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CURSO SOLIDÁRIO

CIDADE TIRADENTES - GUAIANASES

FREIRE, Paulo . Pedagogia da


autonomia: saberes necessários
à prática educativa. São Paulo:
Paz e Terra, 2004.

Professora Marilza Fantini


CONCURSO SME – 2022
TEMÁTICA CENTRAL

A questão da formação docente ao


lado da reflexão sobre a prática
educativo-progressista em favor da
autonomia do ser dos educandos.
CAPÍTULO 1 - NÃO HÁ DOCÊNCIA SEM DISCÊNCIA
3.
2. RESPEITO AOS
PESQUISA SABERES DOS
EDUCANDOS
4.
CRITICIDADE

1.
RIGOROSIDADE
METÓDICA
5. ESTÉTICA E
ENSINAR ÉTICA

9.
RECONHECIMENTO EXIGE:
E A ASSUNÇÃO DA
IDENTIDADE 6.
CULTURAL CORPORIFICAÇÃO
DAS PALAVRAS
PELO EXEMPLO
8.
REFLEXÃO 7.
CRÍTICA SOBRE A RISCO, ACEITAÇÃO DO
PRÁTICA NOVO E REJEIÇÃO A
QUALQUER FORMA DE
DISCRIMINAÇÃO
1.1. Ensinar exige rigorosidade metódica
O educador democrático não pode negar-se o dever de, na sua
prática docente, reforçar a capacidade crítica do educando, sua
curiosidade, sua insubmissão. Precisa ensinar a pensar certo.
1.2. Ensinar exige pesquisa
Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino.
Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me
indago.
Pesquiso para constatar, constatando, intervenho, intervindo
educo e me educo.
Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou
anunciar a novidade.
1.3. Ensinar exige respeito aos saberes dos educandos
Por que não estabelecer uma “intimidade” entre os
saberes curriculares fundamentais aos alunos e a
experiência social que eles têm como indivíduos?

1.4. Ensinar exige criticidade


A curiosidade como inquietação indagadora, como inclinação
ao desvelamento de algo, como pergunta verbalizada ou não,
como procura de esclarecimento, como sinal de atenção que
sugere alerta faz parte integrante do fenômeno vital.
1.5. Ensinar exige estética e ética
A necessária promoção da ingenuidade à criticidade não pode ser
feita à distância de uma rigorosa formação ética ao lado sempre da
estética. Decência e boniteza de mãos dadas.
A prática educativa tem de ser, em si, um testemunho rigoroso de
decência e pureza.
1.6. Ensinar exige a corporificação das palavras pelo exemplo
O professor que realmente ensina, quer dizer, que trabalha os conteúdos
no quadro da rigorosidade do pensar certo, nega a fórmula: “faça o que
mando e não o que eu faço”.
Quem pensa certo sabe que as palavras a que falta a corporeidade do
exemplo pouco ou quase nada valem.
Pensar certo é fazer certo.
1.7. Ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a
qualquer forma de discriminação
É próprio do pensar certo a disponibilidade ao risco, a aceitação
do novo que não pode ser negado ou acolhido só porque é novo,
assim como o critério de recusa ao velho não é apenas o
cronológico.
Faz parte do pensar certo a rejeição a qualquer forma de
discriminação. O pensar certo é dialógico e não polêmico.
1.8. Ensinar exige reflexão crítica sobre a prática
(...) na formação permanente dos professores, o momento fundamental
é o da reflexão crítica sobre a prática. É pensando criticamente a prática
de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática.
1.9. Ensinar exige o reconhecimento e a
assunção da identidade cultural
Assumir-se c0m0 ser social e histórico como ser
pensante, comunicante, transformador, criador,
realizador de sonhos, capaz de ter raiva, capaz de
amar.
A assunção de nós mesmos, como sujeitos, não
significa a exclusão dos outros. É a “outredade”
do “não eu” ou do “tu”, que me faz assumir a
radicalidade do “meu eu”.
CAPÍTULO 2 - ENSINAR NÃO É TRANSFERIR CONHECIMENTO

