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 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO


FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS
ATIVIDADES DE ESTÁGIO: PORTUGUÊS E LITERATURAS EM LÍNGUA PORTUGUESA
PROF. DR. ANDRÉ LUIS RODRIGUES

Modernismo brasileiro: uma


Reflexão sobre o que se espera no
vestibular
César Elidio Marangoni Junior Nº 9334750
Izabela da Silva Nº8802127
Laís da Anunciação Duarte Nº 8670757
Modernismo brasileiro:
uma Reflexão sobre o que
se espera no vestibular
INTRODUÇÃO
O ensino de literatura é feito, na grande maioria das
escolas brasileiras, dando atenção especial àquilo
que se espera no vestibular. Isso se dá,
principalmente, porque a conclusão do ensino médio
está diretamente relacionada com a entrada na
faculdade, o que se dá justamente por meio do
vestibular. Dessa forma, buscamos elaborar um
plano de curso que poderia ser utilizado sem
grandes dificuldades nos dias de hoje. A inovação do
curso está justamente em buscar se adaptar ao
vestibular e, ao fazer isso, criticar esse
procedimento que se mostra, no geral, ineficiente.
A ESTRUTURAÇÃO DO PROJETO DE
CURSO
▶ O planejamento bimestral se destina a alunos fictícios de um 3º ano
do Ensino Médio.
▶ A disciplina de português moldada para essa turma tem como foco
principal o ingresso no vestibular e a promoção da reflexão acerca do
movimento modernista.
▶ As aulas simuladas teriam duração aproximada de 50 minutos cada,
sendo realizadas pelo professor responsável pela disciplina.
▶ O curso foi composto com base na utilização do livro didático
oferecido pela instituição, textos complementares escolhidos e
indicados para leitura, um conjunto de atividades vinculadas ao tema
e a prova final.
▶ A nota da disciplina será composta pelas atividades dadas em sala
(P1), participação em aula (P1) e a prova (P2). Sendo realizada uma
média aritmética com os elementos.
UM CURSO EM 5 BLOCOS
BLOCO DESCRIÇÃO

