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Aula IV - História da escolarização do negro e

as origens das assimetrias raciais


Prof. Marcello Felisberto Morais de Assun ção

Disciplina: Educação e Relações Étnico-raciais (ERER)


1. Objetivos
1. Explorar a historicidade das interdições dos
negros aos processos formais e não-formais
de escolarização;
2. Evidenciar como a bibliografia sobre a
história da educação negou/silenciou a
presença do negro;
3. Explorar as diferentes formas de
resistências às interdições.
Flávio Cerqueira, Amnesia, 2015
2. Textos base
CRUZ, Mariléia dos Santos. Uma abordagem sobre a história da educação dos
negros. In: In: PINTO, Ana Flávia Magalhães Pinto (et al). Uma abordagem sobre
a história da educação dos negros. Brasília: SECAD/MEC, 2005, p. 21-33.
SILVA, Ana Célia. A desconstrução da discriminação no livro didático. In:
MUNANGA, Kabengele (Org.). Superando o racismo na escola. 2 edição. Brasília:
SECAD/MEC, 2005, p. 21-38.
Bibliografia complementar: BARROS, Surya Aaronovich Pombo. Um balanço
sobre a produção da história da educação dos negros no Brasil. In: FONSECA,
Marcus Vinicius; BARROS, Surya Aaronovich Pombo (Orgs.). A história da
educação dos negros no Brasil. Niterói: EdUFF, 2016, p. 51-72.
Principais contextos
COLÔNIA / IMPÉRIO REPÚBLICA

Negros/indígenas como produto/mercadoria Negros/indígenas como cidadãos de “segunda


classe” – não integram efetivamente a nação, não
Foco nas relações comerciais que tinham direito ao voto (pensemos nos
negros/indígenas poderiam representar contingentes analfabetos que integravam estes
(lucros/perdas) grupos)
Resistencia à adoção de combate efetivo ao Inexistência de políticas públicas de integração
tráfico: toda a legislação que antecede a dos escravizados e indígenas na nação que se
abolição está centrada em mecanismos de construía a partir da república
compensação dos escravocratas
Criação de mecanismos de controle e punição
Adoção da abolição com absoluta preocupação para a população negra
com os escravocratas (e não com os
escravizados). Criação de mecanismos de extermínio
EDUCAÇÃO E OS NEGROS NO
IMPÉRIO
Desde a chegada dos primeiros escravizados africanos ao território brasileiro (entre
1539 e 1542) há efetiva preocupação em criar mecanismos que facilitassem o manejo
dos escravizados, visando seu domínio e subordinação

◦ Delimitação de número máximo para aquisição de escravos de mesma origem


(étnica e geográfica);
◦ Desmembramento de eventuais núcleos familiares surgidos em cativeiro;
◦ Uso de força e castigos exemplares (cruéis e públicos) para fins de
disciplinamento.
MARCAS DA Educação DO NEGRO
DURANTE O IMPÉRIO
NÃO ESCOLAR ESCOLAR

Respondia pelos processos


formativos dos escravizados visando ◦ Inicia com a vinda da família real portuguesa,
sua atuação nos grandes ciclos está voltada para o branco e promove:
econômicos (cana/ ouro/ café); ◦ Estruturação do Ensino em três niveis:
primário (escola para a prender a ler e
Saberes e trocas havidos entre os escrever), secundário (aulas régias) e
escravizados e destes com as superior
diversas etnias indígenas visando a ◦ Criação de cursos profissionalizantes (médio
sobrevivência (manejo de ervas e e superior) e militares
◦ Criação do curso de cirurgia na Bahia (1808)
plantas para consumo e cura)
e Curso de cirurgia e anatomia no Rio de
Janeiro (1808)
Surgimento de um sistema nacional de educação;ACFde1824apontapara

Gratuidade da instrução primária para todos os cidadãos brasileiros , por ela


definidos (no art. 6) como:

