale a alternativa
correta. Princípios de direito administrativo,
expressos na Constituição da República, são
hierarquicamente superiores a quaisquer outras
regras jurídicas, sejam elas constitucionais ou
não.25
- Não há hierarquia de um princípio sobre o outro.
Quando há choque há uma ponderação entre eles.
28. Prova: TRF - 3ª REGIÃO - 2013 - TRF - 3ª
REGIÃO - Juiz Federal. Assinale a alternativa
correta: Em direito administrativo, princípios
jurídicos têm caráter prescritivo, condicionam o
exercício de competências discricionárias, são
úteis no processo de interpretação dos atos
normativos em geral, e se prestam à colmatação de
lacunas.26
- Os princípios jurídicos do direito administrativo:
1. têm caráter prescritivo.
2. condicionam o exercício de competências
discricionárias.
3. são úteis no processo de interpretação dos atos
normativos em geral, e
4. se prestam à colmatação de lacunas.
29. Prova: TRF - 3ª REGIÃO - 2013 - TRF - 3ª
REGIÃO - Juiz Federal. Assinale a alternativa
correta: O Direito Administrativo é composto por
princípios e regras que, como espécies de normas
jurídicas, consubstanciam prescrições
diferenciadas, conquanto dotadas do mesmo grau
de generalidade e abstração.27
- As normas princípios são mais gerais e abstratos,
estabelecem padrões de atuação.
- As normas regras também são gerais e abstratas, mas
definem atuações no caso concreto.
30. (Ano: 2014-Banca: FCC-Órgão: TJ-AP-Prova:
Juiz) Dentre os princípios que norteiam a produção
de atos administrativos, está o princípio da
motivação. NÃO configura violação desse
princípio a edição de ato administrativo imotivado
que
a) cesse a designação de servidor para exercício de
função temporária.
b) indefira requerimento de licença para exercício de
atividade considerada ilegal pela Administração.
c) indefira o gozo de férias pelo servidor público.
d) anule ato administrativo flagrantemente inválido.
e) exonere servidor durante o estágio probatório.28
- Letra a - O serviço temporário tem prazo determinado.
Mas se a designação de servidor cessou não é preciso
motivar. Se fosse exonerar antes de cessada a
designação precisaria motivar.
- Letra b – mesmo sendo ilegal, o administrador tem que
motivar, justificar. Basta demonstrar onde está a
ilegalidade.
- letra c – se a administração não conceder as férias (ato
discricionário), mas tem que motivar. Então não é o
servidor que escolhe a data das férias. O servidor pede e
a administração analisa se o mês que foi pedido é
possível as férias do servidor. Ex.: a administração pode
dizer que no mês solicitado há muitos servidores que
vão sair de férias.
- letra d – mesmo nulo o ato é necessário motivar. A
motivação será com base no vício. Fácil de motivar.
- letra e – é um servidor efetivo que está em estágio
probatório. É necessário motivar o ato que exonerou
esse servidor.
31. (Ano: 2013-Banca: FCC-Órgão: TJ-PE-Prova:
Juiz) A Constituição Federal vigente prevê, no
caput de seu art. 37, a observância, pela
Administração Pública, do princípio da legalidade.
Interpretando-se essa norma em harmonia com os
demais dispositivos constitucionais, tem- se que
a) os Municípios, por uma questão de hierarquia,
devem antes atender ao disposto em leis estaduais ou
federais, do que ao disposto em leis municipais.
b) o Chefe do Poder Executivo participa do processo
legislativo, tendo iniciativa privativa para propor
certos projetos de lei, como aqueles sobre criação de
cargos públicos na Administração direta federal.
c) a extinção de cargos públicos, em qualquer hipótese,
depende de lei.
d) a Administração é livre para agir na ausência de
previsão legislativa.
e) é cabível a delegação do Congresso Nacional para
que o Presidente da república crie cargos por meio
de decreto.29
- letra a – não há hierarquia entre entes federativos
diversos. Há distribuição de competências e não
hierarquia.
- letra b – correto.
- letra c – a extinção de cargos públicos preenchidos
dependem de lei. A extinção de cargo público vago
pode ser extinto por decreto.
- letra d – a administração segue a legalidade. Só pode
fazer o que a lei manda.
- letra e – não é possível criar cargos públicos por lei.
Só é possível a extinção de cargos e funções públicas
vagos por meio de decreto.

8. Princípios da administração pública (L.I.M.P.E)


8.1. Introdução dos princípios de dir. adm.
Os princípios básicos da Administração estão previstos
na Constituição Federal (art. 37), mas a eles somam-se
outros expressos ou implícitos na Carta Magna, e todos
de indispensável aplicação, tanto na elaboração como na
aplicação das normas legais.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte(...)
- Esses princípios correspondem aos alicerces da ciência
e deles decorre todo o sistema normativo. “Princípios de
uma ciência são as proposições básicas, fundamentais,
típicas que condicionam todas as estruturações
subsequentes. Princípios, neste sentido, são os alicerces,
os fundamentos da ciência”. A não observância de
qualquer deles compromete a atuação administrativa e
pode impor a responsabilização da Administração e do
agente público.
Memorize!!!
- Os princípios jurídicos do direito administrativo:
1. têm caráter prescritivo.
2. condicionam o exercício de competências
discricionárias.
3. são úteis no processo de interpretação dos atos
normativos em geral, e
4. se prestam à colmatação de lacunas.

8.2. Resumo dos princípios administrativos


- Os princípios básicos da Administração, à luz do art.
37 da Constituição Federal, são:
• Legalidade: segundo o qual ao administrador somente
é dado realizar o quanto previsto na lei;
• Impessoalidade: porquanto a atuação deve voltar-se
ao atendimento impessoal, geral, ainda que venha a
interessar a pessoas determinadas, não sendo a atuação
atribuída ao agente público, mas à entidade estatal;
• Moralidade: que encerra a necessidade de toda a
atividade administrativa, bem assim de os atos
administrativos atenderem a um só tempo à lei, à moral,
à equidade, aos deveres de boa administração;
• Publicidade: que torna cogente e obrigatória a
divulgação e o fornecimento de informações de todos os
atos da Administração, seja de forma interna ou externa;
e, por fim,
• Eficiência: que impõe a necessidade de adoção, pelo
administrador, de critérios técnicos, ou profissionais,
que assegurem o melhor resultado possível, abolindo-se
qualquer forma de atuação amadorística, obrigando
também a entidade a organizar-se de modo eficiente.
- Previstos no art. 37, caput, da Constituição Federal,
como já dissemos, são os princípios aplicáveis aos
três Poderes e à Administração Pública
Direta e Indireta.
8.3. Outros princípios
- Outros princípios assumem a mesma natureza quando
consagrados expressamente pela norma legal, como
ocorre com a Constituição paulista, que prevê a
razoabilidade, a finalidade, a motivação e o interesse
público como princípios básicos da Administração
(CESP, art. 111);
- A Lei n. 9.784/99 (Lei do Processo Administrativo
Federal) prevê os princípios da legalidade, finalidade,
motivação, razoabilidade, proporcionalidade,
moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança
jurídica, interesse público e eficiência como
informadores da atuação da Administração nos
processos a que se refere.

32. ( ) CESPE/AGU/Advogado/2009 - Segundo a


doutrina, a aplicação do princípio da reserva legal
absoluta é constatada quando a CF remete à lei
formal apenas a fixação dos parâmetros de atuação
para o órgão administrativo, permitindo que este
promova a correspondente complementação por
ato infralegal.30
- A Carta Magna traça dois tipos de reserva legal, a
absoluta e a relativa. A reserva legal absoluta ocorre
quando há a exigência da edição de lei formal para a
regulamentação do texto constitucional. Já a reserva
legal relativa, embora se exija edição de lei formal,
garante a fixação de parâmetros de atuação do Poder
Executivo, que pode complementá-la por ato infralegal
através da edição de decreto regulamentar (CF/88, art.
84, IV).
33. ( ) CESPE/MPRR/2008 - Os agentes públicos de
qualquer nível ou hierarquia são obrigados a
observar, de forma estrita, os princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade e
publicidade no trato dos assuntos de sua
competência.31
- O art. 37, caput, da CF/88 não alcança apenas as
administrações direta e indireta de todos os Poderes da
República, mas também os agentes públicos integrantes,
independentemente do nível de hierarquia.
34. ( ) CESPE/PCTO/2007 - Em toda atividade
desenvolvida pelos agentes públicos, o princípio
da legalidade é o que precede todos os demais. 32
- A Administração Pública só pode fazer aquilo que a
norma determina, permite, autoriza, de modo expresso
ou implícito. Quando a norma traça todos os requisitos
do ato administrativo, temos uma atuação vinculada do
administrador. Mesmo que haja discricionariedade a
Administração só poderá fazer aquilo que a lei
estabelece. A precedência referida pela assertiva não
tem sentido hierárquico ou grau de importância. O que a
questão afirma é que os outros princípios devem ser
interpretados à luz das leis, da legalidade.
- Legalidade = subordinação à lei.
35. ( ) CESPE/TCEAC/2008 - O princípio da
legalidade tem por escopo possibilitar ao
administrador público fazer o que a lei permitir.
No entanto, esse princípio não tem caráter
absoluto, uma vez que um administrador poderá
editar um ato que não esteja previsto em lei, mas
que atenda ao interesse público.33
- O particular pode praticar qualquer ato que julgue
mais conveniente, desde que a lei não o proíba. De seu
turno, o agente público não pode fazer tudo o que não
seja proibido em lei, e sim só o que a norma autoriza ou
determina, em respeito ao princípio da legalidade.
36. ( ) CESPE/PCPA/Técnico/2007 - De acordo com
o princípio da legalidade, é permitido ao agente
público, quando no exercício de sua função, fazer
tudo que não seja expressamente proibido pela
Constituição Federal.34
- Tratando-se da Administração Pública, só é dado fazer
ou deixar de fazer o que a lei permitir ou autorizar. Já
para o particular há autonomia de vontade, ou seja, ele
pode fazer ou deixa de fazer tudo, desde que a lei não o
proíba.
37. ( ) CESPE/AGU/Advogado/2009 - De acordo com
o princípio da legalidade, apenas a lei decorrente
da atuação exclusiva do Poder Legislativo pode
originar comandos normativos prevendo
comportamentos forçados, não havendo a
possibilidade, para tanto, da participação
normativa do Poder Executivo.35
- A Carta Magna traz a previsão da chamada reserva
legal relativa, que permite ao Chefe do Poder
Executivo editar decreto regulamentar para dar fiel
execução à lei, obrigando seus destinatários (CF/88, art.
84, IV).
38. ( ) CESPE/TJ-RJ/Técnico/2008 - Enquanto na
administração particular é lícito fazer tudo o que a
lei não proíbe, na administração pública só é
permitido ao agente fazer o que a lei autoriza.36
- De acordo com o princípio da legalidade, a vontade da
Administração é a vontade única da lei. Assim, cabe à
Administração agir segundo a lei, jamais contra a lei ou
além da lei; caso contrário, seu ato será declarado nulo
ou ilegal.
39. ( ) CESPE/TJ-RJ/Técnico/2008 - A legalidade
administrativa é princípio constitucional implícito
e decorre da necessidade de observância da
moralidade administrativa nas relações de
Estado.37
- O princípio da legalidade tem previsão expressa
na Constituição, art. 37, caput, e significa que o
administrador somente pode atuar se houver previsão
legal, e de acordo com tal previsão.
40. ( ) CESPE/TJ-RJ/Técnico/2008 - O administrador
público pode criar seus próprios limites, mediante
norma regulamentar editada no âmbito da
competência do órgão.38
- O administrador público não pode criar seus próprios
limites, ao contrário, ele deverá obedecer aos limites
impostos pela lei em obediência ao princípio expresso
da legalidade.
41. ( ) CESPE/TJ-RJ/Técnico/2008 - Na licitação, o
leiloeiro deve obedecer ao edital que dita as
normas da concorrência pública, e não à lei.39
- O leiloeiro, ao conduzir o procedimento licitatório,
deverá obedecer à lei e ao edital, sendo que este último
deverá ser confeccionado em atenção às regras
estabelecidas na Lei nº 8.666/93 e demais instrumentos
legislativos correlatos.
42. ( ) CESPE/TJ-RJ/Técnico/2008 - Somente lei
pode extinguir cargo público, quando este estiver
vago.40
- O cargo vago poderá ser extinto mediante decreto do
Presidente da República, conforme dispõe o art. 84, VI,
b, da CF. É o chamado decreto autônomo, introduzido
na Constituição pela Emenda Constitucional de nº
32/2001.
43. ( ) CESPE/MCT-FINEP/Analista/2009 - A
legalidade, como princípio da administração,
significa que o administrador público está, em toda
a sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos
da lei e às exigências do bem comum e deles não
se pode afastar ou desviar, sob pena de expor-se a
responsabilidade disciplinar, civil ou criminal,
conforme o caso.41
- O administrador, ao praticar os atos administrativos,
deverá pautar-se no princípio da legalidade, sob pena de
ser responsabilizado e ter seus atos anulados.
44. 2004/Cespe – Procurador TCU - O princípio da
legalidade pode ser afastado ante o princípio da
supremacia do interesse público, especialmente
nas hipóteses de exercício de poder de polícia.42
45. CESPE - TA (IBAMA)/IBAMA/2012 - No que
concerne à administração pública, julgue o item a
seguir. De acordo com a CF, a medida provisória,
o estado de defesa e o estado de sítio constituem
exceção ao princípio da legalidade na
administração pública.43
-As exceções ao princípio da legalidade na
administração pública são: Medida provisória, estado de
defesa e estado de sítio.
46. CESGRANRIO - PB (BNDES)/Direito/2006 - A
doutrina aponta como restrições excepcionais ao
princípio da legalidade:
I - as normas contidas nas medidas provisórias;
II - o estado de defesa;
III - o estado de sítio.
Está(ão) correta(s):
a) II, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I, II e III.44

