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Monografia Zacarias Ultima Versao
Monografia Zacarias Ultima Versao
Universidade Rovuma
Universidade Rovuma
Extensão de Cabo Delgado
Extensão de Cabo Delgado
2023
2023
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Índice
Lista de tabelas, figuras e gráficos.......................................................................................v
Declaração.........................................................................................................................vii
Dedicatória.......................................................................................................................viii
Agradecimento....................................................................................................................ix
Resumo................................................................................................................................x
Abstract...............................................................................................................................xi
INTRODUÇÃO.................................................................................................................12
1.1. Tema...........................................................................................................................13
1.1.2. Problematização.......................................................................................................14
1.1.3. Objectivos................................................................................................................15
1.1.4. Justificativa..............................................................................................................16
1.1.5. Hipóteses..................................................................................................................17
1.1.6. Relevância................................................................................................................18
1.2.7. Observação...............................................................................................................21
3
3.5. Conclusão....................................................................................................................56
3.6. Sugestões....................................................................................................................57
Referencias Bibliográficas.................................................................................................59
4
Tabela 1: Frequência com que os alunos usam a língua portuguesa como meio de
comunicação no contexto escolar ------------------------------------------------------------- 42
Tabela 2: O ano em que os alunos que entram sem o domínio oral da LP começam a falar
com perfeição -----------------------------------------------------------------------------43
Tabela 4:Métodos usados pelos professores para ensinar a falar, ler e escrever em LP. 45
Tabela 5: Conhecimento sobre o método fónico por parte dos professores inqueridos . .46
Tabela 6: Vantagens do método fónico no desenvolvimento da oralidade …………...47
UR - Universidade Rovuma
L2 – Língua Segunda
LP - língua portuguesa
% - Percentagem
Declaração
Declaro por minha honra que esta Monografia científica é resultado das minhas pesquisas
e das orientações do meu supervisor. O seu conteúdo é original, pois nunca foi
apresentada em nenhuma outra instituição para obtenção de qualquer grau académico e as
fontes consultadas estão devidamente mencionadas no texto e na bibliografia final.
A Declarante
_________________________
Dedicatória
Em especial, dedico este trabalho ao meu pai Aurélio Ismael Zacarias mais habilitado por
Chimenha que com tantas dificuldades enfrentadas, em nenhum momento me largou e
aos espíritos da minha mãe que em vida respondia em nome de Perfeita Vinhereque e que
Deus a tenha sem me esquecer da madrasta que ao lado do meu pai trilhou;
Ao meu marido que fez muito para ajudar os meus estudos, mesmo em situações de
tantas adversidades soube separar as inconveniências e definir as minhas metas nesta
batalha, amor cumplicidade e por todas as noites que passou sem mim ao seu lado por
razão desta nobre obra académica;
8
Agradecimento
Em primeiro lugar agradeço a DEUS, pela vida e saúde que tem proporcionado, sem
contudo deixar de lado a força e coragem de sempre enfrentar esta grande batalha, pois
que sem a força divina não seria possível superar tantas dificuldades enfrentadas durante
a formação.
Ao meu supervisor MA: Amisse Muamede por toda empatia por mim, dedicação e
comprometimento por ele demonstrado desde o início até o fim deste complexo trabalho,
Pela abnegação e paciência, incentivo constante, carinho com que sempre me tratou, por
toda ajuda intelectual prestada em tudo quando o aproximasse para um auxílio e
indispensável colaboração para que este trabalho tornasse uma realidade.
No geral á todos que directa ou indirectamente colaboraram para a conclusão deste nível
académico.
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Resumo
Abstract
The development of orality in the first grades has been configured as a key element for
the development of communicative and reading skills, as it is believed that it is through
orality that children master the verbal activities present in the most different social
situations in which they can insert yourself throughout your life. However, many students
when they enter school do not have Portuguese as their language of communication,
which makes the teaching and learning process difficult. In search of a more effective
method of literacy, some countries adopted the phonic method, achieving success and
significant improvements in their proficiency rates. In Mozambique, this Method is still
timid, moving slowly and few schools apply it as it is not yet common to everyone. In
this work under the theme: The Use of the Phonic Method as a Strategy for Teaching
Orality in first grades, it was carried out at the EPC of Matuto1 in the District of
Montepuez and aims to analyze the impact of using the phonic method in teaching orality
for children first grades in particular for the EPC of Matuto1, 10 (ten) teachers and 15
students were interviewed and questioned, in a qualitative research. In terms of the results
obtained, they clearly show that the EPC of Matuto1 the use of the phonic method has
been of less importance during the teaching of L2 classes by teachers, which in a certain
way conditions the difficulty on the part of students in the first grades in oral, perhaps
written reading.
Keywords: Phonic method, oral teaching, first grades.
11
INTRODUÇÃO
A questão da oralidade nas classes iniciais tem sido um desafio no Processo de Ensino e
Aprendizagem (PEA) quase em todo mundo, em particular em Moçambique, pois é
considerado como um dos pilares basilares para o desenvolvimento de competências
linguísticas dos alunos.
A presente monografia tem como título: O Uso do Método Fónico como Estratégia de
Ensino da Oralidade nas Classes Iniciais: Caso dos Alunos da EPC – de Matuto-1,
Distrito de Montepuez - 2021 – 2022. O interesse em pesquisar este tema surge da
constatação de existência de grandes dificuldades no processo de ensino e aprendizagem
da oralidade nos alunos nas classes iniciais, o que concorre directamente para uma certa
deficiência nos alunos em relação as temáticas de leitura e decifração de letras e figuras,
associada a falta do domínio da língua portuguesa (L2). E teve objectivo geral analisar o
impacto do uso do método fónico no ensino da oralidade para as classes iniciais na EPC
Matuto-1 Distrito de Montepuez, através da identificação dos mecanismos para o uso do
método fónico no ensino da oralidade nas classes iniciais e da descrição das vantagens do
uso deste método no PEA. Para a sua efectivação, o trabalho foi um estudo de caso, com
recurso a técnicas de uso de questionários em fontes primárias, confrontando a acervos
bibliográficos.
Este estudo é relevante para o PEA, partindo da conjuntura que a oralidade é dita como
uma ferramenta principal do aprendente em classes iniciais que serve de ase a construir
estruturas e pensamentos capazes de abstracções mais elaboradas. Além disso, o trabalho
irá contribuir, por um lado, para a melhoria do desempenho linguístico e comunicativo
dos alunos, por outro lado, aos professores de um instrumento indispensável para uma
intervenção eficiente na sua actividade.
Quanto à estrutura, para além dos elementos pré-textuais, a monografia está organizado
em três capítulos a destacar: O capítulo I: da Contextualização que compreende esta
introdução, a apresentação do tema, a justificativa e os objectivos, os aspectos
metodológicos, aplicação das técnicas e os métodos utilizados; o capítulo-II: diz respeito
à Fundamentação Teórica, ou seja, a apresentação de algumas teorias, conceitos gerais,
estudos realizados por diversos autores que se debruçam sobre o tema; e o capítulo-III:
compreende a apresentação, análise e discussão de resultados interpretação de dados; da
conclusões, recomendações e as referências bibliográficas.
12
1.1. Tema
De acordo com Lakatos & Marconi (2002, p. 101). “Tema é o assunto que se deseja
desenvolver ou provar. Este pode surgir de uma dificuldade prática encarada pelo
pesquisador, da sua curiosidade científica, de desafios descobertos de outros trabalhos ou
de própria teoria”
Esta visão é partilhada por outros estudiosos. Tal como se pode denotar no excerto:
do uso do método fónico no ensino da oralidade para as classes iniciais na EPC Matuto-1
Distrito de Montepuez de forma a melhorar o discurso oral, quiçá leitura e escrita nos
alunos, com referencial periódico do ano 2019 à 2022. Importa frisar que a Escola
Primária Completa de Matuto 1, localiza-se na vila sede do Distrito de Montepuez,
província de Cabo Delegado, em frente do mercado de Matuto 1, numa zona suburbana
da cidade municipal de Montepuez. De acordo com o Censo de 1997, o distrito tem 149
181 habitantes, daqui resultando uma densidade populacional de 9,4 habitantes por km².