I. Os que no Brazil tiverem nascido, quer sejam ingenuos, ou libertos, ainda que o pai
    
seja estrangeiro, uma vez que este não resida por serviço de sua Nação.
     II. Os filhos de pai Brazileiro, e os illegitimos de mãi Brazileira, nascidos em paiz
estrangeiro, que vierem estabelecer domicilio no Imperio.
     III. Os filhos de pai Brazileiro, que estivesse em paiz estrangeiro em serviço do
Imperio, embora elles não venham estabelecer domicilio no Brazil.
     IV. Todos os nascidos em Portugal, e suas Possessões, que sendo já residentes no
Brazil na época, em que se proclamou a Independencia nas Provincias, onde habitavam,
adheriram á esta expressa, ou tacitamente pela continuação da sua residencia.
     V. Os estrangeiros naturalizados, qualquer que seja a sua Religião. A Lei
determinará as qualidades precisas, para se obter Carta de naturalisação.
Regulação do ensino primário 1827:
◦ “em todas as cidades, vilas e lugares populosos haverá escolas de primeiras letras que forem
necessárias”

◦ Ato adicional de 1834

◦ criou as Assembleias Provinciais, dentre cujas atribuições estava legislar sobre a instrução
pública.
◦ criação e organização de escolas,
◦ formação e atuação de professores,
◦ inspeção, métodos e conteúdos de ensino
◦ quem podia (ou não) se matricular e/ou frequentar a escola pública, a partir de critérios de gênero, idade, condição de
saúde (ser portador de ou sofrer de moléstia contagiosa) e condição jurídica ou racial (livre, liberto, escravo, ingênuo,
preto, filho de africano livre).
De 1830 a 1840
Cada província vai legislar sobre o acesso à educação
Minas Gerais (28 de março de 1835): “Somente as pessoas livres podem frequentar as
Escholas Publicas, ficando sujeitas aos seus Regulamentos”
Goiás (23 de junho de 1835): “Sómente as pessoas livres podem frequentar as Escolas
Publicas, ficando sujeitas aos seos Regulamentos”.
Espírito Santo (s/d, 1835): ‘a lei proibia ensinar a ler, e escrever, oficio, Artes [sic], a
escravos’
De 1830 a 1840
Rio Grande do Norte (1836) – Estatuto para as primeiras letras:
◦ Os Professores não admitirão em suas aulas alunos, que não sejam livres: as Professoras
porem podem receber escravas; para o fim tão somente de lhes ensinar as prendas
domésticas, não as compreendendo, todavia, na matrícula, de que trata o artigo 16, sob pena
de perda do ordenado correspondente a um mês (grifo nosso).

◦ Em 1837, em função do rebuliço provocado nas demais províncias e ao precedente perigoso a


lei é revogada
◦ Art. 1 - Fica proibido desde já receberemse nas aulas públicas pessoas que não sejam livres.
Art. 2 - Fica revogada a 2ª parte do artigo 10 da Lei Provincial de 5 de novembro de 1836, sob
o nº 27 e mais disposições em contrário.
De 1830 a 1840

Mato Grosso (1837): somente pessoas livres


Paraíba tem a 1ª lei em 1835, não menciona quem podia se matricular; novamente, pelo
rebuliço provocado, surge em 1837 lei específica (6 de maio de 1837): “Os professores só
admitirão em suas aulas pessoas livres”
Rio Grande do Sul
Há duas leis específicas:
Colégio de Artes Mecânicas* estabelecia: “Serão igualmente admitidos nas officinas do
Collegio quaesquer moços, exceptuado os escravos, que pretenderem aprender os
officios que n´ellas se ensinarem [...]”
◦ * a escola em questão é voltada para órfãos, pobres, expostos e filhos de indigentes

Lei de Instrucção Primaria de São Pedro do Rio Grande do Sul (1837) destacava que,
além das pessoas que padeceram de moléstias contagiosas, “Serão prohibidos de
frequentar as Escolas Publicas. 2º Os escravos, e pretos ainda que sejão livres ou
libertos”.
Rio grande do norte
Estatutos do Atheneu da Cidade do Natal negavam a matrícula a: quem não soubesse
ler e escrever, doentes com moléstias contagiosas e, finalmente, “Não pode ser
matriculado no Atheneu quem não tiver os seguintes requisitos a juízo do Diretor*: §1º
Ser ingênuo ou liberto”. Ou seja, escravos não poderiam ser matriculados naquela
instituição, mas ingênuos e libertos, sim.