8.4. Princípio da legalidade


- Princípio da legalidade = subordinação a lei.
- Dentre os princípios da Administração, o da legalidade
é o mais importante e do qual decorrem os demais, por
ser essencial ao Estado de Direito e ao Estado
Democrático de Direito. Constitui, assim, vetor basilar
do dito regime jurídicoadministrativo.
- Daí ser necessário fixar: permite-se a atuação do
agente público, ou da Administração, apenas se
permitida, concedida ou deferida por
norma legal, não se admitindo qualquer atuação que
não contenha prévia e expressa permissão legal.
- Ao particular é dado fazer tudo quanto não estiver
proibido; ao administrador somente o que estiver
permitido pela lei (em sentido amplo).
- Não há liberdade desmedida ou que não esteja
expressamente concedida. Toda a atuação
administrativa vincula-se a tal princípio, sendo ilegal o
ato praticado sem lei anterior que o preveja.
- Para definir legalidade, devem ser analisados dois
enfoques diferentes:
a) Legalidade para o direito privado: Relação de não
contradição à lei. Os particulares podem fazer tudo o
que a lei não veda. Prestigia a autonomia da vontade.
b) Legalidade para o direito público: A Administração
só pode fazer o que a lei autoriza ou determina,
estabelecendo-se um critério de subordinação com a
mesma, tendo em vista o interesse da coletividade que
representa.
- Para Seabra Fagundes “Administrar é aplicar a lei, de
ofício”.
Obs: Esse conceito não exclui o exercício de atuação
discricionária do administrador, levando-se em conta a
conveniência e a oportunidade do interesse público. O
administrador possui discricionariedade, visto que é
impossível que a lei abarque todas as situações possíveis
de acontecer, mas isso não significa arbitrariedade (agir
contrariamente à lei), uma vez que deverá agir
perseguindo a finalidade legal a que está jungida o
princípio da legalidade.
→ E se o ato administrativo contrariar algum princípio
legal? O princípio da legalidade deve ser interpretado
em sentido amplo, ou seja, é o respeito à lei e também à
CF (inclusive aos seus princípios).
8.4.1. Princípio da legalidade x regulamento e ato
normativo
- Se a desobediência for em relação a regulamento ou
qualquer outro ato normativo haverá também o
descumprimento do princípio da legalidade.
- Do princípio da legalidade decorre a proibição de, sem
lei ou ato normativo que permita, a Administração vir a,
por mera manifestação unilateral de vontade, declarar,
conceder, restringir direitos ou impor obrigações.
- O princípio da legalidade está previsto na Constituição
Federal não somente no seu art. 37, mas também nos
arts. 5º, II e XXXV, e 84, IV.
- Assim, ao dispor que ninguém será obrigado a fazer ou
deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei, o
constituinte impediu o administrador de, salvo se
permitido por lei, impor qualquer obrigação ou dever
aos administrados. Do mesmo modo, nenhuma lesão ou
ameaça de lesão, ainda que perpetrada pela
Administração, está a salvo de apreciação judicial. Há,
porém, restrições previstas na Constituição: medidas
provisórias (art. 62), estado de defesa (art. 136) e estado
de sítio (arts. 137 a 139).
- Sem significar exceção ao princípio da legalidade, a
Constituição admite a edição de decreto (v. Capítulo
VIII, item 2.5) que discipline a extinção de funções ou
cargos, quando vagos, ou determine a organização e
funcionamento da Administração Pública, desde que
não aumente despesas nem crie ou extinga órgãos
públicos (art. 84,VI, a e b).
8.4.2. Princípio da legalidade x medida provisória
- Do mesmo modo, admite-se a excepcional atuação
administrativa não fundada em lei (em sentido estrito,
como ato normativo oriundo do Legislativo) em razão
de medida provisória, em face da decretação do estado
de sítio ou do estado de defesa. Sem que preexista
previsão legal, poderá a Administração atuar, praticando
atos jurídicos presumivelmente válidos e eficazes (v.
princípio da presunção de legalidade), e tal
possibilidade será decorrente de atos oriundos do
próprio Poder Executivo.
- Daí que, considerada a legalidade em sentido estrito
(como ato proveniente do Legislativo), conviveria o
sistema constitucional com exceções ao princípio da
legalidade, mas se tomada a expressão em seu sentido
amplo (lei como expressão do direito ou da
juridicidade), o sistema constitucional passa a não
admitir exceções ao princípio, mas hipóteses de atuação
válida não fundada em ato do Legislativo, mas do
próprio Executivo.
8.4.3. Princípio da legalidade x princípio da reserva
de lei
- Não se pode confundir o princípio da legalidade com o
da reserva de lei
- O princípio da legalidade significa a submissão ao
império da Constituição e das leis;
- O princípio da reserva de lei é limitação à forma de
regulamentação de determinadas matérias, cuja natureza
é indicada pela Carta Magna (lei complementar, lei
ordinária etc.). Ambos tocam ao conteúdo do poder
deferido: se amplo (legalidade) ou restrito (reserva).
- A Carta Magna traça dois tipos de reserva legal, a
absoluta e a relativa. A reserva legal absoluta ocorre
quando há a exigência da edição de lei formal para a
regulamentação do texto constitucional. Já a reserva
legal relativa, embora se exija edição de lei formal,
garante a fixação de parâmetros de atuação do Poder
Executivo, que pode complementá-la por ato infralegal
através da edição de decreto regulamentar (CF/88, art.
84, IV).
8.4.4. Princípio da legalidade x princípio da
legitimidade
- Não se confundem o princípio da legalidade com o da
legitimidade.
- O princípio da legitimidade diz respeito à investidura
no poder;
- O princípio da legalidade diz respeito à forma de
exteriorização, de materialização.
- A legalidade, como visto, obriga a Administração
(seus órgãos, agentes) à atuação vinculada à norma legal
(ao que tenha sido positivado), enquanto a legitimidade
exige que a função seja exercida em conformidade com
valores que transcendem a previsão legal, por exemplo,
com o que democraticamente tenha sido estabelecido.
Caiu em prova
As EXCEÇÕES ao princípio da legalidade na
administração pública são: MEDIDA
PROVISÓRIA, ESTADO DE DEFESA e
ESTADO DE SÍTIO

47. ( ) CESPE/AGU/Advogado/2009 - Com base no


princípio da eficiência e em outros fundamentos
constitucionais, o STF entende que viola a
Constituição a nomeação de cônjuge, companheiro
ou parente em linha reta, colateral ou por
afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da
autoridade nomeante ou de servidor da mesma
pessoa jurídica investido em cargo de direção,
chefia ou assessoramento, para o exercício de
cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de
função gratificada na administração pública direta
e indireta em qualquer dos poderes da União, dos
estados, do Distrito Federal e dos municípios,
compreendido o ajuste mediante designações
recíprocas.45
- Em 2008, o STF, para aplicar a vedação do nepotismo,
com base, dentre outros, nos princípios da moralidade,
impessoalidade e eficiência, editou a Súmula Vinculante
de nº 13, que estabelece o seguinte: “A nomeação de
cônjuge, companheiro ou parente em linha reta,
colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive,
da autoridade nomeante ou de servidor da mesma
pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou
assessoramento, para o exercício de cargo em comissão
ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na
administração pública direta e indireta em qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, compreendido
o ajuste mediante designações recíprocas, viola a
Constituição Federal.” Por fim, vale ressaltar que os
agentes políticos, segundo orientação do STF, ficaram
de fora da proibição.
48. ( ) CESPE/TCU/2007 - O atendimento do
administrado em consideração ao seu prestígio
social angariado junto à comunidade em que vive
não ofende o princípio da impessoalidade da
administração pública.46
- O princípio da impessoalidade impõe condutas de
caráter objetivo. Não há outra finalidade da
Administração que não seja a de alcançar os interesses
públicos, pouco importando à ela o prestígio do
administrado.
49. ( ) CESPE/ME/2008 - A inauguração de uma
praça de esportes, construída com recursos
públicos federais, e cujo nome homenageie pessoa
viva, residente na região e eleita deputado federal
pelo respectivo estado, não chega a configurar
promoção pessoal e ofensa ao princípio da
impessoalidade. 47
- O princípio da impessoalidade veda a promoção
pessoal, logo, incorre em desvio de finalidade o
administrador que usa nome, símbolo ou imagem para
promoção pessoal (CF/88, art. 37, § 1º).
50. ( ) CESPE/TCU/2009 - Caso o governador de um
estado da Federação, diante da aproximação das
eleições estaduais e preocupado com a sua imagem
política, determine ao setor de comunicação do
governo a inclusão do seu nome em todas as
publicidades de obras públicas realizadas durante a
sua gestão, tal determinação violará a CF, haja
vista que a publicidade dos atos, programas, obras,
serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá
ter caráter educativo, informativo ou de orientação
social, dela não podendo constar nomes, símbolos
ou imagens que caracterizem promoção pessoal de
autoridades ou servidores públicos.48
- Viola o princípio da impessoalidade a publicidade com
uso de símbolos, de imagens e de nomes que gere a
promoção pessoal do agente público (CF/88, art. 37, §
1º).
51. ( ) CESPE/ANAC/Analista/2009 - A inserção de
nome, símbolo ou imagem de autoridades ou
servidores públicos em publicidade de atos,
programas, obras, serviços ou campanhas de
órgãos públicos fere o princípio da impessoalidade
da administração pública.49
- Viola o princípio da impessoalidade a publicidade com
uso de símbolos, de imagens e de nomes que gere a
promoção pessoal do agente público (CF/88, art. 37, §
1º).
52. ( ) CESPE/DFTRANS/2008 - Considerada um
princípio fundamental da administração pública, a
impessoalidade representa a divulgação dos atos
oficiais de qualquer pessoa integrante da
administração pública, sem a qual tais atos não
produzem efeitos.50
- Este é o princípio da publicidade. A publicidade gera a
transparência dos atos administrativos com a produção
dos seus efeitos externos.
53. ( ) CESPE/PGE-PE/Procurador/2009 - De acordo
com o princípio da impessoalidade, é possível
reconhecer a validade de atos praticados por
funcionário público irregularmente investido no
cargo ou função, sob o fundamento de que tais atos
configuram atuação do órgão e não do agente
público. 51
- Pelo princípio da impessoalidade, os atos
administrativos são imputáveis não ao servidor que os
pratica, mas ao órgão ou entidade administrativa em
nome do qual aquele age. É a chamada Teoria do Órgão,
também conhecida como Teoria da Imputação Volitiva,
criada pelo professor alemão Otto Gierke.
54. ( ) CESPE/Hemobrás/2008 - O princípio da
impessoalidade prevê que o administrador público
deve buscar, por suas ações, sempre o interesse
público, evitando deste modo a subjetividade.52
- A assertiva explorou o princípio da supremacia do
interesse público quando assevera que o administrador
deverá sempre buscar o interesse da coletividade.
Também fez referência ao princípio da impessoalidade
quando diz que o subjetivismo na atuação
administrativa deverá ser evitado. De fato, a conduta do
agente público deve ser a mais objetiva possível.
55. ( ) CESPE/PC-PA/Técnico/2007 - A prática do
nepotismo na administração pública, caracterizada
pela nomeação de parentes para funções públicas,
pode ser considerada uma violação ao princípio da
impessoalidade. 53
- O nepotismo é afronta não apenas ao princípio da
impessoalidade, como também da moralidade, da
eficiência e da igualdade.
56. ( ) CESPE/TCE-GO/2007 - O nepotismo, por
ofender os princípios constitucionais da
impessoalidade e da moralidade, caracteriza abuso
de direito, porquanto se trata de manifesto
exercício do direito fora dos limites impostos pelo
seu fim econômico ou social, o que acarreta a
nulidade do ato.54
- O nepotismo é abuso de poder, uma vez que o ato
praticado pela autoridade responsável pela nomeação
para o cargo de chefia incide em desvio de finalidade,
resultando no uso de uma atribuição pública para fundir
patrimônio público e privado. A princípio, não há
correlação direta entre o nepotismo e fins econômicos,
mas em razões morais e sociais.
57. ( ) CESPE/AGU/Advogado/2009 - Considere que
Platão, governador de estado da Federação, tenha
nomeado seu irmão, Aristóteles, que possui
formação superior na área de engenharia, para o
cargo de secretário de estado de obras.
Pressupondo-se que Aristóteles atenda a todos os
requisitos legais para a referida nomeação,
conclui-se que esta não vai de encontro ao
posicionamento adotado em recente julgado do
STF. 55
- Com a edição da Súmula Vinculante 13, a regra do
nepotismo (antes só existente no Poder Judiciário), foi
estendida para qualquer dos poderes da União, dos
estados, do Distrito Federal e dos municípios. Porém, a
referida súmula não se aplica às nomeações para cargos
de natureza política, como o cargo de Secretário de
Obras como trouxe a questão. Também tem natureza
político o cargo de Ministro de Estado, configurando
outra exceção à súmula.
58. ( ) CESPE/SEBRAE-BA/Analista/2008 - A
nomeação de cônjuge, companheiro, ou parente,
em linha reta, colateral ou por afinidade, até o
terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou
de servidor da mesma pessoa jurídica, investido
em cargo de direção, chefia ou assessoramento,
para o exercício de cargo em comissão ou de
confiança, ou, ainda, de função gratificada na
administração pública direta e indireta, em
qualquer dos poderes da União, dos estados, do
Distrito Federal e dos municípios, compreendido o
ajuste mediante designações recíprocas, viola a
CF. 56
-. Segundo a Súmula Vinculante 13, viola a as normas
constitucionais a nomeação de cônjuge, companheiro ou
parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o
terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de
servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo
de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício
de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de
função gratificada na administração pública direta e
indireta.
59. ( ) CESPE/IBRAM-DF/2009 - Ofende os
princípios constitucionais que regem a
administração pública, a conduta de um prefeito
que indicou seu filho para cargo em comissão de
assessor do secretário de fazenda do mesmo
município, que efetivamente o nomeou. 57
- A assertiva trouxe um caso de violação ao enunciado
de Súmula Vinculante 13, uma vez que ela proíbe
expressamente a nomeação de parente em linha reta da
autoridade nomeante para o exercício de cargo em
comissão ou de confiança na administração pública
direta e indireta.
- Desse modo, ao indicar seu filho (parente de primeiro
grau) para o exercício de cargo em comissão de assessor
do Secretário da Fazenda, o Prefeito certamente violou
o texto da súmula vinculante nº 13, o que torna a
assertiva correta.
- Todavia, apesar dos comentários apresentados, é
importante destacar que o Supremo Tribunal Federal já
proferiu diversas decisões afirmando que o teor da
súmula não alcança todas as espécies de cargos
públicos.
60. ( ) CESPE/IPOJUCA/Procurador/2009 - A
vedação do nepotismo não exige a edição de lei
formal para coibir a prática, uma vez que decorre
diretamente dos princípios contidos na CF. No
entanto, às nomeações para o cargo de conselheiro
do Tribunal de Contas Estadual, por ser de
natureza política, não se aplica a proibição de
nomeação de parentes pelo governador do estado.
58

- O STF entendeu (em decisão cautelar) que os


membros dos Tribunais de Contas são agentes
administrativos, uma vez que exercem a função de
auxiliares do Legislativo. Por ocuparem cargos
administrativos, a contratação de parentes é
absolutamente vedada.

61. - Considerando o texto abaixo e com base nos


princípios que regem a administração pública,
julgue o próximo item:
62. Ora, um Estado funcionalmente eficiente demanda
um Direito Público que privilegie, por sua vez, a
funcionalidade. Um Direito Público orientado por
uma teoria funcional da eficiência. (...) A
administração privada é sabidamente livre para
perseguir as respectivas finalidades a que se
proponha e, assim, a falta de resultados não traz
repercussões outras que as decorrentes das avenças
privadas, como ocorre, por exemplo, nas relações
societárias. Distintamente, a administração pública
está necessariamente vinculada ao cumprimento da
Constituição e, por isso, os resultados devem ser
alcançados, de modo que se não o forem, salvo
cabal motivação da impossibilidade superveniente,
está-se diante de uma violação praticada pelo
gestor público, pois aqui existe relevância política
a ser considerada. Diogo de Figueiredo Moreira
Neto. Quatro paradigmas do direito administrativo
pós-moderno. Belo Horizonte: Ed. Fórum, 2008, p.
110-11 (com adaptações).
63. ( ) CESPE/AGU/Advogado/2009 - Com base no
princípio da eficiência e em outros fundamentos
constitucionais, o STF entende que viola a
Constituição a nomeação de cônjuge, companheiro
ou parente em linha reta, colateral ou por
afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da
autoridade nomeante ou de servidor da mesma
pessoa jurídica investido em cargo de direção,
chefia ou assessoramento, para o exercício de
cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de
função gratificada na administração pública direta
e indireta em qualquer dos poderes da União, dos
estados, do Distrito Federal e dos municípios,
compreendido o ajuste mediante designações
recíprocas.59
- O STF, ao editar a Súmula Vinculante 13, vedando o
nepotismo, inclusive aquele praticado mediante
designações recíprocas, chamado pela doutrina de
nepotismo cruzado, se baseou em princípios como da
impessoalidade, da moralidade e da eficiência, uma vez
que a referida conduta, além de imoral e pessoal, pode
acarretar baixo rendimento funcional, violando também
o princípio da eficiência. É exemplo de nepotismo
cruzado a nomeação, pela autoridade X, de parente da
autoridade Y e vice-versa.
64. CESPE - AUFC/TCU/Controle Externo/Auditoria
Governamental/2007 Acerca dos princípios
constitucionais que informam o direito
administrativo, julgue os próximos itens. O
atendimento do administrado em consideração ao
seu prestígio social angariado junto à comunidade
em que vive não ofende o princípio da
impessoalidade da administração pública.60
65. (2011/CESPE/ECT/Administrador) Entre as
acepções do princípio da impessoalidade, inclui-se
aquela que proíbe a vinculação de atividade da
administração à pessoa do gestor público,
evitando-se, dessa forma, a realização de
propaganda oficial para a promoção pessoal.61
66. CESPE - ATI (ABIN)/ABIN/Administração/2010
Julgue o item subsequente, acerca dos princípios,
poderes e atos administrativos. O princípio da
impessoalidade decorre, em última análise, do
princípio da isonomia e da supremacia do interesse
público, não podendo, por exemplo, a
administração pública conceder privilégios
injustificados em concursos públicos e licitações
nem utilizar publicidade oficial para veicular
promoção pessoal.62
67. CESPE - Proc (MPTCU)/TCU/2004 - A respeito
dos princípios administrativos, julgue os itens
subsequentes. Regras relativas a impedimentos e
suspeições são aplicadas a servidores públicos
como corolário do princípio da impessoalidade.63