MODERNISMO BRASILEIRO: UMA INTRODUÇÃO O CONTEXTO EM QUE SE DEU O MODERNISMO


BRASILEIRO

1ª FASE DO MODERNISMO BRASILEIRO A 1ª FASE: VIDA E OBRA DE MANUEL BANDEIRA

2ª FASE DO MODERNISMO BRASILEIRO A 2ª FASE: VIDA E OBRA DE CARLOS


DRUMMOND DE ANDRADE E GRACILIANO
RAMOS

3ª FASE DO MODERNISMO BRASILEIRO A 3ª FASE: VIDA E OBRA DE CLARICE


LISPECTOR E GUIMARÃES ROSA

REVISÃO E AVALIAÇÃO REVISÃO DO MODERNISMO BRASILEIRO E


AVALIAÇÃO DAQUILO QUE FOI VISTO
Bloco 1: introdução ao
modernismo brasileiro
(contexto histórico)
MODERNISMO NO BRASIL E NO MUNDO
▶ Apresentação introdutória sobre o surgimento do
modernismo no Brasil e no mundo, abordando:
❑ Rememoração com a linha do tempo literária.
❑ Contextualização histórica e social no Brasil
❑ Apresentação bibliográfica para os alunos dos
textos que devem ser lidos para a discussão em
sala de aula (formato: programa de curso).
❑ Lição de casa: Realização da leitura – Antonio
Candido “Literatura e Cultura: 1900 até 1945”
(disponível em uma pasta de Dropbox).
APRESENTAÇÃO DO PANORAMA
NACIONAL
➢ Aula destinada à apresentação do Brasil de 1922. Por meio de imagens,
busca promover o debate acerca do crescimento industrial, econômico e de
todas as transformação pelas quais o país estava passando.
➢ Debate em torno da lição de casa e tirar dúvidas sobre o texto.
➢ Introdução sobre as três fases do Modernismo e autores que serão
trabalhados durante o bimestre.
➢ Seleção das seguintes obras para leitura obrigatória: 1) Claro Enigma, de
Carlos Drummond de Andrade; 2) Vidas Secas, de Graciliano Ramos; 3) “A
hora e vez de Augusto Matraga” (Sagarana, de Guimarães Rosa); 4) A hora
da estrela, de Clarice Lispector. Os alunos devem escolher duas dessas
obras para a realização da prova bimestral (dessa forma, serão elaboradas
quatro modelos de prova, cada uma abordando uma das obras obrigatórias).
➢ Lição de casa: criar uma dissertação com base no tema “Modernismo: o
descrédito para o futuro ou o avanço sem limites?” (tema inspirado no
Projeto Redação).
RECAPITULAÇÃO E REVISÃO
▶ Recapitular com os alunos o que já foi visto nessas duas
semanas de aula.
▶ Explicação e exemplificação de técnicas e dicas para se
responder questões de primeira fase nos vestibulares.
▶ Realização de um teste com questões sobre o modernismo
de 1º fase, retiradas de vestibulares dos anos anteriores.
▶ O tempo estipulado para responder cada questão é de 3
minutos, assim como no vestibular. São 12 questões
selecionadas que possuem abrangência geral sobre o tema
e de múltipla escolha, sendo gasto um total de 36 minutos
para a realização do teste, que será corrigido pelo
professor.
EXPEMPLO DE QUESTÃO DO PRIMEIRO
TESTE
Assinale a alternativa em que se encontram preocupações estéticas da
Primeira Geração Modernista:
a) Principal corrente de vanguarda da Literatura Brasileira, rompeu com
a estrutura discursiva do verso tradicional, valendo-se de materiais
gráficos e visuais que transformaram a estrutura do poema.
b) Busca pelo sentido da existência humana, confronto entre o homem e
a realidade, reflexão filosófico-existencialista, espiritualismo,
preocupação social e política, metalinguagem e sensualismo.
c) Os escritores de maior destaque da primeira fase do Modernismo
defendiam a reconstrução da cultura brasileira sobre bases nacionais,
revisão crítica de nosso passado histórico e de nossas tradições culturais,
eliminação do complexo de colonizados e uso de uma linguagem própria
da cultura brasileira.
d) Amadurecimento da prosa, sobretudo do romance, enfoque mais
direto dos fatos, influência da estética Realista-Naturalista do século XIX
e caráter documental, como no livro Vidas secas, de Graciliano Ramos.
PROPOSTA DE TRABALHO DE CAMPO

▶ Visita ao Museu de Arte moderna (fora do horário escolar).


Tentar realizar o passeio cultural em um sábado com os
alunos por conta própria e sem ajuda de custo. Cada um
iria arcar com o custo da ida ao museu (OPCIONAL)
▶ Indicação dos filmes:
▶ Coco Chanel & Igor Stravinsky, de Jan Kounen (119 min.)
▶ Vidas Secas, de Nelson Pereira dos Santos (103 min.)
▶ Capitães da Areia, de Celia Amado e Ruy Gonçalves (96
min.)
Bloco 2: a primeira fase do
modernismo brasileiro
(Manuel bandeira)
A PRIMEIRA FASE DO MODERNISMO
BRASILEIRO NA LITERATURA
A sequência didática que abordará a primeira fase do
modernismo literário brasileiro e seus principais autores
deve ser aplicada no decorrer de 4 aulas com duração de
50 minutos cada.
Aula 1- Pesquisa
➢ Necessário: reservar o laboratório de informática.
➢ Objetivo: estimular a inciativa de pesquisa.
Para que os alunos ampliem um pouco mais o conhecimento
sobre o assunto (1a fase do Modernismo brasleileiro), o
professor dividirá a turma em grupos, sendo que cada um
deles fará uma pesquisa sobre um tema distinto, para uma
posterior discussão em sala de aula. Os alunos deverão
trazer as anotações na próxima aula, na qual discutirão com
os demais grupos o que descobriram.
AULA 1 (CONTINUAÇÃO)
Temas a serem pesquisados:

