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Poética [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
Estou farto do lirismo comedido O lirismo dos bêbedos
Do lirismo bem comportado O lirismo difícil e pungente dos
Do lirismo funcionário público com bêbedos
livro de ponto expediente O lirismo dos clowns de
protocolo e manifestações de Shakespeare
apreço ao Sr. Diretor. - Não quero mais saber do lirismo
Estou farto do lirismo que pára e que não é libertação.
vai averiguar no dicionário (BANDEIRA, Manuel. Poesia
o cunho vernáculo de um completa e prosa. Rio de janeiro:
vocábulo. José Aguilar, 1974)
Abaixo os puristas
Com base na leitura do poema, podemos
afirmar corretamente que o poeta:
a) Critica o lirismo louco do movimento
modernista.
b) Critica todo e qualquer lirismo na literatura.
c) Propõe o retorno ao lirismo do movimento
clássico.
d) Propõe o retorno do movimento romântico.
e) Propõe a criação de um novo lirismo.
Resposta: alternativa E
MODELO DE QUESTÃO 2
"O último poema
Assim eu quereria o meu último poema
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos
intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais
límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.“
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.
Resposta: alternativa E
MODERNISMO BRASILEIRO: 2ª FASE (AULA 3:
GRACILIANO RAMOS E O REGIONALISMO)
▶ Primeiras impressões sobre o autor, sob a perspectiva do aluno;
▶ Vida e obra: apoiado na exibição de trechos selecionados do
documentário “Relatos de Sequidão”, de Maurício Melo Junior;
▶ Após contextualizar a vida do autor, apresentação dos temas
que compõem a obra gracialiana: desigualdade social, seca,
nordeste;
▶ Análise da obra “Vidas Secas”: identificar as principais
características do cenário que envolve o romance, analisar o
perfil de cada personagem de forma física e psicológica, criar a
intertextualidade entre a obra e as questões sociais que
envolvem o cenário da seca no sertão nordestino;
▶ Estudo mais direcionado sobre o Regionalismo, citando outros
autores;
▶ Reflexão: Os problemas sociais que permeiam a obra de
Graciliano foram resolvidos? Quais situações vemos semelhantes
nos dias atuais?
EXEMPLO DE QUESTÃO
(UNICAMP 1998) Em Vidas Secas, após ter vencido as dificuldades,
postas no início da narrativa, Fabiano afirma: “Fabiano, você é um
homem...”. Corrige-se logo depois: “Você é um bicho, Fabiano”. Em
seguida, encontrando-se com a cadelinha, diz: “Você é um bicho,
Baleia”. Ao chamar a si mesmo e a Baleia de “bicho”, Fabiano
estabelece uma identificação com ela. Na leitura de Vidas Secas,
podem-se perceber vários motivos para essa identificação. Cite dois
desses motivos.
Possível resposta:
Fabiano chega a afirmar que se sente resistente como um bicho, por
sobreviver à seca, do mesmo modo que Baleia; ele também tem
enorme dificuldade para se expressar, fazendo-o por meio de gestos e
de sons guturais como “Hum!”, “An!”, o que poderia ser comparados
aos latidosde Baleia. Fabiano também tem dificuldades para elaborar
idéias mais complexas; quase sempre fica confuso, o que pode se
relacionar à irracionalidade de Baleia.
MODERNIMOS BRASILEIRO: 2ª FASE
(OBJETIVOS, RECURSOS E AVALIAÇÃO)
▶ Introduzir os alunos aos aspectos históricos, sociais e formais
relativos à fase estudada, bem como seus autores mais
importantes;
▶ Estudo direto sobre os gêneros: poesia, conto, crônica e
romance; problematizar a gramática, focando em regionalismos
e neologismos dos principais autores estudados;
▶ As obras apresentadas, a depender da disponibilidade de
recursos, poderão ser estudadas de forma coletiva, com leitura
de trechos pelos alunos ou formação de grupos de estudo para
cada tema proposto, com o uso de recursos audiovisuais;
▶ Em cada aula será proposta atividade reflexiva acerca do tema
proposto, breves questões dissertativas de caráter
interpretativo e produção textual. Essas atividades possuem
caráter de avaliação de participação e grau de familiarização
do aluno com a matéria;
▶ A avaliação propriamente dita deste bloco do curso será feita
juntamente com as demais pela elaboração de uma prova;
Bloco 4: A TERCEIRA
FASE DO
MODERNISMO
BRASILEIRO (CLARICE
LISPECTOR E
GUIMARÃES ROSA)
MODERNISMO BRASILEIRO: 3ª FASE (AULA 1)
▶ Primeira aula: panorama geral do contexto em que se dá a 3ª
fase do Modernismo brasileiro;
▶ Aspectos históricos e sociais que influenciaram essa fase do
movimento;
▶ Característica mais gerais do movimento;
▶ Introdução aos principais autores e às principais obras;
▶ Início da discussão sobre o que se espera no vestibular no
que concerne à terceira fase do movimento;
▶ Entrar na discussão de Clarice Lispector e Guimarães Rosa
através de poemas do Drummond:
▶ Poema de Drummond sobre Clarice Lispector
▶ Poema de Drummond sobre Guimarães Rosa
POEMA DE DRUMMOND
SOBRE CLARICE LISPECTOR
Visão de Clarice Lispector (no meio havia uma barata
ou um anjo?)
