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Resumo 2 Bimestre Processo Civil 5 Ano
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Resumo 2 Bimestre Processo Civil 5 Ano
pedido de inventário para dizer que o falecido não deixou nada (não deixou bens) para partilhar e haverá
uma decisão judicial sobre isso. O cônjuge sobrevivente tem que fazer esse inventário negativo para poder se
casar novamente em qualquer regime de bens, pois se não fizer, o regime adotado será obrigatoriamente o
regime de separação universal. Ademais, tal modalidade de inventário é importante para os sucessores, pois
se o falecido deixar dívidas, os herdeiros são responsáveis até o limite da herança e se comprovar que não
deixou herança, não tem que pagar, vez que o herdeiro não responde com seu patrimônio pessoal pelas
dívidas do falecido.
- Procedimento: petição inicial com qualificação do falecido, de seu cônjuge e herdeiros, e declaração de
inexistência de bens a inventariar, a qual deve ser instruída com certidão de óbito. O MP e a Fazenda Pública
manifestam-se. Se não houver impugnação, tomam-se por termo as declarações e o juiz declara por sentença
encerrado o inventário, extraindo-se a certidão respectiva. Se houver impugnação, faz a instrução e sentença.
* Inventário Judicial:
- Espólio é o acervo hereditário deixado por alguém que morreu, composto por todos os bens, direitos e
dívidas do falecido. Em outras palavras, é o acervo hereditário ainda não totalmente partilhado entre os
herdeiros. Nasce no exato momento em que a pessoa morre. Desaparecendo a personalidade civil, nasce o
espólio que fica até o momento da partilha, pois após a partilha há herdeiros. É uma entidade sem
personalidade jurídica, mas com capacidade de ser parte (autor ou réu) e é representada, extra ou
judicialmente (dentro ou fora do processo), pelo inventariante (nomeado pelo juiz ou escolhido pelos
herdeiros) ou pelo administrador provisório.
- Inventário: destina-se à arrecadação dos bens, identificação dos sucessores e distribuição entre eles do
patrimônio líquido. Pode ser judicial ou extrajudicial. É a arrecadação de bens e direitos deixados pelo
falecido. Materializa o direito de que os bens do falecido serão passados aos seus sucessores. Calcula o
patrimônio líquido objeto da partilha. Bens – dívidas = patrimônio líquido.
- Administrador provisório: Art. 613, CPC: Até que o inventariante preste o compromisso, continuará o
espólio na posse do administrador provisório. Art. 614, CPC: O administrador provisório representa ativa e
passivamente o espólio, é obrigado a trazer ao acervo os frutos que desde a abertura da sucessão percebeu,
tem direito ao reembolso das despesas necessárias e úteis que fez e responde pelo dano a que, por dolo ou
culpa, der causa. É a pessoa que está na posse dos bens temporariamente. Representa o espólio em caráter
temporário, desde o óbito até o compromisso do inventariante. Função será exercida pelo cônjuge ou
companheiro, sendo que o regime de bens é indiferente, ou pelo sucessor que estiver na posse dos bens.
- Foro competente: em regra é no lugar do último domicílio (conotação permanente) do falecido. Não é no
local de residência (conotação temporária). Art. 1.785, CC: A sucessão abre-se no lugar do último domicílio do
falecido. Art. 48, CPC: O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário, a
partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade, a impugnação ou anulação de
partilha extrajudicial e para todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no
estrangeiro. Igual nos casos de arrecadação, cumprimento de testamento, impugnação ou anulação de
partilha extrajudicial, e para as ações em que o espólio for réu, mesmo se o óbito ocorreu no estrangeiro.
Exceção: Art. 48, CPC: Parágrafo único. Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente: I -
o foro de situação dos bens imóveis; a) foro de onde estão situados os bens imóveis, se o falecido não tinha
domicílio certo.
II - havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes; b) se tiver imóvel em mais de um local
diferentes, ajuíza onde quiser.
III - não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio. c) se não houver bens
imóveis, mas tiver só bens móveis, o foro é de onde estão os bens móveis.
Estrangeiro com bens situados no Brasil: se o falecido for estrangeiro e tiver bens imóveis no Brasil e no
estrangeiro, só será feito o inventário no Brasil dos bens aqui situados e os de fora, faz lá. Art. 12, LINDB,
§ 1o Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações relativas a imóveis situados no Brasil.
Exceção: se a lei estrangeira for mais maléfica para os herdeiros, aplica a lei brasileira que será mais favorável
ao cônjuge ou aos filhos do herdeiro. Art. 10, LINDB, § 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no
País, será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os
represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus.
- Prazo para ajuizamento do inventário: Art. 611, CPC: O processo de inventário e de partilha deve ser
instaurado dentro de 2 (dois) meses, a contar da abertura da sucessão, ultimando-se nos 12 (doze) meses
subsequentes, podendo o juiz prorrogar esses prazos, de ofício ou a requerimento de parte. Prazo de 02
meses contados da morte do autor da herança, seja ela natural ou presumida, seja pela necessidade de
transmissão dos bens aos sucessores, seja para o cumprimento das obrigações do “de cujus”. Se houver
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violação do prazo, ou seja, se ingressar com o processo entre 60 a 180 dias da morte, terá que pagar uma
multa de 10% e, se for depois de 180 dias da morte, a multa é de 50% sobre o valor do ITCMD (imposto causa
mortis). Esse imposto é de 4% sobre o valor do monte que será partilhado (monte partível) e a multa é sobre
o valor dos 4% do imposto e não do valor total. Súmula 542, STF: Não é inconstitucional a multa instituída
pelo Estado-membro, como sanção pelo retardamento do início ou da ultimação do inventário. Se o ITCMD
não for recolhido em 180 dias da abertura da sucessão, incidem juros moratórios. Estes prazos se aplicam
tanto ao processo de inventário, quanto ao inventário extrajudicial (escritura pública). Essa multa não incide
se justificar o motivo do atraso, ou seja, as multas e encargos moratórios não incidirão se houver justo motivo
para o atraso, provado e aceito por decisão judicial no processo de inventário. Se houver isenção do
pagamento do ITCMD, não incidirão estas penalidades.