▶ Quais as principais características da primeira fase do


Modernismo na Literatura Brasileira?
▶ O que foi a Semana de Arte Moderna de 1922, quais os
principais artistas envolvidos, qual o legado dessa semana?
▶ Manifesto antropofágico — o que foi, quem idealizou, quais
os objetivos e quais as consequências? Apresente trechos
desse manifesto.
▶ Manifesto Pau-Brasil — o que foi, quem idealizou, quais os
objetivos e quais as consequências? Apresente trechos
desse manifesto.
▶ Quais autores representam esse período da Literatura
Brasileira e com quais obras? Procure trechos dessas obras. 
APRESENTAÇÃO E FEEDBACK/REVISÃO
Aula 2: Apresentação dos alunos e exibição de vídeo teórico
▶ O grupo elegerá um representante que irá apresentar o resumo do
conteúdo pesquisado pelo grupo. Cada grupo disporá de 5 minutos
para se apresentar.
Feedback/revisão
O professor dará um breve feedback para os grupos, complementando
algumas informações se for necessário e fazendo oralmente uma
revisão do conteúdo trabalhado.
Em seguida, para fechamento do assunto, o professor exibirá o vídeo
abaixo, que retrata algumas das personalidades que certamente foram
citadas durante as apresentações do seminário (Oswald de Andrade,
Mário de Andrade, Graça Aranha, Monteiro Lobato). Nesse vídeo, os
artistas brasileiros estão organizando/realizando a Semana de Arte
Moderna de 1922.
▶ Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=zc2AHqe9zrw>.
BANDEIRA E O MOVIMENTO MODERNISTA
Aula 3:
➢ O professor deve fazer uma síntese, em 20 minutos, da biografia do
autor: vida, obra e características literárias.
➢ O professor dividirá os alunos em grupos e distribuirá para cada grupo 4
poesias de Manuel Bandeira retiradas das seguintes obras: A cinza das
Horas, Carnaval, Ritmo dissoluto e Libertinagem. O professor pedirá aos
grupos que apontem as diferenças entre as quarto e as classifique em 2
grupos: pré-modernista e modernista.
Poemas:
➢ “Epígrafe” retirado de A cinza das Horas
➢ “Sonho de uma terça-feira gorda” retirado de Carnaval
➢ “Meninos carvoeiros” retirado de Ritmo Dissoluto
➢ “Poética” retirado de Libertinagem
MANUEL BANDEIRA NO VESTIBULAR
Aula 4
➢ Essa aula tem como objetivo contextualizar o que foi
ensinado em sala de aula sobre o autor Manuel Bandeira e
a forma como ele é abordado nos principais vestibulares
de São Paulo.
➢ A professora distribuirá aos alunos 10 questões de
múltipla escolha, retiradas de vestibulares de federais ou
estaduais que abordem a obra de Manuel Bandeira. Os
alunos deverão responder as questões em 20 minutos.
➢ Após os alunos entregarem a folha de questões, o
professor corrigirá cada questão, tirando eventuais
dúvidas.
MODELO DE QUESTÃO 1
ENEM (2000): “Poética”, de Manuel Bandeira, é quase um manifesto do
movimento modernista brasileiro de 1922. No poema, o autor elabora
críticas e propostas que representam o pensamento estético predominante
na época.

Poética [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
Estou farto do lirismo comedido O lirismo dos bêbedos
Do lirismo bem comportado O lirismo difícil e pungente dos
Do lirismo funcionário público com bêbedos
livro de ponto expediente O lirismo dos clowns de
protocolo e manifestações de Shakespeare
apreço ao Sr. Diretor. - Não quero mais saber do lirismo
Estou farto do lirismo que pára e que não é libertação.
vai averiguar no dicionário (BANDEIRA, Manuel. Poesia
o cunho vernáculo de um completa e prosa. Rio de janeiro:
vocábulo. José Aguilar, 1974)
Abaixo os puristas
Com base na leitura do poema, podemos
afirmar corretamente que o poeta:
a) Critica o lirismo louco do movimento
modernista.
b) Critica todo e qualquer lirismo na literatura.
c) Propõe o retorno ao lirismo do movimento
clássico.
d) Propõe o retorno do movimento romântico.
e) Propõe a criação de um novo lirismo.

Resposta: alternativa E
MODELO DE QUESTÃO 2
"O último poema
Assim eu quereria o meu último poema
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos
intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais
límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.“

(Manuel Bandeira, Libertinagens)


