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ORGANIZACIONAL E
DO TRABALHO
(nível 1)
Profª. Especialista Pryscilla Silva
CRP 14/08007-2
As organizações
• Chiavenato (2004), afirma que todas as organizações se defrontam com
problemas, e que por isso, devem estar em constante organização internamente,
para responder às expectativas e exigências do mundo do trabalho.
• Muitos desses últimos, aliás, foram liberados dos hospitais psiquiátricos por
falta de condições de sobrevivência nesses estabelecimentos. Para surpresa
dos psiquiatras, no final da Guerra, esses doentes mentais considerados
“pacientes crônicos”, mostravam-se aptos a retornar à vida familiar e social,
assim como a realizar alguma tarefa produtiva.
• Assim, Sivadon e Veil deram origem ao que se chamou de “clínica do
sujeito” em situações relacionadas ao trabalho, com foco em questões
intrapsíquicas do sujeito.
• Enquanto que Le Guilant deu origem à “clínica social do trabalho” com foco
nas situações de trabalho, com todas as contradições, incompatibilidades e
conflitos, bem como nas reações que provoca no sujeito, que não é passivo
(SOUZA; ATHAYDE, 2006).
• Dentre os precursores desse campo de estudos podemos citar:
• A contribuição maior de Sivadon para o campo da saúde mental no trabalho foi a
sistematização de uma nova forma de abordar o doente mental: a ergoterapia.
• Mas foi também Sivadon que empregou pela primeira vez o termo
"psicopatologia do trabalho". Ou seja, apesar de ter dedicado grande parte dos
seus esforços à compreensão do valor terapêutico do trabalho no tratamento de
doentes mentais, ele foi capaz de "reconhecer o trabalhador no doente mental“
ao constatar o potencial patogênico de certas formas de organização do trabalho.
• Dejours desenvolveu e publicou estudos que reforçam a percepção de que:
• A partir desses estudos, Dejours começou a deslocar o foco das doenças
mentais geradas pelo trabalho para o sofrimento e as defesas contra esse
sofrimento, dando origem ao que chamou de Psicodinâmica do Trabalho
(ATHAYDE, 2005).
Psicodinâmica do Trabalho (PDT)
• Christophe Dejours é o maior representante de um novo campo de pesquisa
que começa a se delinear a partir dos movimentos de Maio de 68 na França
(protestos estudantis em Paris): aquele que se interessa pela investigação das
consequências mentais do trabalho, mesmo quando não surgem doenças
mentais propriamente ditas.
• A Psicodinâmica do Trabalho é uma abordagem multidisciplinar que une
conhecimentos da Ergonomia, da Psicanálise e da Psicopatologia do
Trabalho. Foi criada por Christophe Dejours, médico e psicanalista francês,
na década de 1980.
• Ergonomia é o conjunto de disciplinas que estudam a organização do
ambiente de trabalho e as interações entre o homem e as máquinas ou
equipamentos, com o intuito de trazer conforto ao trabalhador, prevenir as
doenças ocupacionais e realizar uma boa interação entre o ambiente de
trabalho, as capacidades físicas e psicológicas do empregado e a eficiência do
sistema.
• Em suma, Dejours não admite que o trabalho seria causador de doenças mentais,
podendo no máximo desencadeá-las e, ainda assim, sob certas circunstâncias
bastante específicas.
• A psicodinâmica do trabalho analisa a dinâmica presente nos diversos
contextos de trabalho, atentando-se à atuação de diversas forças, como as
objetivas e as subjetivas, ou as psíquicas, sociais e econômicas, que estão
presentes no contexto do trabalho e podem contribuir para que ele se torne
um lugar de saúde ou de adoecimento (Mendes, 2007).
• Do ponto de vista epistemológico, a psicodinâmica do trabalho é uma
"teoria crítica do trabalho", que envolve dimensões da construção-
reconstrução das relações entre sujeitos-trabalhadores e realidade concreta
de trabalho. Articula a emancipação do sujeito do trabalho. Faz a crítica do
trabalho prescrito, desestabiliza o que está posto, traduz o trabalho a partir
dos processos de subjetivação e vice-versa. (Mendes, 2007, p. 32).
• Sua proposta, ou objetivo, é compreender quais estratégias o trabalhador
utiliza e recorre para se manter saudável diante das mais possíveis
organizações do trabalho, que podem ser frequentemente patologizantes,
sendo que essas estratégias são chamadas pelo autor de defesas e podem ser
tanto individuais quanto coletivas (Codo et al., 2004).
• É na discussão sobre o assunto que existe uma análise mais precisa das
condições de trabalho e uma melhor condição de propor ações adequadas
com vistas a modificar a organização do trabalho, melhorando a qualidade
de vida do trabalhador em seu ambiente laboral.
• Esse processo inicia-se por uma pesquisa/diagnóstico que busca analisar a
demanda dos trabalhadores.
• Segundo Dejours:
"a Psicodinâmia do Trabalho é antes de tudo uma clínica. Ela se desdobra sobre um
trabalho de campo radicalmente diferente do lugar da cura. Afirmar que ela é uma
clínica, implica que a fonte de inspiração é o trabalho de campo, e que toda a teoria é
alinhavada a partir deste campo“.
• A Psicodinâmica do Trabalho "não busca transformar o trabalho, mas
modificar as relações subjetivas no trabalho. Ou, para dizer de uma outra
forma: o que uma enquete (que constitui-se das discussões grupais
propriamente ditas) modifica, não é o trabalho, mas o trabalhar. Modifica,
não o trabalho, mas o trabalhador (MOLINIER, 2001, p. 134).
• A escuta proposta pela Psicodinâmica do Trabalho é realizada de forma
coletiva e desenvolvida a partir de um processo de reflexão, realizado com o
conjunto de trabalhadores.