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Universidade Federal do Piauí

Programa de Pós-Graduação em Educação – PPGEd


Núcleo de Estudos e Pesquisas em Educação na
Psicologia Sócio-Histórica - NEPSH

ATUAÇÃO, ATIVIDADE E TRABALHO NA PERSPECTIVA


DE RUBINSTEIN: apontamentos teóricos para
compreendermos o ser coordenador pedagógico

Cristiane de Sousa Moura Teixeira – UFPI/PPGEd


INTRODUÇÃO
• Descrever como nos encontramos com Rubinstein;
• Esclarecer a contribuição de Rubinstein para a
constituição da Psicologia Sócio-Histórica;
• Explicar alguns conceitos relativos à Teoria da
Atividade de Rubinstein;
• Demonstrar como nos apropriamos dos conceitos na
pesquisa em educação na perspectiva da Psicologia
Sócio-Histórica.
• Considerações finais: Apontar as possibilidades ainda
a serem exploradas nas pesquisas em educação
fundamentadas pelas ideias de Rubinstein.
ATUAÇÃO, ATIVIDADE E TRABALHO NA PERSPECTIVA DE
RUBINSTEIN: apontamentos teóricos para compreendermos o
ser coordenador pedagógico
• Como nos encontramos com Rubinstein?
(Pesquisa no Doutorado a cerca do trabalho do
coordenador pedagógico);

• Estudo da Obra Princípios de Psicologia Geral


(1977/ 1940 – data do prólogo da 1ªed. Assinada
por Rubinstein);
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RUBINSTEIN: apontamentos teóricos para compreendermos o
ser coordenador pedagógico
As contribuições de Rubinstein para a Psicologia Sócio-
Histórica
“[...] yo considero que el principal aporte de Rubinstein a la Piscologia es aplicar la
dialética materialista, la dialéctica de la contradicción interna.” (SERRA, 2013, p.
213-233);

Os anos 20 são os de formação das bases da Psicologia soviética sobre o fundamento


do materialismo dialético. A meu juizo, aqui fizeram muito dois eminentes
psicológos: S. L. Rubinstein e L. S. Vigotski, que já nos anos 20 criaram as duas
escolas que são famosas no mundo. Rubinstein um erudito em Psicologia e em
História da filosofia e grande conhecedor da filosofia, desenvolveu, nos anos 30, as
bases filosóficas-psicológicas da teoria da atividade e é um dos criadores dessa
teoria na União soviética (Marta Shure, 1990, 235, entrevista de Davidov)
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RUBINSTEIN: apontamentos teóricos para compreendermos o
ser coordenador pedagógico
As contribuições de Rubinstein para a Psicologia
Sócio-Histórica
“A produção de Rubinstein contempla conceitos referentes à Psicologia, à
filosofia, à fisiologia da atividade nervosa, à ética, à educação de forma
inter-relacionada. [...], mostra as leis gerais de formação da consciência
e a relação dialética entre os processos psíquicos e a atividade prática
do homem , por isso é considerado um dos criadores da Teoria da
Atividade” (ARAÚJO, 2012);

Rubinstein enfatiza a relação recíproca que existe entre conhecimento


psicológico e processo de ensino (ARAÚJO, 2012);
ATUAÇÃO, ATIVIDADE E TRABALHO NA PERSPECTIVA DE
RUBINSTEIN: apontamentos teóricos para compreendermos o ser
coordenador pedagógico
As contribuições de Rubinstein para a Psicologia
Sócio-Histórica
“Ao considerar que a Psicologia histórico-cultural origina-se no
materialismo histórico e no materialismo dialético, o desafio que se
apresenta aos que investigam na área educacional seria o de construir o
que poderíamos chamar de “Pedagogia histórico-cultural” e, nesse
sentido, a obra de Rubinstein fornece, com precisão, elementos que
possibilitam compreendermos as bases filosóficas, gnosiológicas e
psicológicas de que pode ser um ensino que desenvolve”. (ARAÚJO,
2012);
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RUBINSTEIN: apontamentos teóricos para compreendermos o
ser coordenador pedagógico
As contribuições de Rubinstein para a Psicologia Sócio-
Histórica
Além disso, é pertinente destacar o que Serra (2013, p. 215-216), ao discutir a obra de
Rubinstein (1977), esclarece acerca das diferenças entre este autor e Leontiev (1978a).
 