8.5. Princípio da impessoalidade


- Estabelece que a atuação do agente público deve
sempre se pautar pela ausência de
subjetividade, pelo que fica impedido de considerar
quaisquer inclinações e interesses pessoais próprios ou
de terceiros.
- O segundo princípio expresso no art. 37, caput, da
Constituição agasalha três abordagens distintas.
Significa:
1º A atuação impessoal, genérica, ligada à
finalidade da atuação administrativa que vise à
satisfação do interesse coletivo, sem corresponder ao
atendimento do interesse exclusivo do
administrado,
2º Significa também a imputação da atuação do órgão
ou entidade estatal, não o sendo quanto ao agente
público, pessoa física, quem atua é o Estado
por meio deste agente. Imputa-se ao
estado praticado pelo agente.
3º Significa por fim a isonomia, porque obrigatório o
tratamento igualitário de todos os
administrados.
- As três abordagens encontram correspondência com o
texto constitucional.
8.5.1. Princípio da impessoalidade está ligado à
finalidade e à isonomia
- A impessoalidade está relacionada à finalidade, ao fim
estatuído pela lei e cuja perdição significa desvio,
invalidando o ato, como também está relacionada à
imputação da atuação administrativa e à necessidade de
observância do princípio de isonomia. Tanto assim que
a própria Constituição Federal proíbe a utilização da
atuação como meio de promoção pessoal de autoridades
ou servidores públicos, vedando a utilização de nomes,
símbolos e imagens (art. 37, § 1º).
- Em reforço ao segundo entendimento sobre o que
significa impessoalidade tem-se, ainda, a manutenção
dos efeitos de ato administrativo editado por servidor
ilegalmente investido no cargo ou função, exatamente
porque a atuação não é atribuída a pessoa física, mas a
entidade ou órgão, assim como o sistema de imposição
da responsabilidade civil do Estado.
8.5.2. Consequências da impessoalidade
- A impessoalidade de que trata a Carta Magna possui,
então, duas consequências:
a) obriga ao atendimento do interesse público, sendo
impessoal, abstrata, genérica;
b) a atividade administrativa é imputada ao órgão ou à
entidade, e não ao agente (teoria da imputação ou
dos órgãos).
- Note-se que a Constituição do Estado de São Paulo
(art. 111) consagra separadamente os dois princípios —
impessoalidade e finalidade. O princípio, por fim,
também pode ser tido como indicativo da
imparcialidade, que condiciona a atividade
administrativa a deferir tratamento igual a todos,
independentemente de qualquer interesse político
8.5.3. Relacionamento do princípio da
impessoalidade
- A impessoalidade está relacionada: à finalidade; à
imputação (o ato é atribuído à entidade e não ao
agente); à isonomia (todos são iguais perante a
Administração); à imparcialidade (a todos o mesmo
tratamento).
- Os principais exemplos do texto constitucional de
aplicação do princípio da impessoalidade são a
exigência de licitação para contratar com a
Administração e a necessidade de aprovação em
concurso público para ser servidor público. Estes
institutos demonstram que a Administração ao realizar
seus contratos e formar seu quadro de pessoal vai
escolher o melhor e mais vantajoso em prol da
coletividade.
8.5.4. Proibição do nepotismo – Súmula Vinculante
nº 13
- A discussão sobre o nepotismo ganhou força no país
após a EC 45/04 e criação do CNMP e CNJ. A primeira
providência desses Conselhos foi proibir a contratação
de parentes até o 3º grau inclusive, sem concurso ou
licitação, dentro de seu âmbito de atuação (Ministério
Público e Magistratura, respectivamente). Não seria
possível nem mesmo a contratação para cargos
comissionados ou funções de confiança, contratações
temporárias ou ainda contratação de empresas mediante
dispensa ou inexigibilidade de licitação. Vedado
também o nepotismo cruzado, ou seja, a troca de
parentes entre as pessoas jurídicas e os níveis de
governo.
- O nepotismo é abuso de poder.
- Essas posturas do CNJ e CNMP trouxeram muita
polêmica, tendo em vista que a competência desses
órgãos para a adoção de tais medidas foi questionada,
como também a legitimidade da própria vedação.
Através da ADC nº 12, o STF põe fim à questão
decidindo a competência dos Conselhos para a adoção
dessas medidas via ato normativo (Resolução) e a
constitucionalidade da providência, tendo em vista os
princípios: Impessoalidade, moralidade, eficiência e
isonomia.
- A partir da ADC nº12 foi, então, editada a SÚMULA
VINCULANTE nº13.
Súmula Vinculante 13 – A nomeação de cônjuge,
companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por
afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade
nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica
investido em cargo de direção, chefia ou
assessoramento, para o exercício de cargo em comissão
ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na
administração pública direta e indireta em qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, compreendido o ajuste mediante
designações recíprocas, viola a Constituição Federal.

- Esta súmula Não engloba cargo político. a referida


súmula não se aplica às nomeações para cargos de
natureza política, como o cargo de Secretário
Municipal ou Estadual (de educação, obras,
finanças, da Fazenda etc) e o de Ministro de
Estado, configurando outra exceção à súmula. O STF
já proferiu diversas decisões afirmando que o teor da
súmula não alcança todas as espécies de cargos
públicos.
Lembre-se: o Presidente da República, os
Governadores de Estados e os Prefeitos podem nomear
os seus parentes para ocupar os cargos de Ministros
de Estado, Secretários Estaduais e
Secretários Municipais, respectivamente, pois
são considerados cargos políticos. Estes são os únicos
exemplos de cargos políticos que têm sido exigidos em
provas, pois você não é obrigado a conhecer a natureza
de todos os cargos existentes no âmbito da
Administração Pública.

Cuidado.: Não há qualquer impedimento a que um


Prefeito nomeie o seu filho como Secretário Municipal
de Fazenda, que é considerado cargo político.
Entretanto, o mesmo não ocorre em relação ao cargo de
assessor de secretário municipal, que é considerado
cargo administrativo. Neste caso, a nomeação está
vedada pelo texto da súmula.
Cuidado: às nomeações para o cargo de conselheiro do
Tribunal de Contas Estadual, por ser de natureza
administrativa, aplica-se a proibição de nomeação de
parentes pelo governador do estado.
- Críticas à súmula:
- Observe que a SV nº 13 foi resultado de apenas um
julgado, os elementos deveriam ter sido mais bem
discutidos a fim de gerar uma melhor sistematização;
a) “mesma pessoa jurídica”: Muito amplo, não há um
banco de dados eficiente para saber;
b) “função gratificada”: é um “plus” do servidor de
CARREIRA;
c) “designações recíprocas”: muito difícil restringir e
fiscalizar isso.
d) Brecha: Prefeito nomeia seu filho como diretor de
autarquia municipal: É possível – pessoas jurídicas
diversas e, nesse caso, não há troca de favores, não há
nepotismo cruzado.

68. ( ) CESPE/ANEEL/2010 - O princípio da


moralidade administrativa tem existência
autônoma no ordenamento jurídico nacional e deve
ser observado não somente pelo administrador
público, como também pelo particular que se
relaciona com a administração pública. 64
- Não é necessária lei formal para aplicação do princípio
da moralidade, uma vez que este tem existência
autônoma no ordenamento jurídico nacional. Esse
princípio se relaciona com a idéia de honestidade,
exigindo a estrita observância de padrões éticos, de boa-
fé, de lealdade, de regras que assegurem a boa
administração e a disciplina na Administração Pública.
É importante asseverar que não apenas a Administração
e seus agentes devem obedecer a tal princípio, os
particulares que se relacionam com o Ente Estatal
também devem obediência às regras da boa
administração, caso contrário, poderão praticar ato de
improbidade administrativa (art. 11, Lei nº 8.429/92).
69. ( ) CESPE/TCE-AC/2008 - O princípio da
moralidade administrativa está relacionado com o
princípio da legalidade, mas pode um ato
administrativo ser considerado legal, ou seja, estar
em conformidade com a lei, e ser imoral.65
- Legalidade e moralidade são princípios próximos, mas
não idênticos. É possível, sim, que um agente público
pratique um determinado ato administrativo pautado na
lei, porém, um ato que não esteja de acordo com a
moral, devendo, portanto, ser anulado, uma vez que
conteria, por exemplo, um desvio de finalidade, ou seja,
praticado visando fins outros, que não o interesse
público.
70. ( ) CESPE/MCT-FINEP/Analista/2009 - A
administração está autorizada, após a efetivação do
contrato e a prestação dos serviços, a reter o
pagamento ao fundamento de a empresa contratada
não ter comprovado regularidade fiscal. Tal
exigência coaduna-se com os princípios da
moralidade administrativa e da legalidade.66
- Recebida a prestação executada pelo contratado, não
pode a Administração se locupletar indevidamente, e, ao
argumento da não-comprovação da quitação dos débitos
perante a Fazenda Pública, reter os valores devidos por
serviços já prestados, o que configura violação ao
princípio da moralidade administrativa.
71. ( ) CESPE/MCT-FINEP/Analista/2009 - Exige-se
edição de lei formal para coibir a prática do
nepotismo, uma vez que a sua vedação não decorre
diretamente dos princípios contidos na
Constituição Federal.67
- Não é necessária lei formal para aplicação do princípio
da moralidade. A falta de lei não torna lícita a
contratação de parentes, porquanto a Administração
Pública deve pautar-se em conformidade com o
princípio da moralidade, que exige um comportamento
honesto, ético, decoroso e digno de um agente público,
bem como nos princípios da igualdade e da eficiência.
Desta hipótese deriva a tese de que o nepotismo é ilícito
por força do supracitado princípio, bem como dos
demais dele decorrentes, abrigados no artigo 37, caput,
da CF (STF, ADC-MC 12/DF, DJ 01/09/2006).
72. ( ) CESPE/TCU/2009 - Os princípios
constitucionais, assim como as regras, são dotados
de força normativa. Com base nesse entendimento
doutrinário, o Supremo Tribunal Federal (STF)
tem entendido que o princípio da moralidade, por
exemplo, carece de lei formal que regule sua
aplicação, não podendo a administração
disciplinar, por meio de atos infralegais, os casos
em que reste violado esse princípio, sob pena de
desrespeito ao princípio da legalidade.68
- Entende o STF que muito embora o princípio da
moralidade seja de certa forma abstrato, ele é dotado de
força normativa, mesmo carecendo de lei formal para
regulá-lo.
73. (2007/CESPE/TCU/Analista) A probidade
administrativa é um aspecto da moralidade
administrativa que recebeu da Constituição Federal
brasileira um tratamento próprio.69
- Apesar de ser tecnicamente ligada à moralidade, a
probidade possui tratamento próprio no § 4º do art. 37
da CF/1988.
74. CESPE - Adv (AGU)/AGU/2009 Ora, um Estado
funcionalmente eficiente demanda um Direito
Público que privilegie, por sua vez, a
funcionalidade. Um Direito Público orientado por
uma teoria funcional da eficiência. (...) A
administração privada é sabidamente livre para
perseguir as respectivas finalidades a que se
proponha e, assim, a falta de resultados não traz
repercussões outras que as decorrentes das avenças
privadas, como ocorre, por exemplo, nas relações
societárias. Distintamente, a administração pública
está necessariamente vinculada ao cumprimento da
Constituição e, por isso, os resultados devem ser
alcançados, de modo que se não o forem, salvo
cabal motivação da impossibilidade superveniente,
está-se diante de uma violação praticada pelo
gestor público, pois aqui existe relevância política
a ser considerada. Diogo de Figueiredo Moreira
Neto. Quatro paradigmas do direito administrativo
pós-moderno. Belo Horizonte: Ed. Fórum, 2008, p.
110-11 (com adaptações). Considerando o texto
acima e com base nos princípios que regem a
administração pública, julgue o próximo item.
Com base no princípio da eficiência e em outros
fundamentos constitucionais, o STF entende que
viola a Constituição a nomeação de cônjuge,
companheiro ou parente em linha reta, colateral ou
por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da
autoridade nomeante ou de servidor da mesma
pessoa jurídica investido em cargo de direção,
chefia ou assessoramento, para o exercício de
cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de
função gratificada na administração pública direta
e indireta em qualquer dos poderes da União, dos
estados, do Distrito Federal e dos municípios,
compreendido o ajuste mediante designações
recíprocas.70
75. (2011/CESPE – TJ TRE ES/Administrativa)
Acerca da administração pública e de seus
princípios, julgue o próximo item. Contraria o
princípio da moralidade o servidor público que
nomeie o seu sobrinho para um cargo em comissão
subordinado.71
76. CESPE - AUFC/TCU/Controle Externo/Auditoria
de Obras Públicas/2009 A respeito da
administração pública, julgue o próximo item. Os
princípios constitucionais, assim como as regras,
são dotados de força normativa. Com base nesse
entendimento doutrinário, o Supremo Tribunal
Federal (STF) tem entendido que o princípio da
moralidade, por exemplo, carece de lei formal que
regule sua aplicação, não podendo a administração
disciplinar, por meio de atos infralegais, os casos
em que reste violado esse princípio, sob pena de
desrespeito ao princípio da legalidade. 72
- Não há necessidade de lei formal.
77. ( ) Ao servidor público deve ser dada a
possibilidade de decidir quanto ao que é legal ou
ilegal, mas também quanto ao o que é justo ou
injusto, estabelecendo uma distinção entre o
honesto e o desonesto, de modo a respeitar o
princípio da moralidade.73
8.6. Princípio da moralidade administrativa
- O terceiro princípio expresso, o da moralidade,
corresponde à proibição de a atuação administrativa
distanciar-se da moral, dos princípios éticos, da boa-fé,
da lealdade.
- A boafé, a lealdade, a razoabilidade e a
proporcionalidade são princípios gerais que ditam o
conteúdo do princípio da moralidade administrativa, e a
sua violação pode ser identificada, por exemplo, pela
infringência dos requisitos da finalidade, do motivo ou
do objeto do ato administrativo.
- Já se disse que o conteúdo do princípio seria “o
conjunto de regras tiradas da disciplina interior da
Administração” (Maurice Hauriou), contudo, ante o
sistema legal pátrio, significa mais: que a atuação
administrativa não pode contrariar, além da lei, a moral,
os bons costumes, a honestidade, os deveres de boa
administração.
- Se da atuação do agente público resultar a
inobservância de um padrão de moral, ainda que comum
e não propriamente administrativa, redundará a edição
de ato inválido, porque ilegal.
- A moralidade, como princípio, é de difícil
conceituação e sugere sua dependência do princípio da
legalidade. Mas ao expressá-lo o constituinte desejou
dar-lhe conteúdo próprio e aplicável à Administração
Pública.
- Diz-se, então, que a moral que guia o
princípio não é a moral comum, mas a
tirada da conduta interna da
Administração. Significa dizer, a moral que se
relaciona ao princípio é jurídica, e não subjetiva,
ligada a outros princípios da própria Administração e
aos princípios gerais de direito. Daí o divórcio possível
entre ato legal e imoral, porque violado o princípio da
moralidade administrativa (é o que ocorre, por exemplo,
com as nomeações para cargos em comissão, com as
decisões editadas tão só por critérios de natureza
políticopartidária etc.).
Ex.: determinado prefeito, por ter sido derrotado no
pleito eleitoral e às vésperas do encerramento do
mandato, congela o imposto territorial urbano com o
fito de diminuir as receitas do Município e inviabilizar a
sua administração. Ainda que tenha agido conforme a
lei, agiu com inobservância da moralidade
administrativa.
- Por fim, diga-se que a imoralidade administrativa
qualificada é a que configura o ato de improbidade
administrativa, e não apenas o ato imoral.
- A probidade administrativa está relacionada ao
princípio da moralidade, mas é forma qualificada da não
observância desse princípio. Tanto assim que se pune
com maior rigor a imoralidade qualificada pela
improbidade (CF, art. 37, § 4º).
Art. 37, § 4º - Os atos de improbidade administrativa
importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda
da função pública, a indisponibilidade dos bens e o
ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas
em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
- Interessa notar, desde já, que a CF de 1988 consagrou
a moralidade administrativa como princípio da
Administração Pública e, como todos os demais
princípios, seus destinatários não são apenas os agentes
públicos, os órgãos e entidades da Administração, mas
todos os que, de qualquer modo, se relacionam com o
Poder Público ou exercem funções públicas. Daí por
que não apenas os agentes públicos, mas também os
particulares, podem responder por atos que tenham sido
praticados com a violação da moralidade administrativa.
8.6.1. Moralidade juridicizada
- A moralidade, em síntese, tem o seu conteúdo
determinado por valores morais juridicizados,
localizados ou recepcionados pelo sistema normativo,
como o são os princípios gerais de direito que têm
conteúdo moral — boafé, imparcialidade,
honestidade, lealdade, não corrupção, é
probidade, atuação honeste, não buscar
interesses pessoas, não visar o lucro. etc.
8.6.2. Responsabilidade pela violação a moralidade
administrativa
- A prática de ato administrativo, a celebração de
contrato administrativo com prejuízo ou violação da
moralidade administrativa não apenas exigirá a
invalidação do ato ou contrato como a responsabilização
(por improbidade administrativa) do agente público e
dos que concorreram ou se beneficiaram, ainda que
particulares.
- Os atos de improbidade podem acarretar o
enriquecimento ilícito do agente ou de terceiro
(particular ou pessoa jurídica, dano ao Erário e ao
patrimônio público), ou podem representar a violação de
outros princípios. As três modalidades estão previstas na
Lei n. 8.429/92, a Lei de Improbidade Administrativa.
8.6.3. Ação popular quando há violação do princípio
da moralidade
- O controle jurisdicional por violação da moralidade
também pode decorrer da promoção de ação popular
(Lei n. 4.717/65), ajuizada por qualquer cidadão e com a
finalidade de invalidar o ato lesivo ou contrário à
moralidade e responsabilizar o agente.
- A ação popular, que também pode ser movida em
razão do ato ou contrato lesivos ao meio ambiente, ao
patrimônio público, histórico, artístico e cultural, figura
como ação constitucional (CF, art. 5º, LXXIII).
8.6.4. Ação de improbidade administrativa x ação
popular
- A ação movida em razão da prática de atos de
improbidade administrativa não se confunde com a ação
popular.
- A ação movida em razão da prática de atos de
improbidade administrativa, também espécie de
ação coletiva ou civil pública, pode ser
movida pelo Ministério Público ou pela
entidade do Poder Público interessada (a
que tenha sofrido a lesão ou a quem o agente esteja
vinculado). A ação de improbidade pode permitir a
aplicação de sanções específicas (CF, art. 37, § 4º, e Lei
n. 8.429/92, art. 12, I, II e III). Não tem natureza penal e
o acusado é processo em 1ª instância.
- A ação popular somente pode ser movida pelo
cidadão. A ação popular somente pode resultar a
anulação do ato ou contrato lesivos e a
responsabilização civil dos responsáveis. Não tem
natureza penal e o acusado é processo em 1ª instância.
- Como dito, há dois pontos comuns entre as duas ações:
ambas não têm natureza penal e são processadas em
primeira instância.

