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Unidade Iii
Unidade Iii
de Produção
Material Teórico
Produção JIT
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Luciene Oliveira da Costa Santos
Produção JIT
• Introdução;
• Técnicas JIT;
• Métodos de Redução de Tempo;
• MRP – Material Requirements Planning;
• Optimizes Production Tecnology (OPT).
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Compreender o funcionamento do sistema JIT, conhecer as princi-
pais técnicas que viabilizam o JIT.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Produção JIT
Introdução
O Just In Time é considerado uma filosofia e, também, um método de planeja-
mento e controle das operações que visa atender a demanda em menor tempo com
alta qualidade e sem desperdícios.
Devido aos diversos resultados que proporciona, o JIT também tem certa inclina-
ção a outros significados, tais como manufatura de fluxo contínuo, manufatura de
alto valor agregado, estoque zero, redução de estoque, manufatura rápida, manufa-
tura enxuta, manufatura de tempo de ciclo reduzido e tantas outras abordagens que
se misturam e fazem com que ocorram distorções do que vem a ser o Just In Time.
Note que o JIT, por trabalhar de forma simplificada os seus estoques, garante
naturalmente uma maior velocidade das operações. O JIT, por meio da redução
dos estoques, proporciona que a manufatura seja enxuta.
Não podemos esquecer que o JIT nasceu dentro do Sistema Toyota de Produção
e que este é uma das colunas que garantiram o sucesso de tal modelo produtivo.
O JIT não funciona de forma isolada, pois depende grandemente da qualidade e
de outras ferramentas de cunho técnico ou comportamental para que o sistema
produtivo enxuto obtenha êxito.
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• Confiabilidade - a confiabilidade é um item primordial para que o processo
ganhe velocidade, uma vez que, se todos os fornecedores garantem seu pa-
drão e especificações técnicas, a chance de ocorrer um erro se torna cada
vez menor, sustentando um modelo de produção com estoque reduzido.
• Flexibilidade - a flexibilidade é um dos itens que faz com que o JIT seja uti-
lizado até os dias de hoje, uma vez que proporciona a formação de células
produtivas, lotes pequenos, mix de produtos e personalização da produção.
Buscar formas de reduzir as atividades que não agregam valor ao produto, geran-
do apenas custo, deve ser observado com cautela, pois isso pode gerar o aumento
do custo de produção sem a geração de valor.
Superprodução
A superprodução foi encarada como produzir mais do que efetivamente é utili-
zado naquele momento. Este conceito é estruturalmente o oposto do que trata o
JIT, uma vez que o conceito JIT propõe produzir apenas o necessário no momento
necessário. Há de se observar que este conceito de superprodução foi originado dentro
do sistema americano de produção, tendo como exemplo as linhas de produção da
Ford, que geravam altos níveis de estoques intermediários e que, por sua vez, gera-
vam custos de capital imobilizado e custo de manutenção dos estoques. Porém, uma
frase americana épica dizia que, em se tratando de produção em linha, é melhor
sobrar do que faltar.
Tempo de Espera
Dentro do processo produtivo, são utilizadas a mão de obra e as máquinas de
forma eficiente para que não haja perda de tempo e, consequentemente, desper-
dício de recursos.
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UNIDADE Produção JIT
Transporte
O transporte é encarado como a movimentação de produtos ou materiais den-
tro da fábrica, seja de produtos acabados ou semiacabados, fazendo com que a
movimentação desnecessária ou em uma distância maior gere desperdícios que,
muitas vezes, são imperceptíveis.
Processo
Em determinado processo, podem ocorrer desperdícios que seriam evitados
fazendo com alguns ajustes. Ao produzir produtos que possuem como origem os
metais, é natural que ocorram perdas ao longo do processo produtivo, da mesma
forma que o desperdício ocorre em diversas áreas da produção no setor de pa-
péis, borrachas e em outros setores da indústria e de serviços.
Estoque
O estoque, dentro do sistema JIT, é considerado um grande desperdício, porém,
para conseguirmos eliminar o estoque, é necessário que antes eliminemos as suas
causas, sendo muito improvável ter sucesso eliminando apenas os estoques sem
entender, efetivamente, o motivo pelo qual seus níveis aumentam constantemente.
