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CURSO DE OFTALMOLOGIA

PEDIÁTRICA

Luiz Carlos Molinari


Joel E Botteon
Belo Horizonte(MG)
Brasil

Faculdade de Medicina da UFMG


O olho humano
• ectoscopia
EPIDEMIOLOGIA
• 80% do aprendizado pela visão

• Mundo:1,4 milhão de crianças cegas (WHO,2004)

• Muitas causas (variáveis) de cegueira são causas de


mortalidade infantil

• Prevalência entre 0,3 a 1,2/1000 crianças – no Brasil:


0,45/1000 (estimativa 2002)

• Causas tratáveis → 15%: RP, catarata, glaucoma.

• Causas evitáveis → 28%: prevenção de acidentes e


doenças infecciosas, aconselhamento genético)
EPIDEMIOLOGIA
• Pré-escolares: 5% tem um ou mais problemas de
visão; 1,2% amblíopes; 3 a 4% estrábicos

• 20% população geral é amétrope

• Catarata congênita: 10 - 39% das causas de


deficiência visual na infância

• Glaucoma congênito: 0,02%

• Brasil – toxoplasmose 60% causa de baixa visão


Cegueira e Baixa Visão Infantil

Estimativa de prevalência de cegueira e baixa


visão infantil

População 185 milhões


% < 15 anos 30%
Número de crianças 56 milhões
Prevalência de cegueira 0,5-0,6/1.000
No estimado de crianças cegas 28,000-33.600
No estimado de crianças cegas/milhão 150-180
No estimado de crianças com BV 84,000-100,000
No estimado de crianças c/BV/milhão 450-540
CAUSAS DE COMPROMETIMENTO VISUAL GRAVE
OU CEGUEIRA INFANTIL

• Facomatoses: neurofibromatose
• Doenças neurodegenerativas: Tay-Sachs
• Processos infecciosos/inflamatórios:
TORCHS
• Distúrbios hematológicos: leucemia
• Distúrbios vasculares e circulatórios:
OVCR
• Medicamentos e toxinas: etambutol
• Outras: neurite óptica, ROP
CAUSAS DE CEGUEIRA NA INFÂNCIA

• Anomalias do desenvolvimento (aplasia


do nervo óptico)
• Infecções transplacentárias e neo- natais
• Prematuridade
• Erros inatos do metabolismo
• Distrofias
• Tumores (retinoblastoma)
• Traumas
O olho humano
PRINCIPAIS CAUSAS DE DEFICIÊNCIA VISUAL E CEGUEIRA
POR LOCALIZAÇÃO ANATÔMICA
Localização anatômica Causas
córnea Vitamina A , oftalmia
neonatal, sarampo, varicela
cristalino Hereditária, rubéola, ?
globo ocular Hereditária, ?
retina Distrofia retiniana
hereditária, ROP,
toxoplasmose
s. drenagem aquosa Desconhecida, familiar
(glaucoma)
vias ópticas Infecção, isquemia, trauma,
tumores
úvea Hereditária, inflamação
outros Erros refrativos, cegueira
cortical, ?
Deficiência de vitamina A
Deficiência Visual na Infância

É importante que a identificação de


uma deficiência visual seja o mais
precoce possível, para que a
intervenção seja mais eficaz
Cegueira e Baixa Visão Infantil

OMS: • Cegueira: US$ bilhões


- 500.000 cegas/ano = 1 - perda produtividade
cego/minuto - assistência
- 50% morrem nos 2 cegos/VSN
primeiros anos após - reabilitação
cegueira - educação especial
- 1999 - 1,4 milhões de
cegos menores de 16 • Estratégias
anos
• Prevenção Cegueira
- 73% em países em
desenvolvimento
PRINCIPAIS ETIOLOGIAS DE CEGUEIRA INFANTIL

CATEGORIA ETIOLOGIA

Intrauterina Álcool, rubéola,


toxoplasmose
Perinatal Retinopatia da
prematuridade, oftalmia
neonatal, cortical
Infância Deficiência de vitamina A,
sarampo, meningite, trauma
Hereditária Distrofia retiniana
hereditária, retinopatia da
prematuridade, toxoplasmose
Desconhecida ?
Visão normal
Visão alterada
Genética das doenças oculares
• Determinismo genético
• Meio ambiente
• A criança não nasce com a visão pronta
• Aconselhamento genético
• Exames de ultrassom
• Teste do Olhinho
• Oftalmoscopia binocular indireta (infecção
congênita, prematuridade, malformação)
DOENÇAS HEREDITÁRIAS DO
METABOLISMO(DHM)
• O diagnóstico dos erros inatos do
metabolismo é um desafio para a maioria dos
médicos.
• Melhorias na tecnologia médica e um maior
conhecimento do genoma humano estão
resultando em mudanças significativas no
diagnóstico, classificação e tratamento de
DHM.
DOENÇAS HEREDITÁRIAS DO
METABOLISMO(DHM)

• Muitos Erros Inatos do Metabolismo (EIM)


serão reconhecidos mais cedo ou tratados
de forma diferente devido a essas mudanças.
• Importante reconhecer os sinais clínicos das
DHM e saber quando propor testes de
laboratório avançados ou encaminhar o
paciente para um centro maior.
Genética das doenças oculares
• Craniodisostoses (órbitas rasas, hipert.
Intracaniana - papiledema e estrabismo

• Doenças mitocondriais: Leber – retina e NO

• Facomatoses: neurofibromatose – nódulos na


íris(Lisch); angioma de Sturge-Weber – glaucoma

• Genes estruturais: mutação – esqueleto e olho –


S. Stickler (colágeno)...e alta miopia
• Gene da fibrilinaI(zônula) – Marfan
Olho humano
DOENÇAS HEREDITÁRIAS DO
METABOLISMO(DHM)
• O diagnóstico definitivo e tratamento de
doentes com DHM devem ser realizados por
: pediatra,oftalmologista,
bioquímico,neurologista e geneticista.

• Diagnóstico e tratamento de DHM atuais


melhoram substancialmente o prognóstico
para muitas destas condições.
DOENÇAS HEREDITÁRIAS DO METABOLISMO(DHM)

Anomalias oculares -mecanismos tóxicos


diretos ou produtos metabólicos anormais ou
acúmulo de metabólitos normais através de
erros de vias sintéticas ou por metabolismo
energético deficiente.

•É essencial uma detalhada avaliação


oftalmológica.
DOENÇAS HEREDITÁRIAS DO METABOLISMO
(DHM)
• Alterações oculares -várias desordens
metabólicas.

• Existe um entendimento amplo de muitos


EIM em níveis bioquímico, molecular e
metabólico- mas, e a patogênese?

• Mecanismos pelos quais as doenças


metabólicas sistêmicas contribuem para os
defeitos oculares são obscuros
DOENÇAS HEREDITÁRIAS DO METABOLISMO
(DHM)

• Desafio

• Melhorias na tecnologia médica e um maior


conhecimento do genoma humano estão
resultando em mudanças significativas no
diagnóstico, classificação e tratamento de
DHM.
Genética das doenças oculares
• Limitações nas capacidades visuais (AV, CV, visão de
cores, contraste, estereopsia, processamento cortical
da visão)

• Distrofia de retina(cones: baixa visão central, cores e


fotofobia; D. Stargardt; Neuropatia Óptica Hereditária
de Leber (alteração mitocondrial) ; retinose
pigmentar - precoce: X recessivas e autossômica
recessiva)

• Atrofias ópticas ou malformações do nervo óptico: S.


Aicardi (ausência do corpo caloso); Paralisia Cerebral
(PC) → atrofia óptica
FIGURE 1

FIGURE 1 . Anterior segment photos demonstrating persistent tunica vasculosa lentis. Luxated lens in both eyes
exposes the zonules that support the lens. (a) Persistence of tunica vasculosa lentis, OD. (b) Lens luxation and zonules,
OD. (c) Persistence of tunica vasculosa lentis, OS. (d) Lens luxation and zonules, OS. OD, right eye; OS, left eye.
© 2013 Wolters Kluwer Health | Lippincott Williams & Wilkins. Published by Lippincott Williams & Wilkins, Inc.
Table 2

Table 2 Syndromes with prominent ocular features affecting the posterior segment
© 2013 Wolters Kluwer Health | Lippincott Williams & Wilkins. Published by Lippincott Williams & Wilkins, Inc.
SEMIOLOGIA OFTALMOLÓGICA
PELO PEDIATRA

• No berçário

• Aos 12 meses de vida

• Anualmente nas consultas de


puericultura (prevenção da
ambliopia)
Exame Inicial

Berçário
• Pediatra
simetria dos
olhos/órbita/face
Perda do brilho dos olhos
(opac. córnea, glaucoma)
Vermelhidão
Pupila branca (catarata)
ROTEIRO DO EXAME OFTALMOLÓGICO PELO PEDIATRA

1. Questionário pré-consulta para os pais

2. Exame externo: face, olhos e seus anexos

3. Avaliação da acuidade visual

4. Reflexos fotomores direto e consensual

5. Teste de Hirschberg

6. Teste da cobertura (cover test)

7. Teste de Bruckner (do reflexo vermelho)


QUESTIONÁRIO PRÉ-CONSULTA PARA OS RESPONSÁVEIS

Responda as questões sobre a saúde ocular da criança

1. Faz tratamento oftalmológico?


2. Usa colírio? Qual?
3. Faz oclusão dos olhos?
4. Usa óculos? Há quanto tempo?
5. Sofreu trauma ocular?
6. Apresenta posição de cabeça (torticólis)?
7. Aproxima-se muito da TV, lousa ou caderno?
8. Apresenta desinteresse por atividades que exijam fixar para longe ou
perto?
9. Como vai o rendimento escolar?
10. Ocorre cefaléia com o esforço visual?
11. Há queixa de embaçamento da visão para longe ou para perto?
12. Há queixa de dor nos olhos?
13. As margens palpebrais ficam vermelhas, com escamas ou crostas nos
cílios?
QUESTIONÁRIO PRÉ-CONSULTA PARA OS RESPONSÁVEIS

Responda as questões sobre a saúde ocular da criança

14. Tem observado olhos vermelhos com ou sem secreção?


15. Os olhos ficam estrábicos?
16. As pupilas se apresentam alteradas ou esbranquiçadas?
17. A criança esfrega os olhos com frequência? Ardência? Prurido?
18. Ao nascer, a criança ficou por mais de trinta dias internada?
19. A criança é prematura – menos de 37 semanas de gestação?
20. A mãe teve alguma infecção durante a gestação?
21. A criança tem alguma doença sistêmica?
22. Usa medicamento diariamente além de vitaminas?
23. Já foi operada por oftalmologista?
24. Apresenta alergia: asma, rinite, urticária, ...
25. Informe ocorrência na família de doenças oftalmológicas ou cegueira
Que tipo de paciente?
Mãe acha que alguma coisa está
errada
Olho torto
Aproxima objetos para ver
melhor
Cai muito
Esbarra na porta/objetos
Sono ao estudar/ler
Lacrimejamento
Coça muito os olhos
Olhos vermelhos ao esforço
visual
Tremores
EXAME EXTERNO

1. Posição compensatória da cabeça - Torticólis

2. Assimetria facial, sobrancelhas, margens orbitárias

3. Globo ocular, Proptose

4. Pálpebras: ablefaria, ptose, lagoftalmo, blefarofimose,


deformidades (em ¨S¨, coloboma, nódulos, hordéolos,
madarose, triquíase, entrópio, ectrópio, blefarite,
poliose, megacílios)

5. Pontos lacrimais, epífora, lacrimejamento


EXAME EXTERNO

6. Córnea: diâmetro < 10 ou > 12 mm, transparência


alterada, hiperemia pericerática

7. Pupila branca, ectopia pupilar, policoria, irregularidade


pupilar, miose, midríase, sinéquias posteriores

8. Olhos vermelhos

9. Aglutinação de cílios

10. Exsudação conjuntival: serosa, mucosa, purulenta,


mucopurulenta, sanguinolenta

11. Estrabismo
EXAME EXTERNO

• Acuidade visual
• Reflexos fotomotores: direto,
consensual e de Ac/convergência
• Posições diagnósticas do olhar
• Teste de Hirschberg
• Teste de cobertura (cover test)
• Campo visual de confrontação
ACUIDADE VISUAL

• Varia com a idade

• Recém-nascido: reflexo
fotomotor, estruturas
oculares e potencial
visual evocado

• < 2 meses: nistagmo


optocinético

• 3 meses de vida:
movimento de procura e
reação à oclusão; teste do
olhar preferencial de
Teller
Quadro 1 – Avaliação visual em crianças
Idade Teste Encaminhamento
Recém-nascido – 3 Reflexo vermelho Opacidade corneana,
meses catarata, ou alterações
do vítreo e da retina
(descolamento)

6 – 12 meses Reflexo corneano Desvios oculares


(estrabismos)

Exame externo Defeito estrutural


Reflexo vermelho Idem
Reflexo corneano Idem
Oclusão separada de Ambliopia ou lesão
cada olho: movimento macular
de procura

3 – 5 anos Fixar e acompanhar Ambliopia caso não


consiga

Reflexo Idem
vermelho(Bruckner) e
corneano(Hirschberg)
Acuidade visual Erro refrativo, ambliopia
ACUIDADE VISUAL
IDADE AV

Recém-nascido 20/400

6 meses 20/100

2 anos 20/50

3 anos 20/30

4 anos 20/20
nascimento um mês Dois meses

Três meses Seismeses Adulto


ACUIDADE VISUAL

• Acima 3 anos –
optotipos infantis

• Acima 4 anos –
tabela optométrica
de Snellen

100% DE VISÃO CENTRAL = 1,0 = 20/20; 10%


= 0,1 = 20/400
QUANDO AVALIAR A ACUIDADE VISUAL

• Sintomas oculares: tonturas e dores de


cabeça freqüentes relacionadas com o
esforço visual, embaçamento visual,
embaralhamento ao ler, náuseas,
fotofobia.