1.1.2. Problematização
De acordo com Cervo (1996), “problema é algo que deve ser redigido de forma clara,
precisa e objectiva, cuja solução viável possa ser alcançada pela pesquisa”.
Nesse sentido, partisse da compreensão de que actualmente, verifica-se que maior parte
dos alunos nas classes iniciais apresentam grandes dificuldades em se discursarem na
língua portuguesa, portanto, a língua de ensino. Importa frisar que tal constatação não é
um fenómeno novo, pois há muitos anos já se ouvia falar em dificuldades de
compreender e falar a língua portuguesa por parte das crianças das classes iniciais. E
apesar dos investimentos que estão sendo alocados à educação para resolução desse
fenómeno, o problema ainda prevalece, insistentemente, principalmente no que se refere
à área suburbana, o que aponta para a necessidade de uma preocupação maior com o que
se aprende, e não, como se observa, com o que se ensina. Com as explicações acima, a
pesquisa tomando em conta os problemas dos alunos relacionados a falta de
desenvolvimento linguístico, caracterizado pela fraca oralidade e, consequentemente o
insucesso escolar. Outro ponto a se atentar é que o método supracitado vai ao encontro da
rota fonológica da leitura, induzindo melhor prática de decodificação, resultando numa
melhor constituição da rota lexical. Mais uma vez, direccionando-se a um melhor
14
Que impacto terá o método fónico no ensino da oralidade nas classes iniciais da
EPC Matuto -1 no Distrito de Montepuez?
1.1.3. Objectivos
De acordo com Libâneo (2004, p. 22): “os objectivos da pesquisa são o ponto de partida,
as premissas gerais do processo pedagógico, representam as exigências da sociedade em
relação à escola, o ensino, aos alunos e, ao mesmo tempo, reflectem as opções políticas e
pedagógicas dos agentes educativos em face das condições sociais existentes na
sociedade”.
Gil, (2002), define objectivos como sendo "um ponto de partida as premissas gerais do
processo pedagógico ou científico. Ele, advoga que os objectivos devem responder as
seguintes questões: “- O que pretendo alcançar com a pesquisa? – Objectivo geral – qual
o propósito da pesquisa? – Objectivos específicos – abertura do objectivo geral em outros
menores (possíveis capítulos) ”. Portanto, a definição dos Objectivos determina o que o
pesquisador quer atingir com a realização do trabalho de pesquisa. Objectivo é sinónimo
de meta, fim”. Desta compreensão, traçaram-se para este estudo, os seguintes objectivos:
Segundo Cervo (1996), objectivo geral dá uma visão ampla sobre o que se deseja
pesquisar e aponta aonde o autor deseja chegar com seus estudos. Este caracteriza-se por
determinar de forma clara e objectiva a intenção de se realizar a pesquisa. E o objectivo
geral define o que o pesquisador pretende atingir com sua investigação. E o objectivo
geral deste trabalho é:
1.1.4. Justificativa
Gil (1995), afirma que "justificativa consiste na apresentação clara das razões da ordem
teórica e, ou prática que justifica a realização da pesquisa".
1.1.5. Hipóteses
Para Barros et all (2008), Hipótese "é uma suposição de especulação, uma formulação
provisória com intenções de ser posteriormente demonstrada ou verificada, constituindo
uma suposição adicional".
Segundo Silva e Menezes (2001):
Hipóteses são suposições colocadas como respostas plausíveis e provisórias
para o problema de pesquisa”. As hipóteses são provisórias porque poderão ser
confirmadas ou refutadas com o desenvolvimento da pesquisa. Um mesmo
problema pode ter muitas hipóteses, que são soluções possíveis para a sua
resolução. A (s) hipótese (s) irá (ão) orientar o panejamento dos procedimentos
metodológicos necessários à execução da sua pesquisa. O processo de pesquisa
estará voltado para a procura de evidências que comprovem, sustentem ou
refutem a afirmativa feita na hipótese.
Pode se deduzir das citações que a hipótese é uma proposição estável que pode vir a ser a
solução do problema, pois, consiste numa proposição susceptível de ser declarada
verdadeira ou falsa.
17
1.1.6. Relevância
Segundo Marconi & Lakatos (2002, p. 103), “relevância de tema consiste na exposição
sucinta, porém completa, das razões de ordem teórica e dos motivos de ordem prática que
tornam importante a realização da pesquisa”.
Este conceito e partilhado por Silva e Menezes (2001, p. 20).), que também a definem da
seguinte forma:
Pesquisa Qualitativa: considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real
e o sujeito, isto e, um vinculo indissociável entre o mundo objetivo e a
subjetividade do sujeito […]. A interpretação dos fenómenos e a atribuição de
significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Não requer o uso de
métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural e a fonte directa para coleta
de dados e o pesquisador e o instrumento chave. E descritiva. Os pesquisadores
tendem a analisar seus dados indutivamente. O processo e seu significado são os
focos principais de abordagem.
Tendo em conta os conceitos acima, optou-se por uma pesquisa qualitativa porque busca-
se descrever significados que são socialmente construídos, tendo em conta o contexto e
enfatizando as interacções que ocorrem entre o indivíduo e a aprendizagem da oralidade,
partindo do pressuposto de que aprendizagem da oralidade não ocorre da mesma forma
para todos as crianças e, dependendo da maneira como o processo de ensino é orientado,
pode ocasionar dificuldades na aprendizagem de modo geral.
conhecimentos sobre esse fenómeno dos alunos das classes iniciais na escolha em
referência. Portanto, quanto à finalidade, esta é uma pesquisa básica que, segundo Silva
e Menezes (2001, p. 20), o seu objectivo é de ‟gerar conhecimentos novos úteis para o
avanço da ciência sem aplicação prática prevista”.
Partindo da etimologia, Richardson (1999, p. 22), explica que o método é a junção dos
termos gregos meta (além de, após …) e ódos (caminho), sendo definido como “o
caminho ou maneira para chegar a determinado fim ou objetivo”.
O método principal do estudo proposto nesta pesquisa é o método indutivo, pois, os
resultados dessa pesquisa são igualmente válidos para os restantes alunos do ensino
básico ao nível do país.
Para esta pesquisa, definiu-se como universo todos alunos que frequentam as classes
inicias na EPC Matuto-1, distrito de Montepuez, que fazem um total de duzentos e treze
(213) indivíduos, dos quais 15 são professores que leccionam aquela as classes iniciais
naquela instituição de ensino. Deste universo, elegeu-se, aleatoriamente, quarenta (25)
informantes para ser a amostra representativa, sendo trinta (15) alunos, e dez (10)
professores.
Alunos Docentes
213 25 15 10
Fonte: Autora/2023
1.2.7. Observação
Para além dos instrumentos acima mencionados foi necessário, igualmente, recorrer-se à
técnica de observação directa, que foi também fundamental porque contribuiu, de forma
decisiva para analisar o fenómeno de forma real no terreno com a finalidade de obter
mais informações.
Com esta técnica avaliou-se grande parte das fontes escrita, como Plano Estratégico de
Educação e Cultura (PEEC), Manual dos alunos, Orientações e Tarefas Escolares
Obrigatórias (OTEOs), Relatórios de Avaliação, entre outros, que também constituíram a
base do trabalho de investigação; esta técnica é definida como aquela que se realiza a
21
Segundo o conceito etimológico, ensinar (do latim signare) é “colocar dentro, gravar no
espírito”. De acordo com esse conceito, ensinar é gravar ideias na cabeça do aluno. Do
conceito etimológico tradicional surgiu o conceito tradicional de ensino: “Ensinar é
transmitir conhecimentos”.
