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Psicologia aplicada à

saú de
Suprema 2017
Profa. Alinne Nogueira Silva Coppus
alinnerj@terra.com.br
A2

• Textos:
• “Luto e melancolia: o que se
perde ao adoecer?”.
• “A americanização da doença
mental”
O que se perde ao adoecer?
• Texto: “Luto e melancolia: o que se perde ao
adoecer?”

• Kübler‐Ross (2005) aponta, por meio de


uma pesquisa com pacientes terminais,
que o indivíduo apresenta cinco fases
distintas diante do adoecer: negação,
raiva, barganha, depressão e aceitação.
Atualidade

• Temos uma contemporaneidade marcada pela fragmentação


das relações, superficialidade e o imediatismo, atingindo tanto
as relações afetivas quanto os processos de subjetivação.

• Desencadeia‐se assim uma “dificuldade dos sujeitos em se


conectar com seu próprio corpo através de uma íntima relação
com sua subjetividade e seus afetos” (MÁXIMO, 2005, p.03).  
Ideal...
• Busca de um mundo onde dor, depressão e angústia não
existam....

• O adoecimento tem o poder de levar cada paciente a um


processo de revisão da própria vida...
A aceleração do tempo
• A aceleração do tempo traz consequências para o sujeito.

• É preciso sempre estar fazendo alguma coisa;


• Não se pode perder tempo;
• Tempo como o bem mais precioso;
• Não há tempo para os laços sociais;

• Quando se vê que é necessário um tempo para vivenciar as


coisas de fato.
Duas condiçõ es de
entristecimento...
• Luto E Melancolia

• Freud (1916) afirma que “o luto, de modo


geral, é a reação à perda de um ente
querido, à perda de alguma abstração que
ocupou o lugar de um ente querido, como
o país, a liberdade ou o ideal de alguém, e
assim por diante” (FREUD, 1996, p. 249).
Luto difere de melancolia

• “no luto, é o mundo que se torna pobre e


vazio; na melancolia, é o próprio ego. O
paciente representa seu ego para nós
como se fosse desprovido de valor, incapaz
de qualquer realização e moralmente
desprezível [...]” (FREUD, 1996, p.251).
A depressão hoje
• A depressão, tão comum nos dias de hoje,
tem sido uma forma particular de relação
com a perda;
• Ela não está necessariamente articulada à
perda de um ente querido, mas também
com a estranheza dos pacientes frente ao
corpo adoecido.
• Ao adoecer o sujeito é confrontado
com um corpo que pode não ter sido
representado e que surge como um
desconhecido.
• Isto significa que o paciente nunca atentou para o
próprio corpo? Não.
• Significa que ele não tem registro de um corpo que pode
falhar e que lhe está sendo imposto pela doença e que
rompe com o que ele até então conhecia.

• O QUE EXATAMENTE SE PERDE AO ADOECER?


• “não é a dor que a doença traz que incomoda, é algo mais
subjetivo: é a dor de saber‐se doente, de perder a condição de
sadio” (COELHO, 2004, p. 70).

• Para Coelho (2004), em muitos casos, a não‐elaboração do


luto pela perda da saúde pode evoluir para um luto
patológico, e transformar emocionalmente crônicos ou
inválidos.
• Em suma, Coelho (2004) afirma que o luto pela
perda da saúde pode ser mais difícil para
algumas pessoas do que a perda de um parente
ou da própria vida. Daí a importância de
profissionais da área de saúde terem a
sensibilidade e as informações do quanto um
diagnóstico pode afetar a saúde mental do
paciente.  
• Dessa forma, ouvir o discurso de pacientes e
profissionais de saúde quanto ao que se perde
quando se adoece visa a esclarecer o que
acontece com os sujeitos frente à condição de
perda, assim como propomos a possibilidade de
uma reflexão sobre como vêm sendo tratadas
as questões psíquicas na campo da saúde.
Questão ética
• Excesso de medicação;

• Como abordar o paciente, a equipe, a família.


