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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

TRABALHO DO CAMPO I

Tema: Análise das dimensões éticas deontológicas


A relevancia da exigencia do codigo ético profissional para os profissionais da educação.

Estudante: Jonas D.Luís Dzinga - Código: 708204552

Curso: Licenciatura em Ensino de Língua Portuguesa


Cadeira: Ética Profissional
4° Ano

Tutor: José Lucas Nhama

Tete, Junho de 2023


Folha de feedback

Classificação
Categorias Indicadores Padrões Nota
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do
o máxima al
tutor
 Índice 0.5
 Introdução 0.5
Aspectos
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 2.0
problema)
Introdução  Descrição dos
1.0
objectivos
 Metodologia adequada
2.0
ao objecto do trabalho
 Articulação e domínio
do discurso académico
Conteúdo (expressão escrita 3.0
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e internacional
2.0
relevante na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.5
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
Formatação 1.0
gerais paragrafo, espaçamento
entre linhas.
Normas APA
Referências  Rigor e coerência das
6ª edição em
Bibliográfic citações/referências 2.0
citações e
as bibliográficas
bibliografia
Folha para recomendações de melhoria:
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Índice
CAPITULO I: INTRODUÇÃO .................................................................................................. 1
Objectivos ................................................................................................................................... 1
Objectivo geral ........................................................................................................................... 1
Objectivos específicos ................................................................................................................ 1
Metodologias de pesquisa ........................................................................................................... 1
CAPITULO II: REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................. 2
2.1. Análise das dimensões éticas deontológicas ........................................................................ 2
2.1.1. Dimensão pessoal profissionalizante ................................................................................ 2
2.1.2. Dimensão Humanidade .................................................................................................... 2
2.1.3. Dimensão social ................................................................................................................ 2
2.1.4. Ética .................................................................................................................................. 4
2.1.5. Moral ................................................................................................................................ 5
2.1.6. Deontologia....................................................................................................................... 5
2.1.7. Formação ética de professores .......................................................................................... 6
2.1.8. A relevancia da exigencia do codigo ético profissional para os profissionais de
educação ..................................................................................................................................... 6
CAPITULO III: CONCLUSÕES ............................................................................................. 10
CAPITULO IV: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 11
CAPITULO I: INTRODUÇÃO
A escola tem uma função educativa muito importante, que deve ser desenvolvida
tendo em conta o respeito por princípios éticos. Aos professores é atribuída esta “missão” de
grande valor, pelo que a sua função tem que ser eticamente exercida, sob orientação de
princípios éticos gerais e por normas mais específicas ajustadas às situações concretas da
realidade escolar. Dito de outra forma, tal como afirma Estrela (2010), “o exercício docente
requer uma ética profissional e/ou um deontologia” (p. 69).
Ética ou Moral, segundo Reis Monteiro (2005), é a disciplina cujo objeto são os
valores morais, referindo-se ambas às atitudes/comportamentos. Primeiramente, até meados
do século XX era utilizado o termo “moral”, sendo o de “ética” apenas para uso filosófico.
Nos dias de hoje, ambos os termos são utilizados como sinónimos. Existem alguns autores
que ainda hoje fazem a sua distinção usando o termo de “moral” para definir o “quê das
regras e comportamentos de uma comunidade humana” (p. 29) e de “ética” para definir a
“reflexão sobre o seu porquê, em geral” (p. 29).
Abordamos estes conceitos de forma breve, fazendo a ligação com a questão da
formação ética de professores.

Objectivos
Objectivo geral
 Fazer análise das dimensões éticas deontológicas.

Objectivos específicos
 Descrever a relevancia da exigencia do codigo ético profissional para os profissionais
da educação.

Metodologias de pesquisa
Para a efectivação do presente trabalho de pesquisa recorreu-se a pesquisa bibliográfica que
consistiu na consulta de diversas obras que versam o tema em alusão.