Movimentação
A movimentação desnecessária dentro do processo JIT é considerada des-
perdício, pois envolve a nossa empresa e, às vezes, fornecedores e até mesmo
clientes, num processo sem contínuo de perdas e desperdícios, no que se rela-
ciona com movimentação.
Produtos Defeituosos
Uma das piores perdas que existe é a perda do produto acabado, uma vez que,
quando fabricamos produtos defeituosos, estamos materializando a nossa ineficiên-
cia em um determinado produto ou serviço. Se as etapas forem cumpridas em rela-
ção à qualidade e padronização, provavelmente a redução de produtos defeituosos
será minimizada.
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Alguns dos aspectos filosóficos da cultura japonesa influenciam diretamente o
sistema JIT, pois, dentro do sistema Toyota e da cultura japonesa, é necessário que
haja o envolvimento de todos, bem como o respeito mútuo para que sua implan-
tação tenha êxito.
Outra característica da cultura japonesa é que não existe nada que não possa
ser melhorado, e este aprimoramento contínuo, além de garantir o sucesso em
diversas organizações também gerou um certo desafio, pois, por meio da elimi-
nação de desperdícios, é possível ter sucesso em suas atividades.
Técnicas JIT
Para que possamos viabilizar o JIT, existem algumas técnicas e ferramentas que
auxiliam na eliminação de desperdício.
Algumas das técnicas são: práticas de trabalho, projeto para a manufatura, foco
na operação, máquinas simples e pequenas, arranjo físico, manutenção produtiva,
redução de set-up e fornecimento.
Práticas de Trabalho
As práticas básicas de trabalho podem resumir-se em:
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UNIDADE Produção JIT
Foco na Operação
O foco na operação constitui-se em estruturar políticas de manufatura, serviços
e suporte que, por meio da simplicidade da missão pré-estipulada, traz experiên-
cia e, consequentemente, competência, fazendo deste processo um aprendizado.
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Algumas das formas para constituir arranjos e fluxos, obedecendo aos critérios
do JIT, são:
• Estruturar os postos de trabalho de forma que estejam visíveis uns aos outros,
fazendo com que o fluxo se torne transparente para todos os envolvidos.
Redução de Set-Up
O Set-up é definido como o tempo necessário para a troca de processo de pro-
dução para um novo lote que necessita de certo tempo para a realização de ajustes,
principalmente de máquinas.
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UNIDADE Produção JIT
Controle Kanban
O controle kanban é uma das formas de viabilizar o JIT devido ao controle que
exerce sobre os níveis de estoque.
O kanban, em japonês, significa cartão ou sinal, que tem como objetivo controlar
a transferência de material de um setor produtivo para o outro, podendo ser aplica-
do na relação direta com fornecedores externos, bem como na própria produção.
• kanban de produção.
Quadro 1 - MRP
SEMANA 1 2 3 4 5
Necessidades Brutas
Estoque Disponível
Recebimentos Programados
Necessidades Líquidas
Liberação de Ordem
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Cama
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UNIDADE Produção JIT
Na tabela MRP, para cada um dos itens (cama, cabeceira, estrutura metálica, estrado
e parafuso), as quantidades necessárias são iguais às necessidades líquidas. Para início,
assumimos que estamos na semana 1.
Solução:
Temos como início do exemplo a tabela do produto acabado cama, em que deno-
minamos de item “Pai”
Recebimentos Programados
Necessidades Líquidas
Liberação de Ordem
Para a semana 6:
Necessidades Líquidas = 600 – 100 – 0 = 500 unidades.
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Quadro 4 – Item “Pai” – Necessidades Líquidas
Item: Cama
Semana 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Necessidades Brutas 600 400
Estoque Disponível 100
Recebimentos Programados
Necessidades Líquidas 500 400
Liberação de Ordem
Recebimentos Programados
Necessidades Líquidas 500 400
Liberação de Ordem 500 400
Recebimentos Programados
Necessidades Líquidas 450 400
Liberação de Ordem 450 400
Percebe-se que a necessidade bruta do item “filho” é dado pelo momento da libe-
ração da ordem de fabricação do item “pai”. Outro ponto a ser considerado é a quan-
tidade de material que será utilizada no item. No caso do item cabeceira, é utilizado
um para cada cama produzida.