Entonces el enfoque de Rubinstein es parecido al de Leontiev, porque los dos reconocen la
influencia del mundo externo social y de la actividad socio histórica, pero mientras Leontiev
ve en la actividad el punto de partida de la formación del psiquismo, pues la actividad se
generaliza, se reduce, se expresa verbalmente, Rubinstein va a destacar las condiciones
psíquicas internas y el proceso psíquico como los que engendran la personalidad. Leontiev
sitúa la actividad como factor externo determinante, y allí estaría la crítica que Rubinstein
realiza a Leontiev, un poco en ignorar, en disminuir el importante factor de lo interno.
Aunque Leontiev no lo niega, pero en su enfoque va enfatizar la actividad, mientras que
Rubinstein va destacar las condiciones internas ya creadas anteriormente y los procesos
psíquicos y cómo a partir de ellas se desarrolla la personalidad. Un criterio que caracteriza
el pensamiento de Rubinstein es la unidad entre lo biológico y lo social, que no lo veo igual
en Leontiev.
ATUAÇÃO, ATIVIDADE E TRABALHO NA PERSPECTIVA DE
RUBINSTEIN: apontamentos teóricos para compreendermos o
ser coordenador pedagógico
Alguns conceitos: Atuação, atividade e trabalho na
perspectiva de Rubinstein

Atuação

“O homem não é apenas um ser passivo, contemplativo,


mas um ser activo. Por isso deve-se estudá-lo através dos
seus actos, através de sua atividade específica”
(Rubinstein, 1977, p. 11);

“A específica actuação humana foi-se formando através do


trabalho como atividade laboral” (Rubinstein, 1977, p.
11);
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Alguns conceitos: Atuação, atividade e trabalho na
perspectiva de Rubinstein
Atuação
A atuação ou conduta corresponde a um determinado modo de agir. No
caso dos seres humanos, a atuação se distingue do agir dos outros
animais, sobretudo, no que diz respeito a dois aspectos fundamentais:

A)O primeiro, o fato de que o modo específico do ser humano agir foi
produzido mediante o trabalho, isso porque o trabalho é sempre
orientado para a criação de determinado produto ou resultado, o que
exige do homem um determinado modo de agir para atingir
determinado objetivo.

A) O segundo aspecto: toda atuação humana, não ocorre de modo


isolado, mas a atuação humana está sempre implicada em uma relação
com os outros, com a sociedade.
Assim, atuação, como determinado modo de agir, consiste na unidade
fundamental para se compreender a atividade humana
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RUBINSTEIN: apontamentos teóricos para compreendermos o ser
coordenador pedagógico

Alguns conceitos: Atuação, atividade e


trabalho na perspectiva de Rubinstein
Atuação:
De acordo com o psicólogo russo, três aspectos
caracterizam a atuação do ser humano:

a) O primeiro é o seu caráter consciente e orientado para


um fim;

b) O segundo, a relação entre o impulso e o fim;

c)O terceiro, a relação que existe entre o socialmente


significativo e o pessoalmente significativo.
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RUBINSTEIN: apontamentos teóricos para compreendermos o ser
coordenador pedagógico

Alguns conceitos: Atuação, atividade e trabalho


na perspectiva de Rubinstein
Atuação:
a) O primeiro é o seu caráter consciente e orientado para um
fim;

O primeiro aspecto que caracteriza a atuação humana tem


relação intrínseca com o conceito de trabalho
desenvolvido por Marx (1953). O próprio Rubinstein
(1977) evidencia essa fundamentação de Marx em suas ideias,
ao afirmar que, para Marx (1953 apud RUBINSTEIN, 1977, p.
80), o trabalho se caracteriza "[...] como atividade consciente
e orientada para certos fins, que aspira à realização de um
resultado, o qual é dado na representação do trabalhador
antes de actuar e que é regulado pela vontade de acordo com
o seu objetivo consciente".
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Alguns conceitos: Atuação, atividade e


trabalho na perspectiva de Rubinstein
Atuação:
b) O segundo, a relação entre o impulso e o fim;