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CAPITULO II: REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. Análise das dimensões éticas deontológicas
2.1.1. Dimensão pessoal profissionalizante
Quando nos expressamos “este é um grande profissional” queremos habitualmente
significar que alguém com o seu modo de actuar, procura uma prestação de qualidade
excelente…virtude ética. A definição clássica de virtude pode dizer-se como todo o hábito bom
que procura fazer o bem. MacIntyre entende as virtudes como as qualidades necessárias para
atingir os bens internos às práticas (Alonso, 2007).
A habilidade técnica não é suficiente para definir a profissionalidade…o profissional
faz melhor as coisas que outro que não é profissional.
A reflexão permanente sobre o que significa a profissão, constitui o ethos profissional,
podendo este considerar-se como o compromisso pessoal e vital como o exercício da própria
profissão, o sentido da solidariedade com os outros profissionais e com os seus familiares mais
directos, a obrigação de transmitir o ensino aos jovens profissionais da geração seguinte, o
segredo profissional, a necessidade de demarcação frente a profissões afins; as proibições
éticas ao exercício da profissão (Exemplo o aborto).
A profissionalidade introduz uma dimensão muito importante para além da execução
técnica adequada a determinada função e situação contexto.
No esquema seguinte, ilustramos a interrelação dos conceitos mobilizados, apresentando
simultaneamente a sua definição operatória.

2.1.2. Dimensão Humanidade


Ter humanidade, ser humano, consiste em saber viver, respeitar e ajudar os
outros a viver a vida humana como todas as vicissitudes.
Numa sociedade de profissionais «especializados», fragmentada em mil contextos
funcionais, formulamos a questão: como encontramos a humanidade?

2.1.3. Dimensão social


Cada profissão é exercida na base de um contrato social implícito que é necessário
explicitar e cumprir (Amendoeira, p.221) Ao atribuirmos importância à identidade
profissional como dimensão essencial para a compreensão do contributo que a singularidade
dos trajectos profissionais dá a uma profissão (…) interessa reflectir sobre o conceito de
profissionalidade no que o distingue do conceito de profissionalismo.
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O profissionalismo pode ter um sentido diferente de profissionalidade, na medida
em que se refere à proficiência para lidar com as questões éticas, com os valores e a
intervenção mais apropriada a cada situação.
A ideologia do profissionalismo assenta em sete princípios que enunciamos, de
acordo com Alonso (2004, p. 48) (i) A preparação especial, (ii) A elevada posição social e
económica (iii) A resistência ao controlo público (iv) O monopólio e outros privilégios
corporativos (v) os princípios aristocráticos (vi) a realização da cultura profissional
(viii) A ética da responsabilidade na relação com os clientes. É possível ser membro de uma
profissão sem ser um profissional no verdadeiro sentido da palavra; é igualmente possível ser
um profissional sem ser membro de uma profissão e mesmo ter um comportamento de
profissional (no sentido do profissionalismo) enquanto desenvolve uma actividade não
profissional. O conceito de profissional adquire assim a dimensão singular, a partir da
evolução de um perfil que vai do profissional técnico ao intelectual crítico, passando pelo
profissional reflexivo.”
É neste sentido que se sugere um modelo de profissionalidade (Alonso,2004, p.47), a partir
de uma estrutura idêntica (i) Ocupação técnica no esquema de divisão e trabalho na
sociedade moderna (ii)Ideia de serviço (iii) Princípio de autonomia ou de liberdade na
relação com o cliente (iv) Organização colegial ou corporativa – defesa contra os intrusos (v)
Compromisso vocacional (vi) Código de ética que configura uma cultura profissional (vii)
Uma relação peculiar cliente-profissional.