Neste texto, ao indicar as qualidades que deseja para o
"último poema", o poeta retoma dois temas centrais de
sua poesia. Um deles é a valorização da simplicidade; o
outro é:
a) a verificação da inutilidade da poesia diante da
morte.
b) a coincidência da morte com o máximo de
intensidade vital.
c) a capacidade, própria da poesia, de eliminar a dor.
d) a autodestruição da poesia, de eliminar a dor.
e) a autodestruição da poesia em um meio hostil à
arte.
f) a aspiração a uma poesia pura e lapidar, afastada da
vida
Resposta: alternativa B
Bloco 3: A SEGUNDA
FASE DO
MODERNISMO
BRASILEIRO (CARLOS
DRUMMOND DE
ANDRADE E
GRACILIANO RAMOS)
MODERNISMO BRASILEIRO: 2ª FASE (AULA 1)
▶ Contexto histórico em que se inicia a 2ª fase,
contrastando-a com a 1ª;
▶ Aspectos de transição entre uma e outra;
▶ Característica gerais do movimento;
▶ Principais correntes teóricas que influenciaram o
período;
▶ Início da discussão sobre o que se espera no
vestibular a respeito da segunda fase do
movimento;
▶ Apresentar autores gerais que compuseram o
período;
▶ Adentrar em autores significativos que geralmente
caem em vestibulares
MODERNISMO BRASILEIRO: 2ª FASE (AULA 2:
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE)
▶ Primeiras impressões sobre o autor, sob a perspectiva do
aluno;
▶ Vida e obra: apoiado na exibição do Curta-metragem “O
fazendeiro do ar”, de Fernando Sabino e David Neves;
▶ Apresentação dos temas que compõem a obra
drummondiana e perpassa pela poesia, como o
existencialismo;
▶ Construir o estilo drummondiano;
▶ Reflexão: Podemos considerar Drummond um autor atual?
O sentimento do mundo de Drummond ainda é um
sentimento recorrente nos dias de hoje?
▶ Estudo mais detalhado do livro de poesias Claro Enigma.
LINKS ÚTEIS

DECLAMAÇÃO DO POEMA “O AMOR BATE NA AORTA”, DE


CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE, POR DRICA MORAES:
https://www.youtube.com/watch?v=JzIGlS51A-M
EXEMPLO DE QUESTÃO
(ITA 2005) O livro "Claro Enigma", uma das obras mais importantes de Carlos Drummond
de Andrade, foi editado em 1951.
Desse livro consta o poema a seguir.
Memória
Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

Nada pode o olvido


contra o sem sentido
apelo do Não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.

Mas as coisas findas,


muito mais que lindas,
essas ficarão.
(ANDRADE, Carlos Drummond de. "Claro Enigma", Rio de Janeiro: Record, 1991.)
Sobre esse texto, é correto dizer que
a. a passagem do tempo acaba por apagar da memória
praticamente todas as lembranças humanas; quase
nada permanece.
b. a memória de cada pessoa é marcada
exclusivamente por aqueles fatos de grande impacto
emocional; tudo o mais se perde.
c. a passagem do tempo apaga muitas coisas, mas a
memória afetiva registra as coisas que
emocionalmente têm importância; essas permanecem.
d. a passagem do tempo atinge as lembranças humanas
da mesma forma que envelhece e destrói o mundo
material; nada permanece.
e. o homem não tem alternativa contra a passagem do
tempo, pois o tempo apaga tudo; a memória nada
pode; tudo se perde.
Resposta: alternativa C
EXEMPLO DE QUESTÃO 2:
(PUCCAMP 2010) Valores renascentistas, como o do poder da
racionalidade, e os dramas da consciência moderna, a que não falta
o sentido de um impasse histórico, entram em conflito em "A
máquina do Mundo", de Carlos Drummond de Andrade, já que nesse
monumental poema de Claro enigma o autor
a. explora os limites do lirismo dramático de um Oswald de
Andrade.
b. propõe-se a investigar os projetos nacionalistas de Mário de
Andrade.
c. despoja-se da consciência histórica para realçar as mais livres
fantasias.
d. ridiculariza seu destino de homem sentimental e deslocado no
mundo.
e. faz frente à razão absoluta com a convicção melancólica de um
indivíduo.