A americanização da doença
mental.
• O aumento de casos de depressão respondem a quê?

• As enfermidades mentais nunca foram as mesmas ao redor do


mundo (tanto em prevalência quanto em forma), sendo
inevitavelmente desencadeadas e moldadas pela época e
locais particulares.

• A influência da cultura no mal-estar.

• Anorexia e bulimia- os transtornos alimentares.


Como se constró i um corpo?
O que os transtornos
alimentares nos ensinam sobre
as possíveis relaçõ es do sujeito
com o corpo?
Não há relação
satisfatória entre a
necessidade e o
objeto que vem
supri-la.
“A magreza é mais indecente que a gordura”.
(Baudelaire, apud Bidaud, 1998: 11)
Depoimento

“Olá, tenho 1.67 m 53 Kg, tive anorexia nervosa aos meus


dezesseis anos, cheguei a pesar 43 Kg, como se não bastasse
recuperei o meu peso e logo já vinha provocando vômitos, hoje
tenho 20 anos e sofro desse transtorno desesperador, a bulimia,
vomito tudo o que como umas 5 vezes por dia, não consigo me
controlar, as pessoas não me entendem, mas até quando vou viver
nesse inferno?Já faz 5 anos que vivo assim, quero ser feliz, tenho
tudo para isso mas... Faço tratamento com psicólogo e remédios,
cheguei a ter melhoras durante esses 5 anos, mas ainda vomito
muito e me sinto gorda, antes conseguia ser mais magra, mas
agora tenho muita compulsão e vomito muito, e isso faz com que
eu apenas mantenha o peso e não emagreça, minha vontade era
de voltar a ter a força que tinha quando tinha anorexia, mas só as
vezes eu consigo ficar sem comer. Utilizo uma escova de dente
para provocar os vômitos, sofro muito com isso” .
Anorexia

Histórico
 Definida por Naudeau em 1789;
 Tratamento: isolamento.

Pontos Relevantes
 Anorexia na neurose;
 Caso clínico;
 Vários vieses teóricos.
Anorexia: o viés médico

Transtorno alimentar no qual a busca implacável por magreza


leva a pessoa a recorrer a estratégias para perda de peso,
ocasionando importante emagrecimento. Apresentam um medo
intenso de engordar mesmo estando extremamente magras. Em
90% dos casos, acomete mulheres adolescentes e adultas
jovens, na faixa de 12 a 20 anos. É uma doença com riscos
clínicos, podendo levar à morte por desnutrição.
Anorexia: sintomatologia

 Perda de peso em um curto espaço de tempo;

 Alimentação e preocupação com peso corporal tornam-se obsessões;

 Crença de que se está gordo, mesmo estando excessivamente magro;

 Parada do ciclo menstrual (amenorréia);

 Interesse exagerado por alimentos;

 Presença de episódios bulímicos;

 Depressão, ansiedade e irritabilidade;

 Progressivo isolamento da família e amigos.


Anorexia: complicações médicas

 Desnutrição e desidratação;

 Hipotensão (diminuição da pressão arterial);

 Anemia;

 Redução da massa muscular;

 Intolerância ao frio;

 Dificuldades de digestão;

 Amenorréia (parada do ciclo menstrual);

 Osteoporose (rarefação e fraqueza óssea);

 Infertilidade em casos crônicos.


Anorexia: causas e diagnóstico médico

Causas

 é multideterminada por uma mescla de fatores biológicos, psicológicos,


familiares e culturais.