Estamos assim perante o conceito de “…profissionalidade exige o desenvolvimento


de capacidades e qualificações adequadas que se traduzam em verdadeiras competências
gerais, básicas e específicas, e que possibilitem níveis de formação pré-graduada,
especializada e pós-graduada, com as respectivas certificações e diplomas de qualidade”
(Amendoeira, p.225)
Retomando o conceito de profissionalidade anteriormente abordado, enfatizamos
“a característica essencial do mesmo, na medida em que existam profissionais
efectivamente autónomos e criativos, sem deixar de ser colaborativos, responsáveis e livres,
constituindo-se numa qualidade dinâmica que está em construção e em co- construção
permanente (Tavares, 2003)”.
Pressupõe-se que o profissional possui os conhecimentos teóricos e as habilidades
práticas que (actualizados devidamente) lhe permitem saber o que deve fazer em cada caso
individual que se lhe apresenta, e fá-lo.(p.41)
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2.1.4. Ética
A dimensão ética “começa quando entra em cena outros. Qualquer lei, por moral ou
jurídica que seja, regula sempre relações interpessoais, incluindo as que se estabelecem com
quem a impõe” (ECO; MARTINI, 1999, p. 45).
A ética, para Sung e Silva (2011, p. 41) é “uma dimensão que permite o questionamento
sobre as práticas, atitudes, regras e ações humanas”, considerando-se as consequências dessas
práticas, atitudes, regras e ações para outros. Nesse sentido, a ética está presente em toda a
ação do indivíduo, no âmbito pessoal e profissional, considerando-se as implicações de suas
ações na coletividade.
Do ponto de vista etimológico, ética deriva da palavra “ethos” que significa
“costumes”. Mais tarde, este conceito veio também integrar as noções de bem, mal, certo e
errado (Marques, 2008).
Para Dórey da Cunha (1996), ética pode definir-se como “articulação racional do
bem”, estando sempre relacionada com uma determinada cultura. A ética pressupõe que
exista uma ligação com as ciências que estudam as relações e comportamentos dos seres
humanos em sociedade – psicologia, antropologia, sociologia.
Segundo Marques (2008), “as escolas são comunidades éticas, ou seja, onde as
pessoas se mantêm juntas e colaboram entre si através do respeito de um conjunto de
costumes e virtudes que dão coesão à comunidade e ajudam os seus membros a crescer
como pessoas (pp. 38-39).
Estrela (2010) esclarece que a ética se refere aos princípios gerais, ao passo que a
moral aparece associada a normas e obrigações, que resultam da aplicação desses princípios
a situações específicas.
A ética pode ser considerada como a ciência ou filosofia da acção humana, ciência
categoricamente normativa dos actos humanos, segundo a luz natural da razão.
Mais do que um conjunto fixo de regras, a ética é um esforço permanente, levado a
cabo em circunstâncias particulares, na procura das melhores soluções para problemas.
Associamos a esta reflexão a virtude como valor educativo fundamental, “…pode dizer- se
como todo o hábito bom que procura fazer o bem” (Alonso, 2007) e “A virtude é a força que
nos permite cumprir o nosso dever em situações difíceis” (Rousseau).
A ética não é só uma questão de normas consensualizadas; é antes de tudo uma questão
de pessoas comprometidas com um modo de agir” (Alonso, 2007).

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Ética, no pleno sentido da palavra pode considerar-se como:
 Articulação dialéctica da vertente deontológica com a teleológica; devendo falar-se
de ética profissional e não de deontologia profissional
 Aplicada (enraizando a reflexão e as propostas morais, relativas à especificidade de
cada profissão, no marco social das mesmas)
 Dimensão interdisciplinar
Mais do que um conjunto fixo de regras, a ética é um esforço permanente, levado a cabo em
particulares circunstâncias, na procura das melhores soluções para os problemas.

2.1.5. Moral
Abordámos já o conceito de moral aquando da exploração do termo “ética”. São dois
conceitos que se relacionam mas que importa distinguir. A origem etimológica da palavra
moral é “mos”, “mores”, que se refere ao conjunto de normas adquiridas por hábito.
Para Baptista (2011) a moral corresponde “ao plano de realização histórica da ética,
remetendo para as dimensões normativas e imperativas da acção valorizadas pela tradição
deontológica de inspiração kantiana” (p.9)

2.1.6. Deontologia
Do ponto de vista etimológico, o termo deontologia deriva do grego “deonta” (dever)
e “logos” (razão). Este conceito foi introduzido por Jeremy Bentham em 1834 (Baptista,
2011), tendo hoje do seu lado a expressão “Ética Profissional”. Estas duas são um “código
de princípios e deveres (com os correspondentes direitos) que se impõem a uma profissão e
que ela se impõe a si própria, inspirada nos seus valores fundamentais” (Reis Monteiro,
2005, p. 24). Sublinha ainda que estes valores não podem ser distintos dos valores da
sociedade em que determinada profissão se insere, nem dos valores universais.
Os conceitos de ética profissional e deontologia são muitas vezes utilizados
indiferentemente quando se reporta à teoria dos deveres profissionais. Estrela (2010)
apresenta uma distinção para as duas expressões, dizendo que a deontologia se pode
considerar como uma ética aplicada às situações profissionais, enquanto a ética tem um
carácter mais geral, distinguindo-se pela “anterioridade lógica [assim] como pela extensão
desta em relação à deontologia, visto que está presente nos mínimos aspectos do acto
educativo (…)” (pp. 69-70).