• Cefaléia oftalmológica: freqüente, repete-


se com o esforço visual, na região frontal
e/ou ocular, desaparece com o descanso
visual.
QUANDO AVALIAR A ACUIDADE VISUAL
Recém-nascido; 3 – 4 anos; 6 anos (pré-escolar)

SINAIS

• prurido ocular • piscar muito

• crostas nos cílios • Torticólis

• pálpebras e/ou olhos vermelhos • cair ou trombar em móveis com


freqüência
• Estrabismo
• aproximar-se muito da TV, lousa
• Leucocoria ou caderno

• Lacrimejamento • desinteresse por atividades que


requeiram fixação para longe e
perto
• fechamento exagerado dos olhos
na claridade
• baixo rendimento escolar
DESENVOLVIMENTO DA ACUIDADE VISUAL
MONO E BINOCULAR

• Boas condições anatômicas, fisiológicas e


estímulo visual

• Obstáculos à formação de imagens nítidas em


cada olho: opacidades corneanas, catarata,
estrabismo, anisometropia, oclusões palpebrais.

• Importante: desvios do desenvolvimento normal


devem ser identificados e corrigidos
precocemente
DESENVOLVIMENTO DA ACUIDADE VISUAL
MONO E BINOCULAR

RECÉM-NASCIDOS E PRIMEIRAS SEMANAS DE


VIDA

• principalmente visão periférica (mácula pouco


desenvolvida)

• movimentos não coordenados dos olhos.

• viram olhos e cabeça à procura de luz.

• estrabismo após 6 meses – oftalmologista.


DESENVOLVIMENTO DA ACUIDADE VISUAL
MONO E BINOCULAR

3ª e 4ª SEMANAS

• início de estruturação da fóvea

• reflexo de fixação rudimentar

• objetos ao redor do rosto


DESENVOLVIMENTO DA ACUIDADE VISUAL
MONO E BINOCULAR

3º MÊS

• reflexo de fixação desenvolvido

• deslocamento do objeto causa


movimento do olho

• imagem na mácula - lactente estuda


mãos e dedos por horas
DESENVOLVIMENTO DA ACUIDADE
VISUAL MONO E BINOCULAR

4º MÊS

• movimentos oculares instantâneos


e completos em todas as direções

• assoc. de fixação macular e


movimentos manuais
DESENVOLVIMENTO DA ACUIDADE VISUAL
MONO E BINOCULAR

6º MÊS

• estruturação do reflexo de fixação binocular

• imagens retinianas semelhantes e corretamente


localizadas em cada olho

• pode reconhecer brinquedos e alimentos


favoritos num raio de 1 a 1,5 metros

• fixação e acompanhamento de objetos usados


para medir AV
DESENVOLVIMENTO DA ACUIDADE VISUAL
MONO E BINOCULAR

9ª MÊS – 1 ANO

• coordenação motora e atenção visual


presentes

• início da visão estereoscópica ( em


profundidade)

• controle dos olhos em convergência


DESENVOLVIMENTO DA ACUIDADE
VISUAL MONO E BINOCULAR

2º ANO

• reconhecem à distância carros,


brinquedos, parentes e amigos

• Importante avaliar cada olho


separadamente.
DESENVOLVIMENTO DA ACUIDADE VISUAL
MONO E BINOCULAR

4º ANO

• AV totalmente desenvolvida (grandes diferenças


individuais)

9º – 10º ANO

• desenvolvimento visual praticamente completo.

• Importante combater a ambliopia antes dos 10


anos
VÍCIOS DE REFRAÇÃO

EMETROPIA

• visão e globo ocular normais

• ponto focal na retina

• visão nítida de perto e de longe


VÍCIOS DE REFRAÇÃO

HIPERMETROPIA

• ao nascer + 2 a + 3 D é fisiológico e
diminui com o crescimento

• esforço de acomodação para ver de perto


(astenopia)
VÍCIOS DE REFRAÇÃO

MIOPIA

• manifesta-se dos 7 aos 8 anos

• aproxima-se do objeto e diminui a fenda


palpebral para ver melhor

• esforço visual desencadeia cefaléia e


desinteresse

• interesse maior pelas atividades de perto.


VÍCIOS DE REFRAÇÃO

ASTIGMATISMO

• cefaléia

• fadiga ocular

• piora visão para longe e perto em


astigmatismos mais altos
VÍCIOS DE REFRAÇÃO

EMETROPIA

HIPERMETROPIA

MIOPIA
ASTIGMATISMO
VÍCIOS DE REFRAÇÃO

MIOPIA HIPERMETROPIA ASTIGMATISMO

PHOTOSCREENING TEST

ESOTROPIA E ANISOMETROPIA
PHOTOSCREENING TEST

• Detectar fatores ambliogênicos: estrabismo,


opacidades dos meios transparentes, e erros
refrativos significativos.

• Obtem-se imagens dos reflexos pupilares e do


reflexo vermelho do fundo de olho (teste de
Brückner)
PHOTOSCREENING TEST
Interpretação
• Hipermetropia leve: crescente inferior direito menor que 3
mm
• Hipermetropia significativa: crescente inferior direito igual ou
maior que 3 mm
• Miopia leve: crescente superior esquerdo menor que 2 mm
• Miopia significativa: crescente superior esquerdo igual ou
maior que 2 mm
• Anisometropia: diferença igual ou maior que 2 mm entre o
crescente no olho direito e olho esquerdo na mesma imagem
• Astigmatismo: diferença igual ou maior que 2 mm entre os
crescentes no mesmo olho na imagem superior e inferior
CORREÇÃO DOS VÍCIOS DE REFRAÇÃO

OBJETIVOS

• boa acuidade visual

• prevenção e tratamento da
ambliopia e do estrabismo

• tratar a astenopia
CORREÇÃO DOS VÍCIOS DE REFRAÇÃO

HIPERMETROPIA ATÉ 2 DIOPTRIAS

• sem estrabismo não necessita correção óptica

• indicada se houver déficit visual, ambliopia, estrabismo ou


astenopia

MIOPIA < 0,5 DIOPTRIAS

• não necessita correção óptica

ASTIGMATISMO

• deve ser corrigido se houver astenopia ou baixa de AV


Myrowitz EH.Juvenile myopia progression, risk factors and interventions.
Saudi J Ophthalmol. 2012 Jul;26(3):293-7.
The Wilmer Eye Institute, The Johns Hopkins University, Baltimore, MD, USA.

• O desenvolvimento e a progressão da miopia de


início precoce estão sendo ativamente
investigados.
• Enquanto a miopia é frequentemente
considerada uma condição benigna, deve ser
considerada um problema de saúde pública
pelas consequências econômicas, de qualidade
de vida, e visuais .
Myrowitz EH.Juvenile myopia progression, risk factors and interventions. Saudi J Ophthalmol.
 2012 Jul;26(3):293-7.
The Wilmer Eye Institute, The Johns Hopkins University, Baltimore, MD, USA.

• Quase metade da população com deficiência


visual no mundo tem erros de refração não
corrigidos,e a miopia com alto percentual
neste grupo.
• Acuidade visual não corrigida deve ser
rastreada e tratada , a fim de melhorar o
desempenho acadêmico , oportunidades de
carreira e status socioeconômico .
Myrowitz EH.Juvenile myopia progression, risk factors and interventions.
Saudi J Ophthalmol. 2012 Jul;26(3):293-7.
The Wilmer Eye Institute, The Johns Hopkins University, Baltimore, MD, USA.

• Fatores genéticos e ambientais


contribuem para o aparecimento e
progressão da miopia.
• Estudos com gêmeos têm apoiado
fatores genéticos, e investigação
contínua para identificar loci genéticos
da miopia.
Myrowitz EH.Juvenile myopia progression, risk factors and interventions. Saudi J Ophthalmol.
 2012 Jul;26(3):293-7.
The Wilmer Eye Institute, The Johns Hopkins University, Baltimore, MD, USA.

• Enquanto vários loci genéticos da miopia


foram identificados, definindo-a como um
transtorno complexo comum , não há ainda
um modelo genético que explique a
progressão da miopia nas populações .
Myrowitz EH. Juvenile myopia progression, risk factors and interventions.
Saudi J Ophthalmol. 2012 Jul;26(3):293-7.
The Wilmer Eye Institute, The Johns Hopkins University, Baltimore, MD, USA.

• Os fatores ambientais incluem: trabalho de


perto , níveis de educação , localização urbana
comparado à rural , e o tempo passado ao ar
livre .
• Neste campo de estudo , onde continua a
haver controvérsias na etiologia , há uma
concordância recente que as crianças que
passam mais tempo ao ar livre são menos
propensas a se tornar míopes.
Myrowitz EH. Juvenile myopia progression, risk factors and interventions.
Saudi J Ophthalmol. 2012 Jul;26(3):293-7.
The Wilmer Eye Institute, The Johns Hopkins University, Baltimore, MD, USA.

• Estudos populacionais em todo o mundo ,


alguns concluídos e outros em andamento,
com um protocolo comum, envolvendo a
coleta de dados de coorte genéticos e
ambientais, são de grande valor .
• Houve mudanças populacionais rápidas nas
taxas de prevalência, apoiando uma influência
ambiental.
Myrowitz EH. Juvenile myopia progression, risk factors and interventions.
Saudi J Ophthalmol. 2012 Jul;26(3):293-7.
The Wilmer Eye Institute, The Johns Hopkins University, Baltimore, MD, USA.

• Intervenções para prevenir a progressão da


miopia juvenil incluem: agentes
farmacológicos , óculos progressivos e bifocais
e lentes de contato rígidas gás permeáveis.
• Intervenções farmacológicas por ensaios por
mais de 1 – 2 anos têm se mostrado
benéficos.
Myrowitz EH. Juvenile myopia progression, risk factors and interventions.
Saudi J Ophthalmol. 2012 Jul;26(3):293-7.
The Wilmer Eye Institute, The Johns Hopkins University, Baltimore, MD, USA.

• Encontrou-se visão periférica desfocada afetando o processo


de emetropização que podem ser afetados por uso de óculos
ou lentes de contato rígidas gás-permeáveis.

• Precisão da acomodação também tem sido implicada na


progressão da miopia .

• Mais pesquisas terão por objetivo avaliar tanto o papel de


interação de influências ambientais e de fatores genéticos.
POSIÇÃO COMPENSATÓRIA DA CABEÇA
TORTICÓLIS

Paralisia do reto lateral Paralisia do obliquo superior Esotropia em


A face gira para o lado esquerdo A
do olho da paralisia Queixo deprimido e Queixo
muscular inclinação da cabeça elevado e
olhar para
baixo
ASSIMETRIA FACIAL

Cisto dermóide na Atrofia da órbita direita Síndrome de Perry-


parte superior da por altas doses de Romberg
órbita deslocando o radiação para
Hemiatrofia facial
olho para baixo retinoblastoma
progressiva direita,
midríase direita
GLOBO OCULAR

Sinoftalmo ou Sinoftalmo
ciclopia

Tetroftalmo
Duas faces
PROPTOSE

Proptose gradual progressiva Neuroblastoma


por glioma do nervo óptico Envolve parte
superior da
órbita

Infiltração orbitária na
leucemia aleucêmica
PTOSE

Ptose congênita Ptose congênita Síndrome de Marcus Gunn

Síndrome de inervação anômala do IIIº nervo


PÁLPEBRAS

Ectrópio
Retração palpebral Entrópio congênito congênito
bilateral – “olho em
sol poente”
PÁLPEBRAS

Coloboma congênito Elefantiase da pálpebra


superior por Nevus flammeus
neurofibromatose S. Sturge-Weber
Doença de von
Recklinghausen
PÁLPEBRAS

Edema palpebral bilateral


Reação alérgica na oxiuríase

Vacínia das pálpebras 2


semanas após vacinação

madarose
PÁLPEBRAS

poliose

Triquíase Triquíase Poliose

Distiquíase Pili torti Ptose ciliar


EXAME DA PUPILA

• Estática: anisocoria, irregularidades,


corectopia, policoria, clarão pupilar
(reflexo vermelho), leucocoria

• Dinâmica: reflexos fotomotores direto,


consensual e acomodação convergência,
swinging light test
SWINGING LIGHT TEST
• Identifica defeito pupilar aferente
• Observar o tamanho das pupilas em ambiente
escurecido
• O paciente olha a distância
• Iluminar com feixe luminoso de lanterna,
movendo-o para trás e para a frente de uma
pupila para a outra, observando o tamanho
das pupilas e a reação no olho iluminado
SWINGING LIGHT TEST
Interpretação
• A pupila iluminada contrai logo, enquanto a outra
também contrai consensualmente
• Na presença de catarata as pupilas respondem
normalmente
• Na presença de lesão do nervo óptico, o estímulo
aferente para o mesencéfalo é reduzido. A pupila,
respondendo menos, dilata em relação ao seu estado
constrito anterior, quando a luz é afastada do olho
não afetado em direção ao olho afetado (defeito
pupilar aferente (Pupila de Marcus Gunn)
TESTE DO OLHINHO

LEI MUNICIPAL
Novembro - 2002
TESTE DO REFLEXO VERMELHO
BRUCKNER
TESTE DO REFLEXO VERMELHO BRUCKNER

Anisometropia
Leucocoria

Coloboma da iris Reflexo vermelho


Leucocorias/Opacidade dos meios

Diagnóstico Diferencial

• Catarata Congênita
• Glaucoma Congênito
• Retinoblastoma
• R.O.P
• PHPV
• Descolamento de Retina
• Toxocaríase
• Leucoma
Catarata no olho E
Avaliação oftalmológica
Que tipo de paciente
• Glaucoma Catarata

Retinoblastoma
Treinamento de Pediatras
Programa
• Quando encaminhar a criança para o
oftalmologista
• Teste de Acuidade Visual
• Conjuntivite, blefarite, hordéolo. calázio
e obstrução das vias lacrimais
• Retinopatia da prematuridade/
Retinoblastoma
• Estrabismo/Ambliopia
• Catarata congênita
• Teste do reflexo vermelho
• Parte prática: ensino do reflexo vermelho
TESTE DO REFLEXO VERMELHO OU
TESTE DE BRUCKNER

• Como é realizado o exame de Reflexo Vermelho?


