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Universidade Estácio de Sá

Santa Cruz

A importância do diagnóstico precoce para a inclusão de crianças com TEA

Carla de Castro Serafim


Ingrid Pinto da Silva
Marco Antonio Moreira Inácio
Milena Cristina Machado dos Santos
Renato dos Santos Paixão
Kelly Cristine Rodrigues de Miranda
Kethelyn Gonçalves Pereira

Professor(a) Katia Maria Scot da Silva

2024
Rio de Janeiro
RJ
A importância do diagnóstico precoce para a inclusão de crianças com TEA

Carla de Castro Serafim


Ingrid Pinto da Silva
Marco Antonio Moreira Inácio
Milena Cristina Machado dos
Renato dos Santos Paixão
Kelly Cristine Rodrigues de Miranda
Kethelyn Gonçalves Pereira

Trabalho da disciplina Psicologia


experimental, apresentado ao curso
de Psicologia da Universidade
Estácio de Sá, como parte dos
requisitos parciais à aprovação e
conclusão da disciplina.
Professora: Katia Maria Scot da
Silva
DIAGNÓSTICO E TEORIZAÇÃO

1. Identificação das partes envolvidas e parceiros

O projeto de extensão acadêmica tem a participação da EDI Padre Carlos Henrique


de Souza, PCRJ/SME, localizada na Rua Silvânia, s/n, Jardim Maravilha, Guaratiba.
Esta instituição atende a 24 turmas em dois turnos, com uma média de 567 alunos
das comunidades locais, sendo 280 alunos de manhã e 287 à tarde, muitos em
situações de vulnerabilidade social.
A direção e coordenação da escola estão ativamente envolvidas no projeto, mas dos
cerca de 41 funcionários, apenas a direção, coordenação, a professora regente
Kátia Silva, e os estudantes universitários da Estácio de Sá participarão diretamente.
O projeto de extensão universitária, realizado pela Universidade Estácio de Sá,
conta com a colaboração de 7 alunos de Psicologia, orientados pela disciplina de
psicologia experimental da professora Kátia Silva. Os alunos canalizaram seus
conhecimentos teóricos e práticos, com o suporte da professora regente,
proporcionando um impacto positivo nos indivíduos alcançados.

2. Demandas e ou situações-problema identificados

As demandas identificadas no EDI Padre Carlos Henrique de Souza que


impulsionaram a criação do projeto de extensão estão relacionadas à necessidade
de conscientizar os responsáveis dos alunos sobre a importância e os benefícios do
diagnóstico precoce do Transtorno do Espectro Autista (TEA). A identificação
precoce desempenha um papel fundamental no tratamento de crianças com TEA,
pois quanto mais cedo a intervenção terapêutica for iniciada, maiores serão as
oportunidades de desenvolvimento para essas crianças.
O projeto busca informar os responsáveis sobre os sinais de alerta, as opções de
tratamento e as intervenções disponíveis para seus filhos, com o intuito de não
apenas favorecer as crianças com TEA, mas também beneficiar suas famílias e a
comunidade em geral. Dessa forma, promove-se uma maior compreensão e
aceitação da diversidade, contribuindo para um ambiente mais inclusivo e acolhedor.

3. Demanda sociocomunitáriaemotivação acadêmica

A questão identificada sobre a necessidade de conscientizar os responsáveis dos


alunos sobre a importância e os benefícios do diagnóstico precoce do Transtorno do
Espectro Autista (TEA) é importante academicamente, especialmente no contexto da
aprendizagem baseada em projetos. Nesse modelo de ensino, nós não apenas
adquirimos conhecimento teórico, mas também aplicamos esses conhecimentos
para resolver problemas reais, o que torna a abordagem do TEA uma oportunidade
significativa de aprendizado. No contexto acadêmico, nossa formação inclui o
desenvolvimento de competências para lidar com a diversidade e a inclusão, além
da compreensão dos processos de aprendizagem e desenvolvimento humano.
Portanto, abordar a conscientização sobre o TEA não apenas atende a esses
objetivos, mas também proporciona aos alunos uma compreensão prática das
complexidades associadas ao diagnóstico e ao suporte a pessoas com esse
transtorno. Eastemos motivados pela responsabilidade social e pelo desejo de
promover inclusão e compreensão. Conclui-se que o tema é relevante
academicamente, pois une teoria e prática, atende a uma demanda real e contribui
para a nossa formação. Além disso, ele fortalece a relação entre a universidade e a
comunidade, promovendo a transformação social.