- Prazo para o encerramento do inventário: 12 meses a partir da abertura da sucessão. Prazo impróprio,
prorrogável de ofício. Se comprovada a desídia do inventariante, pode ser removido do cargo. Se não houver
interesse no encerramento do inventário, o feito será mantido em arquivo provisório (não haverá extinção).
Portanto, o prazo para encerrar o inventário é de 12 meses, mas se não acabar nesse prazo, não tem
problema, podendo acabar depois.
- O que pode ser decidido no inventário: em regra, pode discutir assuntos de direito o processo de inventário,
desde que prove os fatos por documentos, pois se não provar por prova documental, não pode. Exceção: Art.
612, CPC: O juiz decidirá todas as questões de direito desde que os fatos relevantes estejam provados por
documento, só remetendo para as vias ordinárias as questões que dependerem de outras provas. As matérias
de “alta indagação”, ou seja, as questões de direito que dependem de maior investigação no campo
probatório, por meio de provas que devem ser produzidas fora do inventário, sabido que rito deste é de
caráter meramente administrativo. Ex: discussão a respeito da qualidade de herdeiro, petição de herança,
questão relativa às colações, petição de legado, nulidade de testamento, ação de sonegados, exclusão de
herdeiro indigno, concubinato.
A decisão que remete as partes às vias ordinárias é interlocutória e cabe agravo de instrumento.
- Legitimidade para requerer inventário: é do inventariante, ou seja, daquele que estiver na posse e
administração do espólio. Art. 615, CPC: O requerimento de inventário e de partilha incumbe a quem estiver
na posse e na administração do espólio, no prazo estabelecido no art. 611 . Parágrafo único: O requerimento
será instruído com a certidão de óbito do autor da herança. Se não tiver inventariante, qualquer pessoa pode
requerer. Hoje o juiz não pode mais ingressar de oficio (abertura do inventário ex ofício), tendo que comunica
o MP para que ele ingresse. Art. 616, CPC: Têm, contudo, legitimidade concorrente: I - o cônjuge ou
companheiro supérstite; II - o herdeiro; III - o legatário; IV - o testamenteiro; V - o cessionário do herdeiro ou
do legatário; VI - o credor do herdeiro, do legatário ou do autor da herança; VII - o Ministério Público,
havendo herdeiros incapazes; VIII - a Fazenda Pública, quando tiver interesse; IX - o administrador judicial da
falência do herdeiro, do legatário, do autor da herança ou do cônjuge ou companheiro supérstite. A ordem
não é sequencial (cada um dos legitimados pode pedir a abertura, não importa a ordem em que está no
artigo).
OBS: Se houver uma ação de investigação de paternidade, o processo de inventário segue, mas haverá
reserva de bens que serão devidos ao filho se ele for reconhecido. Se ele não for reconhecido ao final do
processo de investigação de paternidade, a parte reservada é dividida aos filhos já reconhecidos.
- Inventário: A inicial do processo de inventário tem que ter a nomeação do inventariante. Se não tiver todos
os documentos que comprovem, não precisa inicialmente, basta alegar. OBS: Arrolamento é um inventário
simplificado.
Fases: arrecadação dos bens, identificação dos herdeiros, apuração do patrimônio líquido (que será
partilhado) e termina com o pagamento das dívidas.
Nomeação do inventariante 1ªs declarações Citação Últimas declarações ↔ Causa mortis ↔
Colação ↔ Pagamento de dívidas.
- Partilha: feito o inventário, tem-se a partilha que a fase de divisão.
Auto de orçamento e folhas de pagamento certidões negativas julgamento expedição do formal.
- Inventariante judicial e extrajudicial: o inventariante é quem administra os bens do espólio e representa o
espólio, ativa e passivamente, em juízo ou fora dele. O espólio perdura até o momento em que a partilha é
homologada.
Há duas modalidades de inventariança:
a) Inventariança legítima: Art. 617, CPC: O juiz nomeará inventariante na seguinte ordem: I - o cônjuge ou
companheiro sobrevivente, desde que estivesse convivendo com o outro ao tempo da morte deste; II - o
herdeiro que se achar na posse e na administração do espólio, se não houver cônjuge ou companheiro
sobrevivente ou se estes não puderem ser nomeados; III - qualquer herdeiro, quando nenhum deles estiver
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de 20 dias úteis para a apresentação das primeiras declarações. É um prazo dilatório/impróprio, ou seja, o juiz
pode aumentar se houver necessidade e requerimento. Essas primeiras declarações servem para a
arrecadação de bens, indicação das dívidas, e a identificação dos sucessores. São feitas em petição autônoma,
nos 20 dias seguintes ao compromisso. Art. 620, CPC. Nas primeiras declarações contém a qualificação do
autor da herança (falecido), cônjuge e herdeiros, e a descrição de todos os bens, direitos e dívidas pendentes
de pagamento. Isso serve para levantar o patrimônio líquido depois.
- Citação dos interessados: oferecidas as primeiras declarações, pede para fazer a citação dos interessados
(de todos os herdeiros). Art. 626, CPC: Feitas as primeiras declarações, o juiz mandará citar, para os termos
do inventário e da partilha, o cônjuge, o companheiro, os herdeiros e os legatários e intimar a Fazenda
Pública, o Ministério Público, se houver herdeiro incapaz ou ausente, e o testamenteiro, se houver
testamento. São os que não outorgaram procuração ao advogado que subscreveu a inicial. Se não forem
chamados todos os herdeiros, é possível nulidade. Os herdeiros são litisconsortes necessários e precisam ser
citados por carta com aviso de recebimento. Os demais interessados incertos e não sabidos, a citação é feita
por edital. Art. 626, CPC: § 1º O cônjuge ou o companheiro, os herdeiros e os legatários serão citados pelo
correio, observado o disposto no art. 247 , sendo, ainda, publicado edital, nos termos do inciso III do art. 259 .
