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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO METROPOLITANO DE ANGOLA

HISTÓRIA DO PENSAMENTO ECONÓMICO

O IMPACTO DO MERCANTILISMO NAS POLÍTICAS ECONÓMICAS

DA FRANÇA E DA HOLANDA (PRINCIPAIS PRECURSORES E


INFLUENCIADORES)

Luanda, 2024
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO METROPOLITANO DE ANGOLA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS E GESTÃO - DCEG

HISTÓRIA DO PENSAMENTO ECONÓMICO

O IMPACTO DO MERCANTILISMO NAS POLÍTICAS ECONÓMICAS

DA FRANÇA E DA HOLANDA (PRINCIPAIS PRECURSORES E


INFLUENCIADORES)

Trabalho de Pesquisa Bibliográfica a ser


apresentado no curso de Licenciatura em
Economia na cadeira de História do
Pensamento Económico como requisito
parcial de avaliação, sob orientação da
Professora. Dra..........................................

Alice Canganjo
Eládio Madeira
Francisco Pedro
Joelma Francisco
Roberto Evaque
Rosa Gomes

Luanda, 2024
1. Introdução

O mercantilismo, um sistema económico predominante na Europa entre os séculos XVI e


XVIII, exerceu uma influência significativa nas políticas económicas de diversas nações. Este
estudo tem por objetivo investigar o impacto do mercantilismo nas políticas económicas da
França e da Holanda, com foco nos principais precursores e influenciadores desse movimento.
Ao analisar as práticas e ideias mercantilistas adotadas por esses dois países, busca-se
compreender como tais políticas moldaram o desenvolvimento económico e as relações
comerciais durante esse período crucial da história económica europeia.

As práticas de regulamentação da economia, nas cidades da Baixa Idade Média, em muito


influenciaram as atividades mercantilistas pela ação do intervencionismo exercido sobre elas. Em
termos de doutrina económica, o Mercantilismo estendeu-se do século XVII até o século XVIII
ou, mais precisamente, da publicação de uma obra sobre os princípios gerais do Mercantilismo,
por Antônio Serra, na Itália, em 1613, até a publicação da obra de Adam Smith, A Riqueza das
Nações, na Inglaterra, em 1776, que pôs fim ao Mercantilismo e deu início a um período
marcado pelo liberalismo económico. Entretanto, nunca houve uma consciência clara e precisa
do que era a política mercantilista, definida apenas nos finais do século XVIII pelos pensadores
iluministas da França, de maneira pejorativa, pois abominavam as suas práticas.

O Mercantilismo está estreitamente ligado ao processo de formação das Monarquias


Nacionais europeias, considerado como uma política económica do capitalismo comercial a
serviço do Estado moderno, um verdadeiro nacionalismo econômico. Dessa forma, a produção
era obtida pelo trabalho assalariado e a acumulação de capital se dava pela atividade comercial.
O comércio centralizava os interesses económicos, sendo a agricultura e a indústria atividades
acessórias e dependentes. O desenvolvimento da política económica mercantilista tornou
imprescindível a formação de uma Monarquia absolutista em lugar da frágil estrutura
descentralizada do feudalismo. A participação da burguesia no processo de fortalecimento do
Estado foi essencial, em razão do amplo apoio financeiro concedido ao monarca, pois a
existência de um rei forte e empreendedor incrementaria o ativo comércio do reino, atendendo ao
mesmo tempo à burguesia mercantil, subordinada aos interesses e favores do rei.

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2. Problema científico

2.1. Problemática

“Como o mercantilismo influenciou as políticas econômicas e as relações comerciais na


França e na Holanda, e quais foram os precursores desse sistema econômico nesses países?”

2.2. Problema de pesquisa

Qual foi o impacto do mercantilismo nas políticas econômicas da França e da Holanda


durante o período em que esse sistema estava em vigor, e quais foram os principais precursores
do mercantilismo nessas nações?

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3. Objectivos

3.1. Objectivo Geral

Analisar o papel do mercantilismo na formação das políticas económicas da França e da


Holanda, assim como identificar e compreender os precursores desse sistema económico nesses
países.

3.2. Objectivos Específicos.

➢ Investigar as políticas económicas adotadas durante o período do mercantilismo na

França e na Holanda;

➢ Identificar as principais características do mercantilismo e como essas se manifestaram;

em termos de comércio e economia nos contextos francês e holandês;

➢ Analisar as contribuições dos precursores do mercantilismo na formação das bases desse

sistema económico na França e na Holanda;

➢ Comparar as semelhanças e diferenças entre a implementação do mercantilismo nos

contextos francês e holandês;

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4. Metodologia

Segundo LAKATOS (1999:57), método é uma forma de pensar para chegar a natureza dum
determinado problema quer seja para estudá-lo quer seja para explicá-lo. Para a realização deste
trabalho usamos o seguinte método:

4.1. Método Bibliográfico

Para a realização deste trabalho usou-se a metodologia Bibliográfica e de Internet.