78. ( ) CESPE/TRT17/Analista/2009 - As sociedades


de economia mista e as empresas públicas que
prestam serviços públicos estão sujeitas ao
princípio da publicidade tanto quanto os órgãos
que compõem a administração direta, razão pela
qual é vedado, nas suas campanhas publicitárias,
mencionar nomes e veicular símbolos ou imagens
que possam caracterizar promoção pessoal de
autoridade ou servidor dessas entidades. 74
- Segundo o princípio da publicidade, a Administração
Pública deve dar ampla divulgação de seus atos,
ressalvadas as hipóteses de sigilo, com o objetivo de
informar, educar e orientar, conforme estabelece o art.
37, § 1º, da CF/88, ao determinar que a publicidade dos
atos, programas, obras, serviços e campanhas dos
órgãos públicos deverá ter caráter educativo,
informativo ou de orientação social, dela não podendo
constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem
promoção pessoal da autoridade ou dos servidores
públicos. Questão malassombrada que gerou muita
discussão pois alguns acham que o princípio da questão
é o da impessoalidade, mas o CESPE manteve como
certa.
79. ( ) CESPE/TCU/2007 - A declaração de sigilo dos
atos administrativos, sob a invocação do
argumento da segurança nacional, é privilégio
indevido para a prática de um ato administrativo,
pois o princípio da publicidade administrativa
exige a transparência absoluta dos atos, para
possibilitar o seu controle de legalidade.75
- O princípio da publicidade não é absoluto, pois há
casos em que a administração não deve dar publicidade
aos atos praticados sob pena de violar a intimidade, a
honra do administrado, conforme fixa
o art. 5º, X, da CF/88. De igual forma, também estão
excepcionados do princípio da publicidade os atos
administrativos vinculados à segurança da sociedade e
do Estado.
80. ( ) CESPE/TRT-17/Analista/2009 - As sociedades
de economia mista e as empresas públicas que
prestam serviços públicos estão sujeitas ao
princípio da publicidade tanto quanto os órgãos
que compõem a administração direta, razão pela
qual é vedado, nas suas campanhas publicitárias,
mencionar nomes e veicular símbolos ou imagens
que possam caracterizar promoção pessoal de
autoridade ou servidor dessas entidades.76
- As empresas públicas e as sociedades de economia
mista prestadoras de serviços públicos ou exploradoras
de atividade econômica estão regidas por todos os
princípios constitucionais e não só pelo princípio da
publicidade. Acaso façam publicidade pessoal de
agentes ou autoridades estarão violando o referido
princípio.
81. ( ) CESPE/PC-PA/Técnico/2007 - Conferir
transparência aos atos dos agentes públicos é um
dos objetivos do princípio da publicidade.77
- O princípio da publicidade prestigia a democracia,
permitindo o controle da gestão, trazendo transparência
à gestão pública. A transparência, portanto, é um dos
objetivos visados por intermédio do princípio da
publicidade.
82. ( ) CESPE/TCU/Técnico/2007 - Em obediência ao
princípio da publicidade, é obrigatória a
divulgação oficial dos atos administrativos, sem
qualquer ressalva de hipóteses.78
- A publicidade não é um princípio de caráter absoluto,
ela encontra exceções no próprio texto da Constituição.
Dessa forma, nem sempre será necessária a divulgação
dos atos administrativos para cumprimento do princípio
da publicidade, como por exemplo, questões de
intimidade e de segurança nacional.
83. ( ) CESPE/MPOG/2008 - De acordo com o
princípio da publicidade, a publicação no Diário
Oficial da União é indispensável para a validade
dos atos administrativos emanados de servidores
públicos federais.79
- Há exceções ao dever de a Administração tornar
públicos seus atos, desde que assim necessário. Nesse
sentido, a CF/88 estabelece no inciso XXXIII do art. 5º,
que “todos têm direito a receber dos órgãos públicos
informações de seu interesse particular, ou de interesse
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei,
sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo
sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do
Estado” e no inciso LX do art. 5º, que “a lei só poderá
restringir a publicidade dos atos processuais quando a
defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem”.
84. ( ) CESPE/STF/Técnico/2008 - Nos municípios
em que não exista imprensa oficial, admite-se a
publicação dos atos por meio de afixação destes na
sede da prefeitura ou da câmara de vereadores.80
- Publicidade não se confunde com publicação, pois esta
é apenas um dos meios para se dar cumprimento aquela.
Podem existir outras formas de se cumprir com a
publicidade, mesmo que não haja publicação do ato, por
exemplo, nos municípios em que não exista imprensa
oficial, admite-se a publicidade dos atos por meio de
afixação destes na sede da prefeitura ou da câmara de
vereadores. Outro exemplo é a carta-convite: segundo a
Lei nº 8.666/93, é desnecessária a sua publicação na
imprensa oficial, sendo suficiente que seja afixada em
“local apropriado”.
85. ( ) CESPE/TCU/2009 - Quando o TCU emite uma
certidão, ele evidencia o cumprimento do princípio
constitucional da publicidade.81
- A publicidade é exercida tanto quando a
Administração publica seus atos em meios oficiais,
como a partir da expedição de certidões.
86. ( ) CESPE/ABIN/2008 - Com base no princípio da
publicidade, os atos internos da administração
pública devem ser publicados no diário oficial.82
- Os atos externos, por alcançarem particulares
estranhos ao serviço público, devem ser divulgados por
meio de publicação em órgão oficial. Os atos internos,
por sua vez, também necessitam ser divulgados, mas
não demandam publicação em diários oficiais, podendo
ter dar-se por meio de mera circular dentro da própria
entidade ou órgão, ou mesmo através do chamado
“Boletim Interno”.
87. ( ) CESPE/TRF-2/Juiz/2009 - De acordo com o
princípio da publicidade, os atos administrativos
devem ser publicados necessariamente no Diário
Oficial, não tendo validade a mera publicação em
boletins internos das repartições públicas. 83
- Os atos com efeitos internos não precisam de
publicação na imprensa oficial. Assim, comumente a
Administração cria boletins internos, cuja função
principal é exatamente dar publicidade aos atos internos
da instituição.
88. ( ) CESPE/MC/2008 - Em exames de avaliação
psicológica para seleção de candidatos a cargos
públicos, é inadmissível a existência de sigilo e
subjetivismo, sob pena de afronta aos princípios da
publicidade e da legalidade.84
- De acordo com o STF, a lei que cria um cargo pode
fixar a exigência de exame psicotécnico, sendo pautado
em critérios objetivos, sujeito a reexame (via recurso) e
ao princípio da publicidade.
89. ( ) CESPE/TRF-2/Juiz/2009 - De acordo com o
princípio da publicidade, os atos administrativos
devem ser publicados necessariamente no Diário
Oficial, não tendo validade a mera publicação em
boletins internos das repartições públicas.85
- Os atos internos da Administração podem ser
publicados por meio de boletins internos da repartição
pública, sendo que tal conduta não viola o princípio da
publicidade.
90. ( ) CESPE/TJ-RJ/Analista/2008 - A publicidade é
elemento formativo do ato administrativo, uma vez
que, sem ela, o ato não chega a se formar e, por
isso, não pode gerar efeitos.86
- A publicidade significa a efetiva disponibilidade do
conteúdo do ato para a ciência dos administrados e não
se confunde com publicação. A publicidade está na
essência da própria Administração, já a publicação é
uma das formas de se viabilizar essa publicidade.
Assim, o ato administrativo só produzirá seus efeitos a
partir do momento em que ele for publicado em órgão
oficial quando se tratar de atos que devam produzir
efeitos externos ou onerem o patrimônio público ou,
quando se tratar de atos com efeitos internos, em
boletim interno dentro da própria Administração.
91. (2007/CESPE – TCU/AUFC) Acerca dos
princípios constitucionais que informam o direito
administrativo, julgue os próximos itens. A
declaração de sigilo dos atos administrativos, sob a
invocação do argumento da segurança nacional, é
privilégio indevido para a prática de um ato
administrativo, pois o princípio da publicidade
administrativa exige a transparência absoluta dos
atos, para possibilitar o seu controle de
legalidade.87
92. CESPE - AJ (STF)/STF/Administrativa/2008 A
respeito do direito administrativo, julgue o item
seguinte. Nos municípios em que não exista
imprensa oficial, admite-se a publicação dos atos
por meio de afixação destes na sede da prefeitura
ou da câmara de vereadores.88
93. CESPE - AUD (TCU)/TCU/1996 Em decorrência
da conformação constitucional dos princípios da
administração, é correto afirmar que: supre a
exigência de publicidade a divulgação dos atos
administrativos na imprensa não-oficial, pela
televisão ou pelo rádio, desde que em horário
oficial.89
- A publicidade não é atendida com a mera notícia,
veiculada pela imprensa falada, escrita ou televisiva do
ato praticado pela Administração Público, mesmo que
seja divulgada pela Voz do Brasil.
94. CESPE - DPF/PF/2004 - No que se refere a fontes
e princípios do direito administrativo, julgue o
item seguinte. A veiculação do ato praticado pela
administração pública na Voz do Brasil, programa
de âmbito nacional, dedicado a divulgar fatos e
ações ocorridos ou praticados no âmbito dos três
poderes da União, é suficiente para ter-se como
atendido o princípio da publicidade.90
- A publicidade não é atendida com a mera notícia,
veiculada pela imprensa falada, escrita ou televisiva do
ato praticado pela Administração Público, mesmo que
seja divulgada pela Voz do Brasil.
95. (2008/CESPE – ABIN/AI) Com base no princípio
da publicidade, os atos internos da administração
pública devem ser publicados no diário oficial.91
- Nem sempre são publicados no diário oficial
96. (2012/ESAF – MDIC) Determinado município da
federação brasileira, visando dar cumprimento a
sua estratégia organizacional, implantou o
programa denominado Administração
Transparente. Uma das ações do referido programa
consistiu na divulgação da remuneração bruta
mensal, com o respectivo nome de cada servidor
da municipalidade em sítio eletrônico da internet.
A partir da leitura do caso concreto acima narrado,
assinale a opção que melhor exprima a posição do
Supremo Tribunal Federal – STF acerca do tema.
a) A atuação do município encontra-se em consonância
com o princípio da publicidade administrativa.
b) A atuação do município viola a segurança dos
servidores.
c) A atuação do município fere a intimidade dos
servidores.
d) A remuneração bruta mensal não é um dado
diretamente ligado à função pública.
e) Em nome da transparência, o município está
autorizado a proceder a divulgação da remuneração
bruta do servidor e do respectivo CPF. 92
- Comentários: Questão excelente. O princípio da
publicidade impõe a divulgação dos atos da
Administração Pública em diários oficiais, em jornais
contratados, e, mais recentemente, na internet, conforme
o caso. Segundo esse princípio, há, ainda, o dever de a
Administração franquear aos particulares o acesso às
informações públicas que não foram objeto de
publicação. No entanto, a aplicação do princípio, em
estudo, não é irrestrita. A Constituição Federal de 1988
(CF, de 1988), por exemplo, restringe o conteúdo da
informação quanto a assuntos atinentes à Segurança
Nacional, à intimidade, à honra e à imagem. Vejamos
(incisos X e XXXIII do art. 5º da CF, de 1988): X - são
invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a
imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização
pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos
públicos informações de seu interesse particular, ou de
interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo
da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
sociedade e do Estado; Vencidas essas considerações
preliminares, será que a divulgação da remuneração
bruta mensal dos servidores, em sítio eletrônico da
internet, é uma das vedações ao princípio da
publicidade? Até onde a divulgação pode ser
considerada eventual ofensa à intimidade ou à vida
privada do servidor? Sobre o tema, o Supremo Tribunal
Federal (STF) reconheceu a constitucionalidade da
divulgação na internet da remuneração paga a cada um
dos ministros (ativos e aposentados) bem como de seus
servidores, ativos e inativos, além de pensionistas. Para
a Corte, a decisão atende ao comando da nova Lei de
Acesso à Informação (Lei 12.527/2011). Como bem
registrou o ministro Ayres Britto, a folha de pagamento
será divulgada integralmente, com os nomes dos
servidores, os cargos que ocupam e a remuneração bruta
mensal que recebem, afinal o contribuinte é o
empregador dos servidores, tendo, por conseguinte, o
direito de saber quanto paga. No entanto, a questão, ora
analisada, teve por fundamento a decisão do STF, no
julgamento de Agravo Regimental na Suspensão de
Segurança (SS) 3902, interposto por um sindicato e uma
associação de servidores do Município de São Paulo
(SP) contra decisão do presidente do STF, tendo por
objeto a Lei municipal 14.720/2008. Na ocasião, o
argumento do sindicato foi a preservação da intimidade
financeira dos servidores. Para o STF: Sua remuneração
bruta, cargos e funções por eles titularizados, órgãos de
sua formal lotação, tudo é constitutivo de informação de
interesse coletivo ou geral. Expondo-se, portanto, à
divulgação oficial. Na oportunidade, o STF afastou,
ainda, a questão da exposição ao risco pessoal e
familiar, isso porque proibida a revelação do endereço
residencial, do CPF e do RG de cada servidor. Daí,
inclusive, a incorreção da alternativa E. Por todo o
exposto, concluímos pela correção da letra A [a
divulgação está de acordo com o princípio da
publicidade].
97. ( ) O princípio da publicidade, no direito
administrativo, relaciona-se à publicidade,
diretamente ligada à eficácia do ato, bem como à
transparência, derivada, por sua vez, do princípio
da indisponibilidade do interesse público.93

8.7. Princípio da publicidade


- O dever de dar publicidade, ou seja, de levar o
conhecimento do ato ou da atividade administrativa a
terceiros, a fim de facilitar o controle e conferir
possibilidade de execução, constitui o quarto vetor da
Administração Pública.
- A publicidade, apesar de não ser elemento de
formação dos atos, constitui-se requisito de sua
moralidade e eficácia, entendida esta última como
aptidão do ato para produção dos seus efeitos.
- §1º do art. 61 da Lei 8.666, de 1993
Parágrafo único. A publicação resumida do
instrumento de contrato ou de seus aditamentos na
imprensa oficial, que é condição
indispensável para sua eficácia, será
providenciada pela Administração até o quinto dia útil
do mês seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no
prazo de vinte dias daquela data, qualquer que seja o
seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o disposto no
art. 26 desta Lei.