Resposta: alternativa E
MODERNISMO BRASILEIRO: 2ª FASE (AULA 3:
GRACILIANO RAMOS E O REGIONALISMO)
▶ Primeiras impressões sobre o autor, sob a perspectiva do aluno;
▶ Vida e obra: apoiado na exibição de trechos selecionados do
documentário “Relatos de Sequidão”, de Maurício Melo Junior;
▶ Após contextualizar a vida do autor, apresentação dos temas
que compõem a obra gracialiana: desigualdade social, seca,
nordeste;
▶ Análise da obra “Vidas Secas”: identificar as principais
características do cenário que envolve o romance, analisar o
perfil de cada personagem de forma física e psicológica, criar a
intertextualidade entre a obra e as questões sociais que
envolvem o cenário da seca no sertão nordestino;
▶ Estudo mais direcionado sobre o Regionalismo, citando outros
autores;
▶ Reflexão: Os problemas sociais que permeiam a obra de
Graciliano foram resolvidos? Quais situações vemos semelhantes
nos dias atuais?
EXEMPLO DE QUESTÃO
(UNICAMP 1998) Em Vidas Secas, após ter vencido as dificuldades,
postas no início da narrativa, Fabiano afirma: “Fabiano, você é um
homem...”. Corrige-se logo depois: “Você é um bicho, Fabiano”. Em
seguida, encontrando-se com a cadelinha, diz: “Você é um bicho,
Baleia”. Ao chamar a si mesmo e a Baleia de “bicho”, Fabiano
estabelece uma identificação com ela. Na leitura de Vidas Secas,
podem-se perceber vários motivos para essa identificação. Cite dois
desses motivos.
Possível resposta:
Fabiano chega a afirmar que se sente resistente como um bicho, por
sobreviver à seca, do mesmo modo que Baleia; ele também tem
enorme dificuldade para se expressar, fazendo-o por meio de gestos e
de sons guturais como “Hum!”, “An!”, o que poderia ser comparados
aos latidosde Baleia. Fabiano também tem dificuldades para elaborar
idéias mais complexas; quase sempre fica confuso, o que pode se
relacionar à irracionalidade de Baleia.
MODERNIMOS BRASILEIRO: 2ª FASE
(OBJETIVOS, RECURSOS E AVALIAÇÃO)
▶ Introduzir os alunos aos aspectos históricos, sociais e formais
relativos à fase estudada, bem como seus autores mais
importantes;
▶ Estudo direto sobre os gêneros: poesia, conto, crônica e
romance; problematizar a gramática, focando em regionalismos
e neologismos dos principais autores estudados;
▶ As obras apresentadas, a depender da disponibilidade de
recursos, poderão ser estudadas de forma coletiva, com leitura
de trechos pelos alunos ou formação de grupos de estudo para
cada tema proposto, com o uso de recursos audiovisuais;
▶ Em cada aula será proposta atividade reflexiva acerca do tema
proposto, breves questões dissertativas de caráter
interpretativo e produção textual. Essas atividades possuem
caráter de avaliação de participação e grau de familiarização
do aluno com a matéria;
▶ A avaliação propriamente dita deste bloco do curso será feita
juntamente com as demais pela elaboração de uma prova;
Bloco 4: A TERCEIRA
FASE DO
MODERNISMO
BRASILEIRO (CLARICE
LISPECTOR E
GUIMARÃES ROSA)
MODERNISMO BRASILEIRO: 3ª FASE (AULA 1)
▶ Primeira aula: panorama geral do contexto em que se dá a 3ª
fase do Modernismo brasileiro;
▶ Aspectos históricos e sociais que influenciaram essa fase do
movimento;
▶ Característica mais gerais do movimento;
▶ Introdução aos principais autores e às principais obras;
▶ Início da discussão sobre o que se espera no vestibular no
que concerne à terceira fase do movimento;
▶ Entrar na discussão de Clarice Lispector e Guimarães Rosa
através de poemas do Drummond:
▶ Poema de Drummond sobre Clarice Lispector
▶ Poema de Drummond sobre Guimarães Rosa
POEMA DE DRUMMOND
SOBRE CLARICE LISPECTOR
Visão de Clarice Lispector  (no meio havia uma barata
ou um anjo?)
Clarice, não sabemos repetir nem inventar.
veio de um mistério, partiu para outro. São coisas, são jóias particulares de Clarice
que usamos de empréstimo, ela dona de tudo.
Ficamos sem saber a essência do
mistério. Clarice não foi um lugar-comum,
Ou o mistério não era essencial, carteira de identidade, retrato.
era Clarice viajando nele. De Chirico a pintou? Pois sim.

Era Clarice bulindo no fundo mais fundo, O mais puro retrato de Clarice
onde a palavra parece encontrar só se pode encontrá-lo atrás da nuvem
sua razão de ser, e retratar o homem. que o avião cortou, não se percebe mais.
De Clarice guardamos gestos. Gestos,
O que Clarice disse, o que Clarice
tentativas de Clarice sair de Clarice
viveu por nós em forma de história
para ser igual a nós todos
em forma de sonho de história
em cortesia, cuidados, providências.
em forma de sonho de sonho de história
CONTINUAÇÃO
Clarice não saiu, mesmo sorrindo.
Dentro dela
o que havia de salões, escadarias,
tetos fosforescentes, longas estepes,
zimbórios, pontes do Recife em bruma envoltas,
formava um país, o país onde Clarice
vivia, só e ardente, construindo fábulas.