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Atualmente, a deontologia refere-se ao conjunto normativo de imposições que deve
nortear uma atividade profissional, de modo a obter um tratamento constante e justo a tantos
quantos recorrem a esse bem ou serviço.
Apesar de existirem diferenças, não interessa contrapor radicalmente entre ética e
deontologia em termos profissionais.
Para configurar o bom exercício profissional é aconselhável combinar as referências
éticas com as normas deontológicas, bem como situar as normas deontológicas no horizonte
das aspirações éticas (Alonso, 2002, p.191)

2.1.7. Formação ética de professores


Seiça (2003) afirma que os domínios da ética e da deontologia docentes mostram-se
pouco conhecidos e estudados no nosso país. Contudo, salienta que são essenciais na
construção da identidade e autonomia profissional e num eficaz desempenho.
Estrela (2010) debruça-se sobre a questão do profissionalismo “enquanto ponto de
encontro da profissionalidade e das dimensões ética, axiológica e deontológica” (p. 67),
possibilitando assim fazer uma distinção entre comportamentos dignos dos
profissionais, nomeadamente dos professores, dos que não o são.
Qualquer professor é também um educador moral, não se confinando à designação
de mero transmissor de saberes. Por esta razão, é importante que na sua formação – seja
inicial ou contínua – se dedique o tempo necessário a esta componente formativa, fazendo-se
a articulação entre “princípios de carácter filosófico com princípios de carácter científico
sobre a pessoa (…)” (Estrela, 2010, p. 98).
Terminamos com um excerto que consideramos pertinente para o contexto da temática
abordada:
A profissão docente exerce-se por delegação social e assenta num conjunto articulado de
saberes, saberes-fazer e atitudes (…) e um ideal de serviço que lhe confere significado e
que remete para o conceito de profissionalismo. Esse ideal consubstancia o exercício ético
da competência profissional e os fins e valores que uma sociedade acha dignos de serem
transmitidos e exemplificados através do processo educativo (Estrela, 2010, p. 67).

2.1.8. A relevancia da exigencia do codigo ético profissional para os profissionais de


educação
Diante do conjunto de problemas que a educação vivencia atualmente, a
valorização da ética no currículo escolar seria um dos parâmetros mais considerados
para o equilíbrio social. A sua presença torna-se necessária tendo em vista a
imprescindibilidade de sua orientação para a nova realidade na vida social e por saber
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que ela encontra-se sempre presente nas discussões relativas ao comportamento
humano.
A pesar de serem distintas a ética e a moral são indissociáveis, pois possuem
significados comuns e apresentam-se inseridas na mesma pasta dos valores humanos. É
um dos grandes pilares de preocupação, reflexão e discussão entre indivíduos para o
discernimento entre o certo ou o errado e que deve sinalizar o conciliamento dos
interesses tanto individuais quanto sociais.
Nenhuma sociedade ganharia progressão ascendente se não fosse levado em
conta um conjunto de princípios ou normas que delineassem o comportamento
socialmente ajustado como ético. No entanto, o trabalho ético é aquele que globaliza a
sua prática cotidiana com reflexões que proporcionem o equilíbrio do pensamento e a
prática de ações norteadoras. A ética na prática pedagógica, por exemplo, tende a
valorizar os conhecimentos dos educandos e harmonizar a convivência entre todos que
ali encontram-se inseridos.
Por se considerar a ética um conjunto de valores que norteiam o comportamento
humano, em relação aos outros, na mesma sociedade em que vive, esta deve ser
instituída nos estabelecimentos de ensino com o objetivo de formalizar o bem – estar
social. Raras são as vezes em que a ética tem sido discutida de maneira explícita no
currículo pedagógico.
A ética é a teoria ou a ciência do comportamento moral dos homens em
sociedade, ou seja, é a ciência de uma forma específica de comportamento humano.
(…) enquanto conhecimento científico, a ética deve aspirar a racionalidade e a
objetividade mais completas e, ao mesmo tempo, deve proporcionar conhecimentos
sistemáticos, metódicos e, no limite do possível, comprováveis. (VASQUEZ, 2003, p.
23)
Portanto, apregoar a ética no espaço pedagógico é, ao mesmo tempo, oferecer
desafios no segmento do ensino-aprendizagem em busca de supostas atitudes críticas.
Isso proporcionaria condições para o avanço do desenvolvimento social e autonomia
dos educandos além de oferecer-lhes capacidades de posicionamento mediante ações
coletivas realizadas.
Comunga-se com MORETTO, 2001, quando diz: “A ação do educador deve
pautar-se na ética profissional vista como o compromisso de o homem respeitar os seus
semelhantes, no trato da profissão que exerce…” Com essa afirmação, conclui-se que a