Clarice, não sabemos repetir nem inventar.
veio de um mistério, partiu para outro. São coisas, são jóias particulares de Clarice
que usamos de empréstimo, ela dona de tudo.
Ficamos sem saber a essência do
mistério. Clarice não foi um lugar-comum,
Ou o mistério não era essencial, carteira de identidade, retrato.
era Clarice viajando nele. De Chirico a pintou? Pois sim.
Era Clarice bulindo no fundo mais fundo, O mais puro retrato de Clarice
onde a palavra parece encontrar só se pode encontrá-lo atrás da nuvem
sua razão de ser, e retratar o homem. que o avião cortou, não se percebe mais.
De Clarice guardamos gestos. Gestos,
O que Clarice disse, o que Clarice
tentativas de Clarice sair de Clarice
viveu por nós em forma de história
para ser igual a nós todos
em forma de sonho de história
em cortesia, cuidados, providências.
em forma de sonho de sonho de história
CONTINUAÇÃO
Clarice não saiu, mesmo sorrindo.
Dentro dela
o que havia de salões, escadarias,
tetos fosforescentes, longas estepes,
zimbórios, pontes do Recife em bruma envoltas,
formava um país, o país onde Clarice
vivia, só e ardente, construindo fábulas.
Fascinava-nos, apenas.
Deixamos para compreendê-la mais tarde.
Mais tarde, um dia... saberemos amar Clarice.
POEMA DE
DRUMMOND
SOBRE
GUIMARÃES
ROSA
MODERNISMO BRASILEIRO: 3ª FASE (AULA 2)
▶ Discussão acerca de Clarice Lispector;
▶ Vida e obra: contos, crônicas e romances;
▶ Comentário sobre os contos claricianos: fazer um apanhado
geral dos temas que aparecem nos contos: destaque para os
contos “Amor”, “Feliz Aniversário”, “Preciosidade”, “O
jantar”, “Felicidade Clandestina” e “Mistério em São
Cristóvão”;
▶ Reflexão: por que os contos tendem a ser marginalizados?
▶ Crônica: enquanto gênero e enquanto instância fora do
vestibular: mostrar o vídeo de uma mulher que recita o conto
“Se eu fosse eu” (pensar na estrutura da crônica também);
▶ Romance: análise de A Hora da Estrela, servindo como ponte
para a discussão de Guimarães na terceira aula (pode ser que
passemos um trecho do filme brasileiro sobre o romance de
Clarice).
LINHA DO TEMPO
CLARICE LISPECTOR (1920-1977):
- Perto do Coração Selvagem (1943);
- O Lustre (1946);
- A Cidade Sitiada (1949);
- Laços de Família (1960);
- A Maçã no Escuro (1961);
- A Paixão Segundo GH (1964);
- A Legião Estrangeira (1964);
- Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres (1969);
- Água Viva (1973);
- A Hora da Estrela (1977);
- Um Sopro de Vida (póstumo).
A Hora da Estrela
A questão da narração: AUTORA (CLARICE LISPECTOR)
– NARRADOR MASCULINO (RODRIGO SM) – MACABÉA
(PERSONAGEM);
A presença de diversos títulos para o mesmo
romance;
O foco em discutir as inquietações existenciais das
palavras: o filtro clariciano preocupado com o
pequeno, com o detalhe, com as particularidades;
Início: questionamento acerca da origem;
O que é, afinal, essa estrela do título?;
A questão do migrante.
Livros de contos e
crônicas de Clarice
Lispector
A Descoberta do Mundo
Felicidade Clandestina
Laços de Família
A Legião Estrangeira
EXEMPLO DE QUESTÃO
(Enem – 2013)
Tudo no mundo começou com um sim. Uma molécula disse sim a outra
molécula e nasceu a vida. Mas antes da pré-história havia a pré-história da
pré-história e havia o nunca e havia o sim. Sempre houve. Não sei o quê,
mas sei que o universo jamais começou.