Não podíamos reter Clarice em nosso chão


salpicado de compromissos. Os papéis,
os cumprimentos falavam em agora,
edições, possíveis coquetéis
à beira do abismo.
Levitando acima do abismo Clarice riscava
um sulco rubro e cinza no ar e fascinava.

Fascinava-nos, apenas.
Deixamos para compreendê-la mais tarde.
Mais tarde, um dia... saberemos amar Clarice.
POEMA DE
DRUMMOND
SOBRE
GUIMARÃES
ROSA
MODERNISMO BRASILEIRO: 3ª FASE (AULA 2)
▶ Discussão acerca de Clarice Lispector;
▶ Vida e obra: contos, crônicas e romances;
▶ Comentário sobre os contos claricianos: fazer um apanhado
geral dos temas que aparecem nos contos: destaque para os
contos “Amor”, “Feliz Aniversário”, “Preciosidade”, “O
jantar”, “Felicidade Clandestina” e “Mistério em São
Cristóvão”;
▶ Reflexão: por que os contos tendem a ser marginalizados?
▶ Crônica: enquanto gênero e enquanto instância fora do
vestibular: mostrar o vídeo de uma mulher que recita o conto
“Se eu fosse eu” (pensar na estrutura da crônica também);
▶ Romance: análise de A Hora da Estrela, servindo como ponte
para a discussão de Guimarães na terceira aula (pode ser que
passemos um trecho do filme brasileiro sobre o romance de
Clarice).
LINHA DO TEMPO
CLARICE LISPECTOR (1920-1977):
- Perto do Coração Selvagem (1943);
- O Lustre (1946);
- A Cidade Sitiada (1949);
- Laços de Família (1960);
- A Maçã no Escuro (1961);
- A Paixão Segundo GH (1964);
- A Legião Estrangeira (1964);
- Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres (1969);
- Água Viva (1973);
- A Hora da Estrela (1977);
- Um Sopro de Vida (póstumo).
A Hora da Estrela
A questão da narração: AUTORA (CLARICE LISPECTOR)
– NARRADOR MASCULINO (RODRIGO SM) – MACABÉA
(PERSONAGEM);
A presença de diversos títulos para o mesmo
romance;
O foco em discutir as inquietações existenciais das
palavras: o filtro clariciano preocupado com o
pequeno, com o detalhe, com as particularidades;
Início: questionamento acerca da origem;
O que é, afinal, essa estrela do título?;
A questão do migrante.
Livros de contos e
crônicas de Clarice
Lispector
A Descoberta do Mundo
Felicidade Clandestina
Laços de Família
A Legião Estrangeira
EXEMPLO DE QUESTÃO
(Enem – 2013)
Tudo no mundo começou com um sim. Uma molécula disse sim a outra
molécula e nasceu a vida. Mas antes da pré-história havia a pré-história da
pré-história e havia o nunca e havia o sim. Sempre houve. Não sei o quê,
mas sei que o universo jamais começou.
[...]
Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta continuarei a escrever.
Como começar pelo início, se as coisas acontecem antes de acontecer? Se
antes da pré-pré-história já havia os monstros apocalípticos? Se esta história
não existe, passará a existir. Pensar é um ato. Sentir é um fato. Os dois
juntos – sou eu que escrevo o que estou escrevendo. [...] Felicidade? Nunca
vi palavra mais doida, inventada pelas nordestinas que andam por aí aos
montes.
Como eu irei dizer agora, esta história será o
resultado de uma visão gradual – há dois anos
e meio venho aos poucos descobrindo os
porquês. É visão da iminência de. De quê?
Quem sabe se mais tarde saberei. Como
que estou escrevendo na hora mesma em que
sou lido. Só não inicio pelo fim que justificaria
o começo – como a morte parece dizer sobre a
vida – porque preciso registrar os fatos
antecedentes.

LISPECTOR, C. A hora da estrela. Rio de


Janeiro:  Rocco, 1998 (fragmento).
A elaboração de uma voz narrativa peculiar acompanha a
trajetória literária de Clarice Lispector, culminada com a obra A
hora da estrela, de 1977, ano da morte da escritora. Nesse
fragmento, nota-se essa peculiaridade porque o narrador
a) observa os acontecimentos que narra sob uma ótica distante,
sendo indiferente aos fatos e às personagens. 
b) relata a história sem ter tido a preocupação de investigar os
motivos que levaram aos eventos que a compõem.
c) revela-se um sujeito que reflete sobre questões existenciais e
sobre a construção do discurso.
d) admite a dificuldade de escrever uma história em razão da
complexidade para escolher as palavras exatas.
e) propõe-se a discutir questões de natureza filosófica e
metafísica, incomuns na narrativa de ficção.