Impulso é uma necessidade, um interesse e quanto mais


consciente o homem estiver desse impulso que lhe incita
a agir, mais esse se converte em motivação em razão da
relação que se estabelece entre o impulso e a finalidade
da atuação. Assim, podemos afirmar que a origem da
motivação está na relação entre o impulso e o fim, mas,
para se tornar uma efetiva atuação humana, é necessário
considerar a atitude do indivíduo diante das
circunstâncias em que a atuação ocorre.
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Alguns conceitos: Atuação, atividade e


trabalho na perspectiva de Rubinstein
Atuação:
c)O terceiro, a relação que existe entre o socialmente
significativo e o pessoalmente significativo.

A atitude do indivíduo é o conteúdo psicológico da


atuação, e é também o que provoca mudanças na
motivação inicial. Isso porque a atuação objetiva do
homem é "[...] um acto de relação com os seus
semelhantes, na qual para o sujeito actuante não só se abre
o mundo objectivo, onde está implicada a actuação, como
também, o conteúdo da vida social compreendido nesta
atuação e que a determina" (RUBINSTEIN, 1977, p. 27).
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Alguns conceitos: Atuação, atividade e trabalho na perspectiva
de Rubinstein
Atuação:
c) O terceiro, a relação que existe entre o socialmente significativo e o pessoalmente
significativo.

Essa relação poderá ser compreendida pela atitude, uma vez que a ação humana
possui conteúdo moral que pode ser convertido do social para o pessoalmente
significativo.
Esse aspecto se torna imprescindível na compreensão da atuação humana, porque na
sociedade em que vivemos, a moral social e o direito social estabelecem regras e
normas para a conduta humana. A relação que o indivíduo mantém com as normas
sociais evidencia a sua atitude ao agir em determinadas circunstâncias. (força ativa
X força estranha)

Por exemplo: obedecer à lei de trânsito que determina X velocidade numa via
Nacional (BR). Por que preciso obedecer essa lei? Por que corro risco de ser
multado? A multa não é o aspecto socialmente significativo, mas sim, as vidas
humanas que circulam naquele espaço (BR)
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coordenador pedagógico

Alguns conceitos: Atuação, atividade e trabalho


na perspectiva de Rubinstein
Atuação: a relação dialética entre ação e atitude consiste na unidade da
atividade, ou seja, a atuação especificamente humana.

“A unidade da actividade aparece concretamente como unidade dos fins


para os quais está orientada e de motivos dos quais deriva. Os motivos
e fins de algumas actividade possuem quase sempre, ao contrário dos
motivos e fins de algumas actuações, um caráter generalizado e
integral.” (RUBINSTEIN, 1977, P. 64)
Atividade
A realização de determinada atividade humana exige relação entre os
motivos e os fins que a orientam.
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RUBINSTEIN: apontamentos teóricos para compreendermos o ser
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Alguns conceitos: Atuação, atividade e trabalho


na perspectiva de Rubinstein

Trabalho

Por trabalho, Rubinstein (1977, p. 79) entende "[...]


um processo entre o homem e a natureza, um
processo integrado ao qual o ser humano faculta,
regula e controla a sua troca material com a natureza
através de seus atos". Isso significa que a realização
de determinado trabalho requer idealização e
controle para sua execução, o que implica em
deveres e disciplina interna: vontade e atenção
voluntária.
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RUBINSTEIN: apontamentos teóricos para compreendermos o ser
coordenador pedagógico

Como nos apropriamos de alguns conceitos


de Rubinstein na pesquisa em educação

Tese de doutorado: Ser "o faz-tudo" na escola: a


dimensão subjetiva do trabalho do coordenador
pedagógico

Objetivo: compreender as significações produzidas pelo


coordenador pedagógico acerca do trabalho que desenvolve
na escola, identificando seu potencial formativo