O Teste de Reflexo Vermelho é simples e rápido.

• O exame deve ser realizado na penumbra, para facilitar a


dilatação das pupilas.

• Quando houver dúvida ou dificuldade em realizar o


exame, pingar uma gota de tropicamida a 0,5% 30
minutos antes para dilatar a pupila e facilitar o exame.

• O pediatra usará uma lanterna ou um oftalmoscópio


direto que deverá ser colocado a uma distância de cerca
de 0,5 a 1 m dos olhos da criança.
TESTE DO OLHINHO
Reflexo da cor do fundo do olho, através dos meios oculares,
córnea, aquoso e vítreo.
O “reflexo vermelho” nem sempre corresponde fielmente ao
que é achado ao se realizar o teste, pois aparecem várias
outras tonalidades não necessariamente vermelhas, as quais
podem ser consideradas sem alteração.
A cor do do reflexo depende de: estágio de
desenvolvimento da retina, idade gestacional do recém
-nascido, uso de oxigênio, iluminação do ambiente e
posicionamento do RN. Este pode interferir no alinhamento
do seu eixo visual.
TESTE DO OLHINHO
• oftalmoscópio direto -emite luz que transpõe os meios transparentes do
olho, refletindo a coloração da retina.
• detecção precoce de doenças que comprometem o eixo visual, podendo
ser observada a leucocoria (pupila branca) -catarata congênita,por ex.
• a) ambiente em penumbra para proporcionar dilatação fisiológica das
pupilas;
• b) uso adequado das lentes do oftalmoscópio de 0 para +2, ou +5,
conforme a correção óptica do examinador;
c) direcionamento do foco luminoso para ambos os olhos da criança
simultaneamente, numa distância entre 40 a 50cm;
• d) observação da presença do reflexo que normalmente é vermelho-
alaranjado, ao incidir a luz através da pupila, de modo que fique
alinhada ao eixo visual.
Reflexo vermelho
Catarata congênita
AVALIAÇÃO OFTALMOLÓGICA
Que tipo de paciente?
Alterações neurológicas
RETINOCOROIDITE

TOXOPLASMOSE

TOXOCARÍASE
(AMENT E HENDERSON, 2006)
AVALIAÇÃO OFTALMOLÓGICA
Que tipo de paciente?

Síndromes Genéticas
AVALIAÇÃO OFTALMOLÓGICA

Prematuridade
Leucocorias

Centros de Referência
• Informar aos pediatras para onde
encaminhar
“Tem alguma coisa branca no olho do meu
filho!”
Treinamento de Pediatras

– Oferecer cursos teórico-práticos


regulares para
pediatras/neonatologistas

– Programa
Refração
Leucocorias na Infância

Leucocoria, um sinal importante de apresentação de várias


doenças oculares pediátricas (catarata congênita, ROP,
retinoblastoma, PVPH, Toxocaríase). Pode ser produzida
artificialmente por fotografias – flash fora do eixo – em olhos
saudáveis. Os autores demonstram as condições necessárias
para produzir esse fenômeno, que é mais comumente visto em
crianças, devido ao tamanho aumentado de suas pupilas , à
fotogenia e aos freqüentes “disparos” fora do eixo.

Off-Axis Digital Flash Photography: A Common Cause of Artefact Leukocoria in Children


.Heather et al. J Pediatr Ophthalmol Strabismus. 2010 JAN 1: 1 – 3
1- Idade : 5 anos - Leucocoria (a) direita e (b) esquerda em fotos do

mesmo dia
2- Idade : 6 meses - Leucocoria (c) esquerda e (d) bilateral em fotos
2 semanas após (com fixação para perto). Em ambos os casos, a
leucocoria é evidente no olho em adução. OBS.: Todos os casos
eram ortofóricos, sem erros refrativos importantes, sem causas
intraoculares de leucocoria.
Leucocoria na Infância
• Marshall e Gole postularam que a pupila branca é devido
a reflexão da luz proveniente do disco óptico. Este está
localizado a 15 º nasal à mácula,e seria iluminado por
uma fonte de luz 15 º temporal à linha de fixação (Fig. a).
Esta hipótese explica todos os nossos casos de leucocoria
unilateral, pois em cada caso, o fotógrafo se posicionou
temporalmente à linha de fixação do olho com
leucocoria. Ela também explica nosso caso bilateral
porque a convergência dos olhos pode resultar em uma
única fonte de luz central (ou seja, a câmera), sendo 15º
temporal à linha de fixação de ambos os olhos. (Fig.b)

• Marshall J, Gole G. Unilateral leukocoria in off axis flash photographs of normal eyes. Am J
Ophthalmol 2003; 135: 709-711
A) O olho D de um adulto, demonstrando a iluminação
do disco óptico quando existe um ângulo de 15º, com
o olho em adução, entre a fixação e a iluminação do
flash.
B) Convergência para fixação de perto permite a
iluminação dos dois discos ópticos pelo flash da câmera.
Com uma distância interpalpebral de 54 mm, isso
poderia ser visto com um alvo de fixação a 9,8 cm e
uma câmera a 3,83 centímetros.
C) Usando uma câmera colocada a 120 centímetros do rosto do
indivíduo e um alvo de fixação colocados a distâncias variáveis à D
do flash da câmera: (i) não há leucocoria com o alvo a 28
centímetros (correspondente a um ângulo de aproximadamente
13º), (ii) há leucocoria à D com o alvo a 32 cm (correspondente a
um ângulo de aproximadamente 15º), e iii) não há leucocoria com o
alvo a 36 cm (correspondente a um ângulo de aproximadamente
17º).
Qual é o diagnóstico?
CASO CLÍNICO

Um menino de 5 anos de idade foi encaminhado devido


a baixa de visão no olho esquerdo. Os pais notaram um
reflexo pupilar branco no olho esquerdo desde a idade
de um ano, mas não procuraram serviço médico.
A melhor acuidade visual corrigida era 20/20 no olho
direito e 20/400 esquerdo. Havia esotropia de 15
dioptrias prismáticas e leucocoria esquerda.
CASO CLÍNICO

• A fundoscopia do olho esquerdo revelou um grande


tumor na área macular medindo 9 x 9 mm de base e 1,4
mm de espessura.
O tumor era de aparência gelatinosa e tinha nítidas
alterações ao redor do epitélio pigmentar da retina.

• A calcificação foi confirmada em ultra-sonografia B.


Inferonasalmente, havia um segundo tumor perto da ora
serrata medindo 1,5 x 1,5 x 1 mm.

• A ressonância magnética do cérebro e órbitas foi


normal.
QUAL É O SEU DIAGNÓSTICO?

• A resposta correta para o seu diagnóstico? RETINOCITOMA.

•A ressonância magnética foi feita para excluir um tumor pineal,


porque havia a presença de dois tumores e ainda mutação
germinativa presumida.

• Tumor pineal é improvável de ocorrer após a idade de 5 anos,


assim não foi necessário repetir a ressonância magnética, mas o
paciente necessita de vigilância contínua para observar a
transformação maligna e tumores secundários em outros lugares.
CASO CLÍNICO

• Devido ao risco conhecido de malignização, a


crioterapia foi realizada na lesão menor, que era
potencialmente difícil de controlar devido à sua
localização periférica, mas a lesão maior foi
observada. Esta lesão permaneceu estável, com
dimensões inalteradas cinco anos após a
apresentação inicial.

REFERENCES
1. Singh AD, Santos MC, Shields CL, et al. Observations on 17 patients with
retinocytoma. Arch Ophthalmol. 2000;118:199-205.
2. Eagle RC Jr, Shields JA, Donoso LA, Milner RS. Malignant transformation of
spon­taneously regressed retinoblastoma, retinoma/retinocytoma variant.
Ophthalmology. 1989;98:1389-1395. 1. Singh AD, Santos MC, Shields CL, et al.
Observations on 17 patients with retinocytoma. Arch Ophthalmol. 2000;118:199-
205.
TOXOCARÍASE OCULAR
T. canis

GRANULOMA DE POLO POSTERIOR GRANULOMA PERIFÉRICO

Cortez RT, Ramirez G, Collet L, Giuliari GP. Ocular Parasitic Diseases: A


Review on Toxocariasis and Diffuse Unilateral Subacute Neuroretinitis. J
Pediatr Ophthalmol Strabismus. Vol xx, Nº x, 20xx. (Online adevanced release)
TOXOCARÍASE OCULAR

LEUCOCORIA, MASSA INFLAMATÓRIA ENDOFTALMITE CRÔNICA COM


CICATRICIAL PERIFÉRICA E M. CICLÍTICA DR PARCIAL

Cortez RT, Ramirez G, Collet L, Giuliari GP. Ocular Parasitic Diseases: A


Review on Toxocariasis and Diffuse Unilateral Subacute Neuroretinitis. J
Pediatr Ophthalmol Strabismus. Vol xx, Nº x, 20xx. (Online adevanced release)
TOXOCARÍASE OCULAR

A) GRANULOMA PERIFÉRICO COM TRAÇÃO FIBRÓTICA ATÉ O DISCO


ÓPTICO B) SEIS SEMANAS PÓS- VPP
Neuroretinite subaguda difusa unilateral - DUSN
Baylisascaris procyonis

ESTÁGIO PRECOCE: VITREÍTE, EDEMA DO DISCO ÓPTICO, E LESÕES


MULTIFOCAIS BRANCO-ACINZENTADAS
DUSN

ESTÁGIO TARDIO: ALTERAÇÕES FOCAIS E DIFUSAS DO EPR, DIMINUIÇÃO DO


CALIBRE DAS ARTERÍOLAS RETINIANAS E PALIDEZ DO DISCO ÓPTICO
DUSN

A) ESTÁGIO TARDIO – PARASITA (SETA)


B) PARASITA PÓS-FOTOC. A LASER
ROP e SHAKEN BABY SYNDROME

• A retinopatia da prematuridade é uma doença vasoproliferativa


que ocorre principalmente em recém-nascidos prematuros e de
baixo peso ao nascer.
. É uma doença potencialmente cegante que deve ser
rigorosamente rastreada.
. Por outro lado, a síndrome do bebê sacudido é um trauma não-
acidental comum e evitável.

Hassan AA et al. Retinopathy of Prematurity and Shaken Baby Syndrome. J Pediatr Ophthalmol Strabismus. 2009; 46 e1-2
(online – only article: short subjects).
ROP e SHAKEN BABY SYNDROME

• Os pediatras e os oftalmologistas
desempenham papel crucial para
diagnosticar e tratar a criança sacudida.