Portanto, existe citação no processo de inventário no prazo de 15 dias úteis.
É ainda possível fazer a impugnação às primeiras declarações em 15 dias úteis. Essa impugnação pode tratar
de qualquer questão (de fato ou de direito), mas exige-se que estejam provadas por meio documental.
Questões de alta indagação são aquelas que não podem ser provadas por meio documental, mas apenas por
outros meios e elas precisam de ação própria.
- Avaliação dos bens: em regra, todos os bens e direitos do falecido precisam de um valor, pois tal valor serve
para a definição numérica do monte partível (ou seja, saber se na hora da partilha todos os herdeiros
receberão o mesmo valor) e para o cálculo do imposto (ou seja, para recolhimento do imposto ITCMD que é
de 4% sobre o acervo hereditário). Se não tiver o valor fixado pelos herdeiros, a avaliação será feita por perito
do Juízo (o juiz nomeia um perito para avaliar os bens e fixar o valor). Sempre que for feita a avaliação por
meio de perito, há custo.
A avaliação por perito será dispensada nas seguintes hipóteses: a) Art. 633, CPC: Sendo capazes todas as
partes, não se procederá à avaliação se a Fazenda Pública, intimada pessoalmente, concordar de forma
expressa com o valor atribuído, nas primeiras declarações, aos bens do espólio. Se os herdeiros derem o valor
aos bens e a Fazenda Pública não impugnar, será tal valor válido e não precisa de avaliação.
b) Art. 634, CPC: Se os herdeiros concordarem com o valor dos bens declarados pela Fazenda Pública, a
avaliação cingir-se-á aos demais. Art. 629, CPC: A Fazenda Pública, no prazo de 15 (quinze) dias, após a vista
de que trata o art. 627 , informará ao juízo, de acordo com os dados que constam de seu cadastro imobiliário,
o valor dos bens de raiz descritos nas primeiras declarações. Se a Fazenda Pública determinar o valor e os
herdeiros não impugnar, não precisa de avaliação.
c) avaliação recente em outro processo. OBS: Avaliação recente = dentro de um ano e pode ser usada em
outro processo.
d) Art. 632, CPC: Não se expedirá carta precatória para a avaliação de bens situados fora da comarca onde
corre o inventário se eles forem de pequeno valor ou perfeitamente conhecidos do perito nomeado. Bens de
pequeno valor ou conhecidos do perito. Quando se tratar de bens de valor muitos pequenos, não há
necessidade de avaliação.
e) cálculo do ITCMD (causa mortis) com base no valor venal. OBS: Valor venal = valor atribuído ao imóvel pela
prefeitura (é a soma do valor do terreno com o da área construída). É sobre o valor venal que incide o IPTU,
ou seja, a base de cálculo é o valor venal na data do óbito (abertura da sucessão). A Fazenda Pública pode
impugnar o valor venal, pois ela costuma adotar o valor de mercado (valor de referencia). Não pode ser
instituído tributo por meio de decreto, mas apenas por meio de lei.
- Últimas declarações: põem fim à fase de inventário e devem retratar a realidade do acervo hereditário.
Nessa fase é possível emendar, aditar ou complementar as primeiras declarações. Se nada há para
acrescentar ou corrigir, basta dizer nos autos “não há outros bens a inventariar ou necessidade de corrigir as
declarações já apresentadas”. Essa fase também é um divisor de águas para o ingresso da ação de sonegação.
Se houver sonegação (dolo) por parte do inventariante ou de algum herdeiro, pode ser ajuizada ação de
sonegados. Art. 621, CPC: Só se pode arguir sonegação ao inventariante depois de encerrada a descrição dos
bens, com a declaração, por ele feita, de não existirem outros por inventariar. Sonegação: é a ocultação
dolosa de bens do espólio, seja porque o inventariante não os descreveu para subtraí-los à partilha, seja
porque não foram trazidos à colação pelo donatário. Portanto, quando se sabe da existência de bens, mas
não os coloca no inventario para poder embolsar o valor, por exemplo, há sonegação. Punição: se for
inventariante, há sua remoção (Art. 622, CPC: O inventariante será removido de ofício ou a requerimento: VI -
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se sonegar, ocultar ou desviar bens do espólio.); se for herdeiro, perde o direito sobre o bem sonegado ou
paga o seu valor mais perdas e danos.
- Imposto causa mortis (ITCMD): corresponde a 4% sobre o monte partível, ou seja, o acervo líquido (bens
menos dívidas) a ser partilhado (a meação do falecido, se houver cônjuge supérstite, ou a totalidade dos
bens, se só existirem herdeiros), cujo valor corresponde àquele da data do óbito (tempus regit actum).
Portanto, corresponde a 4% do valor daquilo que será dividido entre os herdeiros excluindo a meação do
cônjuge (se houver). Só haverá imposto sobre o valor dado aos herdeiros, pois se houvesse imposto sobre a
meação do cônjuge sobrevivente, seria bis in iden (o cônjuge um dia vai morrer e iria incidir novamente o
imposto sobre a sua parte).
A Fazenda Pública diz que o desconto das dívidas não pode ser feito, mas o entendimento dos tribunais é que
o desconto das dívidas é correto, pois os herdeiros não respondem pelo que exceder o valor da herança
recebida e porque é com esse valor que serão pagas as dívidas.
Isenção do recolhimento do imposto: o valor é calculado conforme a UFESP (definido sempre no mês de
dezembro e válido para o ano seguinte). OBS: Em 2019: 1 UFESP vale R$ 26,53. Lei Estadual 10.705/00, com
modificações da Lei Est. 10.992/01:
a) imóvel rural ou urbano até 5000 UFESPs, ocupado para residência dos familiares e inexistência de outros
imóveis. Ou seja, se for o único imóvel que era usado como residência da família e menor que tal valor, não
incide imposto.
b) até 2500 UFESPs: se for o único imóvel transmitido. Ou seja, se é o único imóvel da família, porém não é
usado para residência, não pode incidir imposto.
c) ferramentas, aparelhos domésticos, móveis no total de 1500 UFESPs.;
d) depósitos bancários e aplicações até 1000 UFESPs;
OBS: O FGTS, PIS/PASEP, quantia oriunda de salário, proventos do INSS, verbas de caráter alimentar são
isentos do imposto, independentemente do valor.