“A atividade fundamental desenvolvida no PEA pela escola para a formação dos alunos é
a leitura”, Cagliari (1994, p.147), que tem como base o dominio da oralidade , objecto de
estudo desta monografia.
Deverá constituir uma fonte de recursos fundamental bem como criar ambientes de
aprendizagens, planificar relacionalmente observando a organização, distribuição e
sequencializacão das tarefas. Constituem instrumentos e suporte teórico-metodológico do
trabalho do professor as taxonomias de objectivos, programas, inventários ou perfis
funcionais, tipologias de actividades, de exercícios e de textos, etc.
De acordo com Morais, (2007, p. 18), “a aprendizagem pode ser definida como uma
modificação do comportamento do indivíduo em função da experiência. E pode ser
caracterizada pelo estilo sistemático e intencional e pela organização das actividades que
a desencadeiam, actividades que se implantam em um quadro de finalidades e exigências
determinadas pela instituição escolar”.
Assim, Morais (2007), considera que o processo de aprendizagem traduz a maneira como
os seres adquirem novos conhecimentos, desenvolvem competências e mudam o
comportamento. Uma importante descoberta para a educação é que quando chegam à
escola, as crianças entre quatro a sete anos de idade devem possuir a capacidade para
aprendizagem, em específico, a oralidade, ou seja, devem possuir conexões neurais
especializadas e geneticamente programadas para a conversão dos símbolos da escrita em
sons da fala, além da compreensão de frases e períodos com maiores graus de
complexidade. Mas, oralidade não é apenas realizar a descodificação dos símbolos
23
Numa análise profunda, Marque (1999), Maruny, (2000), Morais (2007), refendem que o
termo dificuldade de aprendizagem tem sido utilizado, predominantemente, em dois
sentidos: um sentido mais lato e um sentido mais restrito. Enquanto o primeiro pode ser
sinónimo de insucesso escolar, fracasso escolar ou até necessidades educativas especiais,
o segundo refere-se a um conjunto de incapacidades ou impedimentos específicos para
aprendizagens.
Nesta linha de pensamento, Silva (2011) de um modo muito genérico, sugere que os
alunos com dificuldades de aprendizagem apresentam uma discrepância acentuada entre
o seu potencial estimado (inteligência na média ou abaixo) e a sua realização escolar (que
é abaixo da média numa ou mais áreas académicas, mas nunca em todas, como é o caso
da deficiência mental).
Outrossim, vale realçar que, de acordo com Minelli et al., (2010, p.56), ‟a aprendizagem
envolve a integração de factores contextuais e internos do aluno e no ambiente escolar,
esses elementos exercem grande influência no processo, pois podem favorecer ou afectar
de maneira negativa o processo de ensino e aprendizagem”. Desta forma, pode-se inferir
que a motivação é um outro estímulo capaz de incentivar a pessoa a se empenhar um
pouco mais em uma determinada tarefa, pois, é como uma espécie de força que emerge,
regula e sustenta todas as nossas acções. Por isso, o professor deve descobrir estratégias,
recursos para fazer com que o aluno queira aprender. Sendo assim, ao estimular o aluno,
o educador desafia-o no interesse para aquilo que vai ser aprendido. Logo, a motivação
dos alunos aparece como um grande desafio no ensino formal que necessita ser
constantemente repensado.
Segundo Timbane, (2014, p. 12), a aprendizagem de uma língua por falantes não nativos
tem ocupado o interesse dos estudiosos ao longo dos séculos. No entanto, este interesse
esteve muito mais ligado à questão de como ensinar as línguas do que propriamente com
a descoberta dos mecanismos conducentes à sua aquisição; daí que a história deste campo
de trabalho seja uma história de métodos, métodos mais centrados ora na escrita ora na
oralidade.
Entende-se que da cotação anterior que saber
Ainda para Timbane, (2014, p. 12), os métodos que vêm a aprendizagem de uma língua
como a aprendizagem de um conjunto de capacidades perceptivas e motoras, associam
práticas do método gramática-tradução e do método directo, e são conhecidos pelo nome
de Métodos áudio-orais e método fónico que tem como ênfase a oralidade, já que uma
língua é, antes de mais, um sistema de sons e não de símbolos impressos.
Assim, para o autor pode se inferir que a tónica passa de como ensinar para o que ensinar
e a quem ensinar. Esta preocupação com os destinatários associa ao termo ensino o termo
aprendizagem. No entanto, ele surge mais relacionado com necessidades e interesses dos
alunos do que como resultado de uma preocupação quanto à forma como se aprende.
direcção aos objectivos fixados, traduzindo-se tal plano num determinado modo de se
servir de métodos e meios para atingir esses resultados.
Portanto, pode se inferir que estratégias resultando em acções do professor e actividades
do aluno que obedecem a uma certa estrutura e sequência e que, no fundo, criam um
determinado clima ou ambiente de aprendizagem. Por actividades de aprendizagem
designa-se o conjunto de situações ou oportunidades que se proporcionam aos alunos
para realizar uma determinada aprendizagem, as quais são, regra geral, fornecidas pelos
professores. Tais actividades ou situações pretendem provocar a aquisição de
experiências de aprendizagem, através da participação e envolvimento dos alunos
naquelas actividades. Assim, também pode se depreender que as actividades de
aprendizagem criam situações que permitem os alunos adquirirem determinadas
experiências, traduzindo-se estas em modificações de comportamento ou em
predisposições para que tais mudanças ocorram.
A oralidade é entendida como uma actividade verbal presente nas mais diferentes
situações sociais em que o indivíduo possa se inserir ao longo de sua vida, é a
transmissão oral dos conhecimentos armazenados na memória humana (Gonçalves, 2004,
P.72).
Roncato e Lacerda (2005), afiram que:
“Aprender a falar não consiste apenas em memorização de palavras más
também em acções, reflexões sobre seus actos, sentimentos e desejos.
Aproximadamente a partir de um ano de idade as crianças seleccionam os
sons dirigidos a elas, mesmo antes de começarem a falar as crianças
podem se fazer compreender e compreenderem o outro, pois as
competências linguísticas abrangem tanto as capacidades de compreensão
como as capacidades de se fazer entender” (p.86).
à sua produção, quanto no que diz respeito à sua escuta. Envolve a acção de linguagem de
sujeitos activos e responsivos em contextos interaccionais diversos.
Portanto, pode se inferir que a oralidade não se restringe ao estudo da materialidade da
fala, mas envolve, em contextos socioculturais específicos, a fala associada a seu ritmo,
entonação, volume e entrelaçada a múltiplas linguagens, como a gestualidade, a mímica,
a imagem e até à modalidade escrita da língua.
Quando a criança chega à escola, já sabe falar sua língua materna e interagir em situações
do quotidiano. Por isso, indicar para o aluno simplesmente que “converse com o colega”
não significa tomar a oralidade como objecto de ensino. A oralidade a ser trabalhada no
espaço escolar deve ser, sobretudo, a que favorece o desenvolvimento da proficiência do
aprendiz em géneros orais formais, (Cordeiro, 2009).
De acordo com o MEC (2008, p. 14), considera que a oralidade inicial corresponde a uma
fase de adaptação do aluno ao ambiente escolar e à aprendizagem do vocabulário básico
em língua portuguesa. Esta visão do MEC, advoga que a oralidade é a fase inicial do
vocabulário da língua portuguesa, e ela corresponde a fase de adaptação do aprendente no
ambiente escolar.
Para (Melanie 2010, p. 17), "as actividades propostas aos alunos para o desenvolvimento
da oralidade são: leitura de imagens, diálogo, canção, poesia, dramatização, conto, visita
de estudo e jogo".