• Os autores descrevem uma criança com a


associação de retinopatia da
prematuridade e síndrome do bebê
sacudido.
ROP – ESTÁGIO IV: SANGRAMENTO PRÉ, INTRA E
SUBRETINIANO
AVALIAÇÃO OFTALMOLÓGICA

• Retinopatia da Prematuridade
– América Latina: principal causa de
cegueira infantil
– 100.000 crianças cegas 25.000 ROP
– PN: 600-2.000g IG < 30 semanas
– Brasil: 1.700 crianças/ano necessitem
de tratamento
– 850 crianças fiquem cegas por
ano pela ROP
RETINOPATIA DA PREMATURIDADE

• Definição: doença vasoproliferativa da retina


periférica exclusiva de recém-nascidos pré-
termos

• Epidemiologia: prematuridade extrema (peso <


1.000 g e idade gestacional < 27 semanas) é o fator
de risco mais importante para ROP, sendo o
oxigênio um fator de risco para o aumento da
ocorrência da doença. No Brasil: peso < 1.500 g e
idade gestacional 32 semanas (30% RN < 1.500 g).
Sobrevida maior aumenta ROP.
RETINOPATIA DA PREMATURIDADE
ETIOLOGIA

1. Retina embrionária - avascular até 16ª semana

2. Migração de células do endotélio vascular retiniano na


camada de fibras nervosas alcança periferia retiniana
temporal na 42ª semana

3. Nascimento: vasoconstrição reflexa com parada na


migração das células (hipóxia intrauterina X hiperóxia
extrauterina)

4. Síntese de VEGF (mecanismo ?, fator angiogênico)


induz proliferação dos últimos capilares formados na
retina (neovascularização)
CLASSIFICAÇÃO DE ROP SEGUNDO O
ESTÁGIO DA DOENÇA
CLASSIFICAÇÃO DE ROP SEGUNDO A LOCALIZAÇÃO
Diagrama ICROP (Ophthalmology Homepage, 1997)
12

• Zona 1: corresponde a um
círculo, tendo como raio
duas vezes a distância do 3
9

nervo óptico à mácula,


tendo o nervo óptico
como o centro

6
• Zona 2: estende-se das
bordas da zona 1, e seu
raio corresponde à
distância do n. óptico até
a ora serrata nasal

• Zona 3: corresponde a
retina temporal restante
RETINOPATIA DA PREMATURIDADE
Doença Plus

• Pode acompanhar qualquer


estágio da retinopatia ativa

• Sugere pior prognóstico da


ROP

• Dilatação e tortuosidade dos


vasos retinianos próximo ao
disco óptico sinal crítico da
ROP), opacidades e
hemorragias vítreas,
ingurgitamento dos vasos da
iris e rigidez pupilar

• Exames mais frequentes e


tratamento precoce
RETINOPATIA DA PREMATURIDADE
Tratamento
1. Regressão espontânea de ROP estágios 1 a 3 é a forma mais
comum na evolução da doença (ao redor de 80%)

2. Criocoagulação ou fotocoagulação com laser da retina


avascular, anteriormente à linha de demarcação, no estágio
3 podendo ser realizadas sobre sedação

3. Doença plus – tratamento mais precoce (item 2), antes de


atingir estágio 3

4. Indentação escleral se descolamento de retina e


vitrectomia com dissecção das membranas fibrovasculares
no estágio 5 (fibroplasia retrolental)

5. Não há prevenção da ROP. Antiangiogênicos ?


RETINOPATIA DA PREMATURIDADE
Estágio 1: Crista plana

• No limite entre a retina


vascularizada e avascular
(periférica), a crista está Estágio 2:
mais saliente (estágio 2),
que no extremo superior Crista
saliente
esquerdo, onde a crista é
mais aplanada (estágio 1)

Retinopatia estágio 3.  Crista


elevada, espessada e ondulada, Crista elevada e ondulada

entre a retina vascularizada e


periférica (lesão da ROP). Observa-
se marcas pelo tratamento com
laser efetuado 1 semana antes. A Marcas
ROP começa a regredir. Os vasos de laser
sanguíneos são tortuosos e
engurgitados: doença plus.

Vasos tortusos e engurgitados


RETINOPATIA DA PREMATURIDADE

Indicação para o exame

1. Técnica do exame: dilatação pupilar com gotas de


tropicamida a 0,5% e fenilefrina a 2,5% 30 min antes.
Oftalmoscópio indireto é o padrão ouro para o exame.
Imagem digital retiniana de contato de campo ampliado
que pode ser vista em monitor (RetCam 120)

2. 4ª semana de vida

3. Repetir exame a cada 2 semanas até total vascularização


retiniana

4. Havendo retinopatia em qualquer um dos seus estágios:


exame semanal ou em dias alternados para controle de
progressão da ROP e da presença da doença plus
RETINOPATIA DA PREMATURIDADE

• Seqüência após laser: exame 5 dias após


aplicação do laser; exame a cada 4
semanas até os 3 meses, e a cada 6
semanas até os 6 meses, e a cada 2
meses até 1 ano de idade.
GLAUCOMA CONGÊNITO
• Tríade clássica:
epífora, fotofobia e
blefaroespasmo

• Córneas aumentadas

• Rupturas na
membrana de
Descemet

• Aumento da Po
ESTRABISMO

OS
RS
RM
RL
RI
OI

RS
OD

RL

RI
ESTRABISMO

AVALIAÇÃO SENSORIAL

• ambliopia

• diplopia

• fusão

• supressão

AVALIAÇÃO MOTORA

• forias

• tropias
DESVIOS OCULOMOTORES

DESVIOS FORIAS TROPIAS

HORIZONTAIS ESOFORIAS ESOTROPIAS


EXOFORIAS EXOTROPIAS

VERTICAIS HIPERFORIAS HIPERTROPIAS


HIPOFORIAS HIPOTROPIAS

TORSIONAIS INCICLOFORIAS INCICLOTROPIAS


EXCICLOFORIAS EXCICLOTROPIAS
DESVIOS OCULOMOTORES

ESOTROPIA HIPERTROPIA
EXOTROPIA
DESVIOS OCULOMOTORES

1. ESOTROPIA OU ESTRABISMO
CONVERGENTE

2. EXOTROPIA OU ESTRABISMO
DIVERGENTE

3. HIPERTROPIA OU ESTRABISMO
VERTICAL

4. ESOFORIA, EXOFORIA E
INSUFICIÊNCIA DE CONVERGÊNCIA
ESTRABISMO
ESTRABISMO

objetos A e B são projetados em pontos correspondentes da retina.


AMBLIOPIA E ESTRABISMO
ptose envolvendo o eixo visual

Granet D. e Khayaly S. Pediatric Annals 2011; 40:2


Ambliopia
AMBLIOPIA E ESTRABISMO

Exotropia: reflexo corneano deslocado


nasalmente.

Hipertropia à D – desvio do OD
para cima
AMBLIOPIA E ESTRABISMO

Esotropia Infantil

Esotropia Infantil
com desvio antes dos 3 meses.
Hemorragia subconjuntival
recém-nascido (trabalho de parto)
TESTE DO REFLEXO
CORNEANO(Hirschberg)
TESTE DE HIRSCHBERG

Esotropia

Exotropia

Pseudoestrabismo
OPTOTIPOS DE LEA

Screening Visual para 3 – 4 anos de idade


ESTRABISMO CONVERGENTE
ESOTROPIA

1. ESOTROPIA CONGÊNITA

2. ESTRABISMO ACOMODATIVO

3. ESTRABISMO POR DEPRIVAÇÃO


SENSORIAL

4. PARALISIA DO VI PAR CRANIANO


ESOTROPIA CONGÊNITA
• aos 6 meses de vida
• olhos com fixação cruzada
• ambliopia não é significativa
• vício de refração normalmente não é alto
• história familiar de estrabismo
• associação com desvios verticais e nistagmo

• oclusão alternada para combater ambliopia e


forçar movimentos oculares em todas as
posições do olhar
• realização da cirurgia precoce com AV igual em
AO
ESTRABISMO ACOMODATIVO

• hipermetropia geralmente de alto grau

• correção da hipermetropia diminui o esforço


acomodativo corrigindo total ou parcialmente o
estrabismo

• a cirurgia quando realizada corrige apenas o


desvio que a acomodação não compensa

• manter óculos para compensar o restante do


desvio
Meu filho tem olho torto
ESTRABISMO POR DEPRIVAÇÃO SENSORIAL

• baixa AV em um ou ambos os olhos por:


catarata congênita, opacidade corneana,
cicatriz retiniana, anisometropia, ...
levam ao não desenvolvimento da visão e
ao desvio ocular

• tratar a causa e a ambliopia

• cirurgia estética sem fusão de imagens


retinianas
PARALISIA DO VIº PAR CRANIANO

• VI par inerva o m. reto lateral

• predomínio da ação do reto medial

• esodesvio.
ESTRABISMO DIVERGENTE
EXOTROPIA

• aparece entre 7 – 8 anos de idade

• se alternar o olhar, não terá


ambliopia

• o desvio pode ser constante ou


intermitente ( aparece quando a
criança está cansada, distraída ou
doente
Estrabismo
ESTRABISMO VERTICAL
HIPERTROPIA

• comprometimento dos músculos verticais (retos


superior e inferior e obliquos)

• posição viciosa da cabeça

• a criança vira a cabeça na posição que o desvio


ocular é anulado (torcicolo)

• criança com torcicolo congênito: fazer exame


oftalmológico antes do ortopédico.
Estrabismo
ESOFORIA, EXOFORIA E
INSUFICIÊNCIA DE CONVERGÊNCIA

• desconforto

• cefaléia

• embaralhamento da visão de perto

• desinteresse pela leitura.


PSEUDO-ESTRABISMO

EPICANTO – FALSO ET

Importante diagnóstico diferencial


Prega de epicanto, base do nariz larga, ou
pequenas distâncias interpupilares
COMO DIAGNOSTICAR O
ESTRABISMO

• Teste de Hirschberg
• Teste de Krimsky
• Cover test
• Cover-uncover test
TESTE DE HIRSCHBERG
TESTE DE COBERTURA
COVER TEST
TESTE DE KRIMSKY
TRATAMENTO DO ESTRABISMO
• Anamnese cuidadosa
• Refração e correção óptica se
necessário
• Tratamento da ambliopia pela
oclusão do olho de melhor AV
• Exercícios ortópticos se necessário
• Cirurgia se necessária, funcional ou
estética
Cefaleia na infância
Cefaleia na infância
• Anamnese: trauma prévio?
• Quanto mais jovem:provável causa orgânica
• 1.Episódios agudos(minutos ou horas):
• meningite,encefalite, hemorragia
subaracnoidea,trauma
• Hipertensão arterial
• Infecção sistêmica com febre
• Sinusite e mastoidite
• Uveite e glaucoma
Cefaleia na infância
• Crianças mais jovens:provável causa orgânica
• Anamnese: trauma prévio?
• 1.Episódios agudos(minutos ou horas):
• meningite,encefalite, hemorragia
subaracnoidea,trauma
• Hipertensão arterial
• Infecção sistêmica com febre
• Sinusite e mastoidite
• Uveite e glaucoma
Cefaleia na infância
• 2.Episódios recorrentes agudos:
• Enxaqueca
• Aumento da pressão intracraniana/hidrocefalia
intermitente
• Hemorragia subaracnoidea
• 3.Cefaéias subagudas(dias ou semanas):
• Tumor intracraniano, abscesso, ou hematoma
subdural
• Hipertensão intracraniana benigna
Cefaleia na infância
• 4.Cefaleias crônicas:
• Cefaleia tensional(“stress”)
• Cefaleia de causa ocular por
astenopia(“esforço visual”)
• Problema dentário e da
articulaçãotemporomandibular
• Alterações psiquiátricas ou psicológicas
Cefaleia e doenças oculares
• Cefaleia de origem ocular-causa incomum na infância
• Sintomas relacionados às atividades escolares e
leitura, sendo raros ao despertar
• Cefaleia mais frequente região frontal ou periocular,
presente quase diariamente(mais rara fim-de-
semana ou férias)
• Causas:defeitos de refração,desvio ocular latente,
intermitente e insuficiência de convergência,
defeitos de acomodação/focalização
Cefaleia e doenças oculares
• Doenças oculares:uveite,glaucoma e doenças da
córnea -dão dor periocular
• Defeitos de refração: aperta pálpebras para fixar
objetos e ver melhor-contração muscular prolongada
causa sintomas-px lentes corretoras adequadas
• Estrabismos latentes NÃO provocam astenopia(olho
pesado,sono,borramento da visão,olho
vermelho).Assim como os intermitentes só dão
sintomas qdo. pac. precisa fazer esforço para manter
olhos alinhados
Cefaleia e doenças oculares
• Cefaleia e astenopia são mais frequentes-
insuficiência de convergência-sintomas relacionados
à leitura(não consegue ler ou dificuldade para se
concentrar)
• Defeitos de acomodação-dificuldade para
ler(=presbiopia). Causas psicogênicas;
orgânicas:pupila de Adie,bloqueio farmacológico por
drogas-atropina, paralisias incipientes
• Tratamento:exercícios ortópticos
Refração
DISTÚRBIOS DA VISÃO

• Amaurose
• Ambliopia
• Nictalopia
• Diplopia
• Distúrbios
• Supressão psicogênicos

• Dislexia
Dislexia
• As dificuldades de aprendizagem constituem um
grupo diversificado de distúrbios nos quais as
crianças que geralmente possuem inteligência pelo
menos média, têm problemas de processamento de
informações ou de leitura
• Etiologias são multifatoriais e refletem influências
genéticas e disfunção de sistemas cerebrais.

From the American Academy of Pediatrics


Joint Technical Report ---Learning Disabilities, Dyslexia, and Vision
Sheryl M. Handler, MD, Walter M. Fierson, MD, the Section on Ophthalmology and Council on
Children with Disabilities, American Academy of Ophthalmology, American Association for
Pediatric Ophthalmology and Strabismus, and American Association of Certified Orthoptists
Dislexia

• Deficiência de leitura ou dislexia é a


dificuldade de aprendizagem mais comum.
• Dificuldade de aprendizagem receptiva
baseada na linguagem, que se caracteriza por
dificuldades com a decodificação,
reconhecimento da palavra fluente,
nomeação rápida, e / ou leitura de
compreensão de habilidades.
Dislexia
• Essas dificuldades resultam tipicamente de um
déficit no componente fonológico da linguagem que
a torna difícil de usar o código alfabético para
decodificar a palavra escrita.
• O reconhecimento precoce e encaminhamento para
profissionais qualificados para avaliações baseadas
em evidências e tratamentos são necessários para
alcançar o melhor resultado possível.