◦ *Os diretores Brancos, se abolicionistas, aceitavam as matrículas, mas estavam sujeitos aos
protestos.
De 1840 a 1850
Lei Eusébio de Queirós (1850) - Ao proibir o tráfico, e declarar livres os apreendidos
sendo traficados, cria africanos livres, que viviam numa situação sociojurídica ambígua,
já que legalmente eram livres, mas tutelados pelo Estado ou por arrematantes
particulares;
Razões para o decreto
Decreto Couto Ferraz de 1854, que regulamentava o ensino primário e secundário da
Corte. Entre outros aspectos, ele instituía que, no ensino primário, “Não serão
admittidos á matricula, nem poderão frequentar as escolas: [...] §3º. Os escravos”. A
interdição também era para a instrução secundária: o artigo 85 reiterava: “Não serão
admittidos á matricula, nem poderão frequentar o Collegio, os individuos nas condições
do Art. 69”.
Dissensos e contra-resistências do negro
Há negros nas universidades, nas academias, nos colégios e nas escolas; há negros
médicos, advogados, em todas as profissões; há negros deputados e senadores; há
negros padres, em todos os ramos da religião cristã. [...] e ninguém ousa mais pôr
em dúvida que se possa educar o negro nos mais elevados princípios da ciência e
de moral cristã. (André Rebouças. Revista Novo Mundo, Nov./1879, p. 250).
Empregarei o melhor das minhas forças para conseguir grandes leis: reforma da
instrução pública e reforma eleitoral. Iniciarei a reforma da instrução pública pela
do professorado, a partir do primário, de cujo grêmio entendo que devam sair,
como os diretores das academias dos próprios corpos docentes, os delegados e o
inspetor-geral. Quanto ao sistema eleitoral, demonstrarei a urgência de ampliá-lo,
de modo que se dê ao povo o lugar atualmente só ocupado por algumas castas.
(PATROCÍNIO apud MAGALHÃES, 1972, p.173).
Alguns dissensos
“É o asfixiamento das classes menos favorecidas da fortuna, pelo preconceito em
antagonismo com o regime republicano. Sob qualquer pretexto fecha-se uma escola
pública. A falta de frequência pode ser oriunda da péssima colocação da escola, fora
do centro mais populoso ou por desídia do professor. Pois bem: não se procura
remover a dificuldade; fecha-se a escola, o mestre fica em disponibilidade ganhando
para trabalhar”. (Manoel Querino apud p. 208).
“Diz Pretextato dos Passos e Silva, que tendo sido convocado por diferentes pais de
famílias para que o suplicante abrisse em sua casa uma pequena escola de instrução
primária, admitindo seus filhos da cor preta e parta; visto que em algumas escolas ou
colégios, os pais dos alunos de cor branca não querem que seus filhos ombreiem com
os de cor preta (...) por esta causa os professores repugnam admitir os meninos
pretos, e alguns destes que admitem, na aula não são bem acolhidos; e por isso não
recebem uma ampla instrução, por estarem coagidos; o que não acontece na aula
escola do suplicante; por este ser também preto (...)” 1856
Década de 1870 – vai-e-vem
Lei do ventre livre e criação das escolas noturnas: pela Lei do Ventre Livre, a partir de
1879, os senhores deveriam optar por entregar ao Estado os filhos das escravas
nascidos após 1871 ou mantê-los em seu poder e educá-los.
Paraíba, a lei que, em 1870, criou uma aula noturna primária para o sexo masculino
não proibia a matrícula a nenhum tipo de aluno.
Santa Catarina a lei referente ao ensino noturno não extinguiu a proibição aos
escravos, mas abria uma possibilidade: a licença dos senhores. Segundo o Regimento
da Escola Noturna Sete de Setembro, de 1874: “Não serão admitidos á matrícula: [...]
§2 os escravos que não tiverem licença de seus senhores”
Década de 1880
Paraná: A Lei nº 769, de 1883, que regulamentava o ensino obrigatório, fixava:
Art. 1º É obrigatória a frequência das escolas de ensino primário nas cidades, vilas e
povoações para todas as crianças; sendo dos 7 aos 14 anos de idade para o sexo
masculino, dos 7 aos 12 para o sexo feminino. § Único. Estão compreendidos nas
disposições deste artigo os ingênuos da lei de 28 de setembro de 1871.
A educação do negro na república Velha

Vai ocorrer em dois espaços delimitados:


PRIVADO: Irmandades, professores independentes, orfanatos, igrejas, etc.
PÚBLICO: há a garantia de matrícula, mas...
Exigência de adulto alfabetizado, responsável
Exigência de vestimenta adequada;
Exigência de merenda adequada;
Aceitação tácita de recusa de matrícula à critério das direções ou se as famílias
brancas se sentissem incomodadas;
INCENTIVO A IMIGRAÇÃO PAUTADO NAS
TEORIAS EUGENISTAS (VISANDO A MELHORA
DA NAÇÃO)
decreto nª 528, de 28/6/1890, que trata da imigração para o Brasil.