- Colações: sua finalidade é a de igualar o valor das legítimas dos herdeiros, ou seja, serve para não beneficiar
um herdeiro em detrimento do outro. O que um herdeiro recebe o outro também deve receber. O quinhão
de um tem que ser o mesmo valor do outro. Dois modos:
a) in natura: quando o bem doado ainda existe e é restituído ao acervo hereditário.
b) por imputação do valor: se o donatário não mais possuir o bem, calcula-se o seu valor ao tempo da
abertura da sucessão hereditária. Art. 639, CPC, Parágrafo único. Os bens a serem conferidos na partilha,
assim como as acessões e as benfeitorias que o donatário fez, calcular-se-ão pelo valor que tiverem ao tempo
da abertura da sucessão. A colação será dispensada se o doador fizer constar tal dispensa, expressamente, no
testamento ou na escritura pública de doação.
- Pagamento das dívidas: qualquer credor que tenha título e sua dívida seja liquida e certa pode vir ao
processo de inventário para receber. O patrimônio do devedor responde pelo cumprimento de suas
obrigações e se ele falecer, essa responsabilidade é transferida à herança. O pagamento se dá por meio de
incidente de pagamento: a petição deve ser instruída com a prova da dívida (líquida e certa, mesmo que
ainda não vencida), e autuada em apenso ao inventário. O requerimento deve ser feito antes da partilha,
pois se feito depois, os herdeiros só respondem até a força do respectivo quinhão hereditário. Declarado
habilitado o credor, haverá separação de dinheiro para quitar a dívida (se houver dinheiro, paga com
dinheiro) ou, não havendo, de bens suficientes que serão adjudicados pelo credor (se não tiver dinheiro, mas
tiver bens, dá os bens) ou, então, vendidos em leilão. Se houver discordância quanto à existência da dívida ou
o seu valor, o credor deverá exigir o pagamento nas vias ordinárias. Pode pedir ao juiz do inventário, todavia,
tutela provisória de reserva de bens (equivalente ao valor do seu crédito). A ação deve ser ajuizada em até 30
dias, sob o risco de cessar a eficácia da tutela provisória.
* Partilha Judicial:
- A partilha acaba com o estado de indivisão da herança, e proporciona a formação das partes (porções)
que serão atribuídas a cada um dos herdeiros ou legatários. Cada uma dessas partes (porções) chama-se
quinhão, e representa os bens sobre os quais cada sucessor passará a ter direito exclusivo (é o que cada
herdeiro receberá na partilha). Art. 2.023, CC: Julgada a partilha, fica o direito de cada um dos herdeiros
circunscrito aos bens do seu quinhão. A partilha inicia-se depois da avaliação (se houver), das últimas
declarações e do recolhimento do imposto causa mortis (ITCMD). A partilha é elaborada pelo
inventariante ou partidor e é composta de um auto de orçamento (repetição de tudo o que já foi dito nas
primeiras declarações que, se tiver sido corrigida nas ultimas declarações, deve ser corrigida no auto
também; também qualifica o cônjuge, o falecido, os herdeiros e os bens) e de uma folha de pagamento
para cada sucessor (é uma folha que dita quais bens serão dados aos herdeiros de acordo com a ordem de
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vocação hereditária, sendo que há uma folha para cada herdeiro). Art. 653, CPC: A partilha constará: I - de
auto de orçamento, que mencionará: a) os nomes do autor da herança, do inventariante, do cônjuge ou
companheiro supérstite, dos herdeiros, dos legatários e dos credores admitidos; b) o ativo, o passivo e o
líquido partível, com as necessárias especificações; c) o valor de cada quinhão; II - de folha de pagamento
para cada parte, declarando a quota a pagar-lhe, a razão do pagamento e a relação dos bens que lhe
compõem o quinhão, as características que os individualizam e os ônus que os gravam.
- REGRAS IMPORTANTE: * São 2 classes de herdeiros: os necessários (descendentes, ascendentes e
cônjuge supérstite ou companheira) e os facultativos (colaterais).
* Regime de bens: a) Comunhão Parcial de Bens: somente os bens adquiridos durante o casamento a
título oneroso fazem parte do patrimônio do casal. Não integram o patrimônio comum os bens
adquiridos por cada um deles antes do casamento, assim como os recebidos, durante o casamento, a
título gratuito, como doações e heranças. O elemento central deste regime de bens é o esforço comum,
ou seja, existe a presunção de que, durante o casamento, os dois contribuem para a aquisição dos bens.
b) Comunhão Universal de Bens: não existem bens individuais, pois acontece uma união dos
patrimônios (incluindo-se também dívidas e créditos), sendo cada um do casal dono da metade de
todos os bens, independentemente de já pertencerem a um deles desde antes do casamento ou de
terem sido adquiridos durante a união. O elemento central deste regime é a unificação dos
patrimônios. Há necessidade de elaboração de pacto antenupcial.
c) Separação total/convencional de Bens: não haverá comunhão de qualquer bem ou dívida, seja
anterior ou posterior ao casamento, adquirido a título oneroso ou gratuito. O elemento central deste
regime é o de que cada cônjuge tem liberdade para administrar seu próprio patrimônio e suas
dívidas. Para a escolha deste regime de bens, também é necessária a confecção de pacto antenupcial. A
Separação Obrigatória de Bens é idêntica à separação total de bens, porém é obrigatório quando
houver casamento de pessoa com mais de 70 anos ou daqueles que dependem de autorização judicial
para casar.
d) Participação Final nos Aquestos: no decorrer do casamento são aplicadas as regras da separação
total/convencional de bens. Mas, no momento do divórcio, serão aplicadas as normas da comunhão
parcial de bens, partilhando-se os bens adquiridos onerosamente por cada um durante a união. O
elemento central deste regime é o de que os cônjuges ficam unidos nos ganhos e separados nas perdas.