Diagnóstico Médico

 perda de apetite: equívoco;


 é o corpo físico que está em jogo e não o sexuado;
 objetivo: eliminar o sintoma – distúrbio orgânico – medicação e internações.
Anorexia: o viés social

 Generalização;

 Influência da mídia;

 Aceitação social;

 Identificação a um modelo feminino;


Anorexia: o viés psicanalítico

 O sintoma tem um estatuto diferente do sintoma médico. Diz de um enigma, um conflito


inconsciente, realização de um desejo;
 Tem uma função;
 Busca a singularidade de cada sujeito;
 Anorexia como uma patologia do desejo;

Origem da questão

 Caso clínico;

 Possibilidade do sujeito positivar o “nada”, fazer dele um objeto libidinalmente investido;


Contribuições de Freud sobre a fase oral

“sugar ao seio materno é o ponto de partida de toda vida sexual, o protótipo


inigualável de toda satisfação sexual ulterior, ao qual a fantasia retorna
muitíssimas vezes”.
(Freud, 1917 [1916-17], p.367).

“A atividade sexual apóia-se primeiramente numa das funções que servem à


preservação da vida, e só depois se torna independente delas”.
(Freud, 1905, p.171).

“(...) para a criança, a amamentação no seio materno torna-se modelar para


todos os relacionamentos amorosos. O encontro do objeto é, na verdade, um
reencontro”.
(Freud, 1905, p.210).
Contribuições de Freud

homem habitado pelo inconsciente;


sexualidade infantil  presente em organizações que privilegiam as zonas
corporais, dentre elas a boca;

PULSÃO INSTINTO
Articulação entre o psíquico e o Natural;
somático;
Força constante; Objeto específico;
Objeto variável; Perdido para o homem;
Busca sempre satisfação;
Anorexia: contribuições de Freud

 a boca se satisfaz com o prazer da boca; forma da sexualidade se expressar

 ligação entre o alimento e o sexual;

 fase oral  libido narcísica;

 Anorexia e melancolia  perda de apetite  perda de libido  dificuldade de

separação de um objeto;

 Anorexia e histeria;

 Não recomendação do tratamento psicanalítico;


Anorexia: contribuições de Freud

 Experiência de satisfação  hiato entre a saciedade e a marca dessa


experiência;
 Emoção penosa ligada ao alimento  recalque
 “homem dos lobos”  relação entre o devorar e o ser devorado e o
sexual;
 pulsão de morte  princípio de nirvana;
 fort-da  embora-aqui  comer-cuspir;
 Sonho da “bela açougueira”;

ANOREXIA  HISTERIA  CORPO  DESEJO  IMAGEM


Dentes corroídos em uma
paciente bulímica.
O medo do dentista/
profissional de saú de.
• Pinças, brocas, alicates, seringas e agulhas. E ainda amálgamas
e preparados de sabor ruim. À primeira vista, todos esses
instrumentos e materiais não parecem oferecer bons
prenúncios.

• Talvez por isso, ir ao dentista seja uma daquelas tarefas que,


com prazer, deixaríamos de fazer, se fosse possível. Se a
maioria sente desconforto em algum nível ao programar
tratamentos odontológicos, para alguns a cadeira reclinada
causa verdadeira fobia. E às vezes o sofrimento começa antes
mesmo de a pessoa entrar no consultório.
O medo do paciente.....

• Mas o paciente não é o único a sofrer: o dentista enfrenta a


própria ansiedade. E entre todas as profissões da área médica
talvez seja a menos “poética”: além de passar o dia todo com
as mãos na boca dos outros, o profissional ainda precisa
ajudar os pacientes a superar seus pavores. 