- A publicidade serve para que a sociedade controle


os atos públicos.
- A publicidade serve para que o ato produza efeito é
requisito de eficácia.

- A atuação transparente do Poder Público exige a


publicação, ainda que meramente interna, de toda forma
de manifestação administrativa, constituindo esse
princípio requisito de eficácia dos atos administrativos.
A publicidade está intimamente relacionada ao controle
da Administração, visto que, conhecendo seus atos,
contratos, negócios, pode o particular cogitar de
impugná-los interna ou externamente.
8.7.1. Publicidade interna e publicidade externa
- A publicidade pode ser interna (obrigatória sempre) ou
externa (obrigatória para os atos concluídos, fases de
procedimentos, atos em formação, atas de julgamento,
contratos etc.).
- O princípio da publicidade propicia, ainda, a obtenção
de informações, certidões, atestados da Administração,
por qualquer interessado, desde que observada a forma
legal. O art. 5º, XXXIII, assegura, assim, o direito que
todos têm de receber informações dos órgãos públicos,
sejam de interesse pessoal, sejam de interesse coletivo e
geral.

98. (Prova: TRF - 4ª REGIÃO - 2010 - TRF - 4ª


REGIÃO - Juiz Federal) Dadas as assertivas
abaixo sobre funções estatais e princípios
informadores do regime jurídico administrativo,
assinale a alternativa correta. Estabelece a
Constituição Federal que a administração pública
direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá ao princípio da publicidade, havendo
possibilidade de instituição, pela via legislativa, de
restrições ao acesso a autos de processo
administrativo.
- De fato há a possibilidade, pela via legislativa, de
restrições ao acesso a autos de processo administrativo.
Isso já aconteceu com a lei 11.111/2005 que foi
revogada, o que mostra que é possível a restrição pela
via administrativa.

8.7.2. Princípio da publicidade x segurança da


sociedade e/ou Estado
- Há reservas ao princípio da publicidade quando em
jogo estiver a segurança da sociedade e/ou do Estado ou
quando o conteúdo da informação for resguardado por
sigilo.
- A Lei n. 11.111/2005 regulamenta o acesso aos
documentos públicos de interesse particular ou de
interesse coletivo e a possibilidade de
restrição em razão da segurança da
sociedade e do Estado.
- Daí ser correto concluir: a publicidade é obrigatória
como meio conferidor de eficácia da atividade
administrativa, mas se admite a manutenção do sigilo
quando expressamente autorizar a Constituição ou
quando concorrer possível prejuízo para a coletividade
ou para outrem.
- O princípio também diz respeito aos julgamentos
realizados por órgãos do Judiciário, admitindo-se que a
lei limite, em determinados atos, a presença às próprias
partes e a seus advogados, desde que o sigilo seja
imprescindível para a defesa da intimidade e sem
prejuízo do direito público à informação (CF, art. 93,
IX, com a redação dada pela EC n. 45/2004 — Reforma
do Judiciário e do Ministério Público).
8.7.3. Publicidade x publicação
- Publicidade não se confunde com publicação, pois esta
é apenas um dos meios para se dar cumprimento aquela.
- Podem existir outras formas de se cumprir com a
publicidade, mesmo que não haja publicação do ato, por
exemplo, nos municípios em que não exista imprensa
oficial, admite-se a publicidade dos atos por meio de
afixação destes na sede da prefeitura ou da câmara de
vereadores. Outro exemplo é a carta-convite: segundo a
Lei nº 8.666/93, é desnecessária a sua publicação na
imprensa oficial, sendo suficiente que seja afixada em
“local apropriado”.
Atenção!!!
- Para Diógenes Gasparini, órgão oficial é o jornal,
público ou privado, destinado à publicação dos atos
estatais. Atualmente, tem sido corrente o Diário Oficial
na forma eletrônica pela Internet.
- No Recurso Extraordinário 71.652, por exemplo, o
STF registrou que a publicidade não é
atendida com a mera notícia, veiculada pela
imprensa falada, escrita ou televisiva do ato
praticado pela Administração Público, mesmo que seja
divulgada pela Voz do Brasil.
8.7.4. Exceções ao princípio da publicidade
- Relevante interesse coletivo
- Garantia da segurança nacional
- Quando a publicidade causar violação a honra, vida
privada e intimidade.

99. ( ) CESPE/TJDFT/Tabelião/2007 - João pleiteou,


à autoridade administrativa fazendária estadual, a
realização de compensação tributária de um
crédito de ICMS. Passados 180 dias da propositura
do pleito, a administração ainda não havia dado
resposta a João. Com referência à situação
hipotética acima, julgue o item a seguir, levando
em conta as normas atinentes aos processos
administrativos e ao controle judicial da
administração pública. A argumentação mais
adequada para a solução do problema seria a
invocação, de forma genérica, do princípio da
eficiência da administração. 94
- O princípio da eficiência, consoante art. 37, caput, da
CF/88, conferiu à atuação administrativa a busca pelos
resultados, isto é, a otimização dos recursos existentes
com o máximo de aproveitamento. Trata-se de
implementação da política administrativa de
desburocratização estatal, adotando-se o modelo de
administração gerencial. A invocação do princípio da
eficiência deverá ser de forma específica, apontando em
que contexto a atuação administrativa causa lesão à
esfera de direito particular.

- Com base no texto abaixo, julgue o quesito a seguir: O


art. 37, caput, reportou de modo expresso à
administração pública apenas cinco princípios. Fácil é
ver-se, entretanto, que inúmeros outros merecem
igualmente consagração constitucional: uns, por
constarem expressamente da Lei Maior, conquanto não
mencionados no art. 37, caput; outros, por nele estarem
abrigados logicamente. Celso Antônio Bandeira de
Mello. Curso de Direito Administrativo. São Paulo:
Malheiros, 2008, 25.a ed., p. 378 (com adaptações).
100. ( ) CESPE/PC-RN/2009 - O núcleo do princípio
da publicidade é a procura da economicidade e da
produtividade, o que exige a redução dos
desperdícios do dinheiro público, bem como impõe
a execução dos serviços com presteza e
rendimento funcional.95
- O incremento de produtividade e de economia de
recursos públicos tem estreita ligação com princípio da
eficiência, e não, com a publicidade.
101. ( ) CESPE/PC-PB/Delegado/2009 - O princípio da
eficiência na administração pública foi inserido no
caput do art. 37 da CF apenas com a edição da
Emenda Constitucional n.º 19/1998. Entretanto,
mesmo antes disso, já era considerado pela
doutrina e pela jurisprudência pátria como um
princípio implícito no texto constitucional. Sob o
enfoque desse princípio, o princípio da eficiência,
relacionado na CF apenas na parte em que trata da
administração pública, não se aplica às ações dos
Poderes Legislativo e Judiciário. 96
- Não só o princípio da eficiência, mas todos os demais
princípios previstos no caput do art. 37 da CF/88 têm
aplicação a todos os Poderes.
102. ( ) CESPE/STJ/Técnico/2008 - A exigência de
que o administrador público atue com diligência e
racionalidade, otimizando o aproveitamento dos
recursos públicos para obtenção dos resultados
mais úteis à sociedade, se amolda ao princípio da
continuidade dos serviços públicos.97
- O princípio aplicável ao caso não é da continuidade,
mas sim o da eficiência, o qual se impõe a toda
Administração Pública (CF/88, art. 37, caput).
103. ( ) CESPE/MC/2008 - O princípio da eficiência se
concretiza também pelo cumprimento dos prazos
legalmente determinados, razão pela qual, em caso
de descumprimento injustificado do prazo fixado
em lei para exame de requerimento de
aposentadoria, é cabível indenização proporcional
ao prejuízo experimentado pelo administrado.98
- Ao processo administrativo devem ser aplicados os
princípios constitucionais do art. 37 da CF/88, sendo
dever da Administração Pública pautar seus atos dentro
dos princípios constitucionais, notadamente pelo
princípio da eficiência, que se concretiza também pelo
cumprimento dos prazos legalmente determinados (STJ,
Resp 687.947).
104. ( ) CESPE/Hemobrás/2008 - O princípio da
eficiência impõe ao administrador público a
obtenção da plena satisfação da sociedade a
qualquer custo.99
- Não há recursos financeiros ilimitados. É preciso
aperfeiçoar as escolhas da Administração, ou seja,
ampliar a quantidade e a qualidade das atividades
prestadas pela Administração, reduzindo os seus custos.
Essa é a ótica da chamada administração pública
gerencial.
105. (2004/CESPE/TCU/ANALISTA) O princípio da
eficiência relaciona-se com o modo de atuação do
agente e com o modo de organização e
estruturação da administração pública, aspectos
cujo conteúdo identifica-se com a obtenção de
melhores resultados na relação custo versus
benefícios e com o satisfatório atendimento das
necessidades do administrado.100
106. ( ) A possibilidade de reconsideração por parte da
autoridade que proferiu uma decisão objeto de
recurso administrativo atende ao princípio da
eficiência.101
- Havendo a reconsideração a administração será mais
eficiente. Se o administrador perceber que houve um
equívoco ele poderá rever seus atos. A autoridade
administrativa tem 5 dias para reconsiderar.

8.8. Princípio da eficiência


- Eficiência = Custos x benefício, isto é, menor
volume de recursos públicos para o alcance dos
resultados previstos.
- A eficiência tem aplicabilidade imediata.
- O último princípio expresso no caput do art. 37 é o da
eficiência, que também abarca dois entendimentos
possíveis:
1º Refere-se ao agente público, que não pode atuar
amadoristicamente, devendo buscar a consecução do
melhor resultado possível;
2º Refere-se à forma de organização da Administração
Pública, que deve atentar para os padrões modernos de
gestão ou administração, vencendo o peso burocrático,
atualizando-se e modernizando-se.
- Com relação à exigência de eficiência, há normas
expressas que a consagram no próprio texto
constitucional:
a) a avaliação periódica de desempenho a que está
submetido o servidor;
b) o estágio probatório;
c) a possibilidade de formalização de contratos de
ampliação da autonomia operacional de entidades
administrativas (CF, art. 37, § 8º).
- Há, ainda, normas infraconstitucionais que confirmam
o princípio, como a possibilidade de celebração de
contratos de gestão com as organizações sociais, os
termos de parceria com as organizações da sociedade
civil, dentre outras.
- No campo da eficiência incide, por exemplo, o dever
de a Administração atuar com economicidade,
produtividade, otimizando seus resultados e
reduzindo custos operacionais.
- A omissão injustificada do Poder Público pode
significar a violação do princípio da eficiência, como
também a demora injustificada da sua atuação. Veja-se,
por exemplo: a todos, no âmbito judicial e
administrativo, são assegurados a razoável duração do
processo e os meios que garantam a celeridade de sua
tramitação, como impõe a Constituição Federal, art. 5º,
LXXVIII.
Por exemplo: o governo do Estado “X” propõe a
inclusão na Lei Orçamentária Anual de R$ 10 milhões
de reais para a construção de 30 escolas públicas. O
Legislativo aprova o crédito orçamentário. As receitas
previstas para amparar as despesas fixadas são
realizadas. O governo executa a construção de 30
escolas, dentro da vigência do crédito orçamentário,
utilizando-se de R$ 9 milhões de reais. As escolas, no
entanto, ficam abandonadas, porque não se planejou a
contratação de novos Professores e pessoal
administrativo.
No caso, a ação foi eficaz (alcançou a meta prevista),
foi eficiente (os recursos foram suficientes para o
resultado pretendido), porém não foi efetiva (o
resultado social não foi alcançado).
- O princípio da eficiência é BIFRONTAL, pois, o
princípio da eficiência deve ser compreendido, a um
só tempo, em relação à forma de estruturação,
de organização, da Administração, bem
como relativamente a seus servidores.