Também há necessidade de elaboração de pacto antenupcial.
* Se o cônjuge tem direito à meação, ele não recebe nada da herança.
* Se houver comunicação dos bens, ½ do patrimônio é da mulher e ½ é do homem. Quando um deles
falece, ½ continua para o que restou vivo (meação) e a ½ do que morreu será partilhada entre os
herdeiros. Portanto, nesse caso, o cônjuge que restou vivo não participa da herança do cônjuge que
morreu. Porém, se não tiver a meação porque o regime de bens não permite, o cônjuge concorre com
os descendentes na herança.
- Como partilhar os bens da herança:
1) No casamento:
O cônjuge HERDA com os descendentes no casamento: a) com separação voluntária ou convencional de
bens; b) no casamento com regime da participação final nos aquestos; c) no casamento com comunhão
parcial apenas no tocante aos bens particulares (sem direito à meação). OBS: O cônjuge herda quando
não houver comunicação dos bens (quando não tem direito à meação), pois se tiver direito à meação,
ele não herda, mas só recebe a meação.
O cônjuge NÃO HERDA com os descendentes no casamento: a) com regime da separação obrigatória de
bens (pois não há meação nem concurso de bens, ou seja, nenhum bem se comunica); b) com comunhão
universal de bens (pois já tem meação); c) com comunhão parcial apenas no tocante aos bens comuns (ou
seja, com direito à meação).
O cônjuge HERDA SEMPRE, em qualquer regime de bens, se concorrer apenas com os ascendentes (sem
descendentes). Se tiver meação, recebe a sua parte da meação + sua parte da herança. Se não tiver
meação, recebe só sua parte da herança.
O cônjuge HERDA SOZINHO, em qualquer regime de bens, na ausência de descendentes e de
ascendentes. Nesse caso, o cônjuge herda tudo. Nesse caso não há partilha, mas sim adjudicação.
2) Na união estável: o tratamento sucessório entre cônjuges e companheiros é o mesmo. É
inconstitucional a distinção de regimes sucessórios entre cônjuges e companheiros prevista no art. 1.790
do CC/2002, devendo ser aplicado, tanto nas hipóteses de casamento quanto nas de união estável, o
regime do art. 1.829 do CC/2002. OBS: Se houver ação que influencia na partilha, há reserva de bens da
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meação. Quando acabar a ação de reconhecimento da união estável, por exemplo, e se declarada a união,
entrega os bens reservados ao companheiro. Porém, se não for reconhecida a união, partilha para os
herdeiros.
- Julgamento da partilha: se houver acordo entre as partes, a partilha é amigável, a sentença é
homologatória e deve estar expresso na folha de pagamento qual bem vai para qual herdeiro. Se não
houver acordo o juiz decide, em sentença, de qual modo será feita a partilha, sendo que divide tudo de
forma igual e estabelece a porcentagem ou fração de cada herdeiro. Art. 654, CPC: Pago o imposto de
transmissão a título de morte e juntada aos autos certidão ou informação negativa de dívida para com a
Fazenda Pública, o juiz julgará por sentença a partilha. Resolvidas eventuais impugnações e juntadas aos
autos as certidões negativas de dívida para com a Fazenda Pública, o juiz julga, por sentença meramente
declaratória, eis que declara a extinção da comunhão sobre os bens e indica qual quinhão corresponderá
a cada um dos herdeiros. Dessa sentença cabe apelação.
Encerra o inventário com a expedição do formal de partilha que será levado ao registro. Após, acaba o
processo de inventário.
OBS: Se houver um só herdeiro, este receberá toda a herança, e, portanto, não haverá partilha. Neste caso, o
juiz adjudicará os bens ao herdeiro único, por sentença e segue a expedição de carta de adjudicação.
* Arrolamento:
- Constitui um procedimento simplificado do inventário e da partilha. É uma forma mais rápida de fazer a
partilha. Há dois tipos: a) Sumário: ocorre quando, seja qual for o valor da herança, todos os herdeiros (ou o
único herdeiro = adjudicação) são maiores e capazes e estiverem de acordo com a partilha amigável do
acervo hereditário.
b) Comum: é admissível quando, sejam os herdeiros (ou o único herdeiro) capazes ou não, se o valor dos
bens da herança for igual ou inferior a 1.000 salários mínimos. Portanto, a soma dos bens não pode
ultrapassar esse valor. Se houver herdeiros incapazes o MP participa. Se não houver acordo sobre a partilha
(ou se houver herdeiro incapaz), a partilha será julgada pelo juiz, precedida de audiência.
- Peculiaridades (tanto do arrolamento comum quanto do sumário): O inventariante é indicado pelos
herdeiros, de preferência seguindo a ordem legal do art. 617, CPC. Dispensa-se a lavratura de termos,
inclusive o compromisso de inventariante. Em regra, não há avaliação dos bens do espólio, valendo o valor
dado pelos sucessores. Porém, há uma exceção: se houver impugnação por algum herdeiro ou existir credor
habilitado, e este discordar do valor dado pelos herdeiros ao bem reservado para o pagamento da dívida,
haverá avaliação. O imposto "causa mortis" é lançado e recolhido administrativamente, depois de concluído o
arrolamento. A juntada dos comprovantes de quitações fiscais dispensa a apresentação de certidões
negativas de tributos.
- Procedimento: petição inicial (identificação dos sucessores, descrição dos bens e seus respectivos valores,
pedido de nomeação de inventariante e partilha da herança) → lavratura do termo de ratificação (só no
comum) → juntada dos comprovantes de quitações de tributos → homologação (ou julgamento) da partilha
→ expedição de formal de partilha (ou carta de adjudicação).