• Por ser um distúrbio de linguagem de base, o


tratamento deve ser dirigido para essa etiologia.
Dislexia

• Programas de recuperação : instrução


específica na decodificação, treinamento,
fluência, vocabulário e compreensão.

• A maioria dos programas inclui intensiva


instrução diária individualizada, que ensina
explicitamente consciência fonêmica e
aplicação de fonética.
Dislexia

• Problemas de visão podem interferir com o


processo de leitura, mas as crianças com dislexia ou
dificuldades de aprendizagem têm a mesma função
visual e saúde ocular, que as crianças sem dislexia.

• Atualmente, não existe evidência científica


suficiente para apoiar o fato de que problemas
visuais ou oculares causem ou agravem as
dificuldades de aprendizagem.
Dislexia

• Difícil de ser entendido pelo público, e de


difícil tratamento pedagógico, tais
dificuldades de aprendizagem têm gerado
uma grande variedade de procedimentos de
diagnóstico e tratamento não baseados em
evidência
Dislexia

• Não há evidência científica que o treinamento


visual, os exercícios musculares,os exercícios
oculares de busca e rastreamento, terapia de visão
comportamental / perceptual, o "treinamento" de
óculos, prismas, lentes coloridas e filtros sejam
tratamentos eficazes diretos ou indiretos para
dificuldades de aprendizagem(dislexia).
Dislexia
• Não há nenhuma evidência de que as
crianças que participam de” terapias de
visão” sejam mais sensíveis à instrução
educacional do que as crianças que não
participam da mesma.
Dislexia - causas
• Excesso(ou falta) de tecido neural

• Migração de céls. do córtex cerebral de uma camada para outra

. Alterações da comunicação entre os 2 hemisférios cerebrais por malformações


do corpo caloso

. Excesso de testosterona durante a vida Intrauterina

. Fumo no terceiro trimestre de gravidez

. Alterações da forma de determinadas circunvoluções cerebrais

. Alterações nos cromossomas 6 e 21

. Estudos recentes(http://www.dislexia.med.br) apontam como causa uma


disfunção perceptiva de causa proprioceptiva
Dislexia

Propriocepção(SP):estado do nosso corpo e sua relação com o espaço que o


rodeia(bem-estar/mal-estar,força/fraqueza, frio/calor, posição de cada
segmento do corpo,vertical/horizontal.

Sistema proprioceptivo (SP)recebe a mesma informação de vários


receptores:por ex., verticalidade---visão,pele dos pés, labirinto,pressão sobre
articulações dos MMII, percepção da tensão dos mm. antigravitários...
Erros sistemáticos de postura - SP: descoordenação – envia bloqueios
circuitos cerebrais, atingindo área de leitura...letra b é interpretada como
d...ou então, per, percebe-se pre.

Tratamento: corrigir o SP (mobiliário adequado, boa postura,correção de


posições e atitudes corporais, e lentes prismáticas associadas,quando
indicadas)
Dislexia
• Incapacidade de desenvolver o nível esperado da
habilidade de leitura, a despeito da constatação da
normalidade intelectual.
• Maioria dos disléxicos também demonstra pouca
habilidade na escrita.
• Dislexia é um distúrbio primário da leitura e deve ser
diferenciado de dificuldades secundárias de leitura
devido a retardo mental, privações ambientais ou
educacionais e doenças orgânicas ou físicas.
Dislexia
• Por não haver nenhum exame padrão para
dislexia, o diagnóstico geralmente é feito
comparando-se a habilidade de leitura com a
inteligência e com as expectativas do padrão
de leitura.
• Distúrbio relacionado à linguagem, não sendo
causado por defeito ocular ou de acuidade
visual, e nem é atribuível a defeitos de
mobilidade ocular ou alinhamento binocular
Dislexia
• Embora a avaliação oftalmológica das crianças
que apresentam problemas de leitura seja
recomendada para diagnosticar e corrigir
qualquer problema ocular concomitante,
como erro de refração, ambliopia ou
estrabismo, não se deve esperar que o
tratamento direcionado exclusivamente aos
olhos consiga corrigir o desenvovimento da
dislexia(Nelson, cap 620, pág.2581)
BLEFARITE E CELULITE

BLEFARITE ESTAFILOCÓCICA CELULITE PRÉ-SEPTAL

BLEFARITE SEBORRÉICA CELULITE ORBITÁRIA


HORDÉOLO E CALÁZIO
Plica semilunaris
OBSTRUÇÃO CONGÊNITA DO DUCTO LÁCRIMO-NASAL E
DACRIOCISTITE E DACRIOCELE

MUCOCELE CONGÊNITA
APARELHO LACRIMAL

SONDAGEM LACRIMAL

EPÍFORA DACRIOCISTITE
EPÍFORA CONGÊNITA (OBSTRUÇÃO CONGÊNITA DO DUCTO
LÁCRIMO-NASAL)

A ONLC – 90 % das obstruções congênitas das


vias lacrimais; 6 – 20% dos recém-nascidos
( Brasil 2,7 %)

Schellini S A et al. Arq Bras Oftalmol. 2005;68(2):241-4


OBSTRUÇÃO CONGÊNITA DO DUCTO LÁCRIMO-NASAL

• Massagem de Criegler até 1 ano de idade

• > 1 ano – fibrose e aderências devido inflamação crônica


diminuem chances

• A grande maioria das ONLC (até 95%


delas) podem se resolver espontaneamente, até o
primeiro ano de vida.

• Mesmo com a idade de 2 anos, 69% das ONLC


ainda podem desaparecer sem sondagem

Schelini S A et al. Arq Bras Oftalmol. 2005;68(2):241-4


OBSTRUÇÃO CONGÊNITA DO DUCTO LÁCRIMO-NASAL

• índice de cura espontânea elevado, mesmo em crianças


maiores

• 25% das crianças que evoluíram para a cura espontânea


tem mais de 3 anos de idade.

• crianças menores que 1 ano, de 1 a 2 anos ou maiores


que 2 anos, possuem índices semelhantes de insucesso
da sondagem

• Aconselha- se aguardar até idade maior que 1 ano para


realização da sondagem.
OBSTRUÇÃO CONGÊNITA DO DUCTO LÁCRIMO-NASAL

• Infecção oportunista com secreção


mucopurulenta abundante – utilizar antibiótico
tópico pelo Gram e cultura com antibiograma

• Iniciar eritromicina a 0,5%, compressas


mornas,ou tobramicina colírio

• Se dacriocistite – antibiótico sistêmico


(amoxicilina) e eventual internação
Epífora congênita
• A etiologia mais comum para epífora congênita é a obstrução do ducto
lacrimonasal. A obstrução congênita do ducto lacrimonasal (OCDLN) é a
anormalidade mais freqüente do aparelho lacrimal da criança. Sua
incidência varia de 1,8% a 20%.
• O objetivo primário deste estudo foi avaliar a eficácia da técnica de
dilatação do ducto lacrimonasal usando cateter-balão para tratamento da
obstrução congênita do segmento inferior das vias lacrimais em crianças
com idade entre dois e seis anos.
• Além disso, buscou-se avaliar os achados anatômicos das vias lacrimais de
crianças com OCDLN por meio da dacriocistografia por tomografia
computadorizada com multi-detectores (DCG-TC-MD) com reconstrução em
três dimensões (3D), antes e após a dilatação com cateter-balão.
• (Carvalho, RMLS.2010.Avaliação da eficácia da dilatação com cateter-balão (dacrioplastia) para o tratamento das obstruções congênitas do ducto
lacrimonasal / Efficacy of balloon catheter dilation (dacrioplastia) for the treatment of congenital obstruction of nasolacrimal
duct .http://bdtd.ufg.br/tedesimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=1446)
QUAL É O DIAGNÓSTICO?
CASO CLÍNICO
• O exame físico revelou uma área de 1 cm de
eritema e inchaço abaixo do canto medial
direito. Não havia hiperemia conjuntival. Suave
pressão sobre a área inchada produziu uma
quantidade abundante de material purulento do
ponto lacrimal inferior.

• Foram prescritas Gatifloxacina tópica a cada


hora e ampicilina oral 30 mg / kg /
dia.Realizou-se sondagem e irrigação do ducto
lacrimal direito após dois dias de tratamento,
com resolução do seu problema.
CASO CLÍNICO

Um bebê de 5 dias de vida foi examinado com um grande


edema avermelhado abaixo do olho direito.

Os pais da criança notaram o inchaço no RN com cerca de 30


minutos de vida.

A área tornou-se progressivamente maior e eritematosa, com


secreção na fenda palpebral, observada no 3 º dia de vida.

Ela nasceu a termo e saudável, e sua história familiar era


normal.

Chen VM. What’s your diagnosis? J Pediatr Ophthalmol Strabismus.


2010;47(2):74 – 5.
QUAL É O SEU DIAGNÓSTICO?

A resposta correta para o seu diagnóstico é?

Dariocistocele congênita com dacriocistite aguda.

REFERENCES

1. Wong RK, VanderVeen DK. Presentation and management of congenital dacryocystocele.


Pediatrics. 2008;122:e1108-e1112.

2. Becker BB. The treatment of congenital dacryocystocele. Am J Ophthalmol. 2006;142:835-838.

3. Shashy RG, Durairaj VD, Holmes JM, Hohberger GG, Thompson DM, Kasperbauer JL. Congenital
dacryocystocele associated with intra nasal cysts: diagnosis and management. Laryngoscope.
2003;113:37-40.
Dacriocistocele congênita
A dacriscistocele congênita é uma variante rara da obstrução
congênita do ducto lacrimal, com uma incidência de 0,7% em
todas as crianças, 0,02% em recém-nascidos, e 0,1% em crianças
com obstrução congênita do ducto lacrimo-nasal
A conclusão deste estudo é que a dacriocistocele tem boa
chance de se resolver espontaneamente com tratamento
conservador e observação cuidadosa, e a ruptura da
dacriocistocele para o canalículo comum pode ser um
importante precursor de dacriocistite.

( Mimura M. et al. Process of spontaneous resolution in the conservative


management of congenital dacryocystocele. Clinical Ophthalmology 2014:8 465–
469)
CONJUNTIVITE
CONJUNTIVITES NA INFÂNCIA

• OPHTHALMIA NEONATORUM

• CONJUNTIVITES VIRAIS

• BACTERIANAS
OPHTHALMIA NEONATORUM
CAUSAS

• OMS – primeiras 4 • bactérias inclusive


semanas de vida clamídia

• edema e eritema em • virus


pálpebras e
conjuntivas • química (nitrato de
prata a 1% - Credé),
• com ou sem secreção em 24 – 48 h)
purulenta
• Gram e Giemsa e
cultura.
• emergência ocular
Conjuntivite neonatal
Tracoma
CONJUNTIVITES NEO-NATAIS

Conjuntivite química Conjuntivite por


clamídia

Conjuntivite gonocócica
CONJUNTIVITES

• Alérgicas

• Microbianas:
bacterianas, fúngicas,
parasitárias e virais

• Tóxicas

• Traumáticas
CONJUNTIVITES ALÉRGICAS
Cinco categorias

1. Sazonal
2. Perene
3. Ceratoconjuntivite primaveril
(vernal)
4. Ceratoconjuntivite atópica
5. Conjuntivite papilar gigante
CONJUNTIVITES ALÉRGICAS
SAZONAL E PERENE
• Fatores
desencadeantes: os
mesmos da rinite
alérgica – antígenos
transportados pelo
ar (pólen, grama,
ervas daninhas)
provocam prurido,
olho vermelho,
queimação e
lacrimejamento.

• A principal diferença
entre a sazonal e a
perene é o período
do ano com
sintomas

.
CERATOCONJUNTIVITE ALÉRGICA
PRIMAVERIL (VERNAL)

• Inflamação crônica
bilateral, comumente
associada a história
pessoal e/ou familiar Papila
gigante
de atopia

• Mais de 90% dos


pacientes apresentam
asma, eczema ou
rinite alérgica sazonal

Úlcera em
escudo
CERATOCONJUNTIVITE ATÓPICA

• Inflamação bilateral de
conjuntiva Hiperemia
• Fortemente associada a conjuntival
dermatite atópica
(hipersensibilidade tipo I}
• A dermatite atópica é
transtorno hereditário,
comum, surgindo na infância
e regredindo com a idade
Muco
• Afeta 3% da população, e Exsudação serosa
25% destes têm
envolvimento ocular
CONJUNTIVITE PAPILAR GIGANTE

• Papilas gigantes Papilas gigantes


resultantes de reação
imunológica a corpos
estranhos variados
(lentes de contato,
fios de sutura e
explantes de silicone
expostos) que
causam irritação
mecânica da
conjuntiva tarsal
Muco
superior
TRATAMENTO DAS CONJUNTIVITES ALÉRGICAS

• Remover alérgenos: solução fisiológica gelada

• Compressas frias e adstringentes (nafazolina e


feniramina)

• Anti-histamínicos: emedastina (Emadine),


levocabastina (Livostin), epinastina
(Relestat),alcaftadina(Lastacaft)

• Estabilizadores de mastócitos: cromoglicato


dissódico (Cromolerg e Maxicron), olopatadina
(Patanol), cetotifeno (Zaditen), lodoxamida
(Alomide)
Ceratoconjuntivite vernal
TRATAMENTO DAS CONJUNTIVITES ALÉRGICAS

• Corticóides: Loteprednol (Alrex e


Loteprol),acetato de prednisolona
(Predmild) e outros.