Assim, por um lado a oralidade é a língua falada e se destina a adaptação dos alunos ao
ambiente escolar e a aprendizagem do vocabulário básico em língua portuguesa, com o
intuito de domínio da fala e da linguagem nos alunos que entram pela primeira vez a
escola e por outro lado, uma actividade básica na aprendizagem de uma língua. É nesta
actividade que o aluno aprende o vocabulário necessário para falar, ouvir, escrever,
comunicar, a partir dela que aluno aprende o vocabulário que o permite falar, ouvir,
escrever, comunicar e mais.
Segundo Cordeiro, (2009), a linguagem oral, de forma alguma, pode ser considerada
errada. Ela é uma variação linguística. Utilizada sob determinados contextos, a fala é um
recurso mais prático, rápido e seu objectivo é um só: transmitir uma mensagem. Dessa
maneira, a oralidade explora algumas características próprias, tais como: ideia de maior
proximidade entre locutor e receptor; Relação directa entre falantes; Contexto interfere;
29
Segundo Bordenave, (1998, p.121) para a teoria Vigotskiana a linguagem oral é o sistema
pelo qual o homem comunica seus sentimentos e ideias, acontece através da fala, não é
um processo inato, é uma habilidade que se constrói no âmbito social, ou seja, a criança
nasce com a capacidade para desenvolvê-la, e a figura materna torna-se uma das
principais fontes de colaboração nesse processo. (…) toda comunicação se faz na
interacção, é impossível pensar em palavras, linguagem, sem ser na interacção com o
outro. As palavras possuem seus significados, não sendo o mesmo para todas as pessoas,
o sentido se dá a partir da interacção do sujeito como seu interlocutor nos diferentes
discursos. A criança vai construindo conhecimento a partir da relação estabelecida com o
mundo, envolvendo aspecto da realidade, interagindo com outras pessoas e assim
modificando sua forma de agir, pensar e sentir.
Para Vigotskiana, citado por Bordenave, (1998, p.123), a comunicação oral desenvolve-
se numa situação de reciprocidade:
a) A intervenção do emissor – o emissor deve manter-se atento à forma da sua expressão,
a fim de poder passar a mensagem que quer transmitir;
b) A intervenção do receptor – o receptor descodifica a mensagem veiculada pela palavra,
pelos gestos e pela mímica do emissor, quando em presença, ou pela palavra, pelas
entoações e pelo ritmo, quando a distância.
a) Método tradicional
O que importa é a montagem das sílabas e aos poucos surgem as frases simples. O aluno
só consegue produzir textos depois de saber as “famílias silábicas”. (Ribeiro, 2013, p. 1).
Havia uma grande valorização no uso das cartilhas, caligrafia e treino de repetição. O
ensino era exclusivamente em sala de aula sendo o ensino de repetições, o mais criticado
por não auxiliar em nada a aquisição da aprendizagem.
b) Método sintético
Márcia Ribeiro (2013) comenta que o método sintético estrutura-se dentro da teoria do
behaviorismo e é considerado um dos mais rápidos, simples e antigos métodos de
alfabetização. Podendo ser aplicado a todas as crianças. Esse método configura-se pela
correlação que faz entre o oral e o escrito, entre o som e a grafia. O seu ensino, inicia-se
1
Alfabetização - processo da aprendizagem onde se desenvolve a habilidade de ler e escrever de maneira
adequada e a utilizar esta habilidade como um código de comunicação com o seu meio.
31
Ribeiro (2013, p.2) infere que neste método não é permitido à criança prosseguir para
uma nova fase se não dominar a que está. A aprendizagem pelo método sintético é feita
através da memorização e repetição.
c) Método global
d) Método analítico
Segundo Morais (2012, p. 29) no grupo dos analíticos, são três os tipos de métodos
principais: a palavração, a sentenciação e o método global (ou de contos ou histórinhas).
A palavração é o momento em que os alunos são ensinados a copiar e identificar um
grande repertório de palavras. A sentenciação é a fase em que memorizam sentenças
completas e iniciam o processo de abordagem de suas palavras de forma isolada. Já no
método global a criança seria exposta a textos e nestes, seriam estudadas as frases e
“palavra-chaves”. A opinião sobre memorização diverge entre professores, defendendo
que o processo “antigo” é eficaz e necessário. Que hoje em dia, independente do método
trabalhado, a memorização está inserida no momento da leitura ou prática escrita. Já a
cópia de repetição, por exemplo, tem sido pouco recorrida, o que aos olhos da maioria
sempre foi um erro.
Em seu texto, Márcia Ribeiro relata que o objectivo do método analítico é fazer com que
as crianças compreendam o sentido de um texto e não ensinar a leitura através da
silabação. Em contrapartida, do ponto de vista linguístico, neste método o ensino deve
começar por um nível menos complexo, para aos poucos avançar para um nível mais
elevado, pois a língua falada é distinta da língua escrita, e a criança no início de sua
aprendizagem se baseia na língua falada para desenvolver a língua escrita e isso pode
confundir por serem bem diferentes..
32
e) Método construtivista
Assim, pode se inferir que o o método construtivista não exige a ortografia e a gramática
perfeita na construção de palavras ou frases, dando ênfase à interacção dos alunos em
grupo.
f) Método fónico
1. Sons das letras. Seguindo a sugestão de Capovila o/a professor (a) mostra a letra e
pronuncia o som da mesma, depois dá exemplos de coisas, conhecidas das crianças, que
iniciam com o som “a” por exemplo, e pede que repitam as palavras pronunciadas;
escreve-as no quadro destacando a letra trabalhada.
2. Combinando sons. O aluno pode começar a combinar os sons antes de dominar todo o
alfabeto. Após já terem aprendidos alguns fonemas, como: /u/ /a/ /o/ /t/ e /p/, usa-se um
alfabeto móvel e solicita que as crianças formem palavras com essas letras; elas formarão
33
algumas palavras: pata, pato, tato, tatu, tapa, topo, etc; Depois disso, elas são incentivadas
a pronunciar o som de cada letra uma por uma e em seguida, combina-os para gerar a
pronúncia da palavra. No início, usam-se palavras simples, com até 4 letras, até os alunos
se sentirem confortáveis com o processo, depois palavras maiores, palavras com
dígrafos /ch/ lh/nh e por ultimo as excepções fonéticas, casa /kaza/; hospital /ospital/. A
cada nova relação som/letra ensinado deve-se revisar as já aprendidas usando as mesmas
para formar novas palavras. Desta forma estará gradativamente ampliando a capacidade
leitora nas crianças.
Após este processo a criança esta apta e segura para ler e produzir seus textos.
Conforme afirma Morais (1996), o método fónico nasceu na Alemanha no século XVI
com o propósito de ensinar as correspondências entre sons e letras. Esse método “nasceu
de uma constatação: a criança sente dificuldades em passar da associação entre o nome
das letras para a fusão dos “sons” das letras a fim de obter a pronúncia das palavras (p.
262).
Neste método o ensino se inicia pela forma e pelo som das vogais, seguidas pelas
consoantes. Cada letra (grafema) é aprendida como um som (fonema) que, junto a outros
fonemas, pode formar sílabas e palavras. Para o ensino dos sons, há uma sequência que
deve ser respeitada – dos mais simples para os mais complexos.
34
2
A consciência fonológica é a habilidade de identificar e brincar com os sons da língua. Por exemplo,
reconhecer palavras que rimam, começam com o mesmo som, separar em sílabas ou criar novas palavras
brincando com sílabas.
35
Segundo Frade, (2007, p. 21), para isso, o professor deve proporcionar à criança
actividades que a façam perceber os sons da nossa língua. A criança precisa começar a
perceber que algumas palavras terminam com o mesmo som (rimas), outras começam
com o mesmo som, perceber que as palavras podem ser separadas em partes menores
(sílabas) e que podemos brincar com as palavras (por exemplo, transformando MALA em
LAMA). Isso pode ser feito por meio de cantigas, poemas, trava-línguas e muitos jogos.
