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Apresentação pessoal

● Formação pela USP-RP


● ICs durante a graduação
● Programa de mestrado, co-orientação
Objetivo geral da pesquisa
● Avaliar a flexibilidade comportamental no modelo de ratos com autismo
induzido.

A flexibilidade comportamental como a capacidade do indivíduo de modificar o


seu comportamento de acordo com a alteração das contingências vigentes.

Ou seja, iremos avaliar como os ratos com essa condição aprendem, e o quão
eficazes eles são em adaptar o seu comportamento às contingências.
Modelo de TEA induzido em ratos?
● Qual modelo de autismo vamos utilizar? Genéticos x Influência ambiental
pré-natal→ nenhum consegue captar a complexidade do autismo em
humanos, há muita variação de características de pessoa pra pessoa, e
várias causas possíveis (Multifatoriais)
● Estudos epidemiológicos→ como o VPA afeta o desenvolvimento do feto
● Replicação da exposição de VPA nos ratos durante a gestação
Evidências atuais do modelo VPA
● Comportamento dos ratos: menos interação social e menos vocalizações,
maior atividade repetitiva/estereotipada.
● Poucos estudos sobre aprendizagem com ratos com autismo induzido→ aí
que entra a minha pesquisa.
Flexibilidade comportamental
A habilidade de constantemente adequar o comportamento a mudanças nas
contingências (exigências do ambiente) de forma eficiente.

É um construto avaliado por diferentes tipos de tarefa para avaliações


cognitivas…

Exemplo: Reversão de discriminação, troca de tarefas (set-shifting), etc…


Nosso interesse - Ressurgência comportamental
Comparar a aprendizagem e o comportamento de escolha entre ratos controle e
ratos com TEA
1. Aquisição: Resposta-alvo (R+) e Resposta alternativa (Ext.)
Quanto tempo os animais demoram para aprender esta resposta?
2. Eliminação: Resposta-alvo (Ext.) e Resposta alternativa (R+)
Quanto tempo os animais levarão para efetuar essa reversão?
3. Teste: Resposta-alvo (Ext.) e Resposta alternativa (Ext.)
O que os animais irão fazer nesta situação? Estudos apontam para o
ressurgimento da resposta-alvo. Como os dois grupos irão se comportar?
Estudos futuros:
Fase de Teste: Resposta-alvo (Ext.) ou Resposta alternativa (Ext.) ou Respostas
extra

Quando nada mais é reforçado, o que os animais irão fazer se houver outras
respostas possíveis, mas que nunca foram treinadas? Irão explorar novas
respostas ou voltar nas respostas antigas?

Ressurgência x Variabilidade comportamental


Neurobiologia do TEA - Perguntas comuns
● É verdade que o cérebro autista apresenta maior simetria entre um lado e
outro? R: Parece ser um fenótipo observado, através de estudos de
neuroimagem com seres humanos. Foi uma informação que ficou pop na
mídia, porém, ainda não sabemos quais as implicações funcionais disso.

● A velocidade do cérebro autista pode ser mais rápida em algumas áreas do


que em outras? R: Não necessariamente a velocidade, mas o nível de
conexões neuronais. Hiper-conectividade local x hipo-conectividade distal
Nosso recorte da neurobiologia do TEA→ foco nos
núcleos da base

Hiperativação de vias neuronais


excitatórias→ receptores
dopaminérgicos do tipo D1

e Hipoativação de vias neuronais


inibitórias→ receptores
dopaminérgicos do tipo D2
Como a neurobiologia do TEA afeta a aprendizagem?
Ainda não sabemos…
Pouca interlocução entre neurociências e as ciências do comportamento: estudos
separados entre neurobiologia x aprendizagem e estudos com humanos

ABA→ sistematiza intervenções para facilitar a aprendizagem de crianças com


TEA
Neurociências→ investiga potenciais alvos farmacológicos para reduzir
sintomas… Problema: vários fármacos promissores em animais falharam nos
estudos com humanos
Hipótese Biocomportamental - Segundo Donahoe

Perguntas: Partindo do pressuposto de que o processo de reforçamento é o


que permite a aprendizagem, qual seria o mecanismo biológico do
reforçamento?

Busca correlatos da atividade neural com os processos de aprendizagem

Hipótese dopaminérgica na modulação da plasticidade neural!


Dopamina (DA)
● DA é liberada pelos reforçadores incondicionados (comida, água, sexo, drogas, etc)
● DA também é liberada por reforçadores condicionados, criando reforçadores
secundários a partir do processo de pareamento entre estes reforçadores com
reforçadores primários
Integração com a teoria Hebbiana
Long-term Potentiation
Hipótese da Neurobiologia do Autismo
A hipótese do autor é de que o mecanismo biológico do reforçamento, pelo qual a
aprendizagem é possível (mecanismo este que foi selecionado
filogeneticamente), sofre alterações nos indivíduos com autismo, causando as
dificuldades de aprendizado relatadas nesta população→ o que também inclui
dificuldades em desenvolver repertórios de comportamento verbal

Alterações neste mecanismo pode estar relacionada com a rigidez


comportamental geralmente observada em pessoas com TEA→ dificuldades de
alteração de rotina, se adequar a contextos diferentes.
Nossos objetivos com a farmacologia
Após caracterizarmos os comportamentos dos animais com TEA, podemos
avaliar como eles se comportam em relação aos animais controle.
Será que os animais com TEA possuem mais dificuldades de aprender um novo
comportamento? Será que eles variam menos para opções novas e recaem mais
em comportamentos conhecidos?
Nossos alvos farmacológicos→ equilibrar a atividade neural do TEA, reduzindo a
ativação de vias hiperativadas e aumentando a ativação de vias hipoativadas.
Será que a nossa intervenção farmacológica poderá mudar o comportamento dos
ratos com TEA, facilitando o processo de aprendizagem? O fármaco poderá
aumentar a probabilidade da variabilidade comportamental ou da ressurgência?
O biológico como pré-requisito para o comportamento,
mas não como causa…

Se considerarmos que o aparato biológico causa o comportamento, então como


podemos prever o funcionamento biológico? O que controla o funcionamento
biológico, por sua vez, é o próprio ambiente. Um sistema biológico está sempre
em interação, seja sensorial, motora, ou “cognitiva” em resposta aos estímulos
ambientais. Seja do seu ambiente externo ou de nosso ambiente interno (nossos
comportamentos encobertos).

Assim, é importante estudar os eventos neurobiológicos juntamente às variáveis


contextuais, entendendo quais estímulos controlam o comportamento do sujeito.

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