• Antiinflamatórios não-esteróides:
cetorolaco de trometamina (Acular,
Cetrolac)

• Imunossupressores: ciclosporina (Restasis)


Conjuntivite alérgica
• Ausência de efeitos colaterais oculares após 2 anos de uso de esteroides
tópicos para rinite alérgica (Lack of Ocular Side Effects After 2 Years of
Topical Steroids for Allergic Rhinitis. Emin Ozkaya, MD; Mustafa Ozsutcu, MD;
Fatih Mete, MD Budesonida tópica nasal

J Pediatr Ophthalmol & Strabismus • Vol. xx, No. x, 20XX (on line advanced
release)
CONCLUSÃO
Dois anos de tratamento de crianças com rinite alérgica crônica com budesonida
intranasal na dose média diária de cerca de 100 mg não está associada com
aumento da ocorrência de catarata, glaucoma xeroftalmia, e ceratocone.

Não podemos descartar a ocorrência posterior de efeitos colaterais. Como não


houve efeitos colaterais oculares determinados pelos parâmetros utilizados no
estudo atual, o uso intermitente de budesonida nasal crônica na faixa etária
pediátrica, principalmente em crianças com rinite alérgica crônica, é clinicamente
seguro para as estruturas oculares estudadas.
CONJUNTIVITES BACTERIANAS

• Comuns e autolimitadas

• Início agudo, hiperemia e secreção


abundantes, fotofobia, reação papilar

• Gram pos. (S. epidermidis e aureus,


Streptoccus pneumoniae)

• Gram neg. (H. influenzae, Moraxella


sp)
CONJUNTIVITES VIRAIS

• herpes é raro, ocorre nas primeiras duas


semanas após o parto

• quadro severo com envolvimento intra-


ocular, ou mesmo pneumonite,
meningite e septicemia

• citomegalovirus e adenovirus são raros


CONJUNTIVITES BACTERIANAS

• 2 a 4 dias de vida
• transmissão pelo ar
• logo após o parto
• Neisseria e Clamídia
transmitem durante o
parto.
• Clamídia: 4 a 12 dias
CONJUNTITE GONOCÓCICA
de vida
• Neisseria penetra a
córnea integra
CONJUNTIVITES VIRAIS

• Mais comuns por adenovirus (vários


sorotipos)
Quadro clínico
• febre faringoconjuntival
• ceratoconjuntivite epidêmica
• Ambas contagiosas por até duas
semanas.
• A primeira afeta principalmente Ceratoconjuntivite
crianças acompanhada de IVAS e epidêmica
ceratites em 30%.
• A segunda, sem sintomas,
desenvolve ceratite em até 80% dos
casos.
CONJUNTIVITES VIRAIS

Quadro clínico agudo

• inicialmente mais intenso em um olho


• desconforto
• fotofobia
• hiperemia
• reação folicular
• exsudação aquosa
• adenopatia pré-auricular
• hemorragias subconjuntivais
• pseudomembranas ou membranas Infiltrados subepiteliais
• infiltrados subepiteliais ↓visão
• evolução em duas semanas ou mais
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DO OLHO
VERMELHO

OLHO VERMELHO COM SECREÇÃO – causas mais


comuns são conjuntivites, ophthalmia
neonatorum (RN), e as blefarites; menos comus
são reações alérgicas agudas e as dacriocistites
e as canaliculites

OLHO VERMELHO INDOLOR OU DISCRETAMENTE


INDOLOR E SEM SECREÇÃO – hemorragia
subconjuntival e blefarites discretas

OLHO VERMELHO COM DOR – suspeitar de


abrasão, erosão ou úlcera de córnea, uveíte ou
esclerite (raro)
ROSÁCEA OCULAR NA INFÂNCIA

MAVRAKANAS N, SCHUTZ JS, DOSSO AA. J Pediatr


Ophthalmol Strabismus. 2010;47(2):117 – 120.
UVEÍTE E ESCLERITE/EPISCLERITE
PTERÍGIO/PINGUÉCULA

UVEÍTE ANTERIOR EPISCLERITE/ESCLERITE

PINGUÉCULA
PTERÍGIO
SINÉQUIAS ANTERIORES E CATARATA
TRATAMENTO DAS CONJUNTIVITES
• Tratamento para cocos Gram + : pomada de
tetraciclina a 1% ou eritromicina a 0,5% de 4/4 h
por 7 dias (aminoglicosídeos, cefalosporinas e
quinolonas)

• Tratamento para Gram - : pomada de gentamicina


a 0,3% ou tobramicina a 0,3% de 4/4 h por 7 dias

• Tratamento para Neisseria: penicilina G aquosa,


100.000 u/kg/dia em 4 doses IV por 7 dias, ou
penicilina benzatina 50.000 u/kg IM.
Alternativamente, dose única de ceftriaxona, 125
mg IM. Quando a bactéria produz penicilinase,
gentamicina 5mg/kg/dia IM duas doses 7 dias.
Uso tópico de eritromicina e sol. Fisiológica em
irrigação freqüente.
TRATAMENTO DAS CONJUNTIVITES
• Tratamento para Clamídia: eritromicina sistêmica,
50mg/kg/dia, VO em 4 doses, por 14 dias; uso
tópico de pomada oftálmica de eritromicina 0,5% 4
X ao dia por 3 – 4 semanas

• Tratamento para vírus: compressas com água


boricada 3% ou sol. Fisiológica gelados. Esteróides
tópicos podem agravar o quadro visual. Trifluridina
a 1% manipulado para conjuntivite viral
herpética do recém-nascido (de duas em duas
horas 7 dias). Associar aciclovir 10 mg/kg a cada 8
h por 10 dias para evitar envovimento sistêmico.
CERATITE

CERATITE CERATITE
DISCIFORME HERPÉTICA

HIPÓPIO

INFILTRADO

CERATITE CERATITE
BACTERIANA BACTERIANA
TRAUMA OCULAR EM
PEDIATRIA
LLLuiz Carlos Molinari
Joel Edmur Boteon
Lu
DEFINIÇÕES DOS TERMOS UTILIZADOS PARA
DESCREVER AS LESÕES OCULARES

Termo Definição
Abrasão Defeito do epitélio corneano. Cora
com fluoresceína. Cicatrização em 24 -
48 horas
Contusão Resultado de lesão contusa no local da
pancada ou mais distante
Lesão A parede do globo ocular está intacta,
fechada mas estruturas internas do olho
encontram-se danificadas
Ruptura Lesão aberta e irregular devido à
contusão, normalmente distante do
local da lesão, nos pontos mais fracos
do globo ocular: concêntrica ao limbo,
atrás das inserções dos músculos
extra-oculares ou no equador
DEFINIÇÕES DOS TERMOS UTILIZADOS PARA
DESCREVER AS LESÕES OCULARES

Termo Definição

Lesão Abertura total da espessura ocular:


aberta pode ocorrer devido a lesão contusa
grave ou por lesão penetrante
Laceração Abertura parcial da espessura ocular
lamelar causada por objeto cortante
Laceração Penetração total da parede ocular
Penetração Apenas ferida superficial
Perfuração Lesão “penetrante”; lesão que
atravessa diretamente o olho
provocando feridas internas e externas
PÁLPEBRAS E VIAS LACRIMAIS

Canalículo lacrimal

Glândula lacrimal
Saco lacrimal
Ducto
lacrimonasal
EQUIMOSE, EDEMA E LACERAÇÕES SUTURADAS
DE PÁLPEBRAS

Equimose
LACERAÇÃO DE PÁLPEBRAS E VIAS LACRIMAIS
REPARADAS E HEMORRAGIA SUBCONJUNTIVAL

Reflexo vermelho

Hemorragia
subconjuntival
SINAIS OCULARES E SUAS IMPLICAÇÕES APÓS O
TRAUMA OCULAR

Estrutura Aspectos e Implicação


características
associadas
Pálpebras Laceração das Requer reparação precisa
margens
palpebrais
Lesão Verificar a perfuração do globo ocular
penetrante
Envolvimento Verificar a lesão canalicular
do canto
medial
Conjuntiva Hemorragia Habitualmente inofensiva, mas excluir
subconjuntival perfuração se a pressão intra-ocular
for baixa
Esclera Coloração Verificar perfuração ou laceração
cinzenta ou escleral
castanha
GLOBO OCULAR

Corpo ciliar Coróide

Câmar a anterior Retina

Córnea Corpo Nervo óptico


vítreo
Pupila

íris

Cristalino Esclera
CORPO ESTRANHO NA CONJUNTIVA PALPEBRAL

Corpo estranho
Retirada de corpo estranho na
conjuntiva palpebral
Hemorragia subconjuntival
SINAIS OCULARES E SUAS IMPLICAÇÕES APÓS O TRAUMA
OCULAR

Estrutura Asp. Carac. Ass. Implicação


Córnea Corpo estranho Remover o corpo estranho
Abrasão Antibióticos tópicos e oclusão
Esfoliação Tratamento como da abrasão
epitelial por
solda elétrica
Laceração com Reparação urgente
prolapso da iris
Câmara Hifema Em caso de glaucoma secundário,
anterior baixar a pressão intra-ocular com
acetazolamida V.O. (Diamox)
Pupila Dilatada Verificar a laceração com prolapso da
iris e remete-la para reparação urgente
Em forma de D Tratamento conservador, mas verificar
– diálise da iris se ocorre glaucoma secundário
PUPILA PIRIFORME

Hemorragia subconjuntival
SINAIS OCULARES E SUAS IMPLICAÇÕES APÓS O
TRAUMA OCULAR

Estrutura Asp. Carac. Ass. Implicação

Cristalino Tremor de íris - Normalmente necessita de remoção


deslocamento cirúrgica
do cristalino
Catarata Tratamento cirúrgico
traumática
Reflexo Ausente ou Possível hemorragia vítrea
vermelho fraco
Proptose Pálpebras Fratura violenta da parede medial com
edemaciadas e ar na órbita, contusão orbitária ou
olhos protrusos hematoma subperiostal
Enoftalmo Afundamento Fratura violenta do assoalho da órbita
do globo ocular
CORPOS ESTRANHOS NA CÓRNEA

Corpos estranhos de
córnea
TRATAMENTO DAS LESÕES OCULARES ATRAVÉS
DOS PRIMEIROS SOCORROS

Causa da Queimadu- Corpo Lesão Lesão Laceração


lesão ras estranho contusa penetrante palpebrais
(CE)
Variações Químicas, Corneano, e Sangue na Corneana Laceração
térmicas ou de câmara ou das
por conjuntiva. anterior perfuração margens
radiação Verificar (hifema) da esclera das
também pálpebras
atrás das ou dos
pálpebras canalículos
Dor Intensa Branda - Branda - Intensa moderada
moderada moderada
Visão Reduzida Afetada se Reduzida Reduzida Normal
a córnea
central
estiver
envolvida
HIFEMA

Hifema
TRATAMENTO DAS LESÕES OCULARES ATRAVÉS DOS
PRIMEIROS SOCORROS

Causa da Queimadu- Corpo Lesão Lesão Laceração


lesão ras estranho contusa penetrante palpebrais
(CE)
Exame com Olho CE visto na Sangue Córnea com Laceração
lanterna vermelho e conjuntiva, visto na perda do visível
córnea com na córnea câmara brilho e
perda do ou por anterior, a deformação
brilho debaixo da pupila pode da pupila
pápebra estar com
dilatada prolapso da
íris.
Câmara
anterior
rasa
LEUCOMA TRAUMÁTICO CENTRAL

Leucoma traumático
TRATAMENTO DAS LESÕES OCULARES ATRAVÉS DOS
PRIMEIROS SOCORROS

Causa da Queimaduras Corpo Lesão contusa Lesão Laceração


lesão estranho (CE) penetrante palpebrais
Tratament Primeiros Remoção Avaliação Urgente Referir ao
o socorros e referir ao ou referir ao Referir ao oftalmologista
Referir ao oftalmologista oftalmologista oftalmologista
oftalmologista
Lavar Remover com Referir ao Referir Referir para
abundantemente a ponta de oftalmologista imediatament unidade de
com água limpa, pano limpo ou em caso de e para cuidado
com especial gaze hifema unidade de ocular para
atenção as esterilizada. cuidado assegurar
partículas fixas Estando na ocular. sutura
abaixo das córnea tentar Administrar adequada das
pálpebras. a remoção toxóide pálpebras.
Aplicar pomada com cotonete, tetânico Administrar
oftálmica se possível, imediatament toxóide
antibiótica e após colírio e tetânico
encaminhar anestésico. imediatament
imediatamente o Referir ao e.
paciente ao oftalmologista
oftalmologista
ÚLCERA DE CÓRNEA
TRAUMA OCULAR