Enquanto a criança desenvolve a consciência fonológica, ela começa a ter contacto com
as letras. Nessa etapa, o professor começa a mostrar as letras de forma que a criança
comece a perceber que aqueles símbolos representam os sons que falamos. Utilizando
palavras conhecidas pela criança ou histórias focadas no som desejado, o professor
começa a apresentar as vogais.
Aos poucos, a criança começa a juntar as letras para formar palavras. Começa a perceber
que os sons das letras podem sofrer mudanças através com combinações. Começa a ler e
a escrever palavras regulares. Depois, passa a conhecer as palavras irregulares e com
regras (por exemplo, táxi). Constantemente, o professor deve fazer revisões com a
criança, sobre o que já foi aprendido, para fixar o conteúdo e a capacidade de leitura dela.
Assim, a leitura torna-se cada vez mais fluente.
Segundo Frade, (2007, p. 21), na Cartilha Nacional, de Hilário Ribeiro, publicada por
volta de 1880, sugere-se ao professor uma forma de destacar o som, seja em posição
inicial ou no meio da palavra, conforme o exemplo “o professor pronunciará vvvvá e em
seguida perguntará às crianças: o que é que soa antes do a? Naturalmente, os alunos
aproximarão o lábio inferior dos dentes de cima e emitirão a voz inicial vvvv vocalizada
pelo professor”. No livro Minha Abelhinha, os sons/fonemas também são relacionados a
uma história: “Um dia a abelhinha viu, lá no céu, uma pipa balançando pra lá e pra cá…
Quando o vento batia na pipa com força, ela fazia um barulhinho assim: p...”. No livro É
tempo de aprender, há uma pergunta relacionada a uma onomatopeia e a uma história que
liga os personagens numa trama, como “a cobrinha ou a serpente silvando ssss….”. No
livro Casinha Feliz, as consoantes são consideradas como ajudantes das vogais: “esse
36
ajudante que parece um martelo, que tem uma perna bem comprida, é o ajudante do
papai. Ele quer dizer papai, mas só faz um barulhinho assim: p p p. Parece um martelo
batendo de leve”.
O destaque ao fonema isolado é ainda hoje empregado em alguns materiais que utilizam
cartazes com figuras que ajudem a destacar a letra e seu som em posição inicial e o
fonema em posição final, sendo que este é emitido várias vezes pelos alunos e pelo
professor (ao ver a letra M, pronunciam mmmmm…).
A apreensão da função que o fonema exerce na palavra pode ser focalizada quando as
crianças discriminam palavras que começam ou terminam da mesma maneira e observam
sua forma escrita; quando comparam o comportamento de um fonema em várias
posições, através da fala e da escrita, como em rato, arco, cantar; quando observam o que
altera quando se muda apenas uma letra inicial em palavras como bala, cala, fala, por
comparação e contraste – entre outras estratégias de ensino sistemático das
correspondências som-grafia.
Portanto, pode se depreender que o método prioriza o ensino dos sons das letras. Pois
dessa forma o professor ensina claramente os sons das letras. Inicia-se a partir das
vogais… Após isso, as consoantes com planificados conforme as letras, partindo do mais
simples ao mais complexo. Pois assim o aprendizado tende a ser mais proveitoso e
coerente. O método fónico geralmente utiliza diversos recursos durante as actividades,
tais como imagens, sons e materiais concretos.
Isso pode ser feito por meio de exercícios que auxiliem o discernimento dos sons, a
identificação de rimas, de aliterações. Também a segmentação silábica e fónica, da
manipulação de sílabas, a memorização de sons e ritmos. Pode-se utilizar recursos como
poemas, cantigas, trava-línguas ou brincadeiras com identificação de sons do ambiente.
Realize-se a contagem de palavras em frases. A percepção que a formação de frases é
formada por palavras é fundamental. Portanto, estimular o reconhecimento e a noção da
quantidade de palavras em frases é algo indispensável para a alfabetização que inicia a
partir de frases simples e aumente o nível de complexidade.
Para Sebra e Dias, (2011), a realizar a contagem de sílabas nas palavras é outro
procedimento deste método. Do mesmo modo, a habilidade em identificar as sílabas
presentes nas palavras trata-se de uma capacidade fundamental no processo de
alfabetização. Por esse motivo, é de grande valia incentivar actividades que exijam que o
pequeno conte as sílabas de algumas palavras. Nesse contexto, a actividade se torna ainda
mais eficaz ao repetir a palavra em voz alta. Ou seja, circulando as sílabas e distinguindo
o som de cada uma. Também utilizam-se materiais concretos e jogos para estimular a
habilidade em questão. Sendo assim, a rima é algo divertido. Aliás, é uma forma de
estimular a consciência fonológica das crianças. Tendo em vista que o intuito é praticar a
habilidade de reconhecer as semelhanças entre as palavras que terminam com o mesmo
som. Para isso, use poemas e músicas que as crianças gostem. Este é um recurso simples,
mas prazeroso para elas. Além de ouvir músicas já existentes pode criar-se, substituindo
os sons: por fim, mas não menos importante, são actividades que estimulem a
substituição de sons para a formação de novas palavras. Logo, é bem mais fácil aprender
a pronunciar os sons das letras no momento em que o pequeno consegue fazer essa
diferenciação. Por exemplo: a palavra “pato”, ao ter a letra “p” trocada pela letra “m”,
vira “mato”, e assim por diante.
Assim, pode se inferir que o ensino do som das letras explicitamente é fundamental para
o método fónico, a partir de representação das letras ou palavras, pode ser em um cartaz,
em letras móveis, em massinha ou barbante, pedir que a criança passe seu dedo por cima
desse desenho e simultaneamente, especificar as palavras que começam com esse som,
como também imitar o som da letra para que a criança repita.
Enfim, como o próprio nome diz, este método se baseia no ensino dos fonemas, ou seja,
dos sons das letras. A partir desses sons, a criança consegue ler e escrever as palavras.
38
Fazer com que a criança perceba que cada letra possui um som diferente, que uma
letra pode representar mais de um som (por exemplo, a letra G em gato e a letra G
em girafa), e que um som pode ser representado por mais de uma letra (por
exemplo, o som /s/ em SAPO, em PAZ e em CAÇADOR);
Ensiná-la que os sons das letras são alterados a depender de sua combinação;
Vale salientar que para realizar o processo de alfabetização, é importante que o professor
faça uso de materiais concretos, tais como letras móveis, jogos, ilustrações e listas de
palavras.
Trata-se de uma maneira lúdica de ensino, que demanda raciocínio da criança, e não uma
forma mecânica de se ensinar; Proporciona maior rapidez no processo de alfabetização
(alguns alunos conseguem ser alfabetizados no período de quatro a seis meses); Diminui
os erros ortográficos; As elaborações textuais ficam mais criativas, com melhor
coerência e coesão.
39
estes profissionais têm sobre o fenómeno - o método fónico na escola m referência. Deve-
se realçar que, para a presente pesquisa, os professores assumem um lugar de destaque
por serem os protagonistas directos do Processo de Ensino e Aprendizagem (PEA),
conforme defende, Libâneo (1994), que o Processo de Ensino e Aprendizagem é bilateral,
pois combina a actividade do professor (ensinar) com actividade do aluno (aprender). O
”ensinar” o professor organiza os conteúdos e os torna didacticamente assimiláveis,
promove as condições e os meios de aprendizagem, controla e avalia; por sua vez o
”aprender” supõe a assimilação activa, pois ensina-se para que os alunos se apropriem de
forma activa e autónoma dos conhecimentos e habilidades. Embora estejam sujeitos ao
cumprimento escrupuloso de metas e programas, planos estratégicos e outras legislações
pré-estabelecidos pelos superiores hierárquicos que constituem a estrutura do Ministério
de Educação, os professores conhecem a realidade da aprendizagem.