4. Objetivos/resultados/efeitos a serem alcançados (em relação ao


problema identificado e sob a perspectiva dos públicos envolvidos)

4.1 Objetivo geral


Levar informações sobre inclusão escolar, especialmente com relação às crianças
diagnosticadas, ou mesmo, precisando buscar esse diagnóstico de Transtorno do
Espectro Autista (TEA). Proporcionar ferramentas para a relação família e escola,
que colabore para a integração e inclusão dessas crianças. Já que nessa relação
está um processo essencial para garantir que todos os alunos tenham acesso à
educação de qualidade, independente das suas necessidades ou diferenças.
O ato de incluir no ambiente escolar proporciona às crianças com TEA a
oportunidade de participar ativamente da vida escolar, promovendo a igualdade de
direitos e oportunidades.
Por meio de uma palestra, que busca conscientizar, de forma efetiva, abordaremos
estratégias adotadas, necessárias e específicas para que família e escola atenda às
necessidades individuais de cada criança. Visando encorajar as famílias, buscar
apoio e o diagnóstico nos primeiros anos de vida dessas crianças, confiando na
observação e encaminhamento da escola.

4.2 Objetivos específicos


4.2.1 Possibilitar o conhecimento às famílias atípicas, que mediante ao resultado do
diagnóstico de TEA, terá o amparo da escola e direitos governamentais, que buscam
atender essas crianças. O envolvimento da família desempenha um papel crucial no
processo de inclusão. Os familiares são os principais conhecedores, preferências e
peculiaridades de suas crianças, e sua participação ativa é fundamental para
garantir que essas necessidades sejam atendidas.
Além de fornecer informações, a família consciente contribui para o desenvolvimento
de estratégias personalizadas, atuam como defensores, garantindo que os direitos
de suas crianças sejam respeitados e que tenham acesso a educação justa,
colaboram na construção de um ambiente escolar inclusivo, também podem oferecer
suporte em casa, estabelecendo rotina consistente. Fortalecendo assim um papel
fundamental na promoção da inclusão ao trabalhar em parceria com a escola. O
núcleo familiar ajuda a construir uma relação saudável e colaborativa entre escola,
família e comunidade.
4.2.2 Conscientizar além das famílias, que o papel da escola é fundamental quando
falamos de inclusão das crianças com o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Os
profissionais da educação devem estar preparados para identificar e lidar com a
diversidade no ambiente escolar, buscando compreender as características e
desafios específicos que cada criança apresenta.
É importante que os profissionais tenham acesso à capacitação e formação, a fim de
aprimorar suas habilidades e conhecimentos para adaptar o ambiente educacional
dentro das necessidades, organização e estratégias pedagógicas diferenciadas, que
promova comunicação e integração social, criando um ambiente de respeito e
empatia, estimulando a compreensão e aceitação.

4.2.3 Promover a sensibilização sobre o TEA, fornecendo informações claras e


precisas sobre as características, suas variações, diferentes formas como pode se
manifestar, acompanhando o desenvolvimento e comportamento dessas crianças
até a vida adulta. A sensibilização e conscientização são essenciais para que toda
comunidade, estejam cientes das habilidades e necessidades específicas das
crianças com o Transtorno do Espectro Autista. Ajudando assim combater
estereótipos, preconceitos e discriminação, criando um ambiente mais acolhedor e
respeitoso, não só escolar e familiar, mas social.