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tarefa pedagógica exige ética, uma vez que a mesma representa um compromisso
político-social, relações recíprocas e respeito ao conjunto de normas e regras sociais.
Infelizmente há uma grande ausência de eticidade nos vários setores da
sociedade hodierna, inclusive no educacional e profissional, gerando, assim, grande
preocupação por saber que a ética é de fundamental importância em todos os âmbitos
sociais. Logo, a sua presença faz-se necessária diante da necessidade dos indivíduos
para um comportamento aceitável na vida social.
Na área profissional, a ética tem o objetivo de formar uma consciência livre e
conduta compatível com os preceitos estatutários. Algumas qualidades como
honestidade, competência, perseverança, prudência, respeito, imparcialidade entre
outras, são virtudes essenciais para a eficiência do trabalho profissional. É preciso que
se tenha a responsabilidade individual para a realização de certas tarefas. As vezes,
seria melhor o recusamento e a justificativa da inviabilidade de um trabalho que não
pudesse ser executado, do que uma vez aceito, deixasse-o à desejar.
A ética exige a honestidade para o zelo da prática do respeito e consideração ao
direito do outro. O indivíduo comprometido com a ética não se deixa corromper, em
nenhuma circunstância, mesmo que conviva com problemas ao extremo. Na área
profissional, a prudência é imprescindível para que o sujeito analise as situações,
minuciosamente, e com maior profundidade evitando, assim, atropelamentos e
julgamentos conflituosos ou equivocados.
Contudo, praticar a ética é, ao mesmo tempo, praticar a imparcialidade e a
justiça, pois a primeira assume as qualidades e cumprimento dos deveres e a segunda
depende, essencialmente, da primeira. A ética é o pivô que dá sustentação e equilíbrio
às tarefas profissionais no dia a dia e que, portanto, deveria estar presente em todos os
setores da sociedade. Para ser ético, o profissionalismo exige a tomada de consciência
dos atos, o cumprimento das normas e o respeito mútuo.
Admite-se que a ética apresenta grande influência na vida profissional de
qualquer indivíduo, em meio a sociedade na qual ele opera a sua profissão. A ética é
um resquício do que se aprende na família, responsável pela construção dos alicerces e
definição de virtudes e caráteres do homem, ensinando como se comportar diante da
sociedade. A liberdade do homem garante ações dentro dos limites exigidos pela ética e
parte do respeito aos direitos dos outros.