O questionário dirigido a este grupo era composto por duas secções: a primeira
comportava a identificação, na qual procurava-se avaliar se os professores possuíam a
formação psicopedagógica, pois no nosso entender esta componente é chave para uma
boa efectivação do PEA. Desta forma, notou-se que todos professores possuem formação
psicopedagógica. O outro aspecto que procurou-se saber nesta secção era dos anos de
serviço como professor e grande parte tem mais de cinco anos de serviço, o que deixa
inferir que quase todos estão capacitados para a diversidade da aprendizagem e possuem
conhecimentos adequados para dirigir o PEA.
P.1. Com que frequências os seus alunos comunicam-se em Língua Portuguesa durante o
tempo em que estão no recinto escolar ou na sala de aula?
Com esta questão, pretendia-se compreender o nível com que os meninos usam a língua
portuguesa como meio de comunicação no contexto escolar. As respostas podem ser
sintetizadas através da tabela que se segue:
41
Tabela 1: Frequência com que os alunos usam a língua portuguesa como meio de
comunicação no contexto escolar
P2. É um facto que na tua escola maior parte dos alunos entram pela primeira vez sem
saber falar a língua portuguesa, o que faz afirmar que somente anos depois é que
adquirem a comunicação nesta língua com perfeição. Importa aqui frisar a palavra
perfeição.
- Em que classe a maior parte dos alunos adquirem o domínio oral do LP com perfeição?
42
Tabela 2: O ano em que os alunos que entram sem o domínio oral da LP começam a falar
com perfeição.
P.4. Partindo do pressuposto que maior parte dos seus alunos tem a LP como língua
segunda, quais são os métodos que utilizas para ensinar a falar, ler e escrever em LP?
44
Tabela 4: Métodos usados pelos professores para ensinar a falar, ler e escrever em LP?
Os inqueridos podiam escolher mais do que uma opção. As respostas podem ser
sintetizadas através da tabela seguinte:
Com esta questão, pretendia-se compreender os métodos aplicados pelos professores para
ensinar as crianças a falar, ler e escrever em língua portuguesa. Em contexto escolar,
Sim-Sim (2002, p. 3) sublinha que “não há uma via única para ensinar a falar, ler ou
escrever as crianças, o que significa que não é o método, mas sim o docente, que marca a
diferença no sucesso da aprendizagem da oralidade”. É, por isso, necessário centrar o
processo ensino/aprendizagem no aluno, repensar os objectivos e diversificar contextos
de aprendizagem, que promovam a oralidade, como competências essenciais para o
sucesso escolar. Observa-se no quadro que grande parte dos professores inqueridos
escolheram os métodos tradicionalistas e construtivista, 40 % respectivamente e os
restantes dois (2) correspondentes a 20 % optaram o método fónico. Curiosamente
nenhum dele escolheu a opção: “todos métodos” e que abre uma dúvida se os professores
têm o conhecimento sistemático dos métodos mencionados ou escolheram por ser parte
das alternativas. Não menos importante, importa salientar que todos os dez (10)
inqueridos correspondentes a 100 % para além das escolhas fixas que tiveram colocaram
como opção os métodos: elaboração conjunta; método expositivo; trabalho independente,
o que deixa em claro que os inqueridos percebem dos métodos de ensino mas
desconhecem a aplicabilidade de cada método em sua devida situação, pós os métodos
por eles elucidados podem não funcionarem bem numa situação de aprendizagem em que
os alunos não falam a língua de ensino, como seja, o aluno só se comunica em Emakhua
mas as aulas devem ser orientadas em língua portuguesa. Outrossim, eles justificaram que
recorrem frequentemente estes métodos, porque no pensamento deles são os únicos que
facilitam a sua leccionação e a elaboração conjunta tem possibilitado a interacção do
aluno-professor ou professor-aluno. Para Timbane, (2014), os métodos que vêm a
45
P. 5. Já ouviu falar do método fónico? Se sim, em poucas palavras o que entendes por
método fónico?
Tabela 5: Conhecimento sobre o método fónico por parte dos professores inqueridos
Questões e propostas de respostas. Respondentes Percentagem (%)
Sim 6 60
Não 4 40
Respostas sugestivas dos inqueridos:
- Método fónico é usado para alfabetizar usando os sons dos grafemas do alfabeto.
- O método fónico é o uso dos sons das letras/alfabetos para o ensino da leitura para as
crianças.
Fonte: Autora, 2023
A questão tinha como objectivo perceber a partir dos inqueridos se estes tinham
conhecimentos sobre método fónico (fonológico). Com base nas respostas apresentadas
na tabela a cima, pode se inferir que maior parte dos professores da EPC de Matuto 1,
afirmaram ter informações sobre o método fónico. Lamentavelmente somente dois dos
seis que afirmam ter informações é que tentaram definir, conforme as propostas
colocadas na tabelas e os restantes quatro coadjuvados com os outros quatro
correspondentes a 80% não teceram qualquer informação sobre o conceito de método
fónico. Estas respostas mostram claramente o desconhecimento daquilo que eles usam em
sala de aula para ensinar a oralidade das crianças em situações iniciais. Como defende
Capovilla (2004) o método fónico é um método de alfabetização que prioriza o ensina
dos sons das letras e em seguida constrói a mistura destes sons para alcançar a pronúncia
completa da palavra. Depois que alguns fonemas já foram aprendidos, ai então se ensina
a combiná-los de modo a formar palavras. Portanto, seja qual for o posicionamento e a
intenção do docente em todo PEA nas classes iniciais ele acaba aplicando o método
fónico para alfabetizar as crianças.
P.6. Quais são as vantagens do método fónico para o desenvolvimento da oralidade nas
classes iniciais?
46
Em relação a esta questão que tinha como objectivo aferir como os professores inqueridos
concebem sobre as vantagens que o método fónico proporciona aos alunos das classes
iniciais no desenvolvimento da oralidade
Tabela 6: Vantagens do método fónico no desenvolvimento da oralidade
Após a colecta das respostas referentes a esta questão, pode se inferir que as opções:
Trata-se de uma maneira lúdica de ensino, que demanda raciocínio da criança, e não
uma forma mecânica de se ensinar; Proporciona maior rapidez no processo de
alfabetização (alguns alunos conseguem ser alfabetizados no período de quatro a seis
meses) e Faz com que a criança perceba que cada letra possui um som diferente, que
uma letra pode representar mais de um som (por exemplo, a letra G em gato e a letra G
em girafa), tiveram 100 % de escolhas no que concerne as vantagens do método fonético.
Duas (2) pessoas correspondentes a 20 % adicionam opção: Propicia à criança a
habilidade de ler e compreender com mais facilidade e fluência textos mais complexos e
variados. Com estas escolhas ajudam a inferir que os inqueridos entendem de forma
correcta as vantagens deste método se for bem aplicado em sala de aulas, e em particular
nas classes iniciais, pode contribui para o desenvolvimento das capacidades
comunicativas em L2, incluindo a habilidade de leitura embora de pequeno pote, como
defende Marinho, (2015) entre os objectivos do método fónico consta: Estimular a
consciência fonológica, ou seja, levar a criança a identificar e manipular os sons que
formam nossa língua; Apresentar, de forma sistemática e explícita, os sons de cada letra;
Fazer com que a criança perceba que cada letra possui um som diferente, que uma letra
pode representar mais de um som e salienta que trata-se de uma maneira lúdica de ensino,
47
que demanda raciocínio da criança, e não uma forma mecânica de se ensinar; proporciona
maior rapidez no processo de alfabetização (alguns alunos conseguem ser alfabetizados
no período de quatro a seis meses). Curiosamente nenhum dos inqueridos 0 % escolheu a
opção: Ajuda a compreender a estrutura das escolas, além disso ninguém escolheu
nenhuma das opções, as únicas que estavam totalmente desajustada com relação as
vantagens que podem serem oferecer pelo uso do método fónico.
