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Através da economia neoclássica observa-se suas estranhas origens, pois mesmo sendo
inventada na década de 1870 baseou-se na mecânica newtoniana do século XVII (17) e não em
uma ciência em desenvolvimento nesse período como a física eletromecânica. Assim os sistemas
econômicos eram tanto em mercados individuais como economias inteiras, com mecanismos
autorregulados compostos de elementos atomísticos e que tendem ao equilíbrio.
Dessa forma, o equilíbrio da teoria neoclássica mostra-se mais que apenas um conceito
sobre a realidade econômica em não oferecer uma conformação direta ou refutar; assim
precisa-se analisar o comportamento para uma pessoa ser julgada racional.
Considerando a economia neoclássica que mercados e economias são sistemas determinados
pelo princípio do equilíbrio através da hipótese do equilíbrio, destaca-se duas características
principais:
1) É apresentado como um artigo de fé a priori e não apresenta-se como um processo de
pesquisa científico;
2) É uma metafísica holística e não individualista. Assim refere-se ao sistema econômico e não
aos agentes econômicos, entretanto para compor esse sistema os agentes humanos não
podem ser de qualquer tipo.
Mesmo sendo uma hipótese logicamente impossível, que não há um padrão comportamental
dos agentes; os neoclássicos buscam mostrar que essa hipótese é logicamente possível,
sendo essa atividade o centro das atenções em cursos de microeconomia; geralmente
representados por um modelo matemático que requerem uma longa lista de estipulações sobre
microelementos como: competição pura; coeficientes de produção constantes; produtos e métodos
de produção idênticos dentro da indústria. Essas micro condições combinadas devem preceder
que a Hipótese de Equilíbrio seja verdadeira.
Entretanto a hipótese de equilíbrio requer a hipótese de uma força motriz do comportamento
independente dos agentes econômicos individuais; essa é a hipótese chamada Hipótese do
Comportamento Individual. Assim o comportamento dos agentes individuais determinam
valores de equilíbrios do mercado, desde que esse comportamento seja circunscrito em várias
propriedades formais; por isso a derivação dessas propriedades é o centro do projeto da teoria
neoclássico. Com isso essas propriedades e a classe de comportamento definem o que a tradição
neoclássica entende por “racionalidade” e “comportamento econômico racional”; no mesmo sentido
um comportamento inconsistente é “irracional”.
Após definir o comportamento individual que torna a hipótese do equilíbrio verdadeira com
“comportamento racional”, é necessário entender que o comportamento humano ocorre
independe do contexto. Assim a superestrutura do paradigma neoclássico segue uma ordem
lógica em seu desenvolvimento:
1) Hipótese do Equilíbrio.
2) Hipótese do Comportamento Individual.
3) Justificativa das Hipóteses:
a. As propriedades derivadas do comportamento individual consiste com a hipótese de
equilíbrio.
b. A manobra retórica de definir essas propriedades como “racionalidade”.
c. A “racionalidade” descreve os agentes econômicos.
Em sala de aula, a economia neoclássica lê seus modelos de trás para frente, levando a ilusão de
que o comportamento das unidades econômicas individuais determinam os valores de equilíbrio
nos mercados e economias inteiras. Entretanto os modelos foram construídos sem investigar o
comportamento dos agentes individuais, mas os requisitos lógicos em alcançar esse estado agregado de
equilíbrio geral. Assim não é o comportamento dos agentes individuais que determina a estrutura geral do
modelo e nem a estrutura do ranking de preferência; mas o requisito global para uma estrutura particular
que dita o comportamento dos agentes individuais. Para isso é necessário utilizar três suposições
axiomáticas para a escolha do consumidor, os dois primeiros são mais utilizados enquanto o terceiro
raramente é mencionado.
Outra aplicação da racionalidade individual por exemplo ocorre com as desigualdades sociais,
pois quando um grupo de pessoas são consideradas inferior, espera-se que as mesmas apresentem
um “grau de racionalidade” compatível ao seu grupo social; por exemplo o código de escravos que
tornava a leitura um crime para afro-americanos, de forma a manter essas pessoas sempre inferiores a
pessoas brancas.
Utilizando a ideia de grupos socialmente divididos pode-se aplicar na mesma lógica para
o comportamento “racional” e “irracional”, na qual são padrões de comportamento
observáveis: assim um comportamento observável R (racional) e o comportamento que
não é racional é um comportamento irracional I.
Uma pessoa B que pertença a uma categoria social (grupo B), esses membros são
punidos por pessoas de outra categoria social (grupo A) para R e recompensados em I;
dessa forma uma pessoa B vai preferir I do que R, escolhendo comportar-se
irracionalmente, pois pelo conceito de racionalidade supõe-se que uma pessoa vai
escolher o comportamento com as consequências que prefere; por isso para uma
pessoa B é irracional se comportar racionalmente, e vice-versa.