Aprofundamos mais sobre a matéria utilizando a Metodologia Bibliográfica. Segundo Gil (2002:
44), “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base nos livros e artigos científicos (…), a
principal vantagem desta pesquisa reside no facto de permitir ao investigador a cobertura de uma
gama de fenómenos muito amplos.

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5. O mercantilismo no século XVII

A somar às guerras e conflitos que abalaram a Europa, assistiu-se a uma conjuntura de crise
que se manifestou em diversos domínios. A Europa viveu durante o século XVII, sobretudo a
partir de 1620, uma carência de moeda, devindo a um conjunto de razões.
Para além das dificuldades monetárias, o século XVII foi marcado por sucessivas crises de
subsistência, próprias do Antigo Regime, que tiveram especial incidência nos Estados do centro
e sul europeu, estas crises conduziram a crises demográficas. A Inglaterra e a França foram os
dois únicos Estados, no século XVII, a desenvolver uma eficiente política mercantilista.

Apesar de envolvidos em profundos conflitos internacionais, os monarcas conduziram sua


política econômica em disputas pela exploração das riquezas do Império Espanhol e pela
supremacia marítima. Os gastos com a mobilização de exércitos e com a equipagem dos navios
tornaram mister o controle quase total da economia pelo Estado, estruturado em um rigoroso
intervencionismo, destacando-se a criação de inúmeras companhias de comércio.
No início do século XVII, a baixa produção das minas na América Espanhola, o
entesouramento dos metais e o provável acúmulo de riquezas nos Países Baixos provocaram uma
profunda recessão económica, multiplicando-se a miséria e o desemprego na Europa.

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6. As políticas económicas adotadas durante o período do mercantilismo na

França e na Holanda

Durante o período do mercantilismo, tanto a França quanto a Holanda implementaram


políticas económicas que reflectiam as principais características desse sistema.
Na França, sob a influência de precursores como Jean-Baptiste Colbert, as políticas
mercantilistas se concentraram na promoção da produção interna, no estímulo às exportações e
na redução da dependência de importações. Foram adotadas medidas como subsídios para
indústrias nacionais, tarifas protecionistas e regulamentações para fortalecer a economia
francesa.
Na Holanda, as políticas mercantilistas se manifestaram de forma diferente, com ênfase
na liberdade de comércio e navegação. As contribuições de teóricos como Hugo Grotius
influenciaram a postura mais aberta e liberal em relação ao comércio ultramarino, defendendo a
liberdade de comércio como um direito natural e oposição aos monopólios comerciais
estabelecidos por outras potências coloniais.
As contribuições dos precursores do mercantilismo foram fundamentais na formação das
bases desse sistema econômico em ambos os contextos. Jean-Baptiste Colbert, na França, e Hugo
Grotius, na Holanda, deixaram legados duradouros por meio de suas ideias e práticas que
moldaram as políticas económicas de suas respectivas nações.

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7. As principais características do mercantilismo

O mercantilismo foi caracterizado por uma série de políticas económicas que visavam
fortalecer o poder económico e militar das nações europeias, em especial através do acúmulo de
metais preciosos, promoção das exportações e restrição das importações. Na França, a influência
do mercantilismo pode ser observada sobretudo durante o reinado de Luís XIV, cujas políticas
centralizadoras e protecionistas refletiam os ideais mercantilistas da época.

Já nos Países Baixos (Holanda), o mercantilismo desempenhou um papel crucial no


desenvolvimento da República das Sete Províncias Unidas. A ascensão da Companhia
Neerlandesa das Índias Orientais e a busca por monopólios comerciais refletiram as tendências
mercantilistas que moldaram a política económica holandesa.

Os precursores e influenciadores do mercantilismo nessas nações incluíram pensadores


como Jean-Baptiste Colbert, ministro das finanças de Luís XIV, cujas políticas intervencionistas
buscavam fortalecer a economia francesa; e Hugo Grotius, teórico jurídico holandês cujas ideias
sobre direito internacional influenciaram as práticas comerciais dos Países Baixos.

Ao analisar o impacto do mercantilismo nas políticas económicas da França e da


Holanda, é possível compreender não apenas as dinâmicas específicas dessas nações, mas
também a forma como as ideias mercantilistas moldaram o panorama económico europeu como
um todo. Essa análise contribui para uma compreensão mais ampla das origens do pensamento
económico moderno e das políticas que moldaram as bases do sistema capitalista.

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8. Principais precursores e influenciadores do mercantilismo

Destacando suas ideias e contribuições para o desenvolvimento desse sistema económico.