• O medo de não agradar, de não ser eficiente, de não


corresponder
• O medo de dentista é um fenômeno conhecido há centenas de
anos. As primeiras crônicas remontam à Idade Média, quando
o imaginário popular relegava ao “tiradentes” um papel
inferior e mais ambíguo que o de seus “colegas” médicos. Ele
era na maioria das vezes um ambulante: em companhia de
ilusionistas, malabaristas e músicos, percorria feiras e
mercados, de cidade em cidade, exibindo-se em palcos. Desse
modo o público podia admirar a maestria do exercício de sua
especialidade. De fato, naquele tempo, havia motivos reais
para ter medo do dentista.
O medo permanece...
• Mas hoje? A ciência e a tecnologia para reduzir a dor
evoluíram muito, bem como a consciência a respeito da
importância de manter uma relação de delicadeza e confiança
com os pacientes. Ainda assim, o medo antigo permanece. Os
inúmeros estudos que procuraram quantificar a difusão desse
medo chegaram mais ou menos à mesma conclusão: quase
50% da população vai ao dentista com certa dose de
ansiedade. 
• SENSAÇÃO DE IMPOTÊNCIA
É comum que crianças fiquem assustadas na primeira consulta,
principalmente se adultos lhes disseram que os profissionais
usam brocas e aplicam injeções. Mas é apenas na idade adulta
que os medos se transformam em ansiedade e apresentam leve
aumento na pressão sanguínea, suor frio – e só. Mas esse
desconforto impede a maioria das pessoas de ser pontual nas
consultas de rotina. 
Para explicar melhor temos
dois casos.
• Um homem de 25 anos, diabético desde a infância, enfrentou
várias crises de hiperglicemia porque, segundo conta, a injeção
de insulina “não funcionava bem”. O que lhe dá mais medo
quando está na cadeira do dentista é a anestesia. Teme, na
verdade, que o medicamento não funcione. Para a pesquisadora,
a falsa conexão se instaura com a associação entre insulina e
anestesia. Já o deslocamento consistiria, neste caso, na
transferência da ansiedade causada pelo controle da glicemia
para o medo de que o anestésico não funcione.
• O segundo caso diz respeito à violência doméstica. Uma
mulher de 23 anos, odontofóbica grave, assistiu, quando
criança, a diversos episódios nos quais o pai alcoólatra batia
na mãe, provocando-lhe sangramentos na boca. O evento
desencadeador, porém, ocorreu quando ela tinha 4 anos: caiu
de um balanço quebrando um dente incisivo superior e
desmaiando em seguida. Quando voltou a si, estava com os
lábios cobertos de sangue.
• A falsa conexão, segundo essa hipótese, é evidente: os
ferimentos na boca de sua mãe e a lembrança traumática da
violência doméstica conectam-se à lembrança do sangue na
própria boca e à recordação da queda. “Há uma sobreposição
do medo sentido quando assistia às agressões paternas e o
experimentado no episódio da queda do balanço com a
situação de impotência, fragilidade e dor na boca vivida no
consultório odontológico”, 
A fase oral
• Alguns especialistas consideram específica essa fobia, sem
nenhuma relação com eventos traumáticos vividos no
passado. Uma interpretação interessante das hipóteses foi
feita por Jean Piaget sobre a evolução psicossocial da criança.
De acordo com a teoria, na primeira fase do desenvolvimento,
a oral, apontada por Sigmund Freud, a criança se comunica e
sobrevive pela boca.
• “Por esse motivo, qualquer ato realizado no interior da
cavidade oral pode ser interpretado como uma ameaça ao
próprio equilíbrio; para as mulheres, os procedimentos
odontológicos podem ser vivenciados como uma violência
sexual, enquanto para os homens a perda dos dentes frontais
representa uma castração”, observa Antonio Carrassi.
• Segundo o psicólogo e dentista alemão Hermann Strobel,
autor de Psicanálise da dor de dente, a boca, principal via de
acesso ao interior do organismo, ocupa um espaço relevante
no imaginário das pessoas: “Representa a ‘porta’ – que separa
o dentro e o fora”, acredita.
• Para demonstrar a relação entre os dentes e alguns tipos de
comportamento, Strobel chama a atenção para as expressões
idiomáticas, que carregam simbologias curiosas. “Agarrar com
unhas e dentes” significa não desistir facilmente; “dar com a
língua nos dentes” é falar mais do que devia; “mostrar os
dentes” equivale a demonstrar agressividade; “olho por olho,
dente por dente” faz alusão a pagar com a mesma moeda o
mal sofrido.
RELAÇÃO DE CONFIANÇA

Se a odontofobia é pouco estudada, a angústia sentida pelo
dentista, exacerbada pelo mal-estar de quem recebe seus
cuidados, é menos ainda, embora o fenômeno seja bastante
frequente e desencadeie um círculo vicioso.