• Maioria dos acidentes: dentro ou


próximo ao DOMICÍLIO; objetos:
tesoura e faca de ponta,
fragmentos de vidro ou porcelana,
arame, brinquedos pontiagudos,
tiro de espingarda de pressão,
fogos de artifício, mordeduras de
animais, queimaduras por Hifema
produtos químicos como álcool,
álcali, seiva de vegetal e material
de limpeza
Como causadora do acidente, a
criança participa em cerca de 50%
(lesões menos graves) e 70%, nos
casos mais graves.
Iridodiálise
TRAUMA OCULAR

• PREVENÇÃO: crianças observadas


de perto, supervisão durante jogos e
brincadeiras, regulamentação e rigor
na comercialização dos brinquedos,
facas e tesouras para manuseio
pelas crianças -pontas
rombas,produtos químicos fora do
alcance das crianças
• Cuidados nos jardins com espinhos
e plantas pontudas, cuidados com
soldas, conserto de veículo,pintura, Hemorragia retrobulbar
golpes de martelo em ferro contra
ferro (manter crianças afastadas).
TRAUMA OCULAR
• Cerca de 2/3 de todas as lesões
oculares em crianças ocorrem no
LAZER E PRÁTICA DE ESPORTES
– 10% do total em levantamentos
de crianças e adultos. Acidentes
com moto e bicicletas – assoc. a
outros traumas graves. Trauma Rotura do globo
ocular por bola de tênis, squash
(bola cabe dentro da órbita,
grande velocidade), beisebol,
basquete e futebol – traumas
perfurantes: hifema,
desepitelização de córnea, rotura
retiniana e outros. Na pesca, anzol
ou “chumbinho da
linha”.Prevenção: medidas de SUBLUXAÇÃO DO CRISTALINO
proteção ocular
TRAUMA OCULAR

• Por acidentes automobilísticos:


lesões oculares e faciais
decorrentes choque da face contra
o parabrisa ou painel (cinto
segurança)
• Principal causa de perfurações
oculares CORPO ESTRANHO
INTRA-OCULAR
• Passageiros do banco dianteiro 75%
dos feridos, motorista 48 %
• Do banco dianteiro com ferimentos
oculares 22% crianças < 15 anos
• Prevenção: air bag, freios abs, cinto
de segurança, tecnologia
engenharia trânsito, fiscalização,
educação para o trânsito. HEMORRAGIA
PRÉ-RETINIANA
TRAUMA OCULAR
• Por agressão e violência:
em 17 casos < 15
anos/273 casos (6,3%)
(Cariello et al. 2007)
• EUA - >2 milhões
crianças/ano, vítimas
espancamento e abusos –
cabeça alvo + comum,
face em 11 a 45% dos
casos, destes 5 a 61%
com lesões oculares
• Prevenção: denuncia de
suspeita de abuso físico é
obrigatória por lei.

Shaken baby syndrome


TRAUMA OCULAR
• Queimadura química: irrigação
imediata com água corrente ou
sol. fisiológica por 20 min com
abertura das pálpebras

• Só após a irrigação, procurar


Serviço Especializado

• Queimadura térmica: lesam mais


as pálpebras que o globo ocular.
Cicatrização com retração e
exposição do globo ocular
(pomadas com antibiótico e
lentes de contato terapêutica) ÁREA FLUORESCEÍNA
• Encaminhar com urgência. Se POSITIVA
houver demora – pomada
antibiótica.
LEUCOMA VASCULARIZADO DEVIDO A
QUEIMADURA POR ÁCIDO SULFÚRICO

Leucoma vascularizado

Simbléfaro
TRAUMA OCULAR

• Perfuração do olho:
irregularidade da
pupila, hifema,
colapso de câmara
anterior, laceração de
pálpebra e córnea,
corpo estranho intra
ou extra-ocular e
rotura do globo ocular
TRAUMA OCULAR
• Primeiros passos: anamnese
cuidadosa, AV, curativo oclusivo sem
pressão, jejum, não coçar olhos, não
forçar o fechamento do olho, exame
oftalmológico imediato.

• Não usar pomada, não forçar a


abertura do olho, não lavar o olho com
suspeita de perfuração e não remover
coágulos.
QUEMOSE
QUEMOSE
TRAUMA OCULAR
• Corpo estranho na córnea
ou na conjuntiva: pode
causar dor intensa e
infecção ocular - sulco tarsal
superior e corpo estranho –
everter pálpebra

• Desepitelização corneana
traumática – escoriação –
dor – fotofobia – sensação de
corpo estranho –
evidenciado com
fluoresceína sódica a 2%
tópica. Tratamento:
cicloplegia (tropicamida),
pomada antibiótica
CORPO ESTRANHO
oftálmica e oclusão
Achados epidemiológicos do trauma ocular na infância

• Estudo retrospectivo < 16 anos (2001 – 2004) no PS da USP

RESULTADOS
• 273 pacientes foi incluído no estudo

• faixa etária com maior número de casos foi a de 7 a

10 anos (39,9%)

• causa mais freqüente de lesão ocular foi

• traumatismo com objetos externos como pedra, ferro ou

madeira (28,9%)

• local mais comum foi a própria casa (53,1%)

• Cariello et al. Arq Bras Oftalmol. 2007 Mar-Apr;70(2):271-5.


Achados epidemiológicos do
trauma ocular na infância

• A acuidade visual inicial foi melhor que 20/40


em 63,4% dos casos

• Houve trauma ocular fechado em 201 (73,6%)


acidentes

• Setenta e seis pacientes (27,8%) foram tratadas


com medicamentos e em quarenta e oito
(17,6%) casos foi necessário procedimento
cirúrgico

Cariello et al. Arq Bras Oftalmol. 2007 Mar-Apr;70(2):271-5


Achados epidemiológicos do
trauma ocular na infância
CONCLUSÃO

• O trauma ocular na infância foi mais freqüente no sexo


masculino em escolares

• foi associado a objetos tais como pedra, madeira, ferro,


utensílios domésticos e brinquedos

• os acidentes aconteceram mais freqüentemente em casa


e trauma fechado foi a lesão predominante

• são necessários programas de educação e prevenção do


trauma na infância

Cariello et al. Arq Bras Oftalmol. 2007 Mar-Apr;70(2):271-5


ENDOFTALMITE
TRAUMA OCULAR
• 1/3 das perdas significativas
de visão ocorre na primeira
década de vida por lesões
traumáticas: queimaduras
químicas, abrasões
corneanas, perfurações
oculares, lacerações
palpebrais e hifemas
Equimose

• 30% das crianças pós-trauma


ocular grave – AV < 20/200

• Prognóstico visual pior que


no adulto (atrofia ocular e
ambliopia em crianças < 5 a)
Hemorragia subconjuntival
TRAUMA OCULAR

• Maioria dos acidentes: dentro ou


próximo ao DOMICÍLIO;
objetos:tesoura e faca de ponta,
fragmentos de vidro ou porcelana,
arame, brinquedos pontiagudos,
tiro de espingarda de pressão,
fogos de artifício, mordeduras de
animais, queimaduras por Hifema
produtos químicos como álcool,
álcali, seiva de vegetal e material
de limpeza
Como causadora do acidente, a
criança participa em cerca de 50%
(lesões menos graves) e 70%, nos
casos mais graves.
Iridodiálise
TRAUMA OCULAR

• PREVENÇÃO: crianças observadas


de perto, supervisão durante jogos
e brincadeiras, regulamentação e
rigor na comercialização dos
brinquedos, facas e tesouras para
manuseio pelas crianças -pontas
rombas,produtos químicos fora do
alcance das crianças,cuidados nos
jardins com espinhos e plantas
pontudas, cuidados com soldas,
conserto de veículo,pintura, golpes Hemorragia retrobulbar
de martelo em ferro contra ferro
(manter crianças afastadas).
TRAUMA OCULAR
• Cerca de 2/3 de todas as lesões
oculares em crianças ocorrem no
LAZER E PRÁTICA DE ESPORTES
– 10% do total em levantamentos
de crianças e adultos. Acidentes
com moto e bicicletas – assoc. a Rotura do globo
outros traumas graves. Trauma
ocular por bola de tênis,
squash(bola cabe dentro da órbita,
grande velocidade), beisebol,
basquete e futebol – traumas
perfurantes: hifema,
desepitelização de córnea, rotura
retiniana e outros. Na pesca, anzol
ou “chumbinho da SUBLUXAÇÃO DO CRISTALINO
linha”.Prevenção: medidas de
proteção ocular
TRAUMA OCULAR

• Primeiros passos: anamnese


cuidadosa, AV, curativo oclusivo sem
pressão, jejum, não coçar olhos, não
forçar o fechamento do olho, exame
oftalmológico imediato.
• Não usar pomada, não forçar a
abertura do olho, não lavar o olho com
suspeita de perfuração e não remover
coágulos.
Cefaleia e doenças oculares
• Cefaleia e astenopia são mais frequentes-
insuficiência de convergência-sintomas relacionados
à leitura(não consegue ler ou dificuldade para se
concentrar)
• Defeitos de acomodação-dificuldade para
ler(=presbiopia). Causas psicogênicas;
orgânicas:pupila de Adie,bloqueio farmacológico por
drogas-atropina, paralisias incipientes
• Tratamento:exercícios ortópticos
Achados epidemiológicos do trauma ocular na infância
• Estudo retrospectivo < 16 anos (2001 – 2004) no PS da USP

RESULTADOS
• 273 pacientes foi incluído no estudo

• faixa etária com maior número de casos foi a


de 7 a 10 anos (39,9%)

• causa mais freqüente de lesão ocular foi

traumatismo com objetos externos como


pedra, ferro ou madeira (28,9%)

• local mais comum foi a própria casa (53,1%)

• Cariello et al. Arq Bras Oftalmol. 2007 Mar-Apr;70(2):271-5.


Achados epidemiológicos do
trauma ocular na infância

• A acuidade visual inicial foi melhor que 20/40


em 63,4% dos casos

• Houve trauma ocular fechado em 201 (73,6%)


acidentes

• Setenta e seis pacientes (27,8%) foram tratadas


com medicamentos e em quarenta e oito
(17,6%) casos foi necessário procedimento
cirúrgico

Cariello et al. Arq Bras Oftalmol. 2007 Mar-Apr;70(2):271-5


Achados epidemiológicos do
trauma ocular na infância

CONCLUSÃO

• O trauma ocular na infância foi mais freqüente no sexo


masculino em escolares

• foi associado a objetos tais como pedra, madeira, ferro,


utensílios domésticos e brinquedos

• os acidentes aconteceram mais freqüentemente em casa e


trauma fechado foi a lesão predominante

• são necessários programas de educação e prevenção do


trauma na infância

Cariello et al. Arq Bras Oftalmol. 2007 Mar-Apr;70(2):271-5


Quadro 1. Definições dos termos utilizados para descrever as lesões oculares 19
Termo Definição
Abrasão Defeito do epitélio corneano. Cora com fluoresceína. Cicatrização
em 24 - 48 horas

Contusão Resultado de lesão contusa no local da pancada ou mais distante


Lesão fechada A parede do globo ocular está intacta, mas estruturas internas do
olho encontram-se danificadas

Ruptura Lesão aberta e irregular devido à contusão, normalmente distante


do local da lesão, nos pontos mais fracos do globo ocular:
concêntrica ao limbo, atrás das inserções dos músculos extra-
oculares ou no equador
Lesão aberta Abertura total da espessura ocular: pode ocorrer devido a lesão
contusa grave ou por lesão penetrante

Laceração lamelar Abertura parcial da espessura ocular causada por objeto cortante
Laceração Penetração total da parede ocular
Penetração Apenas ferida superficial
Perfuração Lesão “penetrante”; lesão que atravessa diretamente o olho
provocando feridas internas e externas
Quadro 2. Sinais oculares e suas implicações após o trauma ocular 19

Estrutura Aspectos e características Implicação


associadas
Pálpebras Laceração das margens palpebrais Requer reparação precisa

Lesão penetrante Verificar a perfuração do globo


ocular
Envolvimento do canto medial Verificar a lesão canalicular

Conjuntiva Hemorragia subconjuntival Habitualmente inofensiva, mas


excluir perfuração se a pressão
intra-ocular for baixa
Esclera Coloração cinzenta ou castanha Verificar perfuração ou laceração
escleral
Córnea Corpo estranho Remover o corpo estranho
Abrasão Antibióticos tópicos e oclusão
Esfoliação epitelial por solda Tratamento como da abrasão
elétrica
Laceração com prolapso da iris Reparação urgente
Quadro 2. Sinais oculares e suas implicações após o trauma ocular 19

Continuação

Câmara anterior Hifema Em caso de glaucoma secundário,


baixar a pressão intra-ocular com
acetazolamida V.O. (Diamox)
Pupila Dilatada Verificar a laceração com prolapso da
iris e remete-la para reparação urgente

Em forma de D – diálise da iris Tratamento conservador, mas verificar


se ocorre glaucoma secundário

Cristalino Tremor de íris - deslocamento do Normalmente necessita de remoção


cristalino cirúrgica
Catarata traumática Tratamento cirúrgico

Reflexo Ausente ou fraco Possível hemorragia vítrea


vermelho
Proptose Pálpebras edemaciadas e olhos Fratura violenta da parede medial com
protrusos ar na órbita, contusão orbitária ou
hematoma subperiostal
Enoftalmo Afundamento do globo ocular Fratura violenta do assoalho da órbita
Quadro 3 Tratamento das lesões oculares através dos primeiros socorros 20