1o: É inteiramente livre a entrada, nos portos da República, dos indivíduos válidos e
aptos para o trabalho que não se acharem sujeitos à ação criminal de seu país,
exceptuando os indígenas da Ásia, ou da África, que somente mediante autorização do
Congresso Nacional poderão ser admitidos, de acordo com as condições que forem
então estipuladas (VEINER, 1990, p. 106, grifo nosso).
O negro deixa de poder entrar NA CONDIÇÃO DE IMIGRANTE, quando a república cria
leis de Ação Afirmativa (de fomento à imigração mediante conceção de terras e
subsídios à ferramentas e insumos).
A constituição de 1891
Promulgada em fevereiro de 1891, a primeira constituição republicana representou um
retrocesso em relação ao direito à educação, pois

◦ não mais garantia o livre e gratuito acesso ao ensino


◦ determinava que os analfabetos não tinham direito ao voto
◦ a competência não privativa do Congresso em “animar no País o desenvolvimento das letras,
artes e ciências” e “criar instituições de ensino superior e secundário nos Estados”

◦ DEMARCA QUE, COM A ABOLIÇÃO, O ESTADO NÃO QUER CONCEDER AOS EX-
ESCRAVIZADOS E SEUS DESCENDENTES NA CIDADANIA PLENA – sem reparações, sem
educação
Constituição de 1934

capítulo II do título V:
Art. 149 A educação é direito de todos e deve ser ministrada, pela família e pelos poderes públicos,
cumprindo a estes proporcioná-la a brasileiros e a estrangeiros domiciliados no País, de modo que
possibilite eficientes fatores da vida moral e econômica da Nação, e desenvolva num espírito brasileiro a
consciência da solidariedade humana

Art. 150 Parágrafo único - O plano nacional de educação constante de lei federal, nos termos dos arts. 5º,
nº XIV, e 39, nº 8, letras a e e, só se poderá renovar em prazos determinados, e obedecerá às seguintes
normas:
a) ensino primário integral gratuito e de frequência obrigatória extensivo aos adultos;
b) tendência à gratuidade do ensino educativo ulterior ao primário, a fim de o tornar mais acessível;
Constituição de 1937
representou retrocesso em relação à sua predecessora pois

◦ Desaparece a vinculação obrigatória de recursos para a pasta;