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UNIDADE Produção JIT
Recebimentos Programados
Necessidades Líquidas 400 400
Liberação de Ordem 400 400
Recebimentos Programados
Necessidades Líquidas 350 400
Liberação de Ordem 350 400
Recebimentos Programados
Necessidades Líquidas 3750 3200
Liberação de Ordem 3750 3200
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O autor do livro “A Meta” Goldratt faz uma abordagem importante em relação às
restrições e balanceamento dos níveis de produção. Para conhecer mais profunda-
mente sobre o assunto, leia o livro: GOLDRATT, Eliyahu M.; COX, Jeff. A Meta: um
processo de aprimoramento contínuo. São Paulo: Nobel.
Caxito (2011) subdivide a gestão dos gargalos e otimizarão da produção para o
aumento dos lucros em três itens:
• Fluxo de Materiais - É a taxa segundo a qual o sistema gera dinheiro por meio
da venda de seus produtos.
• Estoque - Quantificado pelo dinheiro que a empresa empregou nos bens que
pretende vender, refere-se ao valor apenas das MPs envolvidas. Não se inclui o
“valor adicionado”, ou o “conteúdo do trabalho”.
• Despesas Operacionais - O dinheiro que o sistema gasta para transformar
estoque em fluxo.
Podemos perceber que a gestão dos recursos produtivos e da demanda são impor-
tantes no combate ao desperdício e paradas de linha que geram enormes custos para
fabricantes e clientes.
Na implantação do OPT, devemos:
1 – Identificar a Restrição do Processo:
Não podemos gerenciar o que não controlamos, e não conseguimos controlar o que
não conhecemos. Uma das formas de identificarmos as restrições é desenhando os
processos para posteriormente identificarmos a ociosidade e falta da capacidade;
2 – Explorar a Restrição do Processo:
A exploração da restrição diz respeito ao estudo profundo dos gargalos na proposta
de minimizá-los ou eliminá-los;
3 – Subordinar todo o restante do processo em detrimento do recurso com restrições
para evitar a perda de tempo em alguns processos, ou a falta de capacidade opera-
cional em outros;
4 – Procurar relaxar a restrição:
Aumentar a capacidade do recurso restritivo e observar para possíveis ajustes;
5 – Identificar nova restrição diz respeito à melhora contínua dos processos na
busca de qualquer processo que possa impedir a sequência dos processos eficientes.
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UNIDADE Produção JIT
Considerações Finais
O Just In Time é um conceito de eliminação de desperdícios, utilizando apenas
o necessário para a produção. Porém, podemos perceber nos exemplos de MRP
que nem sempre é possível manter estoques em nível zero, uma vez que os forne-
cedores e fatores contingenciais obrigam as organizações a manterem certo nível
de estoque denominando-os de estoque de segurança.
Uma das características para que o Sistema Just In Time dê certo é: a quali-
dade, pois o JIT não aceita erros, uma vez que, se ocorrer alguma falha, haverá
ruptura na produção e na ferramenta Kanban, que se é importantíssima, uma vez
que, por meio dos cartões, identificamos e controlamos os níveis de estoque.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
O Sistema Just-in-time
https://youtu.be/HLWgkPk0mMs
Kanban
https://youtu.be/cfLjtiFbia4
Parte I - Toyota - Lean Manufacturing
https://youtu.be/c6KVeDbgRgU
Parte II - Toyota - Lean Manufacturing
https://youtu.be/6vmdVR9dzPM
Leitura
As Relações entre Estratégia de Produção, TQM (Total Quality Management ou Gestão da Qualidade Total) e JIT
(Just-In-Time): Estudos de Caso em uma Empresa do Setor Automobilístico e em Dois de Seus Fornecedores
As Relações entre Estratégia de Produção, TQM (Total Quality Management ou Gestão da Qualidade
Total) e JIT (Just-In-Time): Estudos de Caso em uma Empresa do Setor Automobilístico e em Dois de
seus Fornecedores. Gest. Prod. [online]. 2000, vol.7, n.3, pp.305-319. ISSN 0104-530X
https://goo.gl/Cq8nqa
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Referências
GONÇALVES, Paulo Sérgio. Administração de Materiais. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2010.
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