Procedimento de análise de dados: núcleos de


significação (AGUIAR, OZELLA, 2006, 2013)
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RUBINSTEIN: apontamentos teóricos para compreendermos o ser
coordenador pedagógico
Como nos apropriamos de alguns conceitos de
Rubinstein na pesquisa em educação

• Núcleo de Significação I: "O 'Faz Tudo' na escola significa


a formação contínua ora como aperfeiçoamento, ora como
desenvolvimento profissional";

• Núcleo de Significação II: "O pensar e o agir do 'Faz


Tudo' na escola denuncia o número excessivo de ações que
compõem o trabalho desenvolvido na escola pública";

• Núcleo de Significação III:“A dimensão afetivo-volitiva


do coordenador “Faz Tudo” na escola está perpassada pelas
motivações, pelas atitudes e pelos sentimentos que têm
mediado o desenvolvimento do seu trabalho na escola
pública".
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RUBINSTEIN: apontamentos teóricos para compreendermos o ser
coordenador pedagógico
Como nos apropriamos de alguns conceitos de Rubinstein na
pesquisa em educação

Esse núcleo foi constituído a partir dos seguintes indicadores:

a) coordenador pedagógico "faz-tudo": realidade e possibilidades da


escola de tempo integral;

a) pedagogia da presença e pedagogia do exemplo como estratégia para


cobrar do professor e educar o aluno;

b) "Eles cobram da gente, a gente tem que cobrar do professor, o


professor tem que cobrar do aluno, tem que cobrar da família também
e eu estou sempre envolvendo isso aí";

a) ações pedagógicas.
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coordenador pedagógico
Como nos apropriamos de alguns conceitos de Rubinstein na
pesquisa em educação

"a escola sem a coordenação é muito difícil de funcionar, porque é


ela que resolve todos...não sei se é a palavra certa, mas todo o
abacaxi até chegar na direção". (Margarida);

“Eles diziam que iria mandar o professor, que era para a gente
mandar a relação... "Vocês têm professor no PARFOR?" Eles
mandavam a gente fazer a relação dos professores que estavam no
PARFOR para Secretaria, que a Secretaria vai enviar os professores, só
que, sinceramente, eu nunca soube de uma escola que recebeu
esses professores no período do PARFOR.” (Entrevista
Reflexiva Coletiva 2 – Margarida);
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coordenador pedagógico
Como nos apropriamos de alguns conceitos de Rubinstein na pesquisa em
educação

Esse trecho da narrativa de Margarida nos ajuda a compreender


porque para ela substituir os professores é pessoalmente
significativo. Embora, socialmente, não se considera significativo
coordenador pedagógico ser substituto de professores ou de
diretores, a sociedade considera socialmente significativo a garantia
dos dias letivos e dos conteúdos para os alunos. Ao converter essa
norma moral como significativa para ela, a coordenadora gera uma
força ativa que produz nela o sentimento de obrigação. Ou seja,
mesmo realizando ações não específicas do coordenador
pedagógico, o que a motiva para a realização dessas ações é a
necessidade de garantir o pleno funcionamento da escola, já que os
órgãos que a administram não estão comprometidos com as
condições nas quais as escolas públicas funcionam.
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Como nos apropriamos de alguns conceitos de
Rubinstein na pesquisa em educação

Poderíamos entender que essa é uma finalidade que não se vincula à


especificidade do trabalho do coordenador pedagógico. Porém, é preciso
considerar que a sociedade em geral julga socialmente significativo que os
profissionais da escola pública garantam o bom desempenho das atividades
escolares sem prejuízos para os alunos. A coordenadora, no desejo de
atender a esse aspecto, que é socialmente significativo, converte-o em
pessoalmente significativo.

De onde vem a atitude da CP?