Com base nos dados ilustrados na tabela, ficou evidente que apesar de alguns professores
não conhecerem a funcionalidade deste método, estão cientes que o mesmo contribui para
a aprendizagem da oralidade em LP, ou seja, da capacidade comunicativa, principalmente
para classes iniciais, pois favorece ao aluno a dominar alguns vocábulos que
posteriormente poderá empregar em determinadas situações comunicativas.
P.6.1. Olhando pelas opções da tabela anterior em (5), partindo dum pressuposto que as
alternativas a) b) c) e d) são correctas e dadas como vantagens do método fónico que
possam contribuir no desenvolvimento da oralidade nas classes iniciais, porém a maioria
dos professores não tem como preferência este método.
- Por que motivo os professores não recorrem com exactidão e preferência o método
fónico durante a sua leccionação?
Minelli et al., (2010), diz que ”diversas causas podem ser apontadas como responsáveis
pelo desempenho ruim do processo de aprendizagem na escola: metodologia e métodos
de ensino inadequados; relacionamento professor x aluno; estrutura física da escola ou
falta de materiais didácticos; falta de interesse na aprendizagem por parte dos alunos;
entre outros”.
Assim, pode se depreender que a falta de conhecimento das vantagens do método fónico,
má concepção das técnicas fundamentais no processo de alfabetização está por de trás do
não uso do método fónico de forma programada como meio do ensino. Pois, achar que há
défice do currículo/programas de ensino não tão bem desenhado para a aprendizagem da
oralidade não faz sentido, no meu entender, como defende Martins (2006) o ensino da
oralidade envolvem a realização de tarefas que não são unicamente linguísticas, mesmo
se forem actividades linguísticas, fazem apelo às competências comunicativas do sujeito,
neste contexto os docentes deve ter a capacidade de mobilizar conhecimentos prévios e
construir significados que possa aplicar em diferentes contextos.
Os inqueridos podiam escolher mais do que uma opção. Com esta questão, pretendia-se
compreender como o professor concebe o problema e para quem delega a culpa sobre
este problema. As respostas podem ser sintetizadas através da tabela abaixo:
Nº Respostas Respondentes %
a) Dificuldades individuais do aluno 7 70
b) Exiguidade de salas de aulas e/ou material didáctico 10 100
c) Negligências dos professores porque sabem mesmo que o 7 70
aluno não aprenda as sensações são inexistentes
d) Falta de incentivos aos professores (salário, actos 8 80
administrativos) que diminui o seu empenho
e) Turmas numerosas que condicionam o esforço do professor 100 100
Fonte: Autora, 2023
10. Qual é a frequência dos tempos lectivos diária das aulas em LP?
Com esta questão, pretendia-se compreender qual era a carga horária com que os alunos
estão em contacto com os professores. As respostas podem ser sintetizadas através da
tabela abaixo:
Nº Respostas Respondentes %
a) 1 aula de 45 minutos 0 0
b) 2 aulas de 45 minutos 9 80
c) 3 aulas de 45 minutos 2 20
d) 4 aulas de 45 minutos 0 0
e) Acima de 4 aulas de 45 minutos 0 0
Fonte: Autora, 2023
Como se pode observar, da tabela anterior que oito (8) inqueridos correspondentes a 80%
afirmam que a carga horária das aulas de língua portuguesa tende a ser duas aulas de 45
minutos e o restante 2 correspondentes a 20 % sugerem 3 aulas diárias. Pode se inferir
que partindo duma situação real de muitos feriados, muitas tolerâncias de aulas e da
52
reduzida carga horária semanal associada a pequenas ausências dos professores pode se
inferir que o tempo que resta para uma aprendizagem eficaz e eficiente é muito reduzido.
Nesta parte, faz-se a confrontação dos resultados obtidos a partir dos dados com as
hipóteses levantadas para as validar. Para a presente monografia definiu-se as seguintes
hipóteses: A falta de estratégias e o não uso de métodos eficazes por parte dos professores
pode ser um dos factores que concorre para o fraco domínio da oralidade dos alunos nas
classes iniciais na EPC de Matuto -1; Escassez do tempo de contacto entre os alunos e
PEA da oralidade, pode ser um dos factores para o fraco domínio da oralidade; e A falta
de capacitação, ou capacitação irregular dos (as) professores (as) das classes iniciais em
metodologia de ensino de L2.
Hipótese I: A falta de estratégias e o não uso de métodos eficazes por parte dos
professores pode ser um dos factores que concorre para o fraco domínio da oralidade dos
alunos nas classes iniciais na EPC de Matuto -1. Esta hipótese foi valida tendo em conta
os dados apresentados ao questionário dirigido aos professores: tabela 4, 5, 6, 7 e 10.
Na tabela 4 quando os professores foram inquéritos que métodos aplicavam para ensinar
as crianças a falar, ler e escrever em língua portuguesa, grande parte dos professores
inqueridos escolheram os métodos tradicionalistas e construtivista, 40 % respectivamente
e os restantes dois (2) correspondentes a 20 % optaram o método fónico. Curiosamente
nenhum dele escolheu a opção: “todos métodos” e que abre uma dúvida se os professores
têm o conhecimento sistemático dos métodos mencionados ou escolheram por ser parte
das alternativas. Não menos importante, importa salientar que todos os dez (10)
inqueridos correspondentes a 100 % para além das escolhas fixas que tiveram colocaram
como opção os métodos (elaboração conjunta, método expositivo e trabalho
independente) o que deixa em claro que os inqueridos percebem dos métodos de ensino
mas, desconhecem a aplicabilidade de cada método em sua devida situação, pós os
métodos por eles elucidados podem não funcionarem bem numa situação de
aprendizagem em que os alunos não falam a língua de ensino.
Hipótese II: Escassez do tempo de contacto entre os alunos e PEA da oralidade, pode ser
um dos factores para o fraco domínio da oralidade. Esta hipótese foi valida tendo em
conta os dados apresentados na tabela 10, partindo do pressuposto que em situação real
no nosso país há muitos feriados, muitas tolerâncias de aulas e a reduzida carga horária
semanal associada a frequentes ausências dos professores pode interferir gravemente na
aprendizagem da oralidade no contexto escolar pois, o tempo que resta para uma
aprendizagem eficaz e eficiente é muito reduzido.
Hipótese III: A falta de capacitação, ou capacitação irregular dos (as) professores (as)
das classes iniciais em metodologia de ensino de L2. Esta hipótese foi valida tendo em
conta os dados apresentados na tabela 7 e 8. Nas tabelas 7 e 8 quando os professores
foram questionados se a escola tem desenvolvido capacitações pedagógicas para
aperfeiçoamento técnico pedagógico dos professores e quem promove, foram unânimes e
fazer entender só há capacitações ao nível escolar para harmonizar questões de planos de
aula, regulamento da avaliação no final dos trimestres sem apoios externos.
3.5. Conclusão
mecanismos para o uso do método fónico no ensino da oralidade nas classes iniciais e da
descrição das vantagens do uso deste método no PEA, constituiu o foco deste trabalho.
Partindo do pressuposto de que oralidade é dita como uma ferramenta principal do
aprendente em classes iniciais que serve de ase a construir estruturas e pensamentos
capazes de abstracções mais elaboradas. Nesse contexto, se esta competência não for
devidamente adquirida e desenvolvida a partir dos primeiros anos de escolaridade, os
alunos irão enfrentar sérios problemas, muitas vezes, insanáveis, para progredir nos
diferentes níveis de ensino e/ou na sua vida profissional, porque muitas das habilidades
requeridas pelo mundo do trabalho pressupõem um certo domínio desta competência. É
nesse sentido que nasce esta pesquisa, para identificar os factores que contribuem para a
fraca aprendizagem da oralidade da Língua Portuguesa nos alunos das classes iniciais;
descrever as vantagens do uso do método fónico para o ensino da oralidade nas classes
iniciais e delinear estratégias de intervenção que contribuam para a eficiência no PEA nas
classes iniciais.