Resposta: alternativa C
LINKS ÚTEIS
CRÔNICA “SE EU FOSSE EU”, DE CLARICE LISPECTOR:
https://www.youtube.com/watch?v=ht9VcJcI20Q
(Débora Wainstock)

CLARICE LISPECTOR SOBRE A HORA DA ESTRELA:


https://www.youtube.com/watch?v=sVDNMMrk3lc (até 1:30,
depois tem spoiler)
MODERNISMO BRASILEIRO: 3ª FASE (AULA 3)
▶ Discussão acerca de Guimarães Rosa;
▶ Vida e obra: contos e romances;
▶ Análise de contos centrada nos seguintes contos: “A hora e
vez de Augusto Matraga”, “Sorôco, sua mãe, sua filha”, “A
terceira margem do rio” e “A menina de lá”;
▶ Análise da obra Grande Sertão: Veredas, comentando
sobre o léxico especial de Guimarães;
▶ Música de Caetano Veloso sobre o conto “A terceira
margem do rio”;
▶ Reflexão: por que Guimarães Rosa passa a ser pedido no
vestibular da Unicamp?;
GRANDE SERTÃO:
VEREDAS
O título: duplicidade (a imensidão do sertão x a
pequenez das veredas);
A questão do pacto com o diabo: aconteceu ou
não aconteceu? Relação com o Fausto do Goethe;
Quem é, afinal, esse interlocutor? (especificidade
de Riobaldo: dar contorno para suas memórias
REFLEXÃO: ATÉ através do diálogo com um interlocutor não
QUE PONTO totalmente especificado – aproximação com o
estilo épico);
CONTAR O
DESFECHO DO A canção de Siruiz;
LIVRO É UMA O episódio da Maria Mutema;
ESTRATÉGIA 3 eixos de leitura: 1) guerra de jagunços; 2) pacto
EFICIENTE? com o diabo; 3) amor entre Riobaldo e Diadorim.
Livros de contos de
Guimarães Rosa

Primeiras Estórias
Sagarana
EXEMPLO DE QUESTÃO
(UNIFESP) Leia o texto a seguir e responda às questões.
Explico ao senhor: o diabo vige dentro do homem, os crespos do homem
— ou é o homem arruinado, ou o homem dos avessos. Solto, por si,
cidadão, é que não tem diabo nenhum. Nenhum! — é o que digo. O
senhor aprova? Me declare tudo, franco — é alta mercê que me faz: e
pedir posso, encarecido. Este caso — por estúrdio que me vejam — é de
minha certa importância. Tomara não fosse... Mas, não diga que o
senhor, assisado e instruído, que acredita na pessoa dele?! Não? Lhe
agradeço! Sua alta opinião compõe minha valia. Já sabia, esperava por
ela — já o campo! Ah, a gente, na velhice, carece de ter uma aragem de
descanso. Lhe agradeço. Tem diabo nenhum. Nem espírito. Nunca vi.
Alguém devia de ver, então era eu mesmo, este vosso servidor. Fosse lhe
contar... Bem, o diabo regula seu estado preto, nas criaturas, nas
mulheres, nos homens. Até: nas crianças — eu digo. Pois não é o ditado:
“menino — trem do diabo”? E nos usos, nas plantas, nas águas, na terra,
no vento... Estrumes... O diabo na rua, no meio do redemunho...
(Guimarães Rosa. Grande Sertão: Veredas.)
A fala expressa no texto é de Riobaldo. De acordo com
o narrador, o diabo:
(A) vive preferencialmente nas crianças, livre e
fazendo as suas traquinagens.
(B) é capaz de entrar no corpo humano e tomar posse
dele, vivendo aí e perturbando a vida do homem.
(C) só existe na mente das pessoas que nele
acreditam, perturbando-as mesmo sem existir
concretamente.
(D) não existe como entidade autônoma, antes reflete
os piores estados emocionais do ser humano.
(E) é uma condição humana e não está relacionado
com as coisas da natureza.