• O paciente manifesta ansiedade, o dentista percebe e tende a


ficar tenso com a situação. O cliente, por sua vez, capta
mensagens não verbais do profissional de que algo não vai bem,
o que intensifica sua angústia. Enfim, os dois podem acabar
sentindo aversão um pelo outro durante toda a consulta – e
depois dela.

Embora várias anedotas façam alusão ao sadismo daqueles
que escolhem a carreira de cirurgião-dentista – e, com certeza,
a capacidade de suportar o sofrimento alheio é um diferencial
positivo para esses profissionais –, na prática, ter uma pessoa
com dor, assustada e pouco disposta a colaborar, mas que
precisa de seus cuidados, não é uma situação exatamente
confortável. 
• Um estudo realizado pela Universidade de Brunel, de Londres,
mostrou que mais de 60% dos cirurgiões-dentistas britânicos
apresentam irritação, ansiedade e depressão, além de
sintomas físicos (como baixa imunidade, dores de cabeça e no
corpo) relacionados ao estresse.
• Esses especialistas estão bastante sujeitos também a
problemas como obesidade, abuso de bebidas alcoólicas e até
à síndrome de burnout (esgotamento profundo relacionado
ao trabalho), infarto e acidente vascular cerebral (AVC). “Em
geral, o paciente odontofóbico tende a realizar movimentos
bruscos, que podem causar uma manobra errada e, em
consequência, provocar ferimentos”, observa Ruth Freeman.
• Justamente por isso é tão importante que seja estabelecida
entre cirurgião e paciente uma relação de profunda confiança.
“Portanto, não é exagero que, para tratar pessoas fóbicas, o
profissional use mais da metade do tempo da consulta apenas
para conversar e estabelecer um clima de tranquilidade”,
afirma a pesquisadora.
Para enfrentar o desconforto
• ESCOLHA O DENTISTA QUE “COMBINE” COM VOCÊ


É importante confiar no profissional,
principalmente se você já teve alguma
experiência desagradável em tratamentos
odontológicos. E, se necessário, procure outro
especialista com o qual se sinta mais à vontade.
Para enfrentar o desconforto
• DESCREVA SEUS MEDOS

Falar sobre como sente o problema às vezes é
suficiente para aliviar a tensão. Hoje muitos
dentistas estão preparados para lidar com
ansiedades dos clientes; por isso, logo na
primeira consulta é importante expor receios e
inseguranças. Se não bastar, um psicólogo pode
ajudar.
Para enfrentar o desconforto
• NÃO SINTA VERGONHA


Muitas pessoas ficam constrangidas e escondem seu
medo de submeter-se ao tratamento odontológico. É
importante saber que você não está sozinho: a
odontofobia é um problema frequente, e os homens,
em particular, ficam bem mais tranquilos quando
admitem essa dificuldade e percebem que ter medo
não diminui de forma alguma sua virilidade.
Para enfrentar o desconforto
• O QUE MAIS ASSUSTA
Muitas vezes o medo parece difuso, o que faz com
que se torne maior e mobilize grande energia. Por
isso, em muitos casos é útil discriminar esse
sentimento, identificando o que provoca mais
incômodo no tratamento: a injeção, o cheiro típico
do consultório, o temor de sentir dor mesmo sob
efeito da anestesia ou outro aspecto qualquer. 
Para enfrentar o desconforto
• LIVRE DE COMPROMISSOS
Para as pessoas que enfrentam grande desconforto com o
tratamento, “espremer” a consulta entre um compromisso e
outro pode ser ainda mais estressante. Em geral, marcar um
horário quando estiver menos sobrecarregado ajuda a chegar
ao consultório mais relaxado. Para algumas pessoas é
preferível uma hora pela manhã, já que com o passar do dia
as fantasias assustadoras tendem a aumentar. 
Para enfrentar o desconforto
• A INFORMAÇÃO PODE AJUDAR
Você pode pedir ao dentista que lhe explique cada passo do
tratamento e combinar com ele um sinal para que interrompa
a ação caso a dor fique muito forte; geralmente, o fato de
sentir que tem a situação sob controle o ajuda a sentir-se mais
seguro.