107. ( ) CESPE/PGEPA/Auxiliar/2007 - A doutrina


aponta como princípios do regime jurídico
administrativo a supremacia do interesse público
sobre o privado e a indisponibilidade do interesse
público. 102
- A supremacia do interesse público orienta o chamado
regime jurídico administrativo. De acordo com esse
princípio, a Administração Pública goza de poderes,
prerrogativas (cláusulas exorbitantes, poder de polícia,
poder expropriatório, presunção de veracidade e
legitimidade etc) a fim de que bem possa atuar em
defesa do interesse coletivo. Já a indisponibilidade do
interesse público vincula-se à imposição de restrições,
limitações ou deveres especiais para a Administração,
de modo que ela não pode abdicar, renunciar, negociar,
fazer concessões acerca do interesse público, salvo
quando há lei autorizando.
108. ( ) CESPE/PGEPA/Procurador/2007 - A doutrina
aponta como princípios do regime jurídico
administrativo a supremacia do interesse público
sobre o privado e a indisponibilidade do interesse
público.103
- O regime jurídico-administrativo é formado por dois
pilares: o da supremacia do interesse público sobre o
privado e o da indisponibilidade do interesse público, os
quais conferem à Administração Pública prerrogativas e
sujeições. São ditos princípios basilares da
Administração Pública.
109. ( ) CESPE/SEFAZAC/2009 - O regime jurídico
administrativo está fundado basicamente em dois
princípios: o da supremacia do interesse público
sobre o privado e o da indisponibilidade, pela
administração, dos interesses públicos.104
- O regime jurídico-administrativo é um conjunto de
prerrogativas e sujeições concedido à Administração
Pública. As prerrogativas traduzem o princípio da
supremacia do interesse público sobre o privado e as
restrições configuram-se no princípio da
indisponibilidade do interesse público.
110. ( ) CESPE/PC-PA/Técnico/2007 - Com base no
princípio da segurança jurídica, é possível a
modulação dos efeitos dos atos administrativos
ilegais ou inconstitucionais, de forma a permitir
que sejam declarados nulos com efeitos ex nunc.105
- Regra geral, quando a Corte Constitucional declara a
inconstitucionalidade de um ato, o faz com efeitos ex
tunc, isto é, retroativos à data de sua ocorrência. Apesar
disso, ela tem reconhecido, excepcionalmente, a
possibilidade de proceder à modulação ou limitação
temporal dos efeitos da declaração de
inconstitucionalidade, oferecendo a decisão efeitos ex
nunc ou pro futuro, com base no art. 27 da Lei 9.868/99,
por razões de interesse coletivo e segurança jurídica.
111. ( ) CESPE/TJ-RJ/Analista/2008 - O princípio da
ampla defesa e do contraditório tem sua aplicação,
no âmbito administrativo, limitada aos processos
administrativos punitivos.106
- O princípio da ampla defesa e do contraditório tem sua
aplicação em todos os processos administrativos e não
apenas aos de caráter punitivo (Lei nº 9.784/99, art. 2º).
Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre
outros, aos princípios da legalidade, finalidade,
motivação, razoabilidade, proporcionalidade,
moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança
jurídica, interesse público e eficiência.
112. ( ) CESPE/MCT-FINEP/Analista/2009 - De
acordo com o princípio da indisponibilidade do
interesse público, aos agentes administrativos, no
desempenho de suas funções, não é lícito fazer
prevalecer a sua vontade psicológica, apesar de
esses agentes deterem a guarda e a titularidade do
interesse público. 107
- O agente público não detém a titularidade do interesse
público, mas somente a sua guarda, aprimoramento e
conservação.
113. ( ) CESPE/MCT-FINEP/Analista/2009 - Os
princípios da legalidade e da supremacia do
interesse público informam todos os demais,
incluindo-se os expressos na CF.108
- Um Estado Democrático de Direito tem como base o
princípio da legalidade, que serve como garantia de que
todos os conflitos serão resolvidos em conformidade
com a lei. Doutro lado, o princípio da supremacia do
interesse público é da essência de uma sociedade
juridicamente organizada. Tais princípios informam
todos os demais, sejam eles expressos ou implícitos no
ordenamento jurídico.
114. ( ) CESPE/MCT-FINEP/Analista/2009 - A
observância, por parte da administração, dos
princípios da ampla defesa e do contraditório não
encontra previsão expressa na CF. 109
- Os princípios do contraditório e da ampla defesa estão
previstos expressamente no art. 5º, LV, da CF, que
dispõe: “aos litigantes, em processo judicial ou
administrativo, e aos acusados em geral são assegurados
o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos
a ela inerentes”.
Art. 5. LV - aos litigantes, em processo judicial ou
administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os
meios e recursos a ela inerentes;
115. (2006/CESPE/TCE-AC/ANALISTA-
ADMINISTRAÇÃO) O regime jurídico de direito
público encontra-se fundado nos princípios da
prevalência do interesse público sobre o privado e
o da indisponibilidade desse interesse público. No
entanto, de acordo com uma concepção moderna
do direito administrativo, de cunho gerencial, não
se pode afirmar que o interesse público se
confunde com o do Estado.110
116. (2007/CESPE/PGE-PA/ADVOGADO) A doutrina
aponta como princípios do regime jurídico
administrativo a supremacia do interesse público
sobre o privado e a indisponibilidade do interesse
público.111
117. (CESPE - 2014 - TJ-SE - Titular de Serviços de
Notas e de Registros – Provimento) A respeito dos
princípios, das fontes e do conceito de direito
administrativo, assinale a opção correta. O
princípio administrativo do interesse público é um
princípio implícito da administração pública.112
- Não existe um princípio do interesse público. Todos os
princípios são voltados para o interesse público.
118. Com referência ao regime jurídico e aos princípios
da administração pública, assinale a opção correta
de acordo com o pensamento doutrinário
dominante.
a) São considerados como basilares da administração
pública os princípios da legalidade, da supremacia
do interesse público sobre o privado e o da
continuidade do serviço público.
b) Para o particular, o princípio da legalidade apresenta
conotação negativa ou restritiva; já para a
administração pública ele apresenta caráter positivo
ou ampliativo.
c) Do princípio da continuidade do serviço público
decorrem os princípios da sindicabilidade e da
autoexecutoriedade.
d) O princípio da sindicabilidade é reconhecido
expressamente pela jurisprudência do STF.
e) Sempre que a administração pública estiver envolvida
em relações jurídicas, sejam elas de direito público
ou de direito privado, o interesse da administração
pública deverá imperar, pois ele sempre se sobrepõe
ao interesse privado.113
- Os princípios basilares são também conhecidos como
supraprincípios. Dos princípios basilares todos os
outros decorrem.
- Os princípio basilares são:
1. supremacia do interesse público sobre o privado
2. indisponibilidade do interesse público.
-------
Letra “a” ERRADO. O princípio da legalidade para
alguns doutrinadores é um princípio basilar (Maria
Sylvia de Pietro), A continuidade do serviço público
não é um princípio basilar, apesar de ser importante.
-------
Letra “b” ERRADO.
- O princípio da legalidade para o particular → pode
fazer tudo que a lei não veda.
- O princípio da legalidade para a administração pública
(art. 37 da CF) → só pode fazer aquilo que a lei permite.
Para a administração o princípio da legalidade é
restritivo.
--------
Letra “c” ERRADA. Os princípios citados na alternativa
não têm relação uns com os outros.
- O princípio da Sindicabilidade significa que é possível
controlar os atos da administração pública, seja por ela
mesmo ou por controle externo (poder judiciário etc).
Os atos administrativos são sindicáveis.
--------
Letra “d” CORRETA. O princípio da sindicabilidade é
reconhecido pela jurisprudência do STF.
--------
Letra “e” ERRADA. A verticalidade do interesse da
administração pública em detrimento do particular só
existe quando estamos diante de uma relação de direito
público. No regime de direito privado não há
verticalidade entre o interesse da administração e o
interesse do particular, há horizontalidade entre os
interesses.

9. Regime jurídico-administrativo — princípios


- Como referido, os princípios constituem a pedra de
toque de todo o sistema normativo; a partir deles
constituem-se as normas; correspondem, assim, a juízos
abstratos e que dependem, para aplicação, da
correspondente adequação com a norma escrita.
- O regime jurídico-administrativo é formado por dois
pilares o da:
1º Supremacia do interesse público sobre
o privado (prerrogativas) e
2º Indisponibilidade do interesse público
(limitações) os quais conferem à Administração Pública
prerrogativas e sujeições. São ditos princípios basilares
da Administração Pública.
- A Constituição Federal estabelece os princípios
básicos no capítulo próprio da Administração, mas há
outros tantos que informam todo o direito
administrativo e que constituem o chamado regime
jurídicoadministrativo (v. Capítulo I, item 6). Sem
esgotar o rol, examinam-se alguns dos princípios de
relevo e de importância prática.
- Conforme o art. 2º da lei 9.784/99 a administração
pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da
legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade,
proporcionalidade, moralidade, ampla defesa,
contraditório, segurança jurídica, interesse público e
eficiência.
Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre
outros, aos princípios da legalidade, finalidade,
motivação, razoabilidade, proporcionalidade,
moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança
jurídica, interesse público e eficiência.
9.1. Princípio da Supremacia do interesse público
- No confronto entre o interesse do particular e o
interesse público, prevalecerá o segundo. Tal não
significa o esquecimento do interesse e direito do
particular, mas garante a prevalência do
interesse público, no qual se concentra o
interesse da coletividade, como ocorre nas
hipóteses em que a Administração reconhece de
utilidade pública um bem imóvel e declara a sua
expropriação.
- O direito de propriedade deferido constitucionalmente
ao particular cede lugar ao interesse da coletividade.
- Haverá sempre limites a tal supremacia; o Poder
Público não está desobrigado de
respeitar os direitos individuais — muito ao
contrário, tampouco pode, como visto, deixar de atender
ao comando da lei (princípio da legalidade).
- É da supremacia do interesse público que decorre o
deferimento de prerrogativas para o Poder Público ou
para as entidades que integram a Administração Pública
a fim de que exerçam suas funções.
- Os poderes administrativos são expressões decorrentes
desses princípios e por eles o EstadoAdministração
impõe ao particular a sua vontade, que há de ser adstrita
à lei e aos demais princípios e regras jurídicas.

119. TRF - 2ª Região - 2014 - TRF - 2ª REGIÃO - Juiz


Federal - Leia as assertivas abaixo e, ao final,
assinale a opção correta. A indisponibilidade do
interesse público impede que se adote a arbitragem
para a solução de conflitos envolvendo sociedades
de economia mista e empresas públicas.114
- Admite-se a arbitragem sim. Até mesmo para a
contratos de concessão de serviços públicos com
entidades. A arbitragem não viola o princípio da
indisponibilidade.
Lei 8987, Art. 23-A. O contrato de concessão poderá
prever o emprego de mecanismos privados para
resolução de disputas decorrentes ou relacionadas ao
contrato, inclusive a arbitragem, a ser realizada no
Brasil e em língua portuguesa, nos termos da Lei no
9.307, de 23 de setembro de 1996.

9.2. Princípio da Indisponibilidade do interesse


público
- Não é deferida liberdade ao administrador para
concretizar transações de qualquer natureza sem
prévia e correspondente norma legal.
- Evita que o administrador abra mão do interesse
público e busque seus interesses pessoais.
- Os bens, direitos e interesses públicos são confiados a
ele apenas para a sua gestão, nunca para
a sua disposição.
- O poder de disposição, seja para aliená-los, renunciá-
los ou transacioná-los, dependerá sempre de lei.
- Não há poder de transigir sem lei
anterior que o permita (STF, RDA, 128/178).
Assim, seja para alienar bens, contratar pessoal ou
realizar procedimento licitatório, sempre estará o
administrador condicionado aos limites de seus poderes
(e deveres) de mera gestão.
- O princípio é próximo e se confunde em parte com o
da legalidade, muito embora este lhe seja superior e
antecedente necessário.
- O exercício da atividade administrativa traduz-se em
deveres para o agente público e para a própria
Administração Pública: deveres de guarda,
aprimoramento, conservação do interesse público.
- Assim, ao contrário do que ocorre usualmente na
gestão da atividade privada, para a Administração e seus
agentes não há qualquer liberdade de disposição ou
renúncia, mas sim indisponibilidade. A atividade
confiada à Administração e seus agentes possui natureza
meramente instrumental, constituindo um múnus
público, encargo, ou dever.
Atenção!!!
- A arbitragem não viola o princípio da
indisponibilidade.
Lei 8987, Art. 23-A. O contrato de concessão poderá
prever o emprego de mecanismos privados para
resolução de disputas decorrentes ou relacionadas
ao contrato, inclusive a arbitragem, a ser realizada
no Brasil e em língua portuguesa, nos termos da Lei
no 9.307, de 23 de setembro de 1996.
120. ( ) CESPE/SECONT-ES/2009 - Tendo em vista o
princípio da continuidade do serviço público, na
hipótese de rescisão do contrato administrativo, a
administração pública detém a prerrogativa de, nos
casos de serviços essenciais, ocupar
provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e
serviços vinculados ao objeto do contrato.115
- É o chamado instituto da encampação ou resgate, e
ocorre durante o prazo do contrato de concessão e por
motivo de interesse público. É vedado ao concessionário
a oposição ao ato. Tem direito, contudo, à indenização
dos prejuízos efetivamente causados pelo ato de império
do Poder Público, cujo parâmetro de cálculo está
disposto no art. 36 da Lei nº 8.987/95.
121. TRF - 2ª Região - 2014 - TRF - 2ª REGIÃO - Juiz
Federal - Leia as assertivas abaixo e, ao final,
assinale a opção correta. O princípio da
continuidade das atividades administrativas
alcança apenas os serviços públicos essenciais, que
não podem ser interrompidos por causar danos ao
interesse público primário, não se estendendo às
demais funções administrativas.116
- A atividade em regra segue todos serviços. Portanto,
está errada a assertiva.

9.3. Princípio da continuidade (implícito na CF)


- A atuação administrativa deve ser contínua e
ininterrupta, mas admite algumas ressalvas, como o
direito de greve que do servidor que será exercido nos
termos de lei específica.
- A atividade administrativa, em especial os serviços
públicos, não pode sofrer paralisações. Administrar
corresponde a gerir os interesses da coletividade, a coisa
pública em sentido amplo, visando sempre o
atendimento das necessidades públicas. Por isso, diz-se
ser a atividade administrativa ininterrupta.
- Por conta desse princípio há ressalvas e exceções
ao direito de greve a todos deferido. Em se
tratando de agentes públicos, contudo,
determinadas funções não podem sofrer
paralisação em nenhuma hipótese, nem
mesmo para o exercício daquele direito constitucional
(art. 37, VII, da CF).
- Há proibição ao exercício da greve por militares
(art. 142, § 3º, IV, da CF), e para os demais tal exercício
depende de regulamentação legal (v. Lei n. 7.783, de
2861989, que regula os chamados serviços essenciais
prestados pelo setor privado).
- Serviços essenciais não admitem PARALISAÇÃO,
como os de segurança pública, transporte
público, saúde etc.
- Também por força desse princípio, ao menos em tese,
não pode o contrato administrativo deixar de ser
cumprido pelo contratado, ainda que a Administração
— contratante — tenha deixado de satisfazer suas
obrigações contratuais. Não é aplicável aos
contratos administrativos, via de regra, a
chamada exceção de contrato não
cumprido (CC, art. 476), ou exceptio non
adimpleti contractus, assim como, por força
desse princípio, admite-se a ENCAMPAÇÃO da
concessão de serviço público, além da extinção do
contrato de concessão por força da caducidade.
Exceções ao princípio da continuidade
Lei 8986, art. 6º, § 3º - interrupção do serviço
por ordem técnica (tem que haver urgência) e
inadimplemento do usuário (tem que haver
prévio aviso)

A lei 8987, Art. 6º Toda concessão ou permissão


pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno
atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta
Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato.
§ 3o Não se caracteriza como descontinuidade do
serviço a sua interrupção em situação de emergência ou
após prévio aviso, quando:
I - motivada por razões de ordem técnica ou de
segurança das instalações; e,
II - por inadimplemento do usuário, considerado o
interesse da coletividade.

122. ( ) CESPE/TRT-17/Analista/2009 - O controle


financeiro exercido pelo Poder Legislativo com o
auxílio do Tribunal de Contas alcança qualquer
pessoa física ou entidade pública que utilize,
arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro,
bens e valores públicos. Em razão do sistema de
jurisdição única adotado no Brasil, as pessoas
privadas, físicas ou jurídicas, estão sujeitas apenas
ao controle de legalidade exercido pelo Poder
Judiciário, não sendo passíveis de controle
legislativo.117
- Não apenas o Judiciário pode realizar o controle de
legalidade a fim de verificar eventuais vícios de modo a
anular o ato, quando provocado. Por força do princípio
da autotutela, a Administração goza desse dever, nos
termos do art. 53, da Lei nº 9.784/99. Por sua vez,
também cabe o controle ao Poder Legislativo, na sua
função fiscalizatória, ou seja, no exercício do controle
legislativo, com o auxílio do TCU.
123. CESPE - AUFC/TCU/Apoio Técnico e
Administrativo/Tecnologia da Informação/2010 A
respeito dos princípios constitucionais aplicados ao
direito administrativo, julgue o item que se segue.
Nas situações em que for empregada, considere
que a sigla CF se refere à Constituição Federal de
1988. O princípio da autotutela possibilita à
administração pública anular os próprios atos,
quando possuírem vícios que os tornem ilegais, ou
revogá-los por conveniência ou oportunidade,
desde que sejam respeitados os direitos adquiridos
e seja garantida a apreciação judicial.118
124. (2010/CESPE/TCU-AUFC/Tecnologia) O
princípio da autotutela possibilita à administração
pública anular os próprios atos, quando possuírem
vícios que os tornem ilegais, ou revogá-los por
conveniência ou oportunidade, desde que sejam
respeitados os direitos adquiridos e seja garantida a
apreciação judicial.119
125. (CESPE - 2014 - TJ-SE - Titular de Serviços de
Notas e de Registros – Provimento) A respeito dos
princípios, das fontes e do conceito de direito
administrativo, assinale a opção correta. O
princípio administrativo da autotutela é
considerado um princípio onivalente.
- Onivalente significa universal. O princípio da
“autotutela” não vale em todos os casos, pois a
autotutela só é aceita em certas situações bem limitadas.
Portanto, o princípio da autotutela não é onivalente.

