Você está na página 1de 20

DIREITO PENAL - III

CONSTRANGIMENTO ILEGAL
OBJETIVIDADE JURÍDICA
 Objetividade Jurídica
– É a liberdade de fazer
ou deixar de fazer
alguma coisa
legalmente possível.
 Não importando para
configurar o delito
condutas impostas por
religião ou moral. Ex.
Dízimo ou levantar de
cadeira p/ os mais
idosos. – Autonomia da
vontade de cada
indivíduo.
SUJEITO ATIVO
 Pode ser qualquer pessoa, pois se trata de crime
comum, visto que se o agente for um funcionário
público estará cometendo o crime de abuso de
autoridade (lei 4.898/65).

 É bom entender que se o crime for cometido pelo


agente que entende ser legítima a sua atitude,
estaremos diante do art. 345 do CPB - exercício
arbitrário das próprias razões.
 Outro ponto é que o crime pode ser praticado por
terceiros. Não é crime de mão própria.
SUJEITO PASSIVO
 É qualquer pessoa que tenha a capacidade
de decidir sobre seus atos, estando, assim,
excluídos os menores de pouca idade os que
estejam completamente embriagados os
loucos, portanto, aqueles que tenham sua
capacidade reduzida.
LEMBRETE - 1
 Trata-se de tipo subsidiário que se configura
se não for verificado crime mais grave. Ex.:
arts. 158; 161, inc. II; 213; 214 e 216-A, todos
do Código Penal.

 Arts. 158 - Extorsão, 161, inc. II - e Esbulho


possessório, 213 - Estupros, 214 - Atentado
violento ao pudor e 216 A – Assédio Sexual.
FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL
 Art. 5º, II da CF – Ninguém será obrigado a
fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão
em virtude lei.

 Desta forma podemos afirma que quem


pratica a conduta do art. 146 caput, a faz
ilegalmente.
MEIOS DE EXECUÇÕES
 São considerados meio execução a violência,
grave ameaça ou qualquer outro que reduza
a capacidade de resistência da vítima, como
no caso de bebidas, drogas ou uso de
hipnose.
DA ILEGALIDADE - Coação
 Ilegalidade Absoluta. Não possui qualquer
direito jurídico para se impor perante o sujeito
passivo ( Ex. trocar de roupa ou a não vestir
aquela blusa, a dançar na sala e etc.)

 Ilegalidade Relativa. Mesmo sendo devida é


eivada de ilegalidade, seja por ação ou
omissão (Ex. obrigação forçada de
pagamento de jogo proibido – carteado.
DA VIOLÊNCIA
 Direta ou imediata: é aquela empregada
diretamente contra a vítima, exemplo
amordaçá-la.

 Indireta ou mediata: é aquela empregada


sobre terceira pessoa ou sobre a coisa, a que
o coagido esteja de tal modo vinculado, que
sem uma ou outra fica tolhido na sua
faculdade de ação.
LEMBRETE 2
 A conduta deve ser determinada, caso não
seja determinada pode ser outro crime, como
ameaça, visto que tem que determinar a
ação clara, exemplo não permitir que a
pessoa não vista calças comprida.
 Não esquecer que existindo a
legitimidade/pseuda legalidade, não se aplica
o constrangimento ilegal e sim o exercício
arbitrário das próprias razões.
ELEMENTO SUBJETIVO
 É o dolo, consistente na vontade consciente
de coagir a vítima, visando obrigá-la a fazer o
que a lei proíbe ou deixar de fazer o que a lei
não manda, sendo, no caso em comento
irrelevante o motivo que animou o crime.
ELEMENTO OBJETIVO
 Aquilo que encontra-se posto na LEI –
 Constranger alguém, mediante violência ou
grave ameaça, ou depois de lhe haver
reduzido, por qualquer outro meio, a
capacidade de resistência, a não fazer o que
a lei permite, ou a fazer o que ela não
manda:
CONSUMAÇÃO/TENTATIVA
 Este acontece num instante em que a vítima,
coagida toma o comportamento que não
queria, obedecendo, assim, o que lhe foi
imposto pelo sujeito ativo.

 Tentativa - Conforme já foi de anteriormente


comentada, a tentativa é perfeitamente
possível, visto que o autor do delito poderá
ser impedido por circunstâncias alheias à sua
a sua vontade ou ainda pela própria vítima
que reage, não cedendo à vontade mundana
do agente.
AUMENTO DA PENA
 Considera-se o menor e ñ
identificado como sujeito
ativo.
 Qualquer tipo de arma (faca,
punhal e etc.) Súmula 174
do STJ cancelada. Duas
correntes
 1ª. Configura, vitima não
sabe que a arma é de
brinquedo – crime facilitado
– quase real.
 2ª. Por ñ haver adequação
ao elemento objetivo do
delito. Não caracteriza.
 Se da violência resultar
lesão corporal, mesmo
sendo concurso formal,
soma-se as penas.
CONT.
 O art. 107 do estatuto do idoso com os com
pena de reclusão de dois a cinco anos
aquele que coage, de qualquer modo, o
idoso à doar, contratar, testar ou outorgar
procuração. Art. 107. Coagir, de qualquer
modo, o idoso a doar, contratar, testar ou
outorgar procuração
 Se o agente obrigar a vítima a cometer
contravenção, responderá pela contravenção
e pelo delito de constrangimento ilegal.
EXCLUDENTES
 Na realização de
intervenção médica ou
cirúrgica, ainda que
contra a vontade do
paciente ou seu
representante, se
justificada por iminente
risco de vida;
 Na coação empregada
para impedir suicídio.
OBSERVAÇÕES
A utilização de violência ou de grave
ameaça, para obtenção de confissão ou
declaração, constitui crime de tortura (art. 1.º,
inc. I, "a", da Lei n. 9.455/97) e não
constrangimento ilegal.
 Quem empregar violência ou grave ameaça
para obrigar a vítima a cometer um crime,
responderá por esse crime (praticado pela
vítima) e pelo delito de tortura - art. 1.º, inc. I,
"b".
AÇÃO PENAL

 O crime é de ação penal pública


incondicionada.
FIM DA AULA

Você também pode gostar