RELAXE ANTES
Não consuma alimentos ou bebidas excitantes, como café,
chá-mate ou refrigerantes, pouco antes da consulta. É
conveniente evitar estas substâncias também na noite
anterior, já que a ideia é dormir bem e chegar ao consultório
descansado. 
Para enfrentar o desconforto
• VISITAS MAIS FREQUENTES, MENOS
PROBLEMAS
É recomendável fazer duas consultas de rotina por
ano. Esta assiduidade, somada a uma higiene bucal
correta com uso constante de fio dental e
enxaguante, costuma reduzir a necessidade de
intervenções mais invasivas – e, portanto, mais
temíveis.
• Texto: A psicopatologia na pós-modernidade: as alquimias no
mal-estar da atualidade
A2 saú de mental
NIP- Suprema
Psicologia aplicada à saúde
Dados epidemioló gicos.
• O número de pacientes que apresentam algum tipo de
transtorno mental, assim como a longevidade desses
pacientes, vem aumentando no Brasil.
• Dados fornecidos pela coordenação de Saúde Mental do
Ministério da Saúde, em 2010, confirmam que, no Brasil, 23
milhões de pessoas (12 % da população) necessitam de algum
atendimento em saúde mental. Pelo menos 5 milhões de
brasileiros (3% da população) sofrem com transtornos mentais
graves e persistentes.
• De acordo com a Associação Brasileira
de Psiquiatria, apesar de a saúde
mental priorizar as doenças mais
graves, como esquizofrenia e
transtorno bipolar, as mais comuns
estão ligadas à depressão, ansiedade
e transtornos sociais.
• Os problemas de saúde mental ocupam cinco posições no
ranking das principais causas de incapacidade de acordo com
a Organização Mundial de Saúde. Em 2009, o Brasil destinou
R$ 1,4 bilhão para saúde mental. Definir Transtorno mental
pode ser mais complexo do que parece, porque depende de
certos critérios, os quais vão de encontro a questões culturais
e mesmo estatísticas, não se descartando o ajustamento
pessoal.
• Assim, o que em determinadas sociedades é visto como
aceitável, em outras pode ser anormal ou criminosa. A
questão de certo fenômeno ocorrer numa escala maior ou
menor também é fundamental, porque caracteriza uma
norma. Ter visões é considerado anormal em razão de que
acontece com uma minoria, pois a maioria das pessoas só vê
aquilo que realmente aparece frente aos olhos e, viver fora
dos padrões de uma determinada sociedade, também pode
ser considerado uma anormalidade.
Existe saúde mental?
• De acordo com o mestre em psiquiatria e em filosofia, Dr.
Mauro Gomes Aranha de Lima, a saúde mental pode ser
entendida como a possibilidade do organismo se autorregular
(homeostasia), levando em conta o meio ambiente e as ações
reflexivas (internas) que então vão mobilizar o psiquismo.
Portanto, leva em conta a vivência do indivíduo e suas
emoções no psiquismo, dada pelos conflitos, não sendo
apenas química (dopamina).
• Saúde # doença
• A saúde mental então vai da biologia para o simbólico e
cultural.
• A psiquiatria não é – deveria ser - uma única ciência, e sim um
saber prático que agrega diversas ciências (biologia,
farmacologia, psicologia, anatomia e sociologia);
• A psiquiatria e a psicologia são saberes pragmáticos que
geram alívio do sofrimento psíquico.
• o transtorno mental é uma variação do normal, variação esta
capaz de produzir prejuízo no desempenho global da pessoa
(social, ocupacional, familiar e pessoal) e/ou das pessoas com
as quais convive.
• Da mesma forma que na medicina clínica, a psiquiatria
também classifica os transtornos mentais, adequando-os de
acordo com o quadro psicológico apresentado pelo paciente.
• Questão problemática: as questões mentais não possuem
marcadores biológicos.
• Essa visão retira o espaço de escuta do sujeito.
• Passa a ideia incorreta de que o tratamento é apenas
medicamentoso.
• Em perturbações psiquiátricas geralmente é necessário
realizar tratamentos á base de fármacos e de psicoterapia.