8.1. Jean-Baptiste Colbert (França)

Jean-Baptiste Colbert, ministro das finanças de Luís XIV, foi um dos principais arquitetos
das políticas económicas mercantilistas na França. Suas ideias e contribuições tiveram um
impacto significativo no fortalecimento do poder económico francês. Colbert defendia a
intervenção estatal na economia, promovendo a produção interna, a criação de indústrias
nacionais e o estímulo às exportações. Ele implementou políticas de subsídios, tarifas
protecionistas e regulamentações para impulsionar a economia francesa, buscando reduzir a
dependência de importações e aumentar o superávit comercial.

Além disso, Colbert foi responsável por reformas administrativas que visavam centralizar o
poder e unificar o mercado interno, promovendo uma maior eficiência na arrecadação de
impostos e no controle das atividades económicas. Suas contribuições foram fundamentais para
consolidar a influência do mercantilismo na França e estabelecer as bases para o
desenvolvimento económico do país.

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8.2. Hugo Grotius (Holanda)

Hugo Grotius, teórico jurídico holandês do século XVII, desempenhou um papel crucial na
formulação das bases teóricas que influenciaram as práticas comerciais dos Países Baixos
durante o período mercantilista. Suas ideias sobre direito internacional e comércio foram
fundamentais para a defesa da liberdade de navegação e comércio marítimo, princípios que
sustentaram as atividades comerciais da República das Sete Províncias Unidas.

Grotius defendia a liberdade de comércio como um direito natural e argumentava contra os


monopólios comerciais estabelecidos por potências coloniais. Suas contribuições intelectuais
influenciaram a postura holandesa em relação à exploração comercial ultramarina, estimulando
uma abordagem mais aberta e liberal em contraste com as políticas protecionistas adotadas por
outras nações europeias.

Em resumo, tanto Jean-Baptiste Colbert na França quanto Hugo Grotius na Holanda


representaram importantes precursores e influenciadores do mercantilismo, cada um
contribuindo com ideias e práticas que moldaram as políticas económicas de suas respectivas
nações durante esse período histórico crucial. Suas visões sobre intervenção estatal, comércio
internacional e regulação económica deixaram um legado duradouro que influenciou o
desenvolvimento do pensamento económico moderno.

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9. As semelhanças e diferenças entre a implementação do mercantilismo nos contextos
francês e holandês

Em termos de semelhanças, tanto a França quanto a Holanda buscaram fortalecer suas


economias nacionais por meio de intervenção estatal e políticas comerciais específicas. Ambos
os países adotaram medidas para promover suas indústrias internas e maximizar o superávit
comercial.
Porém, as diferenças se manifestaram na abordagem mais intervencionista da França,
com ênfase em subsídios e regulamentações diretas, enquanto a Holanda adotou uma postura
mais liberal em relação ao comércio internacional e à navegação, refletindo as contribuições
teóricas de Hugo Grotius.
Essas nuances refletem as diferentes interpretações e aplicações do mercantilismo nos
contextos francês e holandês, evidenciando como as ideias dos precursores influenciaram as
políticas económicas distintas adotadas por cada país durante esse período histórico.

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10. Conclusão

Chegamos a conclusão que: Ao longo da era do mercantilismo, tanto a França quanto a


Holanda adotaram políticas económicas que visavam fortalecer suas respectivas posições no
comércio internacional e acumular riquezas. Essas políticas incluíam a promoção de exportações,
o estabelecimento de colônias para garantir acesso a matérias-primas e a imposição de tarifas
para proteger as indústrias nacionais.

Além disso, tanto a França quanto a Holanda exerceram influência significativa sobre
outras nações, difundindo suas práticas econômicas e moldando as relações comerciais em toda a
Europa e além. A competição entre esses países também levou a avanços significativos em áreas
como navegação, exploração e inovação comercial.
Em última análise, o impacto do mercantilismo nas políticas económicas da França e da
Holanda foi profundo, moldando não apenas suas próprias trajetórias económicas, mas também
influenciando o desenvolvimento económico de outras nações e contribuindo para a evolução do
sistema económico global.

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11. Bibliografia

Victória Gonçalves. Mercantilismo, 1a Edição, Lisboa, (15 de dezembro de 2022).

Cotrim, Gilberto. Historia Global, Brasil e Geral, São Paulo, Saraiva, (2011).

Cláudio Fernandes. Mercantilismo holandês, historiadomundo.com.br, (2023).

BLAUG, Mark, História do Pensamento Económico, trad. port., Dom Quixo te, Lisboa, 1º
Vol., (1989).

DEYON, Pierre - O Mercantilismo, trad. port., Gradiva, Lisboa, 1983. GARRETT, J. R.


Almeida - Pagamentos Internacionais, Coimbra Editora, Coimbra, (1959).

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