9.4. Princípio da autotutela (implícito da CF)


- Deve a Administração rever os seus próprios
atos, seja para revogá-los (quando inconvenientes),
seja para anulá-los (quando ilegais).
- Conforme a Súmula 473 do STF a Administração pode
anular seus próprios atos, quando eivados dos vícios que
os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos;
ou revogá-los, por motivo de conveniência e
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
Súmula 473 do STF - A Administração pode anular seus
próprios atos, quando eivados dos vícios que os tornem
ilegais, porque deles não se originam direitos; ou
revogá-los, por motivo de conveniência e oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em
todos os casos, a apreciação judicial

- Anula-se o ato ilegal


- Revoga-se o ato inconveniente ou inoportuno.
- A possibilidade de revisão interna dos atos
administrativos não pode conduzir a abusos, desrespeito
de direitos. Cessa a possibilidade de revisão, por
conveniência e oportunidade, sempre que o ato produzir
efeitos e gerar direitos a outrem.
- “O ato administrativo conta com a retratabilidade que
poderá ser exercida enquanto dito ato não gerar direitos
a outrem; ocorrendo lesão a existência de direitos, tais
atos são atingidos pela preclusão administrativa,
tornando-se irretratáveis por parte da própria
Administração. É que exercitando o poder de revisão de
seus atos, a Administração tem que se ater aos limites
assinalados na lei, sob pena de ferir direito líquido e
certo do particular, o que configura ilegalidade ou abuso
de poder” (STJ, RSTJ, 17:195).
- Também não é admissível a revogação de ato
vinculado, ou de ato cuja edição tenha sido imposta por
lei, ou se já exaurida a competência do agente público.
9.4.1. Princípio da autotutela x princípio da tutela
- O princípio da autotutela não se confunde com o da
tutela.
- O princípio da tutela se refere à
FISCALIZAÇÃO realizada pela Administração
Direta sobre atos e atividades
desempenhados por entidades da
Administração Indireta. A tutela (sujeição ou
controle exercido por outra pessoa) é realizada na forma
e nos limites da lei (de legalidade e de legitimidade, na
forma da lei).
- A autotutela, como visto, é realizada
internamente, no âmbito da própria pessoa jurídica,
e decorre da hierarquia obrigatoriamente estabelecida. A
autotutela é o poder de rever os seus próprios
atos
9.5. Princípio da especialidade
- Por conta desse princípio, as entidades estatais não
podem abandonar, alterar ou modificar os objetivos para
os quais foram constituídas. Sempre atuarão vinculadas
e adstritas aos seus fins ou objeto social.
- Não se admite que uma autarquia criada para o
fomento do turismo possa vir a atuar, na prática, na área
da saúde, ou em qualquer outra diversa daquela legal e
estatutariamente fixada.
- A alteração do objeto somente é admissível se
observada a forma pela qual foi constituída a entidade.
- O princípio é localizável no art. 37, XIX e XX, da
Constituição, o primeiro condicionando à existência de
lei a criação de autarquia e a autorização para a
instituição de empresa pública, de sociedade de
economia mista e de fundação, cabendo à lei
complementar, neste último caso, “definir as áreas de
sua atuação”, e o segundo também condicionando à
existência de lei a criação de subsidiárias das entidades
referidas.
Art. 37, XIX – somente por lei específica poderá ser
criada autarquia e autorizada a instituição de empresa
pública, de sociedade de economia mista e de fundação,
cabendo à lei complementar, neste último caso, definir
as áreas de sua atuação;
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso,
a criação de subsidiárias das entidades mencionadas no
inciso anterior, assim como a participação de qualquer
delas em empresa privada;
- Com isso, tem-se a necessidade de expressa e prévia
previsão legislativa para a criação de entidades que
integram a Administração Indireta.

→ As pessoas jurídicas de direito público (autarquias)


são criadas por lei;
→ As pessoas jurídicas de direito privado (empresas
públicas e sociedades de economia mista) têm a criação
apenas autorizada por lei; e
→ As fundações são criadas por lei complementar.
- Assim, pessoas jurídicas de direito público (como as
autarquias) são criadas diretamente pelo legislador,
enquanto pessoas jurídicas de direito privado (empresas
públicas e sociedades de economia mista, por exemplo),
cabe ao legislador apenas autorizar a sua constituição.

- A Lei das Sociedades Anônimas (Lei n. 6.404/76)


também condiciona o exercício da atividade comercial
pela sociedade de economia mista aos moldes da
autorização deferida por lei, o que significa limitação
aos poderes da assembleia geral de acionistas.
- Os princípios da autotutela e da especialidade não se
confundem com o princípio do controle ou tutela, que
indica a necessidade de a Administração manter sob
fiscalização as entidades a ela vinculadas (autarquias,
fundações, agências, empresas estatais), e cujo exercício
é fixado na lei que cria ou autoriza a constituição de tais
entidades.

126. ( ) CESPE/DPF/Escrivão/2009 - O princípio da


presunção de legitimidade ou de veracidade retrata
a presunção absoluta de que os atos praticados pela
administração pública são verdadeiros e estão em
consonância com as normas legais pertinentes.120
- Presunção de legitimidade e de veracidade não são
expressões sinônimas, legitimidade quer dizer que o ato
foi praticado em conformidade com a lei e o Direito, já
a veracidade em conformidade com os fatos. Ao
contrário do que foi afirmado na questão, essa
presunção não é absoluta, mas relativa, podendo ser
questionada pelo administrado.
127. TRF - 2ª Região - 2014 - TRF - 2ª REGIÃO - Juiz
Federal - Leia as assertivas abaixo e, ao final,
assinale a opção correta. A presunção de
veracidade e legitimidade é instrumento necessário
à satisfação das atividades administrativas, e
admite prova em sentido contrário, cabendo ao
administrado o ônus de provar que se trata de ato
ilegítimo.121
- De fato são presunções relativas.

9.6. Princípio da presunção de legitimidade, de


legalidade, de veracidade
- Para concretizar o interesse público que norteia a
atuação da Administração, suas decisões são dotadas do
atributo da presunção de legitimidade e de legalidade,
tornando-as presumivelmente verdadeiras quanto aos
fatos e adequadas quanto à legalidade.
- Tal atributo permite a execução direta, pela própria
Administração, do conteúdo do ato ou decisão
administrativa, mesmo que não conte com a
concordância do particular, e ainda que se lhe imponha
uma obrigação.
128. ( ) CESPE/PC-RN/2009 - Não se trata de
exigência desproporcional e desarrazoada a
cláusula que determina que conste nos
comunicados oficiais o custo da publicidade
veiculada.122
- Cláusula que determina que conste nos comunicados
oficiais o custo da publicidade veiculada é
desproporcional e desarrazoada, sendo ofensiva, ainda,
ao princípio da economicidade, uma vez que existem
outros veículos para que os cidadãos tenham acesso às
informações.
129. ( ) CESPE/ANAC/Analista/2009 - O princípio da
razoabilidade impõe à administração pública a
adequação entre meios e fins, não permitindo a
imposição de obrigações, restrições e sanções em
medida superior àquelas estritamente necessárias
ao atendimento do interesse público.123
- Os princípios da proporcionalidade e razoabilidade
podem ser traduzidos como a adequação entre os meios
utilizados e os fins pretendidos, o que pode ser resumido
na vedação do excesso.
130. ( ) CESPE/MCT-FINEP/Analista/2009 - Cláusula
que determina que conste nos comunicados
oficiais o custo da publicidade veiculada não é
desproporcional e desarrazoada, e atende ao
princípio da economicidade. 124
- A cláusula que determina que conste nos comunicados
oficiais o custo da publicidade veiculada é uma
exigência desproporcional e desarrazoada, tendo-se em
vista o exagero dos objetivos visados, configurando
ofensa ao princípio da economicidade. Esse, aliás, o
entendimento do STF (ADI-MC 2.472/RS, DJ
03/05/2002).
131. CESPE - AUFC/TCU/Apoio Técnico e
Administrativo/Tecnologia da Informação/2010 A
respeito dos princípios constitucionais aplicados ao
direito administrativo, julgue o item que se segue.
Nas situações em que for empregada, considere
que a sigla CF se refere à Constituição Federal de
1988. Os princípios da razoabilidade e da
proporcionalidade estão expressos no texto da
CF.125
- Os princípios da Razoabilidade e da proporcionalidade
não estão previstos expressamente na CF
132. CESPE - AAmb (IBAMA)/IBAMA/Tema
1/Licenciamento Ambiental/2013 Considerando os
princípios que regem a administração pública e sua
organização, julgue o item subsequente. O
princípio da moralidade e o da eficiência estão
expressamente previstos na CF, ao passo que o da
proporcionalidade constitui princípio implícito,
não positivado no texto constitucional.126
- Os princípios da moralidade e da eficiência estão
expressamente previstos na CF. já o princípio da
proporcionalidade é um princípio implícito.
133. (Prova: TRF - 4ª REGIÃO - 2010 - TRF - 4ª
REGIÃO - Juiz Federal) Dadas as assertivas
abaixo sobre funções estatais e princípios
informadores do regime jurídico administrativo,
assinale a alternativa correta. Conquanto não
previsto explicitamente no artigo 37, caput, da
Constituição Federal, o princípio da razoabilidade
informa o regime jurídico administrativo
brasileiro, prestando-se como balizador para a
verificação da higidez da ação administrativa,
notadamente quando esta tem características
discricionárias.127

9.7. Princípio da Razoabilidade


- Razoabilidade é Utilizar de meios adequados e
necessário ao fim almejado.
- Utiliza-se muito a razoabilidade quando há a
discricionariedade para evitar arbitrariedades. A
razoabilidade ela condiciona a atuação discricionária.
- Não se abate pardais com tiro de canhão.
- Razoabilidade é (ANP):
a) Adequação
b) Necessidade e
c) Proporcionalidade em sentido estrito

- A proporcionalidade difere da razoabilidade, mas se


insere dentro da razoabilidade.
- Por ele sabe-se que o administrador não pode atuar
segundo seus valores pessoais, optando por adotar
providências conforme o seu exclusivo entendimento,
devendo considerar valores ordinários, comuns a toda
coletividade.

- Não está expressamente explicitado na


CF, ou seja, é um princípio implícito que consta na CF.
Este princípio está previsto expressamente na Lei nº
9.784/99, art. 2º.
- O princípio é imanente ao sistema jurídico, decorrente
lógico da cláusula do devido processo legal (CF, art. 5º,
LIV), e dele resulta a necessidade de observância do
valor justiça, valor máximo tutelado pela ordem
jurídica.
- Assim, ao administrador não é dado interpretar ou
aplicar a lei que autoriza a sua atuação segundo seus
valores pessoais, mas a partir da perspectiva do
resultado que corresponda à concretização da justiça. O
princípio não é decorrente da racionalidade, mas da
razoabilidade, e atua como limitação ao
exercício do Poder.
- O princípio da razoabilidade tem enorme importância
jurídica, incidindo em todas as formas de atuação da
Administração Pública, mas sobretudo nas atividades
realizadas sob o fundamento da discricionariedade. Dele
resulta a necessidade de existir congruência lógica entre
as situações fáticas e as decisões administrativas, como
sugere Lúcia Valle Figueiredo (Curso de direito
administrativo, cit., p. 47).
- Em síntese, a razoabilidade exige que o administrador
opte sempre pela forma mais adequada para o
atendimento do interesse público, agindo
a partir de critérios objetivos e
impessoais.
- A Constituição do Estado de São Paulo inscreve o
princípio da razoabilidade como um dos regentes da
Administração Pública Estadual (CESP, art. 111). Para a
Administração Federal, o princípio está previsto na Lei
n. 9.784/99 (que regula o processo administrativo) e já
houve proposta de emenda constitucional (PEC 55/99)
para inscrevê-lo no caput do art. 37 da Constituição
Federal, como princípio expresso ao lado dos demais já
previstos (legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência).
134. ( ) CESPE/STF/Técnico/2008 - Os princípios da
razoabilidade e da proporcionalidade estão
previstos de forma expressa na CF. 128
- Os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade
estão previstos expressamente na Lei nº 9.784/99, art.
2º, embora implícitos na Carta Magna.
135. ( ) CESPE/STF/Técnico/2008 - Os princípios da
razoabilidade e da proporcionalidade estão
previstos de forma expressa na CF. 129
- Os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade
estão previstos expressamente na Lei nº 9.784/99, art.
2º, embora implícitos na Carta Magna.
136. ( ) CESPE/Bombeiros-DF/2007 - Com
fundamento no princípio da proporcionalidade, a
sanção por ato de improbidade administrativa deve
ser fixada com base na extensão do dano causado e
no proveito patrimonial obtido pelo agente.130
- A proporcionalidade das penas vale não só para as
condutas caracterizadas como ímprobas, mas para todos
os tipos de punições previstas em nossa ordem jurídica,
as quais, portanto, precisam ser dosadas de acordo com
a gravidade da conduta do infrator.
137. (Prova: TRF - 4ª REGIÃO - 2010 - TRF - 4ª
REGIÃO - Juiz Federal) Dadas as assertivas
abaixo sobre funções estatais e princípios
informadores do regime jurídico administrativo,
assinale a alternativa correta. As funções estatais
estão sujeitas à rígida observância de diretriz
fundamental, que, encontrando suporte teórico no
princípio da proporcionalidade, veda os excessos
normativos e as prescrições irrazoáveis do Poder
Público, prestando-se o referido princípio (da
proporcionalidade), nesse contexto, para inibir e
neutralizar os abusos do Poder Público no
exercício de suas funções, qualificando-se como
parâmetro de aferição da higidez dos atos
praticados por agentes públicos.131
- A atuação administrativa tem que respeitar o princípio
da proporcionalidade. Não pode atuar nem mais nem
menos intensamente na prática do ato.

9.8. Princípio da Proporcionalidade


- O princípio obriga a permanente adequação
entre os meios e os fins, banindo-se medidas
abusivas ou de qualquer modo com intensidade superior
ao estritamente necessário.
- O administrador público está obrigado a sacrificar o
mínimo para preservar o máximo de direitos.
- Não está expressamente explicitado na
CF, ou seja, é um princípio implícito que consta na CF.
Este princípio está previsto expressamente na Lei nº
9.784/99, art. 2º.
- A Lei n. 9.784/99, que regula o processo
administrativo no âmbito da Administração Federal,
expressamente adota o princípio em seu art. 2º,
parágrafo único, VI. Assim como o princípio da
razoabilidade, o da proporcionalidade interessa em
muito nas hipóteses de atuação administrativa
interventora na propriedade, no exercício do poder de
polícia e na imposição de sanções.

138. ( ) CESPE/DFTRANS/2008 - Segundo o princípio


da motivação, os atos da administração pública
devem receber a indicação dos pressupostos de
fato e de direito que determinaram a decisão.132
- De forma geral, a validade do ato administrativo
depende do caráter prévio ou da concomitância da
motivação pela autoridade que o proferiu com relação
ao momento da prática do próprio ato, o que garante o
cumprimento do princípio da publicidade.

9.9. Princípio da Motivação (implícito na CF)


- A indicação dos pressupostos de fato e dos
pressupostos de direito, a compatibilidade entre ambos e
a correção da medida encetada compõem
obrigatoriedades decorrentes do princípio.
- O detalhamento, ou justificativa, será maior ou menor
conforme o ato seja vinculado ou discricionário. A
motivação mostra-se imprescindível para a efetivação
de eficaz controle sobre a atuação administrativa.
- A Administração tem
JUSTIFICAR/FUNDAMENTAR/MOTIVAR
SEUS ATOS e esta justificação deve ser prévia ou
contemporânea à expedição do ato.
Entretanto, é possível, excepcionalmente, a motivação
posterior.
EXCEÇÕES: os cargos em comissões.
- A necessidade de motivação é também aplicável às
decisões administrativas dos Tribunais, cujos
julgamentos devem ser realizados publicamente (CF,
art. 93, IX e X, com a redação dada pela EC n. 45/2004
— Reforma do Judiciário e do Ministério Público).

139. ( ) CESPE/SEBRAE-BA/Analista/2008 - Na
análise dos atos administrativos, a teoria do fato
consumado se caracteriza como matéria
infraconstitucional, pois se relaciona à aplicação
do princípio da segurança jurídica em atos
administrativos inválidos. 133
- A teoria do fato consumado está intimamente
relacionada com o princípio da segurança jurídica, isso
porque serve para consolidar situações ilegais em razão
do decurso de prazo. Por referir-se a direito adquirido e
a ato consumado, ao contrário do que diz a questão, é
matéria constitucional.
140. ( ) CESPE/TJ-RJ/Analista/2008 - A
previsibilidade no emprego do poder, por
instituições e órgãos, previamente estabelecidos,
não decorre do princípio da segurança jurídica.134
- O Direito propõe-se a ensejar uma certa estabilidade,
um mínimo de certeza na regência da vida social. Essa
estabilidade configura-se no princípio da segurança
jurídica que tem como uma de suas consequências a
certeza de que o poder será exercido apenas por
instituições previamente definidas em lei e na
Constituição.

9.10. Princípio da Segurança jurídica


- O princípio também pode ser nominado como o da
estabilidade das relações jurídicas, e tem em mira
garantir certa PERPETUIDADE nas
relações jurídicas estabelecidas com ou
pela Administração.
- Ao administrador não é dado, sem causa legal que
justifique, invalidar atos administrativos, desfazendo
relações ou situações jurídicas. Quando possível, porque
legal e moralmente aceitos, deve convalidar atos
que, a despeito de irregularidades,
cumpram ou atinjam a finalidade pública.
- Por vezes, o vício do ato é marcado por mera
irregularidade formal, e a invalidação poderá ser mais
prejudicial do que o aproveitamento de seus efeitos
jurídicos, podendo o administrador proceder à
convalidação (ou sanatória) daquele ato.