• As várias formas de doença mental, até por ser uma condição


que afasta o indivíduo da realidade com delírios e alucinações
(Psicoses), depressão e euforia (transtorno Bipolar) ou
neuroses (ansiedade), têm forte tendência a fazer com que o
paciente negligencie ou mesmo deixe de lado a higienização
bucal. Isso faz com que, e dependendo da sua suscetibilidade,
ocorra uma maior incidência de cáries e doença periodontal.
• Longos anos de trabalho em hospital psiquiátrico com
pacientes portadores de doença permitem a amostragem que,
quanto maior o comprometimento mental e menor condição
social, menos saúde bucal acontece, e que também alguns
tipos de medicamentos psiquiátricos provocam hiperplasia
gengival.
• tais pacientes nem sempre assimilam a rotina de tratamento,
constatando-se também que muitos profissionais têm medo e
preconceito em tratá-los.
• Portadores de determinados tipos de Transtorno Mental,
como autismo, não permitem tratamento odontológico pelo
método convencional. Em tais casos, a opção acaba sendo a
anestesia geral, uma técnica que também pode ser utilizada
em pacientes que apresentam odontofobia, uma reação física
não controlada associada á figura do dentista e do tratamento
e que provoca suores abundantes, taquicardia e aumento da
pressão arterial.
• De uma forma geral, quando em tratamento psiquiátrico, os
portadores de transtorno mental, passada aquela fase de
adaptação com o profissional, costumam aderir ao
tratamento, porém o mesmo não acontece se estiverem sem
tomar medicamentos psiquiátricos e sem terapia.
Importante:
• Os portadores de transtorno mental continuam
estigmatizados pela sociedade, vistos como pessoas que não
controlam seus impulsos e, portanto capazes de cometer os
mais bárbaros crimes, o que não é verdade. Pessoas com este
tipo de procedimento normalmente são psicopatas, que é
uma falha de caráter e não tem nada a haver com doença
mental.
Importante:
• Uma outra imagem que a sociedade faz do doente mental é
em relação à sua capacidade intelectual, tendo-os como
indivíduos inaptos aos estudos e ao trabalho. É importante
que se diga que doença mental é uma coisa e deficiência
mental, é outra. Muitos portadores de transtorno mental
possuem cultura invejável e chegaram ao grau máximo de
estudo em suas profissões.
• Textos:
• “A construção do caso clínico: uma contribuição da
psicanálise à psicopatologia e à saúde mental.”

• “O aprendizado da construção de caso clínico em Saúde


Mental”.

• “O projeto terapêutico singular como estratégia de


organização do cuidado nos serviços de saúde mental”
A construção do caso clínico para os profissionais de saúde.