3.
2. RESPEITO À AUTONOMIA
RECONHECIMENTO DE SER DO SER DO EDUCANDO
CONDICIONADO

4.
BOM SENSO
1.
CONSCIÊNCIA DO
INACABAMENTO
5.
ENSINAR HUMILDADE,
TOLERÂNCIA E LUTA EM

9.
EXIGE: DEFESA DOS DIREITOS
DOS EDUCADORES
CURIOSIDADE

6. APREENSÃO DA
REALIDADE
8.
CONVICÇÃO DE QUE A
MUDANÇA É POSSÍVEL 7.
ALEGRIA E ESPERANÇA
2.1. Ensinar exige consciência do inacabamento
Como professor crítico, sou um “aventureiro” responsável,
predisposto à mudança, à aceitação do diferente. A inconclusão é
própria da experiência vital. “Gosto de ser gente porque a história
em que me faço com os outros e de cuja feitura tomo parte é um
tempo de possibilidades, e não de determinismos”.
2.2. O ensinar exige o reconhecimento de ser condicionado
Gosto de ser gente porque, inacabado, sei que sou um ser
condicionado, mas consciente do inacabamento, sei que posso ir
mais além dele.
Inacabados e conscientes do inacabamento, abertos à procura,
curiosos, “programados, mas para aprender”, para exercitar
nossa capacidade de aprender e de ensinar.
2.3. Ensinar exige respeito à autonomia do ser do educando
O respeito à autonomia e dignidade de cada um é um imperativo
ético e não um favor que podemos conceder ou não conceder uns
aos outros.
A dialogicidade verdadeira, em que sujeitos dialógicos aprendem
e crescem na diferença, sobretudo no respeito a ela, se tornam
radicalmente éticos.
2.4. Ensinar exige bom senso
O exercício do bom senso se faz no “corpo” da curiosidade.
Quanto mais colocamos em prática a nossa capacidade de
indagar, de duvidar, tanto mais podemos tornar mais crítico o
nosso bom senso. O exercício do bom senso vai superando o que
há nele de instintivo na avaliação que fazemos.
2.5. Ensinar exige humildade, tolerância e luta em
defesa dos direitos dos educadores.
A luta dos professores em defesa dos seus direitos
e de sua dignidade dever ser entendida como um
momento importante de sua prática docente,
enquanto prática ética.
2.6. Ensinar exige apreensão da realidade
Mulheres e homens, somos os únicos seres que, social e
historicamente, nos tornamos capazes de apreender. Por isso,
somos os únicos em quem aprender é uma aventura criadora,
algo muito mais rico que meramente repetir a lição dada.
2.7. Ensinar exige alegria e esperança
Há uma relação entre a alegria necessária à atividade educativa e a esperança.
A esperança de que o professor e alunos juntos podemos aprender, ensinar,
inquietar-nos, produzir juntos igualmente resistir aos obstáculos a nossa
alegria.
2.8. Ensinar exige a convicção de que a mudança é
possível
Um dos saberes primeiros , indispensáveis a quem, chegando a favelas ou
a realidades marcadas pela traição a nosso direito de ser, pretende que
sua presença se vá tornando convivência, que seu estar no contexto vá
virando estar com ele (...)
É o saber da História como possibilidade e não como determinação.
O mundo não é. O mundo está sendo.
2.9. Ensinar exige curiosidade
Como professor devo saber que sem a curiosidade
que me move, que me inquieta, que me insere na
busca, não aprendo nem ensino.
Exercer minha curiosidade de forma correta é um
direito que tenho como gente e a que corresponde
o dever de lutar por ele, o direito à curiosidade.
Com a curiosidade “domesticada”, posso alcançar a
memorização mecânica, mas não o aprendizado
real ou o conhecimento cabal do objeto.
CAPÍTULO 3 - ENSINAR É UMA ESPECIFICIDADE HUMANA

3.
COMPREENDER QUE A
EDUCAÇÃO É UMA
2. FORMA DE
COMPROMETIMENTO INTERVENÇÃO NO
MUNDO

4.
LIBERDADE E
1. AUTORIDADE
SEGURANÇA,
COMPETÊNCIA
PROFISSIONAL E
GENEROSIDADE
ENSINAR 5.
TOMADA CONSCIENTE

9.
QUERER BEM AOS
EXIGE: DE DECISÕES

EDUCANDOS

6. SABER ESCUTAR
8.
DISPONIBILIDADE PARA
O DIÁLOGO 7.
RECONHECER QUE A
EDUCAÇÃO É DIALÓGICA
3.1. Ensinar exige segurança, competência
profissional e generosidade
A segurança com que a autoridade docente se move implica uma
outra, a que se funda em sua competência profissional.
O professor que não leva a sério sua formação, que não estude,
não se esforce para estar à altura de sua tarefa, não tem força
moral para coordenar as atividades de sua classe.
3.2. Ensinar exige comprometimento
Uma das preocupações centrais deve ser a aproximação cada vez maior entre o que eu digo e o que eu
faço, entre o que eu pareço ser e o que realmente estou sendo.
Ético tem que ser o meu testemunho.
3.3. Ensinar exige compreender que a educação é
uma forma de intervenção no mundo
Não posso ser professor se não percebo cada vez melhor
que, por não poder ser neutra, minha prática exige de
mim um definição. Uma tomada de decisão. Exige
escolhas, ruptura.
Não posso reduzir a minha prática ao ensino do
conteúdos.
É preciso ter testemunho ético, decência, preparação
científica, humildade, coerência entre o que digo, o que
escrevo e o que faço.
3.4. Ensinar exige liberdade e autoridade
A liberdade amadurece no confronto com outras liberdades, na
defesa de seus direitos em face da autoridade dos pais, do
professor, do Estado.
3.5. Ensinar exige tomada consciente de decisões
O que se coloca ao educador democrático, consciente da impossibilidade
da neutralidade da educação, é forjar em si um saber especial, que jamais
deve abandonar, saber que motiva e sustenta sua luta:
Se a educação não pode tudo, alguma coisa fundamental a educação
pode.
Se a educação não é a chave das transformações sociais, não é também
simplesmente reprodutora da ideologia dominante.
3.6. Ensinar exige saber escutar
O educador que escuta aprende a difícil lição de transformar o
seu discurso, às vezes necessário, ao aluno, em uma fala com
ele.
3.7. Ensinar exige reconhecer que a educação
é dialógica
Nenhuma teoria de transformação político-social do
mundo me comove sequer, se não parte de uma
compreensão social do homem e da mulher enquanto
seres fazedores da História e por ela feitos, seres da
decisão, da ruptura, da opção.

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