[...]
Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta continuarei a escrever.
Como começar pelo início, se as coisas acontecem antes de acontecer? Se
antes da pré-pré-história já havia os monstros apocalípticos? Se esta história
não existe, passará a existir. Pensar é um ato. Sentir é um fato. Os dois
juntos – sou eu que escrevo o que estou escrevendo. [...] Felicidade? Nunca
vi palavra mais doida, inventada pelas nordestinas que andam por aí aos
montes.
Como eu irei dizer agora, esta história será o
resultado de uma visão gradual – há dois anos
e meio venho aos poucos descobrindo os
porquês. É visão da iminência de. De quê?
Quem sabe se mais tarde saberei. Como
que estou escrevendo na hora mesma em que
sou lido. Só não inicio pelo fim que justificaria
o começo – como a morte parece dizer sobre a
vida – porque preciso registrar os fatos
antecedentes.
Resposta: alternativa C
LINKS ÚTEIS
CRÔNICA “SE EU FOSSE EU”, DE CLARICE LISPECTOR:
https://www.youtube.com/watch?v=ht9VcJcI20Q
(Débora Wainstock)
Primeiras Estórias
Sagarana
EXEMPLO DE QUESTÃO
(UNIFESP) Leia o texto a seguir e responda às questões.
Explico ao senhor: o diabo vige dentro do homem, os crespos do homem
— ou é o homem arruinado, ou o homem dos avessos. Solto, por si,
cidadão, é que não tem diabo nenhum. Nenhum! — é o que digo. O
senhor aprova? Me declare tudo, franco — é alta mercê que me faz: e
pedir posso, encarecido. Este caso — por estúrdio que me vejam — é de
minha certa importância. Tomara não fosse... Mas, não diga que o
senhor, assisado e instruído, que acredita na pessoa dele?! Não? Lhe
agradeço! Sua alta opinião compõe minha valia. Já sabia, esperava por
ela — já o campo! Ah, a gente, na velhice, carece de ter uma aragem de
descanso. Lhe agradeço. Tem diabo nenhum. Nem espírito. Nunca vi.
Alguém devia de ver, então era eu mesmo, este vosso servidor. Fosse lhe
contar... Bem, o diabo regula seu estado preto, nas criaturas, nas
mulheres, nos homens. Até: nas crianças — eu digo. Pois não é o ditado:
“menino — trem do diabo”? E nos usos, nas plantas, nas águas, na terra,
no vento... Estrumes... O diabo na rua, no meio do redemunho...
(Guimarães Rosa. Grande Sertão: Veredas.)
A fala expressa no texto é de Riobaldo. De acordo com
o narrador, o diabo:
(A) vive preferencialmente nas crianças, livre e
fazendo as suas traquinagens.
(B) é capaz de entrar no corpo humano e tomar posse
dele, vivendo aí e perturbando a vida do homem.
(C) só existe na mente das pessoas que nele
acreditam, perturbando-as mesmo sem existir
concretamente.
(D) não existe como entidade autônoma, antes reflete
os piores estados emocionais do ser humano.
(E) é uma condição humana e não está relacionado
com as coisas da natureza.
Resposta: alternativa D
A personagem Riobaldo dialoga com alguém
que chama de senhor. Embora a fala dessa
personagem não apareça, é possível recuperar,
pela fala do narrador, os momentos em que
seu interlocutor se manifesta verbalmente.
Isso pode ser comprovado pelo trecho:
(A) O senhor aprova?
(B) Nenhum! — é o que digo.
(C) Não? Lhe agradeço!
(D) Tem diabo nenhum.
(E) Até: nas crianças — eu digo.
Resposta: alternativa C
O texto de Guimarães Rosa mostra uma forma peculiar
de escrita, denunciada pelos recursos lingüísticos
empregados pelo escritor. Dentre as características do
texto, está:
(A) o emprego da linguagem culta, na voz do narrador,
e o da linguagem regional, na voz da personagem.
(B) a recriação da fala regional no vocabulário, na
sintaxe e na melodia da frase.
(C) o emprego da linguagem regional
predominantemente no campo do vocabulário.
(D) a apresentação da língua do sertão fiel à fala do
sertanejo.
(E) o uso da linguagem culta, sem regionalismos, mas
com novas construções sintáticas e rítmicas.
Resposta: alternativa B
LINKS ÚTEIS
MÚSICA “TERCEIRA MARGEM DO RIO”, DE CAETANO
VELOSO E MILTON NASCIMENTO:
https://www.youtube.com/watch?v=-F0lVCkynWY