Os dados desta pesquisa apresentam uma situação de falta de estratégias e o não uso de
métodos eficazes por parte dos professores para suprir a questões de aprendizagem da
expressão oral em língua portuguesa, uma vez que eles desconhecem a aplicabilidade dos
métodos que usam e que não priorizam o ensino dos sons das letras de forma
sistematizada e sabia.
O estudo ajudou a inferir que maior parte dos professores tem falta de profissionalismo,
irresponsabilidade talvez pela falta de capacidades técnicas capazes de transformar a
criança para uma situação de aprendizagem onde as salas de aulas são bem povoadas
(numerosas) e as condições de aprendizagem são precárias. Associada a isto é escassez
do tempo de contacto entre os alunos e PEA da oralidade.
A pesquisa permitiu depreender que o uso do método fónico como estratégia de ensino da
oralidade nas classes iniciais configura-se de grande importância na alfabetização das
crianças, pois põe-se em destaque o ensino dos sons dos grafemas do alfabeto,
começando com as letras mais simples (vogais) e caminhando até as mais complexas
(consoantes) para, depois utilizá-la para formar sílabas e palavras. Neste sentido, este
método tem ajudado bastante no desenvolvimento da oralidade nas crianças, e não só,
mas também, ajuda nas crianças a desenvolver a capacidade de leitura, pois no nosso
entender é através da junção dos sons dos grafemas do alfabeto, que é possível a leitura
56
duma determinada sílaba ou palavra. Percebesse também, que apesar desta grande
importância que este método carrega, no que tange ao desenvolvimento da oralidade e
leitura para as crianças das classes iniciais, os professores da EPC de Matuto 1, Distrito
de Montepuez, na sua totalidade, não têm recorrido a este método, privilegiando deste
modo, outros métodos como é o caso do expositivo, analítico-sintáctico e a elaboração
conjunta. Este facto, no nosso entender pode estar relacionado a falta do conhecimento na
sua aplicação em momento de leccionação da L2, ou por outro lado, pela falta de domínio
do mesmo. O método fónico pretende desenvolver a consciência fonológica e está
voltado para a capacidade da criança em reflectir sobre as unidades sonoras constitutivas
das palavras (correspondência grafema / fonema) ou seja desenvolvimento da oralidade.
Outrossim, do inquerido feito aos professores deixou que na EPC de Matuto 1, entender
só há capacitações ao nível escolar para harmonizar questões de planos de aula,
regulamento da avaliação no final dos trimestres sem apoios externos. Nestas condições,
logicamente, ficam muito limitadas as possibilidades de desenvolvimento intelectual e
cultural, pré-requisito para a participação consciente nas sociedades do nosso tempo.
3.6. Sugestões
Com vista a inverter o cenário dos professores das classes iniciais da EPC de Matuto 1 de
não uso do método fónico para a melhoria da oralidade nas classes iniciais, avança-se
com as seguintes sugestões:
de leccionação dos conteúdos por parte dos professores das classes iniciais;
⮚ Que o uso do método fónico, seja privilegiado pelos professores das classes iniciais,
⮚ Que haja assistência das aulas regularmente, de modo a apoiar os (as) professores
⮚ Que os (as) professores (as), façam o acompanhamento sistemático nos (as) alunos
⮚ Os horários sejam elaborados de acordo com a carga horário prevista nos planos
curriculares vigentes e que haja respeito e efectivação dos tempos previstos para a LP.
Referências Bibliográficas
58
Bakhtin, M. (2011), palavra própria e palavra outra na sintaxe da anunciação. Pedro &
João Editores, 2011.
Capovilla, A.G.S e Capovilla, F.C. (2004), Alfabetização: método fónico. São Paulo
Gil, A.C. (1999), Método e Técnicas de Pesquisa Social. 5ªed, Editora Atlas. São Paulo
Gil, A.C. (2003), Como Elaborar Projecto de Pesquisa. 4ªed. Editora Atlas. São Paulo
Jung, P.A. (2003), Métodos do Trabalho Científico. 1ªed. Editora Atlas. São Paulo
Marconi, M.A. & Lakatos, E.M. (1992), Metodologia de Trabalho Científico. 4ªed.
Editora Atlas. São Paulo
Marconi, M.A. & Lakatos, E.M. (1999), Metodologia do Trabalho Científico. 6ªEdição.
São Paulo
Richardson, Roberto Jarry. (2008), Pesquisa social: Métodos e Técnicas. 3ª edição, SP.
Onativia, A.C. (2009), Alfabetização em três propostas: Teoria a Prática. São Paulo
.
60
Apêndice
P.1. Com que frequências os seus alunos comunicam-se em Língua Portuguesa durante o
tempo em que estão no recinto escolar ou na sala de aula?
P2. É um facto que na tua escola maior parte dos alunos entram pela primeira vez sem
saber falar a língua portuguesa, o que faz afirmar que somente anos depois é que
adquirem a comunicação nesta língua com perfeição. Importa aqui frisar a palavra
perfeição.
- Em que classe a maior parte dos alunos adquirem o domínio oral do LP com perfeição?
Propostas de respostas.
a) Na da 1ª classe
b) Na da 2ª classe
c) Na da 3ª classe
d) Na 4ª classe para diante
________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_P.4. Partindo do pressuposto que maior parte dos seus alunos tem a LP como língua
segunda, quais são os métodos que utilizas para ensinar a falar, ler e escrever em LP?
62
P. 5. Já ouviu falar do método fónico? Se sim, em poucas palavras o que entendes por
método fónico?
P.6. Quais são as vantagens do método fónico para o desenvolvimento da oralidade nas
classes iniciais?
Propostas de respostas
a) Trata-se de uma maneira lúdica de ensino, que demanda raciocínio da
criança, e não uma forma mecânica de se ensinar
b) Proporciona maior rapidez no processo de alfabetização (alguns alunos
conseguem ser alfabetizados no período de quatro a seis meses
c) Faz com que a criança perceba que cada letra possui um som diferente, que
uma letra pode representar mais de um som (por exemplo, a letra G em
gato e a letra G em girafa),
d) Propicia à criança a habilidade de ler e compreender com mais facilidade e
fluência textos mais complexos e variados;
Ajuda a compreender a estrutura das escolas
Nenhuma das opções
P.6.1. Olhando pelas opções da tabela anterior em (5), partindo dum pressuposto que as
alternativas a) b) c) e d) são correctas e dadas como vantagens do método fónico que
63
- Por que motivo os professores não recorrem com exactidão e preferência o método
fónico durante a sua leccionação?
Propostas de respostas.
a) Falta de conhecimento das suas vantagens
b) Habito pelos outros métodos como: expositivo; elaboração conjunta
c) Défice do currículo/programas de ensino (não esta bem desenhado)
d) Outro _____ Qual? Faça seu comentário/palpite das suas escolhas:
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
Propostas de respostas.
a) Tem havido regularmente
b) Tem havido ocasionalmente
c) Não tem havido
Propostas de respostas.
a) Professores e Colegas da escola
b) Técnicos dos Serviços Distritais
c) Técnicos da Direcção Provincial
d) Organizações não-governamentais
e) Temas abordados com frequência:
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
______________________________________________________________
Nº Propostas de Respostas
a) Dificuldades individuais do aluno
b) Exiguidade de salas de aulas e/ou material didáctico
c) Negligências dos professores porque sabem mesmo que o
aluno não aprenda as sensações são inexistentes
d) Falta de incentivos aos professores (salário, actos
administrativos) que diminui o seu empenho
e) Turmas numerosas que condicionam o esforço do professor
Fonte: Autora, 2023
10. Qual é a frequência dos tempos lectivos diária das aulas em LP?
Nº Respostas Respondentes
%
a) 1 aula de 45 minutos
b) 2 aulas de 45 minutos
c) 3 aulas de 45 minutos
d) 4 aulas de 45 minutos
e) Acima de 4 aulas de 45 minutos
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