Causa da Queimaduras Corpo Lesão Lesão Laceração


lesão estranho (CE) contusa penetrante palpebrais
Variações Químicas, Corneano, e Sangue na Corneana ou Laceração das
térmicas ou de conjuntiva. câmara perfuração da margens das
por radiação Verificar anterior esclera pálpebras ou
também atrás (hifema) dos
das pálpebras canalículos
Dor Intensa Branda - Branda - Intensa moderada
moderada moderada
Visão Reduzida Afetada se a Reduzida Reduzida Normal
córnea central
estiver
envolvida
Exame com Olho vermelho CE visto na Sangue visto Córnea com Laceração
lanterna e córnea com conjuntiva, na na câmara perda do brilho visível
perda do brilho córnea ou por anterior, a e deformação
debaixo da pupila pode da pupila com
pápebra estar dilatada prolapso da
íris. Câmara
anterior rasa
Quadro 3 Tratamento das lesões oculares através dos primeiros socorros 20
Tratamento Primeiros Remoção Avaliação Urgente Referir ao
socorros e referir ao Continuação
ou referir ao Referir ao oftalmologista
Referir ao oftalmologista oftalmologista oftalmologista
oftalmologista

Lavar Remover com Referir ao Referir Referir para


abundantemen a ponta de oftalmologista imediatamente unidade de
te com água pano limpo ou em caso de para unidade cuidado ocular
limpa, com gaze hifema de cuidado para assegurar
especial esterilizada. ocular. sutura
atenção as Estando na Administrar adequada das
partículas fixas córnea tentar a toxóide pálpebras.
abaixo das remoção com tetânico Administrar
pálpebras. cotonete, se imediatamente toxóide
Aplicar possível, após tetânico
pomada colírio imediatamente.
oftálmica anestésico.
antibiótica e Referir ao
encaminhar oftalmologista
imediatamente
o paciente ao
oftalmologista
MITOS EM OFTALMOLOGIA
PEDIÁTRICA
Luiz Carlos Molinari
Joel E Botteon
FM/UFMG - FHEMIG
RELACIONADOS AO RECÉM-NASCIDO

• Conjuntivite no recém-nascido é
curada com leite materno ?

• Catarata só após os 50 anos ?

• Só se opera catarata congênita


quando a criança crescer ?
RELACIONADOS AO RECÉM-
NASCIDO

• Nascer com os olhos grandes e


azulados é muita sorte ?

• Lacrimejamento sara sozinho ?

• Toda pupila branca é causada por


catarata ?
RELACIONADOS À CRIANÇA MAIOR

• O uso dos óculos vicia.

• Se eu usar os óculos corretamente,


meu grau vai diminuir ?

• Existe algum tipo de exercício para


o fortalecimento dos olhos ?
RELACIONADOS À CRIANÇA MAIOR

• Ler demais prejudica a visão.

• Ler com pouca luz enfraquece a visão da


criança.

• Computador, TV e video-game
prejudicam a visão da criança ?
RELACIONADOS À CRIANÇA MAIOR

• Ver TV de perto prejudica a visão ?

• A criança que precisa usar óculos é


uma coitadinha.

• A criança cega ou com baixa visão


não pode freqüentar classe comum.
RELACIONADOS À CRIANÇA MAIOR

• A sensibilidade claridade indica


algum problema ?

• Meu filho levou um susto e ficou


vesgo.

• Estrabismo cura-se sozinho.


RELACIONADOS À CRIANÇA MAIOR

• Todo estrabismo é cirúrgico.

• A quantidade de graus da correção


óptica está diretamente relacionada
com a qualidade da visão que a
criança terá ?
RELACIONADOS À CRIANÇA MAIOR

• Coçar os olhos é uma ato sem


conseqüências danosas.

• Exame ocular só quando a criança


conseguir se expressar.

• Existe forma de se quantificar a


visão de bebês.
RELACIONADOS À CRIANÇA MAIOR

• Não é possível evitar-se acidentes


oculares de crianças em casa.

• Iluminação com luz amarela no


local de estudo da criança prejudica
sua visão.
RELACIONADOS À CRIANÇA MAIOR

• Criança no banco traseiro do carro


está segura mesmo que permaneça
na direção do espaço entre os dois
bancos dianteiros.

• Ler com o livro muito próximo dos


olhos pode ser prejudicial à visão.
RELACIONADOS À CRIANÇA MAIOR

• Cenoura melhora a visão.

• Ler no interior de um veículo em


movimento prejudica a visão.

• Quando os pais usam óculos, os


filhos também o usarão.
RELACIONADOS À CRIANÇA MAIOR

• Qual a melhor idade para se iniciar


o uso de lentes de contato ?

• Quando o meu filho poderá realizar


a cirurgia corretiva de miopia ?

• A visão deve ser poupada ?


Dúvidas - Visão e infância
O bebê já nasce enxergando?
•Não, o recém-nascido apenas percebe luz e vultos, os quais
ainda não sabe interpretar. Assim como ele não sabe falar e
andar, também não sabe ver. Com o passar dos meses, se
estiver tudo em ordem com seus olhos, irá desenvolvendo
progressivamente sua visão.
•Ao redor de cinco anos de idade, na maioria das crianças, a
visão será igual à do adulto.
Dúvidas - Visão e infância
• O que devo perceber nos olhos do recém-nascido que indique alguma
alteração ocular?
• Deve-se estar atento para: presença de olhos vermelhos; Secreção (pus);
Pupila (menina dos olhos) branca; Lacrimejamento constante; Olhos
grandes que fogem da luz; Olhos estrábicos (vesgos, tortos); Olhos
esbranquiçados. Em todos esses casos, levar o recém-nascido com
URGÊNCIA ao oftalmologista!

• Como posso limpar os olhos do bebê?


• Para limpar os olhos do bebê, deve-se utilizar gaze ou pano limpo,
molhado em água filtrada e fervida. Fazer movimentos delicados sem
apertar os olhos.
Dúvidas - Visão e infância
• O sol faz mal para os olhos do bebê?
• Quando sair ao sol, proteja os olhos do bebê com uma fraldinha limpa ou
chapeuzinho. O sol pode ser prejudicial se olhado diretamente.

• O bebê pode ter o canal lacrimal entupido e lacrimejar?


• Sim, a criança pode nascer com o canal entupido que leva a lágrima para o
nariz . O problema, normalmente, é tratado com massagens e uso de
colírios antibióticos,quando houver secreção purulenta. Porém, se isso
não resolver, deve ser feita uma sondagem das vias lacrimais, para
desbloquear o canal, antes do 1° ano de vida. Existem outras causas de
lacrimejamento e todas elas necessitam de tratamento imediato.
Dúvidas - Visão e infância

• Quais são as doenças mais comuns no recém-nascido?


• Catarata Congênita (menina dos olhos branca, não fixa os objetos) – Glaucoma
Congênito (lacrimejamento, aversão à luz, olhos grandes) - Ocorre nos dois olhos e
necessita de tratamento imediato, pois pode levar à cegueira.
• Ocorrendo nos dois olhos, o tratamento precisa ser imediato. Os cuidados com a
visão devem ter início mesmo antes do nascimento. Toda gestante deve fazer o pré-
natal em um posto de saúde, evitando, assim, doenças como a rubéola,
toxoplasmose, sífilis e outros problemas que podem comprometer a visão da
criança.

• Existem muitas crianças com problemas nos olhos?


• Sim. Veja bem, muitas crianças apresentam algum problema de visão. Para você ter
uma idéia, de cada 20 crianças do ensino fundamental, três têm algum problema nos
olhos.
Dúvidas - Visão e infância
• Os professores podem ajudar as crianças que têm dificuldade
visual?
• Sim! Os professores devem observar nas crianças
comportamentos que possam indicar dificuldades visuais,
como franzir a testa, dor de cabeça e desinteresse na leitura e
na escrita. Também devem orientar os pais no
encaminhamento da criança ao oftalmologista e no estímulo
ao uso de óculos, quando necessário.
• Além de aplicar os testes de avaliação da visão nas escolas, o
trabalho dos educadores é de fundamental importância para
a prevenção dos problemas visuais - processo de identificação
e encaminhamento dos alunos para atendimento
oftalmológico.
Dúvidas - Visão e infância
• Os pais e responsáveis pelas crianças podem
ajudar na identificação de problemas
oculares?
• Os pais podem se informar sobre os cuidados
com a visão, observar o comportamento
visual da criança e encaminhá-las para exame
oftalmológico.
Dúvidas - Visão e infância
• Como medir a visão da criança em casa?
• As mães podem fazer um teste em casa com crianças por volta dos 7
meses de idade: Coloque os objetos que ela mais gosta no chão. Feche um
olho com um tampão, que pode ser comprado pronto nas farmácias ou
pode ser feito com gaze, algodão e esparadrapo micropore para fixação no
rosto.
• Observe a criança: se pega os objetos, se os analisa; se põe na boca; etc. A
reação em ambos os olhos deverá ser a mesma, ao ocluir um olho e,
depois de 5 minutos, o outro.
• Se a criança for maiorzinha e souber andar, peça-lhe para pegar algum
objeto e trazê-lo para você com um olho ocluído.
• Já a criança mais velha pode informar o que vê através da janela do ônibus
ou do carro, sempre fechando um olho de cada vez.
• Após os 4 anos de idade, a visão pode ser medida com uma tabela
especial, encontrada em postos de saúde, nas escolas e nos consultórios
de pediatras.
Dúvidas - Visão e infância
• Uma criança cega ou com baixa visão pode freqüentar classe comum?
• Uma criança cega ou com baixa visão deve freqüentar salas regulares de
ensino. Porque, afinal, ela raciocina como qualquer outra criança, só
enxerga de um modo diferente.
• Além disso, a convivência é o melhor estímulo para o desenvolvimento
infantil.
• Talvez ela necessite do auxílio de lentes especiais, como lupas, barras de
leitura ou telescópios - que aumentam letras e imagens - e de outros
recursos como, por exemplo, cópias ampliadas de páginas de livros,
canetas com traçado mais forte, iluminação especial, sentar-se mais
próximo da lousa e etc.
Dúvidas - Visão e infância
• A criança pode ler com o livro bem perto dos olhos?
• Ler com o livro bem perto dos olhos não prejudica a visão. Apenas pode
ser desconfortável.
• E se a postura da cabeça não for boa, pode forçar a coluna. Mas, se a
criança chegar com o livro bem perto do rosto, talvez esteja fazendo isto
porque não está vendo bem e necessita de óculos.

• A criança que usa óculos pode correr e jogar futebol?


• Pode sim. Se a criança precisar de óculos em atividades esportivas, como
corridas e futebol, deve usar as lentes dos óculos acrílicas e prender a
armação na orelha. Germes, produtos químicos ou poluentes podem
causar problemas nos olhos de quem faz natação ou esportes na água
regularmente. Assim, o uso de óculos apropriados é indicado.
Dúvidas - Visão e infância
• Animais de estimação podem trazer danos oculares?
• As fezes de alguns animais como cachorro, gato e aves podem transmitir uma
doença – chamada toxoplasmose - que provoca inflamação no olho e pode até
levar à cegueira.
• O contágio é feito quando a criança põe a mão nas fezes do animal e, em seguida,
coloca a mão na boca. Por isso, é muito importante ensinar as crianças a lavarem
as mãos assim que acabarem de brincar com os animais e sempre antes de
qualquer refeição.

• Coçar os olhos faz mal?


• Sim. Coçar os olhos é muito prejudicial e quando a criança repete muito esse ato,
pode desencadear algumas doenças oculares, levando à diminuição da visão. A
criança que coça os olhos deve ser encaminhada ao oftalmologista para avaliação.

Dúvidas - Visão e infância
• Quando eu devo levar a criança para exame ocular?
• Não há idade fixa para ir ao oftalmologista.
• O recomendável é examinar a criança com 4 e 6 anos
ou a qualquer momento, se for detectada alguma
anomalia nos seus olhos.
• Também quando os pais tiverem problemas oculares
como estrabismo, grau alto de óculos ou visão baixa,
deve fazer exame, já nos primeiros anos de vida.
Luiz Carlos Molinari –

luizcarlosmolinari@gmail.com

(31) 32416347 – (31) 9942 3236

Joel E. Boteon -botteon@medicina.ufmg.br

(31) 3273 5423) – (31) 9957 0794


TESTE DO REFLEXO VERMELHO OU
TESTE DE BRUCKNER

• Se for encontrado um reflexo diferente entre os olhos, ou


a presença de um reflexo branco-amarelado, esta criança
deverá ser avaliada com urgência pelo oftalmologista.
O Teste de Reflexo Vermelho pode detectar reflexos
diferentes entre os olhos, ou presença de reflexo branco-
amarelado visto através da pupila ou leucocoria. Este
reflexo diferente pode significar ametropia.

As mais importantes causas de leucocoria são a catarata
congênita, o retinoblastoma, a retinopatia da
prematuridade, e as infecções intra-oculares. O
tratamento de todas estas patologias, quando feito
precocemente (primeiros três meses de vida) tem
resultados muito melhores.

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