• A partir da década de 60 começaram a surgir movimentos que


incluíram diferentes abordagens do tratamento ao doente
mental e inspiraram o movimento da Reforma Psiquiátrica
Brasileira. Portanto, a partir desta reforma ocorreram
mudanças no trabalho desenvolvido nos equipamentos de
saúde mental e a entrada de referenciais que pretendiam
compreender o sofrimento psíquico.
• Entre esses referenciais está a psicanálise, escolhida como
alicerce para sustentar o atendimento sistematizado e
individualizado do paciente.
Saú de mental- histó rico
• O campo da saúde mental é amplo e bastante heterogêneo,
tanto no que diz respeito às referências teórico-práticas,
quanto ao conjunto de instituições envolvidas na atenção e
cuidados da rede pública. Não podemos aspirar a uma
homogeneização do campo sob pena de reduzir a sua
complexidade a uma visão simplista de saúde pública (Garcia,
2002a, 2002b).
• Essa variedade abrange desde os programas comunitários,
com uma atuação ainda muito restrita nos PSF (Programa de
Saúde da Família), passando pelos ambulatórios e pelos CAPS
(Centro de Atenção Psicossocial), onde se define uma
proposta de reabilitação e ressocialização, culminando nos
hospitais psiquiátricos, onde se encontra a psiquiatria em seu
território por excelência.
• A reforma psiquiátrica tomou como princípios a inclusão e a
participação e dos usuários, familiares e comunidade no
processo e a manutenção das pessoas com transtorno mental
em seu contexto social.
• Esta nova lógica, assumida em diversos países, propõe que os
serviços substitutivos se organizem na forma de uma rede
articulada e acessível que objetive o resgate de cidadania e o
envolvimento dos usuários, famílias e comunidade em todas
as fases do processo de cuidado.
• Além disso, acredita que essa rede deva se organizar de
acordo com as necessidades de seus usuários e articular,
concomitantemente, ações que visem à qualidade de vida e
autonomia das pessoas com transtorno mental e a expansão
de sua rede social e de relações (OMS, 2001; BRASIL, 2007;
THORNICROFT; TANSELLA, 2010).
• Alicerçada nos princípios e diretrizes do Sistema Único de
Saúde (SUS), propõe estratégias que visam a mudança do
paradigma biomédico procurando romper com a assistência
voltada exclusivamente para a doença, o cuidado centrado na
remissão dos sintomas e como a concepção sobre a
periculosidade e incapacidade presumida da pessoa com
transtorno mental. Esse conjunto de desafios implica na
implementação de mudanças nas práticas assistenciais e na
organização dos serviços (BRASIL, 2007).
Projeto terapêutico Singular
• Será abordado o tema da construção de projetos terapêuticos
como estratégia central para promover o cuidado e a
organização do trabalho nos serviços substitutivos de saúde
mental. Atualmente, é possível identificar que a organização
de projetos terapêuticos já faz parte da rotina dos serviços de
saúde mental, especialmente dos CAPS, e vem também se
expandindo para outros serviços de saúde e tem se
fortalecido, especialmente, nas estratégias de Saúde da
Família.
• De um modo geral, projeto terapêutico é compreendido como
uma estratégia de cuidado organizada por meio de ações
articuladas desenvolvidas por uma equipe multidisciplinar e
definida a partir da singularidade do indivíduo, considerando
suas necessidades e o contexto social em que está inserido.
• A construção de um projeto terapêutico singular deve ser
compreendida como estratégia que, em sua proposição e
desenvolvimento, envolve a pessoa com transtorno mental,
seus familiares e a rede social, num processo contínuo,
integrado e negociado de ações voltadas à satisfação de
necessidades e produção de autonomia, protagonismo,
inclusão social.
• Além disso, esse processo, visa atingir mudanças sustentáveis,
ao longo do tempo, e a redução da dependência exclusiva dos
sujeitos aos serviços de saúde por meio da ativação de
recursos exteriores a eles (MANGIA, 2002; MÂNGIA;
MURAMOTO, 2007).
• O projeto terapêutico é definido como o conjunto de
condutas terapêuticas articuladas, resultantes de discussão
coletiva de equipe interdisciplinar, que objetiva, além da
melhoria de sintomas, a ampliação da rede social e o aumento
de espaços de contratualidade para modificar o curso do
adoecimento.

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