◦ Mantém obrigatório e gratuito o ensino primário, mas era exigida uma contribuição módica e
mensal para a caixa escolar;
◦ Institui o ensino pré-vocacional e profissional voltado aos menos favorecidos
◦ INVIABILIZA AOS NEGROS e indígenas (QUE PERCEBEM REMUNERAÇÃO INFERIOR AOS
BRANCOS ATÉ HOJE) O ACESSO às escolas, em virtude da “contribuição”
Reforma Capanema Leis Orgânicas do Ensino (1942 e 1946)
◦ Marca a implementação de uma visão da escolarização vinculada a um projeto Nacional que atribuía – e formava – aos
diferentes atores sociais para desempenharem suas funções na construção de uma nacionalidade “moderna”. Para os
brancos o ensino superior e as carreiras liberais, para os negros, a formação para o trabalho. Dará especial atenção ao
ensino
Profissional :
SENAI-  Decreto-lei n. 4.048,  de 22 de janeiro de 1942
SENAC - Decretos-lei n 8.621 e 8.622, de 10 de janeiro de 1946
SESI – Decreto-lei nº 9.403, de 25 de junho de 1946
SESC - DECRETO-LEI Nº 9.853, DE 13 DE SETEMBRO DE 1946.
NORMAL (Feminina) - Decreto-lei 8.530, de 02 de janeiro de 1946
Cabe registrar que o sistema S exige apenas o primário, para efetivação de matrícula, portanto passa a absorver a imensa
maioria da população negra que conclui o primário.
◦ “É com a educação moral e cívica que se cerra e se completa o ciclo da educação
individual e coletiva e é por ela que se forma o caráter do: cidadãos, infundindo-lhes
não apenas as preciosas virtudes pessoais senão também as grandes virtudes
coletivas que formam a têmpera das nacionalidades – a disciplina, o sentimento do
dever, a resignação nas adversidades nacionais, a clareza nos propósitos, a
presteza na ação, a exaltação patriótica.”
◦ (grifos meus)
CONSTITUIÇÃO DE 1946
Retoma a vinculação orçamentária;
Retoma a gratuidade da educação;
Retoma a ideia de educação como dever/compromisso do estado
Constituição de 1967
Estabelece a obrigatoriedade dos 7 aos 14 anos;
Estabelece o ensino “igualmente gratuito para quantos, no nível médio e no superior,
demonstrarem efetivo aproveitamento e provarem falta ou insuficiência de recursos”;
 o Poder Público substituirá, gradativamente, o regime de gratuidade no ensino médio e
no superior pelo sistema de concessão de bolsas de estudos, mediante restituição, que
a lei regulará.
Constituição de 1988
ESTABELECE A EDUCAÇÃO COMO DIREITO DE TODOS E DEVER DO ESTADO
ESTABELECE O RACISMO COMO CRIME
FIXA AS BASES PARA O ENTENDIMENTO DA BASE MULTI-RACIAL DA
NACIONALIDADE BRASILEIRA
EDUCAÇÃO DOS NEGROS NA LDBEN
4.024/61 5692/71 9394/96
EMBATES ENTRE FINANCIAMENTO
PÚBLICO EXCLUSIVO PARA ESCOLAS
PÚBLICAS X FINANCIAMENTO PUBLICO • Marcada pela negação de conflitos • Nasce após a CF 1988
TAMBEM PARA ESCOLAS CONFESSIONAIS de quaisquer natureza, típica do
(posição de Carlos Lacerda); período ditatorial, reafirma os • E construída através de diferentes
preceitos da lei anterior de 61. embates que ainda evidenciam o não
Título I – Dos Fins da Educação Art. 1o, alínea reconhecimento das assimetrias raciais e
g – que a educação nacional, inspirada nos de acesso à educação
princípios de liberdade e nos ideais de
solidariedade humana, tem por fim: Alínea g - A • Alteração do artigo 26 A - projeto de lei
condenação a qualquer tratamento desigual por apresentado pelos deputados federais
motivo de convicção filosófica, política ou Ester Grossi (educadora do Rio Grande
religiosa, bem como a quaisquer preconceitos do Sul) e Ben-Hur Ferreira (oriundo do
de classe ou de raça. movimento negro de Mato Grosso do Sul)
– LEI 10639/2003
* Discursos entendidos como luta pela
GRATUIDADE PARA TODOS, e não fruto do • Lei 11645/2008
entendimento da assimetria racial
A educação dos negros – 2001 a 2013

A Conferência de Durban/2001 – Brasil como signatário se vê obrigado a implementar


politicas de combate ao racismo
CRIAÇÃO DA SEPPIR – MARÇO DE 2003
CRIAÇÃO DA SECAD (posterior SECADI) - 2004
Implementações das alterações do artigo 26 A da LDBEN/96 através da lei 10639/2003 e a
posterior Resolução nº 1/ do CNE de 17 de junho de 2004
Adoção da política de cotas pela UNB - 06 de junho de 2003
Adoção da política de cotas pela UFRGS - 2007
PLANO NACIONAL DE IMPLEMENTAÇÃO DAS DIRETRIZES CURRICULARES
NACIONAIS PARA EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ETNICORRACIAIS E PARA O ENSINO
DE HISTÓRIA E CULTURA AFROBRASILEIRA E AFRICANA (Fernando Haddad –
2005/2012)
Lei 12711/2012 – Lei de cotas
Embates Atuais
Garantia das politicas educacionais consolidadas

◦ Cotas (considerando que será revisada no próximo ano)


◦ Formação inicial e continuada de professores para a ERER
◦ Fomento às pesquisas sobre ERER e Racismo
◦ Fomento à aquisição de materiais didáticos e literários que cumpram as determinações legais

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