141. ( ) CESPE/Prefeitura-ES/2008 - A invocação de


controle judicial da legalidade de atos
administrativos somente é cabível após o
esgotamento das instâncias de controle interno da
administração.135
- No sistema da jurisdição una (CF/88, art. 5º, XXXV),
quaisquer atos, da Administração ou de particulares,
podem ser levados à apreciação judicial, ainda que
esteja em curso um processo administrativo. Neste caso,
o processo administrativo será arquivado sem análise do
mérito, vez que, ao optar pela via judicial, o interessado
abdica da via administrativa, pois, no sistema brasileiro,
sempre prevalecerá a decisão judicial.
Art. 5º. XXXV - a lei não excluirá da apreciação do
Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
142. ( ) CESPE/MCT-FINEP/Analista/2009 - O
princípio do controle jurisdicional da
administração não tem fundamento constitucional,
sendo uma criação doutrinária.136
- A previsão está no art. 5º, XXXV, da Carta Magna,
que assim estabelece: “a lei não excluirá da apreciação
do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”.
143. ( ) CESPE/TJ-PI/Juiz/2007 - O direito
fundamental à razoável duração do processo e aos
meios que garantam a celeridade de sua tramitação
se estende ao processo administrativo por expressa
determinação da CF.137
- A todos, no âmbito judicial e administrativo, são
assegurados a razoável duração do processo e os meios
que garantam a celeridade de sua tramitação (CF/88, art.
5º, LXXVIII).
Art. 5º, LXXVIII a todos, no âmbito judicial e
administrativo, são assegurados a razoável duração do
processo e os meios que garantam a celeridade de sua
tramitação.
144. ( ) CESPE/TJ-PI/Juiz/2007 - O princípio do
processo judicial que veda a reformatio in pejus
não se aplica ao processo administrativo.138
- O fundamento da assertiva está na Lei nº 9.784/99, art.
64, parágrafo único, que assim dispõe: “se da aplicação
do disposto neste artigo puder decorrer gravame à
situação do recorrente, este deverá ser cientificado
para que formule suas alegações antes da decisão.” A
regra em análise tem suporte na supremacia do interesse
público, ao possibilitar que, da reforma de uma decisão
(que sempre deve buscar o atendimento ao interesse
público), possa resultar prejuízo ao interessado. De
outro lado, também atende ao princípio do contraditório
e da ampla defesa, garantindo ao administrado a
participação efetiva no processo de decisão.

9.11. Outros princípios


- É crescente o reconhecimento de outros princípios
incidentes na regência do direito administrativo. Como,
por exemplo, o da legitimidade (a atuação estatal há de
conservar respeito aos valores acolhidos pela
comunidade, já que ela define o interesse público) e o
da economicidade (como decorrente do princípio da
eficiência e porque fixado no art. 70 da CF), além de
outros (como o da transparência, o da responsividade e
o da hierarquia).

145. ( ) CESPE/STJ/Técnico/2008 - As formas de


participação popular na gestão da coisa pública
previstas na CF incluem a autorização para a lei
disciplinar a representação do usuário do serviço
público contra o exercício negligente ou abusivo
do cargo público.139
- Com o objetivo de efetivar o princípio da eficiência, a
Administração Pública, adota mecanismos de
participação popular, tais como o previsto no § 3º do art.
37 da CF/88, o qual dispõe que a lei disciplinará as
formas de participação do usuário na Administração
Pública direta e indireta, regulando especialmente as
reclamações relativas à prestação dos serviços públicos
em geral, asseguradas a manutenção de serviços de
atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa
e interna, da qualidade dos serviços; o acesso dos
usuários a registros administrativos e a informações
sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º,
X e XXXIII, da CF/88; e a disciplina da representação
contra o exercício negligente ou abusivo de cargo,
emprego ou função na Administração Pública.
146. Prova: TRF - 3ª REGIÃO - 2013 - TRF - 3ª
REGIÃO - Juiz Federal. Assinale a alternativa
correta. Desconsiderar princípios de direito
administrativo não implica ofensa à ordem jurídica
desde que haja disposição legal que, enquanto
regra geral aplicável ao caso, possa servir de
fundamento para a decisão a ser proferida.140
- Não é possível violar um princípio a pretexto de seguir
a lei. Mesmo que siga a lei é possível violar princípios
do direito administrativo como a razoabilidade,
moralidade, impessoalidade etc.
10. Violação dos princípios
- A violação de qualquer dos princípios da
Administração ou do direito administrativo, assim como
de suas regras, pode inibir a edição de ato, contrato ou
instrumento administrativo válido e capaz de produzir
efeitos jurídicos.
10.1. Meios de controle da violação dos princípios
- A violação, isolada ou conjuntamente, sugere sempre o
exercício do controle dos atos da Administração, seja
por meio de mandado de segurança, ação popular, ação
civil pública, seja mesmo pela aplicação dos princípios
da autotutela e da tutela.
- Há, contudo, situações que importam maior gravidade,
ensejando, a partir da violação do princípio, a aplicação
de sanções civis, penais e administrativas, conforme a
hipótese.
- Assim, pode haver a violação isolada ou concomitante
de um ou mais princípios, importando a apuração de
toda sorte de responsabilidade do agente público e do
particular eventualmente beneficiado pelo ato ilegal.
Tome-se, por exemplo, a contratação com fraude ao
procedimento licitatório e consequente favorecimento
do contratado: houve violação do princípio da
legalidade, da impessoalidade e da moralidade
administrativa, podendo ter ocorrido, ainda, a violação
do princípio da eficiência. Tal contratação poderá
ensejar a aplicação da Lei n. 8.429/92, apurando-se a
prática do ato de improbidade administrativa por meio
de ação civil pública. Mas a mesma contratação tanto
poderá ensejar a impetração de mandado de segurança
pelo titular do direito de participar de certame licitatório
válido quanto o ajuizamento pelo cidadão de ação
popular ante o prejuízo causado ao patrimônio público.
10.2. Convalidação de atos praticados com vício de
forma
- Admite-se a convalidação, seja por meio de
ratificação, seja mediante confirmação, de atos
administrativos editados com preterição dos princípios,
em especial quando deles não decorrer prejuízo material
para os administrados e para a Administração Pública.
- Os atos praticados com vício de forma, porque
não observada regra de competência, ou com preterição
da forma exigida em lei, podem e devem
ensejar a convalidação. Assim agindo, a
Administração estará saneando o ato e homenageando o
princípio da legalidade. Não será admitida, porém, para
atos editados com preterição dos motivos, do conteúdo
ou da finalidade, porquanto deles sempre será resultante
grave prejuízo.
10.2.1. Mesmo havendo a convalidação do ato é
possível o agente ser responsabilizado
- Ainda que possível a convalidação do ato, será sempre
possível a responsabilização do agente, ainda que sob o
prisma exclusivo da própria Administração.
10.3. Invalidade dos efeitos do ato contra os
princípios
- A atuação administrativa desconforme, ou contrária
aos princípios enunciados, acarreta, por isso, ao ato a
invalidade dos efeitos almejados pelo agente ou pela
Administração. Assim, perpetrado ato com preterição da
especialidade, ou paralisado o contrato com
inobservância do princípio da continuidade, decorrerá a
edição de ato nulo, sujeitando seus responsáveis à
apuração do prejuízo a que tiverem dado causa. Tome-
se como exemplo a assembleia geral de acionistas que
delibera alterar o objeto social de uma sociedade de
economia mista, fazendo-o contra a disposição do art.
37, XIX, da Constituição Federal e de forma contrária
ao princípio da especialidade.
- Os atos subsequentes à ilegal modificação não deverão
produzir efeitos válidos. O mesmo se processará em
relação aos demais princípios. Sendo a violação
qualificada, poderá ocorrer a prática de ato de
improbidade administrativa, na figura descrita pelo art.
11 da Lei n. 8.429/92.
Art. 37, XIX – somente por lei específica poderá ser
criada autarquia e autorizada a instituição de empresa
pública, de sociedade de economia mista e de fundação,
cabendo à lei complementar, neste último caso, definir
as áreas de sua atuação;
10.4. Formas de participação do usuário
fiscalizando a administração
- Com o objetivo de efetivar o princípio da eficiência, a
Administração Pública, adota mecanismos de
participação popular, tais como o previsto no § 3º do art.
37 da CF/88, o qual dispõe que a lei disciplinará as
formas de participação do usuário na Administração
Pública direta e indireta, regulando especialmente as
reclamações relativas à prestação dos serviços públicos
em geral, asseguradas a manutenção de serviços de
atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa
e interna, da qualidade dos serviços; o acesso dos
usuários a registros administrativos e a informações
sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º,
X e XXXIII, da CF/88; e a disciplina da representação
contra o exercício negligente ou abusivo de cargo,
emprego ou função na Administração Pública.
Art. 37.
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do
usuário na administração pública direta e indireta,
regulando especialmente:
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços
públicos em geral, asseguradas a manutenção de
serviços de atendimento ao usuário e a avaliação
periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços;
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e
a informações sobre atos de governo, observado o
disposto no art. 5º, X e XXXIII;
III - a disciplina da representação contra o exercício
negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na
administração pública.

147. ( ) CESPE/TJ-PI/Juiz/2007 - A jurisprudência e a


doutrina majoritária admitem a coisa julgada
administrativa, o que impede a reapreciação
administrativa da matéria decidida, mesmo na
hipótese de ilegalidade.141
- A coisa julgada administrativa ocorre apenas dentro da
própria Administração Pública. A Lei nº 9.784/99 traz a
regra de existência de três instâncias administrativas.
Em que pese críticas de parte da doutrina, tem-se a dita
“coisa julgada administrativa” como sendo a decisão
que, na esfera administrativa, não pode mais ser revista,
é dizer, tornou-se irrecorrível para o interessado.
Contudo, o Judiciário poderá rever os atos
administrativos, mesmo que já tenha havido preclusão
administrativa nos casos de ilegalidade. Ademais, a
Administração também pode rever os próprios atos, a
qualquer tempo, desde que não tenha ocorrido a
prescrição dos mesmos.
148. ( ) CESPE/TCE-AC/2009 - A Em face do
princípio da indeclinabilidade da jurisdição (CF,
art. 5º, inciso XXXV), não se admite a existência
da chamada coisa julgada administrativa, uma vez
que sempre é dado ao jurisdicionado recorrer ao
Poder Judiciário contra ato da administração. 142
- A coisa julgada administrativa é reconhecida por parte
da doutrina, desde que seja entendida como sendo a
decisão que, na esfera administrativa, não pode mais ser
revista, é dizer, tornou-se irrecorrível para o interessado.
Noutras palavras, é apenas preclusão dos efeitos
internos, irretratabilidade do ato perante a própria
Administração. Por outro lado, se entendida como
decisão que não pode ser revista pelo Judiciário, aí sim
ela não existe no país, por ferir a regra constitucional
inserta no art. 5º, XXXV.

11. Coisa julgada administrativa


- A coisa julgada administrativa é
reconhecida por parte da doutrina, desde
que seja entendida como sendo a decisão que, na esfera
administrativa, não pode mais ser revista, é dizer,
tornou-se irrecorrível para o interessado.
- Noutras palavras, é apenas preclusão dos
efeitos internos, irretratabilidade do ato
perante a própria Administração. Por outro lado, se
entendida como decisão que não pode ser revista pelo
Judiciário, aí sim ela não existe no país, por ferir a regra
constitucional inserta no art. 5º, XXXV.
- Contudo, o Judiciário poderá rever os atos
administrativos, mesmo que já tenha havido preclusão
administrativa nos casos de ilegalidade. Ademais, a
Administração também pode rever os próprios atos, a
qualquer tempo, desde que não tenha ocorrido a
prescrição dos mesmos.

12. Outras questões

149. ( ) CESPE/TJ-RJ/Analista/2008 - Pelo princípio


da motivação, é possível a chamada motivação
aliunde, ou seja, a mera referência, no ato, à sua
concordância com anteriores pareceres,
informações, decisões ou propostas, como forma
de suprimento da motivação do ato.143
- A motivação aliunde é aquela que ocorre quando a
autoridade profere a decisão na qual a motivação consta
de ato anterior no processo administrativo, como um
parecer de órgão consultivo, com o qual concorda. A
Lei do Processo Administrativo faz referência expressa
a esse tipo de motivação (Lei nº 9.784/99, art. 50, § 1º).
150. ( ) CESPE/AGU/Procurador/2010 - Gustavo,
servidor público federal, foi beneficiado por
ascensões funcionais ocorridas entre 1993 e 1995.
No entanto, o TCU, por ocasião do registro da
aposentadoria desse servidor, verificou que
aquelas ascensões funcionais foram praticadas em
desconformidade com a lei, razão pela qual
determinou, sem que fosse intimado o servidor,
que o registro do ato de aposentadoria fosse feito
com base no que prescrevia a lei. Nessa situação, a
decisão do TCU será legal, já que não houve, na
espécie, decadência nem violação ao princípio do
contraditório. 144
- A ascensão foi considerada inconstitucional pelo STF
(ADI 231/RJ, DJ 13/11/1992) por ferir a regra do
concurso público, já que possibilitava ao servidor o
acesso a um cargo diverso daquele para o qual tinha
sido aprovado no concurso. Nos termos constitucionais
(art. 71, III), cabe ao TCU apreciar, para fins de
registro, a legalidade das concessões de aposentadorias.
Contudo, segundo o STF (MS 26.393/DF, DJ
19/02/2010, e Súmula Vinculante nº 3), deve ser
garantido o direito ao contraditório e à ampla defesa aos
beneficiários de atos administrativos inerentes à sua
condição funcional para a validade de decisões do TCU
que importem em sua anulação ou revogação, o que não
foi respeitado pela questão posta na assertiva. Ademais,
o prazo de cinco anos é de ser aplicado aos processos de
contas que tenham por objeto o exame de legalidade dos
atos concessivos de aposentadorias, reformas e pensões
(STF, MS 24.448/DF, DJ 14/11/2007).
151. ( ) CESPE/TJ-RJ/Analista/2008 - A violação ao
princípio da finalidade não gera o chamado abuso
de poder, que é aplicado nos casos em que o ato
administrativo é praticado por agente
incompetente. 145
- Excesso de poder e desvio de poder não se confundem.
A finalidade dos atos administrativos é o atendimento
ao interesse público.
• Desvio de poder ou de finalidade → ocorre quando o
administrador praticar um ato administrativo com um
fim diverso.
• Excesso de poder → Ocorre quando o administrador
pratica um ato além do limite da sua competência
152. ( ) CESPE/MCT-FINEP/Analista/2009 - O
princípio do controle jurisdicional da
administração não tem fundamento constitucional,
sendo uma criação doutrinária.146
- O princípio do controle jurisdicional tem previsão no
art. 5º, XXXV, CF: “a lei não excluirá da apreciação do
Poder Judiciário lesão ou ameaça a lesão”.
153. ( ) CESPE/MCT-FINEP/Analista - Por ser um
ramo do direito público, o direito administrativo
não se utiliza de institutos do direito privado.147
- O Direito Administrativo é ramo do Direito Público,
porém, faz uso de mecanismos próprios do Direito
Privado, tais como a arbitragem (Lei nº 11.079/2004,
art. 11, III).
154. ( ) CESPE/TCE-AC/2008 - A partir da
Constituição de 1988, vigora no Brasil o princípio
norte-americano do stare decisis, segundo o qual a
decisão judicial superior vincula as instâncias
inferiores para os casos idênticos. 148
- O Brasil não adotou o princípio pelo qual o precedente
vincula a Administração Pública. Assim, não vigora no
Brasil o princípio norte-americano do stare decisis, não
estando as instâncias ordinárias vinculadas às instâncias
superiores, ou seja, não estão os juízes e tribunais
vinculadas às decisões do Tribunais superiores. Exceção
a tal regra surgiu com a EC nº 45/2004, que criou a
Súmula Vinculante.
155. ( ) CESPE/PGE-PA/Auxiliar/2007 - Todas as
ações contra a fazenda pública prescrevem no
prazo de 10 anos, na forma da legislação civil.149
- Conforme estabelece o art. 1º do Decreto nº 20.910/32,
a prescrição contra a Fazenda Pública ocorre com o
decurso do prazo de cinco anos.

Nem toda atividade realizada pelo Governo é serviço


público.
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Letra
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