- Disposições comuns ao inventário e arrolamento: a) a sentença que homologa a partilha ou a adjudicação
pode ser anulada por vício do consentimento ou de incapacidade. A anulação, se ajuizada por pessoa que
participou da partilha, tem prazo decadencial de 01 ano contado da homologação (data da sentença). Porém,
se for pessoa que não participou do inventário ou da partilha, tem prazo prescricional de 10 anos contados da
data da sentença. Se o bem já tiver sido vendido, os outros herdeiros indeniza o que quer anular com seus
bens, porém, se não tiverem bens suficientes, não tem o que fazer. Já a sentença que julga a adjudicação e a
partilha pode ser objeto de ação rescisória no prazo de 02 anos. OBS: Prazo decadencial não conta suspensão
e nem interrupção, sendo contados em dias corridos. Prazo prescricional interrompe e suspense nos feridos
e finais de semana.
b) a tutela provisória concedida no processo (de natureza protetiva, assecuratória de direitos) tem eficácia de
30 dias. Portanto, a reserva de bens deve ser pedida em tutela provisória, pois não suspende o processo da
partilha e, se não ajuizada a ação principal neste prazo de 30 dias, perde o efeito. Ex: herdeiro querendo
participar da partilha, mas sem paternidade reconhecida → pede reserva de bens até o julgamento de
investigação de paternidade que irá ajuizar → concedida a tutela (reserva do quinhão), deve ingressar com a
ação nos 30 dias seguintes → se não o faz, a tutela perde a sua eficácia. Igual para o caso de reconhecimento
de união estável.
c) a sobrepartilha é a partilha daquilo que não foi objeto de anterior partilha amigável ou judicial. É um
incidente feito nos próprios autos do processo de inventário ou de arrolamento do autor da herança, sendo
que não precisa ingressar com nova ação. Art. 669, CPC: São sujeitos à sobrepartilha os bens: I - sonegados; II
Camila Regiani Ricardo de Oliveira – Direito – UNIARA
- da herança descobertos após a partilha; III - litigiosos, assim como os de liquidação difícil ou morosa
(hipótese de ação reivindicatória em curso durante o inventário e julgada depois em favor do espólio); IV -
situados em lugar remoto da sede do juízo onde se processa o inventário (bens reservados ao herdeiro
excluído ou ao credor do espólio devolvidos ao acervo hereditário porque aqueles perderam suas ações. Ao
incapaz, quando os seus interesses colidirem com os do seu representante legal, será nomeado Curador
Especial). Parágrafo único. Os bens mencionados nos incisos III e IV serão reservados à sobrepartilha sob a
guarda e a administração do mesmo ou de diverso inventariante, a consentimento da maioria dos herdeiros.
A sobrepartilha prescreve no prazo de 10 anos, contado a partir do momento em que poderia ser pedida pelo
interessado.
d) é possível a cumulação de inventários, ou seja, é lícito juntar, em um só processo, inventários de pessoas
falecidas antes do ajuizamento, ou no curso do inventário. Art. 672, CPC: É lícita a cumulação de inventários
para a partilha de heranças de pessoas diversas quando houver: I - identidade de pessoas entre as quais
devam ser repartidos os bens (Ex: duas irmãs falecem deixando seus pais como herdeiros; é irrelevante se os
bens da herança são os mesmos ou não); II - heranças deixadas pelos dois cônjuges ou companheiros (Ex: um
único inventário para marido e mulher - ou conviventes; ou, aberto o inventário de um, seu cônjuge - ou
convivente - supérstite falece no curso do processo); III - dependência de uma das partilhas em relação à
outra (Ex: herdeiro falece durante o inventário do pai, sem deixar outros bens, além dos recebidos na herança
do pai; a partilha dos bens do herdeiro depende da partilha dos bens do pai, por isso a cumulação de
inventários. Se deixar outros bens, além dos recebidos por herança do pai, o juiz pode impedir a cumulação.
Ou seja, o herdeiro só pode ter para inventariar o bem que vai receber da herança do pai, pois se tiver outros
não pode). Parágrafo único. No caso previsto no inciso III, se a dependência for parcial, por haver outros
bens, o juiz pode ordenar a tramitação separada, se melhor convier ao interesse das partes ou à celeridade
processual.
incidente próprio. Ex: penhorou o veículo do sócio pela dívida da empresa contraída pelo outro sócio. Isso
ocorre por meio da desconsideração da personalidade jurídica.
e) IV - o credor com garantia real para obstar expropriação judicial do objeto de direito real de garantia, caso
não tenha sido intimado, nos termos legais dos atos expropriatórios respectivos. Credor com garantia real.
Penhor: há transferência de bem móvel; a Caixa Econômica Federal é o único banco autorizado por lei a fazer
penhor. Anticrese: há transferência apenas da posse e não do domínio para que o credor use o imóvel para
ganhar dinheiro e quitar a dívida. Hipoteca: é garantia de bem imóvel. Nesse caso, o credor de garantia real
deve ser intimado sobre a apreensão judicial para que exerça seu direito de preferência na arrematação. Se a
intimação não ocorrer, ingressa com embargos de terceiro para que o credor exerça a preferência. Portanto,
visa impedir a venda judicial da coisa dada em garantia, caso não tenha sido intimado da constrição, a fim de
preservar o seu direito de preferência.
2) Passiva: o réu é aquele em favor de quem aconteceu a apreensão judicial, ou seja, aquele que foi
beneficiado com a apreensão (autor ou exequente a quem o ato de apreensão aproveita). O devedor
(executado) também será réu na ação quando a apreensão tiver ocorrido por culpa dele (ou seja, quando o
executado ter nomeado à penhora bens ou direitos do terceiro). Art. 677, CPC, § 4º Será legitimado passivo o
sujeito a quem o ato de constrição aproveita, assim como o será seu adversário no processo principal quando
for sua a indicação do bem para a constrição judicial. Portanto, em regra será só o beneficiado, mas, como
exceção, também coloca o devedor se for culpado.