4.3 Resultados e efeitos esperados


Espera-se através do projeto, alcançar a conscientização, que leve a parceria
familiar e escolar. Estabelecendo políticas e práticas inclusivas dentro e fora do
ambiente escolar. Isso inclui a busca da família pelo diagnóstico precoce e
implementação de estratégias pedagógicas adaptadas, a criação de um ambiente
físico e emocionalmente seguro e acolhedor.
A escola é o ambiente onde as crianças têm seus primeiros contatos com o externo.
Muitas vezes os sinais do Transtorno do Espectro Autista (TEA), são observados
neste ambiente e a relação de confiança, bem estabelecida de família e escola, trás
a possibilidade do diagnóstico na primeira fase da vida e tratamento adequado,
consequentemente um acompanhamento e suporte para um desenvolvimento
completo do indivíduo. Podendo proporcionar uma educação de qualidade e
igualdade de oportunidades para que também na vida adulta esse indivíduo seja
inserido de forma saudável na sociedade e até mesmo no mercado de trabalho.

5. Referencial teórico (subsídio teórico para propositura de ações da


extensão)

O entendimento do espectro autista requer uma abordagem multidimensional, que


considera tanto as características individuais quanto o contexto social e
educacional em que o indivíduo está inserido. Abaixo, apresentamos os referenciais
teóricos que embasam nossa proposta de inclusão para pessoas no espectro
autista. A Teoria da Mente refere-se à capacidade de compreender e atribuir
estados mentais, como crenças, desejos e intenções, aos outros e a si mesmo.
Indivíduos no espectro autista frequentemente apresentam dificuldades nesta área,
o que pode afetar suas habilidades sociais e de comunicação (Baron-Cohen, 2000).
Esta teoria é crucial para entender os desafios enfrentados por pessoas com
autismo em interações sociais e pode orientar estratégias de intervenção focadas
no desenvolvimento da empatia e na melhoria das habilidades sociais.
Contrapondo-se a abordagens deficitárias, o Modelo Social do Autismo enfatiza o
papel da sociedade na construção de barreiras para pessoas no espectro autista.
Milton (2012) propõe uma perspectiva que destaca a necessidade de ambientes
inclusivos e adaptativos, que valorizem a neuro diversidade e reconheçam as
potencialidades individuais. Esta abordagem inspira nossa proposta de criar
ambientes educacionais que acolham e valorizem a diversidade, promovendo a
inclusão e o respeito às diferenças. De acordo com dados do Centro de Controle e
Prevenção de Doenças (CDC, 2020), estima-se que aproximadamente 1 em cada
54 crianças seja diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista (TEA) nos
Estados Unidos. No contexto brasileiro, o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE, 2020) revela a importância de políticas de inclusão, considerando
a diversidade e as especificidades das pessoas com autismo em nosso país. Tais
estatísticas reforçam a necessidade de ações direcionadas à promoção da inclusão
e da acessibilidade, visando garantir direitos e oportunidades iguais para todos. No
livro "Mundo Singular", Ana Beatriz Barbosa Silva aborda as características do
autismo, os desafios enfrentados por pessoas com TEA e suas famílias, bem como
estratégias de intervenção e compreensão para uma convivência mais harmoniosa
e inclusiva. Dra. Ana Beatriz utiliza sua expertise em psiquiatria para fornecer
informações claras e embasadas sobre o autismo, contribuindo para uma maior
conscientização e entendimento sobre este tema tão importante. Os referenciais
teóricos apresentados proporcionam uma base sólida para a compreensão das
necessidades e desafios enfrentados por pessoas no espectro autista. A Teoria da
Mente destaca a importância do desenvolvimento de habilidades sociais e
emocionais, enquanto o Modelo Social do Autismo reforça a necessidade de
ambientes inclusivos e adaptativos Ana Beatriz Barbosa Silva aborda as
características do autismo, os desafios enfrentados por pessoas com TEA e suas
famílias, bem como estratégias de intervenção e compreensão para uma
convivência mais harmoniosa e inclusiva. Além disso, as estatísticas evidenciam a
relevância e a urgência de ações que promovam a inclusão e a acessibilidade,
visando garantir os direitos e a dignidade das pessoas com autismo. Esses
referenciais teóricos fundamentam nossa proposta de ações para a extensão,
orientando estratégias e práticas inclusivas que respeitem a diversidade e valorizem
as potencialidades individuais de cada pessoa no espectro autista.

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