Resposta: alternativa D
A personagem Riobaldo dialoga com alguém
que chama de senhor. Embora a fala dessa
personagem não apareça, é possível recuperar,
pela fala do narrador, os momentos em que
seu interlocutor se manifesta verbalmente.
Isso pode ser comprovado pelo trecho:
(A) O senhor aprova? 
(B) Nenhum! — é o que digo. 
(C) Não? Lhe agradeço!
(D) Tem diabo nenhum.
(E) Até: nas crianças — eu digo.

Resposta: alternativa C
O texto de Guimarães Rosa mostra uma forma peculiar
de escrita, denunciada pelos recursos lingüísticos
empregados pelo escritor. Dentre as características do
texto, está:
(A) o emprego da linguagem culta, na voz do narrador,
e o da linguagem regional, na voz da personagem.
(B) a recriação da fala regional no vocabulário, na
sintaxe e na melodia da frase.
(C) o emprego da linguagem regional
predominantemente no campo do vocabulário.
(D) a apresentação da língua do sertão fiel à fala do
sertanejo.
(E) o uso da linguagem culta, sem regionalismos, mas
com novas construções sintáticas e rítmicas.

Resposta: alternativa B
LINKS ÚTEIS
MÚSICA “TERCEIRA MARGEM DO RIO”, DE CAETANO
VELOSO E MILTON NASCIMENTO:
https://www.youtube.com/watch?v=-F0lVCkynWY

MARIA BETHÂNIA LÊ UM TRECHO DE GRANDE SERTÃO:


VEREDAS QUE FALA SOBRE O AMOR DE RIOBALDO POR
DIADORIM: https://
www.youtube.com/watch?v=oOdGvuzQjbA (“Amor é a
gente querendo achar o que é da gente.”)
MODERNISMO BRASILEIRO: 3ª FASE
(AVALIAÇÃO)
▶ Em cada aula será distribuído um questionário aos alunos, os quais podem
escolher entre as seguintes opções:
▶ Fazer o questionário em casa e entregá-lo ao professor, sendo tais questionários
posteriormente corrigidos e entregues de volta aos alunos;
▶ Levar o questionário como lição de casa e ter acesso aos gabaritos no final do bloco
de aulas, sendo, portanto, que os questionários não serão corrigidos e comentados
pelo professor;
▶ Com isso, podemos pensar no caso de se atribuir pontos extras àqueles que
entregarem tais questionários
▶ A avaliação propriamente dita deste bloco do curso será feita juntamente
com as demais pela elaboração de uma prova
▶ Cada questionário constará de 6 questões, 3 de alternativas e 3 discursivas,
treinando os alunos para as duas fases do vestibular (questões que já caíram
em vestibulares anteriores poderão ser recuperadas)
MODERNISMO BRASILEIRO: 3ª FASE
(OBJETIVOS)
▶ Introduzir os alunos aos aspectos históricos, sociais e
formais subjacentes à terceira fase do Modernismo
brasileiro;
▶ Situar os autores desta fase em relação aos demais;
▶ Dar ênfase em seus dois maiores expoentes: Clarice
Lispector e Guimarães Rosa;
▶ Refletir sobre o que é o cânone e o que se espera no
vestibular (caráter redutivo do vestibular);
▶ Refletir sobre os gêneros: conto, crônica e romance;
▶ Refletir sobre a gramática e a linguagem através da
leitura de dois autores que fazem usos bastante singulares
da língua portuguesa.
MODERNISMO BRASILEIRO: 3ª FASE
(RECURSOS)
▶ Trechos das obras trabalhas em maior detalhe poderão ser
disponibilizados para os alunos na forma de handout;
▶ Aulas expositivas com participação dos alunos por meio de perguntas,
observações e reações;
▶ Possível leitura em voz alta dos trechos realizada pelos próprios
alunos;
▶ Aula em círculo como possibilidade;
▶ Análise coletiva da obra estudada por meio de grupos como
possibilidade;
▶ Recursos eletrônicos:
▶ Power point;
▶ Música;
▶ Leitura da crônica em vídeo
Bloco 5: AVALIAÇÃO DO
CURSO (PROVA QUE
ENGLOBA TODOS OS
BLOCOS ANTERIORES)
REVISÃO DO CONTEÚDO
ESTUDADO AO LONGO DO
BIMESTRE

PROVA OBJETIVA E DISSERTATIVA


SOBRE O CONTEÚDO ESTUDADO
AO LONGO DO BIMESTRE
Muito obrigado
pela atenção!!!

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