- Momento para oposição: Os embargos de terceiro podem ser propostos tanto na ação de conhecimento, na
execução e quanto na fase de cumprimento de sentença.
a) na ação de conhecimento: podem ser opostos a qualquer tempo, enquanto a ação estiver pendente, ou
seja, até o trânsito em julgado da sentença.
b) no processo de execução ou de cumprimento de sentença: até 5 dias úteis após a alienação do bem, mas
sempre antes da assinatura da respectiva carta. Arrematação: bem é avaliado e levado a leilão, sendo que o
lance vencedor arremata o bem. Venda por iniciativa própria: o próprio credor vende o bem ao invés de
mandar ao leilão; pode ocorrer também quando a venda não é feita por leilão, mas por meio de corretor.
Adjudicação: o próprio credor compra o bem em pagamento da dívida. Em todos esses casos, expede-se uma
carta que será assinada pelo juiz e tem que ingressar com os embargos de terceiro antes da assinatura dessa
carta, mas dentro do prazo de 05 dias úteis. Se perder o prazo, pede indenização. Ex: se o juiz assinar a carta
no terceiro dia do prazo, tem que ingressar com a ação até essa data, mas se o juiz assinar a carta no 10° dia
útil, tinha que ter ingressado com os embargos até o 5° dia.
ATENÇÃO: a) nas ações possessórias, por serem executivas “lato sensu”, ou seja, a execução é a própria
sentença, o ingresso dos embargos pode se dar após o trânsito em julgado da sentença; b) na penhora online
(preferência por penhora de dinheiro ou investimentos nas contas e aplicações do devedor), conta-se o prazo
de 05 dias a partir do deferimento da expedição da guia de levantamento para o ingresso dos embargos.
- Competência: em regra, é do Juízo que ordenou a apreensão do bem, a ser feita por mandado ou
precatória. Competência absoluta (critério funcional). Há distribuição dos embargos por dependência à ação
ou à execução. Exceção: se a apreensão ocorreu por ordem do Juízo deprecado (deprecante não indicou o
bem), a ele devem ser dirigidos os embargos. Ou seja, em regra os embargos devem ser propostos perante o
juiz que determinou a apreensão. Mas, no caso de carta precatória, o juiz deprecado escolhe o bem que será
apreendido.
- Inicial: Requisitos do artigo 319 → Procuração → Documentos que provam a posse ou a propriedade do
embargante, e a sua qualidade de terceiro → Cópia da inicial da ação ou execução, da certidão de citação e
do ato de apreensão (autos em apartado, pois) → Rol de testemunhas, caso necessária a prova oral da posse
→ Pedido de liminar. OBS: Tem que pedir liminar que serve para manter o terceiro na posse do bem ou
restituir o bem penhorado.
- Procedimento: tramita separadamente da ação ou da execução.
Despacho inicial: decide o pedido de liminar (com ou sem audiência preliminar) e manda citar o réu. Se
deferir a liminar, ordena a expedição de mandado de manutenção (turbação) ou de restituição (esbulho) e o
juiz pode condicionar a eficácia da liminar à prestação de caução pelo embargante. Se indeferir, apenas
manda citar o réu. A decisão que decide a liminar é interlocutória e dela cabe agravo de instrumento.
Art. 678, CPC: A decisão que reconhecer suficientemente provado o domínio ou a posse determinará a
suspensão das medidas constritivas sobre os bens litigiosos objeto dos embargos, bem como a manutenção
ou a reintegração provisória da posse, se o embargante a houver requerido. Se deferida a liminar e os
embargos tratarem de todos os bens apreendidos, a medida de apreensão será suspensa até o julgamento
dos embargos. Porém, se tratar apenas de um ou mais bens, a ação ou a execução prossegue quanto aos não
embargados.
Camila Regiani Ricardo de Oliveira – Direito – UNIARA
Citação: recairá na pessoa do advogado do réu, ainda que sem poderes específicos para receber. Porém, será
pessoal (por mandado, carta ou precatória) ou por edital, se o réu não possuir advogado. Art. 677, CPC, § 3º:
A citação será pessoal, se o embargado não tiver procurador constituído nos autos da ação principal.
Contestação: no prazo de 15 dias e após segue o rito comum. Art. 679, CPC: Os embargos poderão ser
contestados no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual se seguirá o procedimento comum.
Sentença: julgado procedente os embargos, o juiz desconstitui o ato de apreensão (desfaz a apreensão do
bem) e libera o bem para o embargante. Se forem embargos preventivos, impede, definitivamente, a
realização do ato de apreensão judicial. Julgado improcedente os embargos, retoma o andamento da
execução. Em relação à sucumbência, pelo princípio da causalidade, o credor não paga as custas
sucumbenciais mesmo se houver a procedência dos embargos. Súmula 303, STJ: Em embargos de terceiro,
quem deu causa à constrição indevida deve arcar com os honorários advocatícios. Da sentença cabe apelação
que será recebida no tribunal em efeito devolutivo e suspensivo.
origem (Ex: títulos de crédito em geral). § 1º A prova escrita pode consistir em prova oral documentada,
produzida antecipadamente nos termos do art. 381. Exceção: se não houver prova escrita, pode o autor
ajuizar ação de produção antecipada de prova para obter a prova do seu direito por meio de depoimento
pessoal ou testemunhal reduzido a termo, que instruirá a inicial da ação monitória.
OBS: Tem-se admitido como prova escrita: documento particular de confissão de dívida não assinado por
duas testemunhas; título de crédito prescrito (Súmula 299, STJ: É admissível a ação monitória fundada em
cheque prescrito.); duplicata mercantil sem comprovante de entrega da mercadoria; compra e venda
mercantil sem expedição de duplicata; contrato de abertura de crédito em conta corrente (Súmula 247, STJ:
O contrato de abertura de crédito em conta corrente, acompanhado do demonstrativo de débito, constitui
documento hábil para o ajuizamento da ação monitória.); orçamento médico ou dentário; guias de
internação, prontuário hospitalar, requisição de serviço protético; boletos de posto de combustível; duplicata
não aceita, desde que protestada; etc.