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Um profissional que não cultiva a ética, perde a confiança e a credibilidade no
espaço social em que desenvolve as suas atividades. Portanto, deixa de ser um mero e
autêntico profissional para ser um suicida da profissão, contribuindo para o descrédito
irreversível. (Grifo nosso)
Segundo Mário Cortella, a ética é um conjunto de valores e princípios que
usamos para responder a três grandes questões da vida: quero? devo? posso? Pois nem
tudo que eu quero eu posso; nem tudo que eu posso eu devo; e nem tudo que eu devo
eu quero. Você tem paz de espírito quando aquilo que você quer é ao mesmo tempo o
que você pode e o que você deve.
Todo profissional, ao concluir a sua formação, faz um juramento de honradez a
sua profissão, que sinaliza a sua adesão, o seu comprometimento e a sua
responsabilidade com a categoria. E ao cumprir com esse juramento o profissional
estaria efetivando os seus princípios éticos dentro de sua área.
Enfim, o profissional ético é aquele que procura oferecer o melhor dos seus
conhecimentos, como o médico que se preocupa com as suturas internas antes de
realizar as externas, o professor que se preocupa com estratégias que propiciem ao
aluno a pensar e resolver desafios, o engenheiro que demonstra certa preocupação com
o melhor material para a construção da passarela, além de outras ações que objetivam a
consumação de um trabalho seguro e de credibilidade. De modo que a ética efetiva
ações e consolida metas que podem comprometer ou favorecer o sucesso desses
profissionais. O indivíduo ético procura sair de sua zona de conforto em busca das
inovações e dos conhecimentos científicos, principalmente, de sua área, com o intuito
de poder oferecer o melhor para sua clientela. Segue os princípios normativos e as
regras estatutárias com competência, respeito, tolerância, flexibilidade e boas maneiras
pois, as negligências observadas, atualmente, são frutos da passividade, do
desconhecimento e da falta de compromisso.
De forma que a ética passa a ser algo indispensável na vida profissional do
homem, tendo em vista a sua contribuição no processo de humanização e norteamento
de conduta e de valores. São esses valores que, uma vez relacionados aos interesses do
indivíduo, movem seus atos positivamente.

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CAPITULO III: CONCLUSÕES
Após refletir-se sobre o tema, percebeu-se a grandeza de sua importância e o
imensurável valor de sua conduta inserido nas ações humanas no dia a dia. Conduzir
uma missão ou exercer uma atividade que a sua profissão lhe propiciou sem, no
entanto, considerar os princípios éticos e morais de sua conduta, seria mera contradição
de um juramento que deixou de cumprir com as suas normas.
Torna-se necessário que se reflita no sentido de que novas ações sejam
realizadas com o intuito de tornar as pessoas mais sensíveis, mais responsáveis e mais
conscientes das atividades que praticam em qualquer espaço da vida. O individualismo
e a ganância pelo poder vem quebrando valores, burlando regras e eliminando o
verdadeiro sentido da ética e da moral diante da sociedade.
A ética na educação torna-se concebida a partir do momento em que os valores
forem considerados e o exercício profissional um propiciador de ações humanizadoras.
A sociedade vem exigindo dos indivíduos uma postura aceitável com ações e
responsabilidades que possam, de fato, oferecer respostas que sinalizem a mais perfeita
harmonia para o bem estar social. E, para que isso se concretize, a ética deve estar
impregnada nas ações realizadas no dia a dia, nas mais diversas áreas e nas mais
distintas profissões.
Certas classes sociais e políticas relegam a ética, quebrando valores e burlando
princípios em prol do individualismo, ignorando-a e desnorteando-a do seu sentido. No
entanto, é preciso que se discuta conceitos e dialogue as discrepâncias existentes entre
sujeitos e sociedades, com o intuito de abolir-se as práticas errôneas do cenário que
vivencia. O sentido da solidariedade, da consideração e do respeito parece escassearem,
tendo em vista que a dedicação absoluta passou a ser exclusiva do próprio “eu”.

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CAPITULO IV: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Baptista, I. (2011). Ética, Deontologia e Avaliação do Desempenho Docente. Coleção


Cadernos do CCAP – 3. Lisboa: Ministério da Educação.
D’orey da Cunha, P. (1996). Ética e Educação. Lisboa: Universidade Católica Portuguesa.
Disponível em:
http://ruadosbragas223.blogspot.pt/search/label/A%20Rela%C3%A7%C3%A3o
%20Pedag%C3%B3gica%20-%20Artigo%20Completo.
Estrela, M. T. (2010). Profissão Docente. Dimensões Afectivas e Éticas. Porto: Areal
Editores.
Marques, R. (2008). O livro da Nova Educação do Carácter. Disponível em:
http://www.bubok.pt/livros/8236/O-Livro-da-Nova-Educacao-do-arater.
Reis Monteiro, A. (2005). Deontologia das Profissões da Educação. Coimbra: Edições
Almedina.
Seiça, A. B. (2003). A docência como Praxis Ética e Deontologia: Um Estudo empírico.
Lisboa: Ministério da Educação, Departamento da Educação Básica.

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