É preciso então, entender que a profissão se constitui num movimento
histórico. Vamos encontrar a explicação para isso na história do supervisor
escolar que hoje reconhecemos como coordenador pedagógico.
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coordenador pedagógico

Como nos apropriamos de alguns conceitos de Rubinstein na


pesquisa em educação

[...] Tem formação [no HPC]. Tem formação porque quando você trabalha...
Conversa com o professor, começa sua conversa com uma leitura que leva a
uma reflexão tem uma formação e quando você a partir da atividade que... Vamos
dizer que eu estou com o professor do 2º ano e ele está me apresentando a
atividade que vai ser desenvolvida ao longo da semana na área da
Matemática e a gente vai olhar, vai ver, discutir, saber se está no nível do
aluno, se não está, então quem está aquém do conhecimento vai melhorar
ali. Então, é uma formação também, não deixa de ser uma formação. Então o
HPC é um momento de formação, sim. De forma mais simples, até
considerando o tempo que é 1h/a, 2h/a no máximo. [...] HPC ele só... Na verdade ele
precisa ser transformado num momento de estudo mais aprofundado, mas
não é. [...] (Entrevista Reflexiva Coletiva 2 – Rosa).
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coordenador pedagógico

Como nos apropriamos de alguns conceitos de


Rubinstein na pesquisa em educação

Considerando que o objetivo da atividade de coordenação pedagógica é a


formação docente, ao realizar a ação pedagógica relatada acima, a
coordenadora tem como motivo acompanhar o processo ensino-
aprendizagem, isso porque, entendemos, ela reconhece o
acompanhamento junto ao professor como algo significativo, já que
possibilita o melhor desenvolvimento do trabalho do professor.

o modo como a coordenadora trabalha é mediado pela forma como ela


significa seu trabalho, bem como pelas condições objetivas existentes pra
realizá-lo. Desse modo, acreditamos que as coordenadoras têm o seu agir
orientado pelo modo como elas significam a coordenação pedagógica,
assim como as responsabilidades que são específicas dessa profissão.
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coordenador pedagógico
Considerações finais:
As possibilidades ainda a serem exploradas nas pesquisas em educação
fundamentadas pelas ideias de Rubinstein

a) Teoria da Generalização científica;


Generalizações primárias e generalizações superiores

b)Ensino que desenvolve / ensino desenvolvimental


“O ensino que conduz ao desenvolvimento, implica a formação do
pensamento como atividade do sujeito” (Araújo, 2012);

c) Educação do pensamento
“sem educar a faculdade de pensar por conta própria, não há nem pode
haver autêntica educação do homem” (Rubinstein, 1979, p. 141);

d)O Desenvolvimento de pesquisa – formação


ATUAÇÃO, ATIVIDADE E TRABALHO NA PERSPECTIVA DE
RUBINSTEIN: apontamentos teóricos para compreendermos o ser
coordenador pedagógico

Considerações finais:
As possibilidades ainda a serem exploradas nas pesquisas em
educação fundamentadas pelas ideias de Rubinstein

Considerando que a produção de Rubinstein


contempla uma gama incrível de interesses, indo do
método e objeto da psicologia; passando por estudos
fisiológicos, pesquisas sobre a percepção, os estados
emocionais, pesquisas sobre desenvolvimento do
caráter, do temperamento, da personalidade, da
consciência, da linguagem, do pensamento, até o
desenvolvimento de uma teoria da atividade (Araújo,
2012)
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RUBINSTEIN: apontamentos teóricos para compreendermos o ser
coordenador pedagógico
Referências

ARAÚJO, E. S. Rubinstein: um grande psicólogo, uma grande


personalidade. In: LONGAREZ, A. M. ; PUENTES, R. V. (Orgs.)
Ensino desenvolvimental: vida, pensamento e obra dos principais
representantes russos. 1 ed. Uberlândia: EDUFU, 2012, v. 1, p. 116-137.

RUBINSTEIN, S. L. Princípios de Psicologia Geral. v. VI. Lisboa:


Editorial Estampa, 1977.

SERRA, D. J. G. La dialéctica materialista: contribuciones de S. L.


Rubinstein a la teoría Histórico Cultural. In: Pespectiva,
Florianópolis, v. 31, n. 1, 213-232, jan./abr. 2013.

TEIXEIRA, C. de S. M. Ser "o faz-tudo" na escola: a dimensão subjetiva


do trabalho do coordenador pedagógico. 2014, 261p, Tese (Doutorado
em Educação) – Universidade Federal do Piauí, 2014.

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