É necessária a assinatura do devedor no documento? Não, se o título foi emitido por força de obrigação ex vi
lege (por força de lei) ou se documento escrito revelar ao juiz a existência/origem da obrigação. Afinal, o
devedor terá ampla defesa para demonstrar que a obrigação não existiu ou não foi contraída por ele. Se
houver a assinatura, melhor. OBS: Na ação monitória não tem que dizer qual o negócio deu origem à dívida.
Cabe monitória de título executivo extrajudicial? Sim, pois a lei não proíbe e, ademais, não há prejuízo
algum ao devedor que, inclusive, terá mais tempo para exercer a ampla defesa.
- Prescrição: pode ingressar com a monitória até 05 anos da data da expedição do documento, ou seja, 05
anos desde a data consignada no instrumento público ou particular, para as obrigações líquidas. Depois desse
prazo não tem mais o que fazer. Para os títulos de crédito em geral, desde o dia seguinte ao do vencimento.
Cheque: 06 meses para a execução, 02 anos para a ação de locupletamento ilícito ou 05 anos para a ação
monitória.
Em qualquer uma destas situações, é dispensada na inicial da monitória de cheque a indicação da causa
subjacente à emissão do título. Súmula 531, STJ: Em ação monitória fundada em cheque prescrito ajuizada
contra o emitente, é dispensável a menção ao negócio jurídico subjacente à emissão da cártula.
- Inicial: requisitos do artigo 319 do CPC e procuração documento escrito representativo da dívida (ou
prova documentada) se for soma em dinheiro, precisa da memória de cálculo da dívida; se for entrega de
coisa, precisa do atual valor de mercado da coisa; se for obrigação de fazer ou não fazer, precisa do conteúdo
patrimonial ou o valor do proveito econômico perseguido pelo autor pedido para a citação do réu (por
qualquer um dos meios usados no procedimento comum) para pagar, entregar a coisa ou cumprir a
obrigação.
- Procedimento: distribuída a ação para a Vara Cível ou Cumulativa competente, segue o despacho que:
a) manda emendar a inicial para o cumprimento do art. 700, § 2º ou para a conversão ao rito comum (Art.
700, CPC, § 5º Havendo dúvida quanto à idoneidade de prova documental apresentada pelo autor, o juiz
intimá-lo-á para, querendo, emendar a petição inicial, adaptando-a ao procedimento comum.), sob pena de
indeferimento da inicial e extinção do processo.
b) aceita a inicial, determina a expedição de mandado monitório (nos casos de obrigação de pagar quantia
certa) ou de injunção (destinado à entrega ou cumprimento de obrigação), com a respectiva citação. OBS:
Essa diferenciação de nomenclatura é apenas doutrinária, pois a prática tudo é mandado de citação.
- Citado, no prazo de 15 dias, o réu pode:
1) pagar, entregar ou cumprir a obrigação, caso em que ficará isento das custas e pagará 5% de honorários ao
advogado da parte contrária, sobre o valor dado à causa. Nesse caso, segue sentença de extinção com
resolução do mérito.
2) pedir o parcelamento da dívida. Art. 916, CPC: No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do
exequente e comprovando o depósito de trinta por cento do valor em execução, acrescido de custas e de
honorários de advogado, o executado poderá requerer que lhe seja permitido pagar o restante em até 6
(seis) parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e de juros de um por cento ao mês. Nesta hipótese,
são implícitos o reconhecimento do débito e a renúncia à faculdade de opor embargos.
3) ficar revel (não paga, não entrega, não cumpre, nem se defende), situação que leva à automática
constituição do título executivo judicial, por decisão que converte o mandado inicial em mandado executivo.
4) apresentar defesa (tem o nome de “embargos monitórios”) em 15 dias, juntada nos próprios autos. Se
parcial a defesa, Juiz pode mandar autuar os embargos em apenso.
Oferecida a defesa, a ação passa ao rito comum, inclusive com a possibilidade de reconvenção. Art. 702, CPC,
§ 6º Na ação monitória admite-se a reconvenção, sendo vedado o oferecimento de reconvenção à
reconvenção. Súmula 292, STJ: A reconvenção é cabível na ação monitória, após a conversão do
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procedimento em ordinário. OBS: A reconvenção é cabível nas ações que possuem rito comum e, como a
apresentação de defesa na monitória passa para o rito comum, é possível.
Se réu alegar excesso de pedido (quantia em dinheiro), deve informar qual o valor correto e apresentar
demonstrativo (cálculo), sob o risco de não ser acolhida a alegação. Ou seja, o excesso na ação monitório só
será analisado de tiver prova do excesso.
- Sentença: se rejeitar os embargos, a monitória se converte em execução de título judicial (sucumbência é do
réu). Se acolher integralmente, revoga o mandado inicial e extingue o processo (sucumbência é do autor). Se
acolher parcialmente, a execução terá curso pelo remanescente (distribui a sucumbência entre as partes).
Apelação: só efeito devolutivo. Para obter efeito suspensivo (pede o efeito suspensivo para que suspenda a
execução da sentença até o julgamento do recurso), deve o apelante demonstrar a probabilidade de
provimento do recurso ou a existência de risco de dano de grave ou difícil reparação.
- Fase de cumprimento de sentença: intimação do réu se dá na pessoa de seu procurador para, em 15 dias,
pagar, cumprir a obrigação de fazer ou não fazer ou para entregar a coisa. Nesses casos, há expedição de
mandado de busca e apreensão ou de imissão na posse.
Se o réu é revel, mesmo que citado por edital e com Defensor Público para sua defesa, o início do prazo de 15
dias se dá com a publicação no órgão oficial da ordem judicial para o cumprimento da obrigação, feita em seu
nome e não em nome do Defensor.
OBS: Súmulas 282, 292, 299 e 339 foram absorvidas pelo novo CPC.